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As ligas de ferro–carbono são as mais utilizadas dentre todas as

ligas metálicas. O ferro é um metal abundante na crosta terrestre


e caracteriza-se por ligar-se com outros elementos, metálicos ou
não metálicos, dos quais o principal é o carbono. O diagrama
ferro -- carbono é fundamental para facilitar a compreensão
sobre o que ocorre com as ligas ferrosas quando submetidas a
operações de tratamento térmico, que modificam suas
propriedades mecânicas para aplicações sob as mais variadas
condições de serviço.

Inicialmente, observaremos as transformações do elemento ferro


quando submetido ao aquecimento ou resfriamento lentos.

O ferro, como todos os metais tem uma estrutura cristalina. A


disposição própria e regular dos átomos de cada metal, em
forma de cristais, se chama rede cristalina ou reticulado cristalino.

O ferro sólido, quando aquecido ou resfriado, apresenta


diferentes estruturas em seu reticulado cristalino;
conseqüentemente, suas propriedades também ficam diferentes.
Esse fenômeno se denomina alotropia e é representado pelas
letras do alfabeto grego: , , , , etc.

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O gráfico a seguir mostra a curva característica de resfriamento
ou aquecimento. do ferro puro e sua correspondente
transformação alotrópica.

No intervalo de 1538ºC e 1394ºC o ferro puro se solidifica em


reticulado cúbico de corpo centrado CCC, chamado Fe (ferro
delta).

A 1394ºC se realiza a reestruturação do reticulado cúbico de


corpo centrado em reticulado cúbico de face centrada,
permanecendo até 912ºC. O reticulado cúbico de face centrada
CFC denomina-se Fe (ferro gama) ou austenita.

A 912ºC o ferro puro sofre mudança na estrutura do reticulado


novamente para cúbico de corpo centrado CCC, chamado Fe

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(ferro alfa) ou ferrita. Abaixo dessa temperatura, a estrutura do
reticulado do ferro é cúbica de corpo centrado.

O trecho abaixo de 770ºC não representa mudança de estrutura


do reticulado, mas o surgimento de propriedades magnéticas do
ferro; o Fe abaixo de 770ºC é magnético e acima de 770ºC não
tem propriedades magnéticas.

A mudança estrutural do reticulado cristalino do ferro traz consigo


a modificação de suas propriedades; assim, o Fe quase não
dissolve o carbono; o Fe dissolve até 2,11% de carbono e o Fe
dissolve até 0,09% de carbono. Essa situação ocorre devido à
estrutura cúbica de face centrada do Fe apresentar uma
distância maior entre os átomos do que a estrutura cúbica de
corpo centrado do Fe e Fe , então é mais fácil aceitar átomos
estranhos, como por exemplo, átomos de carbono. A esse
fenômeno damos o nome de solubilidade no estado sólido.

O ferro puro raramente é usado, comumente está ligado com o


carbono. No gráfico apresentado foi vista a curva de resfriamento
ou aquecimento do ferro puro com indicações das formas
alotrópicas e suas respectivas temperaturas de transformação.
Nas ligas de ferro – carbono existem também as formas
alotrópicas e , mas as temperaturas de transformação oscilam
em função do teor de carbono na liga. O diagrama abaixo de fase
ferro – carbono, auxilia na visualização dessas oscilações
importantes para o estudo dos aços e ferros fundidos.

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O diagrama de fase ferro – carbono pode ser dividido em três
partes:
de 0 a 0,008%C - ferro puro
de 0,008 a 2,11%C - aço
de 2,11 a 6,69%C - ferro fundido

Solução sólida de carbono em ferro CCC , existente até a


temperatura de 912ºC, caracteriza-se pela baixa solubilidade de
carbono no ferro, chegando ao máximo de 0,0218% a 727ºC.

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Solução sólida de carbono em ferro CFC, existindo entre as
temperaturas de 912ºC e 1495ºC, e com solubilidade máxima de
carbono no ferro de 2,11% a 1148ºC.

Solução sólida de carbono em ferro CCC, sendo estável até


1538ºC, quando o ferro se liqüefaz. A solubilidade do carbono é
baixa, atingindo um máximo de 0,09% a 1495ºC. Quando não
houver referência contrária, o termo ferrita, subentenderá a

É um carboneto de ferro de alta dureza com teor de carbono de


6,69% de carbono.

Indica a ocorrência de uma parada (Arrêt) durante a


transformação. Assim ao resfriar um aço com 0,77% C, observa-
se uma “parada” na temperatura de 727ºC, ou seja, enquanto a
transformação + Fe3C não se completar a temperatura
permanecerá constante.

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Indica a temperatura de transformação magnética do ferro CCC a
770ºC.

Indica a temperatura de transformação . À medida que o


teor de carbono vai aumentando, a temperatura A 3 vai
diminuindo, até o limite de 727ºC, onde se encontra com A1.

Indica a temperatura de transformação Fe3C. Inicia-se a


727ºC com 0,77% C e vai aumentando com a elevação do teor de
carbono, até atingir 1148ºC a 2,11% C.

Indica que, abaixo desta linha, todo material estará no estado


sólido.

Indica que, acima desta linha, todo material estará na forma


líquida.

Indica a presença de uma liga eutética, com 4,3% C a 1148ºC.

Indica a presença de uma liga eutetóide, com 0,77%C a 727ºC.

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No ponto eutetóide se verifica uma transformação importante no
estudo dos aços, ou seja um aço com 0,77%C acima de 727ºC
encontra-se no estado de austenita. No ponto eutetóide a
austenita se transforma em uma mistura de duas fases – ferrita e
cementita - que se denomina perlita.

A perlita tem uma estrutura finamente raiada que, semelhante a


madrepérola, está formada de lâminas finíssimas superpostas,
alternando-se uma camada de ferrita e outra de cementita,
conforme a figura a seguir.

Assim os aços com 0,77% C são chamados de eutetóides. Aços


com menos de 0,77%C são chamados hipoeutetóides e com
mais de 0,77%C são chamados hipereutetóides.

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Embora a perlita não seja uma fase, e sim um constituinte, é
possível prever quais são as microestruturas presentes nos aços
após o resfriamento lento.

Os aços hipoeutetóides (até 0,77%C) apresentam em sua


microestrutura ferrita e perlita conforme mostra a figura
esquemática abaixo.

A figura a seguir mostra o aspecto micrográfico de um aço


hipoeutetóide com aproximadamente 0,3%C, submetido ao
ataque reativo de nital, ampliado 200 vezes. Os grãos escuros
são de perlita e os grãos brancos são de ferrita.

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Os aços eutetóides (0,77%C) apresentam em sua microestrutura
somente perlita, conforme mostra a figura esquemática abaixo.

A figura a seguir mostra o aspecto micrográfico de um aço


eutetóide com 0,77%C, submetido ao ataque reativo de nital,
ampliado 1000 vezes.

Nota-se a estrutura lamelar; as linhas escuras representando a


cementita e as linhas brancas a ferrita

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Os aços hipereutetóides (0,77% a 2,11%C) apresentam em sua
microestrutura perlita e cementita, conforme mostra a figura
esquemática a seguir.

A figura a seguir mostra o aspecto micrográfico de um aço


hipereutetóide com aproximadamente 1%C, submetido ao ataque
reativo de picral, ampliado 200 vezes.

Nota-se que a cementita está disposta em torno dos grãos de


perlita, formando uma rede.

Os aços hipoeutetóides apresentarão tanto maior quantidade de


ferrita quanto menos carbono contiverem, e os aços
hipereutetóides tanto maior quantidade de cementita quanto mais
se aproximarem do teor de 2,11% de carbono. A figura a seguir
mostra de modo esquemático o teor de carbono e sua
microestrutura correspondente.

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Os aços hipoeutetóides (0,4%C por exemplo) têm pouco
carbono, portanto há pouca perlita e quase nenhuma cementita
livre. A maior parte de massa constitui-se de ferrita que é Fe ,
caracterizando-se pela baixa dureza, porém com alta ductilidade.
O diagrama de fase apresentado a seguir, indica as fases
presentes nos pontos determinados e o respectivo estado físico
do aço hipoeutetóide com 0,4% C, quando submetido ao
resfriamento lento.

Temperatura Estado Fases


Ponto Comentários
aproximada físico presentes
A 1600ºC líqüido líqüida Toda a matéria líqüida. Todo o carbono dissolvido
B 1480ºC líqüido líqüida Início da solidificação. Forma-se o primeiro cristal sólido
líqüida
Campo bifásico.
C 1450ºC mistura +
O líqüido vai transformando-se continuamente em austenita
sólida
D 1350ºC sólido austenita Todo material solidificado. O ultimo líqüido solidificou-se
Apenas sólido presente – austenita - é Fe CFC com todo
E 1000ºC sólido austenita
carbono dissolvido
Início da transformação da austenita em ferrita. O carbono
F 780ºC sólido austenita
começa a liberta-se
austenita
CFC transforma-se continuamente em CCC, libertando
G 750ºC sólido +
carbono para formar a perlita
ferrita
perlita
H 727ºC sólido + Completada a transformação
ferrita
perlita
I <727ºC sólido + Material pronto para ser utilizado
ferrita

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Nos aços hipereutetóides ( 0,9%C por exemplo), devido ao alto
teor de carbono, teremos a formação de cementita mais a perlita.
O diagrama de fase apresentado a seguir mostra as fases
presentes e o respectivo estado físico do aço hipereutetóide com
0,9% C ,quando submetido ao resfriamento lento.

Temperatura Estado Fases


Ponto Comentários
aproximada físico presentes
Toda a matéria líqüida. Todo o carbono
A > 1500ºC líqüido líqüida
dissolvido.
Início da solidificação. Forma-se o primeiro
B 1500ºC líqüido líqüida
cristal sólido.
líqüida Campo bifásico.
C 1450ºC mistura + O líqüido vai transformando-se continuamente
sólida em austenita.
Todo material solidificado.
D 1430ºC sólido austenita
O último líqüido solidificou-se.
Apenas sólido presente - austenita - é Fe CFC
E 1000ºC sólido austenita
com todo carbono dissolvido.
Início da transformação da austenita em
F 800ºC sólido austenita
cementita. O carbono começa a libertar-se.
austenita CFC transforma-se continuamente em CCC,
G 760ºC sólido + libertando carbono para formar a cementita.
cementita
perlita
H 727ºC sólido + Completada a transformação.
cementita
perlita
I < 727ºC sólido + Material pronto para ser utilizado.
cementita

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Um aço resfriado muito lentamente a partir do campo austenítico
apresentará, em temperatura ambiente, uma ou mais das fases
ferrita, perlita e cementita, dependendo de seu teor de carbono.

Porém, se o resfriamento do aço a partir da região austenítica for


muito rápido impede-se a formação da perlita. Certamente
produz-se um rearranjo cúbico de face centrada (CFC) para
cúbico de corpo centrado (CCC), porém os átomos de carbono
permanecem retidos em seu núcleo. Como o resfriamento é
rápido e a dimensão do reticulado cristalino é menor que a
dimensão do reticulado cristalino , o carbono é forçado a
permanecer no reticulado cristalino , causando deformação e
tensão, a conseqüência disso é uma estrutura dura, quebradiça,
acicular denominada martensita, que não é prevista no diagrama
ferro carbono.

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Tratamentos térmicos são ciclos térmicos a que são submetidos
os aços. São compostos por operações de aquecimento, a uma
velocidade adequada, com permanência por tempo suficiente em
temperatura de tratamento correta e velocidade de resfriamento
compatível com o objetivo desejado.

Os tratamentos térmicos visam alterar a estrutura natural dos


aços, conferindo ou melhorando suas propriedades mecânicas.

Os principais objetivos dos tratamentos térmicos são:


remoção de tensões internas (oriundas de resfriamento
desigual, trabalho mecânico ou outra causa);
aumento ou diminuição da dureza;
aumento da resistência mecânica;
melhora da ductilidade;
melhora da usinabilidade;
melhora da resistência ao desgaste;
melhora das propriedades de corte;
melhora da resistência à corrosão;
melhora da resistência ao calor;
modificação das propriedades elétricas e magnéticas.

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O tratamento térmico é composto por um ciclo de tempo -
temperatura, e os fatores mais importantes a considerar são:
aquecimento, tempo de permanência nessa temperatura e
resfriamento.

- como o objetivo principal do tratamento


térmico é a modificação de suas propriedades mecânicas.
Verifica-se que isso só é conseguido mediante uma alteração em
sua estrutura. Assim sendo, o aquecimento é feito acima da zona
crítica até sua completa austenitização, ou seja, a dissolução
total do carboneto de ferro no ferro gama. O diagrama de fase
Fe-C permite visualizar as temperaturas mínimas de
transformação alotrópica em função do teor de carbono do aço
em tratamento.

Na fase de aquecimento, dentro do processo de tratamento


térmico, são apropriadamente consideradas a velocidade e a
temperatura máxima de aquecimento.

A velocidade de aquecimento deve ser adequada à composição


e ao estado de tensões do aço.

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Como tendência geral, o aquecimento muito lento provoca um
crescimento excessivo dos grãos de austenita, tornando o aço
frágil. Por outro lado, um aquecimento muito rápido em aços
ligados ou em aços com tensões internas (provocadas por
fundição, forjamento, etc.) poderá provocar empenamento ou
mesmo aparecimento de fissuras.

A temperatura de aquecimento deverá ser adequada para que


ocorram as modificações estruturais desejadas. Se ela for inferior
a temperatura de transformação, as modificações não ocorrerão;
se for demasiadamente superior ocorrerá um crescimento
indesejável dos grãos de austenita. Essa temperatura de
aquecimento depende da composição química do aço e
principalmente do seu teor de carbono.

A figura a seguir mostra de modo esquemático o crescimento do


grão da austenita devido a temperaturas excessivas.

Na prática, o máximo que se admite é 50ºC acima de A3 para os


aços hipoeutetóides. Para os aços hipereutetóides, devido à
necessidade de altas temperaturas para dissolução do carboneto
de ferro, será inevitável o crescimento de grão de austenita. No
tratamento térmico, o crescimento do grão de austenita é mais
prejudicial que a presença de carboneto não dissolvido; assim, a
temperatura recomendada é inferior à linha Acm , mais
precisamente, 50ºC acima de A1.

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– o tempo de permanência na mesma
temperatura deve ser o suficiente para que as peças se
austenitizem de modo uniforme em toda a secção. Se o tempo
de permanência for além do necessário, pode haver indesejável
crescimento dos grãos de austenita. Empiricamente, adotam-se
2 minutos por milímetro de espessura. Assim, para uma peça
com 20mm de espessura serão necessários 40 minutos de
permanência na temperatura de aquecimento para a completa
difusão dos elementos da liga na austenita.

– Este é o fator mais importante do ponto de


vista de tratamento térmico, pois a velocidade de resfriamento
determinará efetivamente a estrutura e as propriedades finais
desejadas.

Os meios de resfriamento usuais são: ambiente do forno, ar e


meios líqüidos. O quadro abaixo apresenta em ordem crescente
de velocidade alguns meios de resfriamento.

Meio de resfriamento
Solução aquosa a 10% NaOH
Solução aquosa a 10% NaCL
Solução aquosa a 10% Na2CO3

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Água a 0ºC
Água a 18ºC
Água a 25ºC
Óleo 1
Óleo 2
Óleo 3
Água a 50ºC
Tetracloreto de carbono
Água a 75ºC
Água a 100ºC
Ar liqüido
Ar
Vácuo

A figura ao lado permite


comprovar a importância
do diagrama de
resfriamento contínuo na
determinação dos
constituintes e suas
respectivas
propriedades, que
resultam de quando os
aços são submetidos a
diferentes velocidades de
resfriamento.

Examinando a figura podemos concluir que: um aço esfriado


muito lentamente, no forno, por exemplo (curva A), começa a se
transformar em perlita ao atingir o ponto Ai e, ao atingir Af, é
inteiramente Transformado em perlita. Essa perlita é de
granulação grosseira e apresenta baixa dureza; logo, aços
esfriados muito lentamente apresentam, em temperatura
ambiente, o constituinte perlita de granulação grosseira e de
baixa dureza.

Com esfriamento mais rápido, em ar, por exemplo (curva B), o


aço apresentará perlita fina, com dureza elevada. Com
velocidade de esfriamento maior, em óleo (curva C), a

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transformação iniciada em Ci e terminada em Cf dá como
constituinte perlita mais fina, com dureza maior. Com
resfriamento ainda mais rápido (curva D), verifica-se que o início
de transformação se dá no ponto Di. A velocidade de
esfriamento agora é tal que não possibilita que a curva de
esfriamento D toque na curva de fim de transformação, de
modo que a transformação em perlita apenas se inicia,
interrompendo-se em seguida e, ao atingir o ponto D Mi, a
austenita que não se transformou passa a martensita, cuja
formação termina em DMf. A estrutura resultante dessa
velocidade de esfriamento é simultaneamente perlita e
martensita.

Com esfriamento muito rápido (curva F), em água, verifica-se


que a curva de esfriamento não toca na curva de transformação,
de modo que não há transformação da austenita em produto
lamelar, mas simplesmente passagem a martensita, quando, no
esfriamento, são atingidas as temperaturas correspondentes a
Mi e Mf. Logo, os aços esfriados mais rapidamente são os mais
duros. Há uma curva de esfriamento (curva E), que tangencia a
curva C de início de transformação para esfriamento contínuo.

Essa velocidade de esfriamento, denominada velocidade crítica


de têmpera, indica que é desnecessário esfriar-se o aço mais
rapidamente para que se produza estrutura martensítica. Pode-
se definir a velocidade crítica de esfriamento (ou de têmpera)
como a menor velocidade de esfriamento que produzirá
estrutura inteiramente martensítica.

Em última análise, o tratamento térmico será escolhido de


acordo com a estrutura e as propriedades que se desejam.
Assim, quando se visa obter a máxima dureza, deve-se procurar
produzir a estrutura martensítica, isto é, escolher um tratamento
térmico com esfriamento rápido. Quando se visa ao mínimo de
dureza, é necessária a estrutura perlítica, ou seja um
resfriamento lento.

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Efeitos da secção da peça - A velocidade de esfriamento é
afetada pela secção da peça, pois seu interior se esfria mais
lentamente que a superfície. A figura abaixo mostra de modo
esquemático o esfriamento do centro e o da superfície de uma
peça em três meios de esfriamento diferentes.

É o tratamento térmico que visa reduzir a dureza do aço,


aumentar a usinabilidade, diminuir a resistência à tração,
remover tensões de trabalhos a frio ou a quente, atingindo a
microestrutura ou as propriedades desejadas.

Existem, basicamente, 3 tipos principais de recozimento:


Recozimento total ou pleno.
Recozimento para alívio de tensões ou subcrítico.
Esferoidização.

– consiste em austenitizar o
aço a uma temperatura de mais ou menos 50ºC acima da linha
A3 para aços hipoeutetóides e de 50ºC acima de A1 para
hipereutetóides. O aço deve ser mantido nesta temperatura o
tempo suficiente para que ocorra a solubilização do carbono e
dos outros elementos de liga na austenita. Em seguida, deve-se
fazer um resfriamento lento dentro do próprio forno,
controlando-se a velocidade de resfriamento de
aproximadamente 25ºC por hora. O diagrama de fase Fe-C

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apresentado abaixo mostra de modo esquemático as faixas de
temperatura para o recozimento pleno.

Obtém-se, no recozimento pleno, uma estrutura de perlita


grosseira que é a microestrutura ideal para melhorar a
usinabilidade dos aços de baixo e médio teor de carbono (0,2%
a 0,6%C); para aços de alto carbono, é preferível a estrutura
“esferoidita”; obtida pelo coalescimento.

A figura ao lado indica que os


constituintes estruturais que
resultam do recozimento pleno
são: perlita para os aços
eutetóide, perlita e ferrita para
os aços hipoeutetóides e
perlita e cementita para os
aços hipereutetóides.

consiste no aquecimento do aço a uma temperatura entre 10ºC


e 20ºC abaixo de A1, objetivando aliviar tensões provocadas por
transformações mecânicas, corte por chama, soldagem, etc.

A peça deve ser mantida a essa temperatura de 1 a 2 horas e,


em seguida, resfriada lentamente no próprio forno, na cal ou ao
ar livre. A figura a seguir mostra esquematicamente as faixas de

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temperaturas utilizadas no recozimento para alívio de tensões
ou subcrítico.

o recozimento de esferoidização aplica-se


principalmente em aços de médio e alto teor de carbono, com a
finalidade de melhorar a usinabilidade. O tratamento objetiva
transformar a rede de lâminas de cementita, em forma globular
ou esferoidal de carboneto, em aço. A figura a seguir mostra
esquematicamente a microestrutura do aço, antes e após o
recozimento de esferoidização.

Antes Depois

Para ocorrer essa transformação, o aço deve ser aquecido entre


680ºC e 750ºC. Esta temperatura deve ser mantida o tempo
suficiente para homogeneizar a temperatura em toda a peça e o
resfriamento deve ser lento, cerca de 10º a 20ºC por hora. A
figura a seguir mostra esquematicamente as faixas de
temperaturas utilizadas no recozimento de esferoidização.

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Esse tratamento térmico consiste
na austenitização completa do
aço, seguida de resfriamento em ar
tranqüilo. A figura aao lado mostra
no diagrama Fe-C que a faixa de
temperatura para a normalização,
supera a linha A3 para os aços
hipoeutetóides e a linha Acm para os
aços hipereutetóides. Essa
temperatura situa-se entre 35ºC e
40ºC, conforme o teor de carbono
do aço em consideração.

O objetivo deste tratamento é obter uma microestrutura mais fina


e homogênea dos cristais. A normalização é usada no aço, após
a fundição, forjamento ou laminação, preparando-o para uma
boa resposta à têmpera.
Têmpera - é um tratamento térmico que executamos no aço
com teor de carbono maior que 0,3%C, com a finalidade de
obter combinações de dureza e resistência mecânica. A
estrutura que permite tais combinações é a estrutura
martensítica.

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A têmpera é composta por um conjunto de três etapas:
aquecimento, manutenção numa determinada temperatura e
resfriamento.

No aquecimento, o aço deve ser austenitizado em torno de 50ºC


acima da linha A3 para aços hipoeutetóides. Para aços
hipereutetóides a temperatura é de 50ºC acima de A1, isto é,
nos aços hipoeutetóides a ferrita e a perlita se transformam em
austenita. Nos aços hipereutetóides a perlita se transforma em
austenita e a cementita continua inalterada por ser um
constituinte duro.

A figura a seguir mostra no diagrama Fe-C a faixa de


temperatura de têmpera em função da porcentagem de carbono
no aço.

A permanência do aço numa determinada temperatura deve ser


suficiente para que a superfície e o centro da peça adquiram a
mesma temperatura e ocorra a solubilidade completa do
carbono. Como regra, 2 minutos por milímetro de espessura do
material são suficientes.

O resfriamento na têmpera determina efetivamente a estrutura


martensítica, portanto ele deve ser feito em um meio que
possibilite uma curva de resfriamento que passe à esquerda do
cotovelo da curva em C , evitando assim a transformação da
austenita em produtos normais. A figura a seguir mostra a curva

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de resfriamento para temperar aço 1080 ; a linha Mi indica o
início, e a linha Mf, o fim da transformação da austenita em
martensita.

É um tratamento térmico que normalmente se realiza após a


têmpera com a finalidade de aliviar as tensões internas, diminuir
a dureza excessiva e a fragilidade da martensita temperada, e,
assim, aumentar a ductilidade e resistência ao choque. O
revenido deve ser feito logo após a têmpera, para se evitar a
perda de peças por ruptura provocada pelas tensões da
têmpera. A figura a seguir mostra de modo esquemático o ciclo
de têmpera e revenido.

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A temperatura do revenido varia em
função do tipo de aço, dureza e
característica mecânica desejada. O
diagrama abaixo permite avaliar o efeito
da temperatura de revenido sobre a
dureza e a resistência ao choque de um
aço 1045 temperado. Cada material possui
uma curva característica.

A temperatura de revenido também tem o objetivo de regularizar


a dureza. Isso pode ser feito de duas maneiras. Uma delas é
experimental, e se revine a peça aos poucos a partir de 100ºC,
medindo-se a dureza em cada faixa até que se obtenha a dureza
desejada. Outra maneira é a consulta aos diagramas de
revenido, onde se lê diretamente o valor da temperatura em
função da dureza desejada. Um exemplo de aplicação do
diagrama é apresentado na figura abaixo.

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A manutenção numa determinada temperatura é um importante
fator para peças de massa elevada. Como regra, deve-se
manter por 60 minutos, adicionando-se uma hora para cada
polegada de espessura da peça.

O esfriamento após o revenido é feito em ar livre, salvo nos


casos de aços que sofrem um fenômeno chamado fragilidade ao
revenido (aços ligados ao Cr e Ni), quando revenidos nas faixas
entre 260ºC e 315ºC e, também, entre 450ºC e 600ºC. É
recomendado que, no caso de dúvida quanto à susceptibilidade
do aço a este problema ou quando o revenido tiver que ser feito
nestas faixas de temperatura, que seja seguido de resfriamento
brusco em água fria.

Esses tratamentos baseiam-se no conhecimento das curvas em


C ou TTT e nos fenômenos que ocorrem durante o
aquecimento e o resfriamento dos aços, possibilitando substituir
com vantagens os tratamentos térmicos convencionais. Dentre
esses tratamentos, destacam-se a austêmpera e a martêmpera.

Esse tratamento isotérmico aproveita as transformações da


austenita que ocorrem a uma temperatura constante. O
constituinte que se origina na austêmpera é a bainita, que se
caracteriza pela alta ductilidade, tenacidade e resistência
mecânica, conhecida como “efeito mola”, portanto, com
propriedades superiores à da martensita revenida. A austêmpera
consiste em submeter o aço a uma seqüência de operações e
transformações:
aquecimento a uma temperatura que possibilite a
austenitização; como regra, seguir os parâmetros de
aquecimento da têmpera;
resfriamento num banho mantido a uma temperatura
constante, geralmente entre 260ºC e 400ºC;
permanência no banho a essa temperatura para,
isotermicamente, ocorrer a transformação da austenita em
bainita;

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resfriamento até a temperatura ambiente, em ar livre
ou banho de sal.

A figura a seguir representa esquematicamente o diagrama de


transformação da austêmpera.

Esse tratamento consiste em interromper o resfriamento a partir


da temperatura de austenitização, de modo a retardar o
resfriamento do aço por alguns instantes em uma temperatura
pouco superior à linha MI (temperatura de início da
transformação martensítica), resultando numa uniformização de
temperatura na superfície e no centro das peças submetidas a
esse tratamento. Esse procedimento diminui a perda de peças
por trincas e empenos, que são defeitos causados pelo
resfriamento rápido da têmpera convencional. A martêmpera
consiste em submeter o aço a uma seqüência de operações:
Aquecimento a uma temperatura de austenitização;
Resfriamento num meio fluido quente (óleo quente,
banho de sal) até uma temperatura acima da transformação
martensítica (linha Mi );
Manutenção nesse meio de resfriamento até a
uniformização da temperatura entre a superfície e o núcleo
da peça;

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Resfriamento posterior a uma velocidade moderada
(geralmente em ar) de modo a prevenir diferenças de
temperatura entre a superfície e o núcleo das peças.

Após a martêmpera, as peças são submetidas a uma operação


comum de revenido, como se tivessem sido temperadas. A
figura a seguir representa esquematicamente o diagrama de
transformação da martêmpera.

Na têmpera superficial produz-se uma mudança da estrutura


cristalina localizada apenas na superfície do aço, que adquire as
propriedades e características típicas da estrutura martensítica.

Esse processo tem como objetivo aumentar consideravelmente a


resistência ao desgaste na superfície e manter a tenacidade do
núcleo das peças tratadas.

Devem ser empregados aços de 0,3% a 0,6% de teor de


carbono.

A têmpera superficial pode ser realizada por dois processos:


chama e indução.

31
- o aquecimento da peça é feito por
meio da incidência de uma chama oxiacetilênica na superfície da
peça, a uma temperatura acima da zona crítica (727ºC), atingindo
uma camada predeterminada a endurecer; em seguida é feito um
resfriamento por jateamento de água.

Existem dois métodos de aquecimento para têmpera superficial :


circular e linear. A figura a seguir mostra esquematicamente uma
peça submetida ao método circular combinado com o movimento
progressivo giratório.

A próxima figura mostra esquematicamente um dispositivo


próprio para têmpera superficial linear.

32
- o calor para aquecer a
peça até a temperatura de austenitização pode ser gerado na
própria peça por indução eletromagnética.A peça a ser
temperada é colocada dentro de uma bobina. Um gerador
fornece a corrente elétrica de alta freqüência, que cria um campo
magnético na bobina. Esse campo magnético provoca um fluxo
de corrente elétrica na peça (princípio de indução). O
aquecimento da peça é gerado pela resistência do material ao
fluxo da corrente elétrica. A figura a seguir mostra o processo de
têmpera superficial por indução.

Alcançada a temperatura de têmpera, resfria-se rapidamente a


peça por meio de um jato de água ou óleo.

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Os processos termoquímicos são aplicados nos aços com baixo
teor de carbono com o objetivo de aumentar sua dureza
superficial e a resistência ao desgaste, mantendo o núcleo dúctil
e tenaz.

Absorvendo um elemento endurecedor, o material modifica sua


composição química superficial. A figura a seguir ilustra esta
situação.

Os tratamentos termoquímicos mais usados são:


cementação;
nitretação;
carbonitretação;
boretação.

Esses tratamentos são feitos com substâncias sólidas, líquidas


ou gasosas.

Aplica-se a aços com até 0,30% de carbono e com baixo teor de


elementos de ligas.
A cementação é aplicada em peças como engrenagens, eixos,
parafusos, etc., que necessitam de resistência mecânica e de alta
dureza na superfície e núcleo dúctil com boa tenacidade.

O aço é colocado em um meio rico em carbono e aquecido a uma


temperatura acima da temperatura de transformação em

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austenita, pois neste estado ele consegue dissolver melhor o
carbono. A profundidade de penetração do carbono depende do
tempo de cementação.

O diagrama abaixo mostra a influência do tempo e da


temperatura na penetração superficial de carbono.

Como o processo se dá por difusão, a camada superficial apresentará grande


saturação do elemento carbono na superfície, decrescendo em direção ao núcleo como
mostra a figura abaixo.

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As temperaturas de cementação mais elevadas favorecem a
penetração reduzindo o tempo de cementação, porém, conferem
uma granulação mais grosseira, o que reduz os limites de
resistência a tração, torção, flexão, etc.

Os valores mais usuais de temperatura de cementação oscilam


de 850ºC a 950ºC.

O tempo de cementação é determinado em função da espessura


da camada cementada desejada, da temperatura e do meio
cementante. Obviamente, quanto maior for o tempo e mais alta
a temperatura, mais profunda será a camada.

A tabela abaixo relaciona o tipo de cementação com o meios


cementantes

Tipo de cementação Meios cementantes


Sólida Carvão vegetal duro
(caixa) Carvão coque 20%
Ativadores 5 a 10%
Líquida Cianeto de sódio
(banho em sais fundidos) Cianeto de bário
Cianato de sódio
Cianato de bário
Outros sais
Gasosa Gás metano
(fornos de atmosfera) Gás propano, etc.

Os aços, depois de submetidos à cementação, devem ser


temperados; geralmente não se faz o revenido, mas, se for
necessário aliviar as tensões residuais da têmpera, faz-se, então
o revenido com temperatura entre 160º e 200ºC.

É um tratamento termoquímico de endurecimento superficial


semelhante à cementação, que se caracteriza pela introdução
superficial de nitrogênio no aço até uma certa profundidade, sob
a ação de um ambiente nitrogenoso a uma temperatura
determinada, para formar uma camada dura de nitretos.
A nitretação é realizada com os seguintes objetivos:

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obtenção de elevada dureza superficial, maior do que
nos outros processos, exceto na boretação;
aumento da resistência ao desgaste;
aumento da resistência à fadiga;
aumento da resistência à corrosão;
melhoria de resistência superficial ao calor.

A nitretação é realizada com temperatura inferior à zona crítica,


de 500ºC a 560ºC, tornando as peças menos suscetíveis a
empenamentos ou distorções. Após a nitretação, não é
necessário têmpera para produzir dureza na camada nitretada.

A nitretação pode ser feita em meio líquido ou gasoso. O


nitrogênio introduzido na superfície do aço combina-se com o
ferro, formando uma camada de nitreto de ferro de elevada
dureza.

Na nitretação gasosa, o elemento nitretante é a amônia que se


decompõe, parcialmente, fornecendo o nitrogênio. Nesse
processo, o tempo de formação da camada é muito grande, como
mostra o gráfico abaixo.

Na nitretação líquida, o meio nitretante são banhos de sais


fundidos, em geral cianetos e cianatos, responsáveis pelo
fornecimento do nitrogênio.

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A nitretação líquida apresenta vantagens sobre a gasosa, pois
confere ao aço camadas mais profundas em menos tempo e
reduz a possibilidade de deformações. Oferece bons resultados
também para os aços ao carbono.

O gráfico a seguir mostra a influência do carbono e dos


elementos de liga na profundidade da camada nitretada. Nota-se
que a profundidade de penetração é tanto menor, quanto maior o
teor de carbono.

Processo de introduzir carbono e nitrogênio no aço a partir de


uma mistura gasosa apropriada. O carbono provém de um gás
rico em carbono e o nitrogênio a partir da amônia. É um processo
misto de cementação a gás e nitretação a gás, e sua temperatura
varia de 700ºC a 900ºC. O objetivo principal da carbonitretação é
formar no aço uma camada resistente ao desgaste, de 0,07mm a
0,7mm, e é usada geralmente em peças de pequeno porte, como
componentes de máquinas de escrever, carburadores, relógios e
aparelhos eletrodomésticos.

Processo mais recente entre os tratamentos superficiais nos


aços carbono, aços liga, ferro fundido comum e nodular.

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O processo consiste no enriquecimento superficial do aço com de
boro e se efetua em meio sólido de carboneto de boro a uma
temperatura de 800ºC a 1050ºC. O composto formado na
superfície da peça boretada é o boreto de ferro, com dureza
elevadíssima, que, medida na escala Vickers, alcança 1700
2 2
kgf/mm a 2000 kgf/mm (16.680 MPa a 19.620 MPa).

A alta dureza da camada boretada oferece elevada resistência ao


desgaste e resistência à corrosão.

Essa camada é resultado do tempo de boretação que varia de 1 a


8 horas. O diagrama a seguir permite verificar a profundidade
da camada boretada em função do tempo e da temperatura.

O aço boretado é usualmente temperado e revenido.

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Temperar e revenir são operações de tratamento térmico
destinadas a aços carbono e aços ligados, conferindo ao aço
tratado propriedades mecânicas de dureza e,
consequentemente, resistência ao desgaste.

Na operação de têmpera, o aço adquire elevada dureza


acompanhada de tensões e fragilidades, que são características
da estrutura martensítica, obtida pelo resfriamento rápido.

O revenido reduz a fragilidade provocada pela têmpera, corrige


a dureza e aumenta a tenacidade do aço temperado.
Normalmente a operação de revenir acompanha a operação de
têmpera.

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1. Ligue o forno.

2. Regule a temperatura de aquecimento.

Observação
A temperatura de aquecimento deve ser de 50ºC acima da
linha A3 para aços hipoeutetóides e de 50ºC acima da linha A1
para aços hipereutetóides.

3. Coloque o material no forno.

Observação
O tempo de permanência na temperatura de aquecimento deve
ser suficiente para a completa difusão dos elementos da liga na
austenita. Como regra, adota-se um tempo de 2 minutos por
milímetro de bitola.

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4. Resfrie o material para efetivar a operação de têmpera.

Observações
A velocidade de resfriamento está relacionada à severidade do
meio (água ou óleo), ao tipo de aço, ao grau de agitação e ao
volume da peça.
resfriamento deve ser feito em um meio liquido para possibilitar
a formação da martensita.
As peças devem ser mergulhadas sempre na vertical.
Deve-se agitar a peça ou o meio de resfriamento para garantir
que a curva de resfriamento passe à esquerda da curva em “C”
do aço em tratamento.

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1. Regule a temperatura de aquecimento.

Observação
A temperatura de aquecimento varia em função do tipo de aço,
da dureza e da característica mecânica desejada.

Cada material tem uma curva característica.

2. Coloque o material no forno.

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Observação
O tempo de permanência na temperatura de aquecimento deve
ser de no mínimo 60 minutos para peças com até 25mm de
espessura. Para peças de massa elevada, acrescentar 60
minutos para cada 25mm de espessura.

3. Resfrie o material para efetivar a operação de revenido no


aço temperado.

Observações
A velocidade de resfriamento deve ser média, normalmente ao
ar tranqüilo.
Aços ligados ao cromo e níquel, principalmente, devem ser
resfriados em água para evitar o fenômeno chamado de
fragilidade ao revenido.

4. Repetir a operação até obter a dureza desejada.

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O recozimento pleno ou simplesmente recozimento é um
tratamento térmico que deve ser feito para recuperar e
homogeneizar a estrutura cristalina do aço. Visa reduzir
principalmente a dureza do aço, recuperando a usinabilidade em
peças que sofreram têmpera, forjamento, laminação ou
deformação a frio. O recozimento pleno é composto
basicamente por três fases: aquecimento, tempo de
permanência à temperatura e resfriamento.

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1. Ligue o forno.

2. Regule a temperatura de aquecimento.

Observação
A temperatura de aquecimento deve ser de 50ºC acima da linha
A3 para aços hipoeutetóides e de 50ºC acima da linha A1 para
aços hipereutetóides.

3. Coloque o material no forno.

Observação
O tempo de permanência na temperatura de aquecimento deve
ser suficiente para a completa difusão dos elementos da liga na
austenita. Como regra, adota-se um tempo de 2 minutos por
milímetro de bitola.

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4. Resfrie o material para efetivar o recozimento.

Observações
O resfriamento deve ser feito no próprio forno ou na câmara de
esfriamento a uma velocidade de 25ºC por hora.
Um método empírico consiste em recobrir as peças com
cavacos de ferro fundido, cinza, cal virgem em pó ou qualquer
material que seja mal condutor de calor para diminuir a
velocidade de resfriamento.

A microestrutura obtida no recozimento pleno é a perlita


grosseira de baixa dureza, que é o constituinte ideal para
melhorar a usinabilidade dos aços.

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