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CONSTRUÇÃO CIVIL
RESUMO
De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), atual Ministério da Economia, 40% dos
acidentes do trabalho que ocorrem no país estão relacionados a quedas de funcionários em altura.
Em busca da redução do índice de acidentes por queda, foi desenvolvida a Norma
Regulamentadora Nº 35, que determina para trabalho em altura (2,00 metros acima do nível inferior)
é um importante instrumento de referência para que estes trabalhos sejam realizados de maneira
segura. Utilizando-se dados fornecidos pela FUNDACENTRO, Secretaria do Trabalho do Ministério
da Economia, Organização Mundial do Trabalho (OIT), Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e
Portaria 3.214 (BRASIL, 1978), este trabalho analisou os índices de acidente do trabalho
envolvendo queda em altura no Brasil antes e depois da entrada em vigência da Norma
Regulamentadora Nº 35, no intuito de constatar se sua aplicabilidade está sendo efetiva no combate
de acidentes do trabalho envolvendo queda em altura, a fim de garantir a saúde e segurança dos
trabalhadores que realizam tais atividades no setor de construção civil.
1. INTRODUÇÃO
O mais recente Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho (AEAT),aponta que a
construção civil é um dos segmentos que mais registram acidentes de trabalho no Brasil, a
construção civil é o primeiro do país em incapacidade permanente, o segundo em mortes
(perde apenas para o transporte terrestre) e o quinto em afastamentos com mais de 15 dias.
De acordo com o ultimo Anuário Estatístico da Previdência Social (2017), ocorreram
549.405 acidentes de trabalho em todo o país. Na construção civil, foram 30.025, equivalente
a 5,46% de todos os casos. O número de afastamentos do emprego por mais de 15 dias por
conta das atividades profissionais no Brasil foi de 142.782. No setor, o número chegou a
11.894 na construção – 8,3% do total.
Dentro deste contexto é importante dizer que a queda é uma das principais causas de
acidentes fatais no Brasil, representando 10,6% dos registros de acidentes de trabalho
reportados pelas empresas ao INSS no de 2017. Conforme dados do órgão, das 349.579
Comunicações de Acidentes de Trabalho (CATs) entregues em 2017 referentes a acidentes
típicos e doenças, 37.057 foram relacionadas a quedas.
Com o objetivo de garantir a observância de padrões de segurança, além de
estabelecer diretrizes, minimizar o índice de acidentes de trabalho principalmente no que
tange as atividades realizadas em altura o Ministério do Trabalho, publicou a Portaria SIT nº
313 (BRASIL,2012), colocando em vigência a Norma Regulamentadora nº 35, por meio da
Portaria 3.214 (BRASIL, 1978),que estabelece os requisitos mínimos e as medidas de
proteção para as atividades executadas acima de 2,00m (dois metros) do nível inferior onde
haja risco de queda, denominadas trabalho em altura.
O trabalho em altura é uma atividade que deve ser planejada, evitando-se caso seja
possível, a exposição do trabalhador ao risco, quer seja pela execução do trabalho de outra
forma, por medidas que eliminem o risco de queda ou mesmo por medias que minimizem as
suas consequências, quando o risco de queda com diferenças de níveis não puder ser
evitado. Os preceitos da antecipação dos riscos para a implantação de mediadas adequadas,
pela utilização de metodologias de análise de risco e de instrumentos como as Permissões de
Trabalho e, é justamente isto que deve nortear a elaboração de uma norma regulamentara.
(BRASIL, 2014).
A presente pesquisa teve como foco principal a observação da evolução dos acidentes
do trabalho em atividades de altura, a partir da aplicação da Norma Regulamentadora nº 35,
além da aplicabilidade da norma no setor da construção civil.
2. OBJETIVOS
Levantamento de índices de
Consulta em jornais, revistas, sites
acidentes de queda em altura na
de órgãos envolvidos com o tema
construção civil em todo o território
pesquisado
nacional.
METODOLOGIA DE ESTUDO
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Este capítulo apresenta o referencial teórico que subsidia esta pesquisa, com foco em
riscos do trabalho em altura na construção civil, considerações sobre acidentes do trabalho
em decorrência de atividades acima de 2,00 m (dois metros) de altura e evolução histórica
destes acidentes. Por fim, é abordada a Portaria SIT 313 (BRASIL, 2012), que estabelece a
Norma Regulamentadora Nº35.
A Norma Regulamentadora nº 35, NR – 35, aplica-se a toda atividade executada
acima de 2,00 m (dois metros) do nível inferior onde haja risco de queda (BRASIL, 2012), ou
seja, trabalhos realizados acima de 2,0m (dois metros), onde se possa adotar todas as
medidas de proteção coletiva que eliminem o risco de queda durante sua realização e acesso
ao posto de trabalho não são abrangidos pela NR-35, assim como as atividades realizadas
com risco de queda com altura inferior a dois metros de altura (PAMPALON,2002).
Atualmente a construção civil é um dos setores onde mais ocorrem acidentes por
queda, seguido pelos setores de transporte de carga, comércio, hospitais e similares. Os
principais agentes causadores desses acidentes são escadas (móveis, fixadas ou
permanentes), andaimes e plataformas de edifícios ou estruturas e veículos motorizados
(quedas de caçambas de caminhões, por exemplo). Das 161 mortes causadas por queda em
2017, 56 foram de trabalhadores que caíram de andaimes e plataformas e 34 de veículos –
juntos, esses registros representaram 55,90% dos óbitos.
Roque (2011) explica que as principais causas de acidentes com queda na indústria
da construção civil são:
Gribeler (2012), afirma que para prevenir quedas, é necessário aplicar alguns
procedimentos, dentre eles:
a) Redução do tempo em atividade perigosa: deslocar todo serviço que possa ser
executado no solo. Exemplo: peças pré-montadas;
b) Impedir a queda: extinguir o risco, organizando o trabalho na obra. Exemplo:
guarda-corpo;
1
http:// www.saudeetrabalho.com.br
c) Limitar a queda: se a queda for inevitável, é necessário empregar proteções que a limitem.
Exemplo: redes de proteção;
Firetti (2013) salienta que os riscos de queda podem ser diminuídos ou até mesmo
anulados através de proteções individuais e/ou coletivas.
Grande parte das medidas propostas na NR-35, são previstas na etapa de maior
eficácia na redução de acidentes com quedas, o planejamento, levando em conta a
hierarquização da escolha na forma de execução da atividade, priorizando a segurança do
trabalhador. De forma que, a primeira opção será o questionamento se há outra forma de
execução do trabalho que não exponha o trabalhador a altura, caso exista e seja viável,
então, esse deve ser adotado. Caso o trabalho em altura não possa ser excluído deve-se
reduzir o tempo de exposição desse trabalhador, como, por exemplo, executando parte do
serviço ao nível do solo, quando possível. Na impossibilidade de eliminar ou reduzir a
exposição dever-se-á tomar “medidas que eliminem o risco de queda” (BRASIL, 2012), como,
por exemplo, na utilização de sistemas de proteção coletiva ou ainda sistemas que limitam o
acesso do trabalhador a áreas de risco de queda.
No intuito de eliminação do risco de queda, um exemplo viável de proteção coletiva é o
guarda corpo rodapé como podemos observar na figura 4, que são proteções ativas, ou seja,
não exigem uma ação do trabalhador para protegê-lo.
Figura 4 – Guarda-corpo protegido com tela em andaime suspenso
Fonte: CASA DO CONSTRUTOR2, 2018
Os sistemas de proteção contra queda também podem ser de ordem individual, como
por exemplo os equipamentos de restrição de movimento que impossibilitam o trabalhador de
se expor ao risco de queda, tais como os cintos de restrição de deslocamento que impedem
que o trabalhador alcance a borda de uma laje ou zona perigosa.
Os equipamentos de retenção de queda são os que não evitam a queda, mas a
interrompem depois de iniciada, reduzindo as suas consequências, tais como redes de
segurança ou cintos de segurança tipo paraquedista, como pode-se observar na figura 5.
2
https://info.casadoconstrutor.com.br/
Figura 5 – Restrição de movimento individual
Fonte: RODEC AMADO3, 2019
3 https://rodecamado.com.br
A legislação prevê três ferramentas de gestão a serem elaboradas na fase de
planejamento das atividades em altura que são fundamentais na realização de trabalhos que
envolvam altura, a saber, a Análise de Risco (AR) e quando aplicável a Permissão e Trabalho
(PT) e o Procedimento Operacional (PO). Tais análises objetivam a antecipação de possíveis
riscos existentes na tarefa a ser executada, suas causas, consequências e medidas de
prevenção necessárias para realização segura.
No item 3.2.1 item “i” a Norma Regulamentadora nº35 exige que se estabeleça “uma
sistemática de autorização” (BRASIL, 2012) para trabalhos em altura, sendo de
responsabilidade da empresa definir uma forma própria, mas que evite que qualquer trabalho
que traga o risco de queda, possa ser iniciado sem uma vistoria inicial e sem a passagem por
uma avaliação da segurança para execução dos trabalhos.
As atividades de maior risco potencial de queda, dependendo da complexidade da
atividade e riscos associados, conforme a normativa, deverão ser liberadas com o
acompanhamento da atividade por parte de supervisores, técnicos de segurança do trabalho
ou engenheiros de segurança juntamente com responsáveis pelos setores ou pela atividade
específica a ser realizada.
As empresas que executam trabalhos em altura são responsáveis por estabelecer a
sistemática de liberação dessas atividades levando em consideração as exigências da norma.
cabendo a esta comprovar sua realização com emissão de AR, PO ou PT assinadas pelos
responsáveis e dessa forma contribuir para execução de uma atividade com os riscos de
queda minimizados e execução com parâmetros mínimos de segurança.
4.2.3 Capacitação e Treinamento
5. DESENVOLVIMENTO
“O motivo maior foi por conta do número excessivo de morte em quedas de altura.
Do número total de acidente do trabalho 40% são de queda de altura. A partir
dessa triste realidade solicitamos ao Ministério do Trabalho a elaboração de uma
norma específica, que aceitou nossa sugestão imediatamente. Na história das
NRs a de altura é a que saiu mais rápido, em um ano aproximadamente.”
6. RESULTADOS
Este capítulo apresenta comparações sobre dados publicados pelo INSS, AEAT,
FUNDACENTRO e Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, referente à
acidentes em trabalho em altura, bem como as alterações sofridas pela Norma
Regulamentadora nº 35. Com estudo comparativo dos dados publicados por esses órgãos, foi
possível identificar a situação atual dos índices de acidentes do trabalho com queda e o
impacto da Norma Regulamentadora nº35 na construção civil, além de sua aplicabilidade na
construção civil.
Para avaliação foram pesquisados dados entre 2011 e 2017, que se refere ao início da
criação da NR-35 até o último relatório estatístico de acidentes do trabalho publicado pelo
Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho.
Segundo dados do próprio INSS, das quase 350 mil Comunicações de Acidentes de
Trabalho (CATs) entregues ao longo de 2017, referente a acidentes típicos e doenças, 37.057
foram relacionadas à algum tipo de queda. Ao contabilizar as mortes ocorridas em um
ambiente de trabalho, elas representam um percentual de 13% do total de acidentes fatais.
Em 2017, 161 das 1.111 mortes no trabalho foram causadas por esse tipo de ocorrência.
No ano de 2011 antes da publicação da Norma Regulamentadora nº35, o índice de
acidentes no país provenientes de queda em atura representava 40% dentre os acidentes do
trabalho registrados.
Gráfico 2 – Comparativo de acidentes totais e com queda no Brasil entre 2011 e 2017
Fonte: Adaptado INSS,2011 e AET,2017
É possível observar através do gráfico 2, que apesar do número de acidentes do
trabalho terem aumentado ao longo dos anos, desde a publicação da Norma
Regulamentadora nº35 houve uma redução do número de acidente do trabalho com queda
em altura.
O último Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho (AET), foi publicado poucos
meses depois após a atualização da NR-35, que incluiu na norma o Anexo II, que trata sobre
o sistema de ancoragem, definida como um conjunto de componentes que integram o SPIQ
(Sistema de Proteção Individual Contra Quedas). Tal alteração foi um avanço muito grande
para a segurança do trabalhador em altura, já que define parâmetros para que as empresas
possam dar garantias de projeto e de instalação dos sistemas.
Entretanto ainda não há dados oficiais do INSS sobre o número de acidentes do
trabalho com queda após a publicação da Portaria SEPRT nº915, de 30 de julho de 2019,
responsável pela última alteração na NR-35.
Antes da publicação da Portaria SIT nº313 (BRASIL,2012), que regulamenta a NR-35
que estabelece requisitos mínimos para o trabalho em altura desde a fase do planejamento
até a execução, não havia uma norma específica e abrangente sobre estas atividades, o que
existia eram normas internacionais e algumas citações de equipamentos de proteções
coletivas e individuais na Norma Regulamentadora nº18. Preocupado com os altos índices de
acidentes do trabalho com queda em altura, o então Ministério do Trabalho e Emprego (MTE),
submeteu a demanda de criação de uma Norma específica para trabalho em altura, à
Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP), que se mobilizou para a criação do projeto
que originou a Norma Regulamentadora instituída em 2012.
Depois de promulgada a Norma Regulamentadora nº35, ficaram definidos os
requisitos básicos e medidas de proteção para o trabalho em altura, pensando nos aspectos
da gestão de segurança e saúde do trabalho para todas as atividades desenvolvidas em
altura com risco de queda, e concebida como norma geral, complementadas por anexos que
abrangem as especificidades das mais variadas atividades (BRASIL,2018).
A NR-35 propõe a utilização dos preceitos da antecipação dos riscos para a
implantação de medidas adequadas, pela utilização de metodologias de análise de risco e de
ferramentas como as Permissões de Trabalho, conforme os cenários de trabalho, para que o
mesmo se realize com a máxima segurança possível. Além disto a norma, estabeleceu
claramente as responsabilidades dos empregadores e empregados envolvidos no trabalho em
altura facilitando o trabalho de fiscalização referente ao cumprimento da norma.
Esse novo cenário possibilitou que fosse constatada uma melhora no que tange à
redução de acidentes do trabalho com queda no Brasil desde a publicação da Portaria SIT
nº313 (BRASIL,2012), em consequência dos requisitos e anexos da norma que sempre visam
abranger todas as atividades executadas acima de 2,00m (dois metros) de altura, e a
fiscalização por parte dos órgãos responsáveis para o cumprimento da Norma.
Em 2011, o Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho (AET), que contemplava os
índices de acidentes de 2007 a 2010, revelou que o número de acidentes com queda no país
era inaceitável, representando 40% de todos os acidentes registrados. No ano de 2017 o
último AET emitido pelo INSS mostrou que este número foi reduzido substancialmente devido
não só a publicação e alterações da NR-35, mas também de sua aplicabilidade na prática nas
frentes de trabalho por todo o país, bem como a fiscalização do cumprimento das
determinações de saúde e segurança previstas na Norma.
A implantação dos Anexo I – Acesso por corda e Anexo II – Sistemas de Ancoragem,
trouxeram um avanço significativo nas questões que permitem ações voltadas para que a
gestão de segurança nas atividades em altura seja de fato efetivas. O anexo I sendo uma
opção mais segura uma se comparada a outras alternativas, tais como, andaimes, balancins,
escadas, plataformas elevatórias, etc., sendo uma opção quando outros métodos resultarem
em risco maior aos trabalhadores direta ou indiretamente envolvidos, enquanto o anexo II
definiu um conjunto de componentes, integrante de um sistema de proteção individual contra
queda (SPIQ), denominado Sistemas de Ancoragem, estabelecendo a Norma
Regulamentadora “o que fazer” e de forma suplementar a Norma Técnica o “como fazer”
(BRASIL,2018).
A partir do resultado comparativo obtido nesta pesquisa, constatou-se que a Norma
Regulamentadora nº35 é muito bem estruturada em relação a ações e responsabilidades do
empregador e empregado, bem como as medidas de proteção para o trabalho em altura,
entretanto é preocupante a flexibilização por parte do governo federal referente as Normas
Regulamentadoras, inclusive a NR-35, que têm como objetivo, segundo o próprio governo de
reduzir as exigências feitas às empresas e desburocratizar as normas, entretanto tais
medidas, apesar de agradar os empresários, são alvo de críticas por sindicatos e avaliadas
com ressalvas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).
A atualização da Norma Regulamentadora nº 01, impactou diretamente na NR35,
revogando consequentemente os itens referente a direito de recusa e principalmente no item
35.3 sobre capacitação e treinamentos descritos na Norma pra Trabalho em Altura.
A carga horária de 8 horas de treinamento para o trabalho em altura, foi mantida,
entretanto a nova NR – 01, permite que haja o aproveitamento total e parcial de treinamentos
quando um trabalhador muda de emprego dentro da mesma atividade, ou seja não há mais a
obrigatoriedade de que o trabalhador realize novo treinamento ao mudar de emprego, desde
que permaneça na mesma atividade. Segundo o governo a medida deve gerar uma economia
de R$ 2 bilhões no período de dois anos, entretanto perde-se em relação a tornar o
treinamento de segurança em trabalho em altura de fato eficiente e condizente com a nova
realidade de trabalho a que o trabalhador estará exposto. Mesmo que ocupe um mesmo cargo
em empresa diferente, não significa que o trabalhador esteja exposto aos mesmos riscos, por
exemplo, uma vez que estes se modificam de acordo com a área, maquinário, altura,
trabalhos simultâneos, etc. Tal flexibilização da norma abre margem para que empresas em
busca de economia, suspendam o treinamento em trabalho em altura específico para a
atividade que o funcionário vá executar na nova organização. Um possível cenário ruim,
então, seria uma empresa usando “diploma de NR-35” referente às atividades de uma
organização de conservação e limpeza, por exemplo, para trabalhar em obra de construção
civil.
Outra atualização que impactou diretamente na Capacitação e Treinamento em
Trabalho em altura foi o Anexo II da NR-01, que regulamenta o ensino a distância, inclusive
para treinamentos em trabalho em altura. A possibilidade de executar o treinamento em altura
pelo método de Ensino a Distância (EAD), pode abrir margem para que empresas façam com
que o trabalhador faça o treinamento durante a execução de suas atividades laborais,
prejudicando a assimilação do conteúdo e dedicação exclusiva ao treinamento ministrado,
prejudicando substancialmente o aproveitamento do mesmo.
A execução da parte prática do treinamento em altura que continua sendo obrigatória
na NR-35, entretanto sendo permitida que a mesma seja executada pelo método online
segundo a NR-01, porém é impossível que o treinamento prático seja executado online, visto
que é preciso que a pratica do treinamento simule as situações de riscos e medidas de
controle reais a que o trabalhador estará exposto no dia a dia. A interpretação errônea da
Norma Regulamentadora 01, e a busca de economia acima da segurança dos trabalhadores,
pode acarretar uma situação em que o trabalhador não seja de fato treinado na prática do
combate, controle e/ou eliminação do risco em altura, contribuindo para um ecossistema
propício ao aumento de acidentes do trabalho com queda.
A partir da análise de dados realizada neste trabalho, constatou-se que a Norma
Regulamentadora nº35, é muito bem estruturada, no entanto é perceptível que o número de
acidentes envolvendo queda em altura ainda é alto, principalmente na construção civil e que a
flexibilização das Normas Regulamentadoras, em especial a NR-35, apesar de terem
previsões positivas no que diz respeito a redução de custos para as empresas segundo o
governo federal, acaba por deixar brechas para a capacitação efetiva dos trabalhadores
expostos ao risco de queda, podendo impactar negativamente no índice de acidentes do
trabalho por queda em altura no próximo AET emitido pelo INSS, aumentando o número de
mortos, além do custos com acidentes que causam invalidez e incapacidade permanente.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.