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A Imprensa Oficial muito tem contribuído com a sociedade no papel que lhe
cabe: a democratização de conhecimento por meio da leitura.
Para o final deste ano de 2010, está previsto o lançamento de 80 títulos, que se
juntarão aos 220 já lançados até aqui. Destes, a maioria foi disponibilizada em
acervo digital que pode ser acessado pela internet gratuitamente. Sem dúvida,
essa ação constitui grande passo para difusão da nossa cultura entre estu-
dantes, pesquisadores e leitores simplesmente interessados nas histórias.
Com tudo isso, a Coleção Aplauso passa a fazer parte ela própria de uma história
na qual personagens ficcionais se misturam à daqueles que os criaram, e que
por sua vez compõe algumas páginas de outra muito maior: a história do Brasil.
Boa leitura.
Alberto GoldmAn
Governador do Estado de São Paulo
É esse material cultural e de reflexão que pode ser agora compartilhado com
os leitores de todo o Brasil.
Hubert Alquéres
Diretor-presidente da
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo
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17 O tempo rodou num instante 22 A casa está bonita, a dona está demais 48
Introdução Cleodon Coelho
Não se afobe, não, que nada é pra já 60 Quem sabe meu nome? 68 E era tão linda de se admirar 76
Sei que ela pode ser mil 96 Já te vejo brincando 108 Era ela no centro da tela daquela manhã 113
Deixando a pele em cada palco 130 Procuro moça que me deixe pasmado 144
De que romance antigo me roubaste? 150 Ela pode rodopiar e mudar de figura 178
Vou saber que valeu delirar 188 Ela no fundo, é uma atriz 202 Os letreiros a te colorir 206
Me leva, leva longe, longe, leva mais 218 E ia bailar sem mais aquela 237
Não sei se é nova ilusão 252 Toda alma de artista quer partir 264 A vida da atriz 276
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– Era uma espoleta. Em Porto Alegre, não havia ninguém com tanto estilo,
assegura Tatata.
Eis que um dia, aquela moça que passeava pela Rua da Praia, frequentava
o bar Ópera, tomava chope com pastel e adorava cinemas e festas, cruzou
com Linneu Martins, repórter da Revista do Globo, editada pela Livraria do
Globo, uma das mais importantes de Porto Alegre. Com seu olho clínico,
ele a descobriu durante um almoço. Imediatamente, convidou-a para ser a
garota da capa. Desconfiada, Lilian demorou um pouco a aceitar. Mas não
se arrependeu.
Dona de uma beleza clássica, não foi por acaso que a jovem se transformou
rapidamente numa das manequins mais conhecidas da capital gaúcha.
Isso mesmo: antes da atriz, existiu a musa de Rui Spohr, até hoje o costu-
reiro mais famoso do Rio Grande do Sul, que começou a vida profissional
desenhando chapéus.
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– Era uma correria aquele negócio de novela ao vivo. Numa cena, eu tinha de
aparecer de maiô, entrando na piscina. Logo depois, precisava estar arruma-
dinha com um belo vestido. E a pressa era tanta que eu colocava o vestido
por cima do maiô mesmo. Uns 15 minutos depois, a roupa começava a mudar
de cor e o molhado ia aparecendo. Mesmo com a TV em preto e branco,
dava para perceber o vestido ficando mais escuro.
Uma das tramas produzidas foi O Grande Industrial, em 1960, com Antônio Lara
e Maria Waleska, atriz ainda em atividade no Rio Grande do Sul, que hoje assina
como Maria do Horto. Nessa história de época, adaptada do romance de
George Ohnet, Lilian interpretava Sofia Prefond. O que acontecerá no capítulo
de hoje? Aguardem os leitores as respostas assistindo ao grande cartaz do
Teatro de Novelas, aguçavam os jornais.
Ainda na Piratini, havia o Grande Teatro Phillips. Lilian deixou sua marca
em montagens como a de O Tempo e os Conways, de J.B. Priestley.
Sempre ao vivo.
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Premiada, A Bilha Quebrada voltou ao palco do Theatro São Pedro para nova
temporada, em março de 1962. O retorno mereceu crítica de Fernando Peixoto:
Linneu não se limitou a reensaiar e reapresentar o trabalho feito. Alterou o
que lhe pareceu mais fraco na primeira versão. O início ganhou, pela nova
marcação, em rendimento cênico; antes era forçado e às vezes falso. (...)
A direção de Linneu pode ser acusada de muitos defeitos, mesmo o espe-
táculo sendo de amadores: poderia ter mais ritmo, nem sempre as marcas
são bem explicadas, etc. Mas o número de pontos certos é bem maior e é
responsável por um espetáculo limpo, claro, cuidado, revelando trabalho,
consciência, estudo, talento.
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Na cabeça da atriz, ela entraria no palco e diria algo como o jantar está servido,
madame. Achava que era só uma pontinha. Na real, estava completamente
equivocada, como contou anos depois à Folha de S. Paulo:
Logo na chegada a São Paulo, a amiga indicou Lilian para um trabalho como
modelo. As fotos seriam para um suplemento de O Estado de S. Paulo.
Ao chegar ao estúdio, o produtor viu a jovem atriz de cara lavada, rabo de cavalo, A melindrosa lilian lemmertz dança
bem simples, e com certeza pensou: Olha quem a Belinha me mandou. e canta no palco do Cacilda becker
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É claro que o foco não foi desviado. A montagem de Onde Canta o Sabiá,
o motivo principal da mudança, não demorou muito para ficar pronta. No dia
24 de outubro de 1963, exatamente um mês após a chegada, Lilian e Linneu
estreavam nos palcos da Pauliceia desvairada. O trabalho era pesado: as peças
ficavam em cartaz de terça a domingo, com sessões seguidas aos sábados
e, ainda, vesperais. Aquela região do Bexiga era uma espécie de Broadway
de São Paulo, tamanha a quantidade de teatros espalhados por suas ruas.
Apesar da pouca grana, os artistas vibravam por participar de um momento
tão efervescente da cena local.
Venha divertir-se! Venha rir! Venha cantar! Onde Canta o Sabiá, convidavam
os anúncios de jornal. O elenco contava com 12 atores. Além de Walmor,
Lilian e Linneu, estavam Kleber Macedo, Lafayete Galvão, Floramy Pinheiro,
Stênio Garcia, Fredi Kleeman, Assunta Perez, Cláudio Mamberti, Plínio Marcos
e Walderez de Barros. Desta vez, Cacilda Becker não estava no palco,
apenas na produção.
Walderez conta que Lilian chamou a atenção logo de cara. Desde o dia
da estreia, as pessoas saíam do teatro falando bem dela. Nos bastidores,
lilian e Walmor em Onde Canta O saBiÁ
a protagonista, que adorava baralho, ensinou à colega um estilo diferente de (O Estado de S. Paulo, 01|11|1963)
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Num dos recortes guardados, havia uma curiosa observação: Lilian Lemmertz
(que continua boa atriz em Onde Canta o Sabiá) deve mandar uma foto sua
(ou do elenco) autografada ao leitor Amarildo Carvalho (Rua Pires de Campos,
147, Mooca), que no-la solicitou. Uma prova de que a atriz gaúcha está fazendo
sucesso por aqui.
Para Lilian, a adaptação à nova realidade veio sem muito mistério. Em pouco
tempo, ela estava totalmente ambientada em São Paulo. Sentia saudade
de Porto Alegre, claro, mas nada que um chimarrão no final da tarde não
amenizasse.
Confirmando a boa acolhida, a revista Edição Extra de 21 de dezembro dedicou-
lhe duas páginas. Bonita e talentosa, faz parte do sangue novo que está
revigorando o teatro paulista; assim é: a melindrosa Lilian Lemmertz. E isso
era só a chamada. Fotografada com seus cabelos a la garçonne, bem à
moda dos anos 1920, época em que se passava a trama, a atriz era exaltada
no texto de Antônio Sanchez Prieto como uma moça, bonita como ela só,
melindrosa como ela só. (...) Atriz, atriz mesmo.
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De uma comédia musical brasileiríssima, Lilian foi parar num drama ambientado
em plena costa oeste americana. Em 22 de fevereiro de 1964, Jô Soares
anunciava em sua coluna na Última Hora: Lilian Lemmertz terá um dos papéis
principais de A Noite do Iguana, que começa dia 5. Parece que a moça não
volta tão cedo para Porto Alegre, o que é muito bom para o teatro de São Paulo.
Na peça escrita por Tennessee Williams, o mesmo de À Margem da Vida,
ela finalmente dividiria o palco com Cacilda Becker. A direção tinha assinatura
A atriz ganha perfil do próprio Walmor Chagas, que também estava no elenco como Shannon.
na revista edição extra Lilian interpretava Carlota, estopim da trama.
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Naquele mesmo ano, após dois trabalhos com a Companhia Cacilda Becker,
Lilian começou a ser cortejada por outros produtores teatrais. A situação
no Brasil estava ficando difícil: os militares haviam tomado conta do poder.
Mas, enquanto o teatro não virava um importante veículo de contestação do
período, comédias de apelo puramente comercial tomavam conta da cena.
Considerada uma crítica aos hábitos da classe média dos Estados Unidos,
a comédia conta a história de Mary, uma mulher tímida que disfarça suas
inseguranças se mostrando agressiva e sarcástica. Lilian era Fiffan, assim
descrita na sinopse: Ela teve uma excelente educação que, no entanto, lhe foi
prejudicial. Higienista por ignorância ou por tradição, tem, em determinado
momento, a consciência de seus limites. E como boa norte-americana, sabe
ser prática e eficiente.
A peça chegou ao Teatro Bela Vista no dia 1º de outubro daquele mesmo 1964.
Em matéria publicada no Diário da Noite, na data da estreia, o jornalista
Hilton Viana festejava a escalação de Lilian. (...) Outra presença no elenco é
a de Lilian Lemmertz, atriz gaúcha que, por sua beleza e talento, hoje em dia
desfruta de enorme prestígio entre as companhias e público de São Paulo.
Desde que chegou de Porto Alegre, onde foi convidada por Cacilda Becker
a fim de fazer parte de sua companhia, Lilian não parou de trabalhar, não conse-
guindo atender a todos os convites que aparecem.
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Apesar de toda a badalação em torno de seu nome, a essa altura Lilian estava
insatisfeita. A sensação de felicidade com os trabalhos na Companhia Cacilda
Becker não se repetia. Continuava no teatro, mas sem deslumbramento ou
vontade de dizer para si mesma: essa é a profissão da minha vida. Fazia porque
achava agradável, gostava do grupo, e só.
É bem verdade que, de peça para peça, aparecia mais bonita, mais bem vestida,
melhor penteada. Mas a impressão que tinha era a de que só atuava para
ganhar dinheiro. Muito dinheiro, diga-se: em um ano, seu salário pulou de 50
para 300 cruzeiros por mês.
– Não gostei nada desses trabalhos (Toda Donzela e Mary Mary), principalmente
o último. Decidi que não seria mais atriz de peças medíocres. Falei para o
Linneu: Olha, eu vou procurar um emprego, trabalhar noutra área, esse tipo
de teatro não faço mais. Não faço mesmo. Resolvi viajar para o Sul com minha
filha. Voltaria ao teatro somente em papéis que me dissessem algo.
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Lilian Lemmertz não precisou partir para outra profissão. Aliás, nem esperou
muito tempo para reatar com o teatro.
– O clima ruim durou pouco. Logo veio o convite para viver Benzinho
em Quem Tem Medo de Virginia Woolf?. Foi então que assumi a condição
de querer ser atriz e me apaixonei definitivamente pelo ofício. Na primeira
leitura, senti que ali estava um trabalho espetacular. Uma peça de arrebentar
com a gente.
E os jornais continuavam a enaltecer a atriz. Em 23 de maio de 1965, a Folha
Feminina estampava o título: Lilian, atriz gaúcha que vence no teatro paulista.
O texto citava trabalhos anteriores e vaticinava: Parece que somente agora
Lilian terá mesmo a grande oportunidade de revelar até onde vai o seu talento.
Ela estará lado a lado, e nas mesmas condições de importância de papel,
de Cacilda Becker, Walmor Chagas e Fúlvio Stefanini em Quem Tem Medo
de Virginia Woolf?.
A estreia só aconteceria no mês seguinte, mas ela já estava ciente do
burburinho que o espetáculo iria causar. Ao repórter Ivo Zanini, adiantou:
– O público vai rir muito, mas vai ficar horrorizado também com tantos diálogos
e revelações que chegam a revoltar pela violência e crueza como são expostos.
Mas se trata de uma peça de categoria, isso eu posso garantir.
A expectativa era mesmo grande. Breve no Teatro Cacilda Becker: o maior
sucesso do teatro contemporâneo, prometiam os anúncios. Autor revelado
no final da década de 1950 com Zoo Story, Edward Albee escreveu Quem Como benzinho em QueM teM MedO
de Virgínia wOOlf?, um de seus
Tem Medo de Virginia Woolf? em 1962. Sucesso instantâneo na Broadway,
papéis mais marcantes
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Num cenário em cores vivas, com panos prateados ao fundo, Lilian estava
feliz por provocar o riso na exigente plateia. Entre os colegas de cena, Ney foi
um que conquistou a atriz para sempre. Lembro muito bem da primeira vez
que a vi. Foi no quintal da casa de Ruth, em São Paulo. Eu não a conhecia
pessoalmente. Fiquei muito nervoso porque era a primeira vez que o elenco
se reunia para ler a peça. Era uma tarde ensolarada e o encontro aconteceu
numa mesa ao ar livre, debaixo de uma grande árvore, recorda o ator. O que
mais me chamou a atenção em Lilian foram suas mãos, longas, expressivas,
sensuais e elegantes. Nessa peça, fazíamos irmãos gêmeos e usávamos as
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A convivência foi das mais amorosas. Dividir a cena com ela era como estar
na minha casa, na minha intimidade. Nós ríamos muito no palco e fora também,
conta. Ela curtia muito o meu senso de humor. Eu fazia gracinhas para ela
rir. Era ótimo. No teatro, esse foi o único encontro dos dois. Mas na TV eles
contracenaram em O Tempo Não Apaga, na TV Record. Eu só fiz esta novela
porque Lilian me indicou. Na verdade, foi quase uma imposição contratual,
comenta Ney. Eu a admirava muito. Nossa relação era forte, ela tinha um
grande carinho por mim e vice-versa. Até me ensinou a comer picanha,
como boa gaúcha. Com certeza, uma das mulheres mais lindas que eu conheci.
Bonita em todos os níveis, enaltece.
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lilian em 1976,
ano de muitos (e grandes) trabalhos
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O ano de 1976 foi, sem dúvida, uma dos mais importantes na carreira de
Lilian Lemmertz. Nos primeiros meses, ela já havia ganhado o Kikito de Melhor
Atriz do Festival de Gramado por Lição de Amor, encenava com grande sucesso
a peça Roda Cor de Roda em São Paulo, divertia-se com as maldades de
Nancy em Xeque-Mate, na Tupi... e ainda conseguia a façanha de comandar
um programa diário em outro canal. Era o Panorama, da TV Cultura de São
Paulo, que deu origem ao Metrópolis.
A função de apresentadora empolgava a atriz. Numa entrevista à repórter
Marlene Benicchio, no suplemento Gente, do jornal Última Hora, ela revelou:
– Por gostar tanto de acrescentar sempre mais experiências à minha vida,
resolvi tentar um trabalho diferente. É maravilhoso poder extrapolar seu
campo de atuação. O lado atriz, de saber lidar com o texto, ajuda a enfrentar
as câmeras. São coisas diferentes, pessoas diferentes com quem converso,
com atividades, muitas vezes, diferentes das minhas. Quando eu entrevisto
alguém, a troca de informações me faz sentir mais aberta e muito bem.
O jornalista Guilherme Cunha Pinto, da revista Veja, era um entusiasta da
revista eletrônica. Na edição de 16 de junho de 1976, avaliou: A televisão
costuma dar o menor destaque possível aos roteiros das atividades artísticas
locais. Normalmente confinados a horários vespertinos, entre uma e outra
receita de panqueca, não raro empregando um tom de mendicância nos
apelos para que se vá mais ao teatro, esses roteiros perdem função e dignidade.
Mas Panorama finalmente rompe a regra. Colocado no horário nobre, tem 30
minutos quase sempre vivos, preenchidos com entrevistas, críticas e indicações
de cinema, teatro, música, fotografia, artes plásticas e literatura. Bem ilustrados,
os assuntos rendem principalmente quando tratados pela apresentadora Lilian
Lemmertz, perfeita em mais esse papel.
Não era fácil enfrentar tantos trabalhos. A atriz já começava a semana sonhando
com a noite da sexta-feira, quando poderia dormir sem precisar acordar cedo
no dia seguinte. Nas terças, por exemplo, ela ficava na Cultura até 5 da
tarde. Depois, ia para a Tupi fazer cenas externas de Xeque-Mate até uma da
madrugada. Na quarta, além das gravações da novela, a Roda recomeçava a
girar no teatro. Uma loucura!
É bem verdade que Panorama não era a primeira
experiência da atriz na emissora. Desde o final de
1974, ela atuava em teleteatros produzidos pelo
canal. Mas não se tratava de teatro filmado, com a
cena acontecendo no palco e a câmera parada,
captando tudo. Exibido nas noites de sábado,
o Teatro 2 oferecia ao já grande público da TV
montagens cuidadosas, com alta qualidade técnica.
Muitas vezes, o programa tirava do esquecimento
Com o inseparável cigarro textos fundamentais da cena brasileira. E contava
num flagrante casual com nomes do porte de Antunes Filho, Antônio
No detalhe, Abujamra, Ademar Guerra e Benjamim Cattan na
na bancada do programa panorama direção. Eles encontravam ali a oportunidade de
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A última novela que Lilian Lemmertz havia feito, O Todo Poderoso, não teve
nem de longe a repercussão esperada. A atriz vivia Matilde, a administradora
de um hospital. A Rede Bandeirantes entrara em campo com um bom elenco –
além dela, estavam Eduardo Tornaghi, Jorge Dória, Selma Egrei, Marco Nanini
e Denise Del Vecchio. Mas a trama, que fazia um paralelo entre as curas
milagrosas realizadas pelo paranormal Emanuel (Tornaghi) e as curas pela
medicina tradicional, a cargo do doutor Cristiano Navarro (Dória), não captou
a atenção do público. Nem a entrada de Carlos Lombardi e Ney Marcondes,
chamados para substituir os autores Clóvis Levy e José Saffiotti Filho, salvou
a novela. Mesmo assim, ela permaneceu no ar durante oito meses: de 19 de
novembro de 1979 a 19 de julho de 1980.
Mas a promissora década estava apenas começando. E como dizia Oswald de
Andrade: A massa ainda vai comer do biscoito fino que eu fabrico. É bem
verdade que a gaúcha já havia experimentado vários momentos de grande
projeção. Títulos como Lilian está em todas acompanharam várias reportagens
sobre a atriz ao longo de sua carreira. Por incrível que pareça, mesmo atu-
ando com frequência em cinema, teatro e TV, seu sucesso continuava sendo
privilégio de uma elite. Portanto, nada se comparava ao que estava por vir.
Só mesmo a força das novelas da TV Globo conseguiria tornar o trabalho da
atriz realmente popular. De ponta a ponta do Brasil.
Àquela altura, o Rio de Janeiro já era o centro cultural do País, ainda que
Júlia e lilian, grandes atores tenham construído suas histórias atuando apenas nos palcos
no início dos anos 80
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Lilian era de uma generosidade grande em cena. E tinha essa alma tortuosa
das Helenas, avaliza Christiane Torloni, que em Baila Comigo viveu Lia,
filha de Helena e Plínio, e, vinte e dois anos depois, foi a Helena de
Mulheres Apaixonadas.
– No começo, parecia que Lia não vivia naquela casa, pois ninguém dava
bola para ela. Aos poucos, Christiane e eu fomos estabelecendo um pouco
de tato, uma coisa carinhosa. A partir daí, estava construído o relacionamento.
As pessoas acreditam porque a gente acredita. Quando Quinzinho foi para
a Europa e ficou ausente da casa de Santa Teresa, eu disse para o Tony:
Sabe de uma coisa? Estou com saudades do Quinzinho. Sim, o Tony estava
lá, mas o Quinzinho, não. Nós vivenciamos a família. Nas cenas em que fui
severa com Fernando Torres, por exemplo, me achei tão dura que depois da
gravação eu dei um beijo nele, ilustrou Lilian, numa das inúmeras entrevistas
concedidas na época da novela.
Em conversa com a revista Manchete, Fernando se manifestou sobre o trabalho
da colega: Lilian é uma atriz respeitabilíssima, que me obriga a responder a
seus estímulos cênicos com outros de igual intensidade, o que é profunda-
mente enriquecedor para um ator. Tony Ramos também se impressionava
com a capacidade de concentração de emoção da colega. Era uma integração
cênica tão perfeita que dava força e responsabilidade a quem contracenava
com ela, afirma.
Mas que ninguém viesse com aquele papo de que estava roubando a cena:
– Não acho justo dizerem isso. Uma novela que tem Fernanda Montenegro,
Tereza Raquel, Tony, Fernando, enfim, um monte de gente boa, eu não posso
roubá-la. Nesse trabalho, as pessoas são amigas e houve um raro aconteci-
mento de paixão total de um elenco por um texto, por uma obra, por um
trabalho. As pessoas se elogiam, veem as cenas umas das outras, todo mundo
muito estimulado. Uma coisa muito bonita, do tipo unidos venceremos.
E o segredo de Helena, grande conflito da trama, mobilizava o País:
– Se eu estivesse no lugar dela, não saberia o que fazer. As pessoas geral-
mente tomam partido. Umas acham certo a Helena mentir sobre a origem
dos filhos, outras acham errado. Mas acredito no amor dela por Plínio. Ela ainda
vai descobrir isso e desmistificar o primeiro namorado, uma mania que toda
mulher teima em não esquecer. Até eu mesma, pois o meu primeiro namorado
já morreu, mas eu não me esqueço dele.
em cena,
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A década de 1980 deu uma sacudida na vida de Lilian Lemmertz. A atriz trocou
São Paulo pelo Rio de Janeiro, viu seu trabalho ser finalmente reconhecido
em todo o Brasil através das novelas da Globo, passou a conviver com o
assédio de fãs, acompanhou os primeiros passos da filha Julia na mesma
profissão... A primeira metade daqueles anos foi bastante intensa. A carreira
que tinha começado lá em Porto Alegre por completo acaso, transformou-se
numa trajetória vitoriosa, sem grandes sacrifícios ou histórias tristes para
contar. Como ela mesma costumava lembrar:
– Nunca em minha família houve indícios de alguém querer ser ator. Eu nunca
tive aquele papo de teatro no fundo do quintal. Por isso é que falo em destino.
Acredito nele, em termos. Acho que você faz o seu. O meu destino artístico
não fui eu. Foi o acaso. Sou uma mulher de sorte. Porque hoje não conseguiria
me imaginar fazendo outra coisa.
Àquela altura, nem o teatro fazia a amiga se animar. Ela andava amuada.
Tudo o que lhe era oferecido, recusava. Um dia, Julia estava num banco e
encontrou Paulo Betti. Ele comentou que tinha mandado para Lilian o texto
de Ação Entre Amigos, de Márcio de Souza, casado com Ida Vicenzia, irmã
de Linneu Dias. Ela, no entanto, não havia dado resposta. Eu disse: Mãe,
um projeto como esse, com gente bacana, vai te fazer bem, vai te colocar
em movimento. Mesmo que não seja uma peça incrível, vale pelo exercício.
Insisti à beça para ela fazer, recorda a filha, que naquela época, aos 23 anos,
já morava sozinha.
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Ação Entre Amigos é um texto policial e gira em torno de um casal que vai
para a região serrana passar um final de semana. Ele, um militar envolvido
em torturas no passado, começa a receber uma série de telefonemas
ameaçadores, o que deixa o casal em polvorosa. Lilian e Luís Carlos Arutin
interpretavam o casal. Desde o começo dos ensaios, ela estava maravilhosa
no papel. Mas, de vez em quando, tinha um problema no queixo, que saía do
carro, conforme dizia, então era preciso segurá-lo, relata. Um dia, ela apareceu
com o braço na tipoia, pois um ladrão tentou assaltá-la e a machucou.
Então, os ensaios aconteciam com ela segurando o queixo com o braço na
tipoia, mas com uma classe, uma categoria... Era um talento maravilhoso e
todos nós estávamos apaixonados.
Além de Paulo, Eliane, Grassi, Arutin e Lilian, o elenco de Ação Entre Amigos
contava com Andréa Beltrão, Mário César Camargo, Tatiana Delamare,
Vinícius Salvatore, Telmo Fernandes e Ida Vicenzia. Todos nós sabíamos
que Lilian não estava bem, mas achávamos que o trabalho seria bom para ela,
afirma Paulo.
Foi ideia de Daniel Filho transformar o livro em programa de TV, mostrando uma
faceta diferente do criador da Escolinha do Professor Raimundo. A adaptação
do texto foi feita por Euclydes Marinho e Luiz Gleiser. Exibido em 30 de maio
de 1986 – uma semana antes da morte da atriz –, Negro Leo trazia em seu
elenco nomes como Lima Duarte, Hugo Carvana, Eva Wilma, Regina Duar-
te, José Dumont, Paulo Gracindo, Milton Moraes e Míriam Pires. Com tanta
gente talentosa reunida, o programa não tinha como dar errado. Acabou
rendendo um prêmio internacional para a TV Globo.
O Negro Leo só queria uma coisa dela: um filho macho, que veio apenas na
terceira gravidez, num parto ruim, pior dos três. Mas, nem assim, ele deu
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Quando o programa foi ao ar, os ensaios da peça Ação Entre Amigos estavam
adiantadíssimos. Nessa época, Julia morava no Vidigal e sempre passava
pelo Flamengo para dar carona à mãe. Um dia, depois de tentar falar com
ela várias vezes, sem sucesso, resolveu ir ao apartamento para ver o que
estava acontecendo. Quando abriu a porta, viu o jornal intacto no chão, do
jeito que havia sido jogado. Ao cruzar o corredor, encontrou a mãe caída na
banheira. Estava gelada.
Enquanto isso, no teatro, todos já estavam aflitos com a demora, ainda mais
por se tratar de Lilian Lemmertz, sempre corretíssima em relação aos horários.
Até que veio o telefonema de Julia com a inesperada notícia: a atriz estava
morta. Provavelmente desde a madrugada, quando chegara do ensaio anterior,
por volta das duas, e resolvera tomar um banho. Sofreu um enfarte no
lilian em negrO leO, miocárdio ali mesmo na banheira. Tinha 48 anos. Apenas 48 anos.
seu último trabalho na tV
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Mais do que uma grande atriz, hoje Lilian, com certeza, adoraria ser reveren-
ciada por outro papel: o de avó-coruja. O neto Miguel é um garotão cheio de
saúde, divertido, e que sonha, por ora, ser jogador de futebol. Já Luiza,
que adora fotografar, bem que tentou resistir, mas acabou seguindo os passos
das Lemmertz, garantindo mais uma geração nessa bela dinastia. Ainda
pequena, havia atuado, sem grandes pretensões, no curta-metragem Glaura,
de Guilherme de Almeida Prado, ao lado da mãe, de Alexandre e do grande
José Lewgoy. Contudo, a partir de 2009, resolveu encarar o palco como
profissão, pelas mãos de José Celso Martinez Corrêa, interpretando a atriz
Maria Della Costa na peça Cacilda!! Estrela Brazyleira a Vagar. Como integrante
do grupo Oficina, viaja pelo Brasil mostrando o repertório recente da companhia,
que inclui ainda O Banquete, Taniko e Bacantes.
Lilian certamente repetiria o que disse certa vez, quando Julia abraçou a
carreira de atriz:
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Teatro
Como atriz amadora
À Margem da Vida (1956)
XYZ (1959)
O Pai (1960)
A Bilha Quebrada (1961)
Testamento de Cangaceiro (1962)
Cinema
O Corpo Ardente (1966)
As Cariocas (1966)
As Amorosas (1968)
Copacabana, Mon Amour (1970)
Barão Olavo, o Horrível (1970)
276
TV
O Terceiro Pecado – Excelsior (1968)
A Menina do Veleiro Azul – Excelsior (1969)
Nenhum Homem é Deus – Tupi (1969)
O Tempo Não Apaga – Record (1972)
Quero Viver – Record (1972)
Vendaval – Record (1973)
Xeque-Mate – Tupi (1976)
Tchan! A Grande Sacada – Tupi (1976)
Salário Mínimo – Tupi (1978)
O Todo Poderoso – Bandeirantes (1979)
Baila Comigo – Globo (1981)
O Homem Proibido – Globo (1982)
Final Feliz – Globo (1982)
Guerra dos Sexos – participação especial – Globo (1983)
Partido Alto – Globo (1984)
O Tempo e o Vento – Globo (1985)
Roque Santeiro – participação especial – Globo (1985)
Negro Leo – Globo (1986)
Especiais
Novelas e teleteatros da TV Piratini – Porto Alegre (1960)
Teatro 2 – teleteatros da TV Cultura (1974 a 1976)
Panorama – apresentação (1976)
277
279
DIAS, Linneu Moreira; organização Ida Vicenzia Flores. Urbia. Rio de Janeiro:
Garamond, 2003.
PRADO, Luís André do. Cacilda Becker, Fúria Santa. São Paulo:
Geração Editorial, 2002.
STEEN, Edla van. Eva Wilma: Arte e Vida. São Paulo: Imprensa Oficial, 2006.
Revistas
Veja, Amiga, Manchete, Contigo, Intervalo, Gente, Romântica, Ilusão,
Desfile, Homem, Revista do Globo e Cartaz
Jornais
Zero Hora, Folha da Tarde, Correio do Povo, Última Hora, Jornal do Brasil,
Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo, A Província do Pará,
A Gazeta, Aqui, Jornal da Tarde, Jornal da Semana, Jornal do Arena e
Gazeta de Vitória
TV
Programa TV Mulher(TV Globo 1981|1982)
Retratos Brasileiros – Lilian Lemmertz
direção: Marco Altberg (Canal Brasil)
Video Show (TV Globo)
Sites
www.imdb.com
www.teledramaturgia.com.br
www.mulheresdocinemabrasileiro.com
estranhoencontro.blogspot.com
281
Augusto F. Carneiro
CEDOC – TV Globo 241, 242, 243, 245, 246, 247, 248, 253, 255, 256, 257,
258, 262, 263, 267
Ruth Toledo 151, 152, 154, 155, 156-157, 159, 160, 161, 163, 164, 165, 168,
169, 170, 171, 175
282
283
Alfredo Sternheim – Um Insólito Destino Críticas de Luiz Geraldo de Miranda Leão – Analisando
Alfredo Sternheim Cinema: Críticas de LG
Org. Aurora Miranda Leão
O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias
Roteiro de Cláudio Galperin, Bráulio Mantovani, Anna Muylaert e Cao Críticas de Ruben Biáfora – A Coragem de Ser
Hamburger Org. Carlos M. Motta e José Júlio Spiewak
284
Maurice Capovilla – A Imagem Crítica Rodrigo Pederneiras e o Grupo Corpo – Dança Universal
Carlos Alberto Mattos Sérgio Rodrigo Reis
SéRie múSiCa
Mauro Alice – Um Operário do Filme
Sheila Schvarzman Rogério Duprat – Ecletismo Musical
Máximo Barro
Máximo Barro – Talento e Altruísmo
Alfredo Sternheim Sérgio Ricardo – Canto Vadio
Eliana Pace
Miguel Borges – Um Lobisomem Sai da Sombra
Antônio Leão da Silva Neto Wagner Tiso – Som, Imagem, Ação
Beatriz Coelho Silva
Não por Acaso
Roteiro de Philippe Barcinski, Fabiana Werneck Barcinski SéRie TeaTRo BRaSil
e Eugênio Puppo Alcides Nogueira – Alma de Cetim
Narradores de Javé Tuna Dwek
Roteiro de Eliane Caffé e Luís Alberto de Abreu Antenor Pimenta – Circo e Poesia
Onde Andará Dulce Veiga Danielle Pimenta
Roteiro de Guilherme de Almeida Prado Cia de Teatro Os Satyros – Um Palco Visceral
Orlando Senna – O Homem da Montanha Alberto Guzik
Hermes Leal Críticas de Clóvis Garcia – A Crítica Como Oficio
Org. Carmelinda Guimarães
Pedro Jorge de Castro – O Calor da Tela
Rogério Menezes Críticas de Maria Lucia Candeias – Duas Tábuas e Uma Paixão
Org. José Simões de Almeida Júnior
Quanto Vale ou É por Quilo
Roteiro de Eduardo Benaim, Newton Cannito e Sergio Bianchi Federico Garcia Lorca – Pequeno Poema Infinito
Antonio Gilberto e José Mauro Brant
Ricardo Pinto e Silva – Rir ou Chorar
Rodrigo Capella Ilo Krugli – Poesia Rasgada
Ieda de Abreu
Rodolfo Nanni – Um Realizador Persistente
Neusa Barbosa João Bethencourt – O Locatário da Comédia
Rodrigo Murat
Salve Geral
Roteiro de Sergio Rezende e Patrícia Andrade José Renato – Energia Eterna
Hersch Basbaum
O Signo da Cidade
Roteiro de Bruna Lombardi Leilah Assumpção – A Consciência da Mulher
Eliana Pace
Ugo Giorgetti – O Sonho Intacto
Rosane Pavam Luís Alberto de Abreu – Até a Última Sílaba
Adélia Nicolete
Viva-Voz
Roteiro de Márcio Alemão Maurice Vaneau – Artista Múltiplo
Leila Corrêa
Vladimir Carvalho – Pedras na Lua e Pelejas no Planalto
Carlos Alberto Mattos Renata Palottini – Cumprimenta e Pede Passagem
Rita Ribeiro Guimarães
Vlado – 30 Anos Depois
Roteiro de João Batista de Andrade Teatro Brasileiro de Comédia – Eu Vivi o TBC
Nydia Licia
Zuzu Angel
Roteiro de Marcos Bernstein e Sergio Rezende O Teatro de Abílio Pereira de Almeida
Abílio Pereira de Almeida
SéRie Cinema
O Teatro de Alberto Guzik
Bastidores – Um Outro Lado do Cinema
Alberto Guzik
Elaine Guerini
285
O Teatro de Germano Pereira – Reescrevendo Clássicos Ewerton de Castro – Minha Vida na Arte: Memória e Poética
Germano Pereira Reni Cardoso
O Teatro de Alcides Nogueira – Trilogia: Ópera Joyce – Gertrude Fernando Peixoto – Em Cena Aberta
Stein, Alice Toklas & Pablo Picasso – Marília Balbi
Pólvora e Poesia Geórgia Gomide – Uma Atriz Brasileira
Alcides Nogueira Eliana Pace
O Teatro de Ivam Cabral – Quatro textos para um teatro veloz: Gianfrancesco Guarnieri – Um Grito Solto no Ar
Faz de Conta que tem Sol lá Fora – Os Cantos de Maldoror Sérgio Roveri
– De Profundis – A Herança do Teatro
Ivam Cabral Glauco Mirko Laurelli – Um Artesão do Cinema
Maria Angela de Jesus
O Teatro de Noemi Marinho: Fulaninha e Dona Coisa,
Homeless, Cor de Chá, Plantonista Vilma Ilka Soares – A Bela da Tela
Noemi Marinho Wagner de Assis
Teatro de Revista em São Paulo – De Pernas para o Ar Irene Ravache – Caçadora de Emoções
Neyde Veneziano Tania Carvalho
286
Niza de Castro Tank – Niza, Apesar das Outras Walderez de Barros – Voz e Silêncios
Sara Lopes Rogério Menezes
Walter George Durst – Doce Guerreiro
Paulo Betti – Na Carreira de um Sonhador
Nilu Lebert
Teté Ribeiro
Zezé Motta – Muito Prazer
Paulo José – Memórias Substantivas
Rodrigo Murat
Tania Carvalho
eSPeCial
Pedro Paulo Rangel – O Samba e o Fado
Tania Carvalho Agildo Ribeiro – O Capitão do Riso
Wagner de Assis
Regina Braga – Talento é um Aprendizado
Marta Góes Av. Paulista, 900 – a História da TV Gazeta
Elmo Francfort
Reginaldo Faria – O Solo de Um Inquieto
Beatriz Segall – Além das Aparências
Wagner de Assis
Nilu Lebert
Renata Fronzi – Chorar de Rir
Carlos Zara – Paixão em Quatro Atos
Wagner de Assis Tania Carvalho
Renato Borghi – Borghi em Revista Charles Möeller e Claudio Botelho – Os Reis dos Musicais
Élcio Nogueira Seixas Tania Carvalho
Renato Consorte – Contestador por Índole Cinema da Boca – Dicionário de Diretores
Eliana Pace Alfredo Sternheim
Rolando Boldrin – Palco Brasil Dina Sfat – Retratos de uma Guerreira
Ieda de Abreu Antonio Gilberto
Rosamaria Murtinho – Simples Magia Eva Todor – O Teatro de Minha Vida
Tania Carvalho Maria Angela de Jesus
Rubens de Falco – Um Internacional Ator Brasileiro Eva Wilma – Arte e Vida
Nydia Licia Edla van Steen
Ruth de Souza – Estrela Negra Gloria in Excelsior – Ascensão, Apogeu e Queda do Maior
Maria Ângela de Jesus Sucesso da Televisão Brasileira
Álvaro Moya
Sérgio Hingst – Um Ator de Cinema
Lembranças de Hollywood
Máximo Barro
Dulce Damasceno de Britto, organizado por Alfredo
Sérgio Viotti – O Cavalheiro das Artes Sternheim
Nilu Lebert
Maria Della Costa – Seu Teatro, Sua Vida
Silnei Siqueira – A Palavra em Cena Warde Marx
Ieda de Abreu Mazzaropi – Uma Antologia de Risos
Silvio de Abreu – Um Homem de Sorte Paulo Duarte
Vilmar Ledesma Ney Latorraca – Uma Celebração
Sônia Guedes – Chá das Cinco Tania Carvalho
Adélia Nicolete Odorico Paraguaçu: O Bem-amado de Dias Gomes – História
de um personagem larapista e maquiavelento
Sonia Maria Dorce – A Queridinha do meu Bairro
José Dias
Sonia Maria Dorce Armonia
Raul Cortez – Sem Medo de se Expor
Sonia Oiticica – Uma Atriz Rodriguiana?
Nydia Licia
Maria Thereza Vargas
Rede Manchete – Aconteceu, Virou História
Stênio Garcia – Força da Natureza Elmo Francfort
Wagner Assis
Sérgio Cardoso – Imagens de Sua Arte
Suely Franco – A Alegria de Representar Nydia Licia
Alfredo Sternheim
Tônia Carrero – Movida pela Paixão
Tatiana Belinky – ... E Quem Quiser Que Conte Outra Tania Carvalho
Sérgio Roveri
TV Tupi – Uma Linda História de Amor
Theresa Amayo – Ficção e Realidade Vida Alves
Theresa Amayo Victor Berbara – O Homem das Mil Faces
Tony Ramos – No Tempo da Delicadeza Tania Carvalho
Tania Carvalho Walmor Chagas – Ensaio Aberto para Um Homem Indignado
Djalma Limongi Batista
287
Coelho, Cleodon
Lilian Lemmertz: Sem Rede de Proteção / Cleodon Coelho —
São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2010.
292p. : Il. — (Coleção Aplauso. Série Especial / Coordenador
geral Rubens Ewald Filho).
ISBN 978-85-7060-911-3
1. Atores e atrizes de cinema — Brasil — Biografia 2. Atores e
atrizes de teatro — Brasil — Biografia 3. Atores e atrizes de
televisão — Brasil — Biografia 4. Lemmertz, Lilian, 1937-1986 I.
Ewaldo Filho, Rubens. II. Título. III. Série.
CDD 791.092
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diretor-presidente
Hubert Alquéres
diretor industrial
Teiji Tomioka
diretor financeiro
Flávio Capello
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