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5232 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.

o 194 — 18 de Agosto de 2004

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA Artigo 5.o


Princípio da cidadania
o
Lei n. 38/2004 A pessoa com deficiência tem direito ao acesso a
todos os bens e serviços da sociedade, bem como o
de 18 de Agosto
direito e o dever de desempenhar um papel activo no
Define as bases gerais do regime jurídico da prevenção, desenvolvimento da sociedade.
habilitação, reabilitação e participação da pessoa com deficiência
Artigo 6.o
A Assembleia da República decreta, nos termos da
alínea c) do artigo 161.o da Constituição, para valer Princípio da não discriminação
como lei geral da República, o seguinte:
1 — A pessoa não pode ser discriminada, directa ou
indirectamente, por acção ou omissão, com base na
CAPÍTULO I deficiência.
2 — A pessoa com deficiência deve beneficiar de
Disposições gerais medidas de acção positiva com o objectivo de garantir
o exercício dos seus direitos e deveres corrigindo uma
Artigo 1.o situação factual de desigualdade que persista na vida
social.
Âmbito
Artigo 7.o
A presente lei define as bases gerais do regime jurí-
Princípio da autonomia
dico da prevenção, habilitação, reabilitação e partici-
pação da pessoa com deficiência. A pessoa com deficiência tem o direito de decisão
pessoal na definição e condução da sua vida.
Artigo 2.o
Noção
Artigo 8.o
Princípio da informação
Considera-se pessoa com deficiência aquela que, por
motivo de perda ou anomalia, congénita ou adquirida, A pessoa com deficiência tem direito a ser informada
de funções ou de estruturas do corpo, incluindo as fun- e esclarecida sobre os seus direitos e deveres.
ções psicológicas, apresente dificuldades específicas sus-
ceptíveis de, em conjugação com os factores do meio, Artigo 9.o
lhe limitar ou dificultar a actividade e a participação
em condições de igualdade com as demais pessoas. Princípio da participação

A pessoa com deficiência tem o direito e o dever


Artigo 3. o de participar no planeamento, desenvolvimento e acom-
panhamento da política de prevenção, habilitação, rea-
Objectivos bilitação e participação da pessoa com deficiência.
Constituem objectivos da presente lei a realização
de uma política global, integrada e transversal de pre- Artigo 10.o
venção, habilitação, reabilitação e participação da pes- Princípio da globalidade
soa com deficiência, através, nomeadamente, da:
a) Promoção da igualdade de oportunidades, no A pessoa com deficiência tem direito aos bens e ser-
sentido de que a pessoa com deficiência dis- viços necessários ao seu desenvolvimento ao longo da
ponha de condições que permitam a plena par- vida.
ticipação na sociedade; Artigo 11.o
b) Promoção de oportunidades de educação, for- Princípio da qualidade
mação e trabalho ao longo da vida;
c) Promoção do acesso a serviços de apoio; A pessoa com deficiência tem o direito à qualidade
d) Promoção de uma sociedade para todos através dos bens e serviços de prevenção, habilitação e rea-
da eliminação de barreiras e da adopção de bilitação, atendendo à evolução da técnica e às neces-
medidas que visem a plena participação da pes- sidades pessoais e sociais.
soa com deficiência.
Artigo 12.o
Princípio do primado da responsabilidade pública
CAPÍTULO II
Princípios fundamentais Ao Estado compete criar as condições para a execução
de uma política de prevenção, habilitação, reabilitação
Artigo 4.o e participação da pessoa com deficiência.
Princípio da singularidade
Artigo 13.o
À pessoa com deficiência é reconhecida a singula- Princípio da transversalidade
ridade, devendo a sua abordagem ser feita de forma
diferenciada, tendo em consideração as circunstâncias A política de prevenção, habilitação, reabilitação e
pessoais. participação da pessoa com deficiência deve ter um
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carácter pluridisciplinar e ser desenvolvida nos diferen- Artigo 19.o


tes domínios de forma coerente e global. Relações com as organizações não governamentais

Artigo 14.o O Estado deve apoiar as acções desenvolvidas pela


sociedade, em especial pelas organizações representa-
Princípio da cooperação tivas da pessoa com deficiência, na prossecução dos
objectivos da presente lei.
O Estado e as demais entidades públicas e privadas
devem actuar de forma articulada e cooperar entre si
na concretização da política de prevenção, habilitação, Artigo 20.o
reabilitação e participação da pessoa com deficiência. Coesão social

As entidades privadas, nomeadamente as empresas,


Artigo 15.o cooperativas, fundações e instituições com ou sem fins
Princípio da solidariedade lucrativos, estruturas representativas dos trabalhadores
e associações de empregadores, devem, no desenvol-
Todos os cidadãos devem contribuir para a prosse- vimento da sua actividade e com vista ao reforço da
cução da política de prevenção, habilitação, reabilitação coesão social, promover a satisfação dos interesses eco-
e participação da pessoa com deficiência. nómicos, sociais e culturais da pessoa com deficiência.

CAPÍTULO III Artigo 21.o


Rede de apoio de serviços e equipamentos sociais
Promoção e desenvolvimento
Compete ao Estado promover a celebração de pro-
Artigo 16.o tocolos, nomeadamente com as autarquias locais e as
Intervenção do Estado instituições particulares e cooperativas de solidariedade
social, com vista à criação de uma rede descentralizada
1 — Compete ao Estado a promoção e o desenvol- de apoio de serviços e equipamentos sociais à pessoa
vimento da política nacional de prevenção, habilitação, com deficiência.
reabilitação e participação da pessoa com deficiência Artigo 22.o
em colaboração com toda a sociedade, em especial com
a pessoa com deficiência, a sua família, respectivas orga- Apoio à família
nizações representativas e autarquias locais. Compete ao Estado adoptar medidas que proporcio-
2 — Compete ao Estado a coordenação e articulação nem à família da pessoa com deficiência as condições
das políticas, medidas e acções sectoriais, ao nível nacio- para a sua plena participação.
nal, regional e local.
3 — O Estado pode atribuir a entidades públicas e
privadas a promoção e o desenvolvimento da política Artigo 23.o
nacional de prevenção, habilitação, reabilitação e par- Voluntariado
ticipação, em especial às organizações representativas
Compete ao Estado incentivar o voluntariado e pro-
das pessoas com deficiência, instituições particulares e mover a participação solidária em acções de apoio a
cooperativas de solidariedade social e autarquias locais. pessoas com deficiência num quadro de liberdade e res-
4 — Compete ao Estado realizar as acções de fisca- ponsabilidade, tendo em vista um envolvimento efectivo
lização necessárias ao cumprimento da lei. da sociedade no desenvolvimento de acções de volun-
tariado no âmbito da política de prevenção, habilitação,
Artigo 17.o reabilitação e participação da pessoa com deficiência.
Entidade coordenadora

1 — O Estado deve assegurar a existência de uma CAPÍTULO IV


entidade pública que colabore na definição, coordena- Prevenção, habilitação, reabilitação e participação
ção e acompanhamento da política nacional de preven-
ção, habilitação, reabilitação e participação da pessoa SECÇÃO I
com deficiência. Prevenção
2 — A entidade referida no número anterior deve
assegurar a participação de toda a sociedade, nomea- Artigo 24.o
damente das organizações representativas da pessoa
com deficiência. Prevenção

Artigo 18.o 1 — A prevenção é constituída pelas medidas que


visam evitar o aparecimento ou agravamento da defi-
Intervenção de entidades públicas e privadas
ciência e eliminar ou atenuar as suas consequências.
1 — As entidades públicas e privadas têm o dever 2 — O Estado deve promover, directa ou indirecta-
de realizar todos os actos necessários para a promoção mente, todas as acções necessárias à efectivação da pre-
e o desenvolvimento da política nacional de prevenção, venção, nomeadamente de informação e sensibilização
habilitação, reabilitação e participação da pessoa com sobre:
deficiência. a) Acessibilidades;
2 — O Estado deve apoiar as entidades públicas e b) Sinistralidade, em especial resultante da circu-
privadas que realizem os actos previstos no número lação de veículos e de actividades laboral,
anterior. doméstica e de tempos livres;
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c) Consumo de substâncias que afectem a saúde, Artigo 30.o


em especial álcool, droga e tabaco; Direito à segurança social
d) Hábitos alimentares;
e) Cuidados peri, pré e pós-natais; Compete ao Estado adoptar medidas específicas
f) Segurança, higiene e saúde no trabalho. necessárias para assegurar a protecção social da pessoa
com deficiência, mediante prestações pecuniárias ou em
espécie, que tenham em vista a autonomia pessoal e
SECÇÃO II uma adequada integração profissional e social.
Habilitação e reabilitação
Artigo 31.o
Artigo 25.o
Direito à saúde
Habilitação e reabilitação
Compete ao Estado adoptar medidas específicas
A habilitação e a reabilitação são constituídas pelas necessárias para assegurar os cuidados de promoção e
medidas, nomeadamente nos domínios do emprego, tra- vigilância da saúde, o despiste e o diagnóstico, a esti-
balho e formação, consumo, segurança social, saúde, mulação precoce do tratamento e a habilitação e rea-
habitação e urbanismo, transportes, educação e ensino, bilitação médico-funcional da pessoa com deficiência,
cultura e ciência, sistema fiscal, desporto e tempos livres, bem como o fornecimento, adaptação, manutenção ou
que tenham em vista a aprendizagem e o desenvolvi- renovação dos meios de compensação que forem ade-
mento de aptidões, a autonomia e a qualidade de vida quados.
da pessoa com deficiência.
Artigo 32.o
Artigo 26.o Direito à habitação e urbanismo

Direito ao emprego, trabalho e formação Compete ao Estado adoptar, mediante a elaboração


de um plano nacional de promoção da acessibilidade,
1 — Compete ao Estado adoptar medidas específicas
tendo em atenção os princípios do desenho universal:
necessárias para assegurar o direito de acesso ao
emprego, ao trabalho, à orientação, formação, habili- a) Medidas específicas necessárias para assegurar
tação e reabilitação profissionais e a adequação das con- o direito à habitação da pessoa com deficiência,
dições de trabalho da pessoa com deficiência. em articulação com as autarquias locais;
2 — No cumprimento do disposto no número ante- b) Medidas específicas necessárias para assegurar
rior, o Estado deve fomentar e apoiar o recurso ao auto- o acesso da pessoa com deficiência, nomeada-
-emprego, teletrabalho, trabalho a tempo parcial e no mente aos espaços interiores e exteriores,
domicílio. mediante a eliminação de barreiras arquitectó-
nicas na construção, ampliação e renovação.
Artigo 27.o
Conciliação entre a actividade profissional Artigo 33.o
e a vida familiar
Direito aos transportes
Compete ao Estado adoptar medidas específicas
necessárias para assegurar o direito de conciliação entre Compete ao Estado adoptar, mediante a elaboração
a actividade profissional e a vida familiar da pessoa com de um plano nacional de promoção da acessibilidade,
deficiência, bem como dos familiares com pessoas com medidas específicas necessárias para assegurar o acesso
deficiência a cargo. da pessoa com deficiência, nomeadamente à circulação
e utilização da rede de transportes públicos, de trans-
Artigo 28.o portes especiais e outros meios de transporte apropria-
Quotas de emprego dos, bem como a modalidades de apoio social.
1 — As empresas devem, tendo em conta a sua dimen-
são, contratar pessoas com deficiência, mediante con- Artigo 34.o
trato de trabalho ou de prestação de serviço, em número Direito à educação e ensino
até 2 % do total de trabalhadores.
2 — O disposto no número anterior pode ser aplicável Compete ao Estado adoptar medidas específicas
a outras entidades empregadoras nos termos a regu- necessárias para assegurar o acesso da pessoa com defi-
lamentar. ciência à educação e ao ensino inclusivo, mediante,
3 — A Administração Pública deve proceder à con- nomeadamente, a afectação de recursos e instrumentos
tratação de pessoas com deficiência em percentagem adequados à aprendizagem e à comunicação.
igual ou superior a 5 %.
Artigo 35.o
Artigo 29.o Direito à cultura e ciência
Direitos do consumidor
Compete ao Estado adoptar medidas específicas
Compete ao Estado adoptar medidas específicas necessárias para assegurar o acesso da pessoa com defi-
necessárias para assegurar os direitos de consumidor ciência à cultura e à ciência, mediante, nomeadamente,
da pessoa com deficiência, nomeadamente criando um a afectação de recursos e instrumentos que permitam
regime especial de protecção. a supressão das limitações existentes.
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Artigo 36.o Artigo 43.o


Sistema fiscal Informação

Compete ao Estado adoptar medidas específicas 1 — O Estado e as demais entidades públicas e pri-
necessárias para assegurar o acesso da pessoa com defi- vadas devem colocar à disposição da pessoa com defi-
ciência a bens essenciais que visem melhorar as con- ciência, em formato acessível, designadamente em
dições de vida, nomeadamente mediante a concessão braille, caracteres ampliados, áudio, língua gestual, ou
de benefícios fiscais. registo informático adequado, informação sobre os ser-
viços, recursos e benefícios que lhes são destinados.
Artigo 37.o 2 — Os órgãos de comunicação social devem dispo-
Mecenato nibilizar a informação de forma acessível à pessoa com
deficiência bem como contribuir para a sensibilização
Compete ao Estado adoptar medidas específicas da opinião pública, tendo em vista a eliminação das
necessárias para assegurar o incentivo do mecenato, práticas discriminatórias baseadas na deficiência.
mediante, nomeadamente, a criação e a fixação de isen-
ções fiscais.
Artigo 44.o
Artigo 38.o
Sociedade da informação
Direito à prática do desporto e de tempos livres
Compete ao Estado adoptar, mediante a elaboração
Compete ao Estado adoptar medidas específicas de um plano nacional de promoção da acessibilidade,
necessárias para assegurar o acesso da pessoa com defi- medidas específicas necessárias para assegurar o acesso
ciência à prática do desporto e à fruição dos tempos da pessoa com deficiência à sociedade de informação.
livres, mediante, nomeadamente, a criação de estruturas
adequadas e formas de apoio social.
Artigo 45.o
Investigação
Artigo 39.o
Alta competição Compete ao Estado promover e apoiar programas
de investigação e desenvolvimento com carácter plu-
Compete ao Estado adoptar medidas específicas ridisciplinar que permitam melhorar os meios de pre-
necessárias para assegurar a prática do desporto de alta venção, habilitação e reabilitação.
competição pela pessoa com deficiência, mediante,
nomeadamente, a criação de estruturas adequadas e for- Artigo 46.o
mas de apoio social.
Formação
SECÇÃO III
1 — Compete ao Estado promover e apoiar a for-
Participação mação específica de profissionais que actuem na área
da prevenção, habilitação e reabilitação da pessoa com
Artigo 40.o deficiência.
Participação 2 — As entidades competentes devem desenvolver,
sempre que se justificar, nos programas de formação,
A participação é constituída pelas medidas específicas conteúdos que contribuam para o processo de preven-
necessárias para assegurar a participação da pessoa com ção, habilitação e reabilitação da pessoa com deficiência.
deficiência, ou respectivas organizações representativas,
nomeadamente na elaboração da legislação sobre defi- Artigo 47.o
ciência, execução e avaliação das políticas referidas na
presente lei, de modo a garantir o seu envolvimento Estatísticas
em todas as situações da vida e da sociedade em geral. Compete ao Estado assegurar a recolha, tratamento
e divulgação de dados estatísticos relacionados com a
CAPÍTULO V deficiência.

Políticas transversais CAPÍTULO VI


Disposições finais
Artigo 41.o
Estatuto patrimonial Artigo 48.o
Fundo de apoio
Compete ao Estado adoptar medidas específicas
necessárias para assegurar a protecção patrimonial da A lei poderá prever a constituição de um fundo de
pessoa com deficiência. apoio à pessoa com deficiência constituído pelo produto
de coimas de processos de contra-ordenação por vio-
Artigo 42.o lação dos direitos da pessoa com deficiência.
Intervenção precoce
Artigo 49.o
Compete ao Estado desenvolver acções de interven-
Orçamento
ção precoce, enquanto conjunto de medidas integradas
de apoio dirigidas à criança, à família e à comunidade, Os encargos decorrentes da execução da presente lei
com o objectivo de responder de imediato às neces- devem ser inscritos nos orçamentos dos respectivos
sidades da criança com deficiência. ministérios.
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Artigo 50.o Artigo 4.o


Regulamentação Princípio da inexistência de prejuízo para o serviço
O Governo deve aprovar as normas necessárias ao
desenvolvimento da presente lei. O exercício das actividades associativas não pode, em
caso algum e por qualquer forma, prejudicar o normal
cumprimento das missões, a permanente disponibilidade
Artigo 51.o para o serviço nem a coesão e a disciplina da GNR.
Revogação
o Artigo 5.o
É revogada a Lei n. 9/89, de 2 de Maio.
Direitos das associações
Aprovada em 24 de Junho de 2004.
O Presidente da Assembleia da República, João Bosco As associações profissionais legalmente constituídas
Mota Amaral. têm direito a:

a) Representar os associados na defesa dos seus


Promulgada em 2 de Agosto de 2004. interesses estatutários, sócio-profissionais e
Publique-se. deontológicos;
b) Integrar conselhos consultivos, comissões de
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. estudo e grupos de trabalho constituídos para
proceder à análise de assuntos de relevante inte-
Referendada em 5 de Agosto de 2004. resse para a instituição, na área da sua com-
O Primeiro-Ministro, Pedro Miguel de Santana Lopes. petência específica;
c) Ser ouvidas pelos órgãos competentes da GNR
sobre as questões do estatuto profissional, remu-
Lei n.o 39/2004 neratório e social dos seus associados e sobre
as condições de exercício da respectiva acti-
de 18 de Agosto vidade;
Estabelece os princípios e as bases gerais do exercício do direito d) Apresentar propostas sobre o funcionamento
de associação profissional dos militares da Guarda Nacional dos serviços e outros aspectos de relevante inte-
Republicana. resse para a instituição, bem como exprimir
junto das entidades competentes opinião sobre
A Assembleia da República decreta, nos termos da matérias expressamente incluídas nas suas fina-
alínea c) do artigo 161.o da Constituição, para valer lidades estatutárias;
como lei geral da República, o seguinte: e) Emitir pareceres sobre quaisquer assuntos ati-
nentes à GNR, quando tal for solicitado pelas
entidades competentes;
Artigo 1.o f) Realizar reuniões no âmbito das suas finalidades
Liberdade de associação estatutárias em instalações da GNR, previa-
mente autorizadas e desde que não comprome-
1 — Os militares da Guarda Nacional Republicana tam a realização do interesse público ou o nor-
(GNR) em efectividade de funções têm o direito de mal funcionamento dos serviços;
constituir associações de carácter profissional para pro- g) Promover actividades e editar publicações sobre
moção dos correspondentes interesses dos seus asso- matérias associativas, deontológicas e sócio-pro-
ciados. fissionais ou, mediante prévia autorização hie-
2 — As associações profissionais têm âmbito nacional rárquica, sobre assuntos de natureza exclusiva-
e sede em território nacional, não podendo ter natureza mente técnica;
política, partidária ou sindical. h) Afixar documentos relativos às suas actividades
3 — Em tudo o que não estiver disposto na presente estatutárias, desde que em local próprio dispo-
lei, a constituição das associações de militares da GNR nibilizado para o efeito;
e a aquisição pelas mesmas de personalidade jurídica, i) Estabelecer relações com associações, federa-
bem como o seu regime de gestão, funcionamento e ções de associações e organizações internacio-
extinção, são regulados pela lei geral. nais congéneres que prossigam objectivos aná-
logos.
Artigo 2.o Artigo 6.o
Princípio da não discriminação
Restrições ao exercício de direitos
Os militares da GNR não podem ser prejudicados
ou beneficiados em virtude do exercício do direito de O exercício dos direitos consagrados no artigo ante-
associação. rior está sujeito às restrições previstas na presente lei,
não podendo os militares da GNR:
Artigo 3.o
Princípio da exclusividade de inscrição a) Proferir declarações susceptíveis de afectarem
a subordinação da GNR à legalidade democrá-
Aos militares da GNR é vedada a inscrição em mais tica, a sua isenção política e partidária, a coesão,
do que uma associação profissional. o bom nome e o prestígio da instituição, ou

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