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Avivamento Espiritual

por

Rubem Martins Amorese

Durante um semestre letivo, uma turma da Faculdade Teológica


Batista de Brasília - FTBB, caracterizada por grande variedade
denominacional, trabalhou para definir "Avivamento Espiritual",
tendo como recursos pesquisas, entrevistas e leituras. O
resultado foi o decálogo abaixo. Como trabalho final de curso,
os alunos redigiram seu texto pessoal, que ampliava cada
conceito, numa síntese pessoal dos achados.

Este texto-síntese veio a ser adotado pela Igreja Presbiteriana do


Planalto-IPP, como pastoral à igreja.

1. O que é avivamento espiritual?

1.1. É o resultado da ação do Espírito na vida do crente,


enchendo-o e habilitando-o para cumprir a vontade do Senhor
no seu contexto específico de vida. Tem, também a conotação
coletiva de um movimento.

1.2. É resultado também da ação (permissão, ou submissão) do


homem, no sentido de buscar santidade e de se deixar encher
por Deus.

1.3. Acontece, normalmente em momentos de crise da igreja,


seja por pecado, seja por apatia, desnorteamento ou por
desobediência à sua vocação e missão.

2. O verdadeiro avivamento espiritual se caracteriza por:

2.1. Uma forte ênfase no conhecimento, obediência e


proclamação da Palavra de Deus;

 renascimento do amor pela Palavra leitura


devocional e estudo individual, familiar, em
grupos e na igreja;
 renascimento do amor pelo Senhor da Palavra
obediência;
 renascimento da certeza sobre a Palavra fé e
proclamação. 

2.2. Uma forte ênfase na oração, como relacionamento íntimo e


amoroso com Deus;

 o renascimento do amor pelo Senhor leva à


busca de sua intimidade, sua presença, seu
conselho, sua vontade;
 a oração como fortalecimento da alma o pulmão
da alma;
 a oração como a invasão do invisível exercício
de fé; 

2.3. Desabrochar dos dons espirituais, sem que isso provoque


competições, comparações nem orgulho;

 a busca explícita, coletiva e individual das


habilitações, carismas e manifestações do
Espírito de Deus, que nos equipa para sua
obra;
 o desabrochar dos ministérios, conseqüências
daqueles dons, quando oferecidos em
humildade, obediência e anonimato;
 o desabrochar da felicidade de estar fazendo,
por menor que seja o vaso, transbordar.

2.4. Eleição de Deus como centro de devoção;

 uma progressiva descentralização de si mesmo,


para concentração em Deus ;
 uma descentralização da igreja e das coisas da
igreja, para o Deus da igreja;
 uma centralização de Deus, nas decisões, nos
negócios, no ministério, no cotidiano, no fervor,
no comer, no andar paixão. 

2.5. Grande sensibilidade ética;

 uma capacidade de distinguir o certo do errado


proveniente do amor, e não do estudo de ética
(esse pode até vir);
 uma capacidade sobrenatural de responder a
essa sensibilidade, com ações, reações e
coragem;
 uma capacidade de perceber injustiças
acidentais, pessoais, estruturais e mesmo
históricas e lutar por repará-las. 

2.6. Transbordamento da comunhão e do compromisso


comunitário com a Aliança e suas implicações;

 crescente disponibilidade para as necessidades


dos irmãos (respeitados os traços de
personalidade);
 crescente busca dos irmãos, numa
manifestação de dependência e humildade;
 crescente amadurecimento de compromissos
tácitos, de motivação individual e anônima, que
se materializam em presença, constância,
fidelidade, fidedignidade, permanência,
paciência, benignidade, bondade, altruísmo e
serviço humilde.

2.7. Forte impulso evangelístico e amor pelas almas desvalidas


(órfão, viúva e estrangeiro);

 desabrochar do fervor evangelístico, movido


pelo amor, e não apenas por um "ide"; fervor
esse que rompe fronteiras, que fala, que exorta,
que sofre, que chama, que explicita, que abre a
Bíblia (como já não temos mais coragem de
fazer), que passa por bobo mas que
testemunha;
 redescoberta de meios e estratégias adequadas
para o evangelismo institucional, coletivo,
eclesiástico, contextualizado, que dá
complemento ao trabalho individual (cultos ao
ar-livre, acampamentos, seminários, palestras,
cruzadas, etc);
 desenvolvimento de mecanismos de
paternidade responsável: obstetras e pediatras
trabalhando juntos.

2.8. Crescente impulso à adoração e fervor;

 uma nova alegria, um novo cântico, uma nova


adoração, um novo compromisso, um novo
espírito, uma nova exultação, uma nova
sensibilidade para o mover do Espírito de Deus;
 uma inusitada e crescente vontade de adorar,
cantar, louvar (reconhecer Deus nas coisas do
dia) orar; de submeter as coisas, os fatos e
acontecimentos do cotidiano a Deus, nas
conversas, no compartilhar, na comunhão, no
culto e fora dele de uma igreja de orações para
uma igreja de oração.Uma nova exultação pelo
reconhecimento dos feitos de Deus;
 um novo fôlego de afeição e confiança em Deus,
que leva à adoração, à ousadia espiritual, ao
dispender de tempo na pesença de Deus, à fé
bíblica, aos dons, à misericórdia, ao perdão, à
superação de limitações pessoais, relacionais; à
superação do impossível, do impensável, do
imponderável seja pela interveniência do
milagre, seja pelo milagre da compreensão,
discernimento, submissão e aceitação dos
desígnios de Deus. 

2.9. Forte ênfase na definição, ampliação e focalização da


dimensão de missão;

 rápido amadurecimento da identidade da igreja


e do crente, individualmente, quanto ao seu
papel no meio em que está; o amor acha seu
próximo, acha meios, acha caminhos;
 reavivamento de seu fervor e compromisso em
relação a missões, sejam transculturais, sejam
urbanas;
 crescente compreensão do caráter da
encarnação como símbolo do amor sacrificial
que vai buscar o perdido onde ele está, para
trazê-lo para o Pai. 

2.10. Manifestação do fruto do Espírito, com ardente fervor,


num misto (paradoxal) de ardor e humildade.

 rápida "desestrelização" dos servos de Deus,


desaparecimento da necessidade de aprovação
para o exercício da piedade, da busca de
aprovação institucional para o uso de dons e
exercício de ministérios;
 manifestação anônima, humilde e construtiva
de amor, alegria, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e
domínio próprio;
 crescente capacidade de aceitar a provação, a
dor e o sofrimento, com humildade e
resignação, como quem confia que não cai um
fio de cabelo da cabeça sem que Deus
consinta.E mais: a capacidade de exultar nas
tribulações, sabendo que ela produz
perseverança, onde há o Espírito de Deus; e a
perseverança experiência; e a experiência,
esperança.

Sobre o autor: Rubem Amorese é presbítero na Igreja


Presbiteriana do Planalto - IPP em Brasília. Agradecemos ao
autor pela autorização escrita para publicarmos os seus artigos
no Monergismo.com. Outros artigos do autor podem ser
acessados em http://www.amorese.com.br/.

www.monergismo.com

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