Você está na página 1de 7

Teologia Bíblica dos Dons Pessoais

Cleudes Ines Rama


Tainara Limas dos Santos
Tanise Werlang Machado

Resumo
A Palavra “Dom” vem da raiz do grego χαρίσματα que significa Charismata, ou seja,
favor imerecido. Trata-se de uma dádiva, um presente, uma benção da parte de
Deus concedida a cada membro do Corpo de Cristo com o propósito de edificar a
igreja e ganhar novos convertidos. São evidências do Espírito, uma demonstração
visível da sua presença e funcionamento entre o povo de Deus, operando de forma
sobrenatural.
Palavras-chave: Dom, Corpo de Cristo, Charismata.

Introdução
Tendo em mente que os dons nos concedidos por Deus são para que
façamos algo de edificante e de valor, é de extrema importância que saibamos o
quanto antes e coloquemos em prática.
Os dons pessoais são nos confiado por Cristo Jesus de forma individual para
que possamos usar na vida Cristã com grande motivação e alegria para o bem e
para a edificação dos nossos irmãos.

Desenvolvimento
Concedidos por Deus Pai, os dons individuais que operam entre os irmãos
para torná-los úteis no Corpo de Cristo são permanentes e podemos inúmeros em
sete, sendo eles: Profecia, Ministério, Ensino, Exortação, Contribuição, Governo e
Misericórdia.

1.1 Profecia
John MacArthur (2010, p.1516) declara que essa palavra grega significa
“transmitir uma palavra”, não significa ter previsões do futuro ou outros aspectos
espirituais ou sobrenaturais.
O irmão com esse dom é crítico, observador, é severo ao falar o que pensa,
é persuasivo na sua argumentação, é sincero e comprometido com a verdade, é
direto e objetivo nas suas colocações, busca sabedoria sobre o que, como e quando
falar. Podemos entender que esse membro funciona como a boca no corpo de
Cristo.

1.2 Ministério
Dom de servir, MacArthur (2010, p.1516) afirma que o termo ministério se
refere a mesma palavra grega da qual vem “diácono” ou “diaconisa”, àqueles que
servem.
O irmão com esse dom é sensível a necessidade dos outros para supri-las,
as percebe de forma natural. Faz mobilização se necessário for para atender as
necessidades dos outros. Entende que serve ao Senhor através do serviço ao
próximo e se alegra com isso. Podemos entender que este irmão funciona como as
mãos do corpo.

1.3 Ensino
MacArthur (2010, p.1516) diz que o dom de ensino é a “habilidade de
interpretar, esclarecer, sistematizar e explicar de maneira simples a verdade de
Deus.
O irmão com esse dom sente prazer em esclarecer dúvidas, tem facilidade
de pesquisar e é organizado, gosta de ler e estudar, está sempre disposto a
aprender e esforça-se para que os outros aprendam também, suas explicações e
explanação tem base e respaldo bíblico o que transmite confiança e segurança.
Podemos entender que este membro funciona como a mente no corpo de Cristo.
1.4 Exortação

Hayford (2002, p. 1172) refere-se a este dom e descreve “aqueles cujo dom
[...] os capacite para aplicar melhor as verdades da Palavra de Deus através do
encorajamento...”
Para MacArthur (2010, p. 1516) “o dom de exortação [...] capacita um cristão
a chamar outros efetivamente a obedecer à verdade de Deus e a segui-la [..]. Pode
ser empregado de maneira negativa para admoestar e corrigir quando relativo ao
pecado (2 Tm 4.2) ou de maneira positiva para encorajar, consolar e fortalecer os
cristãos que estão enfrentando lutas (cf 2 Co 1.3-5; Hb 10:24-25).
Características:
 Preocupa-se com o crescimento espiritual das pessoas;
 Preocupa-se com a estatura espiritual do cristão e não com o tamanho da
igreja;
 Vê a importância de falar á pessoal individualmente;
 Busca encorajar, motivar e aconselhar com as suas palavras;
 Chama a pessoa de lado e, com amo, orienta;
 Age com empatia e é confiável;
 Estimula a pessoa colocar em prática o que ministrou;
 Exortar não é chamar atenção, é motivar;
 Podemos entender que este irmão funciona como o coração do corpo.

1.5 Contribuição

Para Hayford (2202, p. 1172) “o que contribui [..] refere-se [...] aos dotados
para o repartir o apoio emocional ou físico aos outros; ou àqueles dotados de
recursos financeiros abundantes para sustentar a obra do evangelho;
Características:
 Distribui seus bens materiais aos outros a fim de cooperar com a pessoa ou
com os ministérios;
 Reparte a sua riqueza com a simplicidade e não de maneira evidente;
 Tem sabedoria em repartir e o faz na direção do Senhor;

TAVARES, Erivelton. Dons e Ministérios. São Paulo: Instituto Teológico


Quadrangular, 2012
 Sabe dar uma parte dos seus bens sem dar tudo;
 Este dom refere-se à contribuição pessoal;
 É a generosidade de um coração grande, cheio de bondade;
 Essa pessoa não busca a sua glória pessoal por causa da sua riqueza e por
causa dos seus bens, mas busca a glória de Deus de todo o seu coração;
 Busca o bem estar da casa de Deus, dos servos de Deus, dos irmãos e dos
semelhantes;
 Podemos entender que este irmão funciona como a sensibilidade do corpo.

1.6 Governo

Hayford (2002, p. 1172) refere-se a este dom como “aqueles que são dotados
para auxiliar eficazmente em todas as áreas da vida; ou aqueles que têm função [...]
administração...”
MacArthur (2010, p. 1516) fala que, literalmente, governe ou presidir significa
“estar á frente” [...] guiar [...] e a palavra é usada para designar a pessoa que
governa um navio (At 27.11; Ap 18.17);
Características:
 Tem visão global acerca de um projeto ou trabalho a ser realizado;
 É otimista e perseverante;
 Coordena as diversas facetas de um objetivo único com sucesso;
 Exerce liderança, superintende;
 Saber liderar com justiça;
 Capacidade de planejar;
 Capacidade de motivar e orientar liderados;
 Governa a igreja local, com a mesma atitude e intensidade;
 Não governa as coisas de Deus para proveito pessoal;
 Não trabalha por ganância;
 Através do seu dom ajuda a igreja local;
 Podemos entender que este irmão funciona como o cérebro do corpo.
1.7 Misericórdia

Hayford (2002, p. 1172) define quem exerce misericórdia como “aqueles que
tem um dom especial ou emoções sensíveis e fortes; ou aqueles chamados para
funções especiais de consolo cristão ou atos de caridade.
Champlin (1995, p. 815) no diz que a pessoa dotada com este dom “exerce
misericórdia com desenvoltura e tem uma atitude jubilosa no espirito, uma
disposição alegre”.
Características:
 Interessa-se pelos sentimentos dos outros;
 Descobre os problemas emocionais ou espirituais dos outros;
 Compreende e conforta aqueles que estão em sofrimento ou desgraça;
 É compassivo e ao mesmo tempo é capaz de agir com uma disposição alegre;
 Tem visão e fé a respeito das situações e confia no poder da oração;
 Tem sinceridade e singeleza como virtude;
 É simpático, afável e amigo;
 É sensível às tribulações dos outros para exercer o seu dom;
 Podemos entender que esta irmão funciona como o ombro do corpo.

2 Alertas referentes aos perigos ou desafios para os dons pessoais

2.1 Profecia

 Orgulha-se da sua retórica;


 Tornar-se arrogante;
 Tornar-se insensível aos outros e á opinião deles;
 Ser intolerante, cruel e sem misericórdia;
 Ser grosseiro;
 Achar que falar para grupos é mais importante do que falar a uma pessoa;
O desafio aqui não é ficar no dilema se tal mensagem a ser comunicada
pessoalmente, ou coletivamente, é ou não de Deus, ou seja, precisa ter a convicção
de fato que tal mensagem vem de Deus, recebe-la e entrega-la pela fé.

TAVARES, Erivelton. Dons e Ministérios. São Paulo: Instituto Teológico


Quadrangular, 2012
2.1 Ministério

 Orgulhar-se das suas obras;


 Orgulhar-se da sua sensibilidade às necessidades das pessoas ou da igreja;
 Pensar ou declarar que o mérito pela solução de uma necessidade é sua;
 Necessitar em demasia o reconhecimento de suas obras pelos homens;
 Ficar magoado quando as outras pessoas se aproveitam da sua vontade em
ajudar;
 Ser ativista na igreja;
 Não saber dizer não;
 Negligenciar as prioridades em relação à família;
O desafio é servir independentemente do reconhecimento, mas faze-lo por
amor, e ao Senhor de todo o coração O apóstolo está recomendando que a
pessoa deve servir livremente, ou seja, simplesmente sirva, com alegria, sem
autopiedade ou ufanação (gabar-se).

2.2 Ensino

O desafio é manter a disciplina no estudo, na preparação de materiais e


planos de aula para poder ensinar bem.
O fato de ter um dom que facilita, isso não garante um bom ensino na questão
didática, isso requer um planejamento, objetivos, metodologia e estratégia de
ensino.
O apóstolo adverte que poderá haver negligência, descuido, falta de
dedicação devido a certa segurança relacionada ao conhecimento já adquirido.

2.4 Exortação

Na exortação o desafio é ouvir aconselhar, animar e deixar que a pessoa


avalie, reaja, coloque em prática o que lhe for recomendado. Dar a opção de
escolher se aceita ou não o conselho.
Paulo fala da dedicação ao aconselhando porque é necessário ter paciência,
esperança, amor e fé. Esse dom funciona como que uma atitude pastoral.

2.5 Contribuição

2.6 Governo

O dom de governar, presidir ou liderar deve ser executado mais voltado aos
outros do que em próprio benefício, o objetivo é que Deus seja glorificado no final do
trabalho.

2.7 Misericórdia

O dom da misericórdia tem um desafio que não se pode sobrecarregar com o


sofrimento alheio, mas ter diante de si a visão de que Deus é maior que o sofrimento
do ser humano. É ter fé que possa ser apoio a pessoa que sofre.
Certos cristãos possuem combinação de dons. O dom pessoal é permanente,
então se for chamado para o ministério sempre exercerá este ministério através do
seu dom pessoal.

Conclusão
Quando descobrimos o nosso dom pessoal sabemos a nossa posição, e
qual a nossa função no Corpo de Cristo. Temos mais facilidade em ajudar e em
entender os modos de pensar, falar e agir de outros irmãos, que são abençoados
por outros dons.
É importante que o líder da igreja local identifique o dom pessoal dos
membros antes de designá-los a algum serviço para não cometer erros, colocando o
irmão numa posição que não será bem-sucedida e em consequência não gerará
frutos.

TAVARES, Erivelton. Dons e Ministérios. São Paulo: Instituto Teológico


Quadrangular, 2012

Você também pode gostar