O romance distópico ´´The Handmaid´s Tale´´ retrata uma sociedade que
vive um regime totalitário e fundamentalista religioso, no qual, as
mulheres férteis foram capturadas e obrigadas a gerarem filhos para os comandantes de Gillead perdendo o direito total sobre o seu corpo. Assim como na obra abordada, encontra-se o atual cenário brasileiro em que mulheres são descriminalizadas por praticarem o aborto no Brasil, mesmo em situações de risco. Nesse sentido, é lícito inferir que o desamparo governamental e o controle por pressão social são coeficientes que corroboram para a persistência dessa problemática. Sob esse viés, cabe analisar que a negligência estatal é um fator que contribui para a permanência desse percalço. Segundo a Constituição Federal promulgada em 1988, todo o cidadão tem direito a saúde. Entretanto, ao observarmos as interações sociais, é visível que as mulheres ainda precisam lutar por questões de saúde pública como a legalização do aborto no país e pelo direito sobre o seu próprio corpo. Desse modo, é inaceitável que a lei mor que rege a nação brasileira não se aplique a realidade. Outrossim, ressalta-se que no Brasil, o estimulo da pressão no âmbito social colabora com a existência desse impasse. De acordo com o sociólogo francês Pierre Bourbieu ´´Aquilo que foi criado para se tornar instrumento de democracia direta não deve ser convertida em mecanismo de opressão simbólica´´, de maneira análoga a esse pensamento a nação verde-amarela se caracteriza por usar de sua liberdade para invalidar o direito de outros, e por conta da criminalização do aborto, o quantitativo feminino precisa recorrer a clinicas clandestinas para realizar o procedimento, arriscando a própria vida. Destarte, devido ao descaso governamental e a dominação por pressão coletiva, é necessárias medidas para mitigar a criminalização do aborto no Brasil. Para tanto, o governo por meio do Ministério da Saúde