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Universidade estadual de Maringá

Departamento de Química

Gases Ideais
(Capítulo 02 Castellan)

Profª Daniela Martins Fernandes de Oliveira

1
Propriedades dos Gases

• Estado mais simples da matéria.

• Coleção de átomos ou moléculas amplamente


separadas, em movimento aleatório, cuja
velocidade média se eleva com o aumento da
temperatura, e cuja trajetória não é afetada por
interações entre as moléculas.

• Descrição quantitativa simples de suas


propriedades a partir de propriedades TD: massa,
volume, pressão, T, densidade, etc.

• Importância biológica, industrial e ambiental: 11


elementos e centenas de compostos são gases
em condições ambiente.
2
Definições
Sistema → Parte do Universo separada do mesmo
por fronteiras bem definidas.

Fronteira → Limite entre sistema e vizinhança onde as


propriedades do sistema são medidas.
Vizinhança → Parte externa do sistema que pode interagir
com o mesmo.

Os sistemas podem ser:


- Abertos: Trocam energia e matéria com as vizinhanças. Que tipo de
- Fechados: Trocam energia mas não matéria com as vizinhanças. sistema é esse?
- Isolados: Não trocam energia nem matéria com as vizinhanças.
- Adiabático: Troca energia somente na forma de trabalho (w).

3
Aberto Fechado Isolado Adiabático
(q = 0)
Definições - Isométricas ou
isocóricas (V=cte)

Transformações Restritivas: - Isobáricas (P=cte)

- Isotérmicas (T=cte)

- Adiabáticas (q=0)

Estado Termodinâmico do Sistema → É definido quando suas variáveis


de estado (propriedades macroscópicas) possuem valores definidos.

Ex: O estado em que se apresenta um gás, sob o ponto de vista


macroscópico, é caracterizado pelas seguintes variáveis: pressão (P);
volume (V); Temperatura (T) e quantidade de matéria: massa (m) ou nº de
mols (n). São exemplos de variáveis (ou propriedades) de estado do
sistema.
Estado de Equilíbrio de um Sistema → É.definido quando todas as
suas propriedades mantêm-se inalteradas com o tempo.
4
Como é feita a descrição de um sistema
em equilíbrio????

Modelo do Sistema: Versão simplificada do sistema que busca


representar seus aspectos essenciais. É uma estrutura inicial para
discussões.
Equação de Estado: É a equação matemática que relaciona todas as
propriedades que descrevem o estado do sistema.

5
Descrição de um Sistema Gasoso
Estado Definido por propriedades
Termodinâmico termodinâmicas

Sistema Gasoso:
- Volume que ocupa, V
- Quantidade de substância (número de mols) , n
ou massa, m
- Pressão, P
- Temperatura , T

Equação de Estado: P = f (T, V, n)


De maneira geral, os gases
obedecem a uma eq. de V = f (P, T, n) Forma Geral de
estado relaciona uma das 4 uma equação de
propriedades às outras 3. estado
T = f (P, V, n)
6
n = f (P, V, T)
Descrição de um sistema gasoso
Propriedades de (P, V, T, n)
Estado:
- Propriedades Intensivas: Independem da extensão do sistema. Possuem o
mesmo valor quando medidas em qualquer ponto de um sistema em equilíbrio.
Ex: Pressão (P) e Temperatura (T) e densidade (), etc.

- Propriedades Extensivas: Dependem da extensão do sistema (quantidade


de amostra) e seu valor é obtido somando-se o valor de cada ponto do sistema.
Ex: n, V, m, energia, etc.

A razão entre duas propriedades extensivas gera uma


propriedade intensiva.

m V
= V= 7
V n
Unidades e Fatores de Conversão
- Pressão: É definida como força por unidade de área (P = F/A).
Em sistemas gasosos, a pressão é o resultado das incessantes colisões
de suas moléculas com as paredes do recipiente.
Ex: pneu.
O aparelho usado para medir a pressão de um gás é o
manômetro.
Unidades: SI (Sistema Internacional) → Pa (Pascal)
1 Pa = 1 N m-2 = 1 kg m-1 s-2
1 atm = 760 Torr = 760 mmHg
1 atm = 1,01325 x 105 Pa

Pressão: Propriedade que indica condição de equilíbrio


mecânico entre sistemas. Ex: dois gases separados
por uma parede móvel.

8
Unidades e Fatores de Conversão
- Volume: O volume de qualquer substância é o espaço ocupado por
essa substância. No caso dos gases, o volume de uma amostra é igual
ao volume do recipiente que a contém.

Unidades: SI (Sistema Internacional) → m3


1 L = 1 dm3 = 1000 cm3 = 10-3 m3

- Temperatura: É a medida do grau de agitação térmica das partículas que


constituem um sistema (grosseiramente). Propriedade que indica o sentido do
fluxo de energia na forma de calor através de uma fronteira rígida e termicamente
condutora (equilíbrio térmico entre sistemas).

Unidades: SI (Sistema Internacional) → K (Kelvin)


No Brasil usa-se a unidade ºC. No zero absoluto de temperatura, T = 0
(escala Kelvin) e T = - 273,15 ºC.
Conversão de ºC p/ Kelvin
T(K )= T(ºC) + 273,15 9
Unidades e Fatores de Conversão
- Mol: Expressa quantidade de substância em termos de entidades
elementares presentes nessa substância. Um mol de uma substância
corresponde ao nº de entidades elementares presentes em exatamente 12 g
de 12C. Esse nº é a constante de Avogadro 6,02 x 1023 mol-1.

P V  dimensão de Energia

F dina F dina
P= = 2 .V = 2
.cm 3
= dina.cm = erg
A cm A cm (Sistema CGS)

F N 3
. V = 2 .m = N .m = Joule( J ) (Sistema Internacional)
A m
1 dina = 10-5 N
atm L = Energia 1 erg = 10-7 J 10
1 atm L = 101,325 J
✓ A Natureza dos Gases

Uma notável característica dos gases é que


muitas de suas propriedades são bastante
semelhantes, particularmente a baixas
pressões. Como resultado, ao invés de
estudarmos as propriedades de cada gás,
individualmente, podemos descrever todos os
gases em conjunto. Assim, nossa primeira
tarefa será descobrir quais são estas
propriedades comuns a todos (a maioria) eles.

11
AS PROPRIEDADES DOS GASES
Podemos começar a construir nosso modelo p/ um sistema gasoso
a partir das observações do nosso cotidiano.....

1) Os gases são facilmente compressíveis (idéia de


pressão)
Isso sugere que existe muito espaço entre suas
moléculas.

2) Os gases se expandem rapidamente (idéia de


volume)

Isso sugere que as moléculas de um gás se movem


muito rapidamente.

Nossa primeira imagem de um gás seria


a de uma coleção de átomos ou
moléculas amplamente espaçados que
estão em incessante movimento
aleatório. 12
AS PROPRIEDADES DOS GASES
Esse sistema gasoso que
visualizamos é chamado de

Gás Ideal

Moléculas (ou átomos) em


constante movimento aleatório

• Movimento aumenta com aumento da Temperatura.


• Moléculas muito separadas umas das outras não
interagindo entre si.
• Trajetórias pouco perturbadas por forças
intermoleculares (ausência de interações 13
intermoleculares).
As Leis dos Gases
Lei de Boyle 1627-1691 ✓ As primeiras medidas quantitativas realizadas
com gases para descrever suas propriedades foram
realizadas pelo cientista Robert Boyle no séc. XVII.

✓ Estudou o efeito da pressão (P) sobre o volume


(V) de um gás (1662).

Lei de Boyle

Boyle constatou que “ à T= cte, o volume de


uma quantidade fixa de gás (n=cte) diminui
quando a pressão sobre ele aumenta”.
À T e n constantes
Implicação: Se uma determinada quantidade
de gás for comprimida até metade de seu
volume, sua pressão dobrará.

Em que C é uma constante de proporcionalidade que 14


depende da temperatura.
As Leis dos Gases
- Lei de Boyle: “ À temperatura constante, a pressão de uma
quantidade fixa de gás é inversamente proporcional ao
seu volume.”
P1/V

PV = cte

Isoterma de Boyle para o gás ideal

Na respiração a lei de Boyle pode ser observada.


Na inalação, o diafragma se expande deixando o
volume do pulmão maior. Como o produto PV deve
ser constante, a pressão interna do pulmão
diminui com este aumento de volume. Como a
pressão atmosférica é maior, ar entra no pulmão
até equalizar as pressões. O processo inverso 15
ocorre na exalação.
As Leis dos Gases
Isotermas obtidas pelos experimentos de Boyle

P,V,
A densidade () de
um gás é proporcional
à pressão, por isso
em elevadas altitudes
T4 o ar é mais rarefeito.

T3
T2
T1

- Válida para qualquer gás.

- Desvio para gases a elevadas pressões ( P e V→ 0).


16
Por quê?
As Leis dos Gases
Explicação Molecular da Lei de Boyle

V0 é o volume inicial do gás

Em uma amostra de gás comprimida à metade de seu volume inicial (V = V0/2),


duas vezes mais moléculas atingirão as paredes do recipiente num certo intervalo
de tempo do que antes da compressão. Desta forma, a força média sobre a
parede dobra. Assim, quando o volume do gás se reduz à metade, a pressão
dobra e PV se mantém constante.

Por que à baixas pressões a lei de Boyle é obedecida por


todos os gases independente da identidade química?
17
As Leis dos Gases
-Lei de Charles:
Jacques Charles
(1746-1823)

Lei de Charles (1787): “À pressão constante, o


volume de uma quantidade fixa de gás (n = cte)
varia linearmente com a temperatura”.

Vt

Onde t é a temperatura em ºC.

18
AS Leis dos Gases
Vt À massa e pressão constantes, V varia com
a temperatura t (ºC) da seguinte forma:

V = a + bt (1)

a → coef. linear e b → coef. angular

 V 
b =
Por que derivada


parcial???
 t P
Substituindo em (1):

 V 
V = V0 +   .t (2)
 t  P

19
 V  é o aumento de volume por unidade (grau) de
A P fixa  
 t P
aumento na temperatura.

O aumento relativo de volume por unidade de aumento na temperatura,


tomando-se V=V0 como volume de referência é:
 V 
 
 T  P  1  V  = 
  0 → coeficiente de expansão térmica a 0ºC.
V0  t  P
0
V0 Unidade: t-1 (ºC-1)

0 é o coeficiente de expansão térmica a 0 ºC, isto é, o aumento relativo de volume


por grau de aumento de temperatura, a 0 ºC. As experiências de Charles
mostraram que p/ uma massa fixa de gás e sob pressão constante, o aumento
relativo de volume por grau de aumento de temperatura era o mesmo para todos os
gases os quais ele fez as medidas.

- 0 depende da pressão.

- 0 é 36,610 x 10-4 0C-1 para todos os gases quando P → 0, ou seja, todos


os gases se contraem ou se expandem da mesma quantidade quando
submetidos a mesma variação de temperatura, à pressão constante,
quando P → 0. 20
/ ºC-1

 - depende da pressão
0 = 36,610 x 10-4 0C-1
Para todos os gases quando P → 0.

Figura 1.5 Moore

1
 0 = 36,610 x 10 º C =
−4 −1

273,15º C
Determinado por Renault em 1847.

21
Voltando à eq. (2):  V 
V = V0 +   .t (2)
 t  P
Sendo, 1  V 
 = 0
, substituindo em (2):

V0  t  P

V = Vo +  oVo t  V =V0 (1 +  0t )
Rearranjando:  1 
V = V0 0  + t  (3)
 0 
1 é um valor constante para todos os gases qdo P → 0,
Como = 273,15
0
 1  1
a eq. pode ser escrita como
V = V0 0  + t 
e
+t é definido

 0  0
22
Como uma nova escala de temperatura (Temperatura Absoluta)
1
T= +t T = 273,15 + t (5)
0
(4)

Unidade Kelvin – Temperatura Absoluta


(Unidade de temperatura termodinâmica)

273,15

As eq. (3) e (4) podem ser combinadas para fornecer:

V = V0  0 T (6) O volume de um gás sob P fixa é


diretamente proporcional a T absoluta.
(Se T=0, V=0 ??????)
A partir da eq. (6), dizemos que:

T Um gás a P cte, se dilata de 1/273,15 do seu


V = V0 volume a 0 0C para cada unidade de aumento de
273,15 temperatura.

O volume de um gás a pressão fixa é diretamente 23


proporcional à temperatura termodinâmica
O volume de um gás à P fixa é
T
V = V0 diretamente proporcional à
273,15 temperatura termodinâmica
(absoluta).

Graficamente

- Válido para qualquer gás.

- Desvio para gases a baixas


temperaturas. Por quê???

Interpretação molecular das leis de Boyle e Charles

✓ Por que a pressão aumenta quando o volume diminui?

✓ Por que o volume aumenta quando a T aumenta?


24
Boyle: PV = Cte (à T e n ctes) PV
= cte
Charles: V T
= Cte ( P e n ctes)
T
P/ todos os estados definidos do sistema em equilíbrio e com nº de mols
constante:

P1V1 P2V2
= = cte Precisamos calcular essa constante!!!!
T1 T2
Princípio de Avogadro “Volumes iguais de gases, nas mesmas
(1811): condições de temperatura e pressão contêm o
mesmo número de moléculas” V  n
Referência: gás ideal a 1 atm (P0) e a 273,15 K (T0).

V0
V = = 22414 cm3mol −1 Avogadro
O volume molar (V/n) de gases
diferentes deve ser o mesmo nas
n mesmas condições de T e P.

V = cons tan te x n 25
À T e P ctes.
Volume molar: V
V
Volume que 1 mol de moléculas
da substância ocupa.
V=
n

Princípio de Avogadro: “Volumes iguais de gases diferentes, nas


mesmas condições de temperatura e pressão
contêm o mesmo número de moléculas”
Vn Volume Molar
(L mol-1)
Gás Ideal 22,41
Ar 22,09
O princípio de Avogadro implica
que o volume molar de um gás CO2 22,26
deve ser o mesmo para todos os N2 22,40
gases à T e P constantes.
O2 22,40
26
H2 22,43
Condições normais de temperatura e pressão CNTP: 101325 Pa = 1,01325 bar =
(CNTP) 1 atm = 760 mmHg
T = T0 = 0o C = 273,15 K V = V0 = 22,414 Lmol −1 CNTP (atual): 100.000 Pa = 1 bar =
P = P0= 1 atm n 0,986923 atm = 750,062 mmHg

Se trabalharmos com n mols do gás na CNTP:

R = constante “Universal” dos gases

Unidade de “R”: Energia K-1mol-1

O valor numérico de R depende das


unidades de P e V:

27
R é chamada agora de constante dos gases ideais.
Chegamos à lei dos gases ideais:

PV = nRT Equação de estado de um gás ideal.

É considerada uma lei limite, pois é obedecida nos limites de baixas P e altas T.

- A equação de estado do gás ideal torna-se cada vez mais válida à medida que
a pressão é reduzida. É obedecida no limite de baixas pressões.

- Um gás que existe na natureza, chamado de gás real, comporta-se cada vez
mais como um gás ideal à medida que sua pressão vai diminuindo.

Ex: Qual é a pressão de 1 mol de gás ideal que ocupa 12 L de volume à 25ºC
de temperatura?

P= ? n = 1 mol V = 12 L
T = 25 °C
T = 25 + 273,15 = 298,15 K
Atenção para as unidades!!! 28
Lei de Boyle: PV = Cte (T e n ctes)

Lei de Charles: V = Cte ( P e n ctes)


T

Princípio de Avogadro: V = Cte x n (T e P ctes)


R
constante universal
dos gases ideais

PV = nRT Equação de estado de um gás ideal.

É uma equação geral, aproximada, que se aplica a TODOS os gases e se


torna cada vez mais precisa à medida que P → 0.

( n) A eq. de estado do gás ideal


escrita em termos de volume
molar, relaciona três variáveis
intensivas do sistema. O estado
do gás pode ser descrito
conhecendo-se duas dessas 29
variáveis.
Propriedades do Gás Ideal
Isotermas do gás ideal Isóbaras do gás ideal
RT R
P= V= T
V P
T = cte. para cada P = cte. para cada
curva curva

À P=cte,
À T=cte, T,  V ..falha
 P,  V..falha p/ p/ baixas
altas pressões temperaturas

Isométricas do gás ideal


R
P= T
V
Volume molar
constante para
cada reta

30
Aplicações da lei do Gás Ideal
EXERCÍCIO 01: Em uma experiência para investigar as propriedades do gás refrigerante
usado em um sistema de ar-condicionado, uma amostra de volume de 500 mL a 28,0 °C
foi encontrada exercendo uma pressão de 92,0 kPa. Que pressão exercerá a amostra
quando for comprimida a 300 mL e resfriada a -5 °C ?
A quantidade de amostra não varia durante a transformação (n = constante)

V1 = 500 mL V1 = 500 x 10-3 L


T1 = 28 °C T1 = 28 + 273,15 = 301,15 K
P1 = 92,0 kPa
1 atm -------101325 Pa
X atm -------92,0 x 103 Pa P1 = 0,907969 atm

V2 = 300 mL V1 = 300 x 10-3 L


T2 = -5 °C
P2 = ? T2 = (- 5) + 273,15 = 268,15 K

Comparar com a
P2 = 1,35 atm P2 = 136,8 kPa pressão nas
condições iniciais
Aplicações da lei do Gás Ideal
EXERCÍCIO 02: Em um processo industrial, o nitrogênio é aquecido a 500 K
num recipiente de volume constante. Se o gás entra no recipiente a 100 atm e
300 K, qual sua pressão na temperatura de trabalho se seu comportamento for
de gás ideal?

V1 = V2 = V = constante n1 = n2 = n
T1 = 300 K
P1 = 100 atm

V2 = V1 = V= constante
T2 = 500 K
P2 = ?

Interessante que o valor experimental de Pressão


para o N2 nessas condições é 183 atm, mostrando
um erro de 10% por considera-lo um gás ideal.
32
A EQUAÇÃO DE ESTADO E AS RELAÇÕES PVT
A partir das isóbaras (à P=cte), têm-se que a inclinação da curva fornece a taxa
de variação do volume com a temperatura.

1  V  −1
 V  =   dimensão: T
  V  T  P
 T P
 = Aumento relativo de volume por unidade
de aumento na temperatura, à P=cte.

A partir das isotermas (à T=cte), têm-se que a inclinação da curva fornece a taxa
de variação do volume com a pressão.

 V 
1  V  −  P V ;   é−
−1
dimensão: P
 =−    P T
V  P T
 é sempre positivo = Diminuição relativa do volume por unidade
de aumento na pressão, a T = cte.

 é o coef de compressibilidade isotérmica


33
 é sempre positivo
A EQUAÇÃO DE ESTADO E AS RELAÇÕES PVT
 V   V 
V = f ( P, T ) dV =   dT +   dP (1)
 T  P  P T

P = f (V , T )  P   P 
dP =   dV +   dT (2)
 V T  T V

A variação da pressão com a


  P 
= temperatura p/ qualquer substância
  T V pode ser calculada quando se
conhece  e ./

Tab. 5.1 Castellan – Coeficientes de dilatação térmica e


compressibilidade a 20°C.

34
EQUAÇÃO DE ESTADO E AS RELAÇÕES PVT

V = f ( P, T )  V   V  1  V 
dV =   dT +   dP (1) =  
 T  P  P T V  T  P
P = f (V , T )  P   P 
dP =   dV +   dT (2) 1  V 
 V T  T V  =−  
V  P T

  P 
=
  T V

ATIVIDADE
Com base nas relações PVT de um gás ideal,
demonstre de forma detalhada a relação /:

35
EQUAÇÃO DE ESTADO E AS RELAÇÕES PVT
Ex: Se um termômetro for preenchido c/ mercúrio a 50 ºC, que pressão se
desenvolverá dentro do termômetro se este for aquecido a 52 ºC?
Dados: = 1,8 x 10-4 ºC-1 e =3,9 x 10-6 atm-1.

  P 
=
  T V

36
Massa Molar do Gás Ideal a partir da Densidade ()
PV = n RT
Se determinarmos a massa m de um gás em uma ampola de gás de volume V, a
densidade é:  = m m
n=
V M
m RT m RT
PV = n RT P=
n RT P= P=
V M V V M
RT RT
P= M= . 
M M =  (RT )
P  P P → 0
A pressões suficientemente baixas,  / P é uma função linear de P.

Amônia, 25 ºC
P→0
gás real → ideal
/ P = cte
P→0
Valor usado p det. a MM de
um gás ideal T = cte
37
Figura 2.7 Castellan – pág. 18
Exercícios:
1. Determine a densidade em g/cm3 do gás F2 (MM= 38 g/mol) a
20,0 ºC e 188 Torr comportando-se como um gás ideal.

1 atm ---- 760 Torr


x atm ---- 188 Torr
1 L = 1000 cm3
P = 0,247368 atm

T = 20,0 + 273,15
T = 293,15 K

R = 0,082 atm L K-1 mol-1

38
Exercícios:
2. Determine a massa molar de um gás ideal (em g mol-1) cuja
densidade é 1,80 g/L a 25,0ºC e 880 Torr.

1 atm ---- 760 Torr


x atm ---- 880 Torr
P = 1,157895 atm

Que gás é esse?


T = 25,0 + 273,15
T = 298,15 K F2 (Flúor)

R = 0,082 atm L K-1 mol-1

39
Misturas de Gases
Lei das Pressões “A pressão total exercida por uma mistura de gases ideais
Parciais de Dalton é igual à soma das pressões parciais dos componentes da
(1810): mistura”.

Implicações: O estado do gás depende somente do nº de moléculas e não de sua


natureza. No caso de uma mistura de mais de dois constituintes:

PV = nT RT nT = n1 + n2 + n3

Pressão parcial → RT RT RT
P1 = n1 P2 = n2 P3 = n3
V V V
RT
P1 + P2 + P3 = ( n1 + n2 + n3 ) PT= P1 + P2 + P3 A pressão total (PT) é a soma
das pressões parciais
V
RT RT
P1 = n1  PT Sendo: PT = nT
V V
A pressão parcial de um gás ideal
X1 = fração molar Pi = X i .PT i é igual sua fração molar 40
vezes a
pressão total
Misturas de Gases
Lei de Dalton
“A pressão exercida por uma mistura de
gases é a soma das pressões parciais dos
gases que a compõem.”

Representação da Lei de Dalton


P =  Pi Pi = x i P
i

Pressão
Xi = fração molar Parcial de A

PA =xAP
ni
xi =
(nº mols da substância i)

n (nº mols total)


Pressão
Permite calcular a pressão de Parcial

Pi = x i P qualquer gás na mistura a


partir da fração molar do gás e
de B

PB =xBP
da pressão total
41
Significado Físico da Pressão Parcial
Folha de paládio 1 atm 1 atm

(I) H2 1 atm,
T, V H2 ,, T, 2V
0,5 atm,
T, V, 38 cm
vácuo

nH 2 RT nH 2 RT
pi = pf = = 1 / 2 pi
V 2V

(II)

Neste caso, o H2 comporta-se como se o


Implicações Experimento: N2 não estivesse presente. O volume do
A definição de pressão parcial possui tanto recipiente dobra e a pressão reduz42 à
significado físico quanto matemático.
metade.
Exercício: A composição do ar seco em % de massa ao nível do mar é de
aproximadamente 75,5% N2; 23,2% O2 e 1,3% Ar. Qual a pressão parcial de cada
componente quando a pressão total é igual a 1 atm?

Dados de massas molares: N2 = 28,02 g mol-1; O2 = 32 g mol-1 e Ar = 39,95 g mol-1

Interpretação: Esperamos que espécies com frações molares maiores, exerçam


maiores pressões parciais.

nT = nN2 + nO2 + nAr nT = 3,45 mols

Pi = xi PT PN2 = 0,780 x 1 atm = 0,78 atm PAr = 0, 0096 x 1 atm = 0,0096 atm

PO2 = 0, 210 x 1 atm = 0,21 atm 43


Lei de Distribuição Barométrica

Até agora, admitimos que a pressão do gás ideal independe da extensão do


recipiente, ou seja, tem o mesmo valor em qualquer ponto do recipiente.
Válido na ausência de campos de força!

Influência do campo gravitacional???

- P/ sistemas gasosos de tamanho comum (laboratório), a influência do


campo gravitacional é tão fraca que pode ser desprezada.

- P/ líquidos o efeito é bastante pronunciado e a pressão será diferente em


diferentes alturas em um recipiente. Ex: torre de destilação.

- A influência aumenta com o aumento da densidade da substância.

- Aplica-se para soluções coloidais, podendo-se determinar a relação entre


concentração de soluto e altura.
44
Lei de Distribuição Barométrica
• Considerando uma coluna de fluido, tendo seção transversal de área
A a uma temperatura uniforme T, sujeita a um campo gravitacional
agindo de cima para baixo com aceleração g:

A pressão em qualquer altura, h, é determinada pela


massa (m) massa total do fluido, m, acima desta altura.

F mg m=V
P= = V=Ah
A A

gV ghA
P= = P = gh
A A Pressão em
qualquer altura

Seja a pressão na altura h+dh igual a P+dP, assim:

P + dP = g (h + dh)
P + dP = gh + gdh mas, P = gh, então:

dP = gdh Lembrando que dh é + e dP é – ( V,  P)


45
Lei de Distribuição Barométrica
dP = − gdh O sinal negativo significa que quando a altura aumenta (dh
é +), a pressão diminui (dP é -).
Quando h aumenta de dh a pressão diminui de dp.
Vemos na eq. que a variação da pressão (dP) c/ a altura (dh) é proporcional à densidade do
fluido, por isso esse efeito é mais importante p/ os líquidos.

P/ Líquidos: A densidade () de um fluido é independente da pressão e a


equação anterior pode ser integrada:
P h
P0
dP = − g  dh  P − P0 = − gh
0

onde P0 é a pressão na base da coluna e P é a pressão na altura h acima do


início da coluna. A equação anterior é a fórmula usual p/ pressão hidrostática de
um líquido.

P/ Gases: a lei de distribuição barométrica relaciona a pressão em qualquer


altura, com a altura, a temperatura da coluna, a MM do gás e a aceleração
produzida pelo campo gravitacional,
46
Lei de Distribuição Barométrica
dP = − gdh
P/ Gases: A densidade () depende da pressão. Para aplicar a eq. acima p/ gases
MP
ideais é preciso considerar que:  = e substituindo  na equação acima:
RT
MP
dP = − gdh Separando as variáveis:
RT
dP M dP M
=−
P h
P0 P = − RT g 0 dh
Integrando:
gdh
P RT
Mgh
ln P = − +C Essa cte de integração (C) é avaliada em termos de
RT pressão na base (h=0), então: P=P0, lnP = lnP0 =C.
Substituindo na equação anterior:
Mgh P − Mgh
ln P = − + ln P0 ln   = −
Mgh

P
= e RT
RT 47
 P0  RT P0
Lei de Distribuição Barométrica
− Mgh
P = P0 e RT

- P0 é a pressão na base da
coluna (h=0);
- P e a pressão na altura h;
- M é a massa molar do gás; − Mgh − Mgh
 = 0 e
e,
-
-
T é a temperatura na coluna;
g é a aceleração da gravidade;
RT
C = C0 e RT

- R é a constante dos gases.


Onde C e C0 correspondem à
concentração em mol/m3 (SI).

Lei de distribuição
barométrica ou
gravitacional

Essa lei descreve a distribuição da pressão na coluna e


relaciona a pressão c/ a altura, a massa molar do gás, a
temperatura da coluna e a aceleração da gravidade. 48
Lei de Distribuição Barométrica
− Mgh
P = P0 e RT - Em T mais altas, a distribuição é mais
homogênea;  T, queda relativa.
Variação da queda relativa da pressão
- Quanto menor a massa molar, menor
com a T P/ o N2 a queda relativa;  MM,  queda
relativa.

Gases mais leves tem menor queda


de pressão com a altura do que
gases mais pesados  a
composição da atmosfera varia com
a altura!!!!!!

Conseqüência: Pressões parciais de gases muito leves diminui menos


rapidamente c/ a altura que a de gases mais pesados. Na
atmosfera terrestre, a composição em grandes altitudes é
diferente da composição no solo. À uma altura de 100 km, há
uma maior % dos gases mais leves como He e Ne. 49
Lei de Distribuição Barométrica

Escrevendo a equação: dP Mg
− = dh
P RT
Vemos que a  relativa na pressão para um dado gás em dada T é uma
constante (Mg/RT) multiplicada pelo  na altura. A  relativa é a mesma
para todas as posições da coluna.
Suponhamos que p/ certo gás em dada temperatura, a pressão ao nível do solo seja 1 atm e
a distribuição mostra que a pressão diminui para 0,5 atm a uma altura de 10 km. Então p/ o
mesmo gás, a pressão na altura (h+10 km) é a metade da pressão que tinha na altura h. Em
qualquer altura, a pressão é a metade do valor que tinha na altura 10 km abaixo.

50 P5 = 0,03125
atm
30 P3 = 0,125 atm

10 P1 = 0,5 atm
0 Po = 1 atm 50
Lei de Distribuição Barométrica
Exemplo:
A pressão parcial do argônio na atmosfera é 0,0093 atm. Qual é a pressão
do mesmo a 50 km se a temperatura for 20ºC? (g= 9,807 m/s2)

No SI: MAr = 0,0399 kg mol-1; h = 5 x 104 m; T = 293,15 K e P0 = 0,093 atm


− Mgh
- Resolvendo primeiro o termo exponencial:
P = P0 e RT

−1 −2 4
Mgh (0,0399 Kgmol
kg mol-1 )(9,807 ms )(5 x10 m) 2 − 2 −1
= = 8,03 Kgm
kg m2 s-2 JJ-1
RT (8,314 JK −1mol −1 )(293,15K ) J
Mgh − Mgh
= 8,03 P = 0,0093 e −8, 03
RT P = P0 e RT

PAr = 3,0 x 10 −6 atm


Logo, quando  a altura,  a
pressão
51

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