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118 - TYcnicas de Terapia Manual DefiniYes Conceitos e PrincYpios BYsicos
118 - TYcnicas de Terapia Manual DefiniYes Conceitos e PrincYpios BYsicos
Resumo
1. Introdução
A terapia manual se tornou um importante componente na intervenção de doenças
ortopédicas e neurológicas sendo hoje considerada uma área de especialização da fisioterapia.
Os primeiros documentos sobre terapia com as mãos foram encontrados na China Antiga e
também em escritos que constam em paredes do Egito que tem cerca de 15 mil anos e
serviram de base para o desenvolvimento da grande maioria das técnicas atuais. Varias
abordagens ou técnicas de terapia manual evoluíram com o passar dos anos e são comumente
aplicadas, a técnicas de Cyriax, de Mennell e as osteopáticas foram criadas por médicos,
enquanto as abordagens de Maitland, de Kaltenborn e de Mckenzie foram desenvolvidas por
fisioterapeutas. Entre essas filosofias básicas, surgiu uma grande quantidade de subconjuntos
como a liberação miofascial, a técnica de liberação posicional, técnica de mobilização
neurodinâmica, mobilização e manipulação articular, exercícios de resistência manual,
facilitação neuromuscular proprioceptiva (DUTTON, 2010).
Dentre as técnicas de terapia manual usadas no tratamento de algumas tendinopatias, as
mais comuns são a massagem profunda transversa e mobilização de tecidos superficiais por
massagem, com resultados positivos no alívio de dor. Porém, a mobilização articular nos
movimentos acessórios tem efeitos fisiológicos que podem ser benéficos nessas disfunções.
Foram identificados três fatores que permitem a utilização da manipulação, com técnicas
rítmicas ou oscilatórias, para auxiliar na reorganização do tecido: facilitar o processo de
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Pós-graduação em Fisioterapia Traumato-ortopedia com ênfase em Terapia Manual
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2. Método
No período de novembro de 2011 a fevereiro de 2012, foi realizada uma revisão
bibliográfica de artigos, livros, monografias, dissertações e teses sobre o tema terapia manual.
Para esta pesquisa, foi utilizado o bando de dados disponível no portal do Pubmed para
obtenção de literatura em língua Inglesa e espanhola com as seguintes palavras-chave:
“manual therapy”, “osteopathy”, “joint mobilization” e “mobilizatin neural”, a seleção buscou
citações no índice título, e em todas as fontes. Foram escolhidas as literaturas contendo texto
completo livre, em língua inglesa e espanhola dos últimos seis anos. Para a obtenção da
literatura em língua portuguesa, foi utilizado o portal do lilacs e scielo, utilizando a palavras-
chave “terapia manual”, “osteopatia”, “mobilização articular” e “mobilização neural”. A
seleção buscou citações no índice título, e em todas as fontes como lilacs, ibecs, medline,
scielo, entre outras, para se obter maior número de artigos. Foram escolhidas as literaturas
contendo texto completo, em língua portuguesa dos últimos seis anos. Foi realizada também,
revisão bibliográfica no acervo da biblioteca da Universidade do Estado do Pará, Campus XII.
Com isso, foi construído o artigo e discutidos os resultados das citações bibliográficas
e os aspectos relevantes da literatura selecionada nesta pesquisa sobre o tema.
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3. Resultado e Discussão
3.1 Mobilização e Manipulação Articulares
A mobilização articular refere-se às técnicas de terapia manual usadas para modular a
dor e tratar as disfunções articulares que limitam a amplitude de movimento, abordando
especificamente alterações na mecânica articular. A mecânica articular pode estar alterada em
razão de dor, mecanismo de defesa muscular, derrame articular, contraturas ou aderências nas
cápsulas articulares ou ligamentos de suporte, ou desalinhamento e subluxação das superfícies
ósseas. Para que a mobilização articular seja usada efetivamente como tratamento, o
profissional precisa conhecer e ser capaz de examinar a anatomia, a artrocinemática, a
osteocinemática e os mecanismos neurofisiológicos musculoesqueléticos (KISNER, 2009).
Quando se observa a mobilidade articular, os termos artrocinemática e
osteocinemática devem ser diferenciados. A movimentação artrocinemática refere-se aos
movimentos das superfícies articulares de rolamento, rotação, giro e deslizamento. Este é um
componente necessário da movimentação osteocinemática, que se refere ao movimento do
osso descrito em planos como a flexão e extensão que ocorrem no plano sagital, abdução e
adução no plano coronal, entre outros. A mobilidade pode ser afetada por alterações na
movimentação artrocinemática, na movimentação osteocinemática, ou em ambas (HALL,
2007).
A mobilização articular trata os movimentos acessórios, com perda de mobilidade, de
forma passiva com objetivo de recuperar a artrocinemática, ou seja, os movimentos de giro,
rotação, rolamento e deslizamento entre as superfícies articulares e, por conseguinte, os
movimentos osteocinemáticos. O retorno dos movimentos promove melhora da congruência
articular, diminuindo o atrito mecânico na articulação, aliviando a dor, edema e,
conseqüentemente, a função do segmento corporal comprometido (REZENDE, 2006).
A disfunção de mobilidade articular parece ser um problema local muito específico,
mas ela é integrável à economia geral do corpo e pode se expressar em termos de mudança de
comportamento de uma ou varias relações da estrutura, responsável por um novo estado
funcional no seio de um sistema integrado com suas consequências locais ou à distância
(QUEF, 2003). A mobilidade comparativa nas articulações adjacentes reside no conceito de
flexibilidade relativa, onde o movimento no corpo humano segue o trajeto de menor
resistência, por exemplo, se um segmento da coluna vertebral apresenta-se hipomóvel em
virtude de uma lesão ou doença, o segmento é mais rígido e impõe mais resistência ao
movimento que as articulações adjacentes hipermoveis (HALL, 2007).
Com a realização da mobilização articular, o movimento estimula a atividade
biológica do líquido sinovial, trazendo nutrientes para a cartilagem articular avascular das
superfícies articulares e para a fibrocartilagem intra-articular dos meniscos. A extensibilidade
e a força tensiva dos tecidos articulares e periarticulares são mantidas com o movimento
articular. Impulsos nervosos aferentes dos receptores articulares transmitem informações para
o sistema nervoso central e, portanto, fornecem a percepção de posição e movimento. Os
movimentos de oscilação e separação de pequena amplitude são usados para estimular os
mecanorreceptores que podem inibir a transmissão de estímulos nociceptivos no nível de
medula espinhal ou tronco encefálico (KISNER, 2009).
A técnica de mobilização articular proposta por Maitland (2001) baseia-se nos
movimentos passivos oscilatórios, rítmicos, classificados em quatro níveis de mobilização e
um quinto nível chamado de manipulação articular. As técnicas se diferenciam de acordo com
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uma bola. O objetivo aqui é descrever a direção ideal e posição dos eixos de movimento para
todas as juntas de acordo com este modelo. O objetivo dessa técnica é aperfeiçoa o
posicionamento dos eixos de movimento nas articulações. Para conseguir isso,
tridimensionais movimentos das articulações são executados repetidamente. Para fins
totalmente posicionar os eixos de movimento, o terapeuta deve (repetidamente) realizam
movimentos articulares passivos com baixa velocidade e alta precisão. O tratamento baseia-se
em movimentos preferenciais encontrados no paciente bem como a interpretação de acordo
com o protocolo destes movimentos e não sobre a queixa do paciente. Ele é executado através
da aplicação de movimentos articulares passivos nas articulações da coluna vertebral e as
articulações das extremidades. Durante este processo fisiológico, as limitações articulares são
cuidadosamente observadas e os movimentos de tração ou de alta velocidade não serão
aplicados, como pode ser o caso em outras formas de terapia manual. (GROENEWEG, et.al.,
2010).
Os médicos ingleses foram os primeiros a usar as técnicas de manipulações articulares
e vários livros a respeito foram publicados no início do século XX. Ao contrário das
mobilizações, que são aplicadas uma ou várias vezes dentro ou na amplitude fisiológica dos
movimentos articulares. As técnicas de manipulações articulares envolvem thrusts alta
velocidade nas articulações, forçando-as além do limite restrito de movimento. Em
comparação com os quatro graus de mobilização articular (graus I a IV), as técnicas de thrust
de alta velocidade se denominam grau V. A mobilização articular utiliza vários graus de
amplitude, enquanto a manipulação articular emprega, geralmente, o thrust de alta velocidade
e de baixa amplitude (DUTTON, 2010).
O movimento brusco (thrust) é um movimento de alta velocidade e curta amplitude
que não pode ser impedido pelo paciente. O movimento é realizado no final do limite
patológico, ou seja, no final da amplitude de movimento da articulação e visa alterar as
relações de posicionamento, soltar aderências ou estimular receptores articulares. Quando
uma força específica é aplicada às articulações corporais para permitir sua distração, ouvem-
se alguns estalidos conhecidos por cavitação. Contudo, o objetivo das técnicas de thrust não é
produzir cavitação, mas produzir hipermobilidade temporária que restaure o jogo articular
normal (DUTTON, 2010; KISNER, 2009).
França et al 2008, a estabilidade da coluna vertebral acontece com a interação de três
sistemas: passivo, ativo e neural. O sistema passivo compõe-se das vértebras, discos
intervertebrais, articulações e ligamentos, que fornecem a maior parte da estabilidade pela
limitação passiva no final do movimento. O segundo, ativo, constitui-se dos músculos e
tendões, que proporciona suporte e rigidez no nível intervertebral, para sustentar forças
exercidas nas atividades da vida diária. Em situações normais, apenas uma pequena
quantidade de co-ativação muscular, cerca de 10% da contração máxima, é necessária para a
estabilidade. Em um segmento lesado pela frouxidão ligamentar ou pela lesão discal, um
pouco mais de co-ativação pode ser necessária. O último sistema, o neural, é composto pelos
sistemas nervosos central e periférico, que coordenam a atividade muscular em resposta a
forças esperadas ou não, fornecendo assim estabilidade dinâmica. Esse sistema deve ativar os
músculos corretos no tempo certo, para proteger a coluna de lesões e permitir o movimento.
Entre as técnicas utilizadas, encontra-se o conceito da estabilização segmentar lombar (ESL),
caracterizada por isometria, baixa intensidade e sincronia dos músculos profundos do tronco,
com o objetivo de estabilizar a coluna lombar, protegendo sua estrutura do desgaste
excessivo. Observaram que exercícios para o músculo multífido lombar eram efetivos na
redução da dor e da disfunção lombar causada por espondilólise ou espondilolistese, mesmo
após 30 meses do término do tratamento.
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3.3 Osteopatia
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Segundo as literaturas encontradas, a maioria das técnicas de terapia manual tem como
exame diagnóstico na função da articulação, na estabilidade, nos padrões de movimento, na
quantidade de movimento e na gravidade das lesões. Para diagnosticar as queixas do paciente,
é feita a palpação das estruturas, realizado movimentos passivos e ativos das articulações e
teste de tensão neural. Os resultados dão informações quanto a dor, a parestesia, a articulações
com rigidez de movimento e músculos com espasmo. Essa sintomatologia vai direcionar o
tratamento e a melhor técnica de terapia manual.
Atualmente, para os profissionais de fisioterapia, a terapia manual é uma área que
expandiu rapidamente e com bons resultados suas técnicas com grande comprovação
científica e vem sendo cada vez mais utilizadas nas mais diversas patologias, devido o grande
número de benefícios em um menor tempo e pelo baixo custo. Apesar da grande maioria das
técnicas manuais serem eficazes falando de ciência , ainda existe poucos estudos gostaria de
ter escrito sobre quiropraxia mas, por falta de literatura atualizada, disponível e de registros
comprovando os efeitos da técnica.
Surgiro que nos próximos estudos seja incluída as demais terapias manuais como
quiropraxia, shiatsu, reflexologia, massagem terapêutica e etc.
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