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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant.

História do problema do gosto

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Sentimento e reflexão na filosofia de Kant


Estudo histórico sobre o problema estético

Manuel Sanchez Rodriguez

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Para Katrin Bauer, ou para a arte de escalar montanhas com a força da alegria

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3

Índice Geral

Prefácio XI

Introdução XV

I A crítica do gosto em torno da Dissertatio de 1770 1

1. Logica naturalis et logica artificialis 3


1.1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2. História do problema. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.3. Compreensão sólida, ou a capacidade de julgar em concreto ....... 11
1.4. A gênese do problema da acusação. . . . . . . . . . . . . . 14
1,5. Julgamento e gosto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

2. Leis da sensibilidade e formação do conhecimento sensível 2,3


2.1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2,3
2.2. O fundamento do conhecimento sensível na Dissertatio .... 24
2.3. A objetividade sensata da beleza. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.4. A atividade coordenadora da sensibilidade. . . . . . . . . . . . . . . . . 32
2,5. "Conceitualidade sensível" e gosto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.6. A crítica de Kant a Baumgarten. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

3. O significado analógico do belo 55


3.1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
3.2. Die Grenzen der Sinnlichkeit und der Vernunft ............... 56

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3.3. O belo como análogo da perfeição moral. . . . . . . . . . . . . . . 61
3.4. Beleza e propósito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69

II Críticas aos domínios objetivos da razão e


desenvolvimento do projeto estético 77

4. O fundamento crítico das áreas objetivas da razão 79


4.1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79

Página 5

VIII Índice Geral

4.2. A perda de um fundamento para o projeto estético. . . . . . . . . 81


4.2.1. A demarcação da Lógica Transcendental. . . . . . . . . . . . 82
4.2.2. Estética transcendental e crítica de gosto. . . . . . . . . . . . . 86
4.3. A autonomia da imaginação na segunda edição da Crítica . 89
4.3.1. A edição de 1781. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
4.3.2. A edição de 1787. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
4,4. Julgamento transcendental e indeterminação do singular sensível . . . . . . 110
4.5. O uso hipotético da razão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
4.5.1. A razão como força básica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
4.5.2. O uso hipotético da razão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
4,6. A não contradição da razão consigo mesma. . . . . . . . . . . . . . 127
4.6.1. O problema da possibilidade de liberdade. . . . . . . . . . . . 128
4.6.2. A primazia do prático no sistema da razão. . . . . . . 130
4.7. A determinação do âmbito da liberdade. . . . . . . . . . . . . . . . . 132
4.7.1. O reconhecimento da finitude na moralidade do dever . . . . . 133
4.7.2. O sentimento moral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139

5. O projeto estético no período próximo à primeira Crítica 145


5.1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
5,2 O jogo das faculdades: perfeição estética e gosto. . . . . . . . . . . 146
5.3. Validade intersubjetiva e sensus communis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152
5,4 Gosto e condições subjetivas de julgamento sensato. . . . . . . . . 157
5.5. Geist e imaginação produtiva. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163
5.5.1. A crítica de Kant ao conceito de gênio de Gerard. . . . . . . 165
5.5.2. Geist como uma raiz comum, mas desconhecida das faculdades de
saber . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171
5.5.3. A elaboração estética da teoria do uso hipotético de
razão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 176
5,6. Gosto e moralidade: a heteronomia da estética. . . . . . . . . . . . . . . . 180

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III O significado sistemático da crítica de gosto 189
6. A crítica do julgamento reflexivo no sistema da razão 191
6.1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191
6,2 A incorporação do projeto estético ao sistema crítico . . . . . . . . 192
6.2.1. A descoberta da prioridade do sabor. . . . . . . . . . . 196
6.2.2. De uma crítica de gosto a uma crítica importante do Julgamento 202
6.3. O problema da sistemática da razão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 209
6,4 A crítica do julgamento como fundamento último da razão . . . . . 218
6,5. A crítica do gosto como crítica ao Julgamento em geral. . . . . . . . . . . 230

Página 6

Índice Geral IX

7. A crítica do gosto como o fundamento último do sistema crítico 243


7.1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 243
7,2 A analítica do belo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 244
7.2.1. Autonomia e subjetividade do belo. . . . . . . . . . . . . . . . 245
7.2.2. A universalidade e a necessidade do julgamento de gosto. . . . . . . . . 247
7.2.3. Propósito infinito e contingência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 253
7.3. A dedução do juízo de gosto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 260
7.3.1. O argumento da dedução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 261
7.3.2. A reivindicação de validade intersubjetiva do julgamento reflexivo 266
7,4 O juízo estético-reflexivo no sistema da razão. . . . . . . . . 273
7.4.1. Ideias e conhecimentos estéticos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 274
7.4.2. O conceito de supersensível como princípio do Julgamento
reflexivo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 277
7.4.3. A função sistemática do julgamento reflexivo como mediador
entre o uso teórico e o uso prático da razão . . . . . 287

Bibliografia 297

Índices 311

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Página 8
7

Prefácio

Este livro apresenta a tese de doutorado que defendi no final de 2007 na Uni-
Versidade de Granada (Espanha). Embora o mesmo ainda seja realizado aqui
ideias que nesse primeiro trabalho, é uma versão mais reduzida, cujo
aspectos formais foram revistos. Esta publicação também não
incluiu o epílogo deste trabalho de doutorado, no qual
e traduziu os textos mais importantes sobre estética das Notas de aula
ções sobre Antropologia. Uma edição crítica desses materiais será publicada
em breve na série Keys of Editorial Comares.1
O trabalho que levou a este livro não teria sido possível sem o
apoio e colaboração de pessoas que permitiram, dia a dia, a maioria
formas diferentes, minha dedicação a essa pesquisa. Este é um projeto que
Eu compartilhei com meus dois diretores de teses, Prof. Juan Antonio Nicolás
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e Prfa. María Jesús Vázquez, que não só me encorajou a empreender
uma investigação histórica sobre a Crítica do Julgamento, mas participaram
ativamente na definição, orientação e revisão deste trabalho. o
o seu tem sido uma ajuda essencial, pela qual desejo expressar minha gratidão,
não só pelo seu compromisso profissional ativo, mas também pela atenção
pessoal em relação ao meu trabalho e ao seu desenvolvimento. Eu também gostaria de expressar minha gratidão
decisão aos membros do Departamento de Filosofia I e Filosofia II do
a Universidade de Granada, onde tive a sorte de conhecer pessoas
do mais alto valor pessoal e profissional, como o Prof. Juan José Acero
e Prfa. María José Frapolli, bem como colegas e amigos Antonio
Gaitán, Antonio Garzón, José Manuel Romero, Pepe Salvatierra e Neftalí
Villanueva.

1 De 2003 a 2009 tive o patrocínio de várias instituições e projetos: Programa


de Formação de Professores Universitários (Ministério da Educação e Ciência), Programa Nacional de
Recursos Humanos para Pesquisa Científica (Ministério da Ciência e Inovação), Plano Próprio do
Universidade de Granada e Deutscher Akademischer Austauschdienst; bem como projetos de pesquisa
Gación «Obras de Leibniz: Análise crítica, seleção e edição em espanhol» (HUM2004 - 00767 / FISO),
"Leibniz em espanhol" (HUM2007 - 60118 / FISO) e "Críticas à sensibilidade e cultura europeias. Em direção a
uma história civil dos conceitos estético-literários do século XVIII »(SA057A06).

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XII Prefácio

Também tive a grande oportunidade de desenvolver meu trabalho no centro


organismos de pesquisa na Alemanha. Sou grato ao Prof. Reinhard Brandt por sua contribuição
convite ao Institut für Philosophie da Philipps-Universität Marburg, onde
Fiquei no último trimestre de 2004. De agosto de 2005 a junho
2007 Eu gostei de uma estadia de pesquisa no Kant-Forschungsstelle em
a Universität Trier, graças ao convite do Prof. Bernd Dörflinger, que
ele atendeu minhas necessidades em todos os momentos durante esse período. Graças a
seu seminário sobre as duas introduções à Crítica do Julgamento, fui capaz de
contando com o acesso meticuloso e analítico a dois desses textos complexos da
O trabalho de Kant. Menção especial merece neste lugar o Prof. Norbert Hins-
ke, que com sua grande experiência e conhecimento vivo tem me oferecido desde
no começo sua ajuda através de seus conselhos e indicações, colocando meu
disposição não apenas de sua valiosa biblioteca pessoal, mas também de seu tempo e
sua hospitalidade. A preparação final desta publicação foi feita em
a Leibniz-Edition de Potsdam, da Berlin-Brandenburgische Akademie der
Wissenschaften, onde recebi o conselho gentil do Prof. Wenchao
Li e o Prof. Stephan Waldhoff. Também gostaria de agradecer a você aqui por sua colaboração.

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ção e disponibilidade mostradas pelo Prof. Juan Arana, Prof. Jesús Conill,
Prof. Maximiliano Hernández, Prof. Riccardo Pozzo e Prof. Felipe
Martínez Marzoa.
Durante esse tempo também recebi o apoio e carinho de pessoas
que, fora do âmbito acadêmico, também estiveram presentes em
este trabalho. Vale a pena mencionar aqui especialmente Náyade Bermúdez, Ara-
celi Gloria, Martin Leibrock, Patricia Pérez, Dimiter Dinev, Todor Dinev e
Camila Valdés.
Também gostaria de mostrar minha admiração por pessoas que demonstraram
faça com o seu trabalho diário que a sabedoria seja feita de honestidade e bom senso
comuns, como minha avó María Rocha e meu avô Miguel Sánchez. Também
Tive a sorte de ter pais que durante sua vida se dedicaram
para sua família todos os seus esforços. Embora meu pai, José, nos tenha deixado alguns
anos, ele nos segue de perto, de mãos dadas com minha mãe, Lina, a quem eu desejo
com tanto entusiasmo e energia por si mesma quanto se comprometeu a
nós. Também aos meus irmãos, María Ángeles e José Mari, gostaria de mostrar
trago aqui minha gratidão e admiração, por sempre ter estado no
cabeça em momentos fáceis e difíceis. A escrita deste trabalho foi
uma aventura que não empreendi sozinho, pois desde o início tive
para mim uma companheira de caminho, Katrin Bauer, a quem é verdade que
montanhas de pedra são mais apaixonantes do que as de conceitos, mas não por
em nenhum momento desistiu de me orientar e incentivar, mostrando todos

Página 10

Prefácio XIII

dois dias com sua vida e seu amor. Em que consiste essa difícil arte de ascender?
montanhas com a força da alegria.

Potsdam, Alemanha, 30 de setembro de 2009

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Introdução

O leitor que se aprofunda na Crítica do Julgamento pela primeira vez,2 publicados

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de Immanuel
impressões Kant em às
diferentes, 1790, você
vezes encontrará
opostas. uma
Por um obranela
lado, que pode provocar
Kant parece ser diferente daquele da primeira e da segunda Críticas, não
apenas para lidar com questões não relacionadas àquelas normalmente propostas na maioria das
dos manuais para uma caracterização deste filósofo, mas também
porque a terceira das Críticas parte do reconhecimento de que ainda há
para resolver o que os dois primeiros pareciam resolver. Claro, para
A partir dessa observação, o leitor pode escolher não tornar ainda mais difícil
sua compreensão da filosofia de Kant, relativizando a importância de tal
trabalha na visão geral dos escritos desse pensador. Ao fim e ao cabo,
assim se pode pensar, a Crítica da Razão Pura3 e a Crítica da razão prática4
deve ser capaz de oferecer o ponto de partida definitivo que serviu de base
para tal entendimento, pois aqui Kant insiste em ter plenamente satisfeito
um fundamento da validade da razão em seus únicos dois reinos de
objetividade e aplicação, ou seja, conhecimento da natureza e determinação de
mina moral de ação. Na verdade, o Kritik der Urteilskraft não é suficiente
fundando um terceiro reino da razão, de modo que nem mesmo ocupe um lugar
gar no sistema doutrinário da filosofia transcendental. Não seria irracional
acho que Kant, um filósofo puramente racionalista e intelectualista, só poderia
lidar com o problema do belo de forma marginal na medida em que
ao verdadeiro cerne de seu sistema filosófico.
No entanto, a perplexidade causada por este trabalho também pode indicar
Percebemos que começamos de um ponto de vista errôneo em nossa avaliação de
ção e compreensão da abordagem filosófica da crítica. Em particular
lar, quando Kant alude na Kritik der Urteilskraft à questão da

2 Doravante “Kritik der Urteilskraft”. Neste trabalho, "Urteilskraft" será traduzido como "Julgamento", e
"Urteil" como "julgamento", seguindo a proposta de Manuel García Morente em sua edição espanhola de
esta obra.
3 Doravante, “Kritik der reinen Vernunft”.

4 Doravante denominado “Kritik der praktischen Vernunft”.

Página 13

XVI Introdução

razão, ele o faz apontando para os pontos-chave da teoria crítica


racionalidade que já poderia aparecer nas duas primeiras Críticas como
problemático. Além disso, esses aspectos são alvo de muitas das
as objeções que são aduzidas contra as críticas dos debates contemporâneos
poráneos: o dualismo da objetividade, o fundamento do conhecimento
abstração teórica da gênese empírica das leis particulares de
ciência, a definição cientificista da objetividade factual na qual ele deve agir

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o agente moral, ou o fundamento da razão prática meramente
em relação a um sujeito ideal, diferente daquele que deve atuar efetivamente
ele. No entanto, deve-se reconhecer que esses resultados não correspondem
com o programa inicial de um fundamento crítico da racionalidade humana
mana, colocado por Kant desde 1781. Em particular, a crítica finge
desde o início, uma compreensão sistemática e unificada da razão humana
na, o que permite dar conta de seus diferentes interesses e dimensões de
o reconhecimento da finitude do indivíduo.
Na minha opinião, um aprofundamento desta segunda visão do Kritik der
Urteilskraft não implica, nem uma revisão dos fundamentos estabelecidos em
as duas primeiras Críticas, nem a constatação da dissociação deste
trabalhar com relação a esses resultados iniciais. Em vez disso, a questão geral
levantada por Kant na terceira Crítica tem a ver com esta concepção
sistema sistemático de razão que é pressuposto, mas não fundado, no
Os detalhes do Kritik der reinen Vernunft e do Kritik der praktischen
Vernunft. Isso não significa que o desenvolvimento interno dessas obras possa ou
deve ser lido da perspectiva deste último, mas sim do enredo
para o qual a crítica presumivelmente fornece uma base para o
a razão só termina em sentido estrito em 1790. Assim, da perspectiva de
da Kritik der Urteilskraft, os resultados das duas primeiras Críticas
constituem diferentes momentos dentro desta linha de argumentação e apenas ad-
eles querem sentido, em última análise, na medida em que este argumento atinge
à sua conclusão. Segundo Kant, a conclusão da fase crítica da filosofia
é produzido precisamente por meio de uma crítica do juízo estético. Os debates
da filosofia contemporânea em torno da teoria crítica da racionalidade
eles geralmente levantam suas avaliações ou objeções sem mais delongas a partir de uma leitura
de alguns desses momentos isoladamente, dissociando-os da articulação
sistemática exigida por Kant como condição para a possibilidade de
uma compreensão final da razão em qualquer uma de suas dimensões. o
A pesquisa levantada neste artigo não se destina a revisar
tais debates; mas, sim, a elucidação dessa função da crítica da

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Introdução XVII

julgamentos de gosto5 na referida conclusão do sistema crítico, de um


estudo histórico-evolutivo sobre a gênese e desenvolvimento desta questão em
Filosofia de Kant.6
Este foco no Kritik der Urteilskraft supõe um afastamento de
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em relação às leituras segundo as quais este trabalho ofereceria apenas
uma base de julgamentos estéticos como um terceiro tipo de
julgamentos sintéticos a priori. De acordo com este último ponto de vista, o principal resultado
A principal característica do trabalho seria a verificação de que tais julgamentos só têm validade
subjetivo, de tal forma que sua fundação não pode dar origem a um ter-
cer reino da racionalidade. Esta é amplamente a leitura defendida
pela escola neokantiana desde Hermann Cohen7. Neste caso, o terceiro
A crítica é apresentada como uma obra alheia ao sistema da filosofia transcendente.
dental. Com isso, é esquecido que no Prólogo do Kritik der
Urteilskraft a sistematização da metafísica dos costumes e
a tafísica da natureza é condicionada pela necessidade de oferecer uma
Críticas ao julgamento. Embora os princípios subjetivos desta faculdade não formem
parte do sistema da metafísica, eles pertencem essencialmente ao sistema
crítica, na medida em que visa a fundamentação da doutrina do
razão em qualquer uma de suas áreas. Por esse motivo, a própria explicação de
Kant sobre o significado da obra deve nos levar a levá-lo em consideração para um
compreensão sistemática da justificativa da razão empreendida por
este desde 1781.
Os pressupostos fundamentais da interpretação neokantiana serão
compartilhado muito mais tarde por um dos filósofos cujo trabalho tem mais
influenciou a recepção do Kritik der Urteilskraft. Na polêmica contra
o idealismo transcendental apresentado por Hans-Georg Gadamer em Wahrheit
und Methode8, isso pressupõe que a atividade reflexiva do Julgamento, que é
fundado na crítica de gosto, não desempenha nenhum papel no conhecimento
ou moral. Assim, a análise filosófica dos julgamentos estéticos de gosto

5A função sistemática da crítica dos julgamentos estéticos sobre o sublime não será abordada aqui,
Embora seja reconhecido desde o início que esta seção do Kritik der Urteilskraft está integrada ao
função sistemática que Kant atribui aos julgamentos estéticos em geral. De qualquer maneira, a verdade é
que, em seu desenvolvimento intelectual, Kant enfoca o problema estético a partir de suas reflexões sobre o
gosto e a sensação de beleza.
6 Sobre o debate contemporâneo em torno de uma avaliação da modernidade em geral e da crítica

ticismo em particular, ver N ICOLÁS M ARÍN , Juan Antonio (2001): «Alternativas atuais para a crise
da metafísica moderna ”, in JA Nicolás y Mª. J. Frapolli (ed.) (2001): Evaluating modernity. o
Legado cartesiano no pensamento atual, Granada, 79-105; N ICOLÁS , Juan Antonio e S ÁNCHEZ R O -
DRÍGUEZ , Manuel (2005): «Criticism and Transcendentalism. Traços Kantianos na Filosofia Atual »,
in Portuguese Journal of Philosophy 61, 2005, 901–28.
7 C OHEN , Herrmann (1889): Kants Begründung der Ästhetik, Berlin.

8 G ADAMER , Hans-Georg (1960): Wahrheit und Methode, Grundzüge einer philosophischen Hermeneu-
tik, em Gesammelte Werke, Tübingen 1986, vol. Eu .

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XVIII Introdução

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não desempenhar um papel sistemático na estrutura mais ampla do
teoria crítica da racionalidade.
É notável que Gadamer tenha afirmado sua leitura precisamente de forma explícita
oposição ao primeiro estudo que no início do século XX havia planejado
enfatizou a necessidade de uma revisão geral do neo-kantismo a partir de um
pesquisa histórica sobre a estética kantiana, a saber, Kants Kritik der
Urteilskraft, de Alfred Baeumler9. Este reivindicou energicamente a necessidade
considerar a filosofia de Kant além de sua caracterização como um
teoria do conhecimento. De acordo com sua interpretação, o significado essencial do
conceito de crítica é totalmente fundado na Kritik der Urteilskraft, uma obra
a partir do qual a compreensão histórica da filosofia também deve ser levantada
por Kant. Baeumler julgou a terceira Crítica como a culminação filosófica
e a sistemática do Iluminismo estético, que se desenvolveu na Alemanha
durante o século XVIII como uma resposta histórica a um problema fundamental
tais, a saber: o risco do irracionalismo, como possível consequência histórica
do reconhecimento da categoria de indivíduo. No primeiro volume do
trabalho realiza uma exposição profunda e detalhada desta tradição e de
seus conceitos-chave, bem como um estudo introdutório sobre a gênese do
estética pré-crítica à luz desse contexto histórico. Infelizmente, o
segundo volume desta importante contribuição para a pesquisa sobre
Kant nunca foi empreendido pelo autor. No entanto, este trabalho não só
levanta a relação íntima da Kritik der Urteilskraft com o
Ética alemã, mas demonstra a utilidade de um estudo histórico para um
compreensão do significado sistemático da crítica transcendental do gosto.
Tem sido principalmente nas últimas décadas, quando o
importância da Kritik der Urteilskraft para uma compreensão do sistema de
filosofia transcendental e tentou-se encontrar neste escrito um ponto
ponto de partida para desvendar o significado último da teoria da racionalidade
que emerge desta abordagem filosófica.10 No entanto, eu acho

9 B AEUMLER , Alfred (1923): Das Irrationalitätsproblem in der Ästhetik und Logik des 18. Jahrhunderts
bis zur Kritik der Urteilskraft, vol. I : Kants Kritik der Urteilskraft. Ihre Geschichte und Systematik, Tübin-
gene 1967. G ADAMER expressa sua rejeição a este estudo em 1960: 47 n. 74
10 Em 1972, B ARTUSCHAT , Wolfgang (1972): Zum systematischen Ort von Kants Kritik der Urteils-

Kraft, Frankfurt am Main, concentra-se no problema da colocação sistemática deste trabalho em relação a
com o referencial teórico que emerge do Kritik der reinen Vernunft e do Kritik der praktischen
Vernunft. Seu estudo não é tanto sobre uma compreensão histórica deste significado sistemático
dentro da estrutura do desenvolvimento intelectual de Kant; mas, sim, uma explicação da terceira Crítica como
uma tentativa de resolver as aporias e problemas que emergem dos dois primeiros momentos
do trabalho crítico. Seguindo a linha deste último, P ETER , Joachim (1992): Das transzendentale Prinzip
der Urteilskraft. Eine Untersuchung zur Funktion und Struktur der reflektierenden Urteilskraft bei Kant,
Berlim e Nova York, mais tarde se concentra em uma interpretação da Terceira Crítica a partir de uma análise da
fundamento crítico do julgamento reflexivo. Segundo ele, tal fundação é desenvolvida por Kant
por ocasião de sua crítica de julgamentos estéticos e julgamentos teleológicos. Por outro lado, também

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Introdução XIX

uma investigação sobre o significado sistemático da crítica dos julgamentos


estética do gosto que parte exclusivamente da leitura do texto do
A cera crítica irá imediatamente encontrar uma dificuldade fundamental. Então
nas duas introduções escritas por Kant a localização é anunciada
de uma crítica do gosto no sistema transcendental da razão; porém,
no próprio corpo do trabalho não é claramente afirmado
ou coerente em que sentido sua linha de argumentação na fundação de qual
bela cumpre a função sistemática que as introduções lhe atribuíam. É o
intérprete, então aquele que deve decidir onde as chaves estão localizadas
que permitem uma reconstrução de sua própria interpretação da filosofia
por Kant. Além disso, embora esta linha de argumentação seja desenvolvida nas diferentes
seções da primeira parte do trabalho, cada uma apresentando diversos
gência e desengajamento em um nível terminológico e sistemático que dificilmente
pode-se compreender em que sentido constituem uma obra unitária. Com isso não
Refiro-me apenas à divisão da Kritik der Urteilskraft em uma crítica do
Julgamento estético e uma crítica ao julgamento teleológico, mas principalmente ao
unidade interna da parte dedicada à crítica transcendental do gosto, no
que, de acordo com Kant, uma base de julgamento reflexivo é desenvolvida
em geral.
Este problema em relação à unidade do texto da Kritik der Urteilskraft
foi revelado a partir do estudo histórico-evolutivo de Giorgio
Tonellionze. Seu trabalho mostra que a terceira Crítica foi escrita por Kant
em diferentes estágios e que a posição do filósofo alemão sobre o significado
A natureza sistemática de seu trabalho foi gradualmente desenvolvida e concretizada durante
o processo de escrita. Isso explica que seus esclarecimentos sobre o significado
críticas sistemáticas de gosto são encontradas principalmente nos textos
mais tarde em tal processo de redação, como a Dialética e as introduções

insistiu na defesa do interesse essencial da crítica do juízo estético para uma compreensão correta
da concepção de conhecimento teórico na filosofia kantiana. Nesse sentido, G UYER , Paul (1979):
Kant and the Claims of Taste, Cambridge 1997, bem como G UYER , Paul (1993): Kant and the Experience of
Liberdade. Essays on Aesthetics and Morality, Cambridge 1996, representam um ponto de partida para uma
compreensão da Kritik der Urteilskraft no quadro geral da crítica. Também G INSBORG , Hannah
(1990a): O papel do gosto na teoria da cognição de Kant, Nova York e Londres, insistiu na necessidade
atender à teoria da validade intersubjetiva que emerge deste trabalho para uma correta compreensão
visão da concepção de objetividade na filosofia transcendental. W IELAND , Wolfgang (2001): Urteil
und Gefühl. Kants Theorie der Urteilskraft, Göttingen, também realizou uma análise detalhada e detalhada
análise ondulada da fundação do gosto como uma fundação crítica da gênese subjetiva
de juízos de conhecimento, a partir de uma leitura das seções dedicadas neste trabalho à
e a dedução de julgamentos de gosto. No que diz respeito à literatura em espanhol, encontramos em
L ÓPEZ M OLINA , Antonio Miguel (1984): Razão pura e juízo reflexivo em Kant, Madrid, o primeiro
trabalho que levanta especificamente o vínculo da teoria do juízo reflexivo com a estrutura
Teoria da racionalidade de Kant.
11 T ONELLI , Giorgio (1954): «A formação do testo della“ Kritik der Urteilskraft ”, na Revue Inter-

nationale de Philosophie 8 (No. 30), 1954, 423–48.

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XX Introdução

ções. A descoberta de Tonelli oferece a principal razão pela qual um


leitura que parte apenas de uma análise interna do texto do Kritik der
Urteilskraft dificilmente será capaz de apresentar o significado filosófico do projeto.
estética como algo que surge da própria intenção do filósofo de Kö-
nigsberg e as reivindicações sistemáticas subjacentes à crítica.
Dada a escassa clareza com que as próprias declarações de Kant corroboram
A reconstrução sistemática do intérprete se resume, sua leitura da obra não
evita o risco de encontrar a objeção de que, independentemente de
a reconstrução que os textos podem suportar, Kant ainda não apreciou o
significado sistemático de sua tarefa conforme você lida com a redação das seções
Ções anteriores, como a Analítica e a Dedução de julgamentos de gosto.
Em princípio, nada deve nos autorizar a ler essas seções como uma resposta.
colocado para o problema mais amplo da sistematização entre a razão teórica e
razão prática, se é verdade que, no momento de sua escrita, Kant não
ele ainda apreciava o significado sistemático da crítica do gosto. Eu apreendo
ção desta nova dimensão de seu projeto estético aparece claramente
na Dialética e nas introduções ao trabalho; mas isso não deve ser automático
enrolamos-nos para ler as primeiras seções de sua posição mais madura,
ou seja, de uma perspectiva que ainda não foi desenvolvida no
eles mesmos. Além disso, se a descoberta desta ligação sistemática com
o problema mais amplo de uma conclusão crítica do sistema era um
descoberta tardia no desenvolvimento intelectual de Kant, nossa reconstrução
A construção deste trabalho de um ponto de vista sistemático não tem que
nos levam a considerar as duas primeiras críticas a partir desta noção tardia de
sistema, uma vez que apresentariam uma concepção diferente da problemática
do fundamento da razão, que, em qualquer caso, teria sido revisado
ou reformulado por Kant a partir da posição alcançada em 1790.
A partir da consideração deste problema, o presente trabalho defende
a ideia de que um estudo histórico-evolutivo sobre o desenvolvimento da estética
no pensamento de Kant deve ser capaz de oferecer uma base para interpretar o
primeira parte do Kritik der Urteilskraft como um projeto unitário emoldurado por
caído no interesse sistemático deste pensador. O estudo se concentra em dois
tarefas fundamentais. Em primeiro lugar, seu objetivo é acompanhar o desenvolvimento
A evolução intelectual de Kant da ligação entre seu projeto estético e
as questões que irão constituir a problemática geral na terceira Crítica
do fundamento último da razão. Em segundo lugar, ele atende a
mente ao significado filosófico da estética em relação a tais questões,
a fim de esclarecer por que Kant irá considerar no Kritik der Urteilskraft
que a crítica transcendental do gosto oferece a conclusão do sistema crítico

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Introdução XXI

co e, com isso, apresenta uma solução em relação ao problema apontado.


Isso começa com o reconhecimento de que apenas a terceira Crítica atinge o
ticulação sistemática do projeto estético no contexto mais amplo do
fundamento crítico da razão. Mas isso não significa que o link
da crítica de gosto com o referido problema geral é um resultado tardio
no desenvolvimento intelectual de Kant. A este respeito, um estudo histórico
O desenvolvimento do projeto estético deve oferecer uma base para uma leitura
unidade da crítica transcendental do gosto, se isso mostra que o desenvolvimento de
projeto estético é motivado principalmente pelas reflexões de Kant
em torno de uma série de questões que finalmente serão abordadas em um
sistematicamente neste trabalho. Se desde 1770 Kant se serviu de tal maneira
tentativa de seu projeto estético para refletir sobre essas questões,
Podemos então interpretar as diferentes seções da terceira crítica como
um projeto unitário, na medida em que constituíssem diferentes momentos de sua
desenvolvimento intelectual que, apesar de sua divergência em relação ao nível
maturidade das soluções alcançadas, constituiria um projeto intelectual
tual destinado a enfrentar o mesmo problema filosófico.

Metodologia. Em particular, o presente estudo realiza um acompanhamento


dessas questões de 1770 a 1790 nos materiais póstumos do Legado12
e as notas da lição13, de uma história evolutiva da estética
de Kant no quadro de uma história dos problemas enfrentados no Kri-
tik der Urteilskraft. A este respeito, a publicação relativamente recente de
as lições de antropologia14 na edição Akademie-Ausgabe abre o
possibilidade de recorrer a textos decisivos para a compreensão do desenvolvimento
Kant intelectual, cujo acesso seguro a eles não foi possível até
pequeno.quinze

12 Doravante, “Nachlass”.
13 Doravante denominado “Vorlesungsnachschriften”.
14 Vorlesungen über Anthropologie, ed. por R. Brandt e W. Stark (Berlim 1997), em AA XXV .1 e XXV . 2
Uma compilação de alguns dos textos destas notas de aula foi publicada em italiano em
V ERRI , Pietro e K ANT , Immanuel: Sul piacere e sul dolore. Immanuel Kant discute Pietro Verri, ed. D.E.P.
Giordanetti, Milano 1998. Em espanhol, uma seção da Anthropologie-Mongrovius foi traduzida para
Castelhano em K ANT , Immanuel: Antropologia Prática. (De acordo com o manuscrito não publicado de CC Mongrovius, fe-
chado em 1785), ed. de R. Rodríguez Aramayo, Madrid 1990. Como resultado da presente investigação,
em breve publicarei na editora Comares (Granada) K ANT , Immanuel: Fragments on esthetics.
Uma seleção crítica das notas de lições de antropologia.
15 Uma primeira seleção de textos dessas lições é encontrada na obra clássica

de S CHLAPP , Otto (1901): Kants Lehre vom Genie und die Entstehung der Kritik der Urteilskraft, Göttin-
gen. Enquanto TONELLI , Giorgio (1955): Kant, da estética metafísica à estética psicoempírica. Studi Sulla
genesi del criticismo (1754-1771) e sulle sue fonti, Torino, realizaram uma análise aprofundada e detalhada
do problema crítico em relação à estética, prestando especial atenção ao Nachlass de uma cuidadosa
estudo historiográfico das Reflexões [doravante, Reflexionen], seu trabalho limitou-se ao estudo do desenvolvimento

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XXII Introdução

O uso deste tipo de material para uma investigação histórica é


De grande utilidade. O Nachlass constitui, em sua amplitude e complexidade, um
verdadeira "oficina" de Kant, cuja decifração nos aproxima do
interesses e preocupações que impulsionam o desenvolvimento intelectual deste
pensador e explicar a gestação de suas abordagens filosóficas. Por outro
Por outro lado, os textos do Vorlesungsnachschriften também destacam o
evolução do sentido adquirido pelos conceitos de estética, intimamente
relação com a exposição das teses de outros pensadores e sua revisão por
parte de Kant.
No entanto, esse utilitário corre o risco de se voltar contra si mesmo.
intérprete, se não partir de certos critérios metodológicos que
ter a análise desses materiais e limitar o escopo que podemos atribuir a eles
de nossa interpretação.16

O desenvolvimento intelectual de Kant até 1771. Um estudo do corpus de lógica e antropologia deste período não
ainda está em sua pesquisa. B AEUMLER , por outro lado, deliberadamente dispensou um
exposição histórico-evolutiva sobre este problema que atenderia às diferentes origens
cronologia dos materiais usados ​[1923: 265 n. 1]. Em relação ao Vorlesungsnachschriften, apenas
ocasionalmente baseia-se naqueles que foram supervisionados por Kant para publicação [1923: 264
n. 1]: Logik-Jäsche (1800) e Anthropologie in pragmatischer Hinsicht (1798). O resort para o Vorlesungen
über Anthropologie será aqui de especial relevância para esclarecer o significado histórico da estética em
o desenvolvimento da crítica. A ordem cronológica dos mesmos para sua edição na Seção IV
da Akademie-Ausgabe oferece a este trabalho uma base mais confiável do que aquela que eles puderam usar.
se S CHLAPP 1901 e M ENZER , Paul (1952): Kants Ästhetik in ihrer Entwicklung, Berlin. A revisão de
a datação desses textos de B RANDT , Reinhard e S TARK , Werner (1997): «Einleitung», a
Vorlesungen über Anthropologie, em AA XXV . 1 VII - CLI , bem como B RANDT , Reinhard e S TARK , Werner
(1991): "Notiz zur Akademie-Ausgabe", em Kant-Studien 82, 1991, 514-15, permite-nos colocar no início de
década de 1770 e, portanto, sob a influência da Dissertatio [De mundi sensibilis atque intelli-
gibilis forma et principiis], uma concepção de Kant sobre a estética que foi erroneamente considerada
como depois de 1775; ver a este respeito G IORDANETTI , Piero (1995a): «Nuovi documenti sulla gene-
if dell'estetica kantiana. Il XXV volume della Akademie-Ausgabe ”, em Rivista di storia della Philosophy 50,
1995, 341–53. Estudos relativamente recentes sobre a gênese da estética de Kant, como o de Z AM -
MYTH , John H. (1992): The Genesis of Kant's Critique of Judgment, Chicago e Londres; D UMOUCHEL ,
Daniel (1999): Kant et la genèse de la subjectivité esthetique. Esthétique et philosophie avant la critique de la
faculté de juger, Paris, bem como P ANKNIN -S CHAPPERT , Helke (2008): «Die Bedeutung des ästhetischen
Urteils in den vorkritischen und kritischen Schriften Immanuel Kants », em K ANT -G ESELLSCHAFT (ed.)
(2008): Recht und Frieden in der Philosophie Kants. Akten des X. Internationalen Kant-Kongresses, Berlim e
Nova York, 27–38, ainda sem usar a edição crítica da Vorlesungen über Anthropologie. Sim ele compareceu
dados estes textos G UYER , Paul (2003): «Beleza, Liberdade e Moralidade. As palestras de Kant sobre antropologia
e o Desenvolvimento de sua Teoria Estética ', em B. Jacobs e P. Kain (ed.) (2003): Essays in Kant's An-
thropology, Cambridge, 135-163, que se concentra na evolução do conceito de jogo das faculdades
de 1772-1773 até o surgimento do Kritik der Urteilskraft. G IORDANETTI também se destaca em
sua pesquisa a importância de tais materiais para a compreensão dos diversos aspectos da estética.
ca Kantiana, ver por exemplo G IORDANETTI , Piero (1995b): «Das Verhältnis von Genie, Künstler und
Wissenschaftler in der Kantischen Philosophie ', em Kant-Studien 86, 1995, 406-30; G IORDANETTI , Piero
(2001a): Kant e la musica, Milano; G IORDANETTI , Piero (2001b): L'estetica physiologica di Kant, Milano.
16 Para uma exposição detalhada sobre os principais fatores a levar em consideração no estudo destes

os materiais e os principais critérios metodológicos da história evolutiva [Entwicklungsgeschichte],


ver a exposição de V ÁZQUEZ L OBEIRAS , María Jesús (1998): Die Logik und ihr Spiegelbild. Das Ver-
hältnis von formaler und transzendentaler Logik em Kants philosophischer Entwicklung, Frankfurt am Main,
etc.: 63–79. As principais bases metodológicas para uma história evolutiva foram estabelecidas

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Introdução XXIII

Primeiro, o Nachlass é composto de reflexos ou anotações


ções de diferente natureza e valor, bem como por correspondência. Um monte de
o Reflexionen [Reflexões] nada mais são do que anotações das quais Kant
serviu de auxílio às aulas. Outros são esboços ou esquemas
que abrem caminhos de pensamento meramente provisórios ou mesmo fracassados. Por
Por outro lado, os Vorlesungsnachschriften apresentam, adicionalmente, outro tipo de
dificuldades. Estes não são textos manuscritos de Kant, mas sim as notas
que os jovens alunos que frequentavam suas aulas pegavam e retrabalhavam,
ou eles corrigidos de acordo com notas de outros semestres. Caso contrário, o aluno pode
dia não seguir corretamente o fio da exposição do professor, então
que às vezes essas transcrições podem não corresponder de uma forma
confiável com as idéias realmente expressas. Este último problema parece
agravado pela objeção - a tese da vida dupla - segundo a qual estes
riais não podem ser usados ​para uma interpretação do pensamento de Kant
na medida em que em suas aulas ele não apresentava suas próprias idéias, mas as teses
contida no manual que serviu de guia didático. Ambos os tipos
de textos também apresentam o problema de seu namoro, o que não permite
relacioná-los sem mais delongas com as teses apresentadas ao nível da obra.
Diante disso, em primeiro lugar é preciso levar em conta que o
a construção histórico-evolutiva proposta nesta pesquisa não deve partir da
suposição de que as idéias de Kant se desenvolvem linear e progressivamente
vai no sentido de uma conclusão unitária, que seria representada pela obra
em questão. Embora Kant geralmente possa relatar seu Reflect
com um problema específico que direciona suas investigações, ele não deve dispensar
aproveitar a possibilidade de variações, contratempos e correções. Porém,
Esta circunstância também é de interesse positivo para a pesquisa planejada.
teada aqui. Pois no desenvolvimento intelectual de Kant não iremos apenas verificar o
abandono de linhas de pensamento fracassadas, mas também a recuperação de

dois e defendido por décadas por Norbert H INSKE ; ver principalmente H INSKE , Norbert (1970):
Kants Weg zur Transzendentalphilosophie. Der dreißigjährige Kant, Stuttgart; H INSKE , Norbert (1992):
«Zwischen Aufklärung und Vernunftkritik. Die Philosophische Bedeutung des Kantschen Logikcorpus ',
em N. Hinske (ed.) (1992): Kant und die Aufklärung, Hamburg 1992, 57-71; H INSKE , Norbert (1995):
«Prolegomena zu einer Entwicklungsgeschichte des Kantschen Denkens. Erwiederung auf Lothar Krei-
mendahl ', em R. Theis e C. Weber (ed.) (1995): De Christian Wolff à Louis Lavelle. Métaphysique et historie
de la philosophie: Recueil en hommage à Jean Ecole à l'occasion de son 75 e anniversaire - Von Christian Wolff
bis Louis Lavelle. Geschichte der Philosophie und Metaphysik: Festschrift für Jean École zum 75. Geburtstag,
Hildesheim, etc., 102-21; H INSKE , Norbert (2004): «O que faz a história das fontes e
para que propósito é praticado? Algumas observações sobre a história da fonte sobre a antinomia kantiana
da liberdade ”, em Ágora 23, 2004, 15–27. Um estudo preliminar sobre a edição do Vorlesungen über
Anthropologie, em relação à sua autenticidade, datação possível e utilidade para uma interpretação do
A estética de Kant, encontramos em M ANGANARO , Paolo (1974–1975): «Estetica e antropologia nelle
lezioni kantiane. I Preliminari ”, em Studi di estetica 2, 1974–1975, 148–94.

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XXIV Introdução

posições inicialmente abandonadas, a fim de fazer uso delas


em um momento posterior e de uma estrutura diferente.17
Com relação ao Reflect, não podemos partir de qualquer outro
critério geral para sua datação do que aquele oferecido pela enorme
por Erich Adickes.18 No entanto, o fato de que na maioria dos casos
casos não é possível esclarecer completamente as dúvidas sobre o namoro deve
nos levam a levar em consideração alguns critérios. Em primeiro lugar, você deve evitar-
uma ideia contida em uma Reflexão isolada será considerada válida. O desenvolvimento
frutífero de um pensamento da parte de Kant deve dar origem a um grupo
de Reflexão entre si e pertencentes ao mesmo período,
ou este pensamento deve ser parte de uma linha de reflexão em links
no nível estrutural e de conteúdo que se desenvolvem diacronicamente
fundindo-se em um aspecto relacionado ao trabalho. Para as teses encontradas em
As reflexões só devem ser incorporadas a um estudo histórico-evolutivo
na medida em que mostram uma ligação com o trabalho do período em
pergunta. Diante desse requisito, a presente investigação atende aos
problema de que Kant não representará uma estética crítica até o Kritik der
Urteilskraft. Até 1790, ao nível do trabalho eles só podem ser detectados contados
indícios a esse respeito, que em sua maioria expressam a rejeição do crime
ticismo quanto à possibilidade de uma crítica de gosto com crítica e
sistemático. Porém, é possível mostrar que, apesar
este silêncio de Kant, suas indagações sobre os conceitos de estética presentes
Os materiais nos materiais indicados fazem sentido em relação aos problemas
e questões que surgem do trabalho crítico, que serão recolhidas e
criado em um sentido sistemático no Kritik der Urteilskraft. A presente
A investigação visa traçar esta ligação entre os inquéritos

17 Sobre o interesse histórico desses contratempos, ver H INSKE 1970: 12; V ÁZQUEZ L OBEIRAS 1998:
65s.; M ANGANARO 1974–1975: 170.
18 Ver a este respeito A DICKES , Erich (1911): Einleitung in die Abtheilung des handschriftlichen Nach-

meninas, AA XIV XV - LIV , especialmente XXV - XLV . Na citação do Reflecten, iremos designar o
período a que estes correspondem de acordo com o sistema e a simbologia por ele proposta, com os seguintes
Exceção: as anotações riscadas por Kant serão colocadas entre colchetes. Exceto no caso de Disserta-
cara, todos os textos citados foram traduzidos do original; A este respeito, as adições incorporadas ao
traduções para facilitar a compreensão dos textos foram inseridas entre colchetes. De outra forma,
No que diz respeito à citação dos textos de Kant, a regra a seguir será a seguinte. Será usado tanto
a edição da Akademie-Ausgabe [K ANT , Immanuel: Kant's gesammelte Schriften, ed. do Königlich
Preußischen Akademie der Wissenschaften und ihren Nachfolgern, Berlim e Leipzig, 1900ff.] Como o
Edição Weischedel [K ANT , Immanuel: Werke in sechs Bänden, editado por W. Weischedel, edição
revisado por N. Hinske, Darmstadt 1 1960, 5 1983]. Se a sigla “AA” for indicada, estará se referindo ao
edição da Akademie-Ausgabe. Em ambos os casos, será citada a abreviatura da obra ou texto em questão,
seguido quando apropriado por data, volume, subvolume, página e, ocasionalmente, número da linha. Sobre
No caso do Kritik der reinen Vernunft, o número da página da primeira e da segunda páginas também deve ser indicado.
segunda edição. O formato da citação é o seguinte: "Dissertatio, AA II 398"; "Anthropologie-Collins,

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AA XXV . 1 187 "; “R 1913, ψ ? ( u - χ ?), AA XVI 156 23-30 ”; "KrV, A 348 / B 406, II 345"; "KU, V 191".

Página 22

Introdução XXV

de Kant sobre a estética e os problemas que surgem da obra de 1770 a


1790.
No que diz respeito ao Vorlesungsnachschriften, o problema dos dados
ção é associada à autoria de tais textos. Como afirmado, eles são o
resultado das anotações dos alunos que assistiram às aulas de Kant.
Isso nos obriga a problematizar esses materiais, tanto no que diz respeito à sua co-
recepção correta por aqueles que os levaram em primeiro lugar, como
transmissão posterior, uma vez que as notas sofreram retrabalhos sucessivos
rações momentos depois daquele em que Kant havia transmitido o
lição. Por outro lado, não são poucos os intérpretes que rejeitam um trabalho
de tais textos a partir da tese de que sua própria natureza, na medida em que ex-
As posições magistrais de Kant baseadas em um manual de outro pensador,
obriga-nos a concluir que as ideias neles estabelecidas não podem ser consideradas
considerado em sentido estrito como o próprio de Kant.19 De acordo com esta posição,
este pensador teria desenvolvido dois discursos distintos, a saber: o primeiro
e propriamente crítica, correspondendo à obra, e a segunda, de tipo eminente
perfeitamente acadêmico, no qual ele teria se ajustado às demandas de um
exposição apertada a um determinado manual.
É inegável que em suas aulas Kant apresentou conteúdo e abordagem
tosse do manual de ensino. No entanto, isso não significa que
usar suas aulas como uma ocasião para pensar e desenvolver seus próprios
abordagens e ideias, como ele mesmo reconhece claramente no An-
merkungen zu der Erklärung wegen der Hippelschen Autorschaftvinte. Isso explica
que no Vorlesungsnachschriften não encontramos apenas a exposição do
ideias contidas na Metaphysica de Baumgarten e Auszug de Meier -
quais foram os manuais usados ​por Kant para suas aulas de antropologia e
lógica, respectivamente - mas também uma posição explícita assumida pelo

19 Em relação à evolução da estética, J UCHEM , Hans-Georg (1970): Die Entwicklung des


Begriffs des Schönen bei Kant, unter besonderer Berücksichtigung des Begriffs der verworrenen Erkenntnis,
Bonn: 90, rejeita o uso das lições da ideia de que em tais escritos Kant não apoiou sua
filosofia própria.
20 O próprio Kant explica o significado último dado a tais lições da seguinte maneira: "Muito antes

[...], nas minhas aulas de Lógica, Metafísica, Moral e Antropologia, Física e Direito, não só comentei
O autor que ele escolheu como seu guia, mas ao invés disso o avaliou cuidadosamente, tentou ampliá-lo e conduzi-lo a
princípios que eram melhores para mim [...]; desta forma, minhas aulas cresceram em parte
fragmentário, em parte eles estavam melhorando; mas sempre de olho em um sistema que um dia
seria possível como um todo existindo por si mesmo [...], de modo que os escritos que mais apareceram
Mais tarde (principalmente depois de 1781), eles podem parecer ter dado essas lições apenas em sua forma sistemática.

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matemática e sua completude ”[AA XIII 538s.]. Diante da tese da vida dupla, encontramos uma defesa da
relevância dos materiais Vorlesungsnachschriften para uma compreensão unitária da filosofia
por Kant em H INSKE 1992; bem como S TARK , Werner (1992): «Die Formen von Kants akademischer Leh-
re », em Deutsche Zeitschrift für Philosophie 40, 1992, 543–62, e V ÁZQUEZ L OBEIRAS , María Jesús (2000):
"Estudo preliminar", para K ANT , Immanuel: Logic. Acompanhado por uma seleção de Legacy Reflections
de Kant, ed. de Mª. J. Vázquez Lobeiras, Madrid 2000, 13–76: 25.

Página 23

XXVI Introdução

professor no que diz respeito às suas teses, a incorporação de correções,


bem como o recurso contínuo a soluções derivadas do trabalho crítico. Ade-
mais, se em suas palestras Kant se limitou a expor uma abordagem
alheio à sua filosofia, não pode ser entendido porque a evolução intelectual no
nível de trabalho acompanha o desenvolvimento, retrabalho
ou correção para o nível de suas aulas. Certamente, seremos capazes de verificar
que esse pensador usa nesses textos um corpo conceitual nem sempre
compatível com os resultados alcançados em sua própria filosofia; porém,
um estudo cuidadoso do uso desses conceitos mostrará que
seu significado é definido e corrigido a partir das soluções críticas levantadas
na obra. Além disso, Kant faz uso do aparato conceitual e dos problemas
herdou da filosofia escolar pensar em soluções próprias e originais.
Devido a esta circunstância, os Vorlesungsnachschriften também apresentam um
grande interesse para uma compreensão da relação da filosofia transcendental
com esta tradição intelectual.vinte e um
No entanto, isso não significa que devemos abandonar todas as precauções.
no uso desses textos. Principalmente, é necessário começar de um
história das fontes a partir das quais contrastar as teses apresentadas no Vor-
lesungsnachschriften com as abordagens defendidas nos manuais de
Baumgarten e de Meier. Da mesma forma, sua análise comparativa com respeito a
O Nachlassreflexionen oferece um critério fundamental para garantir que o
afirmações que encontramos nas lições pertencem a Kant, então, como
Como já indicado, ele usou anotações e scripts em todos os momentos.
queima para orientar sua apresentação de ensino, que são coletados
entre os Nachlass refletem.
A partir deste breve esclarecimento metodológico, podemos concluir que
O uso confiável de tais materiais deve sempre ser baseado em um
leitura comparativa entre os diferentes tipos de fontes, de forma que o
referência ao trabalho serve para determinar o critério último e decisivo para
uma reconstrução histórico-evolutiva do pensamento de Kant.22

Objetivos. Este estudo é construído com base na ideia de que a primeira parte
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da Kritik der Urteilskraft não só realiza uma fundação de
julgamentos estéticos, uma vez que através deste mesmo fundamento Kant oferece
uma resposta em relação ao problema da sistematização final
da razão. Portanto, um primeiro objetivo deste trabalho consiste no estudo
questão histórico-evolutiva das questões que irão progressivamente compor o

21 Cf. M ANGANARO 1974–1975: 160s.


22 Cf. V ÁZQUEZ L OBEIRAS 1998: 75–79.

Página 24

Introdução XXVII

cleo deste problema. Certamente, uma formulação unitária e sistemática


A ética a esse respeito acontecerá pela primeira vez na Kritik der Urteilskraft.
Até este ponto, Kant não fornece uma base crítica para
tais questões e ao nível do trabalho não há uma posição definitiva
cerca de. Em particular, vamos nos concentrar em três problemas fundamentais,
intimamente ligados uns aos outros, tanto no desenvolvimento da crítica e na
Kritik der Urteilskraft: (i) a indeterminação do singular sensível em relação
com a possibilidade de um sistema de conhecimento empírico; (ii) a impossibilidade
qualidade de uma justificativa do Julgamento em sua especificidade desde o início ou
regras de caráter discursivo; (iii) a desconexão entre sensibilidade e razão,
tanto no campo teórico como no campo prático.
Que tais questões não são levantadas em seu relacionamento sistemático até que o
Terceira crítica não significa que não seja possível encontrar as implicações mútuas
entre eles em um período anterior. Embora essas questões não sejam
será enfrentado de um ponto de vista crítico até 1790, devemos ser capazes de
detectá-los no âmbito do trabalho da Dissertatio to the Kritik der praktis-
chen Vernunft, como problemas pressupostos em tais escritos, mesmo quando
não receba uma solução específica de Kant. Será mostrado que
Os problemas acompanham o desenvolvimento de uma base crítica do
razão desde 1770, que é construída principalmente a partir de demar-
cação entre o sensível e o intelectual que é essencial para a filosofia kantiana.
Em segundo lugar, queremos mostrar a relação do projeto estético que
Kant se desenvolverá no nível do Nachlass e do Vorlesungsnachschriften com tal
problemas. Esta relação não deve ser apresentada de forma sistemática,
que só é possível depois que Kant encontrou uma solução que
permite que você incorpore este projeto ao sistema crítico. Por um lado, é necessário
detectar os conceitos que desempenham um papel fundamental neste desenvolvimento. Por outro
Por outro lado, as investigações de Kant sobre a estética devem ser entendidas em relação a
com o enquadramento filosófico defendido ao nível da obra. Nesse sentido, é
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interesse especial para entender as razões pelas quais ele detecta em um su


projeto estético um interesse filosófico em relação aos problemas
dois, para os quais ele usa suas reflexões sobre o sentimento do belo, o
capacidade de gosto e categoria de gênio para desenvolver soluções tentadoras
metas a esse respeito, que nem sempre serão compatíveis com os limites estabelecidos
dois para críticas. Por este motivo, será pertinente atender às variações
que vivenciam tais reflexões em dois momentos fundamentais de sua
desenvolvimento intelectual: a Dissertatio e o Kritik der reinen Vernunft. Sobre a
base deste estudo histórico-evolutivo, o presente trabalho ilustra porque
Kant chega a considerar no Kritik der Urteilskraft que a crítica dos juízes

Página 25

XXVIII Introdução

as qualidades estéticas do gosto oferecem a razão cognoscendi dos princípios do Julgamento


reflexivo em geral e, portanto, oferece uma resposta em relação ao
problema geral da sistemática da razão.
Terceiro, a presente investigação também atende à origem histórica
deste projeto estético e da influência de outras abordagens tradicionais
estética adicional. Uma compreensão das reflexões de
Kant no quadro da emergência da estética no Iluminismo alemão e anterior
lustroso. Mas isso também requer um balanço do peso de cada um dos
essas tradições na formação deste aspecto da filosofia transcendental.

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Página 26

eu

A crítica do gosto em torno da Dissertatio de 1770

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27

Capítulo 1

Logica naturalis et logica artificialis: a gênese da


problema de julgamento reflexivo

1.1 introdução

Na filosofia de Wolff, a chamada logica artificialis lida com a tarefa


para tornar explícitas as regras racionais que são pressupostas no conhecimento
humano. Embora a filosofia da escola alemã até Kant não

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esta afirmação, nas exposições de Baumgarten e Meier encontramos
Estamos interessados ​no problema da gênese do conhecimento, em que não há
apenas elementos lógicos estão envolvidos. Pois no conhecimento característico de
Logica naturalis não só encontra as mesmas regras lógicas universais
que podem ser coletados e explicitados posteriormente por lógica artificial.
lis; mas também uma habilidade natural e um conhecimento sensível que deve
possibilitar a gênese, aprendizagem, comunicabilidade e aplicação deste
conhecimento. Em relação a tais demandas, a lógica em sentido estrito
não pode fornecer critérios prescritivos. Será neste espaço indeterminado
pela lógica moderna, onde esses autores recorrerão a instrumentos e con
conceitos de estética. Não vamos nos aprofundar no tratamento que
Baumgarten e Meier oferecem sobre esta questão, mas será mostrado que Kant
links com os interesses e conceitos de tais autores para resolver o problema
ma indicada. Em particular, será mostrado que o problema do fundamental
O julgamento do Julgamento estabelecido na Kritik der Urteilskraft encontra sua gênese
história no quadro de tais debates.
De acordo com a posição alcançada por Kant nesta obra, se o Julgamento não existe mais
que um corolário ou desenvolvimento do entendimento para a determinação do
objetos particulares, então estamos diante do Juízo determinante; sim para ele
Ao contrário, o Julgamento é considerado como um corpo docente autônomo que possui
princípios específicos, então estamos diante do Julgamento reflexivo.

Página 29

4 Logica naturalis et logica artificialis

Kant define esta última função como a capacidade pela qual o sujeito pode
encontre um universal para um dado particular [KU, V 251]. Nesse caso, este-
inicialmente só tem conhecimento de um dado particular, sem ainda ter o
princípio, da lei ou da regra de caráter geral a que se subordina,
o que permitiria determinar seu significado em um sistema de conhecimento.
A atividade reflexiva desta faculdade vai de baixo para cima, por assim dizer-
ele, pois deve chegar a um possível universal a partir do caso particular e
indeterminado que se apresenta ao sujeito em sua experiência sensível [EE, V
186].
Da posição crítica alcançada na Kritik der Urteilskraft, um fun-
damentação do Julgamento só é possível na medida em que seja apreciado que este
o corpo docente não legisla a priori sobre as coisas, mas dá a si mesmo a lei para
a acusação. Kant chamará heautonomia [ V 203; KU, V 259] para este
particularidade da legislação do Julgamento, pela qual seus princípios a priori
não só têm sua origem no assunto, mas também legislam em uma re-

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flexível sobre o próprio sujeito e sua atividade cognitiva. Os princípios de
Julgamento, portanto, legislam sobre como nossa própria atividade de
acusação, como uma etapa anterior no processo de saber se
buscamos uma possível determinação dos objetos que são apresentados ao
intuição sensível.
Com base no objetivo que nos propomos neste trabalho, é interessante
note que esta virada subjetiva é considerada por Kant como a solução que
torna possível evitar uma dificuldade intrínseca a qualquer tentativa de substanciar
ção do Julgamento, conforme consta do Prólogo da obra:
Mas, pela natureza do Julgamento [Urteilskraft] (cujo uso correto é necessário
tão necessário e universal que sob o nome de "compreensão saudável"
[gesunden Verstandes] nada mais é entendido, mas precisamente esta faculdade)
pode-se deduzir que a descoberta de um princípio deve ser acompanhada pela
maiores dificuldades [...]. Este princípio, no entanto, não deve ser deduzido de
conceitos a priori, uma vez que estes pertencem ao entendimento e o Julgamento é direcionado
apenas para o seu aplicativo. Portanto, o Julgamento deve se oferecer
um conceito através do qual nada é realmente conhecido, mas sim
serve como uma regra para si mesmo, mas não uma regra objetiva que pode acomodar seu
julgamento, porque então outro julgamento seria necessário novamente para ser capaz de discernir
se é o caso da regra ou não [KU, V 239].

O princípio ou conceito que serve de base para a atividade do Julgamento


não pode ter validade objetiva, ou seja, não pode legislar a priori sobre o
objetos. Segundo Kant, se o princípio da Sentença servia para decidir a priori
sobre a correção objetiva ou adequação de nossos julgamentos com os objetivos
objetos, ou seja, se por meio dela fosse possível decidir se caem ou não
no âmbito do conceito expresso em um determinado julgamento, então nós

Página 30

1.1. Introdução 5

nos encontraríamos diante de um problema fundamental. Bem, com isso eu ficaria-


Ao mesmo tempo, estamos emitindo um julgamento filosófico, cujo objeto, neste caso, seria um
julgamento particular e sua possível correção objetiva. Mas isso também requer
decidir sobre a correção objetiva de dito juízo filosófico, isto é, sobre
se o julgamento em questão a que se refere se enquadra ou não no critério ou regra
expressa em meu julgamento filosófico, para o qual devemos novamente fazer um julgamento
outra questão que tem meu julgamento filosófico anterior como seu objeto e
ambos para um novo princípio, critério ou regra que sanciona a correção de obje-
tiva deste último. Assim, a consideração do princípio de ser
fundamentar o julgamento como um critério de julgamento de validade objetiva
conduziria inevitavelmente o processo de aterramento ad infinitum. Isto é
bem como a solução proposta por Kant no Kritik der Urteilskraft, pela
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que reconhece o caráter heautônomo do princípio do Julgamento, parte do


fundamento de que não é possível oferecer regras ou critérios de caráter prescritivo ou
que tornam possível decidir a priori sobre a correção objetiva de
nossos julgamentos particulares.
Este é um problema que aparece já na primeira Crítica, em duas
argumentos complementares que aludem em cada caso aos limites do escopo
de lógica.
Em primeiro lugar, Kant rejeita que possa ser oferecido um critério que ajude
para decidir sobre a verdade de nossos julgamentos particulares no que diz respeito
ta ao seu conteúdo material, ou seja, sua adequação em relação aos objetos
indivíduos que afirmam ter conhecimento [KrV, A 57-59 / B 82-83,
II 102s.]. Bem, de acordo com isso, para reivindicar um critério de verdade a partir do qual decidir
em cada caso sobre a adequação objetiva de nossos julgamentos particulares
seria fingir algo contraditório. E é por causa da natureza de tal
rio corresponderia a ele tendo caráter universal; mas então só
portanto, este critério não seria suficiente para decidir sobre a correção
objetivo ou a verdade de nossos julgamentos, na medida em que julgamentos que se referem a
casos específicos. Em segundo lugar, Kant antecipa já na introdução ao
Analítica de Princípios [ KrV , A 132-34 / B 171-74, II 184f.] O argumento
ao Kritik der Urteilskraft que acaba de ser descrito, afirmando que
qualquer tentativa de mostrar universalmente como é possível incluir
um caso concreto de uma regra sempre exigirá o uso de uma regra novamente
subseqüente.
Esses dois argumentos coincidem com o texto citado da terceira Crítica
na constatação de que não podemos a priori basear a correção objetiva
do nosso conhecimento particular através do recurso a regras ou critérios
rios. O Kritik der Urteilskraft não afirma oferecer tais regras ou critérios de

Página 31

6 Logica naturalis et logica artificialis

caráter discursivo ou prescritivo, mas fornecerá uma perspectiva alternativa


vai resolver este problema e incorporar sua solução ao sistema crítico.
Agora, é realmente o mesmo problema? Dito de outro
forma, pode-se argumentar que a teoria do julgamento reflexivo é considerada
por Kant como uma solução para um problema que afeta essencialmente
à teoria do conhecimento, que já estaria presente na primeira
Análise?
Uma tese geral deste trabalho é que nem o reconhecimento de Kant de

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o problema que afeta a fundamentação da Sentença, nem a conexão de
este problema com suas reflexões sobre a estética, pode ser tratado como
um resultado tardio de seu desenvolvimento intelectual. Como veremos, o Kritik der
Urteilskraft deve ser considerado como o momento em que Kant oferece uma
solução crítica para um problema "antigo", que ele havia encontrado duas décadas antes e
para cujo entendimento ele já fazia uso do modelo de julgamento de gosto,
no contexto geral dos debates filosóficos na filosofia da escola alemã
da segunda metade do século XVIII .
Na verdade, no Prefácio ao Kritik der Urteilskraft citado anteriormente é
Ainda é possível apreciar dois indícios que, à medida que poderemos verificar mais
consulte cuidadosamente esta relação com a evolução intelectual de Kant e
a este vínculo com a tradição. Em primeiro lugar, não deve ser esquecido
que neste texto se afirma que as dificuldades que afetam a fundação
do Julgamento são devidos à natureza desse corpo docente. Nos parágrafos seguintes
Verificaremos que esta referência ao Julgamento como uma capacidade natural
deve ser entendido no contexto do debate da escola Wolffian em torno
à consideração da lógica como logica naturalis ou como logica artificialis.
Em segundo lugar, na continuação deste mesmo texto afirma-se que o
uso correto do Julgamento «é tão necessário e universal exigido que sob o
nome de "compreensão saudável" [gesunden Verstandes] não é entendido outro
que é precisamente esta faculdade ». Esta afirmação pode ser entendida co-
Esta é uma correção no nível terminológico, pela qual Kant estaria defendendo
usando o conceito "Urteilskraft" ou "reflektierende Urteilskraft" na frente de
ao conceito de discurso coloquial “gesunder Verstand”. Mas a verdade é que com
Isso se relaciona com a terminologia presente nos debates citados.
da filosofia escolar, uma terminologia que foi usada extensivamente
sozinho desde meados da década de 1760, tanto em Nachlass
como no Vorlesungsnachschriften, de modo que através desta declaração
contido no prólogo da obra, o filósofo de Königsberg apresentaria-
sua nova teoria como sua própria proposição - crítica no contexto de
tais debates.

Página 32

1.2. História do problema 7

Portanto, no que se segue será necessário abordar a origem desse problema.


a ética da crítica no contexto histórico da filosofia da escola alemã do
Século 18 . Primeiro, vamos nos concentrar no debate sobre a demarcação
cátion entre logica naturalis e logica artificialis na tradição leibnitiana
wolffiana, especialmente na estética de Baumgarten e Meier [§ 1.2]. Sobre
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Em segundo lugar, será mostrado que Kant se vinculará a tais debates em torno do
período da Dissertatio (1770), empregando o conceito de "compreensão saudável
para ”, com o qual ele se refere à capacidade natural de julgar casos
indivíduos [§ 1.3]. Terceiro, será mostrado que naquele período já
aprecia a impossibilidade de fundar a atividade de acusação característica
de compreensão saudável a partir de critérios ou regras de natureza prescritiva [§
1.4] e, por fim, ficará claro que esse reconhecimento levará a
Kant usará o modelo estético para propor uma tentativa de compreensão
deste poder [§ 1.5].

1.2 História do problema: reconhecimento da insuficiência


da lógica artificialis e do desenvolvimento estético da lógica
naturalis

A dupla consideração da lógica como lógica naturalis e como


que a lógica artificialis marca um dos fundamentos característicos da teoria
do conhecimento de Wolff, segundo o qual um ideal corretivo é pressuposto
por parte do conhecimento filosófico quanto ao tratamento de
conhecimento natural.
Logica naturalis é definida por ele como a habilidade natural de ser
humano para as operações do entendimento, que são observadas sem
necessidade de um conhecimento diferente e consciente deles: «Estas regras
prescrito ao entendimento por Deus e a capacidade natural de agir com
forma-los constituem a lógica natural e, em particular, os chamados
engenhosidade natural [Mutterwitz] »1. Enquanto a logica naturalis alude ao
glas que são confusamente pressupostos pelo sujeito no conhecimento
a lógica comum artificial tem a função de tornar essas mesmas regras explícitas
do conhecimento estritamente filosófico.2

1 W OLFF , Christian (1713): Vernünftige Gedanken von den Kräfften des menschlichen Verstandes und
ihrem richtigen Gebrauche em Erkänntnis der Wahrheit (Deutsche Logik), ed. por HW Arndt, em W OLFF ,
Cristão: Gesammelte Werke, ed. de J. École et alii, Hildesheim 1965, seita. 1o, vol. I : 244. Veja também
a definição contida em W OLFF , Christian (1728): Philosophia rationalis sive logica , Paris II, ed. por J.
École, em W OLFF : Gesammelte Werke, Hildesheim, etc. 1983, seita. 2o, vol. Eu . 1: §§ 6s., 109s.
2 Cf. W OLFF 1728: §§ 10s., 112.

Página 33

8 Logica naturalis et logica artificialis

Segundo Wolff, é a explicitação das regras da lógica que torna possível

É
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É possível melhorar e corrigir nossas capacidades de saber,
na medida em que, embora tais regras sejam observadas em todo o conhecimento
consciência natural e diferente deles por parte do sujeito e sua explicação
As convocações ajudam a evitar erros e ilusões no conhecimento da verdade.
Da mesma forma que o olho não precisa de um conhecimento explícito de sua
regras naturais para produzir a visão de objetos, mas a óptica pode
Para esclarecer a origem das ilusões de ótica, a lógica artificialis é igualmente importante.
dispensável para evitar erros no conhecimento da lógica naturalis.3
Desta forma, em relação à questão acima mencionada, a lógica de Wolff
apenas contempla como própria da filosofia a exigência de uma correção do
conhecimento natural através da explicitação e formalização das regras
que pressupõe. A filosofia, portanto, não aborda o problema da gênese
conhecimento, nem aprecia a intervenção de elementos estritamente sensíveis
neste processo natural, sem o qual nem aprender nem
aplicação das leis da lógica a casos particulares.
Na filosofia escolar, após a lógica de Wolff, será dada atenção
a esta capacidade natural para a qual aplicamos regularmente as regras de
lógica sem a necessidade de um conhecimento diferente deles. No tra-
dados lógicos de autores como Gottsched, Frobesius, Baumgarten ou Meier
encontramos a relação ou identificação - seja por meio de sua definição ou de sua
tradução para o alemão em tais manuais - da logica naturalis com o
“Mutterwitz” [engenhosidade natural], “gesunder Verstand” [compreensão saudável
to], “gesunder Menschenverstand” [compreensão humana saudável] ou “gesunde
Vernunft ”[razão saudável].4 A adoção desses conceitos em alemão a partir de
o século XVIII mostra a estreita relação do entendimento da lógica
naturalis pela filosofia da escola com a tradição estética de
Origem anglo-saxônica e francesa. E é que a entrada desses termos na linguagem
O guia alemão é produzido a partir da tradução do inglês "senso comum"
ou "Commonsense", ou do francês "Bonsens", cuja origem histórica está em
ambos os casos no latim "sensus communis".5
Na verdade, na filosofia da época, encontramos o uso de tais conceitos
em relação à crítica e julgamento de obras de arte. Por um lado, o
A boa razão é, para Gottsched, o critério último para a crítica da produção

3 Cfr. W OLFF 1713: 245.


4 Ver a este respeito A SO , Ken et alii (1989): Onomasticon Philosophicum. Latinoteutonicum et teuto-
nicolatinum, Tokyo: 615. No alemão da época, os conceitos "gesunde Vernunft" e "gesunder Verstand"
eles eram geralmente usados ​indistintamente, cf. T ONELLI 1955: 137.
5 Cf. P ARASCHKEWOW , Boris (2004): Wörter und Namen gleicher Herkunft und Struktur. Lexikon

etymologischer Dubletten im Deutschen, Berlin e New York 2004: 322.

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1.2. História do problema 9

belezas e obras de arte, para que nenhuma regra possa convencer o


beleza de uma obra que não agrada imediatamente de acordo com esta faculdade natural.6
Por outro lado, Winckelmann ilustra a capacidade de perceber o belo
fazendo uso dos conceitos de compreensão sólida e engenhosidade, enquanto
que capacidades naturais de acusação, é por isso que eles se opõem
a artificialidade da bolsa de estudos.7 Neste caso, portanto, a crítica estética
e a poética limitará a característica ideal corretiva do
Wolff, atendendo às áreas das capacidades humanas que não podem ser
pode ser substituído por conhecimento artificial, precisamente na medida em que
a irredutibilidade da faculdade natural de acusação é destacada
crítico do uso de regras discursivas prescritivas.
Embora Baumgarten reconheça em seu comentário sobre a lógica de Wolff, o
É necessário que a logica naturalis seja aperfeiçoada com base em seu
ção na lógica artificialis, introduz em sua exposição uma observação interessante
também defendendo que qualquer aplicação de conhecimento que não seja
contido na lógica artificialis estará fadado ao fracasso se não pressupor o
engenhosidade natural do assunto.8 E é que Baumgarten denunciará abertamente o
insuficiência de lógica na Philosophische Briefe von Aletheophilus, onde
vai argumentar que a lógica dos estudiosos promete mais do que em termos de
a respeito da perfeição do conhecimento. A insuficiência da lógica é
É porque não atende ao aperfeiçoamento de todas as faculdades que intervêm
no conhecimento, por não levar em consideração as leis do conhecimento
sensível e animado. Assim, segundo Baumgarten, a tematização de tais leis deve
dar origem a uma ciência específica, a estética.9 Neste contexto, o co-
o conhecimento específico das faculdades inferiores de conhecimento pode usar
uma "estética crítica" como base para a formação da arte de julgar
sensível em sua especificidade,10 em que o Julgamento é definido pela primeira vez
como uma faculdade sensata, independentemente das faculdades superiores
saber. Portanto, Baumgarten reconhece que no processo natural de
conhecimento, elementos de natureza sensível estão envolvidos que podem e fazem

6 Cf. G OTTSCHED , Johann Christoph (1734): Zufällige Gedanken von dem Bathos in den Opern, ed.
PM Mitchell em Ausgewählte Werke, Berlim e Nova Iorque 1980, a X . 1, 39-72: 51s.
7 Cf. W INCKELMANN , Johann Joachim (1763): Abhandlung von der Fähigkeit der Empfindung des

Schönen in der Kunst, und dem Unterrichte in derselben, em Kleine Schriften, Vorreden, Entwürfe, ed. por W.
Rehm, Berlin and New York 2002, 211–33: 213.
8 Cf. B AUMGARTEN , Alexander Gottlieb (1761): Acroasis logica in Christianum LB de Wolff, em

W OLFF : Gesammelte Werke, Hildesheim e New York 1973, seita. 3o, vol. V : § 13, 6.
9 Cf. B AUMGARTEN , Alexander Gottlieb (1741): Philosophische Briefe von Aletheophilus, em B AUM -

GARTEN , Alexander Gottlieb: Texte zur Grundlegung der Ästhetik, ed. por HR Schweizer, Hamburgo
1983, 67-72: 69.
10 B AUMGARTEN , Alexander Gottlieb (1739): Metaphysica, reedição após 4 edição de 1757 em AA

XV 5–54 e XXVII 5–226, Berlim e Leipzig 1923: § 607, AA XV 30.

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10 Logica naturalis et logica artificialis

deve receber tratamento específico por psicologia empírica e


estética. Esta especificidade do conhecimento sensível deve ser pressuposta
por sua vez, para a aplicação de outros conhecimentos além da lógica nos casos
particular da experiência.11 Portanto, também a estética, e não apenas a
lógica, contribui para a perfeição e correção do conhecimento humano.
Esta nova disciplina não só oferece uma estrutura para a compreensão do
princípios gerais da arte e da produção artística, mas supõe que
uma vez que uma explicação da natureza e possibilidade do conhecimento sensível
em geral e de todos os conhecimentos que o pressupõem.12
No entanto, embora em Baumgarten as reflexões sobre o sen-
irmãos do conhecimento no quadro da psicologia empírica ocupam um lugar
específico dentro do sistema geral da metafísica, ele manterá
claramente a separação entre a lógica e a perfectibilidade do conhecimento
que pode trazer a nova estética. Em contraste, a relação complementar
a diversidade entre as duas esferas de conhecimento constituirá uma das características
definições que marcam o ideal de cognitio estético-lógico na doutrina
da razão ou lógica [Vernunftlehre] de um de seus discípulos mais proeminentes
e influente, nomeadamente Georg Friedrich Meier. Enquanto o
excelente estudo monográfico de Riccardo Pozzo, Meier levanta seu projeto
filosófico como um plano geral centrado na "eficácia" [Wirksamkeit] do
razão, que exige vincular à lógica outras disciplinas que possibilitem o
aprendizagem, desenvolvimento e aplicação de conhecimentos, como o
gramática, retórica, psicologia, estética, poética ou hermenêutica.13
Um dos motivos que justificam a integração da estética no campo da
a lógica ou teoria da razão é dada pela verificação de que os sentidos
constituem a primeira etapa no processo de elaboração das representações
por parte do entendimento e da razão.14 Portanto, Meier considera que o
O refinamento do conhecimento acadêmico pela lógica requer um
complementaridade entre engenhosidade natural e engenhosidade escolar. Isso significa
que a perfeição da razão e compreensão para o conhecimento erudito
Este fato deve ainda pressupor a perfeição específica das "forças sensíveis

11 Cf. B AUMGARTEN 1741: 71


12 Cf. H ERNÁNDEZ M ARCOS , Maximiliano (2003): «Teoria da sensibilidade, teoria da Humanidade
dades. O projeto filosófico de AG Baumgarten ”, in Cuadernos eciochistas 4, 2003, 81–121.
13 Cf. P OZZO , Riccardo (2000): Georg Friedrich Meiers 'Vernunftlehre'. Eine historisch-systemmatische A-

tersuchung, Stuttgart e Bad Cannstatt: 142. Ver também a este respeito V ÁZQUEZ L OBEIRAS , María
Jesús (2003): «As raízes da estética no quadro da lógica e da filosofia da consciência do racionalismo
mo ”, em Ágora 22, 2003, 37–63.
14 Cf. P OZZO 2000: 143.

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1.3. Compreensão sólida, ou a capacidade de julgar em concreto onze

da alma ”e, com isso, como o próprio Meier indica, as questões tratadas por
ele em sua estética.quinze
A verdade é que, também neste caso, a logica naturalis encontra-se na
logica artificial é a base para sua distinção e justificativa, mas o ideal
o conhecimento acadêmico é baseado na necessidade de que o segundo também
pressupõe o primeiro e não o contradiz; isso significa que a construção
ção da doutrina da razão ou lógica, precisamente porque tem uma função
erudita, deve partir e destinar-se à razão sã e não substituí-la.16
Bem, uma lógica que entende a perfeição do conhecimento com base em
uma abstração dessas condições sensíveis e sua especificidade, como
pretende a abordagem de Wolff, alcançará uma exposição diferente e funcional
dos princípios do conhecimento ao custo de um afastamento de
razão sã e uma renúncia à utilidade e possível comunicabilidade de
esses conhecimentos na vida.17
A seguir iremos verificar a estreita relação com esta tradição em
o tratamento que o conceito de compreensão saudável recebe nas reflexões
Leis de Kant, conceito com o qual ele relacionou em 1790 a capacidade de julgamento
reflexivo.

1.3 Compreensão sólida, ou a capacidade de processar em concreto

Desde meados da década de 1750, Kant tem usado o Auszug aus der
Vernunftlehre de Meier18 como um manual e guia para suas aulas de lógica. PARA
Apesar do fato de que em vários pontos de suas exposições ele se aterá ao conteúdo, o
estrutura e conceitos deste trabalho por razões pedagógicas, a verdade é
que o próprio Kant vai admitir que também usa a atividade acadêmica para
pesar, ampliar e corrigir as ideias do autor, de acordo com os interesses
sessões filosóficas presentes no desenvolvimento da filosofia crítica.19 o conceito
de sólida compreensão receberá tanto no Nachlassreflexionen quanto no
Vorlesungsnachschriften perto da Dissertatio de 1770 um tratamento extenso
ao qual, como veremos, não responde exclusivamente ao interesse expositivo

15 M EIER , Georg Friedrich (1952a): Vernunftlehre, ed. de G. Schenk, Halle 1997: § 588, 767s.: «É
É impossível que a razão e o entendimento se tornem perfeitos se as forças sensíveis não forem aprimoradas.
da alma, e a beleza do espírito consiste precisamente naquela perfeição das forças sensíveis. Se o
forças inferiores de conhecimento não são perfeitas, então isso representa muitos obstáculos para as forças
superiores. Eu poderia aduzir muitas outras causas particulares para essa exigência [...]. No entanto, no meu
Estética Já lidei suficientemente com essas questões.
16 Cf. M EIER 1952a: § 6, 6; § 19, 10.

17 Cf. M EIER 1952a: § 591, 772.


18 M EIER , Georg Friedrich (1952b): Auszug aus der Vernunftlehre, reeditado em AA XVI 3-872, Berlim
e Leipzig 1 1914,1924.
19 Ver, a este respeito, a Introdução a este trabalho.

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Página 37

12 Logica naturalis et logica artificialis

e pedagógico presente em tais materiais em termos de sua dependência de


cia do manual Meier. Na verdade, o conceito de compreensão saudável e sua
relação com a lógica constituem o tema principal da seção com a qual
abre a Logik-Blomberg, intitulada precisamente «Introdução à doutrina
da razão de acordo com os pensamentos do Sr. Prof. Kant »[Logik-Blomberg, AA
XXIV . 1 16].
Isso não significa que Kant não continue a se vincular claramente com Meier e com
tradição estética, uma vez que identifica a engenhosidade natural [Mutterwitz] como
a capacidade natural de compreensão sã e razão sã: «A engenhosidade
natural é a capacidade natural de compreensão saudável e razão saudável »
[AA XXIV . 1 299]vinte.
A oposição no manual de Meier entre sagacidade natural e es-
colar corresponde nestes materiais à oposição entre saudável e
compreensão natural, por um lado, e compreensão especulativa
[spekulativ], artificial [künstlich] ou estudioso [gelehrt], do outro. As leis de
entendimento saudável e entendimento comum [gemeiner Verstand] são de-
definido por Kant como leis naturais, que esta faculdade de conhecer observa e
pressupõe sem estar ciente deles; em compreensão artificial, em
Por outro lado, as leis cumprem a função de preceitos que regem o conhecimento
em um sentido normativo.vinte e um
Kant descreve a atividade específica de compreensão saudável como um en-
julgamento em concreto, o que não faz parte da lei geral para posterior
realizar a sua aplicação ao caso particular. O entendimento saudável, diferentemente
mero entendimento comum, pode saber com exatidão no
caso particular, mas a possibilidade dessa correção é algo que está subjacente
a própria natureza desta faculdade e não é derivada de um corpo de regras já
determinou que o sujeito pode ter a priori. Esta faculdade funciona
de baixo para cima, por assim dizer, e você só terá a regra geral
partindo do caso particular:
No entanto, em seu exercício, a compreensão saudável exige uma completa
você diferente daquele do [entendimento] aprendido. Entendimento comum sabe
o universal apenas em concreto, ou extrai o universal de
diretrizes baseadas na experiência. O entendimento superior conhece o

20 Ver também Logik-Philippi, AA XXIV . 1 494 10–19 .


21 Cf. Logik-Philippi, AA XXIV . 1 311s.: «Em algumas disciplinas, o exercício [Ausübung] precede as regras,
enquanto em outros as regras precedem o exercício, ou seja: alguns sujeitos agem de acordo com certas regras sem
esteja ciente deles; outros realizam ações regulares, estando, porém, atentos às regras
segundo o qual eles fazem algo [...]. / A partir do qual se vê que o uso do entendimento é duplo: / 1. O
uso natural, quando não se conhece as regras de compreensão [...]. / 2. Uso artificial é aquele
segundo o qual se está ciente das regras de entendimento ”[Logik-Philippi, AA XXIV . 1 311s.]. Ver
Também Logik-Blomberg, AA XXIV . 1 16 28 -17 6 ; Anthropologie-Parow, AA XXV . 1 358 23-27 ; R 1579, γ ? η
κ - λ ? ρ ??, AA XVI 17 6–27 .

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Página 38

1.3. Compreensão sólida, ou a capacidade de julgar em concreto 13

universal em abstrato ou extrair [declarações] singulares de declarações


universal [Logik-Philippi, AA XXIV . 1 312]22 .

Há um uso de compreensão e razão que precede o conhecimento de


as regras: trata-se do uso de uma boa compreensão [...]. Compreensão saudável
juízes em concreto [R 1581, κ - λ ? ( ν - ξ ?) ( γ ? η ?) ρ ??, AA XVI 24].

Mas o exercício corresponde à compreensão saudável e, portanto, ao Julgamento,


(em concreto) [R 2039, ι 2 - µ ? ( η ?), AA XVI 209].

Kant não apenas identifica o entendimento saudável com o julgamento em


concreto, mas esclarece que esta faculdade tem a função de extrair o uni-
verso de declarações singulares que são obtidas por sua vez a partir da experiência de
rience. Ele não está aludindo a uma habilidade que pode ser desenvolvida ou corrigida
gida de um seguimento consciente dos preceitos da lógica; mais
Bem, vamos verificar que mesmo a aplicação de engenhosidade acadêmica ou acadêmica
Em casos particulares, deve-se justamente pressupor que o sujeito tem o
habilidade natural de formar conceitos e leis particulares a partir do
casos de experiência sensível. É esta capacidade que caracteriza a atividade
qualidade de compreensão saudável em sua especificidade como um julgamento do
caso em concreto. E esta habilidade responde em geral à atividade humana
de processo natural que será problematizado no Kritik der Urteilskraft
e em relação à qual a teoria do Julgamento reflexivo representará uma resposta
colocado em crítica. Ao contrário do primeiro período, poderíamos
chamada de pré-crítica, Kant irá argumentar neste trabalho que a atividade de
O julgamento, embora falível e sujeito a condições empíricas, baseia-se em
princípios a priori de tipo subjetivo, cuja legislação, como tem sido
fazer, caracteriza-se segundo o conceito de heautonomia. Com tudo, em ambos
momentos de seu desenvolvimento intelectual, trata-se da exigência de um
avaliação de casos particulares de sensibilidade, a fim de ascender
de sua singularidade a uma regra geral para subordiná-los. Ambos neste
primeira abordagem como no Kritik der Urteilskraft Kant é confrontado com
o problema de oferecer uma explicação de como a possibilidade pode ser justificada
possível correção deste ato de acusação. Neste ponto, obviamente
A terceira crítica marcará uma melhoria fundamental no que diz respeito ao
posição que servimos agora. No entanto, podemos verificar que o
o tratamento do conceito de compreensão saudável já pressupõe apreciação
da problemática da justificação da acusação a que Kant
ele tentará responder mais tarde com sua teoria do julgamento reflexivo.

22 Veja também Logik-Blomberg AA XXIV . 1 21 12-16 ; R 1573, γ ? η ? ( κ ?) ρ ??, AA XVI 13 13-15 ; R 709,
ν 1 ? ( λ ?) ρ 1 ??, AA XV . 1 314.

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Página 39

14 Logica naturalis et logica artificialis

Como argumentado na introdução deste capítulo, este problema


A matemática compreende dois aspectos fundamentais, pressupostos na
declaração geral da terceira Crítica. Em primeiro lugar, trata-se de apreciação
que não é possível justificar a correção da acusação de regras ou
determinados preceitos que servem para decidir sobre a adequação do
objetivo da sentença em questão; em segundo lugar, a partir desta limitação, o
tentativa de compreender este corpo docente específico se concentrará na análise do
caso exemplar de processo estético. Como veremos, ambos os aspectos são
já estão presentes nas reflexões de Kant às quais atendemos neste
momento.

1.4 A gênese do problema da acusação

É verdade que sua exposição pode inicialmente parecer dependente de


a posição wolffiana, na medida em que caracteriza as leis naturais
compreensão sã como "inconsciente", uma expressão que parece ser
indicam que a lógica artificialis em Kant torna possível coletar e explicitar
especialmente aquelas leis naturais que definem a atividade específica dos saudáveis
compreensão como um corpo docente de acusação, para que, com a ajuda
da lógica artificialis, o sujeito poderia vir a conhecer de uma maneira diferente a
legalidade que foi confundidamente pressuposta nesta faculdade natural. Não
No entanto, embora seja óbvio que a compreensão saudável deve pressupor e seguir
inconscientemente, as leis gerais que serão tematizadas pela lógica
artificial, isso não significa que todas as leis que seguem uma boa compreensão
podem ser coletados e explicitados em um corpo de doutrina. Em particular,
o conhecimento artificial do filósofo não pode explicitar a legalidade que é
intrínseco à própria atividade de compreensão saudável como uma habilidade
natural. Pois Kant considera que a correção do bom entendimento no
O julgamento do caso em concreto não é derivado sem mais de um corpo de
trinal de determinadas leis, reconhecendo assim a irredutibilidade deste
momento inicial do processo de conhecimento pela lógica.
Isso ocorre porque, em oposição a Wolff, Kant argumenta que entre a lógica
naturalis e logica artificialis não há mera diferença de grau, uma vez que
ambos têm sua origem em esferas especificamente diferentes: «A razão sã
e a bolsa de estudos são diferenciadas não apenas por grau, mas também por
as espécies; são 2 fontes específicas de cada tipo »[Logik-Blomberg, AA
XXIV . 1 17].2,3

23 Para uma crítica da interpretação segundo a qual a lógica natural constitui em Kant o fundamento
Para qualquer desenvolvimento de lógica artificial, ver P OZZO , Riccardo (1989): Kant und das Problem einer Ein-

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Página 40

1.4. A gênese do problema da acusação quinze

Portanto, ele insiste na ideia de que a compreensão saudável não pode


ser substituído por qualquer doutrina24 e posteriormente questionado, seguindo Baum-
Garten e Meier, o valor do conhecimento acadêmico que não pressupõe
engenhosidade natural de compreensão saudável e razão saudável.25 Portanto
Kant nega que a compreensão saudável possa ser ensinada ou aprendida
meramente de bolsa de estudos.26
E é justamente nessa observação que o reconhecimento
conhecimento da problemática da fundamentação da ação penal, na medida em que
que já na década de 1770 Kant insistia em sua convicção
que o processo particular do caso em concreto não pode fazer uso de
leis ou critérios que podem decidir a priori sobre a correção objetiva
da sentença em questão, isto é, se o caso particular está ou não subordinado à regra
expresso no referido julgamento:

Este [o catarticon do entendimento comum] não pode ser ensinado; bem para
a aplicação da regra não precisa de uma regra novamente, mas de uma compreensão saudável
[adicionado após R 1579, γ ? η κ - λ ? ρ ??, AA XVI 22, itálico do autor].

Deve-se ficar surpreso que nem bolsa de estudos, nem instrução, nem
o maior grau de acuidade pode aliviar a falta de compreensão saudável. o
aritmética fornece aos alunos regras universais que podem ser usadas para calcular
cular; mas se o aluno carece de compreensão saudável, então ele não será capaz de
subsumir qualquer caso particular a esta regra, uma vez que não é possível fornecer um
nova regra para cada novo caso, pois isso seria contrário à natureza do
regra. Ninguém pode ser ensinado a incluir um caso em uma regra; é reconhecido
imediatamente para alguém que está aquém da compreensão porque ele sempre procederá se-
regras norteadoras, o que já mostra que deve ser conduzido como com
caminhantes [Anthropologie-Parow, AA XXV . 1 359s., Itálico do autor]27 .

Kant já reconhece, como no primeiro argumento presente na Kritik der


reinado Vernunft, que não faz sentido levantar a possibilidade de uma regra ou
um critério a partir do qual decidir sobre a correção objetiva de nosso
conhecimento quanto à sua particularidade, uma vez que qualquer regra válida
vida que pode ser ensinada ou aprendida, ou seja, que pode servir de critério,

leitung in die Logik. Ein Beitrag zur Rekonstruktion der historischen Hintergründe von Kants Logik-Kolleg,
Frankfurt am Main, etc.: 160–65.
24 R 737, ν 1 ? ( λ ? ρ 1 ?), AA XV .1 325: «Uma compreensão saudável é mais necessária do que a ciência e não

pode ser adquirido por meio dele »; R 1581, AA XVI 24: «[Para compreensão saudável] não pode ser
substitua com a ciência ».
25 Cf. Logik-Blomberg, AA XXIV . 1 299 14-23 ; Logik-Philippi, AA XXIV . 1 494 10–19 .

26 Cf. Anthropologie-Collins, AA XXV . 1 156 23–24 .

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27 Ver
também Anthropologie-Collins, AA XXV . 1 158 26-31 ; bem como R 1580, κ - λ ? ν - ξ ? ρ ? ( γ ? η ?),
AA XVI 23s.: «As regras são as andantes daqueles que não conseguem discernir o que convém a cada caso particular.
particular. Um entendimento saudável e bom não precisa de regras. As regras não são determinadas com precisão por
cada caso; de acordo com isso, exceções devem ser permitidas [...]. As regras lógicas de acusação são traçadas
da coisa em si, mas as [regras para] exercícios não são suficientes e exigem uma compreensão saudável.

Página 41

16 Logica naturalis et logica artificialis

Deve ser uma regra universal, que, justamente por isso, não serve para decidir
a correção objetiva desse conhecimento no que ele tem de particular. Sobre
em segundo lugar, nos textos citados da Anthropologie-Parow e R 1580
elementos que aparecem novamente na segunda ar-
roteiro presente em Kritik der reinen Vernunft, a respeito da impossibilidade
para oferecer uma regra que decida a priori a correção da Sentença, como a
uso da mesma metáfora para ilustrar este problema: a estupidez de
aqueles indivíduos que precisam se apoiar nos "caminhantes" das regras
geral ou exemplos, devido à falta de compreensão saudável ou, como observado,
vai guiar afirmando no Kritik der reinen Vernunft, de engenhosidade natural.28 então
Além disso, R 1579 aponta sucintamente para este segundo argumento, que vol-
aparecerá no Prólogo do Kritik der Urteilskraft: em julgamento
do caso particular, não podemos usar regras de forma recorrente, uma vez que o
A acusação depende da capacidade natural de processar. Neste
texto, no entanto, a objeção do recurso ad infinitum ainda não é mencionada
que deve provocar a tentativa de fundação.
Assim, ambos os argumentos, apresentados na primeira e na terceira Críticas,
expressar o mesmo problema que Kant enfocou no início
cada um dos 1770 nos textos citados. Encontramos este argumento de
novo na Anthropologie-Menschenkunde e na Anthropologie-Mongrovius
[AA XXV . 2 1036 16-30 ; XXV . 2 1297 3-6 ], da primeira metade da década de
1780, com a interessante diferença a que esses textos se referem
explicitamente ao Julgamento, e não ao bom entendimento, de acordo com o
terminologia usada na primeira Crítica. Em ambos os textos Kant aduz o
recurso objeção ad infinitum.
Portanto, o problema mencionado é destacado de diferentes maneiras.
diferentes momentos do desenvolvimento intelectual de Kant por meio de dois argumentos
métodos complementares, nomeadamente, a rejeição do recurso às regras como autoria
contraditório ou o reconhecimento de que conduziria o processo de
damentation ad infinitum. Ambos os argumentos compartilham a mesma origem
histórico e refletem um problema geral, ou seja, a impossibilidade de oferecer
regras ou preceitos que decidem sobre a correção objetiva de nossos julgamentos
indivíduos.

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Com isso, Kant está reconhecendo os limites da fundação de
princípios gerais. A lógica pode oferecer os princípios formais que governam
conhecimento e suas leis, que também são pressupostas na
a atividade de compreensão saudável, mas este pensador se absterá de planejar

28 A alusão aos "caminhantes" da engenhosidade natural neste mesmo contexto é encontrada em KrV,

A 134 / B 174, II 185.

Página 42

1,5. Julgamento e gosto 17

rasgar uma base final para o que está além do escopo prescritivo
das leis universais de caráter formal, a saber: a própria capacidade natural
pelo qual julgamos situações particulares. Como pode ser lido no
R 1579 citado anteriormente, se a atividade de compreensão saudável consiste em
a aplicação concreta de conhecimento particular onde não é
ainda tem um conceito ou regra de natureza empírica, mas muito mais
Bem, a intenção é formar este conhecimento geral, então esta faculdade não
pode usar regras; sua correção é baseada na própria capacidade
faculdade pressupõe, isto é, engenhosidade natural. Portanto, esta base
do processo de acusação, pelo qual, com base em casos individuais, o
compreensão sólida produz um julgamento empírico, é indeterminada pelo
lógica artificial ou lógica formal futura.
Ao contrário da abordagem wolffiana, a recusa em abordar este
O problema da lógica indica precisamente o interesse de Kant em preservar o
especificidade desse momento do processo cognitivo. Na verdade,
Testificamos no decorrer deste trabalho que a renúncia de empreender um
fundamento deste aspecto do conhecimento, o problema de sua gênese,
marcará uma constante em seu desenvolvimento intelectual até 1790.

1.5 A relação entre o problema da ação penal em concreto


e o modelo de gosto

Desde meados da década de 1760, Kant colocou o problema de


julgamento no contexto de suas reflexões sobre o significado da
conceitos estéticos. No Nachricht de 1765 ele mantém, seguindo Meier, que
a lógica é direcionada tanto para o uso de uma compreensão sólida quanto para a erudição.
Em particular, em relação ao primeiro, a lógica deve fazer uso da crítica
de gosto, onde os preceitos formais do primeiro são mostrados como
insuficiente [Nachricht, AA II 310s.].29

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Também
atividade nos materiaissaudável
de compreensão por voltanodejulgamento
1770 pode-se ver que
do caso o
singular é
concebida por Kant a partir do modelo oferecido pela crítica de gosto e
conceitos "sensus communis" e "bon sens".
Em primeiro lugar, enquanto as regras de entendimento especulativo
podem dar origem a uma doutrina, aqueles de bom entendimento não podem ser-
mais do que para criticar: «As regras podem ser conhecidas, quer a priori - e,
portanto, eles podem ser provados e são, portanto, {es} dogmáticos. Logic. / Ou

29 Sobre o significado do Nachricht no contexto do desenvolvimento intelectual da estética e da teoria


da sensibilidade de Kant, ver especialmente TONELLI 1955: 136f., e B AEUMLER 1923: 293.

Página 43

18 Logica naturalis et logica artificialis

apenas a posteriori, e então eles são críticos. No primeiro caso é


uma doutrina, enquanto a segunda é sobre crítica. Gramática./
O entendimento saudável apenas admite críticas »[R 1587, κ - λ ? ( ν - ξ ?) ( γ ? η ?)
ρ ??, AA XVI 26]30.
Quando Kant se refere à crítica da compreensão sólida, ele ainda não usa
o conceito de crítica no mesmo sentido que será desenvolvido no Kritik
der reen Vernunft. Pois, neste momento, ele se opõe à crítica precisamente
caráter científico e acadêmico da doutrina, em oposição ao
onda posterior que encontramos no referido trabalho. Em R 1579 pode ser lido
a seguinte anotação:
A ciência das {leis} regras ( g objetivo) do uso correto da razão ( g em
geral) é Logic.
A ciência das regras ( objetivo g ) do uso correto da razão pura é a
Metafísica.
A ciência das regras subjetivas do nosso conhecimento e de outras forças
da alma é a psicologia.
A lógica da razão sã: crítica; da razão acadêmica: doutrina [ γ ? η κ - λ ? ρ ??,
AA XVI 18].

Assim, devemos entender que Kant está se referindo à crítica como


que logica naturalis ou, como afirmado no texto, como a lógica de
razão saudável. Enquanto o Kritik der reign Vernunft incluirá ambos
lógica artificialis, como lógica formal, como metafísica, como
que lógica transcendental,31 neste trabalho tanto a psicologia quanto a psicologia serão excluídas
como a crítica —não doutrinária— da razão sã ou da compreensão sã.
Certamente, no período próximo à Dissertatio Kant continua a referir-se
eventualmente à crítica como uma ciência, mas nesse caso seria tratada
de uma «critica sensus communis», que se entende precisamente de acordo com a sua
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caráter não doutrinário, isto é, como logica naturalis.32


E é que o Kritik der reign Vernunft apenas contemplará a possibilidade de
uma crítica da razão como doutrina diiudicationis, que servirá como
baseado em uma teoria de determinação do julgamento em geral. Só isso constituirá um
"Logica proprie dicta, doctrina" [R 1579, AA XVI 19].
Portanto, a "lógica da razão sã" referida no texto é
corresponderia a essa lógica natural que, na exposição de Wolff, é
orçamentos para engenhosidade natural. Mas Kant vai se conectar com a tradição estética
ao definir, de acordo com o modelo de julgamento crítico, essa lógica pressuposta

30 Veja também R 1575, γ ? η ? ( κ ?) ρ ??, AA XVI 15 1-2 ; R 1581, AA XVI 24 13-15 .


31 Sobre a relação entre a lógica formal e a lógica transcendental no desenvolvimento intelectual de Kant, veja
V ÁZQUEZ L OBEIRAS 1998.
32 R 1579, γ ? η κ - λ ? ρ ??, AA XVI 18: «A ciência das regras {de} em ( g o uso da razão comum é a

critica o sensus communis) ». Veja também Logik-Philippi, AA XXIV . 1 344 10–24 .

Página 44

1,5. Julgamento e gosto 19

por uma razão sólida ou compreensão sólida. Em oposição à doutrina


na, Kant ainda não se refere à crítica transcendental do filósofo de
a capacidade subjetiva de compreensão saudável. Em vez disso, trata-se de crítica
que exerce essa faculdade sobre as representações, ou seja, a crítica emitida por
compreensão saudável sem a necessidade de usar regras artificiais, embora
de acordo com o sensus communis ou o bon sens. Para isso identifica ex-
explicitamente o entendimento comum com o conceito "sensus communis" e
compreensão saudável com o conceito "bon sens", que se refere àqueles
capacidades que devem ser pressupostas em geral nos atos particulares de
processos que ocorrem em "moral, jurisprudência, física ou
belas ciências »[Logik-Philippi, AA XIV . 1312].
Materiais deste período33 mostram que Kant entende
que a crítica emitida pelo entendimento sadio apresenta as mesmas características
tiques do que a crítica emitida pelo gosto. Ambas as faculdades têm como função
oferecem um julgamento concreto dos casos singulares que são apresentados
na experiência sensível, sem que seja possível ter critérios ou regras
caráter discursivo artificial, razão pela qual são áreas fora do
ensinando e aprendendo. A justeza da acusação de acordo com o
compreensão saudável é verificada concretamente ou mais tarde, isto é,
no próprio ato pelo qual a situação é julgada. E em ambos os casos isso
a correção é baseada na própria capacidade natural do sujeito, cuja universalidade
e comunicabilidade não é definida por Kant a partir das leis artificiais de
lógica formal, mas baseada nos conceitos da tradição estética “sen-
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sus communis ”e“ bon sens ”. Este conceito de crítica, em oposição a
artificialidade e com base na capacidade natural de compreensão saudável,
estivemos presentes na tradição estética alemã, exemplificada na
Figuras de Gottsched e Winckelmann,34 e cuja origem remonta à estética
Francês e anglo-saxão.
Por outro lado, na seção anterior, foi argumentado que o problema
da justificativa a que atendemos não foi apenas revelada
em relação à compreensão sã, mas também em relação à verdade.
natureza empírica de nossos julgamentos particulares. Na verdade, Kant afirma no
Anthropologie-Collins que a função da compreensão sólida é precisamente
"Conhece [r] verdades através da experiência" [Anthropologie-Collins, AA
XXV . 1 155]. E, consistente com esta coincidência em torno do mesmo

33 Ver Logik-Philippi, AA XXIV . 1 344 18-24 : R 1587, AA XVI 26; Anthropologie-Parow, AA XXV . 1
385 13-28 ; Anthropologie-Collins, AA XXV . 1 175 37 -176 2 , 194 3-29 ; R 764, π , AA XV . 1.333; R 622, κ ? ( η ? ι ?),
AA XV . 1 269 7–8 . No próximo capítulo, vamos nos aprofundar nesta caracterização da crítica do gosto para
a partir de uma análise desses textos.
34 Veja neste trabalho § 1.2

Página 45

vinte Logica naturalis et logica artificialis

problemática, também abordará a questão da verdade de nossos julgamentos


da exigência de pressupor um sensus communis ao qual devemos nos referir
sempre nossos julgamentos particulares.35
Pode-se constatar, portanto, que ao longo de seu desenvolvimento intelectual até
o Kritik der Urteilskraft Kant defenderá a exigência de encaminhar nosso julgamento
particular para o julgamento de outros, como uma condição geral a partir da qual o
o sujeito individual se busca o conhecimento de objetos particulares.
Em suas reflexões sobre a relação da estética com o problema do
julgamento e conhecimento da verdade em Kant concreto ainda não alcançou
um fundamento crítico dessa capacidade de saber. Este nem mesmo dis-
ainda estabelece os princípios fundamentais da crítica que encontraremos
da primeira Crítica, nem de uma teoria das faculdades
compatível com tais princípios. Foi apenas em meados da década de 1780 que
dra da solução crítica que encontramos na Kritik der Urteilskraft, para
em que o problema de julgamento e verdade empírica será examinado
fazer por ocasião da análise e crítica dos julgamentos de gosto. Mas nós podemos
verificar a partir deste momento que a novidade que leva à concretização do
O projeto Kritik der Urteilskraft deve consistir na possibilidade de
dar, em um sentido crítico, tal ligação entre o problema da acusação

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e o reino estético, e não em uma descoberta tardia do interesse filosófico
deste link. Bem, este problema geral, que afeta igualmente um
teoria da verdade e uma teoria do Julgamento, foram verificadas duas décadas
antes, e Kant já fazia uso dos conceitos de estética para oferecer
uma descrição ou compreensão, se não um fundamento lógico, de nossa
capacidade de processar casos individuais com correção e, portanto,
de nossa capacidade natural de conhecer a verdade em concreto.
Agora, neste capítulo também foi apontado que tanto Baumgar-
observe como Meier vincula suas reflexões sobre lógica à estética
naturalis depois de verificar que no processo natural de conhecimento eles estão
elementos plicados de origem sensível, que podem ser tratados
especificidade no quadro da cognição sensível e da psicologia empírica. No
A abordagem de Kant, a ligação entre lógica naturalis e estética é
também apoiará esta apreciação da importância da sensibilidade
como etapa específica e constitutiva do conhecimento humano.
A partir da caracterização do entendimento saudável como um julgamento
Acredito que parte do caso particular da experiência, esta faculdade parece

35 Veja Logik-Blomberg, AA XXIV 1 85 33 -86 10 93 1-16 150 20 -151 26 ; Logik-Philippi, AA XXIV . 1


387-96; Anthropologie-Menschenkunde, AA XXV . 20 de fevereiro de 1012 a 1013 35 ; R 2163, ν ? ( ρ ?), AA XVI 256; R 2173,
ν ? ( χ - ψ ?), AA XVI 258 12-14 ; R 2175, ψ ? ( u - χ ?), AA XVI 259; Anthropologie-Busolt, AA XXV . 2 Década de 1488.
Voltaremos a esta questão nos §§ 5.4, 7.3.2 e 7.4.2.

Página 46

1,5. Julgamento e gosto vinte e um

colocar-se em um lugar intermediário entre o conhecimento sensível e o conhecimento


mentalidade intelectual. Kant esclarece que o entendimento constitui uma "faculdade
início »[Anthropologie-Collins, AA XXV . 1 147] e que sua atividade, seja
Tanto no entendimento comum quanto no acadêmico, difere de um conhecimento
mente sensível, na medida em que esta é meramente "singular", enquanto
que o entendimento supõe em todos os momentos uma universalização a partir de
do singular [Logik-Philippi, AA XXIV .1 312]. Mas, justamente por esse motivo,
a compreensão saudável parte do singular no caso concreto e empírico,
por isso tem que pressupor a sensibilidade como ponto de partida para
este processo: «A capacidade de representar algo com sensatez é muito útil,
já que o ser humano só tem intuições sensíveis, e o conhecimento
diferente das verdades só é possível pela faculdade de tratar o
versal em concreto ”[Anthropologie-Parow, AA XXV . 1 259]36. Daí Kant
reconhecer que a compreensão saudável deve pressupor uma distinção específica
fisicamente sensível, ao contrário da compreensão artificial, que deve abstrair
completamente fora do reino da sensibilidade.

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Ao longo dessas linhas, Logik-Philippi se refere a um conceito de diferenciação
ção que, como será mostrado no próximo capítulo, é pressuposta tanto
pelo conhecimento sensível como pelo gosto:
Mas esta evidência e distinção [Augenscheinlichkeit und Deutlichkeit] do en-
tendência comum é completamente ausente no uso acadêmico do entendimento
ou no entendimento acadêmico, uma vez que trata as coisas abstraindo de todos
sensibilidade [AA XXIV . 1.313].

Em oposição à tradição wolffiana, esta é uma distinção que


é definido por uma abstração progressiva e gradual em relação ao sensível.
Em vez disso, Kant se refere a uma distinção especificamente sensata. O que
É sabido que é na Dissertatio de 1770 onde expõe pela primeira vez a sua teoria.
de conhecimento sensível. A este respeito, no próximo capítulo, temos
para nos perguntar sobre a ligação entre esta nova teoria de
sensibilidade exposta ao nível do trabalho e ao desenvolvimento de um projeto estético
neste mesmo período.

36 Ver também Logik-Blomberg, AA XXIV. 1 22 35 -23 4 ; R 1582, κ - λ ? ( ν - ξ ?) ( γ ? η ?) ρ ??, AA XVI


24 19-21 ; R 687, κ - λ , AA XV . 1 306 12–13 .

Página 48
47

Episódio 2

Leis de sensibilidade e formação de conhecimento


confidencial

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2.1 introdução

Depois de verificar a atenção que Kant presta aos conceitos e questões


a tradição estética para refletir sobre o problema da gênese
conhecimento, vale a pena perguntar neste momento se esse interesse adquire
importância também no contexto do próprio projeto filosófico do crítico
cisma. Como se sabe, a Dissertatio não contém uma teoria estética. Mas
Também foi constatado que a gênese deste trabalho, especialmente em que
sobre a formação de sua nova teoria do conhecimento sensível, ele não pode
a ser entendido se a forte influência exercida pela estética não for atendida
de Baumgarten.1
Neste capítulo, veremos que as digressões em torno do
conceito de compreensão saudável não envolve uma discussão com a tradição
alheio ao próprio projeto filosófico da crítica. Conforme observado no final de
capítulo anterior, a atividade pela qual a compreensão avança em direção
conceitos mais gerais do caso em concreto pressupõe um novo conceito
de distinção especificamente sensível. A defesa de uma distinção de sentido
diferentes possibilidades de distinção intelectual marcarão uma base fundamental
para a demarcação entre sensibilidade e compreensão. Este conceito e o
compreensão do conhecimento que o sustenta se encontrarem seu referencial teórico
co na Dissertatio. Podemos verificar que, após este trabalho,
Kant continuará a se aprofundar no significado de sua nova teoria do conhecimento.
fundamento sensível por ocasião de suas reflexões sobre o sentimento de que
belo e julgamento crítico de acordo com o gosto. A estreita relação entre
duas áreas, bem como a constatação de que Kant vai recorrer ao seu projeto

1 Ver especialmente T ONELLI 1955.

Página 49

24 Leis de sensibilidade e formação de conhecimento sensível

estética para aprofundar as questões centrais levantadas na Dissertatio,


deve nos permitir reconhecer o interesse filosófico depositado por ele em seu
indagações sobre estética.
O primeiro parágrafo [§ 2.2] deste capítulo tratará brevemente
a teoria do conhecimento sensível defendida na Dissertatio. Em particular,
Vamos nos concentrar em uma questão que ainda está em aberto neste trabalho,
saber, como o uso lógico do entendimento está relacionado ao conhecimento
ao sensível que, por definição, ainda não é um saber discursivo. eu sei
Trata-se novamente, como vimos em relação ao conceito de

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compreensão saudável, de uma indeterminação da lógica no que diz respeito
à gênese do conhecimento e à possibilidade de seu desenvolvimento progressivo em
um corpo cada vez mais geral de julgamentos. Em segundo lugar [§ 2.3], é determinado
irá argumentar que a nova concepção de beleza de Kant, estabelecida no Nachlass
e o Vorlesungsnachschriften, depende fundamentalmente do mesmo
princípios que geralmente são pressupostos pelo conhecimento sensível. Sobre
terceiro lugar [§ 2.4], vamos verificar se esses materiais se aprofundam no
Problema de dissertação que tem sido apontado recorrendo a conceitos cujo
a origem está na tradição estética. Na verdade, quarto, § 2.5 mostra
que Kant defende neste período aquele juízo crítico de acordo com o
gosto serve de base para a análise daquelas condições que tornam possível
uma conceitualidade sensível, que deve ser pressuposta em geral pelo ato de
atividade lógica do entendimento. Finalmente, no § 2.6, será argumentado que,
Apesar da estreita conexão desta visão com Baumgarten e Meier,
Kant se distanciará explicitamente do estatuto epistemológico.
tais autores atribuem ao seu projeto estético, defendendo que não é
possível uma teoria do gosto como cognitio sensível.

2.2 A base do conhecimento sensível em Disserta-


tio

Na dissertação inaugural de 1770, a sensibilidade é colocada em primeiro lugar


às vezes em um ambiente autônomo e especificamente diferente do conhecimento
base intelectual, que permite fundar conhecimentos sensíveis e evidentes
as contradições na fundação da metafísica. De acordo com Kant,
a justificativa da objetividade só é possível se se atentar para o duplo gênero
nesis subjetiva de nosso possível conhecimento dela [Dissertatio, AA
II 387]. Desta forma, uma vez que compreensão e sensibilidade são faculdades
de saber especificamente diferente, a base do conhecimento
também requer atenção a princípios diferentes. Para um tratamento do conhecimento

Página 50

2.2. A base do conhecimento sensível na Dissertatio 25

a base sensível não deve se concentrar na sensibilidade por causa de sua relação gradual
no que diz respeito à distinção derivada de princípios intelectuais, que
levou a tradição a considerar este conhecimento como confuso e
um grau inferior:
Pelo que foi dito, vê-se que o sensato é declarado errado [por dizer que é] o conhecido
confusamente, e o intelectual [dizendo] que é aquele cujo conhecimento é

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diferente. Porque essas são diferenças puramente lógicas e não afetam o que
dado, sujeito de todas as comparações lógicas. Por sua vez, pode ser o sensato em
grau altamente diferente, e o intelectual no mais alto grau confuso [AA II 394]2 .

Assim, se o método da filosofia focaliza sua atenção em como o objeto é dado


às faculdades e na suficiência ou insuficiência das mesmas para conhecê-lo,
É preciso diferenciar em sentido estrito entre sensibilidade e compreensão,
enquanto o primeiro é caracterizado pela receptividade e o último por
pensamento ou intelecção [inteligia] [AA II 392]. Portanto,
os objetos não são dados à sensibilidade humana como são em si mesmos ou, em outras palavras,
de outra forma, assim como o entendimento os pensa abstratamente; os objetos
eles só podem ser conhecidos na sensibilidade à medida que aparecem para nós de acordo com 'o
natureza particular do assunto »[AA II 392]. Portanto, Kant se refere a
objeto sensível como um fenômeno, enquanto ele chama númeno de objeto
assim como é pensado por si mesmo pelo entendimento.
Mas se a receptividade da sensibilidade tem uma origem subjetiva, ela não
Por isso, o conhecimento sensível se baseia na particularidade particular de cada
Individual. E é que os princípios do conhecimento sensível tornam possível
diferencie entre matéria e forma de intuição:
Na representação dos sentidos algo é dado em primeiro lugar, que pode ser
chame matéria, essa é a sensação, e também algo que pode ser chamado de forma
do sensível, que surge ao coordenar, de acordo com uma certa lei natural da alma,
a variedade de dados que afetam o sentido [AA II 392].

Esses princípios são as formas subjetivas de espaço e tempo. Assim, o sentimento


sibilidade não tem apenas um conteúdo material e, portanto, privado,
devido à impressão do objeto que afeta nossos sentidos, mas também
a capacidade de solicitar e coordenar este material de acordo com as leis formais baseadas em
no espaço e no tempo. De acordo com Kant, é esta forma subjetiva pressuposta
na sensibilidade aquilo que oferece um fundamento para a possibilidade de um
fundação especificamente sensível [sensitivae] [AA II 393]: «Conhecimento,
na medida em que está sujeito às leis da sensibilidade, é o sensível ”[AA II 392].3
2 Os textos da Dissertatio serão citados de acordo com a tradução de Ceñal Lorente em K ANT , Immanuel
(1770): Princípios formais do mundo sensível e inteligível, estudo preliminar e complementos de J.
Gómez Caffarena, tradução de R. Ceñal Lorente, Madrid 1996.
3 Embora em Baumgarten esta fundação das faculdades inferiores ainda não tenha sido encontrada desde

princípios formais, é possível encontrar em sua filosofia o primeiro uso sistemático do termo "sensível"

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26 Leis de sensibilidade e formação de conhecimento sensível

Deve-se ter em mente que este conhecimento sensível ainda não implica
um conhecimento discursivo sobre os objetos da experiência. Com isso-

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finição Kant alude antes à própria constituição de objetos sensíveis
ou dos fenômenos na sensibilidade das leis formais e subjetivas. Por
Portanto, os princípios de espaço e tempo fornecem a condição subjetiva
“ Para que algo possa ser objeto de nossos sentidos” [AA II 396], então
que pode posteriormente ser conhecido como um objeto de experiência
confidencial.
Na verdade, os objetos não ferem os sentidos por causa de sua forma ou espécie; e entao
em si, para que a diversidade do objeto, que afeta o sentido, seja reunida e constituída
seu uma representação inteira, um princípio interno do espírito é necessário,
em virtude do qual essa variedade de dados recebe uma certa forma ou espécie,
de acordo com as leis estáveis ​e inatas [AA II 393, itálico do autor].

A forma do objeto tem sua origem na atividade subjetiva dos sentidos.


bilidade humana e é o resultado de uma lei natural da alma pela qual o
multiplicidade de sensações pode ser reunida e coordenada em um todo
representação, isto é, em um fenômeno possível.4
O conhecimento sensível só pode se tornar discursivo por meio
da intervenção do uso lógico do entendimento [usus lógico]. Kant diferenciado
entre um uso real da compreensão e um uso lógico. Através do primeiro,
conceitos puros e intelectuais sobre as coisas e suas relações são dados a priori
ções. Por meio do segundo, o entendimento subordina os conceitos entre
sim de acordo com suas relações lógicas, sob o pressuposto do princípio da contradição
ção Por causa disso, o uso lógico do entendimento é pressuposto em todos
dentro da escola wolffiana, bem como sua demarcação com relação ao meramente “sensual”. Sensi-
Seria a marca característica das faculdades inferiores em oposição às faculdades superiores. Com isso,
dá um primeiro abandono da definição de sensibilidade, como conhecimento clarus et confusus,
pela sua relação negativa com o entendimento: «Repraesentationes per partem facultatis cognoscitivae
inferiorem comparatae sunt sensitivae »[B AUMGARTEN , Alexander Gottlieb (1735): Meditationes philo-
sophicae de nonnullis ad pertinentibus poema de AG Baumgarten. Testo, indici, concordanze, ed. por A.
Lamarra e P. Pimpinella, Roma, 1993, § 3, 6]; bem como: «repraesentatio não distincta sensitiva vocatur»
[B AUMGARTEN 1739: AA XV . 1 § 521, 9]. Sobre a origem e o significado do conceito "sensível" em Baum-
Garten, ver B AEUMLER 1923. 196, 214s; F Ranke , Ursula (1972): Kunst als Erkenntnis. Rolle der Die
Sinnlichkeit in der Ästhetik des Alexander Gottlieb Baumgarten, Wiesbaden: 39ss.; bem como P IMPINELLA ,
Pietro (1996): "Sensus e sensatio in Wolff e Baumgarten", in B IANCHI , Massimo Luigi (ed.) (1996): Sensus
- Sensatio. VIII Colloquio Internazionale del Lessico Intellettuale Europeo. Roma, 6-8 gennaio 1995, Roma,
471–97. Nesse sentido, tanto Franke quanto Pimpinella insistem na forte influência sobre Baumgarten do
pensamento e linguagem de Leibniz ou dos aspectos especificamente leibnianos presentes na filosofia
Sophia de Wolff. Uma explicação de Leibniz sobre o conhecimento claro e confuso pode ser encontrada
em L EIBNIZ , Gottfried Wilhelm (1684): Meditationes de cognitione, veritate et ideis, em Die Philosophische
Schriften von Gottfried Wilhelm Leibniz, ed. da CI Gerhardt, Hildesheim e Nova Iorque 1 1875-1890, 1960-
1961, IV 422–26. Sobre a influência da cognição sensível de Baumgarten no desenvolvimento
da nova teoria da sensibilidade de Kant, ver B AEUMLER 1923: 121f., 263ss., bem como H INSKE ,
Norbert (1996): "Kants Neue Theorie der Sinnlichkeit und ihre Sprachregelungen", em B IANCHI 1996,
527-40: 538-40; e D UMOUCHEL 1999: 136.
4 Cf. Dissertatio, AA II 400, 403, 405.

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2.2. A base do conhecimento sensível na Dissertatio 27

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os julgamentos e raciocínios da ciência. Contanto que se concentre no relacionamento


entre os conceitos "qualquer que seja sua origem" [AA II 393], sua atividade de
a subordinação faz sentido tanto em relação aos conceitos sensíveis
como acontece com os conceitos puros da metafísica.
Mas essa indiferença ao uso lógico do entendimento no que diz respeito
a origem dos conceitos também supõe uma indeterminação em relação a
ao problema de como surge o conhecimento sensível. Ou seja, em relação
com o conhecimento empírico de acordo com o uso lógico do entendimento, o
parte lógica da condição de que ele receba conhecimento por
sensibilidade: «Dado, portanto, conhecimento sensível, para
o uso lógico do intelecto algum conhecimento sensível é subordinado
a outros conhecimentos sensíveis como conceitos comuns, e os fenômenos
eles estão subordinados às leis mais gerais dos fenômenos ”[AA II 393].
No entanto, como observado, a atividade de coordenação de sensibilização
não produz julgamentos ou conceitos gerais, mas sim o fenômeno
mesmo que é conhecido - intuído - como objeto de sensibilidade. Mas,
se tais fenômenos devem ser pensados ​ou determinados em um julgamento empírico
co de acordo com o uso lógico do entendimento, então estes devem ser pensados
de acordo com os conceitos, para que possam fazer parte de um julgamento.
De acordo com Kant, 'o que precede o uso lógico é chamado de aparência [aparente
tia] »[AA II 394], enquanto a experiência é o conhecimento que resulta
comparação e reflexão de muitas aparências pela compreensão
Eu minto. Portanto, a passagem do conhecimento sensível para o conhecimento começa
pírico é o resultado da atividade lógica que o entendimento exerce sobre
conhecimento meramente sensível, isto é, sobre os próprios fenômenos
isso forma a sensibilidade.5 Embora na definição do uso lógico do
Kant afirma que tem a função de subordinar os conceitos
entre si a partir de notas comuns e de acordo com o princípio da contradição [AA
II 393], sua exposição também indica que o entendimento desenvolve as relações
subordinação e comparação entre conhecimentos sensíveis,
sem ser explícito, no entanto, como os conceitos podem ser formados a partir
meros fenômenos singulares.
Agora, é difícil entender em que sentido algum conhecimento se sente
irmãos podem ser subordinados a outro conhecimento sensível, ou como um
julgamento pode estabelecer relações entre fenômenos, se não por meio do
relação entre seus conceitos correspondentes. Como o entendimento

5 Cf. D UMOUCHEL 1999: 138ss. Portanto, o desenvolvimento lógico do conhecimento sensível não supõe
para que este conhecimento deixe de ser sensível para se tornar intelectual, visto que a marca do conhecimento
O sentimento sensível é dado por sua origem na receptividade e não pelo grau de seu desenvolvimento [Dissertatio,
AA II 393].

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28 Leis de sensibilidade e formação de conhecimento sensível

baseia-se nas relações lógicas entre o conhecimento sensível, deve


ser capaz de se referir a fenômenos por meio de conceitos. E é neste ponto
onde o problema da relação entre o conhecimento sensível aparece
e o uso lógico da compreensão. Pois, em princípio, a sensibilidade não forma
conceitos, mas apenas os próprios fenômenos em sua singularidade.6
Embora o uso lógico de compreensão possa produzir conceitos gerais
de conceitos específicos por meio de comparação ou subordinação
de notas comuns, seja no sentido imediato - julgamentos - ou mediato - ra-
ciocinios - é difícil entender em que sentido pode formar um primeiro
conceito de algo que ainda não é um conceito, mas um fenômeno que é
conhecido em um sentido não discursivo por nossa sensibilidade. Verificar-
Mostramos assim que a indiferença do entendimento em seu uso lógico com respeito a
a origem dos conceitos que relaciona não apenas expressa que estes podem ser
tanto empírica e pura, mas o fato de que a lógica não problematiza
de forma alguma como conceitos particulares são formados a partir de fenômenos
menos. Por outro lado, a exposição que encontramos na Dissertatio sobre
a atividade coordenadora da sensibilidade de acordo com as leis do espaço e do tempo
nem explica como a formação de conceitos particulares é possível
de mera sensibilidade. Portanto, o problema da formação de
conceitos aludem a uma indeterminação por parte da filosofia no que diz respeito
ta para o processo cognitivo que fornece a transição do conhecimento
meramente sensível ao conhecimento empírico e discursivo.
Nos próximos parágrafos deste capítulo, será argumentado que o conceito
ção de gosto que Kant expõe neste período no reflexo de Nachlass e
no Vorlesungsnachschriften apresenta uma estreita relação com a teoria de
conhecimento sensível fundamentado na Dissertatio. Está dentro da estrutura desta teoria
onde encontra uma base para a justificação da validade do
para. Por sua vez, Kant fará uso desta investigação sobre as condições formais
de beleza para mergulhar no problema indicado da formação do
conhecimento sensível, na medida em que tais condições formais são
os mesmos que possibilitam conhecimentos sensíveis em geral.

6O problema da constituição da objetividade em geral dos fenômenos da relação


entre a forma da sensibilidade e os conceitos puros do entendimento ainda não é problematizado por
Kant. A atividade coordenadora da sensibilidade possibilita a constituição de objetos sensíveis, desde que
de fenômenos singulares, mas não é levantada por Kant em relação à constituição da objetividade
dos fenômenos. Embora ele admita que o fenômeno significa o objeto como nos parece,
A Dissertatio ainda não problematiza em que sentido podemos geralmente considerar tais fenômenos como
objetos de experiência e não como meras representações subjetivas de nosso sentido interno. A) Sim,
A reflexão de Kant também deve enfocar a relação entre o uso lógico e o uso real do entendimento.
enquanto apenas o último pode fornecer uma base de objetividade, cf. S ALA , Giovanni B.
(1978): "Der" reale Verstandesgebrauch "in der Inauguraldissertation Kants von 1770", em Kant-Studien
69, 1978, 1-16: 12.

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2.3. A objetividade sensível da beleza 29

2.3 A objetividade sensível da beleza

Kant encontra na teoria das leis subjetivas da sensibilidade a base


filosófico pela definição e fundamento do belo: «As condições
da bela forma dos objetos são representações de acordo com as relações de
espaço e tempo »[R 1791, κ - λ ? ( ν - ξ ?), AA XVI 116]. Essa relação será
o belo com as formas puras de sensibilidade que, neste período, darão
lugar para uma diferenciação entre o agradável, o belo e o bom. Que legal
que se baseia na questão de sensação e é, portanto, meramente privada,
não pode reivindicar validade universal e é um desvio de atenção
no sentido do objecto. A bela, por outro lado, por ser baseado em leis puras e universais
da sensibilidade, é de prazer a cada um. O bom, finalmente, é baseado em
a razão ou o entendimento e, portanto, em um conceito intelectual. A) Sim,
de acordo com a terminologia utilizada por Kant, os prazeres agradáveis ​[vergnügt], o
belo lugar [gefällt] e bom é aprovado [gebilligt] [Anthropologie-Parow,
AA XXV . 1 374 17-30 ]7.
Desta forma, Kant funda a diferença específica entre o belo e o
referencial teórico oferecido pela Dissertatio; por um lado, a separação entre o
matéria e forma de intuição permitem que você encontre sua diferença com relação a
agradável, bem como defender a universalidade do primeiro versus o último.
Faz; Por outro lado, a separação entre sensibilidade e compreensão servirá como
base para uma demarcação entre o belo e o bom. Quanto ao resto, carac-
ondula a diferença do belo em relação ao agradável e o bom do
o desinteresse ou a falta de utilidade que o primeiro sentimento apresenta, para o qual
pode ser definido como um "certo puro prazer" [Anthropologie-Collins, AA
XXV . 1 176]8. A autonomia que a teoria da beleza adota a partir da
Dissertatio, bem como a sua caracterização do conceito de desinteresse, antes
A divisão entre o agradável, o belo eo bom que nós encontramos em
o "Primeiro Momento" da "Analítica do Belo" na Kritik der Urteilskraft
[KU, V 279–86].9
No entanto, ao contrário deste último trabalho, na concepção anterior
o prana, o belo, reivindica validade objetiva. Essa objetividade da estética deve
ser entendido no contexto da concepção de conhecimento sensível que
encontramos na Dissertatio. É sobre a objetividade sensível que se baseia
nas condições subjetivas da sensibilidade humana e de forma independente

7 Ver também Anthropologie-Collins, AA XXV . 1 167 5–19 , 197 3–20 ; R 1796, κ - λ , AA XVI 118s .; R
715, ν 1 ? ( λ ? ρ 1 ?), AA XV . 1 317.
8 Veja também Anthropologie-Parow, AA XXV . 1 374 19-30 ; R 624, k 3 ? ( Η 2 ? Ι 2 ?), AA XV . 1 270.

9 Sobre a origem histórica do conceito de desinteresse pela filosofia anglo-saxônica, como traço definidor
tório da autonomia da estética, ver D UMOUCHEL 1999: 156–60.

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30 Leis de sensibilidade e formação de conhecimento sensível

de qualquer determinação de compreensão. Isso explica porque Kant pode


referem-se simultaneamente à subjetividade desse sentimento. Como eu tenho-
Verificamos no § 2.2, os princípios formais sobre os quais o
fenômenos são de natureza subjetiva e dependem da natureza específica
da intuição humana. Mas é precisamente esta origem subjetiva do sensi-
bilidade, que neste momento oferece à abordagem kantiana uma base
para defender a objetividade do conhecimento sensível. Em relação ao seu
origem, o tempo, por exemplo, é subjetivo, de tal forma que não pode ser
confundir com algo "objetivo e real" [Dissertatio, AA II 400]. Trata-se de uma
«Intuição pura», que serve de condição para poder representar a ordem
de sensações na forma objetiva de um fenômeno na sensibilidade.
Mas, ao mesmo tempo que esta forma de sensibilidade permite objetividade sensível
possível, introduzindo assim uma marca subjetiva no conhecimento, na medida em que
que os objetos são dados à sensibilidade assim como eles aparecem para nós de acordo com o
formas subjetivas de espaço e tempo.
Segundo essa teoria, o belo, comparado ao agradável, supera o
esfera privada, na medida em que se baseia nas leis da sensibilidade e
não apenas na questão da sensação; mas, uma vez que essas leis são
subjetivo, possui apenas uma objetividade "sensível" e, portanto, devido ao
natureza específica do assunto:
Os fundamentos da satisfação no caso do que agrada [Vergnügenden]
e do belo são subjetivos, enquanto os fundamentos da satisfação
do que é bom ou ruim são objetivos. A base de tudo o que lhe agrada
no fenômeno também é parcialmente objetivo, mas apenas no que diz respeito à sensibilidade
[...]. Assim, todo julgamento de objetos em relação à satisfação
de acordo com as leis da sensibilidade, também é objetivo, e meu julgamento sobre o que é
bonito, quando estou direito de chamá-lo assim, ele deve também se aplicam a todos, desde
que o que é agradável [Annehmlichkeit], pelo contrário, não se aplica a todos [...]
[Anthropologie-Parow, AA XXV . 1 389s.]10.

Verificamos assim que neste momento a qualidade do juízo de gosto


apresenta uma diferença fundamental do Kritik der Urteilskraft.
Nesta última obra, o julgamento do gosto é subjetivo e o sentimento estético,
Não é devido ao objeto, nem se refere a ele, mas antes expressa as condições

10 Ver também Anthropologie-Collins, AA XXV . 1 197 3–21 . Os próximos dois textos de Logik-Philippi,
em que a universalidade das leis subjetivas da sensibilidade é novamente apontada,
festo o erro com que Kant usa os termos "subjetivo" e "objetivo": «O julgamento não é dirigido
para o objeto quando é de tal forma que só se dirige a um ou só é válido para um; mas deve ser direcionado ao objeto
quando algo agrada a todos »[AA XXIV . 1.350]; «Os nossos julgamentos de gosto dizem sempre respeito ao assunto. E
é que na bela consideramos a relação da coisa com o assunto. Nós não tratamos o que a coisa é, mas como-
mo aparece. No caso da perseguição do bem é totalmente diferente; nesse caso, consideramos o
verdadeira natureza do objeto, que é tarefa do entendimento ”[AA XXIV . 1.358]. Veja também
R 1780, η ?, Κ ?, AA XVI 112.

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2.3. A objetividade sensível da beleza 31

subjetivos que geralmente tornam o processo possível. Se considerarmos isso


meramente para referência objetiva, o julgamento estético é meramente singular.
Portanto, Kant vai esclarecer na terceira crítica que a validade da decisão de
O gosto só pode ser abordado se for considerado em um sentido subjetivo.
Verificamos que a Dissertatio estabelece uma demarcação estrita
entre o conhecimento sensível e o conhecimento intelectual. Certamente,
Essa demarcação servirá de base para o desenvolvimento da crítica e do sistema
da razão que é derivada dele. Mas na evolução que leva a
o Kritik der reign Vernunft Kant irá defender, pelo argumento do
dedução transcendental, a possibilidade de uma mediação entre o
ra do fenômeno e os conceitos puros do entendimento. deste em diante
variação que encontraremos na primeira Crítica, a validade objetiva do
O conhecimento sensível não pode mais ser considerado independentemente do
determinação das condições de puro entendimento ou, para usar o termo
nologia da Dissertatio, do uso real do entendimento. Como temos com-
comprovado no parágrafo anterior, na dissertação de 1770 que Kant se refere,
pelo contrário, a um conhecimento estritamente sensível, que não requer
a intervenção das condições discursivas de compreensão, seja em
seu uso lógico ou em seu uso real. É, então, a própria constituição do
fenômeno como um todo de representação que se apresenta ao sujeito. Enquanto
que as condições formais que tornam possível tal constituição objetiva são
universal, este conhecimento sensível será universalmente válido para todos
seres humanos. Essa concepção de conhecimento é baseada, portanto, na
suposição de que todos os seres humanos compartilham a mesma natureza
confidencial.
Agora, esses mesmos fundamentos também são o que torna possível
universalidade objetivo do juízo de gosto, como um julgamento não-discursiva
vo que aborda a forma como o fenômeno aparece para um sujeito sensível. o
autonomia e especificidade da estética exige a independência da forma
bela, não só no que diz respeito à questão da sensação, mas também no que diz respeito a
aspecto à atividade discursiva do entendimento. Este requisito foi encontrado
presente tanto no período da Dissertatio como no Kritik der Urteils-
kraft. Mas a divergência de ambos os trabalhos no que diz respeito à teoria da
a objetividade sensível que eles pressupõem, respectivamente, também marcará a di-
vergências a respeito de sua descrição da qualidade do belo. Sobre
a terceira Crítica, a independência da sensibilidade ou imaginação com
no que diz respeito a um conceito particular de compreensão, supõe precisamente o
perda da fundação de objetividade sensata, com a qual o juízo estético
co preserva apenas o momento puramente subjetivo. Na Dissertatio,

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32 Leis de sensibilidade e formação de conhecimento sensível

o julgamento estético também não transcende o mero reino da sensibilidade, mas


Kant ainda acha que isso é suficiente para garantir sua objetividade.onze
Nesse sentido, a possibilidade do belo objeto é entendida no mesmo
sentir que a possibilidade do objeto sensível em geral. Mas a partir daí
um problema fundamental pode ser visto, derivado deste relacionamento próximo
entre o estético e o epistemológico, uma vez que Kant não indica o que
nos ajuda a diferenciar entre objetos bonitos e objetos que são intuitivos
bles em geral em sensibilidade.12 Assim, sua concepção não explica
Em que sentido todos os objetos intuitivos como fenômenos não são ao mesmo tempo objetos?
belas tosses, ou vice-versa. Podemos ver que esta concepção não apresenta o
desenvolvimento e estruturação suficientes, nem adquire uma entidade por si só,
principalmente em comparação com outras abordagens que podemos encontrar no
Ilustração estética anglo-saxônica e alemã. No entanto, a teoria estética de
Kant neste período é de grande importância, na medida em que sua ligação
A relação com a concepção de conhecimento sensível oferece uma via de acesso
para aprofundar justamente esta última concepção que se expõe em
a Dissertatio, especialmente em relação aos problemas indicados na
parágrafo anterior.

2.4 A formação de conceitos de acordo com a atividade de coordenação


de sensibilidade

A ligação entre o estético e o gnoseológico no que diz respeito à sua


princípios não só nos ajuda a entender que Kant defende neste período
a objetividade da beleza. Enquanto as condições de constituição do
belo objeto são as condições de constituição do fenômeno,13 uma análise

11 De acordo com a interpretação defendida por J UCHEM [1970: 40ss., 57ss., 86], neste período de desenvolvimento
O papel intelectual de Kant, a beleza não reivindica nenhum tipo de validade ou relação com o conhecimento,
apenas o momento meramente subjetivo de sentimento estético. Esta interpretação é baseada na última
exemplo na ausência observada pelo autor da fundação da beleza que se desenvolverá mais tarde-
mente na crítica e levará à Kritik der Urteilskraft. Desnecessário dizer que isso é correto e
que, aos olhos de Kant em 1790 a teoria da beleza levantou no período Dissertatio não teria
validade do sistema crítico. Mas isso não significa que na época de sua filosofia que agora
tomamos cuidado para não defender a validade objetiva da beleza, como mostram os materiais aduzidos
aqui. A interpretação do autor também se baseia na opinião de que a Dissertatio não existiria.
mais conhecimento do que intelectual. Da mesma forma, a demarcação estabelecida não é levada em consideração.
por Kant entre o belo e o agradável, o que é facilmente compreendido se for apreciado que o autor usa indis-
os conceitos "Empfindung" e "Anschauung" [60] para defender sua tese sobre a ausência de
validade objetiva em juízos de gosto ea inexistência de um conhecimento adequadamente sensível na
Dissertatio.
12 Ver, por exemplo, Logik-Philippi, AA XXIV . 1 349.

13 O trabalho de H ERZ , Markus (1771): Betrachtungen aus der spekulativen Weltweisheit, ed. por E. Conrad
et alii, Hamburgo 1990, é considerada uma importante referência para compreender a recepção do
Dissertatio de finais do século XVIII e princípios do XIX . Na verdade, tanto o autor quanto o próprio Kant

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2.4. A atividade coordenadora da sensibilidade 33

das reflexões de Kant sobre gosto e beleza no Vorlesungsnachsch-


riften e no Nachlass nos ajuda a aprofundar a sua teoria do conhecimento
confidencial. Neste parágrafo, vamos nos concentrar primeiro no relacionamento próximo
relação entre a justificação da universalidade do gosto e o conceito de
leis da sensibilidade, bem como no problema da formação de
conceitos em conhecimento sensível. No próximo parágrafo iremos verificar
que Kant se baseará em suas reflexões sobre a estética em sua tentativa de oferecer uma
compreensão desta questão.
A primeira coisa a notar é que em sua explicação do gosto
Kant se refere a uma atividade específica da sensibilidade que se baseia em leis
subjetivo. Esta atividade é descrita, como na Dissertatio, como um
atividade subjetiva que coordena: «O prazer na forma do objeto que só
pode ser obtido [através do sentimento] é chamado de gosto, e a base
a satisfação é subjetiva de acordo com o assunto e objetiva de acordo com o fundamento
formal, uma vez que o conhecimento {forma} da forma não pode ser obtido
pelo efeito do objeto sobre os sentidos, mas a partir das leis de
atividade do sujeito (em particular, do conhecimento inferior, que coordena) »
[R 1789, κ - λ ? ( ν - ξ ?), AA XVI 115s.].
A partir de uma análise das reflexões sobre as leis subjetivas do
sensibilidade como alicerces do belo, podemos nos aproximar do
aspectos desta atividade de sensibilidade de acordo com tais leis:
Aquilo que é colocado no objeto e que consideramos como uma propriedade {o
o aplauso} do mesmo deve consistir no que vale para cada um {portanto}.
Agora, as leis da relação no espaço e no tempo se aplicam a cada
que, independentemente dos sentimentos que você tem. Portanto, em tudo
fenômeno a forma é universalmente válida; esta forma também é conhecida
você de acordo com as leis comuns de coordenação; portanto, o que é compatível com
as regras de coordenação de espaço e tempo necessariamente agrada a todos
e é lindo [R 672, κ - λ , AA XV . 1.298].

Eles planejaram originalmente este trabalho como uma exposição mais clara e acessível das idéias contidas
na palestra de abertura [ver, por exemplo, Von Herz, 9. Jul. 1771, AA X 125s.]. Herz recorre a um
exposição sobre os princípios da beleza para ilustrar precisamente o significado dos conceitos de espaço
e o tempo exposto por Kant na Dissertatio: «O belo objeto sensível se comporta com respeito às leis
universais do gosto como [com] o objeto sensível em geral com aquelas condições [...] de espaço e
do tempo ”[1771: 21]. Herz, portanto, interpreta que a relação entre as duas áreas é meramente analógica,
na medida em que o objeto belo e o objeto sensível estão relacionados aos seus respectivos princípios de
o mesmo caminho. No entanto, esta exposição não corresponde à tese defendida por Kant, na
na medida em que este último considera que os princípios formais de sensibilidade que fazem
constituição do objeto sensível são os princípios que tornam possível a constituição do objeto belo, não
interpretando esta relação em um sentido meramente analógico [cf. T ONELLI 1955: 305S] ..
Na verdade, dois anos após sua publicação, Kant declarará claramente o "pequeno sucesso" de Herz
por "expressar o significado" da Dissertatio com este escrito [cf. An Nicolai, 25. Okt. 1773, AA X 142]. o

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editores da escrita de Herz, no entanto, tomam este texto como uma exposição precisa das idéias de
Kant neste período, dado o grande número de paralelos entre esta escrita e os materiais do Nachlass eo
Vorlesungsnachschriften [C ONRAD , Elfriede et alii (1990): "Einleitung", a H ERZ 1771, VII - XL : XXXVI ].

Página 59

3. 4 Leis de sensibilidade e formação de conhecimento sensível

A partir da relação com as formas universais de sensibilidade,


baseia a validade universal do julgamento de gosto. De acordo com Kant, desde
gosto é baseado na sensibilidade e algo agrada universalmente ao objeto, este
A universalidade deve ser baseada no que é universal em sensibilidade.
Trata-se de "unidade" e "ordem" na coordenação da variedade de
sensações, condições que se manifestam em objetos bonitos e
nas belas representações da sensação, da reprodução da forma
de fenômenos e conhecimento sensível em geral [R 1793, κ - λ ?
( ν - ξ ?), AA XVI 117]. A atividade das leis da sensibilidade consiste, pois
Portanto, em coordenação, a que também se faz referência no Disser-
tatio. É uma coordenação de notas do fenômeno no mesmo nível de
a sensibilidade. A este respeito, deve-se ter em mente que o conceito de
a coordenação é desenvolvida por Kant a partir do conceito Baumgartiano de
ampla clareza.14 Aquilo que define a distinção no conhecimento do
fenômeno como um todo de representação15 é baseado na ordem e unidade
sensível que se revela na análise do belo.
O conhecimento sensível, como coordenador, ainda não precisa do
subordinação específica do conhecimento lógico do entendimento. Enquanto

14 Cf. B AEUMLER 1923: 198ss., 318ss.; T ONELLI 1955: 169ss., 203ss., 248ss., 279s.; J UCHEM 1970:
53-60. Os claritas extensas define o conhecimento dos conceitos por parte das faculdades inferiores, enquanto
que a claritas intensifica seu conhecimento pelas faculdades superiores [B AUMGARTEN 1739: §§ 531s., §
563, §§ 634-37, AA XV . 1 12s., 20; 36s.]. O primeiro é caracterizado como clareza estética; a segunda,
como clareza lógica. Enquanto o primeiro alcança clareza de conhecimento através do acúmulo de
ção de uma infinidade de notas, a segunda traz clareza por meio de sua subordinação. No claritas intensivo
A distinção no conceito vem da relação das notas contidas nele com um fundamento
comum para o qual eles podem ser carregados, o que supõe um abandono da especificidade contida nestes
notas particulares. Nos claritas extensas as diferentes notas coordenar com os outros de uma forma desconcertante, e
o conhecimento do todo vem da conjunção da própria multiplicidade contida na representação
tação, com a qual não há abandono da especificidade das notas singulares. O recurso para
a coordenação das notas do conceito independentemente das faculdades superiores responde em Baum-
Garten para uma tentativa de dar conta da objetividade do singular sensível e sua relação com o universal.
Essa coordenação contribuiria para a formação do conceito a partir de uma atividade do corpo docente inferior
saber, que será caracterizado por Baumgarten como um analogon rationis. Os Nachlass refletem e
os Vorlesungsnachschriften mostram que Kant desenvolve o conceito de coordenação de acordo com o
forma de sensibilidade articulando-se expressamente com este conceito de ampla clareza que encontrou
ba nos manuais que ele usou para suas aulas [cf. Logik-Blomberg, AA XXIV . 1 126-29; R 2368,
ζ ? κ 2 ? λ ou? ρ ??, AA XVI 334s.; R 2407, γ ? η ? κ - ξ ? τ ?, AA XVI 350].
15 R 2357, κ - ξ ? ( ρ - ϕ ?), AA XVI 331: «Grau de distinção, por meio de notas coordenadas ou por meio de
notas subordinadas *. A distinção suficiente na coordenação é completa [...] / * (Tudo é igual,

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juntando todas as partes que o compõem, portanto também toda a distinção {total} de
{all} representação (interna ou externa) [...]) ». R 1799, κ - ρ , AA XVI 119: «A sensibilidade perfeita
é beleza ( e toda beleza consiste em apresentação [Darstellung]). Mas a sensibilidade consiste no
concordância com as leis subjetivas encarregadas da realização [Ausführung] e a forma é a coordenação
ção no obiectis sensuum, [enquanto] a subordinação no obiectis rationis. / A abstração serve
à perfeição lógica, enquanto a associação [serve] à estética [perfeição]. ' Lembre-se que no
Dissertatio alude à constituição do fenômeno a partir desse conjunto de representação de origem.
confidencial; ver neste trabalho § 2.2.

Página 60

2.4. A atividade coordenadora da sensibilidade 35

após a formação do fenômeno requer uma síntese das notas sensíveis


vindo da sensação, a determinação racional ou lógica é obtida
pela análise das notas para sua relação com um determinado conceito sob o qual
pode ser pensado em: «A distinção por coordenação ocorre por sintetizador
sem. A distinção pela subordinação por análise [...] »[R 2357, κ - ξ ? ( Ρ - φ ?)
( η ?), AA XVI 331]. Essa oposição entre coordenação e síntese, por um lado,
e subordinação e análise, do outro, define ainda mais a oposição entre o
fecção estética da sensibilidade e a perfeição lógica do entendimento. Está
É a mesma oposição entre sensibilidade e intelecto que diferencia o gosto de
a razão.
Portanto, a forma de conhecimento é de um tipo completamente diferente.
quando a coisa é representada de acordo com notas subordinadas do que quando é re-
apresentado de acordo com notas coordenadas. A estética está preocupada em pintar [mahlen] o
coisas e torná-las diferentes por meio de notas coordenadas. O motivo, em vez disso,
sobe de uma nota para outra, deixando muitas notas coordenadas em seu caminho;
através dele, no entanto, o conhecimento seca [Logik-Blomberg,
AA XXIV . 1 127]16 .

A síntese possibilita a constituição do todo da representação ou do


objeto sensível no quadro específico de sensibilidade. Nós havíamos cometido
dado que a Dissertatio não se aprofundou no problema da transição
do próprio conhecimento sensível, isto é, da aparência do
menos, aos conceitos que podem ser relacionados e subordinados pelo uso
compreensão lógica. Em R 1799 Kant apresenta claramente este pro
problema: «Não há inferência que vá do particular ao universal, e o
o conhecimento do particular {de [aus d]} no universal ocorre sem
intuição »[ κ - ρ , AA XVI 119]. A transição do fenômeno singular que
apresenta-se à sensibilidade a um conceito universal que não pode ser o
o resultado de uma inferência ou de um julgamento, já que o primeiro extremo relacionava-se com
ção não tem caráter discursivo.17 Por outro lado, qualquer conhecimento
que surge do universal e se dirige ao particular, não
qualidade sensível deste último, mas atenderá ao que este particular tem de
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comum com outros.
Segundo Kant, para que a formação de um conceito seja possível, ele deve
primeiro induzem uma atividade de coordenação e sintética na sensibilidade,

16 R 1783, η 2 ? κ 3 ?, AA XVI 113: «( g A oposição do gosto à forma da razão se deve ao fato de que o
a síntese se opõe à análise) ./ O gosto correto é aquele que concorda com a perfeição da razão,
mesmo no Syntesi, como nos exemplos, as analogias. / A sensação é contrário a maior parte do tempo
à forma de razão. Pouca sensação e muito sabor ».
17 R 1730, κ - λ ? ( γ ? η ?) ν - ξ ??, AA XVI 95: «Conhecimento do entendimento se opõe ao conhecimento

mente sensível. 1. De acordo com a origem. 2. De acordo com a forma: a forma de compreensão é discursiva, a [forma]
sensível é intuitivo.

Página 61

36 Leis de sensibilidade e formação de conhecimento sensível

o que dá origem a uma distinção na sensibilidade que serve de base para o


conceito. Pois a possibilidade de um julgamento requer não apenas uma unidade analítica,
mas também uma "unidade sintética" de natureza sensível que governa o possível
coordenação das diferentes partes em um todo [R 4273, µ ? ν 2 ? ( ρ 3 ? υ ?), AA
XVII 491].18 Assim, esta síntese não pode ser conhecida por meio de análise.
lógico, mas é o resultado da atividade coordenadora da sensibilidade
que deve preceder a formação de todo julgamento. Esta atividade é baseada
na sensibilidade, o que possibilita a relação das notas sensíveis com um
possível totalidade, e sempre incompleta [Logik-Blomberg, AA XXIV . 1 124,
128s., 132 17-21 ], com base no qual o conceito pode ser formado por meio do
adição progressiva de notas. A distinção sensata de acordo com a forma do espaço
e do tempo, portanto, serve de base para a comparação entre as representações que
deve preceder a formação de um conceito:
[A] sim, eu represento um duplo desenvolvimento de conhecimento: 1. O desenvolvimento em
a série de notas subordinadas e 2. o [desenvolvimento] na série de notas
coordenado. Começamos com as notas coordenadas de nossa exposição e seu
o desenvolvimento é apropriadamente chamado de completo; ou seja, a totalidade de um
possível representação da coisa [Logik-Philippi, AA XXIV .1 412, itálico no
Autor]19.

Uma nota analítica é o conceito parcial [theilbegriff] de um conceito em


de modo que um todo eficaz [wirklichen]. Uma nota sintética [...]: enquanto o
parte de um conceito que constitui um possível todo {eficaz [wirkli]} que tem que
ser formada progressivamente por meio de mais partes. Os primeiros são todos conceituais
tosse da razão; os últimos podem ser conceitos de experiência [R 2289,
κ - ν ? ( ξ ?) ( η ?) ( γ ?) ϕ ??, AA XVI 300s., itálico do autor]vinte.

Assim, em relação à questão da formação dos conceitos


experiência e matemática, Kant deixa claro que esta é uma tarefa intrínseca
seco à sensibilidade, que é apoiado por um novo conceito de distinção que
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é específico para este campo do conhecimento:

18 Ver a este respeito T ONELLI 1955: 173s.


19 Ver também Logik-Blomberg, AA XXIV . 1 124 16–26 .
20 Ver também a Reflexão posterior R 2290, υ ?, ( Ρ 3 - σ 2 ?) Μ ??, AA XVI 301: «Os conceitos par-
os elementos do meu conceito real (que são pensados ​por mim nele) são analíticos; os [conceitos
Parciais] de todos os conceitos possíveis são marcas sintéticas ». É interessante notar que o conceito de Jui-
conhecimento reflexivo será empregado na Kritik der Urteilskraft para enfrentar o mesmo problema com o qual
tais reflexões dizem respeito, a saber, a formação de um universal para um particular dado à sensibilidade
[KU, V 251s.]. De acordo com a Erste Einleitung, a atividade reflexiva do Julgamento visa refletir
"Na representação dada [...] em virtude de um conceito possível a partir dessa mesma representação"
[EE, V 188, itálico do autor].

Página 62

2.4. A atividade coordenadora da sensibilidade 37

É falso, como afirma o autor,21 que todo o nosso conhecimento só pode


tornar-se diferente por meio da análise.
Nosso conhecimento pode ser diferenciado de duas maneiras:
a) por sintesina
B) por análise
[...] E é que, tanto nós criamos um conceito diferente, que acontece por syn-
o pecado; Ou fazemos um conceito que antes era confuso, é diferente.
que ocorre por análise.
No caso do synthesi, produzimos e criamos, por assim dizer, um conceito, o
que não existia antes, ou seja, totalmente novo tanto
quoad materiam como quoad formam, e ao mesmo tempo nós o tornamos diferente [Logik-
Blomberg, AA XXIV . 1130]22.

Como Tonelli mostrou, a teoria do conhecimento sensível


Teed por Kant na Dissertatio é influenciado em sua formação e evolução
ção até 1770 pelos conceitos e interesses da concepção Baumgartiana
do analogon rationis.23 Verificamos a origem histórica do conceito
coordenação nesta tradição, que serve de base para este entendimento
visão de síntese sensível. No entanto, embora Kant continue a se vincular com
tradição após a Dissertatio, o desenvolvimento alcançado neste
o trabalho também permite que você se posicione à sua frente.24 bem em
sensibilidade, há uma atividade original pela qual o conhecimento se sente
sível é um conhecimento distinto em um sentido especificamente diferente de
conhecimento lógico e intelectual. Embora a análise lógica por meio de
A subordinação das notas só pode adicionar distinção a um conceito confuso
dada anteriormente, a síntese sensata pode criar um conceito por meio do

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adição progressiva e coordenação de notas, enquanto a forma pura de acordo com
espaço e tempo encontraram a distinção na sensibilidade. Esta distinção é
sível é possível na medida em que, não apenas no conhecimento intelectual,

21 O texto compila sua explicação do § 139 do Auszug nas classes de lógica; Neste lugar
Meier argumenta que o conhecimento só pode ser diferente por meio da análise [1952b: § 139,
AA XVI 340]. Para uma definição em Meier da distinção como uma característica específica do conhecimento
intelectual e discursiva, ver 1952b: § 140, AA XVI 340.
22 R 643, κ - λ , AA XV . 1 283: «Quanto à distinção, pode coexistir perfeitamente

com intuição. Pois a distinção depende do discernimento do múltiplo em uma representação total.
Na medida em que essas seções de conhecimento [Erkentnisstücke] são pensadas por meio de conceitos
tosse universal, a distinção será um efeito da compreensão; mas se isso acontecer por meio de [conceitos]
singular, então [a distinção] é uma forma de sensibilidade. O primeiro é através da subordinação
nação; a segunda, por meio da coordenação. Na música não existem conceitos sobre tons, mas
sim sensações, e sua relação não é conhecido em números, isto é, de acordo com regras universais, mas é discernido
intuitivamente [aber man unterscheidet sie doch Anschauend] '. Ver também R 683, κ - λ , AA XV . 1
304 18/05 ; R 2393, κ - λ , AA XVI 342; R 2397, κ - ξ ? ( Ρ ? Φ ?) AA XVI 345; R 2396, k 3 - ν 2 , AA XVI 344s.; R
2392, η 2 ?, Κ 3 ?, ( Μ ?) Ρ 3 ??, AA XVI 341s.
23 Cf. T ONELLI 1955: 139, 149ss.; bem como F RANKE , Ursula (1971): «Analogon rationis», in R ITTER ,

Joachim et alii (1971ss.): Historisches Wörterbuch der Philosophie, Darmstadt, I 229-30.


24 Vamos nos concentrar neste ponto no § 2.6 deste trabalho.

Página 63

38 Leis de sensibilidade e formação de conhecimento sensível

mas também no conhecimento sensível, uma relação do


partes com um todo formal.

2.5 «Conceptualidade sensível» e sabor

Até agora, abordamos a estreita relação que Kant estabeleceu


entre o julgamento do gosto e as leis da sensibilidade. Geralmente isso
Esta relação é geralmente interpretada afirmando que sua teoria estética usa
leis para fundamentar a objetividade dos julgamentos de gosto. De acordo com isso
ponto de vista, as leis de coordenação pertencem propriamente ao conhecimento
sensível e possibilitar a constituição do fenômeno. No entanto, em
Dissertatio Kant não se aprofunda no significado de atividade coordenada.
te de sensibilidade, nem em sua relação com o uso lógico de compreensão.
Descobrimos que nos materiais do manuscrito Nachlass e o
Vorlesungsnachschriften por volta de 1770 desenvolve o significado destes
leis de sensibilidade. E este tratamento mostra a estreita relação entre
tais conceitos e a tradição estética com a qual Kant se encontrou em
toque direto. Além disso, após a Dissertatio, e uma vez que ele estabeleceu o
fundamentos que servirão de base para a autonomia do conhecimento sensível,
continuará a ilustrar sua nova concepção de sensibilidade por meio do recurso

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aos conceitos estéticos. O significado de tais reflexões não pode ser
fingido apenas como uma tentativa de fundar a crítica do gosto, fazendo uso de
de sua nova teoria da sensibilidade. Em vez disso, é por meio de seus
reflexões sobre o gosto enquanto Kant se aprofunda nesta nova teoria e seus
relação com a concepção do uso lógico do entendimento. E não é só isso
Pode-se dizer que o gosto também se baseia nas leis de coordenação, que
eles serviriam apropriadamente para o desenvolvimento do conhecimento sensível.25 na
textos onde tais leis são colocadas em relação à validade do gosto não são
a conexão entre esta habilidade e sua base está apenas sendo estabelecida
possibilidade, mas está expondo, precisamente, em que consiste a atividade.

25 Por isso, o acentuado intelectualismo e formalismo que caracteriza a concepção de


Kantiana do belo neste período; ver a este respeito B AEUMLER 1923. 277s, bem como M Enzer 1952:
72ff. No entanto, deve-se notar que Kant não contempla apenas o significado epistemológico do gosto, e
aprecia igualmente o significado moral e social do sentimento estético, na medida em que a sua universalidade
é expressa através do sentimento de comunicabilidade com base na concordância com a sensibilidade de
os outros: «Quando intuo não sinto nada, apenas comparo as coisas com os meus sentimentos, sem deixar que aconteçam.
impressões. Em suma, a beleza não faz nada à faculdade de sensação - caso em que eu não sou
passivo - recebo apenas fenômenos e representações, e os comparo com a faculdade de sensação. o
olhando para um objeto bonito podem ser agradável quando visto pela primeira vez, mas esta é apenas devido à
que fica feliz em poder contar aos outros ”[Anthropologie-Collins, AA XXV .1 178, ver também 179;
bem como Logik-Philippi, AA XXIV . 1 353s.]. Veja a este respeito D UMOUCHEL 1999: 160–64. Na próxima
Este capítulo enfocará a comunicabilidade do gosto e sua relação com a moralidade.

Página 64

2,5. «Sensível conceitualidade» e sabor 39

a vida coordenada que possibilita em geral a distinção sensível ou estética do


conhecimento sensível. O que define a validade de um julgamento de gosto constitui
tuido, coordenando a atividade de acordo com as leis subjetivas da sensibilidade, é
aquilo que intervém na constituição cognitiva do fenômeno a partir de
de sensações. Esta é a leitura complementar do significado filosófico
da universalidade desta faculdade. Uma vez que o julgamento do paladar é sensível
e agrada universalmente, deve ser baseado no que é universal no
sensibilidade, a saber, as leis formais da sensibilidade. Mas acontece que o
operação dessas leis a fim de formar o conhecimento senciente
sível é desvendado por Kant precisamente por meio desse tipo particular de
julgamentos sensatos que são os julgamentos de gosto.26
Uma vez que o espaço e o tempo são as condições de possibilidade dos objetos
de acordo com as leis da sensibilidade, da mesma forma, a concordância do fenômeno
ou de sensação nas relações de espaço e tempo com a lei universal de
sujeito pelo qual ele produz tais representações de acordo com a forma que pertence
àquilo que necessariamente concorda com toda a sensibilidade, isto é, saborear
[R 702, ν 1 ? ( λ ?) ρ 1 ??, AA XV . 1 311].

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O gosto, portanto, representa a concordância da forma sensível do que é dado
com a lei universal da sensibilidade pela qual esta forma é conhecida como
fenômeno. Em que, portanto, essa concordância com as leis de
a sensibilidade que possibilita a constituição do fenômeno? Anteriormente
verificamos que o belo objeto se baseia em uma "ordem" de sensações
de acordo com as leis do espaço e do tempo.
Em tudo que a aprovação deve surgir de acordo com o gosto, deve haver algo
que facilita [erleichtert] o discernimento do múltiplo (contraste), algo que
promover a conceitualidade [Begreiflichkeit] (relações, proporções), algo que
torna possível a conjunção [Zusammennehmung] (unidade) e, finalmente, algo que
incentivar discernimento [Unterscheidung], tanto quanto possível (precisão) [R
625, κ 3 ? ( η 2 ? ι 2 ?), AA XV . 1 271]27.

Nossa sensibilidade está em constante atividade [Aktivität] e pretendemos


para ficar nele. A partir desta lei fundamental da sensibilidade,
segue a lei fundamental do gosto: se um objeto sensível tem prazer,
então, neste objeto, uma multiplicidade deve ser conjugada, de modo que
receber matéria para tratar: o humor é ativo em relação a
com a forma de cada objeto [...].

26 Segundo O BERHAUSEN , Michael (1997): Das Neue Apriori. Kants Lehre von einer “ursprünglichen
Erwerbung ”a priorischer Vorstellungen, Stuttgart e Bad Cannstatt: 149, Kant não aborda de forma alguma o
significado do conceito de leis da sensibilidade que aparece na Dissertatio. Com ele, siga o
opinião de V AIHINGER , Hans (1881–1892): Kommentar zu Kants Kritik der reinen Vernunft, ed. por R.
Schmidt, Stuttgart, etc. 2 1922, 1970: II 89ss., Bem como de K REIMENDAHL , Lothar (1990): Kant. Der
Durchbruch von 1769, Köln: 228.
27 Ver também R 638, κ 2 , AA XV . 1 276.

Página 65

40 Leis de sensibilidade e formação de conhecimento sensível

Qualquer coisa que impeça essa atividade de sensibilidade é irritante e desagradável.


Daí a seguinte regra é derivada: um se esforça para produzir multiplicidade,
simetria, harmonia, clareza e, em geral, apreensão [Faßlichkeit], de for-
para que a sensibilidade possa apreender objetos sem esforço, discernir e
sinta [empfinden] facilmente as impressões nele. Portanto, o gosto
para promover multiplicidade, contraste, harmonia, leveza, clareza e um trânsito
constante de algo para seu oposto; saltos confundem sensibilidade [Logik-
Philippi, AA XXIV . 1.353].

Tal ordenação de sensações que caracteriza a atividade da sensação


sensibilidade "ilumina" a formação do fenômeno de acordo com as formas do espaço e
clima.28 Segundo Kant, essa atividade exemplifica-se no julgamento de gosto e no
o sentimento estético que o acompanha serve de condição para a conceituação
sensibilidade:
A igualdade entre as partes incentiva minha representação sensível, ilumina o

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mensalidade, aumenta e favorece a vida da atividade; daí tudo me agrada
e também que agrada a todos em virtude disso, na medida em que tais regras residem
em todos. A variação no tempo é chamada de jogo - na música, a parte
mais nobre é o tato ou a determinação da igualdade no tempo [...]. Isto é-
para iluminar a conceitualidade sensível [sinnliche Begreiflichkeit] [Anthropologie-
Collins, AA XXV . 1 181s.]29.

De acordo com Kant, essa atividade subjetiva ajuda a colocar em um "jogo livre"
as faculdades de saber, o que supõe uma vivificação de sua atividade que
permite que o conhecimento adquira "força" e desenvolvimento [Logik-Philippi,
AA XXIV . 1 344]30. Isso ainda não dá uma determinação eficaz do ob-
objeto, mas antecipa "como o sujeito conheceria o objeto em sensibilidade"
[Logik-Blomberg, AA XXIV 1 348]. Quando no tratamento de sensações
por parte do sujeito, ele encontra ordem, simetria ou unidade, então
Essas relações sensíveis servem como base para a conceitualidade na estrutura
especificidade de sensibilidade, uma vez que «[a] ordem é um meio de concordância
do nosso conhecimento com o objeto »[Logik-Blomberg, AA XXIV .1
Quatro cinco]31. No espaço, essa ordem constitui formas ou figuras; no tempo,
jogo de sensações.
Isso é o que podemos chamar de reflexão sensível para a ordenação de
nação formal de sensações de acordo com as formas de espaço e tempo, como
etapa anterior que deve preceder a abstração exercida pelo entendimento
em seu uso lógico:
28 Cf. Anthropologie-Parow, AA XXV . 1 378; R 639, κ 1 ?, AA XV . 1 277-79; R 630, κ 1 , AA XV . 1.274; R
643, AA XV . 1 283.
29 Ver também Anthropologie-Parow, AA XXV . 1 377 17 -379 5 ; R 630, κ 1 , AA XV . 1.274; R

683, κ - λ , AA XV . 1 304.
30 Ver também Logik-Blomberg, AA XXIV . 1 44 6–13 .

31 Ver também Anthropologie-Collins, AA XXV . 1 174 22–24 .

Página 66

2,5. «Sensível conceitualidade» e sabor 41

Os conceitos não são [dados] por abstração, mas por reflexão [refle-
xion]: ou [é dado] apenas a forma, quando o conceito é dado {ou
por reflexão}, e [então] é chamado de [conceito] reflexão [refletirter];
ou [dado] o próprio conceito, [e então é chamado] reflexivo [re
flectirender].
Comparação e abstração não produzem nenhum conceito, mas apenas seu
maneira lógica. [R 2865, κ 3 - µ ? ( ρ 2 ?), AA XVI 552].32

No parágrafo anterior, verificamos que a abstração do


a análise só pode trazer distinção a um conceito já dado. Apenas a síntese
sensível pode formar um conceito, que seria diferente de um ponto de vista
confidencial. Embora já neste período o uso do termo "reflexão" seja adequado
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das faculdades superiores de conhecimento e de distinção lógica,33 Kant alu-
de na R 2865 citado para uma atividade que tem por objeto a formação do
conceito na mesma sensibilidade. Também verificamos que o sabor
Isso está relacionado à 'conceitualidade sensível' de acordo com as leis formais de
a sensibilidade. Podemos ver que Kant conecta o conceito
do gosto com as "regras de reflexão" e as condições que tornam possível o
atenção ao conhecimento, embora não esclareça em que consistem essas regras:
«O sabor do fenômeno é baseado nas relações de espaço e tempo, que
são compreensíveis para todos, e nas regras de reflexão »[R 648, κ - λ ,
AA XV . 1.284].3. 4
Isso confirma a utilidade da demarcação estabelecida por Kant
entre o agradável e o belo para a teoria do Juízo. Como no Kritik
der Urteilskraft, beleza, na medida em que não se baseia em condições particulares
lares do indivíduo conhecedor, expressa a autonomia a ser facilitada em
um sentido subjetivo a correção do Julgamento:35 «Ninguém é capaz
para refletir se o seu humor mudou ou se seus sentimentos foram afetados ou estimulados.
32 Segundo Kant, a análise tem a função de refletir sobre um conceito já determinado, com o objetivo de
para analisá-lo de acordo com sua forma lógica. Porém, a formação do conceito singular quando ainda é
Não foi dado é uma função da síntese sensível de acordo com a coordenação. É interessante notar que em
A referida passagem Kant chama essa função de formação de conceito de "reflexiva" [refletierender],
de acordo com a definição que encontramos na terceira Crítica da atividade do Julgamento por
que formamos conceitos universais a partir do caso singular. Consulte também R 2867, κ 3 - µ ?
ρ 2 ? σ 2 ?, AA XVI 552s.
33 Ver, por exemplo, Logik-Blomberg, AA XXIV . 1 130 10-12 ; R 409, ξ ? π ? ρ ? σ ? ϕ ?, AA XV . 1 165s.
34 A partir do final da década de 1770, Kant aprofundou essa relação entre sabor e condições
da reflexão que o julgamento sensível geralmente pressupõe. Veja mais sobre isso neste trabalho § 5.3.
35 Kant ainda não tem, no entanto, a teoria do Juízo que encontramos na terceira Crítica. leste

ele define gosto como "julgamento sensível" [R 1748, β 1 , AA XVI 100 4–6 ; Anthropologie-Parow, AA XXV . 1
377s.], Intimamente relacionada com a teoria encontrado em B AUMGARTEN 1739: § 607s, AA. XV . 1
30. No entanto, deve-se notar que em Kant, em frente a Baumgarten, há uma clara demarcação entre os
condições formais de intuição que constituem a possibilidade deste Julgamento sensato, por um lado, e
o material da sensação, do outro: «O gosto é um juízo sensível [Urtheil]; mas não um julgamento do
sentidos e sensações, mas da intuição e comparação que recebe prazer através da intuição »
[Anthropologie-Collins, AA XXV . 1 177].

Página 67

42 Leis de sensibilidade e formação de conhecimento sensível

lado. A partir disso, é evidente que a condição é contrária à perfeição


lógica. Bem, você tem que estar completamente calmo quando quiser processar
[beurtheilen] um objeto. Mas a perfeição lógica pode ser servida na forma
bela para despertar a atenção »[Logik-Philippi, AA XXIV . 1 367]36.
Como acabamos de indicar, Kant se refere sucintamente, já neste período, a
fazer, para o jogo entre as forças do conhecimento.37 Agora, o conceito de grátis
jogo de faculdades, conforme apresentado no Kritik der Urteilskraft, presume
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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
coloca uma teoria de julgamento que mesmo o Kritik der reign Vernunft não
Ele se desenvolverá gradualmente. Neste momento, no entanto, este
teoria da formação do conhecimento sensível, como a expusemos
a partir dos materiais do manuscrito Nachlass e do Vorlesungsnachschriften em
em torno da Dissertatio, diz respeito à possível complementaridade de conhecimentos
sensato com o uso lógico do entendimento, embora Kant, de fato, não
qualifica ainda mais a necessidade de estabelecer a possível relação das representações
Sensível da mente com os conceitos puros do uso real do entendimento.
Portanto, esta relação entre sensibilidade e compreensão não pode
fundir-se com a relação que será estabelecida entre as duas faculdades de
o Kritik der reign Vernunft, uma vez que o uso lógico do entendimento por
por si só, não garante a validade objetiva dos fenômenos. Este problema vai
a ser resolvido após a Dissertatio e os textos que apresentei
apresentam um interesse que aponta em outra direção, a saber: o problema da
flexão em fenômenos projetados para permitir a formação e desenvolvimento de
Ilo de conhecimento sensível de mera sensibilidade e de acordo com as condições
subjetivo:
Portanto, algo está de acordo com as leis objetivas quando no conhecimento
verdade [Wahrheit], convicção [Uberzeugung] e distinção podem ser encontradas
[Deutlichkeit], embora estes, ao mesmo tempo, sejam difíceis de obter. Em vez de,
[algo concorda] com nossas [leis] subjetivas quando ele coloca algo em um jogo
fácil [leicht] a atividade de nossa compreensão [...] [Anthropologie-Parow,
AA XXV . 1.380].

36 Anthropologie-Parow, AA XXV 373f.: «O sabor difere da sensação na medida em que a sensação é prazer
sobre meu próprio estado modificado, enquanto gosto é um prazer em nossa intuição de
objeto [...]. Uma sensação muito grande impede o julgamento [Urtheil] e a atenção ao objeto [...]. UMA
o prazer que é tirado da intuição aumenta não um pouco a nossa felicidade e nada mais é do que o
relação do meu conhecimento com o objeto ». Sobre a relação do sentimento estético com a "reflexão"
e atenção, em oposição ao caráter privado do sentimento do que é agradável, veja também
Anthropologie-Parow, AA XXV . 1 273 9 .
37 Um estudo sobre o desenvolvimento do conceito de jogo na Vorlesungen über Anthropologie o encontrou

que encontramos no G UYER 2003.

Página 68

2,5. «Sensível conceitualidade» e sabor 43

Toda sensibilidade já prepara as coisas para o entendimento, para que o


Esta ação, portanto, recebe uma certa leveza [Leichtigkeit] [AA XXV . 1 383]38.

Uma exposição dessa relação entre sensibilidade e compreensão é

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desenvolvido por Kant principalmente com base em sua teoria da relação
entre perfeições estéticas e perfeições lógicas do conhecimento. Tal pa-
grade de conceitos que ele encontrou em seu manual de lógica, o Auszug aus der
Vernunftlehre de Meier, que define expressamente o ideal de conhecimento
acadêmico como mediação entre perfeições estéticas e perfeições lógicas
cas. Neste caso, o conceito de perfeição não se refere à unidade e ordem.
dos vários de acordo com um fim objetivo, mas com as características que deve ter
conhecimento, não só para garantir sua veracidade e correção, mas também
também a possibilidade de sua aprendizagem, sua comunicabilidade e sua aplicação.39
Portanto, o conhecimento erudito também deve intervir na perfeição.
fins estéticos do conhecimento, que dizem respeito à sua vivacidade, leveza,
etc. Bem, a estrutura em que a relação entre sensibilidades
o uso lógico da compreensão no período da Dissertatio é baseado em
nesta relação entre perfeições estéticas e perfeições lógicas do
conhecimento. Neste contexto, Kant designa concordância ou concordância
entre os dois tipos de perfeição com o conceito de beleza essencial:
E se a forma da sensibilidade concorda com a forma do entendimento ou com
perfeição lógica, então estamos diante da autêntica beleza, perfeição
estética essencial. Neste caso, nenhum estímulo ou sentimento intervém na
contemplação [Betrachtung], não importa, apenas forma. Nos encontramos
em face da beleza essencial quando a forma da intuição concorda com a forma de
compreensão, quando facilita a expressão da perfeição
compreensão, quando o fenômeno da coisa facilita o conceito de compreensão
Eu minto. Um conhecimento sensível coloca onde encontramos multiplicidade
e unidade, quando as representações são dispostas de tal forma que nenhum im-
pede o outro, mas sua maior perfeição ocorre onde o conhecimento sensível
está em conformidade com o entendimento [Logik-Philippi, AA XXIV . 1 363, itálico
Autor].

Neste ponto de sua evolução intelectual, Kant já está ciente de


um dos problemas que aparecerão no Kritik der Urteilskraft, porque se o
o desenvolvimento de conhecimentos sensíveis deve ser possível, a fim de treinar

38 Ver também R 638, κ 2 , AA XV . 1 276. Nesse sentido, entendimento já é entendido como


discursiva, pela finitude devido à sua necessária relação com o material da intuição; veja Logik-Philippi,
AA XXIV . 1 355, 363 14-26 ; R 643, κ - λ , AA XV . 1 283.
39 Sobre a gênese do conceito de livre jogo das faculdades a partir da relação de Kant com esses

conceitos, ver V ÁZQUEZ L OBEIRAS , María Jesús (2005): «Comunicabilidade e gosto. Fragmentos de
Kant sobre a estética », em HP Delfosse e R. Youseffi (ed.) (2005):“ Wer ist weise? der gute Lehr von jedem
annimmt ". Festschrift für Michael Albrecht zu seinem 65. Geburtstag, Nordhausen, 277–95. Vamos focar
Vemos esse par de conceitos e sua influência na estética de Kant também no § 5.2 deste artigo.

Página 69

44 Leis de sensibilidade e formação de conhecimento sensível

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de um sistema de conhecimento empírico, então até mesmo o tratamento de
fenômenos por meio da sensibilidade devem ser pensados ​de acordo com
as pretensões do entendimento, que precisa encontrar na variedade de
sensações, a ordem e a unidade que torna possível a sua abstração progressiva.
ele. Verificamos o papel que a reflexão estética desempenha sobre o belo.
nesta atividade. A atividade envolvida no gosto ilumina a reflexão sobre
Os fenômenos são baseados em critérios como «contraste», «ordem», «unidade»,
'Harmonia', etc., de modo que isso forneça uma base para 'o acordo do
fenômeno ou sensação nas relações de espaço e tempo com o universo
verso pelo qual o sujeito produz tais representações de acordo com a forma »[R
702]. Se a distinção sensata torna possível a constituição de um todo de representantes
sob essas condições, então 'o fenômeno da coisa facilita o
conceito de compreensão »[Logik-Philippi, AA XXIV . 1.363]. Portanto,
podemos afirmar que a abstração lógica do entendimento que deve dar
lugar para a formação discursiva e desenvolvimento do conhecimento empírico pressuposto
coloca a reflexão sensível que se mostra de forma exemplar no julgamento
de gosto.40
No § 2.2 deste artigo, foi apontado que o uso lógico do entendimento
não poderia relacionar os fenômenos entre si, uma vez que só poderia lidar com
piedosamente com conceitos. Embora a Dissertatio não esclareça em que sentido é

40 Embora ele também concentre seu estudo na Dissertatio sobre os materiais do Nachlass e dos Vor-
lesungsnachschriften, V ILLACAÑAS B ERLANGA , José Luis (1980): A formação da “Crítica da razão
puro ”, Valencia, não atende em absoluto a esta relação do entendimento com as leis da sensibilidade
como se explicitam na teoria estética deste período: «A solução kantiana, em linhas gerais,
é que somente organizando o que percebemos em conceitos, alcançamos precisão no conhecimento
de qualidades sensíveis percebidas. A fraqueza desta posição na Dissertatio é diretamente
implícito na simplicidade com que Kant o desenvolve, sem questionar os ingredientes que definirão o
posição do problema na fase crítica, reconhecível sobretudo na ausência de participação do
gination '[1980: 129]. Estas são as "leis do intelecto em seu uso lógico", responsáveis ​pela "formação de
conceitos »[1980: 129]; «Kant não propõe nenhuma legalidade específica que permita a sua estruturação e
organização, mas defende essa aparência (este conteúdo material de sensação que só depende de
do sujeito individual) torna-se conhecimento e experiência única e exclusivamente por legalidade
lógica. A ordem regulada no tempo das representações empíricas não conta na Dissertatio; Kant,
É importante destacar este fato, pois deixa a critério das leis lógicas a organização qualitativa do
fenômenos e, portanto, a constituição da Física e da Psicologia empíricas »[1980: 130]. Certamente,
a solução proposta por Kant na Dissertatio não é suficiente para um fundamento de validade objetiva
da física ou psicologia empírica; este trabalho ainda não tematiza o problema da constituição do
objetividade. Mas isso não significa que a formação de conceitos dependa apenas da 'vontade de
leis lógicas ”ou que as sensações individuais são transformadas em fenômenos meramente por legalização.
logicidade com abstração da ordenação formal do tempo, uma vez que verificamos que a atividade
A lógica da compreensão pressupõe o desenvolvimento estético do arranjo das sensações. Seguindo-
da terminologia da Dissertatio, a transição da aparência para a experiência, como duas etapas
diferente do conhecimento sensível, requer a intervenção de uma atividade sensível, cuja natureza é
estudado por Kant no contexto de seu projeto estético. Sua solução pode ser claramente insuficiente,
na medida em que isso ainda não problematiza a questão da validade objetiva desse conhecimento, mas
É importante notar que no período da Dissertatio isso não pressupõe de forma alguma que a legalidade
a lógica é suficiente para resolver o problema da formação do conhecimento empírico.

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2,5. «Sensível conceitualidade» e sabor Quatro cinco

possível constituir conceitos a partir dos fenômenos, que podem ser


assim subordinados ao entendimento, os materiais citados mostram
Por isso Kant detecta na sensibilidade uma capacidade voltada para a formação.
ção de conceitos, ou seja, uma atividade que permite 'conceitualidade
confidencial". Certamente não é viável investigar como isso é possível.
atividade meramente baseada em critérios como unidade, precisão, ordem, etc.
A solução de Kant é bastante simples e não é uma solução definitiva.
vai a este respeito. Mas o importante para o fio argumentativo do presente
Meu trabalho é verificar se no período da Dissertatio, na época de
gênese da crítica, ele já usa sua concepção estética para refletir
sobre um problema gnoseológico que ocorre ao nível do trabalho e cujo
O tratamento não será abordado a partir da crítica até 1790.
Esta dimensão sistemática da teoria estética de Kant com respeito a
desenvolvimento de sua teoria do conhecimento deve-se ao fato de que o sentimento estético
é interpretado por este último como a expressão subjetiva de um processo cognitivo
enraizado na sensibilidade, que então serve de base para esse sentimento.
sentindo-me;41 Por este motivo, inversamente, a natureza e especificidade deste pro
processos gnoseológicos são acessíveis e revelados a partir da análise do
condições desse sentimento. The R 67242 mostra claramente que a beleza
consiste justamente na expressão subjetiva do fundamento que possibilita

41 R 653, κ - λ , AA XV . 1 289: «O que agrada ao paladar não é propriamente o iluminar do


as próprias intuições, mas principalmente o que é universalmente válido no fenômeno. ' Antropologia-
Parow, AA XXV . 1 376: «Tudo o que existe de prazer no paladar deve ser universal, o juízo que agrada no
O gosto não deve ser privado, mas um julgamento universal ou um fundamento universal de satisfação. ' Quer dizer,
com isso Kant argumenta que o que agrada ao paladar é o fundamento universal que serve de base em geral
conhecimento sensível, e o sentimento estético é entendido como a percepção do efeito dessa função
damento gnoseológico sobre o espírito: «Da mesma forma, em segundo lugar, na boa música é necessário, para
por um lado, o compasso ou uma simetria do tempo, bem como, por outro lado, uma consonância ou um
proporção de tons, quando muitos tons são reconciliados. Isso é algo que agrada porque tudo que
mente, nosso humor produz esse efeito em nós, o que certamente pode ser dito
de um clareamento da intuição sensível quando os seres humanos não podem ser representados de outra forma
uma grande multiplicidade ”[Anthropologie-Parow, AA XXV . 1 378s.]. Veja também Anthropologie-Parow,
AA XXV . 1 375: «o gosto é uma representação da coisa tal como parece, uma satisfação que é
Ela deriva da nossa própria atividade, do confronto [de algo] e da [sua] comparação ».
42 R 672, AA XV . 1 298: «Visto que todo objeto da sensibilidade tem uma relação com o nosso estado,

também no que diz respeito ao que pertence ao conhecimento e não à sensação, ou seja, na comparação
dos vários e da forma (visto que esta mesma comparação afeta nosso estado, na medida em que nos traz um
esforço ou o alivia, e acelera ou interrompe a totalidade da atividade de nosso conhecimento), então há
algo em todo o conhecimento que pertence à satisfação, mas apenas na medida em que [...] os aplausos
não diz respeito ao objeto; e a beleza não é algo que ( g ) possa ser conhecido, mas apenas percebido.
Aquilo que coloca no objeto e que consideramos como uma propriedade [aplausos] dele deve consistir
portanto, no que vale para cada um. Agora, as leis da relação no espaço e no tempo são válidas para
cada um, independentemente dos sentimentos que cada um tenha. Portanto, em todos os fenômenos a forma é
universalmente válido; Esta forma também é conhecida de acordo com as leis comuns de coordenação; para o
Portanto, o que está de acordo com as regras de coordenação do espaço e do tempo agrada necessariamente a cada um
que e é lindo ”[grifo do autor]. Veja também Logik-Philippi, AA XXIV . 1.353; Anthropologie-Collins,
AA XXV . 1 181s.

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46 Leis de sensibilidade e formação de conhecimento sensível

conhecimento sensível, na medida em que esta fundação produz um


atividade nas faculdades que é percebida pelo sujeito. Apesar do objetivo
vida sensual que reconhece à beleza, neste texto Kant nega que
o sentimento estético que o acompanha é uma propriedade que pode ser
sensível ou confusamente conhecido pelo objeto; isto é, quando declaramos
algo tão bonito não estamos sabendo de algo no objeto, pois o que agrada em
gosto é a própria universalidade desta atividade de natureza cognitiva
que torna possível, em geral, conhecer um objeto em sensibilidade por
do assunto. Nesse sentido, a análise do gosto oferece a razão cognoscendi de
as condições que servem como ratio essendi. Na terceira Crítica, Kant terá
uma ideia muito diferente do que é essa ratio essendi, ou seja, do fundamento
que possibilita a reflexão sobre os fenômenos. Com isso, a estrutura em
aquele que fundamenta a validade do gosto neste último período irá pressupor
uma teoria de objetividade e conhecimento diferente da encontrada
Estamos na Dissertatio. No entanto, será mais uma vez a sua convicção
que a análise crítica do julgamento estético oferece a razão cognoscendi de tal
condições que o levarão a defender o sentido sistemático da crítica
do Julgamento de gosto na Kritik der Urteilskraft. No parágrafo seguinte I
Faremos uma fusão nesta questão, em linha com a crítica de Kant da concepção de
A estética baumgartiana como cognição sensível.

2.6 A crítica de Kant a Baumgarten: a crítica do gosto não é


uma ciência da beleza

Nos parágrafos anteriores, foi apontado que as ligações de Kant com Baum-
Garten e Meier em seu interesse na ampla clareza e vivacidade do conhecimento
fundação sensível. O conceito de síntese sensível que detectamos no início
da década de 1770 apresenta uma relação patente com o conceito de esclarecimento
extensão e seu tratamento a partir da concepção baumgartiana do análogo
gon rationis. Ao mesmo tempo, a caracterização da sensibilidade como um
tad specific supõe na Dissertatio uma superação do projeto estético
de Baumgarten, na medida em que a definição por este último do
fundação das faculdades inferiores como sensíveis levará em Kant a um
abandono definitivo do conceito de confusão para explicar a peculiaridade
de sensibilidade. A tentativa de Baumgarten de pensar sobre sua especificidade
reino do sensível levará a uma separação estrita entre o sensível e o
intelectual, através da fundação formal de um conceito de distinções
Ção sensível que, certamente, ainda não foi desenvolvida pela primeira. Daí
que encontramos no Nachlass e no Vorlesungsnachschriften após

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2.6. A crítica de Kant a Baumgarten 47

a dissertação inaugural um distanciamento explícito de Kant do


ancoragem do cognitio sensorial Baumgartiana na metafísica Leibniciana.
Como já foi apontado, Kant funda esta distinção sensata [sinnliche
Deutlichkeit] nas leis formais e universais da sensibilidade:
Precisamente por isso podemos ter A: uma distinção sensata de acordo com as leis estatutárias.
ética;
e B: uma distinção lógica de acordo com leis lógicas [...].
1ª A distinção sensata de acordo com as leis da estética nada mais é do que o
distinção de intuição [Logik-Blomberg, AA XXIV . 1130]43 .

Essa demarcação entre a distinção estética ou sensível e a distinção


lógica como especificamente diferente é o que leva Kant a um confronto
com a posição proveniente da tradição que foi coletada no
Manual de Meier, pelo qual o primeiro deixa de considerar este conceito
como um critério de origem exclusivamente racional.
Poetas e oradores são diferentes no sentido amplo [extenso]. O mar-
ca do sensível não é indistinção ou confusão, como pensa o autor,
Baumgarten e muitos outros. [Poetas] não chegam ao fim fazendo isso com
fuso, mas diferente; eles precisam da distinção tanto quanto o lógico, mas isso é
caso contrário [...] [Logik-Philippi, AA XXIV . 1 413s.]44 .

Na sensibilidade, há uma distinção específica, diferente da distinção


lógica do intelecto. A distinção lógica é baseada na subordinação
revisão analítica de notas de conceito; por outro lado, na sensibilidade existe
uma síntese de notas coordenadas de acordo com a forma do espaço e do tempo. É esta
uma distinção especificamente sensível que o poeta deve perseguir.
Também foi descoberto que Kant também encontra nas leis de
sensibilidade a base para a crítica de gosto. Contanto que sejam derivados
de relações de acordo com os princípios formais de espaço e tempo, o gosto
encontra neles o fundamento de sua validade universal e objetiva. Agora
bem, a especificidade da estética versus o conhecimento do entendimento
impede que esta universalidade seja igualada à universalidade derivada
de uma certa regra ou conceito. Embora baseado na estrutura do
conhecimento meramente sensível, o julgamento do belo não pode
basear-se em regras lógicas ou discursivas, da mesma forma que a compreensão saudável
não apóia seu julgamento crítico sobre os preceitos. Esta tensão entre validade
universal que é reconhecido no julgamento estético e sua independência
no que diz respeito à compreensão é o cerne da futura exposição do anti
sem gosto de gosto.

43 Ver também R 643, AA XV . 1 283 9-18 ; R 2357, κ - ξ ? ( ρ - ϕ ?) ( η ?), AA XVI 331.


44 Ver também a esse respeito Logik-Blomberg, AA XXIV . 1 127 11–39 .

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48 Leis de sensibilidade e formação de conhecimento sensível

Existe um grande mal-entendido quando se diz que o gosto é um certo


o julgamento privado de uma pessoa sobre o que a agrada ou agrada. Tal
pessoa não tem um pingo de gosto. O gosto também tem leis universalmente
São válidos, mas é possível conhecê-los a priori de forma abstrata? Não, só em
concreto; porque na realidade as leis do gosto não são leis do entendimento,
mas leis universais da sensibilidade [Logik-Blomberg, AA XXIV . 1 46].

Assim, parece óbvio que as leis da sensibilidade constituem os fundamentos


de gosto, mas não cumprem a função de critérios de julgamento de
belos objetos. Pode-se admitir que, se algo agrada a sensibilidade com um
alegação de universalidade, isso se deve ao fato de tal prazer ser baseado nas leis
universais da sensibilidade, razão pela qual Kant considera tal sentimento ser
mais uma consequência desta fundação envolvida na reflexão sensata.
Mas a crítica de gosto não serve para decidir a priori, com base nessas leis,
o que vai agradar de acordo com esta reivindicação de universalidade ou como fazer um objeto
bela.45 E é que tais leis não são regras de julgamento do belo, mas
que, ao contrário, se revelam a posteriori, a partir do
própria experiência estética do sujeito: «Gosto é [o] Julgamento universal
válido na medida em que lhe agrada, de acordo com as leis da sensibilidade. leste
tem uma regra, mas não por meio do conhecimento discursivo, mas por meio
o intuitum »[R 764, π , AA XV . 1 333]46.
Como verificamos no início deste capítulo [§ 2.2], o
A nova teoria da sensibilidade da Dissertatio admite a possibilidade de um
conhecimento sensível independente e anterior às condições discursivas
de compreensão. Da mesma forma, o julgamento de gosto não consiste em um julgamento
com base em regras ou princípios específicos; em vez disso, é um
determinação subjetiva da relação do objeto em concreto com respeito a
a minha sensibilidade: «Criticar significa comparar um caso particular com o todo
escopo da sensibilidade »[Logik-Blomberg, AA XXIV . 1.359]. Desta forma,
A partir de sua relação com esta teoria da sensibilidade, a concepção Kanban
tiana do gosto apresenta o paradoxo essencial ao problema estético, no
Na medida em que Kant argumenta que o julgamento de gosto consiste precisamente em um

45 Anthropologie-Collins, AA XXV . 1 194: «O que agrada obedece às regras estéticas, mas [isto
isso não significa que] o que é composto de acordo com regras estéticas vai para o prazer. As regras estéticas são
correto [recht] porque algo agrada quando for esse o caso [wenn é so ist]. Mas se houver um caso sob este
regra, mas que não está de acordo com o gosto e não agrada, então a regra será falsa [falsch] - embora não a
gosto. As regras estéticas não podem ser demonstradas a priori, mas a partir de exemplos de experiência;
Portanto, é muito prejudicial pensar - como é o caso, infelizmente, nas escolas - que aprender a
A estética consiste em poder cortar um molde de acordo com estas regras ”.
46 Anthropologie-Parow, AA XXV . 1 387: 'Mas qual é o tipo de aprendizagem [do gosto]? Não é possível

produzir qualquer sabor a partir das regras, mas o gosto está sujeito apenas à intuição, ou seja, ao exemplo
ou o próprio fenômeno.

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2.6. A crítica de Kant a Baumgarten 49

juízo não discursivo do caso singular que se apresenta ao sujeito no


sensibilidade.
Deve-se notar também que, com base na teoria da sensibilidade
exposto na Dissertatio, a solução em relação à antinomia do paladar
difere radicalmente da posição alcançada na terceira Crítica. Enquanto
após neste último trabalho a validade do gosto não alude a uma conformidade
eficaz com a acusação de outros, mas para uma reivindicação de adesão
universal, independentemente de ser realmente realizado ou não, no
período em que nos concentramos nesses momentos Kant pensa que, embora
não podemos determinar esta conformidade a priori pelo recurso a re-
glas, meu julgamento de gosto, se não for um julgamento falhado, significa uma conformidade
eficaz com a sensibilidade dos outros, na medida em que as leis de
A sensibilidade é universal e constitutiva da natureza humana.47
Confrontado com Baumgarten, a constatação de que as leis da sensibilidade
não fazem sentido como fundamentos do gosto como critérios diferentes.
cursivas de acusação leva Kant a uma separação entre a crítica de
gosto e qualquer doutrina ou ciência que pretenda desempenhar um papel
prescritiva no que diz respeito à acusação do belo. Em sua alusão ao
conceito de gênio, a fim de ilustrar o conceito de crítica, surge
manifestamente que sua concepção do status epistemológico do
julgamento de gosto também é marcado pela influência da filosofia
Anglo-saxão, em particular pela concepção do conceito de crítica e
criança nesta tradição. Em Logik-Jäsche, você apresentará uma oposição interessante
entre Baumgarten e Home em relação à questão em questão:
Alguns, especialmente oradores e poetas, tentaram raciocinar sobre o
gosto, mas eles nunca fizeram um julgamento decisivo sobre isso. O filósofo Baum-
Garten, em Frankfurt, planejava fazer uma Estética como ciência. Sim em-
Porém, Home acertou mais ao chamar a Estética de crítica, visto que esta
não oferece regras a priori que determinam o julgamento suficientemente, como em
lógica, mas extrai suas regras a posteriori e generaliza por comparação
as leis empíricas de acordo com as quais conhecemos a imperfeição ou perfeição
(beleza) [Logik-Jäsche, AA IX 15].

Conforme já indicado no capítulo anterior [§ 1.5], o conceito de crítica


não é usado ainda de acordo com o significado específico que Kant irá atribuir a ele a partir de
o Kritik der reign Vernunft. É sobre crítica estética, sobre acusação
e discernimento em relação aos produtos de arte e objetos bonitos, em

47 Cf. Anthropologie-Parow, AA XXV . 1 390 2 , 378 10-13 ; Anthropologie-Collins, AA XXV . 1 181 18–20 ,
181 31-32 ; R 672, AA XV . 1.298; Logik-Blomberg, AA XXIV . 1 45 25–29 .

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cinquenta Leis de sensibilidade e formação de conhecimento sensível

relação com o próprio estado do sujeito através do caso concreto apresentado


à intuição.48
Essa exclusão do gosto do campo da ciência, com base na influência
da filosofia anglo-saxônica, terá consequências importantes no desenvolvimento
da estética kantiana. Por um lado, isso explica desde o início o personagem
gosto baseado em critérios como sociabilidade e comunicabilidade.
lidade, traços que a definem como um sensus communis. Na verdade, sua teoria de
as leis da sensibilidade se baseiam no reconhecimento dessa universalidade
da natureza sensível do ser humano, o que garante precisamente a
validade universal do gosto.49
Percebe-se a partir deste momento que o confronto com o
O projeto Baumgartiano do qual participamos agora terá consequências em relação a
com a possibilidade de uma fundamentação filosófica do gosto, como tal
o distanciamento significará que este fundamento deve ser pensado a partir de
critérios outros que os de conhecimento, pelo menos de acordo com a caracterização
Kantian de conhecimento e ciência da Dissertatio. Pois sim

48 Ver Logik-Philippi, AA XXIV . 1344: «Temos uma força natural de discernimento [natürliche
Unterscheidungskraft] através do qual discernimos se algo é bonito ou não '; ver também R 1587, AA
XVI 26. Anthropologie-Parow, AA XXV . 1385: 'A teoria do gosto não é uma doutrina, mas uma crítica
ética. A crítica é o discernimento de valor em um assunto já dado, então, se essa teoria é uma doutrina,
aí se aprende a ser genial [...] ». Anthropologie-Collins, AA XXV . 1 175s.: «Não posso
Oferecemos a priori uma teoria do gosto, mas temos que ter seus produtos diante de nós [...]. A partir de
portanto, apenas uma crítica de gosto pode ser oferecida a priori, mas não uma doutrina »[ver também AA
XXV . 1 194; R 764, π , AA XV . 1.333; R 622, κ ? ( η ? ι ?), AA XV . 1.269]. A gênese do conceito de crítica
em estética, a ilustração no campo das artes foi estudada por T ONELLI , Giorgio e VON
B ORMANN , Claus (1976): "Die Auffächerung des Begriffs Kritik", em R ITTER et alii 1771ss., IV 1262–66;
ver também T ONELLI , Giorgio (1978): «“ Crítica ”e termos relacionados anteriores a Kant. Um Sul Histórico
vey ', em Kant-Studien 69, 1978, 119-48; bem como T ONELLI 1955: 138–40. Na gênese do conceito de
Crítica da filosofia de Kant, ver especialmente L EE , Yeop (1989): 'Dogmatisch-Skeptisch'. Eine Vorun-
tersuchung zu Kants Dreiergruppe 'Dogmatisch, Skeptisch, Kritisch', dargestellt am Leitfaden der begriffs- und
entwicklungsgeschichtliche Methode, tese de doutorado, Universität Trier: Trier. Sobre a relação da estética
de Kant neste período com a filosofia anglo-saxônica, principalmente no que diz respeito ao conceito de gênio,
ver M ENZER 1952: 83–89; bem como Z AMMITO 1992: 28. No § 5.5 deste trabalho iremos nos concentrar
com mais detalhes sobre o conceito de gênio.
49 Anthropologie-Collins, AA XXV . 1 175f.: «Os fundamentos da explicação do gosto baseiam-se no

natureza humana". Anthropologie-Collins, AA XXV . 1 179f.: «O sabor é o principium segundo o qual


os seres humanos podem desfrutar de um prazer social universal [gesellschafftlich] [...]. É adorado e busca
o belo apenas para a sociedade [...]. O gosto tem regras fixas, pois é baseado na humanidade; sem
Porém, isso só pode ser alcançado com a experiência [...]. O gosto é universal, faz
Manifesto uma certa conformidade ». Neste contexto, D UMOUCHEL [1999: 152, 160-64] argumentou que
Por meio dessa teoria, Kant oferece uma base para a subjetividade sensível na medida em que a subjetividade.
universal, para além das implicações empíricas e psicológicas presentes em momentos anteriores. Não
No entanto, essa concepção pode ser diferenciada da posição alcançada por Kant após a fundação do
razão prática, tão influente no surgimento da terceira Crítica, segundo a qual se dá atenção à
versatilidade da subjetividade como universalidade ideal e possível. No período em que servimos em
neste momento, porém, Kant se refere apenas a uma universalidade efetiva, constitutiva da subjetividade

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humano, na medida em que o gosto mostra que todos os seres humanos de fato concordam sobre o que
em relação às leis que constituem a sua natureza sensível.

Página 76

2.6. A crítica de Kant a Baumgarten 51

os princípios de uma crítica do gosto devem, em última análise, reivindicar


autonomia em relação ao domínio do intelectual, então o tipo de valor
A clareza envolvida no julgamento não pode ser entendida de acordo com os princípios de
compreensão e, portanto, a crítica de gosto não pode se constituir como
uma cognitio sensível, que teria um corpo doutrinal específico.cinquenta
Nesse sentido, o surgimento da estética crítica na Kritik der Urteils-
Kraft deve ser interpretado como o resultado de uma reconciliação entre as
Tradição alemã e as críticas que Kant reconhece da filosofia antiga.
glossário, analogamente ao reconhecimento do "problema de Hume" em
no que diz respeito à fundação do conhecimento.51 Como disse antes
Posteriormente, a recusa em considerar a estética como uma doutrina se deve ao
reconhecimento do caráter não prescritivo da crítica de sabor:
Baumgarten afirma que a beleza é um fenômeno perfeito, [isto é,] o
perfeição no fenômeno. Mas a beleza pode ser detectada em objetos e
no conhecimento desta explicação? [Logik-Blomberg, AA XXIV .1
77].

Onde as ciências finas estão incluídas? Pertencem a bolsa de estudos ou não?


Não existe ciência do belo, porque não pode ser oferecida em
primeiras regras absolutas, que é claramente o que deve estar em um
Ciência. A teoria do gosto não é teoria nem doutrina, mas apenas uma crítica.
ética; criticar significa comparar um caso particular com todo o escopo de
sensibilidade. As regras da crítica são mais explicações fenomenorum do que
preceitos para objetos reais [Logik-Philippi, AA XXIV . 1 359]52 .

No Vorlesungen über Anthropologie, no entanto, Kant descreve o


sim, eles regem o gosto como princípios a priori. Contanto que o julgamento do gosto

50 B AUMGARTEN incluirá entre as utilidades da estética a possibilidade de extrair preceitos ou


princípios que podem ser úteis aos artistas: «bona principia studiis omnibus mansuetioribus artibusque
liberalibus subministrare »[B AUMGARTEN , Alexander Gottlieb (1750–1758): Aesthetica, Hildesheim e
New York 1961, 2 1970: § 3, 2]. Quanto ao alcance epistemológico da nova disciplina, ele considera que o
fundamentos da psicologia empírica estabelecidos em sua Metafísica fornecem uma base para considerar o
a estética como ciência. Baumgarten defenderá que esta nova disciplina, como cognitio sensível,
constitui uma arte que não se opõe à ciência em um sentido especificamente diferente [1750-1758: § 10,
4]. Sobre o caráter "emendatório" da estética de Baumgarten, ver H ERNÁNDEZ M ARCOS 2003:
103s. n. 43
51 Cf. D UMOUCHEL 1999: 19.

52 Ver a anotação adicionada a R 1810: «( s Não há princípio de gosto, ( s (doutrina).


não uma doutrina de gosto (crítica) para a imaginação) ”[ κ - λ , AA XVI 123]. Veja também
Anthropologie-Parow, AA XXV . 1.385; bem como R 670, κ 3 - ν 2 , AA XV . 1 297 e Logik-Blomberg, AA XXIV . 1

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
24 3–11 . Nesse ponto, encontramos novamente uma divergência entre a tese de Kant e a exposição controversa.
dado no Betrachtungen de H ERZ de 1771. De acordo com o último, os fundamentos do conhecimento sensível
não só servem para garantir a validade dos julgamentos de gosto, mas também funcionam como critérios
rios de julgamento ou produção do belo [1771: 46, 23]. Por este motivo, julgo errado
o recurso ao texto de H ERZ para uma compreensão do conceito de distinção sensível e sua aplicação
ao julgamento estético na filosofia de Kant deste período, como D UMOUCHEL 1999 tenta :
183–85.

Página 77

52 Leis de sensibilidade e formação de conhecimento sensível

agrada a todos, deve-se presumir que há em sua base um alicerce


universal. Ele chega a afirmar que tais regras podem ser conhecidas a priori
ri e independentemente da experiência [Anthropologie-Collins, AA XXV .1
197 30-31 ].53 No entanto, na mesma lição em que esta afirmação é encontrada,
ção defende, de acordo com a linha geral mantida nas demais
dos materiais Nachlass e do corpus da lógica, que essas regras só podem
pode ser conhecido a posteriori do julgamento em concreto: «[e] n
em relação ao gosto real, tenho que julgar por experiência sobre o que
que agrada universalmente; ao passo que, com respeito ao sabor ideal, isso pode
ocorrer a priori »[AA XXV . 1.179].
Com isso, Kant está aludindo a dois sentidos de crítica. Por um lado, é
o próprio julgamento emitido pelo gosto, cuja normatividade e
correção só são reveladas a posteriori, no ato da acusação
o mesmo de belos objetos. Em segundo lugar, e isso é o mais importante,
Kant já aprecia a possibilidade de um julgamento das condições que regem
gosto como uma faculdade da mente humana. Certamente a correção
Esses julgamentos só podem ser verificados a posteriori, mas a filosofia pode
refletir sobre a validade das condições que regem tal correção e sua
significado no sistema de conhecimento. Se algo agrada universalmente,
De acordo com Kant, isso só pode ser porque o gosto se baseia, nesse caso, em um
fundamento universal da sensibilidade. Esta fundação, mesmo quando apenas
pode dispor dele na medida em que for revelado na acusação
eficaz, não tem origem empírica e pode ser objeto de pesquisa
por parte do conhecimento intelectual:54
Se o gosto for investigado de acordo com a indicação do entendimento, então este
o julgamento não é privado e os seres humanos têm regras universais para o julgamento.
ciação do gosto [Anthropologie-Collins, AA XXV . 1 180]55.

Na medida em que tais regras são formais e puras, Kant admite que
possibilidade de um conhecimento racional a ser visto nas condições do
53 A ideia de que já neste período é possível encontrar o reconhecimento de princípios a priori do gosto
por Kant foi defendido por G UYER 2003: 141.
54 Este fundamento universalmente válido e priori do conhecimento sensível em geral e do gosto

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto

em particular é percebido pelo sujeito através do seu sentido interno, a saber: a posteriori, razão de
que P ANKNIN -S CHAPPERT [2008: 31] nega que Kant reconheça a prioridade dos princípios do
gosto. O autor interpreta a posição filosófica desse período à luz do Beobachtungen über das
Gefühl des Schönen und Erhabenen, sem dar atenção às variações que a Dissertatio supõe em
no que diz respeito ao reconhecimento de princípios de sensibilidade a priori. A este respeito, não apenas no
período próximo a 1770, mas mesmo no Kritik der Urteilskraf, Kant argumenta que o assunto apenas concorda
a posteriori ao fundamento do juízo de gosto, isto é, através da sua própria sensação particular, que
nem assume, neste caso, que este fundamento é de origem empírica e não pode ser interpretado por
o filósofo como princípio a priori do Juízo; veja a este respeito KU, V 298.
55 Ver também Anthropologie-Collins, AA XXV . 1 175: «O entendimento deve mostrar as consequências

termos segundo os quais algo pode dar prazer de acordo com as leis da sensibilidade. '

Página 78

2.6. A crítica de Kant a Baumgarten 53

gosto: «A forma de sensibilidade pode ser julgada e analisada pelo


razão (espaço e tempo), [mas] não a questão da sensação. Portanto, o
o gosto tem uma relação formal com a razão ”[R 759, ξ , AA XV . 1.331].
É precisamente esta circunstância pela qual o sentimento estético é
considerada como a expressão subjetiva de um fundamento objetivo do
conhecimento sensível, o que explica por que Kant detecta um interesse filosófico em
análise de sabor; já que no julgamento concreto sobre o belo,
eles revelam tais condições universais de conhecimento sensível.
Se Kant está preocupado com a faculdade de julgar de acordo com o gosto, isso não deveria ser
meramente para interesses estéticos, nem, é claro, não pensar que
Isso torna possível oferecer um corpo doutrinário a partir do qual o
acusação. Em vez disso, a análise do gosto fornece, a partir de uma análise racional
um acesso ao seu fundamento, ou seja, a estrutura universal que constitui
sensibilidade e conhecimento sensível no ser humano.
Esta dupla consideração do conceito de crítica servirá de base para
rrollo da crítica dos julgamentos estéticos no Kritik der Urteilskraft. Pois sim
bem neste trabalho a crítica é entendida em um sentido transcendental, segue-se
considerando que o ato da ação penal de acordo com o gosto, na medida em que ars
crítica, não pode estar sujeita a regras, mas encontra em cada caso o seu
critério último no sentimento singular do sujeito [KU, V 379]. Um dos
principais pontos que marcam a possibilidade da crítica transcendental do
valor estético neste trabalho é que uma reflexão a priori sobre
os fundamentos desta faculdade: «[A crítica do gosto] é arte quando mostra
Veja a regra apenas a partir de exemplos; esta é uma ciência quando deduz
a possibilidade de tal ação penal com base na natureza dessa capacidade.
Apenas e exclusivamente com o último estamos preocupados aqui, como críticos
transcendental ca '[KU, V 380, itálico do autor]. Deve-se reconhecer que Kant
ainda não atingiu sua concepção de crítica transcendental no período

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
que cobrimos neste capítulo. Esta concepção será desenvolvida a partir de
do Kritik der reinen Vernunft e será aplicado pela primeira vez ao caso particular
lar de julgamentos estéticos na Kritik der Urteilskraft. Mas é evidente que em
período próximo à Dissertação, esta já se distingue entre uma ars crítica, em
tanto aquela crítica que emite o gosto ou a arte de julgar, por um lado, e
a análise das condições que regem esta faculdade e que explicam o seu lugar
sistemática no âmbito do conhecimento humano. Bem, como nós temos
provado, no período da Dissertatio Kant ele está deduzindo «a possibilidade
qualidade [do julgamento de gosto] com base na natureza desta faculdade ”,
a saber, a natureza universal da sensibilidade humana. Nas duas vezes
seu desenvolvimento intelectual, esta análise parte do reconhecimento de que

Página 79

54 Leis de sensibilidade e formação de conhecimento sensível

o sentimento estético constitui a expressão subjetiva de seu fundamento.


O que marcará uma separação nítida entre as duas abordagens será apenas
Em que consiste esta fundação, qual é o seu lugar no sistema de
razão e quais consequências esta análise pode ter para a justificação
crítica da racionalidade humana.

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto

Página 80

Capítulo 3

O significado analógico do belo: entre o sensível e


o intelectual

3.1 introdução

A circunscrição da estética ao domínio sensível não impede Kant


também apresentar suas reflexões no contexto da pesquisa sobre o
relação entre o sensível e o intelectual. Embora comece a partir da demarcação
entre as duas áreas, também se esforçará para extrair uma contribuição sistemática
tema de sua teoria do gosto e da beleza em relação à moralidade e
teleologia. Este capítulo deve examinar em que medida esses desenvolvimentos

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
Teóricos são compatíveis com as idéias que foram reconstruídas no
parágrafos anteriores.
Kant incluirá uma crítica do gosto no plano da obra Die Grenzen der
Sinnlichkeit und der Vernunft; embora este projeto não tenha sido finalmente desenvolvido
lançada, esta inclusão inicial mostra que sua pesquisa sobre estética
respondeu neste momento a uma motivação filosófica, dentro da estrutura de sua
interesse em desenvolver as bases estabelecidas na Dissertatio. O que
É sabido que a localização da estética no sistema de filosofia não é
acabará por produzir até a publicação do Kritik der Urteilskraft em 1790,
a partir de um referencial teórico e suposições muito diferentes. No entanto, neste
No momento, iremos nos perguntar sobre o significado da inclusão da crítica
gosto no plano de Die Grenzen, a fim de aprofundar os insights
tereses que movem, desde o início, o desenvolvimento do seu projeto estético.
No primeiro parágrafo [§ 3.2] a estrutura geral do plano de manejo será descrita.
dito trabalho e será defendido que neste período Kant ainda considera sua teoria
sobre o gosto e a beleza como uma parte especial do futuro. Estética
Transcendental. Os dois parágrafos a seguir [§§ 3.3 e 3.4] destinam-se a
esclarecer sua teoria estética no quadro da relação entre

Página 81

56 O significado analógico de beleza

conhecimento intelectual e intelectual. Em primeiro lugar, atribui gosto


um papel pragmático ou pedagógico em relação à aprendizagem e ao desenvolvimento
rrollo de virtude na experiência moral do sujeito sensível. Segundo
Em segundo lugar, ainda é possível verificar uma definição do belo como percepção
sensível ao propósito, de acordo com a posição característica do
estética racionalista. Em ambos os casos, prestaremos atenção especial ao problema
da compatibilidade de tais ideias com a definição da autonomia do
reino estético que Kant pretende.

3.2 O plano da obra Die Grenzen der Sinnlichkeit und der


Vernunft

A última seção da Dissertatio apela para a necessidade de começar a partir de um


método propedêutico para a metafísica que ajuda a distinguir entre os
conhecimento sensível e conhecimento intelectual, a fim de evitar
que os princípios do primeiro se aplicam ao domínio específico do segundo
[Dissertatio, AA II 410-19]. Apenas esta demarcação entre os dois reinos
Evita erros e falácias na fundação e no desenvolvimento do

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
metafísica. Essa demarcação marcará o ponto de partida que Kant pretende
adotar no trabalho que planejou escrever após a dissertação.
ção de 1770.
Em uma carta a Lambert imediatamente após a Dissertatio [An
Lambert, 2 de setembro 1770, AA X 96-99] Kant insiste na necessidade de evitar
uso das leis da sensibilidade em metafísica, para as quais um
ciência negativa - "phaenomenologia generalis" - que, as propedeu
ética, precede esta disciplina e estabelece estritamente a validade e
limites dos princípios da sensibilidade. Este será o germe do plano
a obra Die Grenzen der Sinnlichkeit und der Vernunft, como exibida
também em correspondência com Herz.
Você conhece a grande influência que a compreensão verdadeira e distinta tem
diferença entre o que é baseado nos princípios subjetivos das forças de al-
natureza humana, não só de sensibilidade, mas também de compreensão, e a
que diz respeito aos objetos de todo conhecimento filosófico [Weltweisheit] ou o mais
propósitos importantes do ser humano em geral [...]. Portanto, agora mesmo
Eu estava empenhado em desenvolver algo que, sob o título Los Limits de la Sensi-
bilidade e razão, devem conter a relação dos conceitos fundamentais
e as leis que determinam o mundo sensível no quadro do plano de que
é constituir a doutrina do gosto, metafísica e moralidade [An Herz, 7.
Junho de 1771, AA X 122s.].

Ele já havia alcançado um desenvolvimento considerável no que diz respeito à demarcação.


cação entre o sensível e o intelectual na moralidade e nos princípios

Página 82

3.2. Die Grenzen der Sinnlichkeit und der Vernunft 57

derivar dele. Os princípios de sentimento, sabor e força de


acusação [Beurteilungskraft], com seus efeitos, [viz.] o agradável, o
lindos e bons, eu também os esbocei há muito tempo
satisfatório, e agora tenho um trabalho planejado que poderia ser chamado de Limites
de sensibilidade e razão. Nele eu pensei [que existem] duas partes, uma
teórica e outras práticas. O primeiro consiste em dois capítulos: 1. o Fenomenol-
guia geral, 2. Metafísica, nomeadamente, segundo a sua natureza e método. A segunda
[consiste] em dois capítulos: 1. princípios gerais de sentimento,
gosto e impulsos sensíveis, 2. os primeiros princípios da moralidade
[An Herz, 21 de fevereiro de 1772, AA X 129].

A primeira coisa a ter em mente é que este trabalho planejado por


Kant não pode ser considerado um esboço provisório do que mais tarde
viria a se tornar o Kritik der reinen Vernunft. É evidente que o
O projeto levantado aqui é mais amplo. Em primeiro lugar, o trabalho não se concentra apenas
na parte teórica da filosofia, mas também na parte prática, e inclui
uma teoria do gosto e do sentimento em geral. Como se sabe, o último
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de letras é de grande interesse para o estudo do desenvolvimento intelectual.
A tualidade de Kant, na medida em que nela também suscita, pela primeira
tempo, a necessidade de uma dedução transcendental a partir dos conceitos puros do
compreensão que demonstra sua relação com os objetos, ou seja, sua validade
objetiva. Depois de introduzir a divisão da parte teórica da filosofia em
menologia geral e metafísica, Kant admite ter percebido que em sua
projeto ainda carece de "algo essencial" [AA X 129s.] para resolver o problema
da metafísica; refere-se à questão da validade objetiva dos conceitos
puro de entendimento: «Em buscar desta forma as fontes de conhecimento
sem o qual a natureza e os limites não podem ser determinados
da metafísica, eu dividi esta ciência em seções essencialmente diferentes e
Procurei a filosofia transcendental [...] »[AA X 131s.]. Assim, observamos que
a crítica futura da razão teórica se relaciona a uma tarefa específica dentro
da parte teórica do sistema de filosofia. É sobre pesquisa sobre
a origem e validade do conhecimento intelectual. Este problema levará
para o desenvolvimento progressivo da futura Lógica Transcendental. Agora o carro
Isso indica que este é um dos problemas "especificamente diferentes" em que
a parte dedicada ao conhecimento intelectual foi dividida. De acordo com a declaração
ração de Kant, esta crítica da razão não substitui o plano delineado
em Die Grenzen. Se ele tivesse julgado que seu novo projeto de um trans-
cendental passou a ocupar em sua totalidade o espaço previamente delineado
para este plano inicial,1 não podemos entender por que na carta para Herz eu não sei

1 C ARL , Wolfgang (1989): Der schweigende Kant. Die Entwürfe zu einer Deduktion der Kategorien vor
1781, Göttingen: 38ss., Defende que a crítica veio substituir justamente esse plano, enquanto a noção
da "crítica da razão pura" supõe um novo conceito de metafísica, que seria justamente aquele designado em

Página 83

58 O significado analógico de beleza

fala de uma mudança de projeto, da qual tanto a parte


prático quanto a crítica de gosto. Em vez disso, é a apreciação de um
novo problema dentro do mesmo plano de desenvolvimento de seu projeto anterior,
um problema que tinha passado despercebido, especialmente
você na Dissertatio, e que ela se tornará o foco de sua atenção no
Kritik der reinen Vernunft.
Como foi encontrado no capítulo anterior, a teoria sobre sabor e
a beleza desenvolvida neste período está intimamente ligada a questões
ções de tipo epistemológico presentes na Dissertatio. Nesse contexto,
relação da reflexão estética com a compreensão de preocupações meramente
a usus logicus, isto é, a como podemos conhecer progressivamente o fenômeno

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
menos em sua singularidade por meio de nossos julgamentos particulares. Isto é para
Portanto, da constituição do fenômeno em sua singularidade pelo
sensibilidade, e não da constituição da objetividade do fenômeno de forma
que objeto sensível sob o pressuposto do uso real do entendimento. Isto é
este último problema específico é o que está sendo colocado pela primeira vez em
crítica. Como podemos ver neste trabalho, a vinculação de
estética com questões gnoseológicas nunca será usada por
Kant para enfrentar a questão da validade objetiva do conhecimento teórico
rico ou prático. Em vez disso, esta relação entre estética e conhecimento pressupõe
assumiu a validade objetiva do conhecimento, e fingirá focar em
cular na possibilidade de seu desenvolvimento com base em condições subjetivas.
Portanto, a atenção que Kant dá a partir deste momento ao problema
da validade objetiva do conhecimento, no contexto da emergência de um
novo conceito de crítica, por si só não implicará um rebaixamento ou abandono
dom do projeto estético, já que este projeto nunca foi destinado
para resolver este problema —novo—.
Isso não significa, no entanto, que suas reflexões sobre a estética não tenham
desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da futura Estética Transcendente
sem o qual a tarefa de uma crítica do
razão pura. Na verdade, pelo menos até o início da década de 1770, Kant
considera sua teoria da beleza como uma "estética especial" dentro da teoria
geral da sensibilidade, cujos primeiros passos encontramos na dissertação
inaugural.2 Certamente, a teoria da sensibilidade apresentada na primeira
parte do Kritik der reinen Vernunft envolverá uma redução ou restrição
deste projeto com raízes estéticas. Mas parece claro que por volta de 1771-

a carta para Herz. A mesma posição pode ser encontrada em N EIMAN , Susan (1994): The Unity of Reason.
Relendo Kant, Oxford e New York: 42 n. 1
2 Sobre a influência da estética ou cognitio sensível de Baumgarten na formação da Estética

Transcendental, ver B AEUMLER 1923: 121f., 263ss.; H INSKE 1996: 533–40.

Página 84

3.2. Die Grenzen der Sinnlichkeit und der Vernunft 59

1772 Kant ainda julgava que esta parte de suas investigações deveria ser incluída
dado na parte teórica da filosofia, em particular, como uma parte especial
na futura Estética Transcendental.
Os materiais cronologicamente próximos à oferta do plano de Die Grenzen
constância dessa relação entre uma estética especial e uma estética transcendente
dental: «Estética Transcendental { g universal}. [Da] Lógica Transcendental
o Metafísica. Sobre Estética Especial (prazer e desprazer). Teoria do gosto
[Geschmakslehre]. Na parte prática da filosofia. Da determinação de
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razão humana. Explicações »[R 716, ν ? ( λ - µ ?), AA XV . 1.317]. É posi-
É possível que esta nota constitua um esboço do plano Die Grenzen descrito em
as cartas anteriores.3 Na verdade, também há uma diferença entre uma parte teórica
e uma parte prática da filosofia. Dentro da parte teórica, Kant distinguiu
entre a estética transcendental e a lógica transcendental. The Anthropologie-
Collins também indica que atribui a esta estética transcendental
a mesma função da phaenomenologia generalis, ou seja, a demarcação
entre o sensível e o intelectual, razão pela qual foi incluído como
superior à metafísica na parte teórica do plano de Die Grenzen. O interessante
É digno de nota que nesta lição esta teoria geral do
sensibilidade à sensação de prazer e desprazer:
Terminamos o tratamento das representações com a explicação da Estética.
AC "Esta é geralmente a ciência dos sentidos." A diferenciação entre prazer
e o desprazer é estético. A estética pode ser dividida:
1.) Na [Estética] Transcendental; esta é a diferenciação das representações
Efeitos sensíveis de intelectuais [representações]. Na metafísica, ele ocupa seu
lugar no tratamento das diferentes fontes de conhecimento e, em particular,
cular, examina a forma da sensibilidade, ou seja, espaço e tempo.
2.) Em Estética Física; Isso trata os órgãos do corpo e uma parte do
em si, a Estética Fisiológica, reflete na sensação.
3.) A Prática [Estética] investiga o prazer e o desprazer na sensação [AA,
XXV . 1 42s.]4 .

É plausível supor que, pelo menos até 1773, Kant elaborou sua teoria es-
teoria como uma parte especial dentro da estrutura de sua teoria da sensibilidade, a
que ele considerou ao mesmo tempo, como uma fenomenologia geral, como uma primeira
nova etapa da parte teórica da filosofia. A partir das conclusões do
capítulo anterior, é possível afirmar que suas reflexões sobre os sentimentos
gosto e beleza desempenharam um papel fundamental na formação de
os conceitos usados ​na futura Estética Transcendental. Na verdade, no
a descrição do plano do Die Grenzen não menciona apenas a inclusão de um
fenomenologia geral, mas se refere à demarcação entre o belo, o
3 Isso é indicado por A DICKES ; cf. AA XV . 1 317 21–24 .
4 Ver também Anthropologie-Parow, AA XXV . 1 268.

Página 85

60 O significado analógico de beleza

bom e bom. No entanto, na segunda parte deste trabalho,


provaremos que na exposição definitiva da Estética Transcendental em
a primeira crítica de Kant deixará de se interessar pela relação entre o sensível
e sentimento subjetivo, atendendo exclusivamente ao aspecto formal da

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o sensível, com base no qual as representações do sentido interno podem
ser determinado como objetivo pelo entendimento. Com isso, o
relação da representação com respeito ao estado de espírito do sujeito e seu
a atividade cognitiva deixará de ser uma questão que deve ser enfrentada pela crítica
da razão pura, pelo menos como fundamento da validade objetiva
de conhecimento.
No entanto, essa exclusão do projeto estético no que diz respeito ao problema
validade objetiva do conhecimento não implica, ao mesmo tempo, sua dissociação de
ção com respeito a outras questões pressupostas na concepção kantiana
de “conhecimento intelectual”, como é exposto no Inau-
gural. Entre tais questões não deve ser incluído apenas o problema da validade
objetivo do uso real do entendimento, que é pressuposto na ontologia
tradicional, já que na Dissertatio o conhecimento intelectual também é definido
também de acordo com os princípios e interesses de um conhecimento racional que será de
novo objeto de exame na Dialética Transcendental da primeira Crítica.
E é que, depois da Dissertatio, o desenvolvimento da crítica não
só se apossará de um conceito de metafísica na medida em que —criticismo de—
ontologia, mas continuará a prestar atenção, justamente pelo prisma de
esta crítica ao conceito clássico de metaphysica especialis. Depois do exame
crítico das reivindicações desta metafísica, as questões colocadas no
ela mesma e seus interesses serão incorporados ao projeto futuro de uma metafísica
uma física dos costumes e uma metafísica da natureza.5 Assim, no contexto
desta dupla consideração da metafísica, Kant não conectará
seu projeto estético com suas reflexões sobre a legitimidade filosófica
de "ontologia"; mas ele tentará extrair um significado filosófico deste
projeto a partir de questões que dizem respeito à validade subjetiva da moralidade
em relação ao indivíduo sensível, ou à possibilidade de conhecimento

5 Por um lado, é o conceito wolffiano de metafísica analítica, que Kant irá colocar em relação a
o uso lógico do entendimento que encontramos na Dissertatio, e designará a metafísica especial ou a
futura metafísica dos costumes e metafísica da natureza. Como "metafísica aplicada",
Isso é direcionado à influência da razão nos objetos sensíveis, isto é, aos fundamentos racionais da
a experiência. Por outro lado, a partir de um segundo sentido desta disciplina, a metafísica será abstraída por
completo dos objetos dos sentidos e incidirá sobre o problema da validade objetiva dos conceitos
entendimento puro pelo qual a metafísica tradicional reivindicou um conhecimento de
os objetos. Kant se refere a esta parte especificamente diferente da metafísica como 'Transzendental-
philosophie ', que podemos identificar com aquela' crítica da razão pura 'mencionada na carta a
Herz, que constituirá uma tarefa específica dentro do âmbito teórico da filosofia. Veja a este respeito
V ÁZQUEZ L OBEIRAS , 1998: 187, 194.

Página 86

3.3. O belo como análogo da perfeição moral 61

natureza teleológica da natureza, antes mesmo de articular uma crítica à

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reivindicações cognitivas da razão pura.
Assim, a partir dessa posição pré-crítica, Kant recorrerá à teoria do sentimento.
e beleza no contexto de suas reflexões sobre um conceito de
perfeição que certamente ainda deve muito à tradição de que
seu projeto estético é nutrido. No entanto, o recurso à estética em tais tratamentos
Os argumentos deixam claro que Kant não se baseia simplesmente em
a ligação entre beleza e perfeição que pode ser detectada na filosofia
Alemão do século XVIII . Na verdade, a articulação de suas reflexões começa
precisamente da demarcação entre o sensível e o intelectual por meio da qual
progressivamente se distancia dessa tradição, pelo menos na medida em que
às soluções a partir das quais a crítica tenta enfrentar os problemas
herdado dele. Como veremos, suas reflexões a esse respeito são de
interesse precisamente na medida em que expressam que Kant não apenas defende
a exigência de partir da demarcação metodológica entre o que é sensível e o que é
intelectual, mas também reconhece a necessidade de pensar em algum tipo
mediação entre as duas áreas que não viole esta demarcação.

3.3 O belo como análogo da perfeição moral: o sentido


pragmática de gosto no conhecimento mundano

Com relação à interpretação do plano do Die Grenzen, você também deve-


Nos perguntamos sobre a incorporação explícita da crítica de gosto e
sentimento em geral na parte prática da filosofia. Como é sabido,
Kant mais tarde exigirá separar o projeto de fundação da moralidade de
qualquer elemento desta natureza. É verdade que também neste primeiro
a tematização riodo do conhecimento racional na esfera prática requer
anteriormente uma demarcação estrita entre os elementos sensíveis e intelectuais
mas os primeiros não deixam de fazer sentido no plano geral
da obra. Assim, pelo menos até 1781,6 Kant pensa que a elucidação final
O princípio da moralidade exige que se leve em consideração a relação com a sensibilidade e
sentimento, por isso deve ser complementado com um estudo deste último.
meu domínio, pelo menos no que diz respeito à compreensão da experiência
moral do indivíduo.

6 Na primeira edição do Kritik der reinen Vernunft Kant faz referência à relação de moral
com sensibilidade e sentimento: "Mesmo quando os princípios supremos da moralidade e seus conceitos
os conhecimentos fundamentais constituem um conhecimento a priori, mas não pertencem ao Tras-
cendental, uma vez que neles os conceitos de prazer e desprazer, de desejo e inclinação, devem ser pressupostos,
etc., todos de origem empírica ”[ A 14s., II 65]. Na segunda edição da obra
Esta afirmação será corrigida, de acordo com a incorporação da filosofia prática no sistema de
a teoria da razão.

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62 O significado analógico de beleza

Por volta de 1770, sua posição se destaca pelo reconhecimento da


nência de um estudo de sentimentos e emoções para uma compreensão
visão do ser humano e de seu mundo. Diante de outras abordagens do
época, ele atribuirá um lugar específico à sua nova crítica do gosto do mar.
co de sua exposição acadêmica sobre o conhecimento mundano em geral e o
conhecimento do ser humano ou da antropologia em particular. Neste parágrafo
destacar o sentido pragmático que Kant atribuiu ao gosto neste período
em relação ao escopo prático. Em particular, deve-se notar que este significado
A abordagem pragmática, em última análise, pressupõe uma relação entre o estético e o
conhecimento intelectual que deve ser entendido em sentido analógico.
Incorporando aulas de antropologia em sua atividade de ensino
centenário de 1772 coincide com o surgimento desta área do conhecimento
base empírica como 'disciplina acadêmica comum' [An Herz, Ende
1773, AA X 145s.]. A caracterização do significado pragmático de tais lições
informações neste período mostra que Kant coleta, em suas exposições e reflexões
questões filosóficas, interesses e questões da tradição. O que
sabe-se, ele usará permanentemente como manual para suas aulas a seção
dedicado à psicologia empírica na Metafísica de Baumgarten;7 embora
a antropologia da primeira supõe uma correção da abordagem sistêmica
objeto desta última, enquanto a antropologia, devido precisamente a
personagem empírico como herdeiro da psicologia empírica, deixará de se formar
É parte da metafísica e será considerado por Kant no mesmo nível que
ciências naturais [Anthropologie-Collins, AA XXV .1 7 16 –8 16 ; Antropologia-
Parow, AA XXV . 1243 25 -244 6 ]. Esta separação da antropologia de
no que diz respeito à colocação anterior da psicologia empírica no sistema de
a metafísica marcará o início de sua independência acadêmica e envolverá
sua inauguração no Iluminismo alemão como uma ciência autônoma de
caráter empírico. Mas também deve ser levado em consideração que este
mudança de localização é principalmente devido ao significado claro
pragmática e pedagógica que Kant atribui a esta disciplina, o que justifica
seu interesse em introduzi-lo no campo acadêmico da Universidade de
Königsberg, na medida em que esse conhecimento pode e deve preceder o
aprendizagem metafísica.8 Também não podemos esquecer, a este respeito, o

7 Sobre a relação entre a antropologia de Kant e a psicologia empírica de Baumgarten, ver H INS -
KE Norbert(1966): "Kants Idee der Anthropologie", em H. Rombach (ed.) (1966): Die Frage nach dem
Menschen. Aufriß einer philosophischen Anthropologie. Festschrift für Max Müller zum 60. Geburtstag, Frei-
burg and München, 410-27: 412f., 416, 424 n. 27; bem como L INDEN , Mareta (1976): Untersuchungen zum
Anthropologiebegriff des 18. Jahrhunderts, Frankfurt am Main, etc.: 68–75.
8 Esta localização da antropologia por sua função propedêutica no que diz respeito à metafísica.

caracteriza a posição de Wolff sobre a psicologia empírica, ver a este respeito H INSKE , Norbert
(1999): «Wolffs empirische Psychologie und Kants pragmatische Anthropologie. Zur Diskussion über die

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3.3. O belo como análogo da perfeição moral 63

rastejo de 'as observações de autores ingleses' [Anthropologie-Collins,


AA XXV .17] para o estudo das "fontes das ações humanas ou de
fenômenos múltiplos da alma ”[Anthropologie-Parow, AA XXV . 1 243], co-
O próprio mo Kant admite no início das aulas do semestre de inverno
de 1772–1773. Portanto, o objeto das aulas de antropologia é
pondere o ideal tipicamente iluminado de treinamento por meio do conhecimento
da natureza humana e não pode ser considerada meramente como um tipo
mais do conhecimento empírico, como Menzer argumenta.9 Por outro lado, o
O interesse deste estudo da natureza humana também está ligado à doutrina
um aristotélico das virtudes intelectuais, pelo qual Kant irá até mesmo
definir doutrinas de natureza pragmática como "doutrinas de prudência"
[Anthropologie-Friedländer, AA XXV . 1.471].10
As declarações de Kant sobre o propósito das aulas estabelecem
importância do significado pragmático da antropologia. Em uma carta para Herz de
final de 1773 escreve:
Neste inverno, estou ensinando um collegium privatum pela segunda vez
na Antropologia, que agora proponho transformar em uma disciplina acadêmica
dêmica comum [...]. Apenas minha intenção é totalmente diferente [de
Platner].11 Minha intenção é possibilitar a formação das fontes de todas as
ciências que têm a ver com o método de formação e governo dos seres
humano nos costumes, destreza e tratamento. Portanto, eu me concentro mais em
manifestações e suas leis que nos primeiros princípios de possibilidade
no que diz respeito à natureza humana em geral [...]. Entretanto eu trabalho
de bom grado na doutrina baseada em observações sobre o desenvolvimento do
destreza, prudência e até sabedoria, destinadas a jovens acadêmicos
[An Herz, Ende 1773, AA X 145s.].

Em Anthropologie-Collins [AA XXV .19 9–21 ], esse significado é explorado em profundidade.


fiado de conhecimento mundano, constituído pela antropologia ou ciência
do ser humano junto com a geografia física. Neste contexto, a teoria da
o gosto é parte fundamental deste tipo de conhecimento: «Vou tratar
mostramos a mente humana em qualquer um de seus estados, no estado saudável e em

Anfänge der Anthropologie im 18. Jahrhundert ', em Aufklärung 11, 1999, 97-107; bem como K IM , Soo
Bae (1994): Die Entstehung der Kantischen Anthropologie und ihre Beziehung zur empirischen Psychologie
der Wolffschen Schule, Frankfurt am Main, etc.: 58–92, 39–41; B RANDT e S TARK 1997: VIII - IX .
9 Cf. M ENZER 1952: 71.

10 Sobre esta ligação entre o sentido pragmático da antropologia e a doutrina da prudência,


ver K IM 1996: 122-35. Sobre a relação histórica da antropologia de Kant com a doutrina aristotélica
das virtudes intelectuais, ver especialmente P OZZO , Riccardo (2001): «The Nature of Anthropology
Lectures at Königsberg ', in G ERHARDT , Volker et alii (ed.) (2001): Kant und die Berliner Aufklärung.
Akten des IX. Kant-Kongresses, Berlim e Nova York, IV 416-23.
11 Na compreensão de Kant da antropologia de sua oposição à abordagem de

Platner, ver L INDEN 1976: 51–57; K IM 1996: 94-96, 150; T ERUEL , Pedro Jesús (2008): Mente, cérebro e
antropologia em Kant, Madrid: 235–50.

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64 O significado analógico de beleza

o doente, o desordenado e o áspero, e nós determinaremos o primeiro


princípios de gosto e julgamento [diiudicação] do belo, os princípios
princípios da patologia, emocionalidade e inclinações ”[AA XXV . 1 8s.]. Sobre
sua explicação do significado de Die Grenzen, Kant levantou a necessidade
para demarcar entre a parte sensível da filosofia e os princípios puros da
origem intelectual. No que diz respeito à parte prática, também discuto aqui
A ideia de que a parte intelectual deve ser precedida pelos 'princípios gerais de
sentimento, gosto e desejos sensíveis »[An Herz, 21. Fev. 1772, AA
X 129], que devem ser tratados como especificamente diferentes do
princípios puros de moralidade.
Como veremos, o sentido pragmático que a crítica do gosto adquire
na Vorlesungsnachschriften über Anthropologie perto deste período-
deve ser entendido em relação aos interesses de Kant em pensar, a partir de seu
heterogeneidade, a relação entre a natureza sensível do ser humano e
princípios intelectuais de moralidade. Certamente nesses materiais você encontrará
Entendemos que não se incorpora ao nível da obra. Sem
No entanto, a exposição de uma crítica do gosto na sua atividade docente
puxa precisamente a demarcação entre o sensível e o intelectual, que
estabelece uma das principais bases da crítica. A este respeito, Kant
já servirá como sua estética pré-crítica para mergulhar em uma questão que
Será fundamental para o amadurecimento e expressão crítica de seu projeto estético
no Kritik der Urteilskraft: o problema de uma mediação entre o sensível e o
intelectual que não viole a demarcação específica defendida desde 1770.
Como já tivemos oportunidade de verificar, a exigência expressa em
a introdução às aulas, na qual se afirma que é necessário assistir a
a natureza da sensibilidade humana para permitir a aplicação do
conhecimento, marca uma das diferenças fundamentais da antropologia
de Kant versus o modelo wolffiano de conhecimento. Apesar da importância que
adquire o conceito de experiência no desenvolvimento e sistematização de
psicologia empírica por parte de Wolff, que até pensava que esse tipo
de conhecimento serviu de condição para elucidação e aplicabilidade
dos princípios da moralidade,12 este não virá examinar em sua especificidade o
função da sensibilidade na constituição e desenvolvimento do conhecimento
Pírico ou histórico. Como ele, Kant continua a atender ao sentido pragmático
e pedagógico da antropologia no que diz respeito à aprendizagem e aplicabilidade
da moralidade, mas também defende a possibilidade de um puro e
formal enraizado na sensibilidade e especificamente diferente do conhecimento
para intelectual. E, como vimos até agora, a teoria do gosto

12 Cf. K IM 1996: 40s.

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3.3. O belo como análogo da perfeição moral 65

e do sentimento repousar nas leis formais e puras que definem o


possibilidade deste conhecimento sensível.
Em consonância com o ideal de cognitio estético-lógico que move
A doutrina da razão de Meier, Kant argumenta que o conhecimento acadêmico
Deve ser combinado com a beleza para ser útil e aplicável. Sobre
Logik-Blomberg observa criticamente que "secura" no tratamento
metodológico das propriedades morais do ser humano supõe sua rejeição
e provoca ceticismo [Logik-Blomberg, AA XXIV . 1 65 34 -66 8 ]. Esse mesmo
É meu interesse que define o ideal da nova antropologia:
[conhecimento mundano], muitas ciências práticas não tiveram sucesso.
dois, como ocorre, por exemplo, em Moral Philosophy »[Anthropologie-Collins,
AA XXV .1 9]. É verdade que Kant corrige Baumgarten em relação a
em sua opinião sobre a colocação sistemática da psicologia empírica ou
antropologia em relação à metafísica. Mas, apesar dessa variação,
Devemos continuar a atender à correção que a estética de Baum implicava.
Garten e de Meier sobre o ideal wolffiano de conhecimento para elucidar o
incorporação do gosto à antropologia na abordagem kantiana. Então,
ao incluir a crítica do gosto e a teoria do belo nesta nova disciplina,
Kant se vincula ao projeto baumgartiano de uma fundação da sensibilidade
Humanidade. A este respeito, a estreita relação de
fundamento lógico entre psicologia empírica e cognição sensível
ou estética em Baumgarten. Defendido por Maximiliano Hernández
Frames,13 a relação da nova teoria da sensibilidade com a teoria geral
as artes liberais na estética baumgartiana devem ser entendidas no mercado
co dos interesses éticos, pedagógicos e pragmáticos deste projeto. De acordo com
do autor, o interesse de Baumgarten e Meier nas artes liberais e conhecimento
recursos humanísticos é explicado por sua contribuição para a melhoria
da humanidade através do 'refinamento e aprimoramento da sensibilidade humana
mana "que é o gosto estético.14 Bem, o tratamento da estética
na Vorlesungsnachschriften über Anthropologie deste período, ele atribui
também uma função eminentemente pedagógica e pragmática para a crítica da
gosto, que deve ser entendido por sua relação com esse quadro histórico.
Pois Kant também julga que a crítica do gosto contribui para a 'perfeição
ção do ser humano ”[Anthropologie-Collins, AA XXV . 1 177], no contexto
conhecimento geral de si mesmo como um «homem do mundo
[Weltmann] »[Anthropologie-Pillau, AA XXV . 1 733].

13 H ERNÁNDEZ M ARCOS 2003: 108–21.


14 H ERNÁNDEZ M ARCOS 2003: 117.

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66 O significado analógico de beleza

Agora, é preciso também atentar para a caracterização do


conhecimento pragmático no contexto da demarcação crítica entre o que
sensível e intelectual, o que também afetará as deliberações de Kant
sobre a relação entre gosto e moral.
Atenção ao sensível e sua possível relação com o intelectual é
está presente no entendimento da moral desse período, pois, segundo
Kant, 'os seres humanos são parcialmente sensíveis, parcialmente intelectuais, embora
de tal forma que a sensibilidade não pode naturalmente fazer o intelecto
que é passivo, nem pode o intelectual realizar ações sem
excede a sensibilidade até certo ponto »[R 4227, λ ? ( κ 1 ?) ( ζ - η ?), AA XVII
466]. Desta forma, a ação ditada pelos puros princípios da moralidade é
apresenta o sujeito sensível como uma compulsão, na medida em que exige uma sujeição
peração de seus interesses meramente sensíveis. Agora vamos lembrar que
o problema da relação entre o sensível e o intelectual também se tornou
manifestado, em segundo lugar, do lado do intelectual, uma vez que Kant
afirma que a filosofia moral não teria efeito sobre a realidade humana se
sua natureza especificamente sensível não é abordada.
Por este motivo, embora a determinação dos preceitos morais deva
ocorrerem independentemente da sensibilidade, também é necessário procurar o
fundamentos subjetivos e sensíveis que devem acompanhar tais preceitos
regulamentos para compreender a sua possível aplicabilidade. No corpus da lógica
Kant explica o problema da seguinte maneira:
O conhecimento pode ser objetivamente prático sem ser subjetivamente
prático. Assim se constitui a maioria dos sermões [...]. Eu não posso carregar-
para praticá-los, não vejo sua possibilidade sensata. Eu gostaria de colocá-los em prática;
quer dizer, eu gostaria até de um prazer em acompanhar [...]. Daí que
também deve atentar para como os motivos da sensibilidade podem ser relacionados
com os fundamentos do entendimento, como o discurso pode ser revestido com
gostar e adicionar ao objetivo fundamentos práticos também fundamentos
práticas subjetivas [Logik-Philippi, AA XXIV . 1.369].

Bem, como mostra R 715, esses princípios subjetivos de


sensibilidade, que torna possível que fundamentos práticos objetivos sejam
também acompanham um prazer, são eles que determinam a possibilidade de saborear:
«O que concorda { g universal} com as leis subjetivas { g do ser humano}
em geral, coloque no fenômeno: bonito »[ ν 1 ? ( λ ? ρ 1 ?), AA XV . 1.317].
A demarcação entre o sensível e o intelectual é o que oferece uma base
para a determinação da diferença específica entre o belo e o bom,
pelo qual a possibilidade de virtude é determinada apenas pelos princípios de
origem intelectual:

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Página 92

3.3. O belo como análogo da perfeição moral 67

Aquilo que agrada universalmente o faz de duas maneiras: 1. de acordo com as leis de
sensibilidade, [e então] é sobre beleza e prazer no fenômeno. 2. de acordo com
leis do entendimento, [e em tal caso] é uma questão de o que é bom e agrada de acordo com
conceitos.
A virtude não pode ser baseada nos sentidos e prazer apenas em relação a
os conceitos [Logik-Philippi, AA XXIV . 1.351].

Bem, é neste contexto que Kant introduz gosto ou apreciação


ciação estética da beleza como etapa intermediária para pensar a relação
entre uma sensibilidade que em princípio não deve ser adaptada à razão
e alguns preceitos puros que são igualmente fundamentados independentemente
cia da natureza sensível do ser humano sobre o qual devem ser aplicados.
Segundo ele, o gosto adquire um sentido pragmático em relação à moralidade em
dois sentidos diferentes: por um lado, através desta relação os conceitos
puro de moralidade deve ser capaz de se tornar intuitivo; segundo, através de
desta apresentação sensível os fenômenos devem poder ser pensados ​de acordo com
esses conceitos de razão.
Agora, já neste período, Kant nega esse gosto, ao julgar-
consciência sensível da beleza, pode ser decidida em um sentido discursivo para
através de conceitos de origem intelectual, e acima de tudo rejeita que os conceitos
conceitos puros de moralidade podem se apresentar concretamente na sensibilidade.
Pois esta relação entre beleza sensível e moralidade não pode supor o
transgressão da demarcação entre o sensível e o intelectual, desde
o bem pode ser baseado em um conceito de origem racional. Sobre a base de
esta limitação, Kant considera o belo na Vorlesungen über Anthropologie
como um análogo da perfeição moral:
Tudo o que é moral também contém o belo [...]. É assim
O gosto prepara o terreno para a moralidade, oferece a você o que é prazeroso e o torna
a virtude também agrada no fenômeno, já que este é um mandato na medida em que
em que só agrada na ou pela razão, mas os comandos são repudiados
sempre por seres humanos. Portanto, o requinte do gosto é do
de extrema importância, pois é um análogo da perfeição [Anthropologie-
Parow, AA XXV . 1 387]quinze.
Os prazeres do paladar são mais nobres, podem ser colocados em comum e apenas
mente nisso reside o seu refinamento. Gosto tem algo refinado, algo
analógico com moralidade. O gosto não aumenta a minha satisfação, mas sim através
através dele meus prazeres podem ser compartilhados. O gosto ordena todos os gostos
da pessoa de forma que contribuam para o gosto dos outros [...]. O gosto
nos torna sociáveis. Até mesmo o refinamento de nossos julgamentos sensíveis pode
cita pessoas para não depender apenas de impressões sensíveis e

15 Ver também Anthropologie-Collins, AA XXV .1 195: 'Tudo o que é belo tem sua fundação em
moralidade [...]. Não lidamos com a virtude pelo uso, mas como nos agrada. É disto
a maneira como o gosto prepara o terreno para a virtude, pois é um análogo da perfeição; isso está no

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intuição o que a moral está na razão ».

Página 93

68 O significado analógico de beleza

os torna os criadores de seu gosto. Todos os prazeres ideais


surgem mais das reflexões do que do prazer da coisa [Anthropologie-Collins,
AA XXV . 1 187]16.

O gosto é um análogo da moralidade e, portanto, seu refinamento envolve


um desenvolvimento da sensibilidade de acordo com os preceitos abstratos da razão prática.
Kant pensa que a virtude é certamente fundada meramente em con
conceitos de razão, nos quais reside sua diferença específica em relação ao que
bela. Mas a universalidade do belo de acordo com as leis da sensibilidade é
o sujeito de uma forma análoga à universalidade normativa da razão, uma vez que
no caso do gosto, a possibilidade de sociabilidade e comunicação
cabilidade universal de acusação na mesma área de sensibilidade.
Kant chega a afirmar que tudo o que é belo tem seu fundamento na moralidade.
Mas essa relação fundamental deve ser entendida em seu sentido analógico.
O belo em si é baseado nas leis da sensibilidade. O interessante é
que a própria experiência subjetiva do gosto revela a possibilidade de
julgamento sensível que, no entanto, supera a dependência passiva do
sensação, análoga à autonomia que caracteriza a normatividade
pressuposto no processo moral. Como as citações indicam, no julgamento
de gosto, o ser humano é criativo no que diz respeito à sua própria satisfação e a
sujeito processa em concreto do ponto de vista da comunidade, em virtude do
que refere seu julgamento particular ao que é universalmente agradável. Kant diz que sim
claramente: o gosto "está na intuição assim como a moralidade está na razão".
A possibilidade desta analogia é dada pelo caráter formal e puro do
leis da sensibilidade, portanto, o papel do gosto em relação a
com o sentido pragmático da antropologia não pode ser devido à influência
do conceito wolffiano de experiência na emergência da antropologia
Kantiano,17, mas é explicado pela transformação estética que o
Psicologia empírica baumgartiana em oposição à abordagem wolffiana e,
inicialmente, pela descoberta de leis formais de sensibilidade no
crítica da Dissertatio.
No entanto, Kant não irá incorporar essas reflexões ao escopo do trabalho
Reveja. No contexto de sua compreensão do significado pragmático de
16 Ver também Anthropologie-Collins, AA XXV . 1 191: «O gosto conduz o ser humano àquilo
que agrada universalmente e, portanto, prepara você para a vida social. O homem com prazer não escolhe o que
agrada-o, mas o que agrada universalmente vê as coisas do ponto de vista da comunidade ”; assim como
Logik-Blomberg, AA XXIV . 1 45: «Em tudo o que tem a ver com gosto há uma sociabilidade subjacente como
Fundação [...]. O julgamento de gosto não é um julgamento privado, a partir do qual vemos que 1. gosto tem

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para se referir ao julgamento de todos. O gosto é um julgamento que recebe a mais alta aprovação universal; 2. provar
algo social o acompanha ».
17 K IM [1996: 144-47], no entanto, tematiza o significado pragmático da concepção kantiana do

gosto e sentimento na estrutura geral desta influência do conceito de experiência de Wolff sobre
A antropologia de Kant.

Página 94

3.4. Beleza e propósito 69

antropologia, defende que a crítica do gosto deve contribuir em certo sentido


prático e pedagógico para a aplicação e aprendizagem da virtude pelo
assunto sensível.18 A apreciação de tal analogia entre gosto e moral ajuda a
entenda que Kant foca no requinte ou na cultura do gosto. Se este
é um análogo da moralidade na mera sensibilidade, seu refinamento deve
colocar um desenvolvimento de sensibilidade de acordo com a prescrição normativa do
razão prática, uma vez que os fundamentos puros da moralidade não são propriamente
pode ter uma influência na experiência sensorial: «O gosto é uma cultura
permanente de virtude; desta forma o ser humano é capaz de considerar
fazer o que está em conformidade com o dever em coisas importantes sem perceber ao máximo
desarmonia mínima »[AA XXV . 1 195]19. Entende-se que a desarmonia no
experiência moral que é evitada pelo gosto é precisamente aquela que é
deriva da dupla consideração do assunto, tão sensível e tão
inteligível, o que foi previamente estabelecido pela filosofia. Por ele,
A reflexão de Kant parte justamente da necessidade de sustentar essa demarcação.
nível filosófico, embora o recurso à crítica do gosto signifique
Talvez o reconhecimento de que tal dualismo represente um problema em relação a
com a aplicabilidade do escopo prático. É a tensão entre ambas as apreciações
Isso leva Kant a colocar a relação entre sensibilidade e razão em um
sentido meramente analógico.

3.4 Beleza e propósito

Na seção V da Dissertatio Kant, ele introduz um tipo de princípios que


mostram que o interesse pela teleologia no tratamento da experiência
ele não é estranho a este período de seu desenvolvimento intelectual. Esses princípios não são
de origem sensível, mas se apóiam em fundamentos subjetivos e facilitam o uso
de compreensão. É tudo uma questão de princípios de conveniência e sua lógica
É porque, sem a suposição subjetiva deles, o entendimento não
pode realizar o conhecimento de objetos particulares. Estes princípios
opiniões subjetivas levam a pensar, diante de qualquer recurso ao sobrenatural,
que o universo é baseado em uma ordem original da natureza e que não

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
18 Na Kritik der Urteilskraft, ele defenderá uma relação analógica entre o belo e o bem moral, se
Bem, neste último caso, o argumento analógico apresenta diferenças notáveis ​no que diz respeito à posição
que analisamos agora. A terceira Crítica pensará na mediação proporcionada pela analogia como uma relação
que devemos pressupor na atividade específica das faculdades de conhecimento, como uma condição
conhecimento transcendental e subjetivo em geral. Nesse primeiro período, por outro lado, é apenas
mente de uma analogia externa entre as características apresentadas pelo julgamento de gosto e o julgamento moral,
da qual uma utilidade pragmática ou pedagógica é meramente extraída da experiência, sem essa relação
ção mostrada pela análise filosófica é pensada por si mesma, na medida em que uma condição que deve ser
pressupõe a priori como constitutiva da subjetividade do sujeito que julga.
19 Ver também Anthropologie-Parow, AA XXV . 1 381 29 -382 1 .

Página 95

70 O significado analógico de beleza

de multiplicar os princípios desnecessariamente, ou que nada na natureza nasce


ou perece [Dissertatio, AA II 418s.].
Essa concepção é derivada da conclusão estabelecida na seção IV , se-
segundo o qual as relações contingentes entre as substâncias devem supor sua
uma vez que uma relação necessária com um primeiro fundamento, que, no entanto,
não pode ser conhecido na mesma experiência. O primeiro princípio requer
não abandona em nenhum momento no uso do entendimento da ideia
da ordem interna da natureza, pois isso significaria um recurso ao excedente
natural [AA II 418]. A unidade no sistema de conhecimento que prescreve
O segundo princípio não pode ser baseado no conhecimento desta causa primária.
mero, mas no próprio "impulso" do entendimento para o conhecimento
por experiência [AA II 418]. Este princípio de unidade deve ser pressuposto
por razões subjetivas, mas não é conhecido a priori pela razão em certo sentido.
seu objetivo. Portanto, os princípios de conveniência são destinados ao uso
compreensão específica, não são extraídas da experiência ou sensibilidade.
e pressupõe um princípio de unidade que transcende o conhecimento
confidencial.
Nas reflexões de Kant sobre o significado da beleza, também é
É possível encontrar esse interesse no conceito de finalidade da natureza.
Alguns dos textos do Nachlass e do Vorlesungsnachschriften mostram
uma relação do belo com a perfeição interna da coisa e com os fins
natureza, embora em um sentido que não parece compatível com as ideias
exposto na Dissertatio, nem com a teoria estética a que assistimos
até agora:
A perfeição interna [Innere Vollkommenheit] de uma coisa está relacionada
natural com beleza. Para a subordinação do múltiplo sob um fim [Zwek]
exige uma coordenação [desta multiplicidade] segundo leis comuns [...]. Co-
não conhecemos a beleza de muitas coisas na natureza, mas não [seus] fins; acredita-se
[es ist zu glauben] que a satisfação em relação a [e] seus fenômenos não é
a intenção, mas a consequência [que é derivada] de sua intenção [R 628, κ 1 ,

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AA XV . 1 273s.].

O mais nobre é a concordância do afeto do múltiplo nas ideias [...].


Primeiro devo ter o conceito da coisa; a beleza será considerada
como um acidente na coisa, e o que contradiz a intenção da coisa
é contrário à beleza e não dá prazer por muito tempo [...]. o
A perfeição lógica constitui o belo autônomo [Selbständige Schöne] [...]. o
a compreensão deve ser a base e então a beleza pode ser
ampliado nesta base. Se a beleza requer compreensão, então surge
algo durável [Anthropologie-Collins, AA XXV . 1 193]vinte.

20 Ver também Anthropologie-Parow, AA XXV . 1 383–85. Kant entende essa beleza autônoma
diz "uma conciliação com a razão" [R 635, κ 1 , AA XV . 1 275], na medida em que “pode servir para fazer

Página 96

3.4. Beleza e propósito 71

É evidente que esta relação da beleza com os fins ou com a intenção


das coisas parece ir além dos fundamentos da teoria estética em
que enfocamos no capítulo 2 deste trabalho. De acordo com R 696, o
A beleza é a "face externa" da perfeição [ λ , AA XV .1 309]. Os textos
citados também parecem apontar nessa direção. R 628 afirma que o
a alteza deve ser considerada como a consequência que é derivada da intenção
da coisa. Também na Anthropologie-Collins, é considerado um acidente.
dente derivado da coisa, embora na medida em que esta pressupõe
um conceito de entendimento, para o qual Kant também admite que o
A possibilidade de beleza autônoma na contemplação do objeto depende de
este pressuposto —objetivo— de origem intelectual. O R 635, 639 e 1794,
No entanto, eles parecem definir beleza autônoma dentro dos limites de
pura forma de sensibilidade, embora sua possibilidade ainda dependa de uma
conceito sensível que "expressa" uma relação do sensível com o bom. o
A posição definitiva de Kant está longe de ser clara, embora possa ser vista, em
Primeiro, a proximidade que ainda existe entre suas exposições e a estética racional
nalist. De fato, é possível verificar que pelo menos até a fase κ ou λ esta
continua a se vincular a uma concepção de beleza muito próxima da definição
Baumgartiana e, em geral, à estética racionalista de origem leibnitiana:
Vê-se que na natureza quase tudo é belo aos olhos do ser humano
que por si só tem possibilidade de treinar [...]. Isso verifica
que a beleza é consequência da perfeição e dessa intuição sensível
disso deve pertencer precisamente aos fundamentos da própria perfeição
de acordo com os conceitos. Daí, possivelmente, o conhecimento da perfeição
ser a primeira coisa no ser humano. Como é sabido, trata-se de
de beleza [R 656, κ - λ , AA XV . 1 290].

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
Kant relaciona explicitamente a beleza à perfeição, na medida em que
que o considera como um conhecimento sensível dele. Contudo-
vá, na Anthropologie-Parow encontramos um texto posterior, no qual,
embora o conceito de beleza autônoma continue a ser discutido, pode-se observar
uma clara dissociação do conceito de perfeição: «O sabor
não parece essencial, uma vez que se vê claramente que é bastante diferente de

conceitos universais intuitivos e prepara fenômenos para distinção por meio desses conceitos.
tosse universal '[R 1794, κ - λ , AA XVI 118]. Nesta base, embora a beleza autônoma encontre seu
princípios nas leis da sensibilidade, ou seja, nas formas de espaço e tempo, servem de mediação
sensível ao conceito do bem, na medida em que essa relação pode ser expressa em uma con-
conceito sensível: «A forma sensível [...] coloca-se quer como um jogo de sensação, quer como
uma forma de intuição (imediatamente), ou como um meio {conc} [Beg] para o conceito de
Nós vamos. A primeira coisa é o estímulo; a segunda, a beleza sensível; e a terceira, beleza autônoma [...].
O objeto coloca um conceito intuitivo quando sua relação com o bem pode ser expressa através de
de um conceito que se coloca na forma sensível ”[R 639, κ 1 , AA XV . 1 276-79].

Página 97

72 O significado analógico de beleza

perfeição, na medida em que nos apresenta como coisas perfeitas que não são "
[Anthropologie-Parow, AA XXV . 1.386].
Para tentar entender esta variação, é necessário partir da ideia de que
Kant não chegou a uma posição definitiva sobre a relação entre
estética e metafísica ou, em particular, entre estética e teleologia.21 Na verdade,
uma posição definitiva sobre este problema não será alcançada até
o Kritik der Urteilskraft, onde Kant funda o conceito de finalidade como
um princípio subjetivo que rege o funcionamento de nossas faculdades
des. No primeiro período, no entanto, ele ainda não se libertou completamente de
uma concepção segundo a qual a beleza seria, em última análise, baseada em um
conceito de perfeição de validade objetiva, que obviamente entra em conflito
tradição com seus desenvolvimentos teóricos sobre o problema estético ao qual ele
atendeu até aqui.
Kant não parece afirmar, no entanto, que é o conceito que determina
minar ou decidir essa concordância entre sensibilidade e compreensão. No
Anthropologie-Parow argumenta, ligando com sua descoberta da dissociação
a relação entre beleza e perfeição, que gosto é algo supérfluo e até mesmo um
engano, precisamente porque esta habilidade pode apresentar-se como por
coisas que realmente não se afetam na sensibilidade, de modo que «é algo
completamente diferente de entender "[AA XXV .1 386]. Com tudo,
Nesta lição, Kant argumenta que algo como
bonito se antes não temos uma ideia sobre o que o

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
coisa. Segundo ele, “a ideia da coisa deve ser pressuposta” [AA XXV . 1 384], o
que será entendido tanto em um sentido intelectual quanto em um sentido empírico.
rico. Se a beleza se baseia apenas nas leis da sensibilidade, então
Kant não pode estar argumentando que é a ideia ou um conceito do intelecto
aquele que garante a sensação estética. No entanto, isso não significa que não
considerem a beleza como a expressão de uma mediação ou, melhor, coincidência
diferença, entre o conhecimento sensível e o conhecimento intelectual. Se no
O conhecimento sensível de uma coisa é conformado à sensibilidade em con
consistência com perfeição lógica e, portanto, sem esse conhecimento,
em sua perfeição estética, contradiz o conceito intelectual que decide o que
deve ser a coisa, então nos deparamos com o prazer puro e duradouro
da beleza autônoma: «Algo me agrada quando as leis da sensibilidade
levar a uma ideia ”[Anthropologie-Collins, AA XXV . 1 175]. Bem começando
do texto da Anthropologie-Collins citado acima pode ser visto
que também relaciona o conceito de beleza autônoma a um
21 Como D UMOUCHEL [1999: 173] aponta, a estética de Kant é neste momento
em estado transitório quanto ao tratamento do conceito de perfeição, que sofrerá
progressivamente uma transformação subjetiva.

Página 98

3.4. Beleza e propósito 73

confirmação da intenção da coisa em conhecimento sensível. Este sen-


indulgência supõe um prazer duradouro, na medida em que o conhecimento
sensível da coisa não contradiz o conhecimento dela por parte do
entendimento. Portanto, a beleza autônoma assume uma concordância
do múltiplo que nos afeta com a ideia anterior da coisa. Da mesma forma, no
R 656 Kant considera como um belo objeto aquilo que na sensibilidade possui
a capacidade de "treinar". É esta relação de coincidência entre sensibilidades
itidade e compreensão que explica a relação do gosto com o julgamento. Sobre
Em contraste com o agradável, Kant afirma que «saborear só pertence ao
Julgamento »[Anthropologie-Parow, XXV . 1 375]. Bem, isso define o Julgamento em
um sentido teleológico, justamente a partir dessa relação entre sensibilidade
e compreensão que se expressa no conceito de beleza:
O Julgamento é a ideia do que está de acordo com o fim [Zweckmässigen]. Se a representação
A ação sensível coincide com essa ideia, portanto, ela se baseia no Julgamento. Não gosto
tudo aquilo de que nenhuma ideia pode ser tirada do que deve ser
seja a coisa. A coincidência [Übereinstimmung] de uma coisa com uma ideia sempre
pre lugar, mesmo quando os objetos são francamente feios. Algo agrada quando
as leis da sensibilidade me levam a uma ideia [Anthropologie-Collins, AA
XXV . 1 175].

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
Os desenvolvimentos provisórios de Kant sobre este assunto oscilam entre os
conhecimento de que uma base intelectual deve, a priori, fundamentar o
possibilidade de beleza, como conhecimento sensível - ou confuso
propósito, e a tese de que a beleza se origina onde o conhecimento
o que se desenvolve na sensibilidade a posteriori sustenta a ideia do que
a coisa deve ser, assim como seria pensada pelo entendimento. No
No primeiro caso, Kant acaba por fundar a possibilidade de beleza em um
conhecimento sensível ou confuso da perfeição, o que implica negar o
especificidade da sensibilidade ao conhecimento intelectual que estabelece
a dissertação inaugural. No segundo caso, como no contexto de
moralidade, o ponto de partida é o reconhecimento de que o sensível e o in
intelectual, como esferas especificamente diferentes, passam a coincidir
em um determinado conhecimento. Nesse sentido, a beleza faz sentido
na medida em que expressa esta coincidência que a filosofia não pode assegurar de
Caminho positivo. Embora a posição de Kant não possa ser considerada como
definitiva, nem está incorporada ao nível da obra, o que parece evidente é
que neste primeiro período é possível detectar uma ligação entre estética e
teleologia, que não se deve apenas à dependência da filosofia
racionalista que ainda é possível verificar, mas também se articula a partir de
o novo quadro teórico estabelecido pela Dissertatio de 1770.

Página 99

74 O significado analógico de beleza

Bem, isso não significa que as críticas venham a abordar esse problema.
filosófico em um sentido positivo. Como foi argumentado neste trabalho, Kant
não vai relacionar seu projeto estético com o problema da validade objetiva de
a ontologia. Mas parece claro que as reflexões sobre o significado de
a beleza faz sentido no contexto das reivindicações cognitivas
da metafísica especial, na medida em que sua posição parte do pressuposto
que o intelecto ou a razão podem conhecer o real por meio de idéias.
deve a coincidência entre sensibilidade e razão que se expressa através
Lleza? Esta coincidência reflete algum tipo de ligação objetiva entre o
fundação sensível do objeto e conhecimento intelectual de sua fundação
racional? Ou é antes um pressuposto da razão, cuja legitimidade
e sentido eles ainda precisam justificar? Como é sabido, será no Tras-
cendental, onde Kant examinará as reivindicações cognitivas de
a razão. Dessa forma, essa crítica deve ser considerada como um momento
necessário que ainda não ocorreu no desenvolvimento intelectual de Kant para

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
que é possível
o sistema dar sentido à relação entre estética e teleologia em
de razão.
Como conclusão desta primeira parte do trabalho, é necessário insistir na
o interesse histórico da concepção que Kant levanta no período próximo
para a Dissertatio. Por um lado, seu relacionamento próximo parece claramente
com a estética Baumgartiana. Essa relação não só desempenha um papel fundamental
essencial no processo de formação da Dissertatio, desde a estética
desempenhando um papel importante nas reflexões destinadas a ilustrar o significado de
fiado com sua teoria da sensibilidade após este trabalho. De fato,
Embora Kant se vincule a essa tradição, as bases estabelecidas neste
trabalho oferece o ponto de partida e os limites a partir dos quais você pode encontrar
sua concepção de beleza e bom gosto.22
Temos nos concentrado na ideia de que a teoria estética não constitui
um mero corolário da teoria da sensibilidade de Kant. Em vez disso, neste
Este período usa os conceitos de estética para ilustrar o significado
da referida teoria. Por um lado, por ocasião da elucidação das leis de
sensibilidade como condições da validade objetiva e sensível do
beleza, encontramos uma investigação sobre a própria natureza dessas leis.
Em particular, pudemos verificar que o desenvolvimento dessas ideias adquire
significado como uma tentativa de ilustrar a passagem do conhecimento sensível,
22 A estreita relação de Kant com a estética baumgartiana, tanto no que diz respeito ao uso de
conceitos, a continuidade de linhas abertas por esta abordagem ou o interesse filosófico que move
este projeto, faz com que a emergência da estética crítica não possa ser lida apenas como uma ruptura.
com esta tradição, defendida por F RANK , Manfred (1990): «Kants“ Reflexionen zur Ästhetik ”. Zur
Werkgeschichte der “Kritik der ästhetischen Urteilskraft” ”, na Revue Internationale de Philosophie 175,
1990, 552–80.

Página 100

3.4. Beleza e propósito 75

como uma constituição de fenômenos, para um desenvolvimento lógico e discursivo de


esse conhecimento por parte do entendimento. Por esta razão, argumentou-se que
Kant não só considera que a nova teoria da sensibilidade fornece a razão
essendi que constitui a possibilidade do estético; ao mesmo tempo, a análise de
condições de beleza e sabor desempenham o papel de ratio cognoscendi
dos fundamentos desta teoria.
Verificamos também que neste período Kant se relacionará com
os outros problemas estéticos que serão enfrentados na terceira Crítica. Por
por um lado, agradece uma vez que não é possível fundamentar a atividade do Ministério Público
em concreto, recorrendo a regras que regem esta atividade em um
sentido discursivo. Esta questão, que não pode ser enfrentada pela lógica, é
colocado em relação ao modelo da acusação em características concretas

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
gosto. Kant certamente não se aprofunda em um sentido sistemático em
esta relação entre o julgamento exercido pela compreensão saudável e
julgamento característico de gosto e sensus communis. Mas o recurso
estética para tematizar o dito problema mostra que a relação
entre a estética e a problemática da perseguição do singular sensível
são resultados tardios de seu desenvolvimento intelectual, de modo que o Kritik der
Urteilskraft foi o resultado da conexão pela primeira vez de tais
problemas com a teoria do julgamento estético, como se ambos os aspectos de seu
as reflexões até então haviam sido desenvolvidas separadamente.
Podemos ver que, no desenvolvimento que leva ao terceiro Critério,
ética, Kant continuará a pensar sobre a problemática da gênese do conhecimento e
orientação de acordo com o final da acusação usando sua con
conceitos estéticos, antes mesmo de chegar a uma solução crítica e sistemática
para fundar esta relação, que constituirá o passo que abrirá o caminho para
a formação deste trabalho.
Portanto, a gênese do Kritik der Urteilskraft não pode ser entendida
meramente como uma tentativa de Kant de resolver os problemas derivados
das duas primeiras Críticas ou como tentativa de alcançar uma resolução de
as aporias que surgem nessas obras. Uma compreensão da estrutura e
significado sistemático da Kritik der Urteilskraft requer começar a partir da estrutura
teórico contribuído pelo Kritik der reinen Vernunft e o Kritik der praktischen
Vernunft. Mas o interesse de Kant no problema da fundação do
Julgamento ou pelo conhecimento do singular sensível, bem como que se repita
às suas reflexões sobre estética para tematizar tais problemas, não pode ser

Página 101

76 O significado analógico de beleza

interpretado como um resultado tardio do desenvolvimento intelectual que deriva


de tais obras.2,3

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23 B ARTUSCHAT defende uma leitura do lugar sistemático da Kritik der Urteilskraft apenas para
partindo dos problemas internos às duas primeiras Críticas: «D. h. wir untersuchen, welche Stellung der
Urteilskraft in den beiden anderen Kritiken zukommt und weshalb die Weise der dort durchgeführten
Thematisierung der Urteilskraft Kant genötigt hat, der Urteilskraft eine eigene Untersuchung zu wid-
menu »[21]. Segundo o autor, é o problema da sistemática que se deduz das duas primeiras Críticas.
aquele que "força" Kant a uma tematização do Julgamento reflexivo na Kritik der Urteilskraft.

Página 102

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II

Críticas aos reinos objetivos da razão e


desenvolvimento do projeto estético

Página 104
103

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Capítulo 4

A base crítica das áreas objetivas de


a razão

4.1 introdução

A importância determinante do Kritik der reign Vernunft no sistema


questão crítica nos obriga a levá-la em consideração em um estudo que enfoca
no significado sistemático de qualquer aspecto da filosofia kantiana. o
definição dos limites do escopo prático, bem como a compreensão dos
lugar de julgamentos estéticos no sistema da razão ou na teoria crítica
faculdades, deve também encontrar na primeira crítica um ponto de
jogo principal. Neste trabalho, não é apenas uma crítica do conhecimento
teórica, uma vez que tal crítica ocorre apenas no contexto sistemático de
uma fundação da razão como uma faculdade unitária, que deve servir
com base na justificativa de suas diferentes reivindicações ou interesses. E é que
a crítica do conhecimento não tenta apenas estabelecer com clareza os limites
mais do que podemos saber legitimamente sobre objetos, mas sim
Por meio dela, oferece uma estrutura a partir da qual é possível encontrar significado.
de outras áreas da razão que são igualmente válidas, mas que, no entanto,
eles não podem reivindicar um conhecimento teórico dos objetos. É mais, de acordo com
Kant, a autonomia desses domínios não cognitivos só pode ser mantida
por meio de sua exclusão fora do escopo dos critérios de conhecimento
teórico. Nesse sentido, o projeto teve como objetivo estabelecer em certo sentido
campos de conhecimento sistemático só fazem sentido quando os resultados são
duas negativas da crítica do conhecimento teórico são interpretadas em um
sentido positivo, na medida em que a possibilidade de um desenvolvimento sistemático e
não contraditório com os diferentes interesses da razão pura [KrV, B XXIV s.,
II 29f.].

Página 105

80 A base crítica das áreas objetivas da razão

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Neste capítulo, atenderemos exclusivamente ao projeto kantiano.


de uma justificativa da validade objetiva da razão, tanto em seu âmbito
teórico como prático. Tal projeto só é possível na medida em que o
a crítica delimita essa questão no que diz respeito ao tratamento da dimensão
subjetivo que também intervém no conhecimento e na ação. Esta de-
limitação é imposta pela crítica em diferentes níveis e, em cada caso, ajuda
entender a desconexão que ocorre neste período entre as posições
Filosófico desenvolvido no nível da obra e do projeto estético de Kant. o
A principal razão para este desligamento é dada pelas consequências
que supõe o desenvolvimento da Lógica Transcendental com respeito ao
Compreensão kantiana do conhecimento sensível e das condições que o tornam possível
[§ 4.2.1]. A solução alcançada na primeira Crítica irá supor uma variação
fundamental no que diz respeito à posição ainda defendida na Dissertatio e
Dir-se-á que os princípios filosóficos sobre os quais a validade do
gosto estão definitivamente desatualizados. Neste contexto, a Lógica Transcendente
dental continuará a se basear essencialmente em uma teoria da sensibilidade,
mas abstraindo-se completamente de uma análise da atividade subjetiva
envolvidos no tratamento delicado da representação [§ 4.2.2]. Com tudo,
Neste trabalho será argumentado que esta demarcação entre a dimensão objetiva
vai e a dimensão subjetiva do conhecimento só será plenamente alcançada
na segunda edição do Kritik der reinen Vernunft, que se manifesta
principalmente no tratamento que o conceito de imaginação recebe em
a Dedução Transcendental [§ 4.3]. Essa demarcação de problemas causa
da mesma forma, que a crítica não se preocupa em absoluto com o problema da acusação.
do singular sensível [§ 4.4]. Embora a teoria do uso hipotético do
a razão centra-se na relação entre o processo de conhecimento e orientação
o tratamento regulador da razão com respeito ao conhecimento empírico, Kant
ainda não oferece uma dedução destinada a estabelecer a relação entre esta orientação
ação reguladora de origem racional e nossa forma sensível de saber [§
4.5]. Os dois últimos parágrafos deste capítulo enfocarão o projeto
a um fundamento do escopo prático da razão. Em primeiro lugar
[§ 4.6] será mostrado que este raciocínio só é possível na medida em que
que os resultados negativos da crítica da razão sejam interpretados em um
sentido positivo. A este respeito, a solução das antinomias joga
um papel positivo em relação a tornar o domínio prático possível,
mas não oferece uma resposta suficiente para a sistematização da razão
como um corpo docente unitário. No contexto desta questão, em segundo lugar [§
4.7], daremos atenção especial à relação entre razão e sentimento que
é tematizado nos escritos morais de Kant.

Página 106

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4.2. A perda de um fundamento para o projeto estético 81

Neste contexto, este capítulo irá argumentar que a demarcação


entre o sensível e o intelectual, embora constitua a base principal da
que respectivamente desenvolvem o fundamento da razão teórica e
razão prática, supõe ao mesmo tempo o núcleo da problemática que irá
para enfrentar a terceira Crítica, a saber: o problema de uma justificação
último da razão como uma faculdade unitária.

4.2 Perda de um fundamento para o projeto estético

Em relação às consequências do complexo projeto do


Kritik der reinen Vernunft para o desenvolvimento de idéias estéticas atuais
no período da Dissertatio, é geralmente aceito que Kant abandonou
seu plano de incorporar a crítica do gosto ao sistema da razão, como
expressa no projeto Die Grenzen. Este trabalho não representa uma voz
discordantes com relação a esta tese, mas considero pertinentes alguns
qualificações ou reflexões sobre o significado de tal "abandono" do primeiro
projeto estético.
Devemos lembrar neste lugar que o plano de uma crítica da razão
puro, destinado a justificar a validade objetiva dos conceitos puros do
tendência, foi considerada por Kant em 1772 como uma das "tarefas especiais
“Especificamente diferente” no âmbito do seu plano de sistematização mais amplo
de conhecimento em seus diversos campos. Certamente, será esta tarefa, com todas as
variações adotadas pela reflexão crítica a este respeito, que irão moldar o
núcleo principal da reflexão de Kant na Primeira Crítica, enquanto
ideias sobre estética serão expressamente excluídas deste trabalho. Mas não-
Deve-se esquecer que seu projeto estético se desenvolveu em relação a
com questões não relacionadas ao problema da validade objetiva do conhecimento
intelectual, por mais que sua 'estética especial' seja pressuposta na
formação histórica da Estética Transcendental. Na verdade, já nos escritos
por volta de 1770, Kant manteve suas reflexões sobre a estética separadas de sua
compreensão do uso real do entendimento presente na Dissertatio,
transmissor de conhecimentos objetivos e prioritários que serão objeto de reflexão em
a primeira crítica: ambas as questões já não tinham relação com
o período da Dissertatio. Por este motivo, a importância da crítica do
o conhecimento teórico na primeira Crítica não vai supor que Kant cesse de
preocupar-se com o potencial filosófico que emerge da pesquisa - ainda
tentativa - na estética. Mas na medida em que o Kritik der reina Ver-
nunft se destina a lidar com um problema com o qual eu nunca
em relação às suas reflexões sobre estética, tais reflexões não serão incorporadas
à estrutura deste trabalho.

Página 107

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82 A base crítica das áreas objetivas da razão

Agora, como já foi indicado, a crítica do conhecimento teórico


rico terá consequências muito importantes no que diz respeito ao lugar que pode
mais tarde reclamará a estética no sistema da razão. Neste sentido,
a fundamentação do campo teórico irá supor uma delimitação a respeito da
de como a filosofia pode legitimar as reivindicações de validade que são expressas
no julgamento do gosto. Do quadro geral e sistemático da teoria crítica
da racionalidade, esta restrição negativa terá que ser lida em um sentido
positivo quanto à incorporação do projeto estético ao sistema crítico
que ocorre em 1790, na medida em que a Kritik der Urteilskraft
só pode cumprir uma função sistemática a partir dos limites impostos por
crítica desde 1781.

4.2.1 A demarcação da Lógica Transcendental

Não é objetivo deste trabalho realizar um estudo sobre a gênese.


da primeira crítica. No entanto, é pertinente prestar atenção a alguns recursos do
este desenvolvimento, na medida em que pode nos aproximar de um entendimento
da demarcação de problemas na evolução da crítica. Em primeiro
Em parte, foi apontada a diferenciação contida na Dissertatio entre um uso lógico
co e um uso real de compreensão. Descobrimos [§ 2.5] que a estética
desempenhou um papel significativo no que diz respeito ao problema da relação entre
conhecimento sensível, como a constituição do fenômeno, e a utilização
compreensão lógica.
Segundo María Jesús Vázquez Lobeiras, a demarcação entre uso lógico
e o uso real do entendimento na Dissertatio servirá de base para a evolução
explicação histórica da diferença entre a lógica formal e a lógica transcendental
que ocorre na primeira Crítica.1 Em relação ao nosso tema, somos
Teresa especialmente a caracterização e desenvolvimento do programa kantiano
de um "isolamento da razão" como paralelo ao desenvolvimento que dá origem à
a formação deste trabalho.2 Bem, isso nos permitirá ilustrar mais claramente
a demarcação estrita estabelecida por Kant entre uma fundação do
validade dos objetos em geral e o problema da gênese e formação do
conhecimento empírico de acordo com o uso lógico do entendimento, com o qual sim
o projeto estético estava relacionado.
Este isolamento ocorre em dois sentidos diferentes, embora dependendo de
tes um do outro: por um lado, ele diferencia entre as faculdades inferiores
e superiores de conhecimento, na medida em que ambos são baseados em princípios de
validade especificamente diferente; por outro lado, há uma diferença entre

1 Cf. V ÁZQUEZ L OBEIRAS 1998: 50.


2 Cf. V ÁZQUEZ L OBEIRAS 1998: 170–78.

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto

Página 108

4.2. A perda de um fundamento para o projeto estético 83

elementos empíricos e aprioric dentro de cada uma dessas faculdades. Em um


primeiro momento, a Dissertatio supõe o isolamento do entendimento com
em relação à sensibilidade do conceito do uso real da compreensão
para,3 uma vez que o conhecimento derivado do uso lógico teve que ser considerado
tão sensato se visasse a conceitos sensatos.
O desligamento inicial do uso real da compreensão com respeito a
sensibilidade, de acordo com a teoria da Dissertatio, mais tarde se tornará
em um problema assim que Kant se pergunta sobre a possibilidade de
objetividade no conhecimento metafísico que se pretende pela compreensão
Eu minto. Tal variação o fará admitir em 1781 que o referido corpo docente
só pode reivindicar uma referência à objetividade na medida em que seu
conceitos puros referem-se à nossa maneira de conhecer os fenômenos sensoriais.
irmãos, e não às coisas em si. É esta inversão crítica de significado
metafísica do uso real do entendimento que marca o surgimento do
Lógica transcendental.4 Agora, isso não significa uma confusão entre o
problema transcendental enfrentado pelo Kritik der reign Vernunft e o antigo
uso lógico do entendimento, com o qual, lembre-se, o sentido estava relacionado
sensibilidade e, portanto, também gosto. Bem, neste trabalho, a separação entre
o uso real e o uso lógico também são substituídos por um tratamento duplo do
função de compreensão, ou seja, seu uso a priori e seu uso a posteriori, que
correspondem respectivamente a pensamento puro e pensamento
empírico sobre o objeto:5
Uma vez que existe uma intuição pura e uma intuição empírica (como
conforme estabelecido pela Estética Transcendental), também pode haver uma diferença
entre um pensamento puro e um pensamento empírico de objetos. Naquilo
Em qualquer caso, haveria uma lógica em que não abstrai de todo o conteúdo do conhecimento
Eu minto; para aquela lógica que apenas contém as regras de pensamento
puro de um objeto excluiria todo aquele conhecimento que seria de conteúdo
ninho empírico [KrV, A 55 / B 79s., II 100s.].

Isso significa que o isolamento do entendimento no Kritik der reina


Vernunft aponta para a separação da intuição empírica e, portanto,
tanto para o conteúdo empírico de conhecimento particular, mas não com
em relação à intuição pura. Com isso, o
projeto metafísico da Dissertatio, enquanto através da Dedução
Transcendental, a relação determinante e constitutiva do
conceitos puros do entendimento com respeito à nossa maneira sensível de
conhecer objetos no espaço e no tempo.

3 Cf. V ÁZQUEZ L OBEIRAS 1998: 172.


4 Cf. V ÁZQUEZ L OBEIRAS 1998: 174s.
5 Cf. V ÁZQUEZ L OBEIRAS 1998: 175.

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Página 109

84 A base crítica das áreas objetivas da razão

Agora, a contrapartida dessa conquista diz respeito ao entendimento


conhecimento intelectual da metafísica é que esse conhecimento a priori
ri refere-se apenas à nossa forma de conhecer os objetos em geral, deixando
indeterminar seu conteúdo empírico e, portanto, a referência particular
lar de nossos julgamentos de conhecimento com respeito a objetos singulares.
Pois a Lógica Transcendental se constitui como uma ciência na medida em que lida com
pa dos conceitos e ações do entendimento «que não são de origem
nem empírico nem estético ”[ A 57 / B 81, II 102]. Em vez disso, a lógica geral para
errado, como o uso lógico do entendimento, alude à relação entre
conceitos independentemente de sua origem objetiva e, portanto, se
é conhecimento empírico ou puro, sensível ou intelectual [ A 57 /
B 81s., II 102].6
Da mesma forma, em seu tratamento da lógica na Primeira Crítica, Kant
deixará de se interessar pela popularidade do conhecimento, o que forçaria
atender à aplicabilidade de seus princípios eminentemente normativos, para
qual crítica não vai mais se concentrar nas "condições subjetivas e empíricas"
que rege o uso empírico do entendimento [ A 52 / B 77, II 99]. A capa-
o cumprimento das condições gerais que regem o conhecimento coincide
portanto com aquela lógica "orientada para a escola" e "seca" à qual o
O próprio Kant se referiu em termos polêmicos no início dos anos 1990.
1770, oposta à lógica orientada para as condições subjetivas do sujeito que
explicar o uso eficaz do entendimento concreto [ A 53–55 / B 78s., II 99–
100]. No período da Dissertatio, Kant era de opinião que a consideração de
essas condições subjetivas não devem interferir na fundação do
princípios abstratos que governam a normatividade da compreensão. Não
No entanto, ao contrário do Kritik der reinen Vernunft, ele também insistiu no
precisa atender a esse aspecto subjetivo, a fim de explicar a gênese e
formação do conhecimento empírico, em relação ao qual, além disso, obteve
provar um lugar no sistema de conhecimento.
No entanto, como já foi indicado, a primeira Crítica irá preservar e replanejar
O uso lógico da compreensão será realizado, não apenas dentro da estrutura da lógica formal,
com o qual a articulação da Lógica Transcendente está intimamente relacionada.
dental, mas também na concepção que encontraremos na Dialética.
Transcendental. Como é sabido, as idéias da razão irão desempenhar um papel na
sistema crítico na medida em que servem como princípios reguladores para o desenvolvimento
lógica e a sistematização dos julgamentos do uso empírico do entendimento
[ A 305ff. / B 362ff., II 316-19; A 642ss./ B 670ss., II 563ss.].7 No entanto, em

6 Cf. V ÁZQUEZ L OBEIRAS 1998: 176.


7 Cf. V ÁZQUEZ L OBEIRAS 1998: 176s.

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto

Página 110

4.2. A perda de um fundamento para o projeto estético 85

a Dialética Transcendental nem mesmo é uma dica do recurso a


estética para pensar sobre o problema do desenvolvimento lógico e sistemático de
fundamento empírico.
A Lógica Transcendental, portanto, supõe uma demarcação estrita do problema
da validade objetiva do conhecimento com respeito aos conceitos
da estética. Paralelamente, a primeira crítica não aborda aqueles
problemas que este primeiro projeto estético estava tentando resolver
por Kant. Desta forma, podemos verificar que este trabalho não tematiza-
Haverá o problema da gênese do conhecimento empírico e julgamento
de objetos singulares no mesmo quadro de sensibilidade.
Portanto, o objetivo principal deste trabalho deve ser determinar se,
Apesar de sua exclusão do Kritik der reinen Vernunft, o projeto estético
co continua a se relacionar em seus diferentes aspectos a esses problemas que
eles ainda permanecem indeterminados no nível da obra. The Vorlesungen über
A antropologia próxima à Dissertatio mostrou que Kant tinha um especial
interesse na análise do gosto na medida em que o processo de
belos objetos revelavam a natureza e o funcionamento da ação.
eficácia da sensibilidade envolvida na constituição dos fenômenos. Sem
No entanto, esta teoria das leis da sensibilidade, intimamente ligada
com a teoria do conhecimento, terá que se tornar obsoleto por causa disso
sequências derivadas da dedução transcendental na primeira crítica.
Como consequência, Kant não terá mais os princípios sobre
que levantou sua teoria estética, bem como o significado filosófico do
mesmo no âmbito da teoria do conhecimento sensível no período de
Dissertatio: a relação entre estética e conhecimento sensível não obriga
era pressupor princípios de compreensão como fiadores da validade
gosto, justamente por causa da independência dos conhecimentos sensíveis em geral
geral no que diz respeito ao uso real do entendimento. Agora se a solução
à dedução no Kritik der reinen Vernunft supõe que o conhecimento
sensibilidade só é possível com base em uma determinação objetiva do
sensibilidade por parte do entendimento, o lugar do estético não pode residir em
o reino do conhecimento objetivo, na medida em que isso implicaria um relacionamento
com o intelectual que a própria especificidade da estética deve excluir.
Essa desconexão do projeto estético no que diz respeito às consequências
consequências imediatas que a descoberta da dedução supõe também
tem que encontrar expressão no Vorlesungsnachschriften. Na verdade, no
Anthropologie-Friedländer, correspondendo a 1775-1776, um certo
o abandono do interesse pelo problema do gosto. No entanto, Kant continuará
interessado em outros aspectos da estética, como a natureza da poética

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Página 111

86 A base crítica das áreas objetivas da razão

ca e oratória ou teoria do gênio. Embora ainda use o conceito de


Leis da sensibilidade para expor sua teoria do gosto, seremos capazes de entender
provar que no Nachlass e no Vorlesungsnachschriften ele começará a colocar
em relação às suas reflexões sobre a estética com o reconhecimento progressivo
das condições subjetivas do conhecimento. Uma vez que objetos de validade
tiva pertence exclusivamente ao conhecimento e é fundada desde o início
determinantes e discursivos da compreensão, Kant redirecionará tais reflexões
a esses aspectos e problemas que permanecem indeterminados pelo
primeira Crítica, a saber, o aspecto subjetivo do conhecimento e da relação
relação entre as faculdades de saber. No próximo capítulo vamos nos concentrar
no sentido dessas variações de um estudo desses materiais
do final da década de 1770 ao início da década de 1780.
Neste capítulo, vamos nos concentrar principalmente nos resultados negativos.
da crítica do conhecimento a esse respeito, enquanto Kant
tenderá a realizar uma demarcação estrita entre a fundação do
validade objetiva do julgamento determinante e compreensão do conhecimento
de suas condições meramente subjetivas.

4.2.2 Estética Transcendental e Crítica do Gosto

Na Estética Transcendental da primeira edição do Kritik der reinen


Vernunft, encontramos uma posição clara com respeito à filosofia
de Baumgarten, o que geralmente é interpretado como prova de ruptura com o
Ilustração estética, bem como o abandono do primeiro projeto estético que
Kant afirmou no início da década de 1770:
Os alemães são os únicos que atualmente usam a palavra "Estética"
para caracterizar o que outros chamam de crítica de gosto. Nele reside
uma esperança fracassada do eminente analista Baumgarten, que visa reduzir
o julgamento crítico do belo em princípios racionais e para converter
regras desta acusação em uma ciência. No entanto, esse esforço é inútil.
Pois tais regras ou critérios são empíricos de acordo com suas fontes e não podem servir
nunca por leis a priori segundo as quais nosso julgamento de gosto deve ser governado;
em vez disso, constitui a pedra de toque para corrigir tais regras.
Em virtude disso, é mais aconselhável excluir esta designação e manter
aquela doutrina que é uma ciência verdadeira [...] [KrV, A 21 n., II 70 n.].

Aqueles outros que preferem se referir à crítica de gosto e evitar


da estética como ciência do belo são, provavelmente, o
Pensadores anglo-saxões, e em particular Kant, devem estar se referindo a Home e

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto

Página 112

4.2. A perda de um fundamento para o projeto estético 87

seu trabalho Elements of Criticism.8 Com isso, a importância do in-


fluência desta tradição em relação ao problema da fundação
crítica de gosto, algo que vai determinar que uma eventual recuperação
ração do projeto estético na crítica deve ser produzida a partir de uma estrutura
diferente daquele apresentado pelo Iluminismo alemão, pelo menos na medida em que
à interpretação filosófica das reivindicações de validade do gosto e seu
relação com o conhecimento. O principal problema identificado por Kant em
sua crítica consiste, neste momento, no uso do termo "Estética" para
referem-se à área definida pelo gosto e à capacidade de apreciação sensível
de beleza,9, que Baumgarten certamente chamou de cognitio
confidencial. Se este domínio não pode reivindicar conhecimento de objetos,
nem pode compartilhar um nome com a nova Estética Transcendente.
de tal forma que Kant considera uma "ciência verdadeira" no quadro geral de sua
fundamento do conhecimento, segundo o qual o conhecimento objetivo de
O sensível só é possível com a intervenção decisiva do entendimento.
para.
Por isso, a crítica de Baumgarten também pode ser lida como uma retificação.
A ficção de Kant a respeito de sua própria concepção anterior. Recor-
Mostramos que ele chamou de "estética especial" à teoria que tratava
sentimento relacionado aos princípios do conhecimento
sensível em geral. A estética era, portanto, uma parte "especial" dentro da maioria
Estética Transcendental Geral. No Kritik der reign Vernunft, pelo con
Por outro lado, o vínculo sistemático entre a parte e o todo foi quebrado. Agora
Bem, o contraste atual entre a crítica do gosto e a Estética Transcendente
dental em relação ao seu estado epistemológico não é devido a uma perda de
caráter doutrinário por parte do primeiro, mas sim para a revisão que tem
experimentou o segundo por causa de sua dependência dos resultados
de Transcendental Analytics.10 Bem, devemos lembrar que já em sua primeira
A concepção de Kant rejeitou na frente da Baumgarten que a reflexão sobre o
gosto poderia dar origem a 'leis a priori segundo as quais nosso
julgamento de gosto ».11 Portanto, a nota não está introduzindo uma correção de

8 H OME , Henry (1762): Elements of Criticism, Londres, 2005. Uma crítica paralela de Baumgarten la
encontramos em uma passagem já citada, na qual este contraste com a posição de

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Home [Logik-Jäsche, AA IX 15].
9 Sobre a rejeição do emprego neste sentido do conceito de "estética" no pensamento de Kant, ver

W IELAND 2001: 37s.


10 Como já indicado, a Lógica Transcendental pressupõe a possibilidade de uma intuição pura no

sensibilidade, tema central da Estética Transcendental. Por outro lado, a cientificidade deste último será
garantido na Dedução Transcendental e na teoria do esquematismo [KrV, B 161 n., II 154 n.; Para 173 /
B 215, II 213].
11 Pelo menos desde o início da década de 1770, Kant considerou que as reflexões sobre o
gosto e beleza não podiam se constituir em um corpo doutrinal específico, razão pela qual se expressava

Página 113

88 A base crítica das áreas objetivas da razão

Kant a respeito de sua primeira concepção, pois já então negava que a


a estética poderia se constituir como uma ciência de caráter doutrinário, posicionar
a que se dirige a objeção que encontramos no texto citado. A rejeição
da cientificidade da crítica do gosto deve, portanto, ser interpretada no
contexto de sua oposição com relação à Estética Transcendente atual
tal, na medida em que apenas esta última pode reivindicar o status de ciência,
por sua incorporação no projeto mais amplo de uma fundação do
validade objetiva do conhecimento. É assim que a citação não expressa tanto um
variação no que diz respeito à concepção inicial da crítica de gosto defendida
por Kant, mas sim o desligamento de tal teoria no que diz respeito ao projeto
fundamentação crítica da validade objetiva do uso real do entendimento,
ao qual a Estética Transcendental está agora incorporada.
Ora, se um conhecimento teórico discursivo não é possível
que permite corrigir o gosto em um sentido normativo, isso
mente que o gosto, como uma capacidade da mente, não finge algum tipo
de conhecimento sensível de objetos, um conhecimento sensível não
sivo por exemplo? Na verdade, Kant argumentou na Dissertatio a possibilidade de
conhecimento deste tipo, dentro dos limites dos quais surgiu a possibilidade de sabor.
Uma das consequências desta ligação sistemática foi dada em última análise
exemplo pela igualdade entre o cognoscível na "mera" sensibilidade
e o lindo. Agora, este resultado não parecia ser o fim adequado do
seguido por Kant, mas sim a consequência derivada em que ele
erroneamente um projeto filosófico ainda provisório, cujo interesse era diferente
te: atender à atividade subjetiva pressuposta na capacidade de sabor para
aprofundar a compreensão da estrutura da sensibilidade. Kant já
tinha reconhecido o interesse filosófico contido na capacidade de sabor e
na experiência sensorial relacionada a ela, mas após a posição alcançada
no Kritik der reign Vernunft a compreensão crítica da reivindicação de
a pureza do sabor de sua antiga teoria do conhecimento sensível só poderia
apresentar como um problema.

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
Enquanto em sua concepção de conhecimento sensível em 1770 Kant
pensei que a própria atividade da sensibilidade de acordo com as leis subjetivas
a constituição do objeto sensível, a Dedução Transcendental es-
afirmará que a forma pura da sensibilidade só pode ser determinada em
um sentido objetivo através da síntese intelectual fornecida pelos conceitos

e sua crítica do projeto Baumgartiano de uma cognição sensível devido à sua presumivelmente emen-
dativo ou corretivo com relação ao gosto; a esse respeito, ver neste trabalho o § 2.6. De 1770 a
Kritik der Urteilskraft, Kant não vacilará nesta posição. No entanto, em sua análise desta nota do
Estética transcendental, B AEUMLER considera a crítica de Kant injustificada, argumentando que Baumgarten
ele não tinha a intenção de reduzir o julgamento do belo a critérios racionais que devem servir
de preceitos para acusação [1923: 270s. n. 3].

Página 114

4.3. A autonomia da imaginação na segunda edição da Crítica 89

puro do entendimento [ B 161 n., II 154 n.]. Com base neste resultado,
gosto não será mais capaz de reivindicar validade objetiva, nem mesmo através do conhecimento
sensível ou intelectual. A partir deste momento, Kant não será capaz de se apoiar
em sua concepção da validade objetiva do conhecimento sensível para funcionar
para comprovar a capacidade de sabor e, assim, justificar a reivindicação de validade que
este expressa. Nos materiais do Nachlass e do Vorlesungsnachschriften
continuará a insistir nesta relação entre gosto e as meras leis de
sensibilidade, mas tais reflexões não encontrarão nenhuma correspondência
com a estrutura de conhecimento sensível que se baseia no nível do trabalho
e, portanto, sua relação com um reino de objetividade permanecerá em
suspense, precisamente na medida em que Kant irá argumentar no primeiro
ética que a mera forma de sensibilidade não pode conter por si mesma
nenhuma base para objetividade. Nesse sentido, suas indagações sobre
a estética continuará a apresentar a maioria dos aspectos da concepção que
estávamos no período da Dissertatio, já que o julgamento de gosto seguia
vai repousar apenas nas puras leis da sensibilidade, com base na
espaço e tempo. Mas, precisamente por isso, esta referência ao mero
sensibilidade significará um afastamento daqueles fundamentos segundo os quais
neste momento, a validade dos julgamentos pode ser fundamentada ou, mais particularmente,
sua validade objetiva. Portanto, uma consequência crítica positiva derivada de
este resultado negativo é que a única validade que o gosto pode reivindicar
a partir desse momento, ele deve ser inscrito no reino do subjetivo. Com ele,
Uma das expressões fundamentais do problema estético é evidente na
questão de como entender uma reivindicação à validade da acusação que
não repouse mais em qualquer fundamento objetivo.

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
4.3 A autonomia
Análise da imaginação na segunda edição do

Um grande desafio para um estudo de significado sistemático


do Kritik der Urteilskraft é dado pelo problema de compatibilidade
entre, por um lado, a teoria da Análise Transcendental ou, mais particularmente,
da Dedução Transcendental dos conceitos puros do entendimento e,
de outro lado, a teoria do Julgamento reflexivo levantada na terceira Crítica.
Este problema é especialmente agravado pelo fato de que a tentativa
pensar nessa complementaridade não pode simplesmente reconstruir o link
ção temática entre a primeira e a terceira Crítica, evitando completamente
o desenvolvimento histórico vivido pelo pensamento de Kant desde 1781
a 1790. Nesse sentido, é sabido que na segunda edição de 1787

Página 115

90 A base crítica das áreas objetivas da razão

este irá reescrever e repensar essas seções importantes do Kritik der reinen
Vernunft as the Transcendental Deduction, centro da Lógica Transcendent.
tal com o qual, mais tarde, ele tentará conciliar sua teoria do Julgamento
reflexivo.
Neste trabalho, não podemos nos aprofundar nas razões históricas -
mudanças evolutivas que levaram Kant a esta correção da primeira Crítica. Sobre
Em particular, estamos interessados ​em apontar a delimitação sistemática de que Ana-
lítica transcendental, na medida em que fundamento da validade objetiva do
Julgamento determinante transcendental, a respeito da questão da validade
o conhecimento subjetivo e a futura teoria do julgamento reflexivo. Neste
sentido, em outro lugar eu já defendi que apenas a Dedução Transcendental
da segunda edição consegue construir este argumento com base neste
demarcação, justamente na medida em que Kant não mais atende ao
visão subjetiva de nossa faculdade de conhecer e concentra-se exclusivamente
sobre a questão da validade objetiva do conhecimento.12 deste ponto
da vista, a exclusão de uma atividade especificamente sensível e subjetiva de
a imaginação na segunda edição não pode ser lida, com Heidegger13,
como um "retrocesso" no reconhecimento de finitude de Kant.
Em vez disso, esta exclusão deve ser interpretada como o resultado de uma "relocação
cação ”de questões críticas que em 1781 ainda eram confusas.
Os dados histórico-evolutivos sugerem que as razões que
motivar as variações indicadas no texto da segunda edição não são
corresponder com as teses defendidas em uma obra tão influente como Kant

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
und das Problem der Metaphysik. De acordo com Heidegger, na dedução de 1787 a
a imaginação perde proeminência precisamente devido à perda de si mesma
nomia no que diz respeito à compreensão. Pelo contrário, na primeira edição
entendimento foi definido por sua relação de dependência com respeito a
imaginação, uma faculdade em torno da qual o argumento giraria apropriadamente
dedução e de qual Kant faria a ontologia depender da finitude que
Heidegger aprecia no Kritik der reinen Vernunft.
Do meu ponto de vista, no entanto, esta leitura do primeiro e do
a segunda edição é problemática quando vista de uma perspectiva histórica.
evolucionário.
Em primeiro lugar, se a imaginação efetivamente perdeu peso em
fundação do conhecimento desde 1787, a importância da

12 Para uma versão ampliada deste parágrafo, ver S ÁNCHEZ R ODRÍGUEZ , Manuel (2009): «La au-
A autonomia da imaginação na segunda edição da Crítica da Razão Pura de Kant. Uma crítica do
interpretação de Heidegger na perspectiva da Crítica do Julgamento ”, in Pensamiento 65, 2009, 53–78.
13 H EIDEGGER , Martin (1929): Kant und das Problem der Metaphysik, ed. por F.-W. von Herrmann, em

Gesamtausgabe, Frankfurt am Main 1991, seita. 1o, vol. III : XIV .

Página 116

4.3. A autonomia da imaginação na segunda edição da Crítica 91

quem adquire esta faculdade no Kritik der Urteilskraft, um trabalho em que Kant
busca um fundamento das condições subjetivas de conhecimento
em geral, por ocasião de sua análise e crítica de julgamentos estéticos.14 este
defenderá neste trabalho a demanda de pensar sobre sua complementaridade essencial.
nidade - e heterogeneidade - a atividade sensível da imaginação, 'na medida em que
aquele produtivo e autônomo »[KU, V 324], e a legalidade do entendimento.
Esta possível concordância entre as duas faculdades constitui a subcondição
objetivo do conhecimento em geral que se manifesta por meio do
crítica dos julgamentos de gosto sobre o belo.quinze
Por outro lado, um estudo dos materiais do Nachlass e do Vorle-
sungsnachschriften de 1781 a 1790 oferece uma visão do desenvolvimento intelectual
Tual de Kant que não se coaduna com a reconstrução histórica pressuposta por
Heidegger. Além disso, esses materiais mostram que Kant só consegue
encontrar o caminho que leva ao reconhecimento da autonomia do
imaginação de 1784, precisamente no quadro do seu projeto estético
e precisamente sob a influência do Grundlegung,16 que, de acordo com Heidegger,
marcaria o início do "atraso" de Kant. Por volta de 1781, por outro lado,
este último ainda não tem uma solução para abordar a relação entre imaginações
ção e compreensão que lhe permite dar conta da autonomia do
primeiro corpo docente contra o segundo. Em Anthropologie-Menschenkunde (1781-
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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
1782 aproximadamente) Kant oferece uma explicação empírica do processo de
conhecimento segundo o qual a imaginação produtiva só pode jogar
sua função na medida em que é controlada e dirigida pelo entendimento
[AA XXV . 2 945-47]. Em contraste, em Anthropologie-Busolt (1788-1789 aproxi-
matamente) encontramos uma posição muito diferente. Por um lado, Kant reconheceu
ce a autonomia da imaginação; este é um corpo docente sensível e produtivo
e criativo, cuja função é fornecer insights sobre os conceitos do

14 Vamos nos concentrar neste tema geral na terceira parte deste trabalho.
15 § 59 da Kritik der Urteilskraft deve ser considerado como um dos textos mais importantes de
este trabalho, no qual Kant aprofunda sua caracterização dessa atividade produtiva da imaginação
e ele relaciona sua teoria das idéias estéticas com a intenção sistemática da obra. Sozinho
cópia de Kant und das Problem der Metaphysik H EIDEGGER refere-se ao § 59 e notas: «também
aqui a interpretação [é] totalmente confirmada e novamente a regressão [de Kant observada na
segunda edição do Kritik der reinen Vernunft]. [] Mas em que sentido [?] »[1929: 160 n. para]. O que
A anotação deixa claro, Heidegger não explica por que o § 59 novamente supõe um movimento para trás em
A apreciação de Kant da importância da imaginação no sistema crítico. Na verdade, ele não fornece
nenhum argumento que ilustre a compatibilidade de sua interpretação com as teses de escopo sistemático
que Kant desenvolverá no Kritik der Urteilskraft: «Não pode ser examinado aqui em que sentido
nação pura retorna no Kritik der Urteilskraft ou se isso ocorrer na relação expressa com o
justificação da metafísica que foi mostrada aqui »[161]. Possivelmente Heidegger faz parte do
ideia de que é possível abordar o problema do fundamento da metafísica no pensamento de
Kant negligenciando completamente o significado sistemático da terceira Crítica a esse respeito.
16 Veja neste trabalho § 6.2.1.

Página 117

92 A base crítica das áreas objetivas da razão

entendimento. Como faculdades heterogêneas, sensibilidade e compreensão


tendem a ter fins diferentes, embora "ambos sejam necessários para um propósito
comum »[AA XXV . 2 1445], ou seja, pela possibilidade de conhecimento em
em geral. Como Kant descreve esta complementaridade entre sensibilidade
e compreensão, que ele também define como um «jogo das faculdades de co-
nocer »[AA XXV . 2 1444], “[o] entendimento deve ter a predominância de
de tal forma que ele saiba apreender todo o jogo da sensibilidade, alcançando assim o seu
último fim »[AA XXV . 2 1445]. A autonomia da sensibilidade frente às
tendência e a constatação de que esta última faculdade só pode atingir
seu objetivo final na medida em que coincide com o conteúdo oferecido pelo
primeiro fale a favor da interpretação de Heidegger, com o importante
exceto que esta lição é imediatamente após a publicação de
a segunda edição do Kritik der reinen Vernunft, em que, de acordo com o último, Kant
teria revertido seu reconhecimento da finitude do conhecimento.
para o humano. A alusão ao jogo entre as faculdades e o fato de Kant
aprofundar este conceito por ocasião de sua teoria do gênio exposta em

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
disse
não é areduzido
lição [AA XXV . 2 1492-99] deve nos levar a pensar que esta posição
a uma mera exposição empírica não relacionada ao desenvolvimento do sistema
crítico. Na verdade, tais ideias sobre gênio e o papel da imaginação
ção em relação ao conhecimento mostra uma proximidade óbvia ao conhecimento
posição final defendida na Kritik der Urteilskraft.
Se essas indicações gerais de natureza histórico-evolutiva estiverem corretas,
Parece difícil pensar que em 1787 Kant deixou de reconhecer a importância da
imaginação como condição essencial para a possibilidade de
conhecimento. Agora, é possível ler à luz desse desenvolvimento histórico
a Dedução Transcendental, conforme exposta em 1787?

4.3.1 A edição de 1781: uma confusão de problemas

Em primeiro lugar, deve-se verificar como a primeira edição não alcançou


ainda diferenciar claramente entre a atividade subjetiva e autônoma que
corresponde à imaginação produtiva e ao problema de validade objetiva
do entendimento, em relação ao qual a imaginação desempenha sua função
como condição determinante do conhecimento.
Neste texto, o conceito de imaginação e seu significado dentro do quadro de
dedução será desenvolvida principalmente em duas seções, na mesma
dedução dos conceitos puros do entendimento [ KrV , A 115ss., II 173ss.]
e na seção dedicada à divisão dos três tipos de síntese [ A 98ss., II
162ss.]. Pelo menos neste último texto, o argumento de Kant não parece

Página 118

4.3. A autonomia da imaginação na segunda edição da Crítica 93

admitir a independência da imaginação da função determinante


de compreensão.
No primeiro texto aduzido, no entanto, o argumento da dedução
Transcendental, a fim de demonstrar a validade objetiva de conceitos puros
compreensão, ou seja, tais conceitos podem determinar a priori
objetos de experiência, encontra uma chave principal na verificação
que na mesma sensibilidade uma síntese pura é possível.17 Esta síntese é
o produto da imaginação produtiva, que pertence ao reino da
sibilidade. Por um lado, isso é pressuposto em toda reprodução e associação
com vontade. Por outro lado, esta síntese pode ser referida em geral, como
formal, a unidade sintética de apercepção através do
função transcendental da imaginação. Assim, de acordo com Kant, este pro
canal da imaginação é fato intelectual e, com ele, as representações

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subjetivo pode ser interpretado por sua possível correspondência com o
objetos. Na medida em que toda apreensão e reprodução pressupõe
esta síntese sensível, assim se funda a possibilidade de que a unidade sintética de
apercepção determina a priori as representações subjetivas da mente.
Portanto, seria mostrado, em primeiro lugar, que tais representações podem
ser pensado em sua correspondência necessária com os objetos em geral, no
na medida em que pressupõem a síntese produtiva da imaginação, ou seja,
uma síntese formal e sensível que pode ser posteriormente determinada em
seu impulso de apercepção; Em segundo lugar, o argumento demonstraria o
validade objetiva dos conceitos puros do entendimento, na medida em que podem
podem ser encaminhados aos fenômenos por meio dessa mediação proporcionada pelo
imaginação.
Isso significa que a unidade sintética de apercepção determina o
título próprio da síntese sensível da imaginação produtiva? Mais bem,
Deve-se afirmar que o argumento deve mostrar que esse fundamento lógico
origem intelectual apenas determina a possibilidade de pensar as representações
afirmações subjetivas como correspondendo em geral à objetividade do
experiência. Kant não afirma que o Ego deve estar consciente de forma eficaz
de cada uma de suas representações para que sejam possíveis como conteúdo
humor subjetivo; em vez disso, sustenta que o Eu deve ser capaz de estar ciente de
suas representações para que possam ser combinadas como uma unidade objetiva.
vai, mesmo quando inicialmente devido à condição subjetiva que contribui
a síntese produtiva da imaginação: «Para o estável e auto permanente (o
pura apercepção) constitui o correlato de todas as nossas representações,
na medida em que é meramente possível estar ciente deles, e toda consciência per-

17 Para um desenvolvimento deste argumento, ver S ÁNCHEZ R ODRÍGUEZ 2009: 57–63.

Página 119

94 A base crítica das áreas objetivas da razão

tem uma percepção pura e abrangente ”[ A 123, II 178, itálico


Autor]18.
Portanto, o argumento busca, em princípio, defender a necessidade de
a possibilidade dessa relação de fundamento, ou seja, a dedução deve
assistir apenas à demonstração de que nossas representações sub-
Objetivos geralmente podem corresponder a objetos de experiência se e
somente se eles puderem ser referidos em geral à unidade sintética de apercepção
do assunto. Com isso, Kant parece diferenciar entre síntese produtiva e
sensível da imaginação, como condição subjetiva do conhecimento.
que permite a formação de representações da mente, e a condição
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objetivo de origem intelectual, que determina a possibilidade de pensar tal


conteúdos subjetivos como representações correspondentes a um objeto
em geral, com a experiência. A imaginação produtiva se transforma em imaginação
ginação transcendental apenas na medida em que esta faculdade se refere à síntese sensível
que é geralmente pressuposto em representações para a unidade sintética de
apercepção, razão pela qual é possível determiná-los por sua relação com um
unidade objetiva em geral. A este respeito, a imaginação não pertence mais a
sensibilidade, mas é uma ação do entendimento.
No entanto, esta interpretação inicial da dedução na primeira
a edição é problemática. Em primeiro lugar, se este é o objeto da discussão,
então não seria necessário mergulhar nos fundamentos subjetivos que
possibilitar a síntese sensata de representações "anteriores ao
apercepção '[ A 118, II 174f.] e, portanto, anterior à sua determinação
nação intelectual como objetivo. Basta que o argumento afirme que é
possível uma síntese pura em sensibilidade, que geralmente é pressuposta por
representações subjetivas e por sua vez podem ser referidas à unidade sintética
ca de apercepção. Mas como as representações do humor são possíveis?
de acordo com a atividade da imaginação, independentemente de sua possível validade
objetivo, é uma questão que nada acrescenta ao argumento, uma vez que a dedução
ele meramente enfoca a questão da validade objetiva do conhecimento.
Em segundo lugar, os textos de Kant parecem conter uma ambigüidade com
sobre a relação entre a dimensão subjetiva do processo de conhecimento
ae seus fundamentos objetivos e determinantes, na medida em que, como veremos
então, em sua exposição, ele também parece argumentar que a apercepção
ção não só determina a validade objetiva de nossas representações, mas também
também a possibilidade subjetiva de qualquer síntese ou combinação de representações
ções que ocorrem no humor.
18 Ver também KrV, A 116, II 173, bem como Loses Blatt B 12, AA XXIII 19. Sobre o significado de
este último texto para uma compreensão da Dedução Transcendental de acordo com a primeira edição, veja
C ARL 1989.

Página 120

4.3. A autonomia da imaginação na segunda edição da Crítica 95

Essa ambigüidade ou confusão entre as condições meramente subjetivas


e os fundamentos objetivos do conhecimento são mostrados especificamente
principalmente na exposição que precede o argumento que foi reconstruído
acima, em que a demarcação entre a «síntese do
apreensão na intuição ',' a síntese da reprodução na imaginação
e a 'síntese do reconhecimento em um conceito'.

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
De acordo com Kant, sem a 'síntese da apreensão na intuição' as diferenças
O conteúdo subjetivo de nossa sensibilidade não seria nada mais do que um
"Unidade absoluta", isto é, uma impressão singular sem qualquer relação com
outros [ A 99, II 162]. Portanto, em relação ao material presente no sentido
interna, a sensibilidade deve primeiro passar pela multiplicidade dada ao
intuição de acordo com as formas puras de sensibilidade. Somente através de síntese
da apreensão é possível a representação de uma multiplicidade.
No entanto, como a dedução aponta, 'por si só, o
apreensão da multiplicidade não produziria imagem ou compreensão
combinação de impressões se não houvesse fundamento subjetivo, uma personalidade
recepção »[ A 121, II 176]. A imaginação, portanto, deve reunir os vários
de multiplicidade em uma imagem, capturando impressões ativamente
[ A 120, II 176].
Isso requer primeiro a intervenção da 'síntese da reprodução
ção na imaginação. ' Esta reprodução permite associar o
representações, bem como o estabelecimento de uma relação entre as mesmas
mas sem a necessidade da presença do objeto [ A 100, II 163]. Devido a isto,
Kant admite que deve haver algo que possibilite esta reprodução do
nomena de acordo com uma "certa regra" [ A 100, II 163], que serve como um "fundamento
a priori para uma "unidade sintética" de todas as sínteses empíricas [ A 101, II 164].
Este fundamento marca a referência desta síntese no que diz respeito ao meu próprio
sensibilidade: «pois sem isso a nossa imaginação empírica nunca receberia
algo em conformidade com sua faculdade, ou seja, permaneceria escondido dentro
nossos espíritos como uma faculdade morta desconhecida para nós »
[ A 100, II 163, itálico do autor].19 Esta vivificação da síntese empírica,
pelo qual é percebido em sua atividade pelo sujeito, ainda não é devido ao
invenção de um conceito que determina essa síntese.20 em relação a este
caracterização, é possível avaliar como essa atividade subjetiva vai

19 Neste contexto, Kant também argumenta que os fenômenos 'são o mero jogo de nossas representações
senações ”[KrV, A 101, II 164].
20 G IBBONS , Sarah (1994): Teoria da Imaginação de Kant. Preenchendo lacunas de julgamento e experiência,

Oxford: «Observe, também, que a síntese de reconhecimento em um conceito difere dos outros dois elementos de
síntese em não fornecer qualquer conteúdo adicional ao material intuído sintetizado na apreensão e
imaginação »[28]. A autora defende em sua exposição sobre a concepção kantiana de imaginação
a necessidade de distinguir entre a atividade pela qual a síntese é constituída e a própria atividade

Página 121

96 A base crítica das áreas objetivas da razão

ser recuperado na teoria do jogo livre entre as faculdades que encontramos


no Kritik der Urteilskraft, segundo o qual a imaginação em sua vivificação
combinar ativamente e brincar com as renderizações antes

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
determinação objetiva de qualquer conceito de entendimento
Eu minto.21 No entanto, na terceira Crítica a possibilidade dessa atividade
não precisa pressupor o fundamento determinante da unidade sintética do
apercepção, algo que, como veremos, esta exposição
posição.
Vamos nos concentrar novamente na linha de argumentação desenvolvida na
Kritik der reinen Vernunft. Kant argumenta que a síntese da reprodução
Só é possível se houver também uma base 'que faça isso reproduzir
produção de fenômenos, de modo que este é o fundamento a priori de
uma unidade necessária e sintética dele '[ A 101, II 164]. Este fundamental
é anterior a toda experiência, por isso é baseado em princípios a priori
e é necessariamente pressuposto em qualquer reprodução de representações
nes [ A 101s., II 164]: é a "faculdade transcendental da imaginação"
[ A 102, II 165].
Deve-se notar que Kant não está se referindo a síntese meramente produtiva
imaginação, mas para a ação subsequente pela qual, de acordo com a exposição anterior,
acima da dedução, a função transcendental da imaginação refere-se a este
síntese pura e sensível pressupõe em toda reprodução para a unidade sintética
de apercepção. Portanto, na formulação que estamos tratando agora
A diferenciação entre uma síntese produtiva e sensível não é introduzida,
um lado, e o ato de referir tal síntese à unidade sintética de apercepção
através da imaginação transcendental do outro. Na verdade, o conceito
"Imaginação produtiva" nem mesmo aparece nesta seção da Crítica, um
diferença do esboço de Loses Blatt B 12 e do argumento de dedução
que encontramos em A 115ff., onde é claramente diferenciado do
produtivo tanto quanto transcendental. Por não distinguir entre o
síntese produtiva e o que poderíamos chamar de "produtiva
transcendental ”, Kant está argumentando que a possibilidade de síntese empírica
a reprodução não requer apenas a condição subjetiva de que o
imaginação produtiva, mas também a intervenção de determinada ação.
imaginação transcendental, ou seja, sua determinação objetiva de

intelectual pelo qual esta síntese é conceituada a fim de possibilitar julgamentos de conhecimento
[1994: 30–32].
21 G uyer [1979. 75s, 85-87] corretamente aponta que a teoria futuro jogo entre as faculdades que
servirá de base para a teoria juízo reflexivo na terceira crítica, o que suporá a possibilidade de
uma síntese sensível sem a intervenção de um conceito, coincide com a função da síntese da apreensão
sion e a síntese da reprodução tematizada por Kant na primeira edição do Kritik der reinen
Vernunft, embora eles vão perder importância na segunda edição.

Página 122

4.3. A autonomia da imaginação na segunda edição da Crítica 97

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através de uma base intelectual.22 Conforme afirmado por Kant em sua exposição
sem o fundamento a priori oferecido pela síntese transcendental 'nun-
ca poderia surgir uma representação completa [...], nem poderiam
até mesmo as representações mais puras e fundamentais de
espaço e tempo '[ A 102, II 164]. No esboço de Loses Blatt B 12 e no
correspondente argumento de dedução, pelo contrário, a possibilidade
a reprodução, como síntese subjetiva, deve apenas pressupor a síntese
puro produtivo; para reprodução exigia apenas a intervenção da função
representação transcendental da imaginação meramente no que diz respeito à possibilidade
A capacidade de pensar esta síntese como uma unidade objetiva possível. Porém,
A presente exposição de Kant parece implicar ainda que a mesma posição
habilidade subjetiva de percepção no sentido interno também depende de
esta relação com um fundamento intelectual e determinante: «Pois bem, esta con
Uma ciência é o que unifica em uma representação o múltiplo que se intui
progressivamente, e depois também reproduzido ”[ A 103, II 165].
A exposição dos três tipos de síntese é apresentada com base em
que a apreensão deve pressupor a reprodução - e esta, por sua vez, funciona
representação transcendental da imaginação - e esta última deve, em última instância, pressupor
mente, o reconhecimento em um conceito com base em sua relação com
a unidade sintética de apercepção.23 Certamente, o argumento da de-
produção da primeira edição parece atribuir grande importância ao
atividade produtiva da imaginação, como condição subjetiva do
conhecimento. No entanto, ao introduzir essa condição subjetiva como um
parte constitutiva do argumento e não separar estritamente esta dimensão
ção da imaginação da função determinante e objetiva
esta faculdade na medida em que é transcendental, Kant acaba argumentando que a
titulação subjetiva de qualquer conteúdo da mente deve, em última análise, pressupor
exemplo, uma fundação intelectual. Mas esta conclusão parece incompatível
com o principal ponto de partida da crítica. Bem, esta abordagem,
como crítica e fundamento da metafísica, afirma que podemos
conhecer a priori nos objetos aquilo que o entendimento possui
viamente neles, o que também significa que, em nosso conhecimento,
a priori dos objetos é indeterminado o que se deve à sua alteridade
como objetos singulares. Estes devem ser dados à sensibilidade para que

22 H EIDEGGER [1929: 182], no entanto, explica a relação fundamental entre o trans-


cendental e a síntese da reprodução apoiando-se na caracterização da imaginação como
aquela meramente produtiva, uma mediação conceitual que não encontra justificativa no texto. Para o
Além disso, ele simplesmente identifica a imaginação produtiva e a imaginação transcendental, embora no ex-
A posição de Kant, apenas a última fornece uma base objetiva, na medida em que realmente constitui um
ação da espontaneidade.
23 Cf. G IBBONS 1994: 36.

Página 123

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98 A base crítica das áreas objetivas da razão

podemos conhecê-los a posteriori, e esta faculdade deve ser capaz de ter a capacidade
específico, oferecido pela atividade produtiva da imaginação, das relações
narrar e combinar livremente fenômenos de acordo com sua forma, antes
à determinação objetiva do entendimento.

4.3.2 A edição de 1787: o papel determinante da imaginação


transcendental

Na edição de 1787 encontramos uma variação patente na estrutura


do argumento da dedução e, principalmente, no papel desempenhado por
a imaginação em seus diferentes momentos. Por um lado, Kant deixará de se concentrar
ser rastreada até as fundações subjetivas de apreensão e reprodução,
e atenderá ao ato pelo qual a síntese sensível da imaginação é referida
dá a unidade sintética de apercepção através da imaginação como
Quão importante. No entanto, isso continuará a se referir a uma síntese para
priori em sensibilidade, que será referida neste momento como síntese
figurativa, e não como síntese produtiva.24
Veremos que na segunda edição Kant continuará a contemplar
uma dimensão meramente sensível da imaginação, bem como aquela que a imagina
nação transcendental tem a função de referir esta síntese sensível e pura para
a unidade sintética de apercepção. No entanto, Kant não se aprofunda no
caráter da imaginação no que diz respeito à sensibilidade, nem na
sua relação com os fundamentos subjetivos do conhecimento em geral. o
referência a esta síntese sensata é um requisito necessário no argumento,
mas apenas na medida em que deve ser verificado que tal síntese sensível pode ser
encerrado como objetivo pela unidade sintética de apercepção. A partir de
Desse modo, Kant não defende que a própria constituição subjetiva do
a tese sensível é determinada pela unidade objetiva de apercepção; benção
constituição é um produto subjetivo da imaginação, que só pode ser
ser direcionado se puder ser relacionado a uma razão
intelectual por meio da imaginação transcendental. Com isso, o argumento
da segunda edição irá especificar mais claramente a relação do
conceitos puros com a natureza discursiva do nosso entendimento, na medida em que
que depende da sensibilidade. Vamos nos aprofundar nessa interpretação.

24 Esta síntese sensível não pode ser identificada com a síntese da imaginação reprodutiva, uma vez que
enquanto o último 'está apenas sujeito às leis empíricas, a saber, as leis da associação.
ção e, portanto, não desempenha qualquer papel na explicação da possibilidade de conhecimento através
priori "[KrV, B 152, II 149], síntese figurativa, pelo contrário, é" possível a priori e necessária "[ B 151,
II 148].

Página 124

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4.3. A autonomia da imaginação na segunda edição da Crítica 99

É verdade que a exposição da segunda edição também parece


reduzir a possibilidade de qualquer síntese sensível e subjetiva ao seu relacionamento
com o fundamento objetivo e decisivo proporcionado pelo entendimento:
No entanto, a combinação [Verbindung] (coniunctio) do múltiplo em ge-
neral nunca pode ocorrer em nós através dos sentidos nem, portanto,
nem pode estar contido na forma pura da intuição dos sentidos.
ble; pois esta combinação é um ato da espontaneidade do corpo docente representativo.
sentativa [Vorstellungskraft] e, uma vez que esta espontaneidade, ao contrário
sensibilidade, deve se chamar compreensão, toda combinação [...] é
uma ação do entendimento, à qual daremos o nome geral de
síntese [...] [ KrV , B 129s., II 134s.].25

No entanto, essa determinação necessária de origem intelectual em relação a


ção com toda a síntese na mente diz respeito exclusivamente à possibilidade de
sua determinação objetiva. A continuação imediata deste texto é como
Segue:
[...] apontar por meio dessa denominação [de síntese] que a gente não pode
Não podemos representar nada combinado em um objeto sem tê-lo combinado
anteriormente nós mesmos, e entre todas as representações, a combinação de
ção é a única coisa que não ocorre por meio de objetos, mas pode ser contribuída
pelo sujeito na medida em que é um ato de sua atividade própria [ B 130, II 135].

Kant não está afirmando que a combinação sensata só é possível em


através da unidade sintética de apercepção; melhor, o que funda esta
princípio de origem intelectual é a possibilidade de pensar em qualquer combinação
sensível como uma combinação correspondente em um objeto geral. E
É nessa mediação entre o sensível e o intelectual que o
imaginação, ainda que transcendental e determinante.
Na primeira edição havia também uma diferença entre uma síntese
sensível e o ato de imaginação transcendental pelo qual é determinado
dá a unidade objectivo desta síntese. No entanto, na segunda edição do
a Kritik der Vernunft reina neste momento meramente sensíveis - com o
condições subjetivas que o tornam possível - é simplesmente pressuposto, e o
argumento vai dar atenção especial ao ato de mediação entre sensibilidade e
25 Este texto é claramente paralelo à correção observada por Kant em sua própria cópia
da primeira edição do Kritik der reinen Vernunft, em particular fora de A 78, ali mesmo
onde anteriormente síntese em geral foi definida como a "mera ação da imaginação"; em sua co-
Notas de correção posteriores: "uma função do entendimento" [cf. E RDMANN , Benno (ed.) (1881): Nachträge
zur Kritik, Kiel, XLI ]. Tal correção é interpretada pela H EIDEGGER como prova do prejuízo
de peso da imaginação na segunda edição e do que este chama de "retrocesso" de Kant [1929:
161s.]. Em vez disso, essa restrição do escopo do conceito de síntese ao domínio intelectual se deve ao fato de que
neste ponto, Kant só pode estar aludindo em particular ao problema da validade objetiva do conhecimento.
Já estou ciente da função transcendental da imaginação, que é considerada por ela, de fato, como
um ato de compreensão. Como será visto a seguir, esta é a interpretação que emerge da
texto paralelo da segunda edição que acaba de ser citado.

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Página 125

100 A base crítica das áreas objetivas da razão

a compreensão que a imaginação fornece como transcendental, é


cir, como uma condição objetiva de conhecimento. Ao diferenciar claramente o
problema de validade subjetiva de conhecimento do problema de sua validade
objetivo, Kant irá analisar a função das faculdades meramente em termos de
pectos da sua validade objetiva. Usando a terminologia mais tarde do Kritik der
Urteilskraft, que Kant escreverá de 1788 a 1790,26 o De-
A produção transcendental se concentra em condições objetivas e determinantes
do Julgamento, que deve ser analisado com base em seu isolamento com
em relação às condições subjetivas e reflexivas.
Portanto, a síntese do entendimento não diz respeito à constituição do
fenômeno como uma representação da mente, mas para a possibilidade de pensar sobre ela
geralmente na experiência como um objeto de conhecimento.27 só isso
autoriza a pensar "a relação das representações com um objeto, portanto
Portanto, sua validade objetiva, ou seja, que essas representações se tornem
no conhecimento “[ B 137, II 139, grifo do autor]. Através da síntese de
apercepção, compreensão funda a unidade entre nossas representações
ações sensíveis que devem servir como uma condição necessária para uma experiência
cognoscível pelo sujeito. Ou seja, minhas renderizações não podem oferecer
conteúdo sensível para conhecimento, se não puder ser considerado
também gosto de minhas representações.
Agora, Kant parece sustentar que sem referência a este inte-
intelec- "o múltiplo não iria unir em consciência" [ B 138, II 140]. Se lermos
esta afirmação como uma defesa de que qualquer combinação particular que
ocorre na mente deve ser governado por puro entendimento, então
Estaríamos mantendo uma interpretação da teoria do conhecimento
A oposição de Kant às críticas. Pois esta síntese intelectual fornece um
damento pensar em geral a objetividade de nossas representações,
mas não a sua correspondência real com os objetos particulares. Portanto, se
a compreensão governa cada combinação que ocorre no espírito
constituindo assim uma representação subjetiva, então um fundamento
intelectual seria garantir a correspondência objetiva de tais representações
ções no que eles têm de particular, na medida em que esta ação do
Compreensão fornece um fundamento da unidade objetiva. No entanto, Kant
sustenta que esta correspondência objetiva particular, que torna a verdade possível

26 Cf. T ONELLI 1954.


27 KRV, B 138, II 140: «A unidade sintética de consciência é, portanto, uma condição de objectivo
todo o conhecimento, mas não uma condição que eu exija para conhecer um objeto, mas sim sobre
a condição para a qual todos intuição deve apresentar, a fim de se tornar um objeto para mim »[itálicos de
Autor].

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Página 126

4.3. A autonomia da imaginação na segunda edição da Crítica 101

empírico em um juízo de conhecimento, só pode ocorrer a posteriori e, portanto,


Portanto, independentemente da espontaneidade do entendimento.
De acordo com esta interpretação, os produtos da imaginação não são
o que é apenas um mero jogo subjetivo de representações, mas pode
também têm validade objetiva, se e somente se essas representações podem ser
se refere a priori para a unidade sintética de apercepção. Esta descoberta de
a necessidade da possibilidade de validade objetiva de minhas representações é
o que já encontramos na afirmação contida no § 16 da dedução:
«O penso deve ser capaz de acompanhar todas as minhas representações [Das: ich
denke, muß alle meine Vorstellungen begleiten können] »[ B 131, II 136].28
Agora, na medida em que toda reprodução da imaginação é mera
empiricamente, a pura unidade de consciência só pode ser aplicada a priori
a tais representações subjetivas, na medida em que elas mesmas pressupõem
montar uma síntese pura e sensível que, devido ao seu caráter formal, pode
ser referido neste fundamento intelectual. Na verdade, Kant era perfeitamente
ciente de que sem referência a uma síntese pura e sensível, na medida em que
especificamente diferente da espontaneidade, seu argumento não poderia ser completo.
completo ou, em outras palavras, sem introduzir esta referência a 'nosso
forma de saber »[ B 25, II 63, itálico do autor] o argumento apenas aludiria
à possibilidade de conhecimento objetivo, mas ainda abstraindo da dis-
cursividade que caracteriza em particular o conhecimento humano, derivado
heterogeneidade entre o sensível e o intelectual: «Mas este princípio não
É, no entanto, um princípio para todo entendimento possível em geral, mas
apenas para aquele através de cuja pura apercepção ainda não foi dada
nada múltiplo na representação 'eu sou' »[ B 138, II 140]. Portanto,
até este ponto, o argumento da dedução abstraiu 'da maneira
o múltiplo é dado a uma intuição empírica »[ B 144, II 144].
Essa atenção à dedução transcendental em relação ao nosso modo
de saber, pela natureza sensível da subjetividade, já se expressa em
a definição de conhecimento transcendental:
Eu chamo de transcendental todo conhecimento que lida em geral, nem tanto
com os objetos, mas com a nossa maneira de conhecer os objetos, na medida em que [isto
forma de saber] deve ser possível a priori [ B 25, II 63].

E deve-se notar, em relação ao assunto em questão, que neste


texto importante Kant introduziu em 1787 uma correção interessante
em comparação com a primeira edição, porque "nossa maneira de saber [Erkenntnisart]"

28 Isto também é confirmado por B ECK , Lewis W. (1978): «Será que o Sábio de Königsberg não teve sonhos?»,
em Essays on Kant and Hume, New Haven, 38-60: «Kant não diz em lugar nenhum que o 'eu penso' deve
acompanhar todas as minhas representações; diz apenas que deve ser capaz de os acompanhar [...] »[45].

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102 A base crítica das áreas objetivas da razão

substituiu "nossos conceitos" na definição de 1781 [ A 11, II


63]. Kant usa a expressão "unsere Erkenntnisart" para se referir ao nosso
outra forma sensata de saber, em oposição a uma forma de saber
não discursivo, como mostrado no resto das passagens em que
a expressão aparece, sempre após 1781 [KrV, B XVII , II 26;
Prolegomena, III 224, 313]. Ao contrário da interpretação de H EIDEGGER ,
que neste caso não atende às variações introduzidas em 1787 contra
para a primeira edição,29 a valorização da finitude na definição do conhecimento
compreensão transcendental, encontramos isso claramente na segunda edição, e não na
primeiro.30
Deste reconhecimento da finitude do conhecimento, essencial
para a tarefa realizada pelo conhecimento transcendental, Kant tem que se concentrar
Eu sei nessa relação de dependência necessária que o entendimento guarda
no que diz respeito à intuição e imaginação como sensíveis, apenas parcialmente
a partir do qual a validade objetiva dos conceitos pode ser demonstrada
puro de compreensão.31 É justamente essa dependência do entendimento
no que diz respeito a uma síntese da imaginação enraizada na sensibilidade
que, segundo Heidegger, marca a base para uma ontologia da finitude
no Kritik der reign Vernunft, embora ele argumente que esta posição deve
encontre-o na primeira edição e não na segunda. Já verificamos
que esta posição não é afirmada de forma consistente na primeira edição.
A seguir, verificaremos se a segunda edição contempla este es-
estrutura do argumento, na medida em que admite a especificidade de um
síntese pura e sensível, que, no entanto, só é tematizada com o propósito de
pense nisso por sua possível relação com a unidade sintética de apercepção.
A síntese figurativa ou síntese speciosa faz parte da sensibilidade e é
nitidamente diferenciado da síntese intelectual [ B 151, II 148]. Esta última,
na medida em que contribui com a «combinação de entendimento», é denominado por
"Síntese intelectualis" de Kant [ B 151, II 148]. Síntese figurativa e
síntese intelectual tem um significado transcendental, 'na medida em que
que estabelecem a possibilidade de outros conhecimentos a priori ”[ B 151, II 148].
E é que a síntese figurativa se torna a síntese transcendental do
imaginação 'se for direcionada meramente para a unidade sintética de apercepção, ou
isto é, se aborda aquela unidade transcendental que é pensada nas categorias »

29 Cf. H EIDEGGER 1929: 16.


30 Para um estudo da gênese histórica do conceito de transcendental e uma análise detalhada
deste texto, ver H INSKE 1970: 39.
31 H ENRICH , Dieter (1969): "The Proof-Structure of Kant's Transcendental Deduction", na revista

of Metaphysics 22, 1969, 640-59, reconhece que existem dois problemas diferentes que o argumento deve resolver.
de dedução: por um lado, como determinar a validade objetiva das categorias nos julgamentos de
conhecimento; por outro lado, como é possível uma mediação entre sensibilidade e compreensão.

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4.3. A autonomia da imaginação na segunda edição da Crítica 103

[ B 151, II 148]. Ou seja, a síntese transcendental é o resultado de referir o


síntese figurativa à unidade sintética de apercepção. É claro que Kant
não tematiza em que consiste esta síntese figurativa, na medida em que é meramente
sensível, mas sua exposição mostra que a síntese transcendental
é um ato de espontaneidade que se exerce sobre essa síntese que tem sua
origem no campo da sensibilidade:
No entanto, a síntese figurativa, se ela se dirige meramente à unidade sintética
apercepção, isto é, se aborda aquela unidade transcendental que é
pensamento nas categorias, deve ser chamado de síntese transcendental do
nação, em oposição à combinação meramente intelectual. A imaginação
é a capacidade de representar um objeto mesmo sem sua presença no
intuição. Agora, como toda a nossa intuição é sensível, nós a imaginamos
nação pertence à sensibilidade quanto à condição subjetiva
apenas a partir do qual pode oferecer os conceitos de compreensão de um
intuição correspondente. Mas se a síntese da imaginação é um exercício
espontaneidade, que é determinante e não meramente determinável como
os sentidos, isto é, se ele pode determinar a priori o significado de acordo com a forma de
o último em conformidade com a unidade sintética de apercepção, então o
Gination é, a este respeito, uma faculdade que determina a priori a sensibilidade,
e sua síntese de intuições, de acordo com as categorias, deve ser a síntese
transcendental da imaginação; ou seja, uma ação do entendimento sobre o
sensibilidade e a primeira aplicação dela (ao mesmo tempo, o fundamento do
às suas aplicações) a objetos de intuição possíveis para nós. Enquanto
figurativa, esta síntese difere da síntese intelectual, [que é
duce] sem qualquer imaginação, apenas por compreensão. Agora
bem, na medida em que imaginação é espontaneidade, às vezes também chamo de
imaginação produtiva, diferenciando-se assim da imaginação reprodutiva [...]
[ B 151s., II 148s.].

A primeira coisa a ter em mente é que Kant diferencia entre os


imaginação, na medida em que diz respeito à sensibilidade, e imaginação
transcendental, como ação espontânea do entendimento. Com
Isso mostra que na segunda edição não apenas define o
imaginação como transcendental, embora ele considere que tal faculdade
só pode ser constituída como uma condição objetiva para o conhecimento
como transcendental.
Em primeiro lugar, Kant define a síntese figurativa como uma 'síntese do
múltiplo de intuição sensível ', com o qual ainda não está claro se pertence a
sensibilidade em geral ou é um produto específico da imaginação, como
corpo docente sensível. Ele então afirmará que a síntese transcendental
imaginação é o resultado de referir esta síntese figurativa à unidade
apercepção sintética. Se Kant esclarece no final do texto que a síntese

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figurativo difere da síntese intelectual de compreensão por ser
Este último ocorre sem a intervenção da imaginação [Sie ist figürlich von der

Página 129

104 A base crítica das áreas objetivas da razão

Intellektuellen Synthesis ohne alle Einbildungskraft, bloß durch den Verstand,


unterschieden], isso só pode significar que a síntese figurativa da intuição,
que pertence à sensibilidade e é a priori, só pode ser uma síntese de produto
da imaginação.
Agora, essa síntese sensata pode ser determinada mais tarde.
pela unidade sintética de apercepção através do trans-
ponto central da imaginação, e este é precisamente o ponto em que
O argumento de Kant. Bem, se esta faculdade também desempenha a função
pelo qual a síntese sensível ou figurativa é geralmente referida à unidade
síntese de apercepção, então a imaginação constitui adequadamente
uma ação transcendental e determinante cuja origem está na espontaneidade
Papai.32 Esta determinação dirige os sentidos de acordo com sua forma e é baseada em
a unidade sintética de apercepção, que constitui a primeira aplicação
de compreensão sobre o sensível e a base para o resto de suas aplicações,
isto é, a base para a teoria do esquematismo.
É necessário insistir que a função transcendental da imaginação é um
mais um passo no processo de conhecimento, que envolve a superação do mero
reino da sensibilidade, na medida em que significa propriamente o inter-
venação de compreensão. E também deve ser levado em conta que, embora
esta ação de espontaneidade é exercida sobre a síntese figurativa, a arte
O script não sustenta de forma alguma que a possibilidade deste último como um
a síntese sensível e subjetiva requer a intervenção de tais condições intelectuais.
tuais de validade objetiva. A função transcendental da imaginação consiste
Portanto, ao se referir à «síntese do múltiplo da intuição sensível»,
já pressupõe em geral em nossas representações, a unidade sintética de
apercepção, a base para a qual podemos pensar sobre a validade objetiva de
tais representações.
Certamente, na segunda edição Kant também se refere à síntese
transcendental da imaginação através do conceito de "síntese produtiva",
conceito que designou na primeira edição a síntese sensível e pura do
imaginação. No entanto, isso não significa que a segunda edição não contenha
temperar outro significado da imaginação do que aquele designado pelo
conceito de síntese transcendental. Sua exposição ainda deixa espaço para um
pura síntese da sensibilidade devida à atividade da imaginação, para a qual

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é referido neste momento pelo conceito de síntese figurativa. Para o
32 Desse modo, a síntese transcendental é uma especificação da síntese figurativa, embora não seja
toda síntese figurativa é por si mesma transcendental: para isso, a ação subsequente pela qual o
síntese figurativa e sensível é geralmente referida à unidade sintética de apercepção, que supõe um
mais um passo na exposição do argumento. Nesse sentido, a síntese transcendental da imaginação
pressupõe a possibilidade de síntese figurativa na sensibilidade. Na verdade, em B 154 Kant define como
"Figurativo" para a síntese transcendental da imaginação.

Página 130

4.3. A autonomia da imaginação na segunda edição da Crítica 105

Portanto, o argumento pressupõe que a imaginação, como pertencente


sensibilidade, contém uma síntese a priori e sensível, que precede o
ação determinante da imaginação transcendental.
Conforme indicado, este primeiro momento sensível pertencente ao
imaginação é de interesse para o argumento da dedução apenas na medida em que
Esta síntese é determinada pelo entendimento, de modo que através
Isso pode ser baseado na validade objetiva do conteúdo subjetivo do
sibilidade. Por esse motivo, ao contrário da primeira edição, o argumento não
nem um pouco sobre a questão de em que consiste a atividade da imaginação.
antes de sua função transcendental. Mas a única indicação de
Kant com respeito a este momento sensível da imaginação é de máximo
importância no quadro geral do desenvolvimento da crítica. De acordo com o texto
citada, a imaginação, como sensível e anterior à sua função
determinante, fornece a condição subjetiva pela qual é possível oferecer um
intuição para os conceitos de compreensão [so gehört die Einbildungskraft
der subjektiven Bedingung wegen, unter der sie allein den Verstandesbegriffen
eine korrespondierende Anschauung geben kann]. Com esta declaração, Kant
não pode estar se referindo à síntese transcendental da imaginação; sobre
tanto que este último supõe uma relação de intuição pura com a unidade
síntese de apercepção, não pode pertencer ao reino de
sensibilidade, a que a citação se refere: a síntese da imaginação transcendente
tal, através do qual o sensível é determinado em um sentido objetivo, é um
ação da espontaneidade do entendimento sobre a forma pura do
bilidade. Por outro lado, no trato com a síntese transcendental, os «conceitos
compreensão [Verstandesbegriffe] 'para quem a síntese da imaginação
Eu ofereceria a você uma intuição de quais deveriam ser as categorias; no entanto, «o con
conceitos puros de compreensão são de natureza completamente diferente
intuições empíricas (e intuições sensíveis em geral) e incapazes de
nunca os encontremos numa intuição »[ B 176, II 187], que entra em
contradição também com o que foi dito em B 151.33

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33 K UKLA , Rebecca (ed.) (2006b): "Placing the Aesthetics in Kant's Critical Epistemology", introduc-
a K UKLA , Rebecca (ed.) (2006a): Aesthetics and Cognition in Kant's Critical Philosophy, Cambridge,
1-31, não diferencia entre a síntese meramente figurativa e sensível da imaginação e a trans-
cendental, uma vez que interpreta que no texto citado Kant se expressaria de forma contraditória, ao sustentar
supostamente que «embora a síntese figurativa seja pré-discursiva, é" uma ação do entendimento sobre
sensibilidade ”( B 152)» [2006b: 9]. Por outro lado, de acordo com a interpretação de F ERRARIN , Alfredo (1995):
"A imaginação produtiva de Kant e seus supostos antecedentes", in Graduate Faculty Philosophy Journal 18,
1995, 65-92, a formação de uma imagem na síntese da imaginação está sempre sujeita a
a atividade do entendimento. De acordo com Kant, certamente, nenhuma representação de um fenômeno pode
ser um objeto para mim se não for unificado em virtude da unidade sintética de apercepção. Sem
No entanto, isso não significa que «a imaginação seja sempre entendida em referência ao sintético original
unidade de apercepção '[1995: 67, ver também 68].

Página 131

106 A base crítica das áreas objetivas da razão

Portanto, Kant está se referindo a uma condição subjetiva enraizada


na sensibilidade, que distingue as condições objetivas e determinantes
conhecimento, e pelo qual a imaginação pode oferecer uma visão sobre
sensível aos conceitos empíricos de compreensão. Esta condição
não constitui qualquer contribuição adicional para a justificação objetiva do
conhecimento no Kritik der reinen Vernunft. E deve ser observado neste ponto
que tal declaração foi encontrada na Anthropologie-Busolt
citado acima, onde a sensibilidade foi definida como uma faculdade de saber "para
por meio do qual fornecemos exemplos e insights sobre nossos conceitos »
[Anthropologie-Busolt, AA XXV . 2 1444] do entendimento e é chamado
referiu-se a esta relação entre sensibilidade e compreensão como um 'jogo de
faculdades de saber »[AA XXV . 2 1445]. A proximidade temporal entre o
segunda edição da Kritik der reinen Vernunft e da Anthropologie-Busolt, a
fato de que a edição de 1787 não se aprofunda mais em um tratamento
imaginação como condição subjetiva do conhecimento empírico, a
descrição da relação entre sensibilidade e compreensão como um
ir entre as faculdades de conhecimento, bem como, finalmente, o desenvolvimento deste
conceito de jogo baseado na teoria da imaginação produtiva e na teoria
gênio nesta lição, traz plausibilidade para a interpretação de acordo com
que esta exclusão da imaginação do argumento da dedução é
É porque o desenvolvimento intelectual de Kant, que já leva à redação do
terceira crítica, irá antes supor uma relocação desta dimensão subjetiva
imaginação dentro da estrutura da teoria do julgamento reflexivo defendida em
1790. Foi precisamente esta dimensão subjetiva que encontramos no
primeira edição de 1781, especialmente na descrição da síntese da
apreensão e síntese da reprodução, conceitos que deixaram de ser
tematizado na segunda edição e cujo significado na caracterização de
a imaginação mais uma vez ganhará importância na Kritik der Urteilskraft.
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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto

A conclusão da dedução, que segue esta exposição sobre a imaginação


nação transcendental em B 151f., se desenvolverá com base nesta circunstância
criptografia do problema para o fundamento da validade objetiva do
conhecimento, de modo que Kant contará apenas com esse aspecto do
sibilidade que pode ser determinada pela função transcendental da imaginação.
nação, a saber: a forma pura pressuposta em toda síntese sensível em geral.
Este desenvolvimento possibilitado pela função transcendental da imaginação
encontramos no § 26, em que a síntese sensível da imaginação como
tal não desempenha nenhum papel, mas apenas na medida em que pode ser referenciado.
rida em geral - na medida em que pressupõe a forma pura do espaço e do tempo -
à legalidade pura e formal dos conceitos de entendimento.

Página 132

4.3. A autonomia da imaginação na segunda edição da Crítica 107

Segundo Kant, a síntese da apreensão é o que possibilita, por meio


consciência empírica, percepção. No entanto, ele reconhece, esta síntese
A irmã deve estar sempre em conformidade com as formas do espaço e do tempo.
Mas essas não são apenas formas de sensibilidade, mas podem ser
além disso determinado como 'intuições (contendo uma multiplicidade) e,
portanto, podem ser representados a priori com a determinação do
unidade desta multiplicidade neles ”[KrV, B 160, II 154]. Kant esclarece no
observe de B 161 que esta determinação das formas puras de sensibilidade em
sua unidade objetiva pressupõe uma síntese que não pertence à sensibilidade
[ B 161 n., II 154]. Esta base deve ser fornecida pela espontaneidade
de pura consciência: 'Mas esta unidade sintética não pode ser diferente do
combinação do múltiplo de uma dada intuição em geral em uma consciência
empresa original, de acordo com as categorias, aplicada apenas em nosso
intuição sensível »[ B 161, II 155].3. 4
A definição do entendimento como discursivo forçou Kant a dis-
tingue entre a mera forma de sensibilidade no sentido interno e a unidade
objetivo de que o entendimento possa contribuir a priori para esta forma [ B 150, II
148], pelo qual pode ser determinada como uma intuição objetiva. A) Sim,
Isso deixa claro que a forma pura de sensibilidade pode ser determinada em sua
objetividade, na medida em que é colocada em conexão com a consciência pura
por meio da imaginação transcendental [ B 154, II 150]. Assim, em

34 No Kritik der Urteilskraft Kant reconhece o erro contido no conceito "estético". Por
Por um lado, com esta crítica refere-se à determinação da forma de sensibilidade para o
fundamento do objeto; por outro lado, neste trabalho o conceito "estético" será usado para se referir àqueles

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
julgamentos em que o fundamento não está na determinação do objeto por meio de um conceito, nem na
o efeito que o afeto causa em nós, mas na determinação do sujeito e do sentimento relacionado.
referenciado com sua atividade reflexiva por ocasião de uma performance [EE, V 199s.; KU, V 263]. Embora
Este aspecto subjetivo do sensível não fornece nenhuma determinação objetiva para o conhecimento de
representação, Kant argumenta que «[i] no conhecimento de um objeto os sentidos intervêm
ambas as relações juntas »[KU, V 263, cf. também 261, bem como EE, V 183]. The R 5655, nas proximidades
cronologicamente para a segunda edição do Kritik der reinen Vernunft e do Anthropologie-Busolt,
Esta é uma descrição do processo de conhecimento em que Kant contempla claramente ambas as condições
quanto à sua relação com o sensível, a saber, como uma determinação objetiva da forma
sensibilidade através da síntese fornecida pelas categorias e na medida em que tais representações são
referiu-se ao assunto por meio do sentimento. Observe ainda que Kant conecta o sentimento
com a causalidade interna do sujeito, que anuncia um dos principais elementos que definem a intenção
explicação sistemática da Kritik der Urteilskraft sobre a mediação entre a razão teórica e a razão
prática: «Tudo em nós ( g é) representação, nas relações de tempo, e se nos perguntarmos o que
que representa, então {temos que} essas são {coisas externas} as externas {no espaço},
sobre o qual acabamos de ver que se refere apenas a meras relações espaciais, de modo que
a coisa em si é desconhecida para nós, ou a relação interna desta representação no tempo
sucessivamente, onde a pura síntese enunciada nos conceitos do entendimento, novamente, não é
ao invés da combinação dessas representações {é apenas} em relação às unidades temporais, onde
a sensação de prazer e desprazer e a faculdade de desejar ( g ligada a este sentimento) não proporcionam
essas representações mais do que sua relação com o sujeito, sem conhecimento, ou com o objeto, por meio do
determinação da causalidade do sujeito ”[ ψ 4 , AA XVIII 315].

Página 133

108 A base crítica das áreas objetivas da razão

que toda síntese empírica, como a síntese da apreensão implícita


na percepção, pressupõe a priori a «síntese do múltiplo da intuição
sensível '[ B 151, II 148], isto é, a síntese figurativa - cuja forma pura é
espaço e tempo, podem ser determinados a priori como uma unidade objetiva—,
qualquer síntese empírica e, portanto, qualquer representação subjetiva pode
ser contratado sob a determinação das categorias e reivindicar validade objetiva
em um julgamento de conhecimento. Com base nesta relação, a síntese do
apreensão é geralmente consistente com a síntese intelectual [ B 162 n., II
155] e, portanto, não é apenas um jogo cego de formas subjetivas,
antes, é determinado em um sentido objetivo: «Portanto, já
com (não em) intuição é dada unidade a priori da síntese de
o múltiplo [...], portanto também uma combinação, na medida em que con-
definição da síntese de toda apreensão para a qual todos
o que deve ser representado de uma certa forma no espaço e no
tempo ”[ B 160s., II 154s., último itálico do autor].
Resumindo, Kant mostrou, em primeiro lugar, que todas as representações
A avaliação subjetiva só pode reivindicar validade objetiva em um julgamento se e somente se
a síntese sensível pura que ela pressupõe pode estar relacionada com a síntese
intelectual de pura apercepção. Em segundo lugar, através do recurso a
teoria da Estética Transcendental e a concepção da imaginação como
transcendental, mostra que esta síntese sensível pura pode ser relacionada
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com a pura síntese de apercepção e a unidade objetiva de
rios de compreensão. Portanto, podemos concluir, toda representação
O subjetivo pode reivindicar validade objetiva em um julgamento de conhecimento. A
Uma vez, é mostrado que os conceitos puros do entendimento se aplicam ao
experiência em geral, uma vez que a experiência é 'conhecimento por meio de
as concepções combinadas '[ B 161, II 155] e, a este respeito, os conceitos puros
a compreensão pode ser aplicada geralmente a objetos.
A interpretação proposta neste estudo não tem como objetivo contornar o
importância da finitude na fundamentação crítica do conhecimento, que
deve ser considerada como uma crítica da metafísica, na medida em que investiga
explicação filosófica da possibilidade de conhecimento a priori de acordo com
da razão teórica e da razão prática. Bem, a base deste
possibilidade requer reconhecer desde o início a dependência essencial de
conhecimento humano sobre a natureza sensível da subjetividade.
Por este motivo, esta interpretação parte da ideia de que o último fundamento
dos princípios a priori da razão teórica e da razão prática é
concluída na terceira Crítica, na qual Kant abordará a possibilidade de

Página 134

4.3. A autonomia da imaginação na segunda edição da Crítica 109

tais princípios transcendentais em relação à subjetividade do indivíduo


singular e finito.
Partindo dessa perspectiva, ainda não nos concentramos em uma análise
de conhecimento crítico neste último trabalho. Em vez disso, primeiro é
prestou atenção aos dados de natureza histórica que
levam a pensar que em 1787 Kant já havia apreciado pelo menos a necessidade - e
possibilidade - de uma demarcação crítica entre a análise das condições
objetivo e a análise das condições subjetivas do conhecimento em geral
ral. Na medida em que a questão da validade subjetiva do conhecimento
serão devidamente tratados na Kritik der Urteilskraft, ou seja, com as subsequentes
ridade à segunda edição do Kritik der reinen Vernunft, é problemático
argumentar, com Heidegger, que as variações que encontramos neste segundo
edição deve-se a um revés de Kant em seu reconhecimento da finitude.
Em vez disso, a tematização do problema de uma mediação entre a natureza
sensibilidade da subjetividade humana e a possibilidade de conhecimento transcendente
odontológico será abordado no sistema crítico através da fundação do
condições subjetivas de conhecimento, a saber, na Kritik der Urteilskraft.

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Assim, a exclusão
A primeira da função
crítica deve sensível e produtiva
ser interpretada da imaginação
como o resultado de umado
separação
de problemas no desenvolvimento intelectual de Kant, pelos quais na Dedução
O Transcendental de 1787 trata exclusivamente das condições transcendentais
Eles permitem uma determinação objetiva do conhecimento. Com ele,
a imaginação não deixou de ser importante no sistema crítico; mais
Pois bem, a autonomia desta faculdade e a sua importância no quadro do conhecimento
o processo transcendental será reconhecido na terceira Crítica.
Na medida em que Heidegger não comparece em Kant und das
Problem der Metaphysik para o significado sistemático da Kritik der Urteilskraft
no quadro geral da fundação do conhecimento transcendental,
ele interpreta as variações acima mencionadas à luz do que ele chama de
O "atraso" de Kant. No entanto, tal declínio não pode ser verificado em
desenvolvimento intelectual da crítica, nem ao nível da obra, nem ao nível da
os materiais do Nachlass e do Vorlesungsnachschriften. Ao optar pelo primeiro
mera edição para apoiar sua interpretação da crítica da razão pura
como base da metafísica, Heidegger está fazendo uso de
do texto que pode mais facilmente apoiar sua própria interpretação
da História da Metafísica. Mas isso também mostra que, após
do ponto de vista histórico, o "pensamento essencial" que Heidegger acredita
apreciar em Kant não corresponde, pelo menos, com o projeto crítico,

Página 135

110 A base crítica das áreas objetivas da razão

efetivamente caminhou para encontrar a possibilidade de transcendência do


reconhecimento da finitude.

4.4 Julgamento transcendental e indeterminação do singular sensível

No que diz respeito à teoria do Julgamento, e de acordo com a inter-


pretensão da dedução defendida no parágrafo anterior, o princípio da
a síntese de pura apercepção torna possível pensar a unidade com a necessidade
objetivo das representações em um processo mediante a cópula "é".
Isso não significa que 'essas representações devem necessariamente ser unidas
um ao outro na intuição empírica do objeto, mas eles devem ser
unidos uns aos outros na síntese das intuições em virtude da unidade
necessário de apercepção ”[KrV, B 142, II 142]. Bem, nós verificamos
que a unidade sintética de apercepção não determina a mesma combinação

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representação uns dos outros em uma percepção, nem, por
Conseqüentemente, a relação particular desta percepção para aquilo que pode
ser treinado na sensibilidade de outros assuntos, então, em caso afirmativo, esta combinação
empírico seria pensado com a necessidade. Em vez disso, o que o princípio diz é
que, se através da partícula "é" nos juntarmos a posteriori em um julgamento dois repre-
representações particulares, ele só pode reivindicar o status de conhecimento
estrito na medida em que, ao mesmo tempo, tal relação empírica pressupõe a priori
forma de um objeto em geral através da relação de representações
em particular com a unidade sintética de apercepção. Ao referir-se aos respectivos-
minhas representações a este fundamento objetivo, de acordo com Kant, não mais
Eu considero sua associação particular em uma ação judicial apenas de acordo com as leis
da "imaginação reprodutiva (que tem apenas validade subjetiva)" [ B 141, II
142], mas também como possíveis relações que pertencem a uma experiência
comum compartilhado por outros assuntos.
A crítica oferece ao conhecimento uma série de princípios que regulam
nossa forma de saber, estabelecendo validade, limites e abrangência.
cancelamento do entendimento com base em uma determinação de sua natureza
discursivo. Desta forma, a possibilidade de mediação entre entendimentos
e a sensibilidade garante a relação lógica expressa em um julgamento como um
relação sintética "objetivamente válida", que "é suficientemente distinta
da relação entre as próprias representações ”[ B 142, II
142s.]. Assim, a necessidade expressa no princípio da validade objetiva
va não diz nada sobre o tipo de relação particular que é estabelecida entre o
representações por meio de julgamento empírico.
Esta complementaridade essencial entre a determinação a priori do valor
validade objetiva do conhecimento e a indeterminação da constituição sem

Página 136

4,4. Julgamento transcendental e indeterminação do singular sensível 111

gular de objetos sensíveis foi apontado especialmente por Reinhardt


Hiltscher35. A complementaridade entre as duas teses é um pressuposto fundamental.
fundamental da crítica, na medida em que parte do princípio do reconhecimento
à finitude do conhecimento. Por este motivo, para a fundação de
a objetividade da experiência no campo teórico vai te acompanhar em tudo
momento a valorização desta finitude, que se expressa no que podemos
denominar a indeterminação da singularidade sensível.
Isso é algo que pode ser claramente observado na fundação do
conceito de natureza como experiência possível, que define - e restringe -
a extensão de nosso conhecimento válido sobre objetos. Contra-
a partir deste fundamento, a limitação do escopo dos conceitos
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puro da compreensão para objetos sensíveis irá determinar em certo sentido


positiva a possibilidade de que as leis empíricas podem formar um sistema de
sujeito, na medida em que pertencem a uma experiência objetiva comum e regular,
mas deixará indeterminada a possibilidade de um desenvolvimento efetivo destes
leis em um sistema organizado de conhecimento particular:36
A pura faculdade do entendimento não é suficiente para prescrever ao máximo
leis a priori do que aquelas que se baseiam na natureza em geral, na medida em que
gularidade dos fenômenos no espaço e no tempo. Leis particulares
não pode ser deduzida completamente, embora todas essas leis particulares
Os Lares como um todo estão sob essas leis a priori. Para conhecer
leis particulares têm que intervir na experiência, mas leis a priori apenas
te ensinar algo em relação à experiência geral e o que pode ser
conhecido como seu objeto [ B 165, II 157]37.

Como julgamentos válidos em um sentido objetivo, as leis empíricas


particulares estão completamente subordinados às leis de compreensão a priori.
ou seja, na medida em que dizem respeito à experiência possível, em relação a
com a qual eles podem reivindicar valor de verdade. Mas, em outro sentido, este
subsunção permanece absolutamente indeterminada, visto que no que se refere à sua
origem específica, apenas uma experiência particular pode oferecer a posteriori a con

35 H ILTSCHER , Reinhard (1987): Kant und das Problem der Einheit der endlichen Vernunft, Würzburg:
11–71.
36 KrV, A 94 / B 126, II 132: «O desenvolvimento da experiência, porém, [...] não é a sua dedução
(mas sua ilustração) ».
37 KrV , A 127s., II 181: «A afirmação de que a fonte das leis da natureza é o mesmo entendimento

Embora possa parecer exagerado e contra-intuitivo, é ainda mais correto e de acordo com o objeto,
isto é, com experiência. Embora as leis empíricas não possam ser extraídas do puro entendimento em
quanto à sua origem, assim como o incomensurável
multiplicidade de fenômenos da forma pura de intuição, todas as leis empíricas são,
no entanto, determinações particulares das leis puras do entendimento ». Veja também A 480s./
B 508s., II 453.

Página 137

112 A base crítica das áreas objetivas da razão

teve empírico que possibilita uma conformação progressiva dessas leis.38


A possibilidade dessa conformação de leis particulares também afeta
à possibilidade de um corpo ordenado de leis empíricas cada vez mais gerais.
que pode ser sistematizado. Ou seja, o conceito de experiência possível
deixa indeterminada a possibilidade efetiva de um sistema de leis organizadas
entre si de acordo com seu conteúdo particular, bem como o progresso do conhecimento,
que depende dos conceitos particulares sendo progressivamente incorporados

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para outros mais gerais, uma possibilidade que, em última análise, depende
como a totalidade da realidade é ela mesma.39 Desta forma, o desenvolvimento sistemático
teoria do conceito de experiência possível pressupõe, por sua vez, um conceito
de totalidade que, propriamente, escapa ao alcance do entendimento.
E é que Transcendental Analytics não lida com o problema relacionado a
origem dos conceitos empíricos, bem como da questão da
verdade empírica em julgamentos particulares.40 O Analytics assume como certo o
concepção tradicional da verdade como uma adequação entre o julgamento
e o objeto. No entanto, do ponto de vista da crítica, Kant defende
que a filosofia não pode se perguntar significativamente sobre a possibilidade de
princípios objetivos que cumprem a função de critérios que visam estabelecer
forma universal e ao mesmo tempo suficiente a correspondência entre o conhecimento
e objetos privados [ A 58s./ B 82s., II 102s.].41 Certamente o segundo
parte do Analytics oferece princípios universais e necessários que não podem ser
ser contrariada por esses acórdãos que alegam validade objetiva [ A 62s./
B 87, II 105f.]. Nesse sentido, a verdade empírica pressupõe o conceito de
verdade transcendental, mas ele não pode extrair dela os critérios que decidem em
a adequação entre os julgamentos e a natureza singular do
objetos, assim como a crítica não pode extrair de princípios puros
de compreensão de leis empíricas particulares. Bem, como vinculado
Com a noção de validade objetiva, Analytics fornece as condições
que determinam que um julgamento de conhecimento tem, em geral, valor de verdade
mas não oferece quaisquer condições suficientes em relação à sua verdade ou
falsidades particulares.

38 Ver a este respeito D UQUE , Félix (1989): «Causalidade e teleologia em Kant», in J. Muguerza e R.
Rodríguez Aramayo (ed.) (1989): Kant após Kant. No bicentenário da Crítica da Razão Prática,
Madrid, 285-307: 296s.
39 Esta limitação mostra claramente que a intenção de Kant na Analítica Transcendental não pode

de consistir em fornecer uma teoria do conhecimento de natureza prescritiva em relação à prática


científico Ver a este respeito N EIMAN 1994: 52.
40 Ver a este respeito P IPPIN , Robert B. (1979): «Kant on empirical concepts», Studies in History and

Philosophy of Science 10, 1979, 1-19.


41 Kant irá defender que o recurso a critérios para decidir esta questão constituiria um auto-

contraditório; ver neste trabalho § 1.1.

Página 138

4,4. Julgamento transcendental e indeterminação do singular sensível 113

Este quadro teórico que é derivado da Dedução Transcendental é aquele que


serve de base para a 'Analítica de Princípios' e, com ela, para a teoria de
Julgamento transcendental e esquemas. Kant entende a Analítica de
Princípios como um cânone para julgamento baseado na lógica da verdade transversal

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cendental. Esta faculdade é definida como a «capacidade de subsumir [algo] para
regras, ou seja, para distinguir se ela se enquadra ou não em uma determinada regra (casus datae le-
gis) '[ A 132 / B 171, II 184]. Como um julgamento transcendental, essas regras apenas
podem ser os princípios puros e transcendentais do entendimento, e não os
leis particulares do conhecimento empírico. Assim, o Jui-
o cio transcendental não oferece regras eficazes para o julgamento empírico de
objetos, mas a "condição universal das regras" [ A 135 / B 174, II 186],
ou seja, a condição determinante transcendental que geralmente constitui o
validade objetiva dos julgamentos de conhecimento. A este respeito, Analytics
dos Princípios não só oferece condições universais e necessárias para o
acusação, mas também suficiente, embora esta suficiência não se refira a
a verdade particular dos julgamentos, mas sim sua verdade transcendental
[ A 136 / B 175, II 186]. Só nesse sentido a crítica mostra a priori o caso
sobre as quais se aplicam as regras da sentença determinante, na medida em que enuncia
as condições que uma representação deve atender para aparecer
como objeto de conhecimento teórico, ao preencher as condições que
acabar com a verdade transcendental.
Kant desenvolve essa teoria por meio de sua concepção de esquematismo
transcendental, por meio do qual os objetos sensíveis do
experiência devido à sua relação geral com as categorias.42 uma vez
estabeleceu que conceitos puros devem ser aplicáveis ​à experiência,
fenômenos em geral só podem ser considerados de forma significativa como
42 Independentemente de saber se relações óbvias podem ser detectadas entre a teoria do esquematismo
e a futura teoria do Julgamento reflexivo que encontramos na Kritik der Urteilskraft, julgo que a teoria
O Julgamento reflexivo será levantado exclusivamente na terceira Crítica, e intimamente relacionado ao
fundamento de juízos estéticos sobre o belo e o sublime, no quadro de uma sistematização
do âmbito teórico e prático da razão. Portanto, uma reconstrução do problema do Julgamento
reflexivo da teoria do esquematismo transcendental que encontramos na primeira Crítica
não posso, em meu julgamento, explicar o significado que Kant atribuiu tanto ao julgamento reflexivo quanto ao
o esquematismo no quadro do sistema crítico da razão. Esta reconstrução da teoria do Julgamento reflete
com base na teoria do esquematismo é o que encontramos, ainda que a partir de suas diferenças,
nas exposições de S OURIAU , Michel (1926): Le jugement réfléchissant dans la philosophie critique de
Kant, Paris: 15s., 25s.; W ILLIAMS , Forrest (1954–1955): "Philosophical Anthropology and the Critique of
Aesthetic Judgment ', em Kant-Studien 46, 1954–1955, 170–186: 176–80; L IEDTKE , Max (1964): Der Begriff
der reflektierenden Urteilskraft in der Kritik der reinen Vernunft, tese de doutorado, Hamburgo; L IEDTKE , Max
(1966): "Kants Begriff der Reflexion", em Archiv für Geschichte der Philosophie 48, 1966, 207–16; K UGEL -
STADT , Manfred (1991): "Zum Begriff einer mechanisch-reflektierenden Urteilskraft", em G. Funke (ed.)
(1991): Akten des Siebenten Internationalen Kant-Kongresses, Kürfurstlicher Schloß zu Mainz, Bonn e Ber-
lin, II . 2, 33-44; K UGELSTADT , Manfred (1998): Synthetische Reflection. Zur Stellung einer nach Kategorien
reflektierenden Urteilskraft em Kants Theoretischer Philosophie, Berlim e Nova York; L A R OCCA , Claudio
(1999): Esistenza e Giudizio. Linguaggio e Ontologia em Kant, Pisa, cap. Quatro.

Página 139

114 A base crítica das áreas objetivas da razão

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objetos,
cuidando.naDesta
medida em que
forma, essasupomos quedeterminação
relação de eles são precedidos por uma regra a priori do
do particular
pois o universal deve ser considerado como já dado a priori nos fenômenos
na medida em que os consideramos objetos no quadro da experiência
possível. Entende-se, assim, que a dimensão determinante da Sentença não concede
nenhum espaço para reflexão em um sentido específico, como reflexão
sobre a singularidade do objeto e sua possível determinação progressiva em um
sujeito do conhecimento [EE, V 189].
Como consequência, o julgamento ainda está faltando no Kritik der reign Ver-
sem um princípio autônomo que fundamenta a orientação de sua atividade,
para que você possa pensar ou refletir sobre a relação específica que
entre objetos, ou entre leis empíricas particulares e outras mais gerais.
estertores.
A lógica geral não contém quaisquer preceitos para o Julgamento, nem pode
contê-los. Uma vez que abstrai de todo o conteúdo do conhecimento, não
mais tarefa do que relacionar analiticamente a mera forma de conhecimento
ment em conceitos, julgamentos e inferências, para produzir regras
formal para todos os usos do entendimento. Agora se você quisesse mostrar
universalmente como incluir algo em tais regras, isto é, como deveria ser
discernir se algo se enquadra nessas regras ou não, então isso não poderia
acontecer de outra forma que não recorrendo a outra regra. Precisamente por
Esta, esta regra, como tal, exige novamente uma instrução do Julgamento, com a qual
É mostrado que, embora a compreensão possa ser ensinada e equi-
regido por regras, o Julgamento é um talento peculiar que só pode ser exercido,
não ensinado. Logo, o Julgamento também é específico para a chamada engenhosidade.
natural [Mutterwitzes], cuja falta não pode ser compensada por nenhuma escola
[...]. Por este motivo, um médico, um juiz ou um diplomata pode ter muitos re-
glas de patologia, legal ou política respectivamente [...] e, no entanto,
cometem erros facilmente em sua aplicação, uma vez que lhes falta o
Julgamento natural (sem compreensão) e, embora possam compreender o universal
sal em abstrato, eles não podem, no entanto, distinguir se um caso cai em concreto
sob tais regras, uma vez que não foram suficientemente treinados por
exemplos e a ocupação real para este ensaio [ KrV , A 133s./ B 172s., II 184s.].

Como indiquei anteriormente, a Lógica Transcendental, diferentemente


da lógica formal, atende ao conteúdo —sensível e formal— de nosso
outros julgamentos, de modo que possa mostrar suficientemente as condições
universal e necessária que determina a subsunção de objetos a
princípios puros de compreensão. Em contraste, a lógica formal não pode
não oferecem regras para a acusação, porque lida apenas com
as relações formais entre o conhecimento. Se eu fosse oferecer o ins-
construção do Julgamento com base em preceitos ou critérios que decidiram em cada
caso se o nosso conhecimento for corretamente incluído em
outros mais gerais, então precisaríamos novamente de preceitos ou critérios

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4,4. Julgamento transcendental e indeterminação do singular sensível 115

para decidir a correção desta instrução, e assim por diante, ad infinitum. É tra-
ta da mesma limitação que será reconhecida por Kant no prólogo do
Kritik der Urteilskraft, para o qual ele nega que princípios possam ser oferecidos
de validade objetiva que determina a validade do julgamento reflexivo. E isso é-
a insuficiência da lógica no que diz respeito ao problema da justificação
ação penal em concreto já era reconhecida desde o final da década de
1760, conforme mostrado no primeiro capítulo desta obra. Você pode observar
Pode-se ver que esta posição não mudou no Kritik der reen Vernunft. Sobre
naquele período inicial Kant recorreu aos conceitos da tradição estética
para enfrentar, ou pelo menos ilustrar, esse problema. E deve-se notar que em
O presente texto da primeira Crítica novamente se refere à capacidade natural
tural de acusação concreta através do conceito de engenhosidade natural,
usado desde o final dos anos 1760, precisamente no contexto de
deste problema e vinculando-se com a tradição da estética racionalista.
No entanto, em 1781 ele não tornou mais explícito esta sobreposição que ocorreu em
seu desenvolvimento intelectual entre o problema da acusação e sua
flexões na estética. Mas também é manifesto que esta exclusão de
A estética na primeira Crítica não é motivada pelo fato de que este
Acho que na Transcendental Analytics uma solução para esse problema:
embora centrado na questão da validade objetiva do conhecimento,
Esta teoria não se destina a resolver este problema, então a teoria
O julgamento transcendental não reconhece autonomia para esta faculdade, nem oferece
princípios específicos para a acusação. Assim, no que diz respeito ao
problema do julgamento do singular sensível, a principal consequência
O que devemos extrair é que o Kritik der reinen Vernunft não pretende oferecer
ainda uma solução a este respeito.43

43 RR 1628 e 1629 [R 1628, ψ , AA XVI 43-46; R 1629, ψ , AA XVI 46-50], correspondendo ao


1780, mostram claramente que o problema da acusação e sua dimensão estética são
excluído do projeto de uma crítica da razão pura. Nestes textos Kant distingue entre uma ars crítica
e uma crítica como uma diiudicationis doutrinária. O primeiro é uma mera lógica sensus communis, logica
naturalis ou lógica da compreensão saudável. Suas regras só podem ser aprendidas depois, como resultado
rotina ou exercício, uma vez que a acusação deve, em qualquer caso, preceder a determinação do
as regras. No segundo sentido da crítica, por outro lado, isso constitui um cânone ou "doutrina demonstrada",
em que as regras precedem o processo a priori [AA XVI 45]. Logica naturalis, portanto, não
pode ser chamado de "lógica" em sentido estrito, e apenas a lógica como doutrina pode ser mantida
por "uma parte da filosofia" [AA XVI 47]. Este último não atende apenas à forma da razão, mas também à sua
conteúdo [AA XVI 46], e enfoca os princípios universais e necessários que governam o entendimento
em abstrato, portanto, não pode oferecer um critério de verdade que seja universal e suficiente [AA XVI 50].
Assim, Kant esclarece que esta doutrina não pode ser interpretada como um órgão que nos oferece um
conhecimento material de objetos particulares [AA XVI 45, 47f.]. Uma análise histórica da gênese de
A lógica de Kant dentro da estrutura da lógica moderna e da distinção escolástica entre cânone e organon lo
encontrado em T ONELLI , Giorgio (1994): Kant's Critique of Pure Reason dentro da Tradition of Modern
Lógica. Um comentário sobre sua história, ed. póstumo por DH Chandler, Hildesheim, etc.

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116 A base crítica das áreas objetivas da razão

4.5 O uso hipotético da razão: unidade da razão e unidade da


a natureza

Embora o problema das leis empíricas e da unidade sistemática de


experiência não faz parte da lógica da verdade que é derivada do Anali-
Ética de Princípios, esta questão não é estranha ao Kritik der reen Vernunft.
A demarcação entre uma função constitutiva e uma função reguladora com
Quanto à possibilidade de conhecimento, ela por sua vez servirá de base para a divisão do
sion, na estrutura da Lógica Transcendental, entre Analítica Transcendental
dental e a Dialética Transcendental. Nesta última seção Kant rejeitará
que as idéias da razão podem ter um uso constitutivo em relação ao
objetos, mas, em virtude desta restrição, aumentará o significado regulativo
e subjetivo de tais conceitos para reflexão sobre a experiência empírica
objetiva.
Desse modo, na razão residem as regras a priori que regem a atividade.
compreensão, mas não se referem à necessidade dos conceitos
em relação aos objetos, mas precisamente à 'necessidade subjetiva de
a conexão entre nossos conceitos para o benefício da compreensão »[KrV,
A 297 / B 353, II 310]. Em particular, a razão em sua dimensão teórica cumpre
uma função em relação ao problema da multiplicidade de conhecimentos
compreensão empírica devido à sua dependência do
sensibilidade [ A 302 / B 359, II 314]. Mas na medida em que tais princípios
As noções racionais não são direcionadas à experiência, esta referência à multiplicidade de
o fenômeno não é cumprido por meio de uma fundação do relacionamento
entre a razão e os objetos sensíveis [ A 306 / B 362, II 316s.]. Assim, o
o valor normativo que emerge das ideias da razão adquire significado
na medida em que alude ao uso e orientação da compreensão empírica na
conhecimento [ A 383 / B 326, II 330], portanto, esses princípios não podem
ter um valor constitutivo em relação aos objetos. Em seu sentido negativo
tiva, a Dialética Transcendental terá a função crítica de evitar a "ilusão
transcendental 'da razão, que surge quando tais princípios são tomados
em um sentido objetivo, isto é, quando é ilegitimamente assumido que
pode determinar positiva e imediatamente o material que é dado ao
intuição.

4.5.1 Razão como uma força básica

Como já foi observado, o Analytics se concentra no conceito de ex-


experiência possível e em seu desenvolvimento em uma teoria de julgamento transcendental-
determinante. O problema da unidade sistemática das leis empíricas

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4.5. O uso hipotético da razão 117

particular e, com ele, a possibilidade de um conhecimento empírico sistemático


matemático e progressivo, não foi tratado nesta parte da primeira Crítica. Não
No entanto, a atribuição de uma função reguladora à razão em relação à
Esta questão é a prova de que o próprio Kant considerou o argumento
ção nele contida como um momento inacabado de sua fundação do
conhecimento teórico.
[Razão] reserva para si a totalidade absoluta no uso dos conceitos
compreensão e tentativas de desenvolver a unidade sintética que é pensada em
das categorias ao absolutamente incondicional. Portanto, pode
ser chamada de unidade da razão nos fenômenos, como aquela que
expressar as categorias é chamado de unidade de compreensão. Portanto, o
A razão se refere, de acordo com esta unidade, apenas ao uso do entendimento, viz.
na medida em que [possui] o fundamento de experiência possível [...], mas
prescrever ao uso do entendimento a direção para uma certa unidade,
cujo conceito lhe falta completamente e que serve de base para reunir em
um todo absoluto todas as suas ações em relação a cada objeto [ KrV , A 326s./
B 383, II 331].

Somente por meio dessa referência à unidade da razão é possível alcançar


uma unidade no uso empírico da compreensão. Kant não se refere a isso
à determinação do entendimento sobre a forma pura da sensibilidade.
A razão, na medida em que se refere à totalidade da natureza segundo um princípio,
princípio incondicional de unidade, permite um desenvolvimento lógico do conceito de
experiência em um sentido sistemático, de acordo com a qual a
consistência e ordem entre os fenômenos em virtude das reivindicações do
compreensão empírica. Assim, os conceitos específicos de razão, o
As ideias, como princípios reguladores, têm apenas uma função com respeito a
ao ordenamento do conhecimento da compreensão empírica em sua
desenvolvimento lógico e sistemático [ A 648 / B 676, II 567].44
É importante destacar que, no texto citado, a unidade relativa ao conhecimento
O fundamento da natureza é reduzido por Kant à unidade subjetiva de
ações do entendimento em relação ao processo de conhecimento do
jetos, que é chamada de unidade de razão. Esta teoria do uso regulador
de ideias é exposto no Epílogo à Dialética Transcendental [ A 642ss./
B 670ss., II 563ss.].45 Nesta seção da primeira Crítica, de grande interesse
tal para compreender o significado sistemático do Kritik der Urteilskraft, Kant

44 Sobre a relação deste significado sistemático com o antigo “usus lógico” da Dissertatio, ver
V ÁZQUEZ L OBEIRAS 1998: 177.
45 Ver F RIEDMAN , Michael (1989): «Kant on Laws of Nature and the Foundations of

Newtonian Science ', em G. Funke e T. Seebohm (ed.) (1989): Proceedings of the Sixth International Kant
Congresso, Washington, DC, II . 2, 97-107; F RIEDMAN , Michael (1991): «Regulative and Constitutive»,
em The Southern Journal of Philosophy 30, 1991, 73-101.

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118 A base crítica das áreas objetivas da razão

tentará conciliar uma justificativa do uso imanente das idéias do


zona com sua função reguladora na orientação teleológica do entendimento
empírico:
A razão não tem outro objetivo senão a compreensão e o emprego adequado [zweck-
mäßige] do mesmo e, como este, reconcilia a multiplicidade em um objeto,
o primeiro reconcilia a multiplicidade de conceitos por meio de ideias,
fornecendo uma certa unidade coletiva para [zum Ziele] as ações do entendimento
mento [ A 644 / B 672, II 565].

Em seu significado teleológico, a razão parte da ideia da "sistemática


de conhecimento ', em virtude de um princípio que se refere à' forma de um
todos ', que precede o conhecimento particular das partes e contém
as condições para determinar a priori o lugar de cada parte e sua relação
com o restante [ A 645 / B 673, II 576]. E nesta exposição do Kritik der reinen
Vernunft também mostra claramente a estreita relação entre
entre tais suposições de uma ordem reguladora e a suposição problemática
ética ou hipotética de um entendimento divino, como origem causal do
natureza: 'Esta unidade formal suprema que se baseia apenas em conceitos
a razão é a unidade de acordo com o fim das coisas, e o interesse especulativo
a razão torna necessário considerar todas as ordens do mundo como se
emana da intenção de uma razão suprema ”[ A 686 / B 714, II 594]. Com
Tudo, o "como se" introduzido por Kant em seu argumento refere-se a este requisito
origem de supor uma razão suprema para uma necessidade transcendental do tipo
subjetivo e imanente, cuja explicação crítica reside, em última instância, em
o interesse especulativo da própria razão humana.
Na verdade, o conceito principal do Epílogo à Dialética Transcendental
é a ideia da unidade da razão, a partir da qual a possibilidade de
um conhecimento sistemático da experiência. Conforme declarado, disse
O conceito não legisla sobre objetos, mas sobre as ações do entendimento.
para ser pensado em sua unidade e coerência de acordo com um princípio que
não pode, por sua vez, ser determinado pelo próprio entendimento.
Para ilustrar o significado do conceito de unidade da razão, Kant alude
principalmente ao problema da multiplicidade de forças na natureza e
ao requisito de pressupor na investigação da experiência uma força
subjacente a esta diversidade de manifestações. No conhecimento
empiricamente, nossas faculdades são confrontadas com uma
segurável de forças heterogêneas. Em princípio, esta enorme multiplicidade de
as manifestações das causas da natureza nos obrigariam a supor que
uma vez que uma multiplicidade de diferentes efeitos sobre os fenômenos, da mesma forma,
fazer isso na mente, encontramos, em princípio, uma multiplicidade de faculdades
que apresentam atividades heterogêneas:

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Página 144

4.5. O uso hipotético da razão 119

Os diferentes fenômenos, precisamente da mesma substância, mostram-se inicialmente


meramente em vista de tal heterogeneidade, que por essa razão, a princípio, deve-se supor
tantas forças desses fenômenos que se manifestam em seus efeitos,
assim como na mente humana [presume-se] a sensação, a consciência, o
ginação, memória, inteligência, discernimento, prazer, desejos, etc.
[ A 648s./ B 676s., II 568].

Mas a exposição do problema da unidade de forças por ocasião do


O problema da unidade das faculdades de saber não se deve a uma mera analogia.
gia. Pois a suposição de uma força básica nos fenômenos só pode
cansa-se, por sua vez, da suposição de uma unidade ou harmonia entre os diferentes
faculdades de saber que os determinam e entre os diferentes
tosses empíricas decorrentes de suas operações heterogêneas. Uma força
básico na natureza só pode ser pensado na medida em que um
unidade nos princípios que regem as ações cognitivas, para os quais Kant
referido como a unidade da razão [ A 649 / B 677, II 569]. Bem o problema
de uma força básica em geral é especialmente evidente na necessidade de
suponha unidade entre faculdades que, de acordo com a crítica, são essencialmente
heterogêneo:
No início existe uma lógica máxima de redução do aparecimento do
heterogeneidade, descobrindo por comparação a identidade oculta e
verificando se a imaginação [Einbildung], uma vez que está combinada com o
consciência, não é melhor memória, inteligência, insight ou possivelmente
até mesmo compreensão e razão. A ideia de uma força básica, com respeito ao
cuja lógica não nos diz nada sobre se existe, é pelo menos o
problema de uma representação sistemática da multiplicidade de forças [ A 649 /
B 677, II 568].

Que esta pesquisa em uma multidão heterogênea de demonstrações


efeitos naturais são, em última análise, reduzidos à suposição de uma unidade sistêmica
A temática entre as faculdades de saber pode ser vista na explicação
no princípio de gêneros e espécies:
Diante do princípio lógico dos gêneros, que postula identidade, encontramos
outro, a saber, o [princípio lógico] das espécies, que requer multiplicidade
e heterogeneidade das coisas, independentemente de sua conformidade sob o
mesmo sexo, e o entendimento é prescrito para não prestar menos atenção a
o último do que o primeiro. Este princípio (de agudeza ou discernimento
[Unterscheidungsvermögens]) limita muito a leveza do primeiro (do
sagacidade), e a razão mostra, neste ponto, um duplo interesse que se contradiz
entre si: de um lado, o interesse pela extensão (da universalidade) no que diz respeito a
gêneros e, por outro lado, [interesse] no conteúdo (da determinação
[Bestimmtheit]) com respeito à multiplicidade de espécies [ A 654 / B 682, II
572].

Pode-se assim observar que, neste caso, a ordem na experiência que


ser pressuposto pelo entendimento é baseado na exigência de um justo

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Página 145

120 A base crítica das áreas objetivas da razão

medida ou uma possível mediação entre as ações heterogêneas de dois


conhecimento de saber, ou seja, sagacidade e sagacidade ou discernimento. E,
Nesse sentido, a razão representa o princípio de organização que rege
a relação entre essas faculdades, sem as quais geralmente não seria possível
conhecimento. A exigência de assumir uma unidade entre as diferentes forças
engenhosidade e discernimento já foram mencionados em B 676s., mas em
esse caso ainda pode ser pensado como um mero exemplo destinado a
ilustrar por analogia o significado do conceito de força básica, em
Tanto é que uma força fundamental da natureza. No entanto, no texto
citado acima não é mais um exemplo, pois Kant admite que o
possibilidade de um conhecimento sistemático da natureza deve ser reconstituída
em última análise, para a suposição de uma organização entre as forças do
incentivo envolvido neste conhecimento; a este respeito, a unidade da razão
significa apropriadamente a suposição de que esta faculdade constitui uma força
básico que fundamenta as diferentes faculdades de conhecimento. Então esta ideia
regulativo nos leva a supor a possibilidade de uma conciliação entre as faculdades
saiba que eles são heterogêneos por natureza. Portanto, o diferente
forças do conhecimento da razão devem ser capazes de ser consideradas como "diferentes
expressões de uma e mesma força ”[ A 649 / B 677, II 569].46 Na verdade, este
definição da unidade da razão como uma faculdade simples e unitária
e a origem subjacente às forças da mente será explicitada na seção
intitulado 'A disciplina da razão pura em relação às hipóteses', embora
a fim de esclarecer o estatuto epistemológico que a crítica deve contribuir
a esta ideia em contraste com a psicologia racional clássica [ A 771 / B 799,
II 654].
Embora esta afirmação seja hipotética para o bem da pesquisa nacional
natureza e não pode ser demonstrado em um sentido objetivo, Kant reconhece o
significado transcendental da dita ideia, sem cuja suposição nossa capacidade
de saber não poderia reconstruir uma compreensão sistemática da natureza
natureza da multiplicidade de forças que nos são apresentadas [ A 650s./
B 678s., II 569s.].47
Segundo Kant, a crítica deve assumir a possibilidade de uma força básica
que está subjacente aos múltiplos fenômenos da natureza porque,
Ao contrário, seríamos obrigados a admitir a "ingenuidade" de uma razão teórica

46 H ESSBRÜGGEN -W ALTER , Stefan (2001): «Nur suchen, nicht finden. Kant, Tetens und die Grund-
kraft der Seele ', em G ERHARDT et alii 2001, IV 368-74, sustentou a influência do Philosophische
Versuche de T ETENS nesta teoria de Kant [T ETENS , Johannes Nikolaus (1777): Philosophische Versuche
über die menschliche Natur und ihre Entwicklung, em Die philosophischen Werke, Hildesheim e Nova York
1979, ver especialmente I 730ff.].
47 Ver a este respeito W ARTENBERG , Thomas E. (1998): "Reason and the Practice of Science", em

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P. Guyer (ed.) (1998): The Cambridge Companion to Kant, Cambridge, 228-48.

Página 146

4.5. O uso hipotético da razão 121

que se move em suas pesquisas segundo um interesse especulativo de natureza sistêmica.


tema que, no entanto, nunca espera ver confirmado. E uma razão que
se contradiz em seus interesses não pode constituir um corpo docente
autônomo específico:
Pois a lei pela qual a razão busca [esta unidade da natureza] é necessária.
ria, pois sem ela não teríamos [a faculdade da razão] de forma alguma,48
mas nem o uso de entendimento relacionado [a ele] e, com tal falha,
nem teríamos um critério suficiente para a verdade empírica49 [ A 651s./
B 679s., II 570].

Sobre essa ideia de unidade de razão, as máximas que


o conhecimento deve reger, pois a máxima que impede multiplicar o
princípios sem necessidade. Isso é baseado na suposição de que a natureza
contém uma "matéria fundamental" [ A 653 / B 681, II 571], a partir da qual
supõe-se que o particular "surge" na experiência de acordo com propriedades uniformes.
versos das coisas e que sua natureza interna 'oferece em si matéria
em virtude da unidade da razão ', a partir da qual pensamos em um
sentido subjetivo e regulador de que 'heterogeneidade aparentemente infinita não
pode nos parar em nossa suposição de unidade de suas propriedades fundamentais
mental '[ A 652 / B 680, II 571]. Mas Kant também busca uma concisão
ligação entre esta "doação" de fenômenos de acordo com reivindicações universais
razão e a necessidade de preservar a multiplicidade e variabilidade específicas
física dos fenômenos que o conhecimento científico torna possível. Esta máxima
constitui a lei da especificação, que, na medida em que admite no conhecimento
possível existência de objetos um 'infinito com respeito às diferenças',
constitui uma hipótese que se pressupõe na construção progressiva de
subclasses específicas de conhecimento dentro de cada classe, 'bem, se não houver
conceitos inferiores, também não haveria conceitos superiores »[ A 656 / B 684, II
573].
Kant também coleta outras máximas de natureza teleológica, como a
princípios de homogeneidade e continuidade [ A 657s./ B 685s., II 574], que

48 Seguindo Reimarus, Kant considera ao longo de seu desenvolvimento intelectual que a razão, como
qualquer outra força da natureza, deve se comportar de acordo com suas próprias leis, que não devem contradizer se
deve ser capaz de constituir um corpo docente autônomo; cf. H INSKE , Norbert (1980): «Reimarus zwischen Wolff
und Kant. Zur Quellen- und Wirkungsgeschichte der “Vernunftlehre” von Hermann Samuel Reimarus »,
em W. Walter e L. Borinski (ed.) (1980): Logik im Zeitalter der Aufklärung. Studien zur "Vernunftlehre"
von Hermann Samuel Reimarus, Göttingen e Zürich, 9–32.

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49 Observeque, neste caso, Kant fala de um critério em relação à verdade empírica. Este, sem
No entanto, não pode ser entendido em um sentido objetivo, mas sim como um critério subjetivo que, na medida em que
que traz a ideia de uma unidade sistemática da natureza, torna isso possível em um sentido regulador
o desenvolvimento empírico da compreensão na investigação da experiência. Este critério de verdade
empírico de origem racional será tematizado no quadro da teoria do uso hipotético da razão, no
no qual nos concentraremos em § 4.5.2.

Página 147

122 A base crítica das áreas objetivas da razão

também são tematizados como princípios transcendentais para a sistematização


zação do conhecimento empírico.cinquenta
Com base nessas fundações, o conhecimento científico pode
colocar a priori na natureza multiplicidade, parentesco e unidade. É evidente
que, segundo a crítica, a prática da ciência deve supor uma razão
que a natureza pensa de acordo com os fins. A aplicação mecânica de categorias
justifica a possibilidade de uma experiência comum e objetiva, mas a multiplicidade de
cidade de fenômenos particulares e suas relações nos obriga ainda mais a
pense na natureza como um todo unitário e ordenado, de acordo com um conceito
representação teleológica dele.

4.5.2 O uso hipotético da razão

Conforme Kant levanta a relação entre as faculdades de conhecimento no


aplicação do uso apodítico da razão, uma regra medial é primeiro pensada
através do entendimento, posteriormente o Julgamento subsume um conhecimento
à condição expressa nesta regra e, finalmente, o motivo determina em
um sentido sistemático este conhecimento obtido pela regra [KrV, A 304 /
B 360s., II 315]. Nesse caso, de acordo com Kant, o universal já está dado,
e o particular é determinado de maneira necessária por meio da subsunção
do Julgamento [ A 646 / B 674, II 566s.]. Assim, o motivo não está relacionado em ab-
soluto com a singularidade dos objetos que devem ser determinados pelo
compreensão, mas sim com os conceitos já constituídos por este último
corpo docente da tima, com o objetivo de conseguir a sua sistematização. Na medida em que
que o uso apodítico da razão atende aos conceitos ou julgamentos já constituídos
protegido pelo entendimento, e não ao mesmo processo pelo qual este corpo docente,
em conciliação com a sensibilidade, forma os julgamentos e os conceitos, Kant
está ignorando qualquer explicação de como o uso regular pode ser considerado como
lativo de razão em relação ao sujeito sensível que deve saber no
situação particular.
Porém, a Dialética Transcendental não contempla apenas um uso
apodíctico da razão, visto que as ideias transcendentais expostas no Epílogo

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cumprir uma função no quadro teórico que é definido com o conceito
de uso hipotético da razão [ A 646ss. / B 674ss., II 567ss.]. Isto está definido
como a situação em que temos o particular, mas o universal é
incerto, de modo que só pode ser aceito de forma problemática. o

50 Sobre a relação entre a teoria do uso regulador da razão e os princípios de conveniência de


Dissertatio, ver B RANDT , Reinhard (1989a): «As deduções na crítica do julgamento: comentários
on Hampshire and Hortsmann ', em E. Förster (ed.) (1989): Kant's Transcendental Deductions. Os três
Critiques and the Opus postumum, Stanford, 177-90: 181.

Página 148

4.5. O uso hipotético da razão 123

a universalidade da regra empírica só pode ser confirmada se sucessivas


dados particulares podem ser interpretados como consequências consistentes
derivado deste universal, que inicialmente só foi aceito em um
hipotético. Agora, o uso hipotético da razão com base na suposição
o regulador de idéias não pode ter um uso constitutivo; ou seja, neste caso não
a confirmação objetiva da regra pode ser esperada a partir da confirmação de
casos particulares. Em vez disso, as ideias transcendentais são pensadas pelo
razão em um sentido hipotético para permitir a determinação progressiva
de determinado conhecimento na experiência. Desta forma, as ideias
transcendentais não podem supor a validade objetiva de objetos que apenas
podem ser pensados ​de uma forma problemática, através da qual cumprem uma
função heurística e reguladora para o uso sistemático do conhecimento no
experiência possível [ A 771 / B 799, II 653].
Como já mencionado acima, o motivo é direcionado para a unidade do sistema.
temática do conhecimento, que deve ser interpretada como a «pedra
toque da verdade das regras »[ A 647 / B 675, II 567]. Em um sentido normal
lativo, o entendimento só pode determinar progressivamente os objetos
sob a suposição de que um sistema ordenado de conhecimento é
sible. Esta constitui a principal hipótese do conhecimento científico, um
hipótese que permite traçar hipóteses sobre a experiência, mas que
por sua vez, não pode ser confirmado nesta mesma experiência, na medida em que alude a
de uma ideia de totalidade que transcende o uso empírico do entendimento.
Assim, Kant define a ideia dessa totalidade de conhecimento como uma unidade
projetado,
que em si deve ser considerado, não como dado, mas apenas como problemas.
ma; mas que serve para encontrar um principium para o múltiplo e o uso
compreensão particular, e para guiar [este uso] através dele e dar-lhe
consistência no que diz respeito aos casos não indicados [ A 647 / B 675, II
567].

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Deste ponto de vista, a ideia da unidade da razão como um


faculdade simples, unitária e original adquire significado na medida em que, a partir de
Desta forma, podemos representar para nós mesmos a «unidade necessária de todas as forças
da mente ”[ A 771 / B 799, II 654]; mas a crítica não nos autoriza a "adotar o
alma como uma substância simples ”[ A 771 / B 799, II 654], uma vez que isso implica
Eu poria fazendo um uso transcendente dos conceitos puros do entendimento.
Portanto, as hipóteses que são pensadas por meio de ideias transcendentais
só pode dar origem a "julgamentos problemáticos" [ A , 781 / B 809, II 660], que
em nenhum caso podem ser confirmados em sentido objetivo, embora sirvam
condição de possibilidade para o conhecimento empírico. A este respeito,
o uso hipotético da razão é direcionado para a possibilidade reguladora do universo

Página 149

124 A base crítica das áreas objetivas da razão

conhecimento sistemático de compreensão empírica, isto é,


uma unidade que só pode ser "projetada" na investigação da nação.
natureza, mas que em nenhum caso pode ser alcançada por este conhecimento
[ A 647 / B 675, II 567].
Esta concepção do uso hipotético da razão é baseada nas máximas
mais de natureza teleológica exposta no Epílogo. Esses princípios exigem que nós
pensar no singular em sua especificidade sensível e, simultaneamente, como sus-
capaz de ser determinado progressivamente em um sistema de conhecimento
tosse. No entanto, para que as ideias transcendentais não sejam meramente
requisitos normativos, que encontrariam sua justificativa final na necessidade de
natureza sistemática da razão, o argumento de Kant deve ser capaz de mostrar
em que sentido, no processo de conhecimento, sensibilidade e imaginação
ção pode apreender o singular sensível de acordo com o interesse especulativo de
a razão teórica. Pois, na medida em que o uso hipotético começa do singular,
para o qual um universal deve ser buscado, esta concepção parece supor que
a orientação regulatória de acordo com as máximas indicadas já está presente
na primeira atividade de apreensão do singular sensível, isto é, com um
prioridade à sua determinação por um conceito de entendimento, visto que este
A determinação progressiva só é possível por meio de orientação regular
lativo contribuído por ideias. No uso hipotético da razão, portanto, o
razão não se destina a ordenar conhecimento já determinado
dois para o entendimento, como acontece no uso apodítico, mas mais
seja a orientação do processo de conhecimento visando encontrar um
determinação progressiva do particular, na medida em que a regra universal
é precisamente o que se pretende alcançar. Embora a noção de uso hipotético

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a razão nos remete ao problema que será enfrentado em 1790 com a teoria da
Refletindo julgamento, parece claro que esta teoria ainda não pode ser constituída
como uma teoria do Julgamento, na medida em que a crítica não oferece
explicação da possibilidade dessa orientação regulatória e normativa do
razão em relação à nossa forma sensível de conhecimento e as faculdades de
conhecer os envolvidos na acusação.
Neste ponto, podemos nos perguntar como Kant fundamenta a validade
do uso regulador da razão. Segundo ele, a crítica não pode oferecer nada
algum esquema que nos permita pensar sobre essa mediação entre razão e sensibilidade,
como é o caso dos esquemas transcendentais: «Por outro lado, os princípios
os princípios da razão pura não podem ser constitutivos mesmo em relação a
conceitos empíricos, pois tais princípios não podem ser oferecidos um esquema
de sensibilidade e, portanto, não pode ter um objeto concreto »
[ A 664 / B 692, II 579]. Desta forma, o objetivo da Dialética Transcendente

Página 150

4.5. O uso hipotético da razão 125

tal é distinguir entre a dedução de nossos princípios constitutivos, pois


sua relação com a sensibilidade e a dedução de nossos princípios regulatórios
você, que, na medida em que eles não se referem adequadamente a objetos, não pode ver
sua validade com base na demonstração de sua relação com respeito a
ao sensato [ A 669s./ B 697s., II 583].
Kant afirma que as idéias da razão têm um caráter objetivo, mas indeterminado.
minerados [ A 665 / B 693, II 579], na medida em que se referem a como devemos
prossiga para alcançar uma possível determinação dos objetos.
[A] ideia de razão é análoga a um esquema de sensibilidade, mas com
a diferença que a aplicação dos conceitos de compreensão ao esquema
a razão não é, por sua vez, um conhecimento do próprio objeto (como ocorre
com a aplicação das categorias ao seu esquema sensato), mas apenas um
regra ou princípio da unidade sistemática de todo uso do entendimento [...].
[D] desta forma, os princípios da razão também têm validade objetiva em
relação com [os objetos da experiência], embora não para determinar algo
neles, mas apenas para mostrar o procedimento segundo o qual o uso
entendimento empírico e determinado pode concordar absolutamente
consigo mesmo, relacionando-se tanto quanto possível com o princípio de
unidade absoluta e sendo orientada por esta [ A 665s./ B 693s., II 580].

Na medida em que não se fala propriamente de um esquema de sensibilidade,


mas de um análogo disso, sua diferença a este respeito reside em não ser capaz de
para reivindicar validade objetiva em um sentido constitutivo, uma vez que as idéias não
eles legislam sobre objetos. Assim, a regra fornecida por estes não funciona

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para a construção de uma imagem que nos permita pensar na adequação entre
um conceito e seu objeto correspondente; em vez disso, a regra governa o
funcionamento subjetivo do entendimento. Somente através da mediação de tal
A referência ao uso deste poder pode atestar a validade do motivo. Está
relação da ideia transcendental com respeito ao procedimento pelo qual
sabemos que os objetos reaparecem em outra formulação de dedução:
Há uma grande diferença entre algo ser dado à minha razão como um objeto sem
mais, ou apenas como um objeto na ideia. No primeiro caso, meus conceitos são
eles dirigem para determinar o objeto; no segundo, é realmente um esquema
ao qual nenhum objeto é dado diretamente, nem mesmo hipoteticamente,
mas só serve para representar indiretamente esses objetos por meio
de sua relação com tais idéias [ A 670 / B 698, II 583].

Portanto, o significado transcendental da razão no que diz respeito ao conhecimento


A base empírica é baseada, em primeiro lugar, em uma demarcação clara entre o
dimensão constitutiva ou determinante dos princípios de compreensão e
a dimensão regulativa ou subjetiva que corresponde às ideias transcendentes
tal. Pois estes não se referem a objetos, mas às nossas próprias faculdades
e nossa maneira de representar esses objetos por sua relação analógica com

Página 151

126 A base crítica das áreas objetivas da razão

tais idéias. Nesse sentido, afirma Kant, eles se referem apenas indiretamente
objetos, uma vez que indicam um guia para sua possível determinação progressiva,
razão pela qual o objetivo da crítica não é adequadamente demonstrar a correspondência
associação efetiva de fenômenos com idéias. Assim, as ideias não apontam para
realidade, mas para o procedimento para determinar objetos sensíveis,
na medida em que são considerados em um sentido analógico e heurístico como partes
constitutiva de uma totalidade ordenada, que é pensada pela razão e não pode
a ser tratado como um possível objeto de nosso conhecimento:
Assim, a ideia é meramente um conceito heurístico e não ostensivo,
que mostra não como é a natureza de um objeto, mas como nós
devemos buscar [suchen sollen] a natureza e conexão dos objetos de acordo com
o guia para tais conceitos [...]. E esta é a dedução importante de todos
ideias de razão especulativa, não como princípios constitutivos para
expandindo nosso conhecimento de mais objetos do que pode dar
experiência, mas como princípios reguladores da unidade sistemática do
multiplicidade de experiências em geral [ A 671 / B 699, II 583s.].

Esta referência ao uso de nossos poderes e ao procedimento sobre como


como devemos agir para determinar os objetos, independentemente de
de como são, é um dos pontos de partida da teoria do Julgamento

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flexionando no Kritik der Urteilskraft. Da mesma forma, no § 59 deste trabalho
Kant irá definir a forma simbólica de saber como um análogo do
burntism segundo o qual o julgamento determinante é governado.
No entanto, como vimos nesta seção, no tratamento
desta questão oferecida pela primeira Crítica não é explicado em que sentido o
a orientação reguladora da razão é pressuposta em nosso caminho
conhecer os objetos. Embora as críticas admitam que esse padrão exige
As questões devem ser pressupostas pela razão teórica em um sentido subjetivo,
uma vez que de outra forma o conhecimento não seria possível, Kant ainda não oferece
nenhuma explicação de como a nossa maneira sensata de saber presume
colocado na descrição do uso hipotético da razão, pode estar pensando
de acordo com as prescrições normativas derivadas de ideias
puro. Certamente, em sua teoria do uso hipotético já foi apontado que o
fundação sistemática e teleológica de objetos particulares depende da
organização e conciliação entre as faculdades de saber. No entanto, um
teoria sobre como as faculdades do ser humano respondem a esta demanda de
a razão não é oferecida neste trabalho. Vamos lembrar que, embora as ideias
estética pertencem à estrutura subjetiva da imaginação, trans-
dentais são, no sentido estrito, conceitos puros de razão, de modo que
sua adequação com o sensível é problemática em princípio. Bem, esta limitação
ção impede a justificação de um sentido positivo de como a orientação reguladora

Página 152

4,6. A não contradição da razão consigo mesma 127

a razão já está pressuposta na mesma apreensão sensível de


a representação. Em outras palavras, surge o problema de como
conhecimento, mesmo as faculdades sensíveis, podem ser reconciliadas com
o interesse especulativo e sistemático da razão como faculdade unitária.51

4.6 A não contradição da razão consigo mesma

Eu indiquei no parágrafo anterior que o uso regulador da razão


Teórico tem que ser devidamente compreendido por seu significado teleológico. Sobre
estritamente falando, a possibilidade de um sistema de leis particulares é absoluta.
mente contingente em relação à faixa cognitiva de compreensão
puro. No entanto, embora nenhum princípio objetivo possa nos garantir que
a natureza "permite" determinar progressivamente de acordo com nossas reivindicações.
fins cognitivos, deve ser considerado pela razão, não como é em
efeito, mas como deveria ser em virtude de interesse especulativo.

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vo do próprio entendimento. Assim, a ideia que se refere à possibilidade de um
causalidade particular da natureza que pode corresponder ao inte-
a resistência especulativa e sistemática da razão teórica é realmente um produto
de nossa liberdade.52
Portanto, em seu uso regulativo a razão teórica apresenta uma concordância
com a normatividade da razão prática, como potência do desejo. Kant
Ele o define da seguinte forma: «A faculdade de desejar é a faculdade pela qual um [ser] é
causa da realidade dos objetos por meio das representações desses objetos »
[KpV, IV 114 n.]. É verdade que a razão teórica pura não produz os objetos
a partir do mero pensamento sobre suas representações, nem, portanto,
nem pode legislar sobre uma esfera de objetividade, como é o caso de
razão prática - pelo menos, em relação aos objetos que podemos pensar
a priori. No entanto, embora a razão teórica não possa produzir os objetos em

51 Segundo o N EIMAN , a dedução transcendental do uso regulador da razão é legitimada no


na medida em que demonstra a validade dos princípios da razão como condições de possibilidade
da prática científica [1994: 95]. O autor corretamente argumenta que essa ideia só pode justificar
sua validade enquanto a demarcação entre os princípios reguladores da razão for rigorosamente mantida
e os princípios constitutivos do conhecimento. No entanto, na minha opinião, a primeira crítica deixa em aberto
a questão de qual é essa relação reguladora e subjetiva das idéias da razão com nossas
forma de conhecer objetos. Na verdade, a leitura do autor ignora o significado sistemático do Julgamento
estético-reflexivo em relação a esta problemática, enquanto o próprio Kant não considerará o
posição defendida no Kritik der reinen Vernunft como definitiva e vai ressuscitá-la precisamente em
o Kritik der Urteilskraft. Somente após este desenvolvimento, a crítica pode ser entendida para demonstrar a validade
uso regulativo não apenas como requisito necessário de caráter racional, mas também como
uma possibilidade em relação à estrutura subjetiva das faculdades de saber que intervêm no
processo de conhecimento da prática científica.
52 Cf. N EIMAN 1994: 64ss.

Página 153

128 A base crítica das áreas objetivas da razão

partir do pensamento produz sua cognoscibilidade como fenômenos


pertencer a uma experiência ordenada de acordo com leis particulares.53
Precisamente nesta afirmação da razão reside o perigo da ilusão
transcendental, que surge quando esse interesse especulativo é adotado como se
um princípio constitutivo está envolvido. Kant rejeitará toda confusão e
tradição entre os princípios constitutivos da razão teórica, cuja origem
reside na legislação a priori do entendimento, e na própria legislação
você pratica com base na liberdade. No início deste capítulo foi mencionado
que a crítica não tinha apenas um significado negativo em relação às ideias de
razão, mas também um sentido positivo. Bem, se as idéias da razão,
como alma, mundo e Deus, assim como a ideia de liberdade, não têm valor.
validade objetiva no domínio teórico, isso também significa que eles não podem ser
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refutado pelo conhecimento, na medida em que esses "objetos" não se enquadram no


até que ponto os critérios de verdade da ciência podem ser aplicados. É mais,
nem mesmo um ceticismo à la Hume em relação ao
realidade ou validade objetiva de tais idéias, uma vez que essas questões
não pode ser decidido pelo conhecimento não significa que não seja possível
legitimar sua validade de um ponto de vista diferente daquele do conhecimento
teórico.

4.6.1 O problema da possibilidade de liberdade

Esta é a principal utilidade sistemática da demarcação entre as


o intelectual e, com ele, a demarcação entre os conceitos de
fenômeno e númeno. De acordo com Kant, sem esta separação crítica não é possível
É possível preservar a validade da liberdade [KrV, A 536 / B 564, II 491]. No
na medida em que podemos e devemos pensar em uma base inteligível que
está subjacente ao objeto e ao sujeito sensível, a crítica pode admitir sem
contradição a possibilidade de causalidade inteligível, além de mera
mente sensível. Agora, esta dupla consideração de causalidade define
uma diversidade quanto à origem ou fundamento último da série de causas
particular que pode ser observado na experiência. Desta forma, embora
ambas as fundações, pertencentes ao mesmo assunto, podem ter uma origem
gene, seu efeito na experiência pode ser "um e o mesmo" [ A 538 /
B 566, II 492]. Na verdade, nossas ações morais acontecem no terreno
experiência fenomenal, na qual suas consequências se desdobram. Mas
A crítica deixa indeterminado se a origem desse efeito ou dessa ação está em
uma base sensata, ou melhor, na base inteligível do meu assunto
53 Cf. D ÖRFLINGER , Bernd (2000): Das Leben teórico Vernunft. Teleologische und praktische As-
pekte der Erfahrungstheorie Kants, Berlim e Nova York: 39.

Página 154

4,6. A não contradição da razão consigo mesma 129

atividade, a saber: liberdade. É essa indeterminação que serve de condição


negação de possibilidade para o fundamento da esfera moral, uma vez que nós
permite pensar sem contradição a possibilidade de um fundamento inteligível
como a fonte causal de nossas ações.
É necessário verificar dois aspectos desta breve indicação quanto ao
cera de antinomia. Em primeiro lugar, este argumento não pretende pensar o
unidade da razão em um sentido positivo. A «conciliação da razão consigo mesma
em si "não significa que a crítica tenha sucesso em fundar em um sentido positivo

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unidade entre o sensível e o intelectual. Em vez disso, o argumento é intencional
Estou a pensar na não contradição entre as duas áreas [ A 541 / B 569, II 494;
A 557 / B 585, II 505]. Isso é afirmado na introdução ao Kritik der
Urteilskraft:
Entendimento e razão, portanto, têm duas leis diferentes em um
e o mesmo terreno de experiência, sem que nenhum deles seja capaz de prejudicar
carro para o outro. Pois tão pouco o conceito de natureza influencia a legislação.
lação da liberdade como esta incomoda a legislação da natureza.
—A possibilidade de pensar ao menos sem contradição uma coexistência mútua
de ambas as leis e seus poderes correspondentes no mesmo assunto
O Kritik der r provou isso. V., ao terminar as objeções contra
descobrindo a ilusão transcendental neles [ V 246].

O argumento demonstra a não contradição entre as duas leis,


o que permite "pelo menos" pensar na possível coexistência destes e de seus
montantes correspondentes. Portanto, Kant insiste que através da solução
para a terceira antinomia, a real eficácia não foi demonstrada [Wirklichkeit]
da liberdade com base na experiência. Se relacionarmos o
texto que acabo de citar com o que Kant afirma na primeira Crítica,
entender que entende a possibilidade de liberdade em dois sentidos
diferente. Pois o argumento mostra, por um lado, que podemos pensar
sem contradição o conceito de liberdade, ou seja, que nossa concepção
a natureza não pode ser uma contradição dessa ideia, nem,
Portanto, uma refutação de sua validade. Mas, por outro lado, isso não significa um
determinação positiva desta validade nem, portanto, uma demonstração de
a possibilidade da liberdade como causa que efetivamente influencia
a natureza. O argumento afirma que, diante de um evento na natureza,
fato, assim como a ação de um sujeito, a questão de saber se
sua base de possibilidade é sensata - e, portanto, condicionada - ou
inteligível - e, portanto, autônomo e genuinamente moral. Mas, possua-
mente, a possibilidade de que a causalidade inteligível da liberdade é
ser capaz de fato na natureza é uma outra questão: 'Além disso, nem
queríamos demonstrar a possibilidade de liberdade, porque [...] não podemos

Página 155

130 A base crítica das áreas objetivas da razão

conheço em geral a possibilidade de qualquer fundamento real ou de qualquer


causalidade de meros conceitos a priori ”[KrV, A 558 / B 586, II 506].
Esta posição não será modificada nos escritos morais, que são apenas
diretamente dessa solução da contradição da razão consigo mesma. o
Grundlegung liga a solução à terceira antinomia referindo-se ao mesmo
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mente para a resolução da contradição entre liberdade e natureza, um
Uma vez que a necessidade de assumir um fundamento inteligível como
substrato de fenômenos [ IV 97].
Mas a ideia de liberdade não só é possível neste sentido amplo, mas também
que também deve se basear em sua necessidade do campo prático, em
tanto que uma condição transcendental que funda a possibilidade de um ser racional
que está ciente de sua causalidade por meio da razão, ou seja, de um ser
com vontade e autonomia para determinar por si mesmo a necessidade do
lei que deve reger suas ações [ IV 99]. No entanto, Kant adverte que
pode ser estritamente justificado este fundamento da ideia do
liberdade por meio de uma explicação que nos ajuda a entender a origem de
gene último da pura espontaneidade da razão: "qualquer razão humana
é totalmente incapaz de explicar como a razão pura pode ser prática, e é
todo esforço e trabalho para explicar isso são em vão »
[ IV 99].54
O fundamento da liberdade como uma causalidade pura é baseado, pois
Portanto, em dois pressupostos fundamentais: primeiro, a possibilidade de
pense na realidade não apenas como um fenômeno, mas como ela
subjacente está um fundamento inteligível (também um sujeito inteligível), indeterminado
minado pela causalidade condicionada da natureza; segundo, o
precisa pensar no sujeito racional ou inteligível como um ser capaz de determinar
minam de forma autônoma e espontânea sua vontade de acordo com os princípios de
razão pura. Enquanto a primeira estimativa oferece a condição para
compreender a autonomia do campo prático independentemente do campo teórico
rico, o segundo exige pensar na necessidade de liberdade de um ser inteligível
como condição de possibilidade do factum moral.

4.6.2 A primazia do prático no sistema da razão

A liberdade não pode ser determinada ou explicitada na sensibilidade, e


a normatividade prática não pode ser subordinada à experiência sensível
empiricamente condicionado. Além disso, conforme indicado no início deste
Paragrafo-vos-ei, é justamente o interesse especulativo da razão teórica, devido

54 Ver também no mesmo sentido KpV, IV 192.

Página 156

4,6. A não contradição da razão consigo mesma 131

à sua dimensão teleológica, que é obrigada a pressupor a normatividade

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ou interesse
primazia próprio da
no sistema da razão
razão.prática e, neste sentido, esta última tem o
Desta relação de dependência da razão teórica com respeito a
à razão prática, Kant tentará fundar a unidade da razão a partir do
cedo para durar. De acordo com isso, cada uma dessas áreas é definida
por um interesse diferente, isto é, por um princípio que contém a condição
em que o desenvolvimento da razão é possível em cada caso, na medida em que
corpo docente [KpV, IV 249]. O interesse da razão teórica aponta para o conhecimento
de objetos, enquanto a da razão prática é direcionada apenas para o
determinação da vontade de acordo com os objetivos. Se a razão prática fosse movida
por interesse especulativo, então essa relação de dependência daria origem a
que a primazia estava teoricamente certa, mas isso também significaria
a impossibilidade do fundamento sistemático que Kant alega.
Pois sem esta subordinação [da razão especulativa à razão prática] surge
Existe uma contradição da razão consigo mesma; porque, se houver um motivo especial
razão culativa e prática meramente coordenada, a primeira fecharia
suas fronteiras e não tomaria nada do escopo deste último, enquanto o ra-
zona prática iria expandir suas fronteiras em tudo o que é
necessidade e tentaria se envolver com a razão especulativa, mas dentro de sua
fronteiras adequadamente práticas [ IV 251s.].

Se a razão teórica detinha a primazia neste fundamento do


unidade da razão, isso significaria que o incondicionado e, com ele, a ideia
liberdade e o progresso do conhecimento, não poderia ser
fundado. A razão prática só poderia reivindicar validade de acordo com um interesse
especulativo; ou seja, a ideia do incondicionado deixaria de ter um valor
meramente regulador na esfera teórica ou um valor constitutivo em um
senso prático, e a razão buscaria determinar este conceito transcendente
você em um sentido cognitivo. Entende-se, portanto, que Kant julga que
a unidade da razão só pode ser assegurada a partir do reconhecimento do primeiro
sua dimensão prática, já que uma relação de dependência inversa ou
a mera coordenação entre as duas áreas provocaria justamente a ilusão
razão transcendental, isto é, uma contradição da razão consigo mesma.55
Assim, embora a razão prática não possa determinar o incondicional
em um sentido cognitivo, a razão teórica é obrigada a pressupor
este conceito em um sentido regulador, precisamente para satisfazer o seu próprio
55 Em minha opinião, o argumento sobre o primado da razão prática deve ser considerado como um
resposta à questão colocada no Grundlegung sobre a unidade da razão teórica e da razão
prática: «Exijo da crítica da razão prática que, se for completa, deve ser capaz de apresentar a sua
unidade com razão especulativa de acordo com um princípio comum, já que no final das contas só pode ser uma questão de
uma única e mesma razão, que no entanto deve ser diferente em sua aplicação ”[Grundlegung, IV 16].

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132 A base crítica das áreas objetivas da razão

interesse especulativo. Como já indicado, Kant argumenta na primeira Crítica


que a possibilidade final de compreensão depende do seu conceito de
a experiência possível pode ser especificada em um sistema empírico da natureza.
Isso, por sua vez, só é possível de acordo com orientações sistemáticas e regulamentares.
vem da razão pura. Agora, o significado claramente teleológico deste
dimensão da razão teórica só poderia ser compreendida a partir de uma concepção
normativo da razão, como faculdade do desejo que supera a heteronomia da
a sensibilidade de pensar o real em sua totalidade em conformidade com os objetivos de
a razão. Assim, em última análise, o interesse especulativo da razão
a teoria pura coincide em sua normatividade com o interesse prático.
No entanto, deve-se notar que este ainda não pensou em qualquer
Em um sentido positivo, a relação entre essa normatividade de origem prática
que se pressupõe no uso regulatório da razão teórica e do procedimento
subjetivo pelo qual o sujeito pode formar progressivamente seu conhecimento
tosse. A argumentação de Kant deixa indeterminada a própria questão de que
apontado no parágrafo anterior, pois este apenas esclarece que o uso regulatório
a razão deve pressupor uma origem prática, mas não tematiza de forma alguma
lamentando como essa normatividade prática pode intervir no mesmo processo
de acusação, em que temos que refletir sobre objetos singulares
res para sua determinação progressiva. Portanto, este fundamento do
O interesse da razão teórica por sua origem na esfera prática continua a
no campo do exclusivamente racional, sem criticar apreciando o
problema da ligação sistemática entre sensibilidade e razão pura que é
pressuposto na concepção do uso hipotético da razão. Assim, continua sem
concluir em que sentido um concordante pode ser pensado positivamente
cia da nossa maneira sensível de saber com esses requisitos normativos
de pura razão. Agora, uma vez que o argumento confirma a origem
aplicação prática de tais demandas, o problema enfrentado pela crítica deve
voltar para como entender a ligação sistemática entre normativa
praticidade da razão pura e da dimensão sensível que deve intervir na
processo, bem como na gênese e desenvolvimento progressivo de um sistema de
conhecimento.

4.7 Determinando o escopo da liberdade

Os próprios limites da crítica impedem abordar essa questão da forma.


positivo do ponto de vista cognitivo, uma vez que Kant distingue
claramente entre uma área teórica e uma área prática no que diz respeito à
validade objetiva dos diferentes conceitos de razão. Conforme observado em
o parágrafo anterior, na discussão sobre a solução do terceiro anti-

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4.7. Determinando o escopo da liberdade 133

nomia, a impossibilidade de oferecer um fundamento último de liberdade


É porque não podemos determinar ou condicionar a partir de conceitos da
compreender uma ideia de razão que, propriamente, é incondicional. o
A explicação acima mencionada da possibilidade de liberdade estava, na verdade, centrada na
afirmam compreender esta dimensão do racional por sua relação com
natureza e, mais particularmente, com a natureza sensível do ser humano:
Pois então a razão ultrapassaria todos os seus limites, se ousasse explicar como pode
dá razão pura para ser prático, o que coincidiria totalmente com a tarefa de
explique como a liberdade é possível.
Pois só podemos explicar o que pode ser reduzido a leis cujo
objeto pode ser dado em qualquer experiência possível [Grundlegung, IV 96].

Portanto, a liberdade não pode ser explicada em nenhum sentido por


positivo, nem mesmo de acordo com a analogia com os exemplos particulares [ IV 96]. Então
esta ideia designa propriamente o incondicionado que define a normatividade
do reino prático da razão, que, portanto, não pode ser
dá uma explicação que poderia necessariamente apenas incluir esta ideia para
uma condição contingente.56 Em particular, a impossibilidade de explicação
ção desta relação entre liberdade e natureza é, por sua vez, expressa na
impossibilidade de pensar em certo sentido a relação entre nossos
fundamento racional, como sujeitos inteligíveis, e nosso fundamento
fenomenal, como assuntos sensíveis.
Assim, a liberdade é o puro conceito de razão que define a possibilidade de
natureza na medida em que é supersensível e determina sua realidade objetiva como
como deve ser. Nesse sentido, a base dos resumos do campo prático
completamente das condições proporcionadas pela intuição e, consequentemente,
você, de qualquer conhecimento objetivamente válido sobre esta realidade. Está
a determinação moral pode, no entanto, ser pensada como uma determinação
possível formação do ser humano, na medida em que podemos supor um fundamento
supersensível subjacente ao assunto sensível.

4.7.1 O reconhecimento da finitude na moral do dever

Ora, o imperativo categórico, além de ser baseado neste


método objetivo e prático para determinar nossas máximas de ação.
também exprime a exigência de agir de acordo com o dever dela decorrente.
necessariamente parte dessa determinação. E, como uma moral do dever, o
A filosofia kantiana não é dirigida apenas a agentes racionais, mas exclusivamente
a agentes racionais que são ao mesmo tempo sujeitos sensíveis. Tanto o fato
56 Ver a este respeito C ORTINA , Adela (1982): «O conceito de 'crítica' na filosofia transcendental da
Kant ”, em Salamanca's Notebooks of Philosophy 9, 1982, 5-22: 21; bem como N EIMAN 1994: 135.

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134 A base crítica das áreas objetivas da razão

que o julgamento moral é colocado na forma de um imperativo como aquele


a expressão de um dever se explica pela verificação da finitude essencial da
agente:
Mas em relação a um ser para o qual a razão não é o único fundamento de
vontade, essa regra é um imperativo, ou seja, uma regra que designa um dever,
que expressa a coerção objetiva da ação e significa que a ação ocorreria
inevitavelmente, se a razão determinasse a vontade completamente [KpV, IV
126]57.

O valor da formulação do imperativo consiste precisamente em que


consegue expressar o fundamento objetivo de determinação da lei moral
em relação ao sujeito sensível e finito que deve ajustar a correção de seu
máximo individual de acordo com esta determinação universal. A finitude não é tudo
considerado de todo como o elemento que contribui para a determinação moral de
minha ação, mas me obriga a definir nesta formulação como ela é determinada
ação racional é apresentada a um agente sensível, viz., como uma coerção
que ordena uma superação da sensibilidade. Bem, como Kant tanto defende
no Grundlegung como no Kritik der praktischen Vernunft, pode e deve
pressupõe que o ser humano tem uma vontade pura que é determinada
pela razão em um sentido objetivo, mas assim que for determinado
ção é expressa como um requisito para agir, este possível cumprimento
é dirigido a um agente cuja vontade não é meramente a razão, mas também
sensibilidade [Grundlegung, IV 11, 41, 90; KpV, IV 126, 132]. É neste ponto
onde a marca da indeterminação sensível da filosofia moral aparece
de Kant, o que se deve, como vimos, ao reconhecimento de que não podemos
Nós determinamos a possibilidade de liberdade na natureza, em particular,
na natureza sensível do ser humano. Mas esta é precisamente a estrutura
a partir do qual os julgamentos morais são baseados como julgamentos sintéticos para
a priori, na medida em que em tais julgamentos está relacionado de uma forma universal e
necessário um fundamento racional com algo outro heterogêneo, que pode ser
determinado por tal fundamento.58
Essa indeterminação é um resultado necessário da fundação do
alcance prático, e ainda é um problema no contexto
mais amplo do fundamento último da unidade da razão. O que
Neiman aponta, a teoria crítica da racionalidade envolve uma transformação
ção do conceito de razão na medida em que a correspondência com o objeto
não é mais um elemento necessário para garantir sua validade.59 Certamente,
descobrimos que a crítica não precisa e não deve determinar
57 Ver também KpV, IV 142s.; Grundlegung, IV 90s.
58 Cf. B ARTUSCHAT 1972: 56.
59 Cf. N EIMAN 1994: 97.

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Página 160

4.7. Determinando o escopo da liberdade 135

esta correspondência com objetividade sensível. No entanto, em meu julgamento,


essa indeterminação da razão prática em relação à sua eficácia no
mundo sensível é um dos pontos de partida em que o
rejeição da concepção kantiana de normatividade e moralidade por parte da maioria
paradigmas heterogêneos da ética contemporânea.60
Considerando, com Neiman, que o argumento da crítica em relação a
com racionalidade conclui com o fundamento do escopo prático e
razão estrita da razão pura, então encontramos uma teoria da
normatividade a partir da qual dificilmente pode ser representada no sentido
filosófico a possibilidade geral de efetivo e genuinamente mo-
ou seja, a possibilidade de uma realização progressiva da normatividade
prática na experiência do sujeito sensível. Se considerarmos como isso termina-
o argumento no ponto em que Kant declara que o domínio prático
é válido independentemente de uma ação de acordo com esta determinação
pode ser realizado na experiência sensível do agente, a teoria moral não
pode ser destinado precisamente a seres que, por serem sensíveis, possivelmente
podem não - não querem, por causa de sua sensibilidade - agir de acordo.
determinação, o que poderia ser aceito por um testamento onde o
a sensibilidade não tem influência. A independência da vontade com
Em relação ao sensível, é um pressuposto necessário do fundamento do
alcance prático, como objetivo e determinante. Esta determinação é
apresenta-o como uma demanda ou coerção para o sujeito sensível que deve desenvolver
Llar suas máximas de acordo com ele. Mas, na medida em que não podemos determinar
no sentido positivo a relação deste sensível agente com a legislação de
A razão, esse dever pode permanecer apenas como um requisito, no
a natureza do caso - em particular, a natureza humana - é de tal
de modo que não pode se desenvolver como deveria.61
Esta insuficiência da teoria moral no que diz respeito à sua possível concretização
em uma teoria da ação é porque o seguinte sempre pode ocorrer
objeção: Kant consegue fundar a racionalidade prática e até mesmo que podemos
Pensamos em nós mesmos como seres inteligíveis, capazes de saber a priori o que devemos
nós fazemos. No entanto, não demonstra ou ilustra de forma alguma como, em

60 Sobre a revisão do modelo crítico de racionalidade a partir dos debates em torno da crise do
modernidade ilustrada, ver N ICOLÁS M ARÍN 2001; bem como N ICOLÁS M ARÍN e S ÁNCHEZ R ODRÍ -
GUEZ 2005.
61 B ARTUSCHAT : «Der kategorische Imperativ, der die Instanz gegen das Vernüfteln der Sinnlichkeit
sein soll und darin die in ihm gelegene Selbstbezüglichkeit em Relation zur Sinnlichkeit bringen müßte,
läßt aber dieses Verhältnis als Verhältnis unberührt und gibt nur an, wie endliches Handeln bestimmt sein
muß, damit es sittlich sein soll, nicht jedoch, wie ein Handeln, das sich auf den Ausnahme-Charakter
einer bestimmten Situation beruft, als dieses Handeln zur Sittlichkeit genötigt werden kann »[1972: 62].

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136 A base crítica das áreas objetivas da razão

como seres sencientes, podemos perceber -na experiência- aquilo que,


Como seres inteligíveis, sabemos o que devemos fazer.
Pode-se objetar que este ponto crítico vai além do que um
exposição histórico-evolutiva sobre o problema da sistemática da razão
na filosofia de Kant. Mas a verdade é que este problema não é derivado simplesmente
puramente de uma avaliação crítica e externa dos resultados da fundação
Introdução kantiana da moralidade. Bem, uma exposição histórico-evolutiva
A crítica deve levar em conta que esta questão será retomada na terceira
Cera crítica e, portanto, é necessário detectar neste momento o ponto de
afastamento do problema tratado na referida obra.
Além disso, esta é uma questão que Kant já havia reconhecido no Grund-
legung e no Kritik der praktischen Vernunft. Embora o primeiro destes-
Essas obras limitam sua tarefa apenas ao fundamento da esfera prática,
Independentemente de qualquer relação com a sensibilidade, também expressa
à indeterminação deste campo devido à sua desconexão com o sensível
como um problema que exige uma solução:
Portanto, é tarefa inalienável da filosofia especulativa mostrar
pelo menos sua miragem por contradição é porque pensamos no
ser humano em um sentido e relacionamento diferente quando o chamamos de humano
que quando o consideramos, como parte da natureza, sujeito a
às leis deste. [A razão especulativa deve mostrar] que ambos os sentidos não
só podem coexistir perfeitamente lado a lado, mas também
deve ser pensado no mesmo sujeito como necessariamente unido, uma vez que
Pelo contrário, nenhuma base poderia ser fornecida sobre por que razão deveria
carregado com uma ideia que, embora possa ser creditada como reconciliada sem
tradição, no entanto, nos coloca diante de tarefas pelas quais a razão
é levado ao limite em seu uso teórico [Grundlegung, IV 93]62.

O texto parte da solução para a terceira antinomia, mas confirma a


gência de um desenvolvimento do argumento aduzido na primeira Crítica. Bem em
Este trabalho apenas defendeu a possibilidade de pensar sem contradição com o
assunto em dois sentidos diferentes. Por outro lado, no texto citado, a exigência
consiste em não se limitar a considerar esses dois sentidos como dois aspectos
dos sujeitos que convivem sem contradição, mas em "mostrar ao menos" como
ambos os aspectos "devem ser pensados" como "necessariamente unidos" em um
mesmo assunto. Caso contrário, Kant reconhece, não pode ser entendido qual sentimento
sentido normativo pode estar certo como uma faculdade do ser humano,
que prescreveria tarefas - de natureza prática - cuja possibilidade não tem
se encaixam na natureza.63
62 Ver também Grundlegung, IV 97.
63 Como no campo teórico, no qual repousa a possibilidade da razão teórica como docente
na possibilidade de que as operações das diferentes forças do conhecimento não se contradigam

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4.7. Determinando o escopo da liberdade 137

Em última análise, este problema reside na possibilidade de pensar o


natureza supersensível pressuposta pela razão prática em sua possível con-
concordância com o mundo sensível, uma concordância que se traduz no
sibilidade do bem na natureza: «Pois, com efeito, a lei moral nos transfere,
de acordo com a ideia, a uma natureza em que a razão pura, para ser acompanhada
pelas faculdades físicas apropriadas, produziria o bem mais elevado, e [esta lei
moral] determina nossa vontade de considerar a forma do mundo
sensível como um todo dos seres racionais ”[KpV, IV 157, itálico do autor].
Assim, a sistematização da unidade entre a razão teórica e a razão prática
requer a demonstração de que a natureza sensível e suas leis particulares podem ser
pensou em sua possível submissão a regulamentos práticos, de certo modo
No entanto, isso não implica uma transgressão dos limites da crítica.
Portanto, Kant já defende no Kritik der praktischen Vernunft que o
a natureza deve ser pensada de acordo com a referida normatividade, e
precisamente como um requisito objetivo em relação à possível realização do
bem no campo da experiência.
Os postulados da razão devem ser considerados uma necessidade
[Bedürfnis] de nossa razão prática fundada no dever de reivindicar a realidade
lização do bem mais elevado da natureza. As ideias que definem essa necessidade
coincidem com aquelas ideias de razão teórica que, de acordo com seu significado,
gulativo, exigiam sua extensão de acordo com o interesse prático. Assim, o
a razão prática é obrigada a reivindicar na natureza esse conceito do que é
supersensível que a razão teórica pressupõe em um sentido regulador como subs-
tratamento de fenômenos [ IV 275]. Portanto, esses postulados também apontam
à possibilidade desta realidade supersensível, mas na medida em que esta
fundação indeterminada serve como condição para a possível realização do
muito bem: «Ora, estes postulados aludem apenas às condições
condições físicas ou metafísicas, em uma palavra, às condições que residem na
natureza das coisas pela possibilidade do bem supremo ”[ IV 277]. Tão pos-
tula o foco 'apenas na maneira como devemos nos representar
tal harmonia das leis naturais com as [leis] da liberdade ”[ IV 279]. sim
bem, devemos pensar esta concordância devido a um mandato objetivo do
razão prática, que alude à possível realização do bem maior da natureza.
leza, a forma como pensamos sobre essa concordância entre as duas esferas do
a razão deve ser considerada meramente subjetiva.
É interessante notar que esta referência ao nosso modo subjetivo de
Pensar, independentemente de como os objetos são de fato, é também o
[ver neste trabalho § 4.5.1], Kant argumenta aqui também contra a legitimidade de uma razão em que
o interesse prático apresenta uma reivindicação impossível de acordo com o interesse especulativo; esta contradição de
a razão consigo mesma significaria sua própria negação como - uma - faculdade.

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Página 163

138 A base crítica das áreas objetivas da razão

base em que se sustentou a dedução do uso regulador da razão pura.


ra teórico. Ambas as indicações, relativas às condições subjetivas que devem ser
pressupõe um sujeito finito para refletir sobre o sensível de acordo com o
normatividade ideal da razão, coincidem no mesmo problema. Está
Essa questão alude à demanda de críticas para enfrentar o problema da
relação entre os puros princípios da razão que fundamenta a crítica e sua possível
aplicabilidade na experiência sensível do sujeito finito.
Vamos verificar na última parte deste trabalho que esse é o problema
tema geral que será abordado no Kritik der Urteilskraft do
Estuário do Julgamento estético-reflexivo. Primeira declaração pública de Kant
sobre suas intenções de escrever uma "Crítica do Gosto" data de 1787. Sem
No entanto, como será verificado no Capítulo 6 deste trabalho, o desenvolvimento
desta teoria em seu significado sistemático ocorrerá após
esta data. Na verdade, no Kritik der praktischen Vernunft Kant não
Esse problema está relacionado à sua exposição sobre o sentimento estético.
No entanto, sua avaliação do jogo livre das faculdades se distancia de
clareza da posição que podemos encontrar no Grundlegung.64 Kant se
refere-se ao gosto na Doutrina do Método da Segunda Crítica, uma seção
no qual se trata «a forma de contribuir na mente humana para o acesso a
leis da razão prática pura ou influência em suas máximas, isto é, o
maneira pela qual a razão prática-objetiva também pode ser tornada prática de uma
sentido subjetivo ”[KpV, IV 287].
Mas a ocupação do Julgamento que nos permite sentir o nosso próprio
por trás das próprias forças de conhecimento ainda não está o interesse na ação e seus próprios
moralidade. Tal ocupação apenas faz com que alguém se divirta com tais
acusação e oferece virtude ou modo de pensar de acordo com as leis morais
uma forma de beleza que maravilha e que ainda não havíamos procurado (laudatur
et alget), como é sempre o caso em que a satisfação ocorre no
contemplação que torna subjetivamente uma consciência da harmonia de
nossas forças para representar, e no qual nos sentimos fortalecidos nosso corpo docente
pouco de saber em sua totalidade (compreensão e imaginação), uma satisfação
que também pode ser comunicado a outros e em que, no entanto, a existência
do objeto permanece indiferente para nós, sendo considerado apenas

64 Segundo esta última obra, a moralidade não pode ser trocada por nenhum preço; tem uma escavação
unidade incondicionada, que não pode ser ligada ao "preço afetivo" da "imaginação
vivificante 'e da' disposição do gosto '[Grundlegung, IV 68]. Nesse sentido, gosto não é sobre
forma diferente do sentimento do agradável e do carinho que o acompanha [ IV 79s.]. Enquanto
que sensível, nem carinho, nem gosto estão relacionados com a vontade. Em contraste, na Antropologia

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Mongrovius, onde possivelmente o interesse pedagógico e antropológico das aulas o levaram a Kant
relacionar a moralidade com a natureza humana através da estética, afirma: «O bom é
tratada de forma geral. O belo em particular. A virtude tem uma dignidade interna e, portanto, não
permita-se ser aconselhado sobre benefícios. Este seria um preço de mercado. Mas a virtude pode ter um
preço afetivo, que reside na sua beleza »[AA XXV . 2 1332s.].

Página 164

4.7. Determinando o escopo da liberdade 139

como a ocasião a partir da qual internalizar as disposições sublimes do


talento além da animalidade [ IV 298].

Esta descrição do sentimento pela beleza e o jogo das faculdades


A pessoa envolvida no Julgamento não mostra, à primeira vista, grandes divergências
no que diz respeito às descrições que podemos encontrar no Analytics de
o belo, que pode ser identificado com o primeiro projeto de crítica do
gosto suscitado a partir de 1787. Também na terceira Crítica a atividade
orçado em gosto será tratado em sua autonomia contra o interesse pro-
piamente moral, e vamos encontrar uma definição do jogo das faculdades
como vivificação da faculdade de saber em geral, bem como uma análise
do sentimento estético segundo o desinteresse e a comunicabilidade universal.
No entanto, no que diz respeito ao significado sistemático de gosto, o segundo
da Crítica ainda não atingiu o estado de maturidade que podemos encontrar
no Kritik der Urteilskraft. Em particular, no primeiro trabalho Kant recorre a
este aspecto do Julgamento em uma exposição de tipo pedagógico destinada a ilustrar
discutir como podemos desenvolver e internalizar uma disposição para a virtude
em experiência. Em particular, o texto não declara o significado sistemático
de gosto, com base na análise de sua própria estrutura lógica e sua
fundamentos subjetivos. Nesse sentido, a análise da experiência estética
continua a desempenhar a mesma função pedagógica e externa ao sistema da razão
que detectamos no período da Dissertatio, na medida em que serve
para ilustrar em um sentido pragmático como os fundamentos objetivos do
A moralidade pode ser apresentada em um sentido subjetivo, a partir de uma análise da
analogia que apresenta na experiência o refinamento do gosto com respeito a
para a esfera apropriadamente racional e inteligível da moralidade.65 Assim, neste caso, o
o recurso à analogia parte do pressuposto de que o gosto e, com ele, o julgamento, não
eles constituem poderes específicos de razão.

4.7.2 Sentimento moral: sensibilidade como uma expressão subjetiva de


o racional

O tratamento do sentimento moral no Grundlegung e, especialmente


te, no Kritik der praktischen Vernunft terá consequências importantes em

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
o desenvolvimento do projeto estético de Kant e sua incorporação ao sistema
crítico. A argumentação sobre esta questão se concentrará especificamente em
a relação entre sensibilidade e razão prática no que diz respeito ao cumprimento
cumprimento da ação moral do sujeito.

65 Ver neste trabalho § 3.3.

Página 165

140 A base crítica das áreas objetivas da razão

Atentemos primeiro para a posição exposta na primeira obra. Kant


verifica, certamente, que do ponto de vista especulativo só é possível
É possível conceber a posteriori a relação entre razão e sensibilidade.
Querer o que a própria razão prescreve como um dever para um
sendo afetado racionalmente de forma sensata, é necessário, é claro, que isso instale
dá uma sensação de prazer ou satisfação em relação à realização
do dever, portanto, uma causalidade do mesmo pela qual determinaria
sensibilidade de acordo com seus princípios. Mas é completamente im-
possível compreender, isto é, conceber a priori, como um mero pensamento,
que em si não contém nada de sensível, pode produzir uma sensação de prazer
ou desprazer; uma vez que se trata de um tipo particular de causalidade sobre a qual, como
Com respeito a toda causalidade, não podemos determinar nada a priori, mas sim
temos que interrogar a experiência sobre isso [Grundlegung, IV 98].

Se a tarefa de mostrar a conciliação entre razão e sensibilidade em


o mesmo assunto pertence à filosofia especulativa, só pode mostrar
esta possibilidade a posteriori e, portanto, em nenhum sentido sistemático ou sistemático
filosófico. No entanto, o Grundlegung desenvolve um argumento que, de acordo com
Kant permite-nos admitir que a razão influencia a sensibilidade.
embora esta relação não possa ser determinada em um sentido positivo
do conhecimento.
O sentimento moral é caracterizado como um sentimento de respeito
na frente da lei. No entanto, um agente sensível é apresentado com essa sensação.
sentido primeiro em seu aspecto negativo, então, quando o que se trata
está em conformidade com a lei, o respeito pela mesma deve acompanhar ne-
necessariamente um efeito negativo no que diz respeito aos interesses e inclinações
de origem sensível [ IV 26]. Portanto, de acordo com Kant, se tal sentimento
ocorre na minha sensibilidade, então a crítica deve considerá-lo como um
conseqüência necessária decorrente da influência de uma legislação racional
sobre a minha vontade, na medida em que tal sentimento seria a expressão subjetiva
que será derivado desta determinação objetiva: «já que isso deve ser considerado
antes, o efeito subjetivo que a lei exerce sobre a vontade, para o qual
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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto

só a razão lhe oferece fundamentos objetivos ”[ IV 97f.].


O Kritik der praktischen Vernunft irá propor mais uma vez este ar-
gumentativo. Kant continuará a argumentar que não podemos determinar a priori
ri quando uma sensação de prazer aparecerá na sensibilidade do sujeito:
«Dado que não é possível perceber a priori qual representação será acompanhada
de prazer e [qual representação] será acompanhada pelo oposto de desprazer,
depende apenas da experiência para decidir o que é imediatamente bom
ou ruim ”[ IV 175].
O ponto de partida para este argumento é precisamente aquele que
permite que Kant preserve o resultado da fundação do reino prático

Página 166

4.7. Determinando o escopo da liberdade 141

ou seja, o sentimento de bom ou mau não pode ser relacionado a


a vontade como base para a sua determinação, uma vez que é
O corpo docente é imediatamente determinado pela razão, independentemente de
de qualquer influência dos sentimentos: «[...] o conceito do que é bom e
o conceito de mal não pode ser determinado com antecedência da lei
moral (que, ao que parece, deve até tomar como fundamento), mas
só depois e por meio desta lei (como acontece aqui) »[ IV 180]. Deste
Assim, a segunda Crítica também admite que não podemos saber a priori
como uma representação - da razão - pode ser relacionada em cada caso
com uma sensação de prazer; isso é algo que só a experiência pode
dar conta. Mas a possibilidade de uma relação geral entre sentimento
e a razão é outra questão, que não alude à determinação do
possibilidade de liberdade sob qualquer condição de
a sensibilidade.
Pois como uma lei por si só e imediatamente pode ser um fundamento
determinação da vontade (que constitui o essencial de todos
moralidade) é um problema insolúvel pela razão humana e que coincide
[com o problema de] como um livre arbítrio é possível. Portanto, não-
Precisamos mostrar a priori o fundamento a partir do qual a lei moral oferece
em si um motivo, mas sim o que provoca (em vez disso, o que deveria
provocar) na mente esta lei quando se torna um móvel [ IV 192, itálico
do autor]66 .

Assim, Kant não reivindica uma determinação do fundamento racional do


vontade através da análise do sentimento moral do sujeito. Em vez disso, apenas
precisa oferecer uma interpretação do sentimento no humor, contanto que
do que por causa desta fundação. Seu argumento, portanto, não é baseado em
uma determinação positiva da relação entre razão e sensibilidade; por ele
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Pelo contrário, ele afirma que o sentimento moral só pode ser considerado
como conseqüência derivada da lei moral e sua influência sobre
a sensibilidade. Com base nessa observação, o crítico pode se concentrar em
o que esta lei deve provocar na mente se efetivamente se tornar
um celular para o assunto sensível. A este respeito, a lei moral também é uma
base para a vontade em um sentido subjetivo. Bem, se no espírito de
sujeito, há um sentimento de coerção no que diz respeito aos interesses sencientes
e privado, juntamente com um sentimento positivo de respeito pelo necessário
cumprimento desta lei, então este estado subjetivo deve ser interpretado
como consequência ou expressão da influência da lei moral sobre o
vontade de um assunto delicado.

66 Ver também KpV, II 199.

Página 167

142 A base crítica das áreas objetivas da razão

O argumento é construído sobre uma premissa fundamental para o crítico


cisma e, em particular, para o fundamento kantiano da moralidade, a saber:
a finitude do sujeito. Deixe a lei moral se tornar um sub-
objetivo da vontade, e não apenas em uma base objetiva, é apenas
possível para seres cuja vontade não está completamente determinada.
dá pela razão [ IV 191]. Portanto, Kant afirma que os conceitos de móvel,
máximo e juros só têm sentido em relação a um ser finito, em
tanto que pressupõem uma limitação de sua natureza sensível, uma vez que o
natureza subjetiva de sua vontade não coincide imediatamente com a lei
moral [ IV 201].
Deve-se notar neste ponto que esta estratégia argumentativa em relação a
com sentimento não é novo para o desenvolvimento intelectual de Kant. O argumento
afirmar que, se na mente há um sentimento de respeito para com o
conformidade com a lei, juntamente com um sentimento negativo como sujeito a
senso de minhas inclinações sensíveis, então devemos considerar este sentimento.
ção como expressão subjetiva de um fundamento racional, neste caso
da determinação da razão sobre a minha vontade. No entanto, o argumento
Também nega que possamos determinar a priori a partir de conceitos que
a representação provocará em cada caso o sentimento de bom ou mau.
No que diz respeito à sua estrutura, esta estratégia argumentativa é aquela que
Já estávamos na fundação do sentimento do belo no período
perto da Dissertatio.67 De acordo com este primeiro projeto estético de princípios
da década de 1770, as leis da sensibilidade não podem ser consideradas
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como critérios de julgamento que determinam a priori qual representação
vai deliciar-se em cada caso com a sensibilidade. Agora, no caso de um re-
a apresentação agrada à sensibilidade com uma pretensão de universalidade,
então devemos admitir que isso ocorre porque esse prazer é fundado no que
o que é universal sobre a mente, a saber, as leis da sensibilidade. Kant
Ele, portanto, considerou que o sentimento do belo era a percepção por parte do
assunto sensível de uma atividade da mente que encontra sua base em
uma condição necessária de conhecimento; neste caso, uma condição objetiva
parte de conhecimentos sensíveis pressupostos para a constituição do fenômeno.
Foi esta estrutura argumentativa que lhe permitiu admitir a validade objetiva
do belo, na medida em que a expressão subjetiva de um fundamento objetivo
de conhecimento sensível.
No entanto, este argumento, conforme declarado nos escritos
moral do período crítico, agora inaugura um novo caminho na direção que
ele terá que levar a análise crítica ao Kritik der Urteilskraft. Primeiro

67 Veja neste trabalho os §§ 2.5 e 2.6.

Página 168

4.7. Determinando o escopo da liberdade 143

Em vez disso, teremos a oportunidade de verificar se Kant começará a usar o


analogia68 com esta forma de argumentação a fim de enfrentar o problema
problema da validade dos julgamentos de gosto, justamente no período próximo a
o Grundlegung. Por outro lado, é interessante notar que em seu tratamento de
sentimento moral Kant introduziu uma variação importante com respeito a
ao tratamento da sensibilidade, que será fundamental para o desenvolvimento
do novo conceito de crítica que será aplicado ao paladar:
[A] Aqui, a sensibilidade não é tratada de forma alguma como uma faculdade de
mensalidade, mas apenas como sentimento (que pode ser uma base
desejo subjetivo) [KpV, IV 214, itálico do autor].

De acordo com a posição alcançada a partir da aplicação da crítica ao caso


de sentimento moral, Kant reconhece que nem todo sentimento presente em
o clima pode ser identificado apenas com conteúdo sensível devido a
a uma intuição objetiva, seja ela pura ou empírica, pois tal sentimento pode ser
da mesma forma, a consequência subjetiva sobre a sensibilidade de uma fundação
que não é empírico nem sensível, mas tem sua origem na razão pura.
A este respeito, a razão não só determina em um sentido objetivo, mas também
ele se expressa ao mesmo tempo na sensibilidade como fundamento subjetivo. Enquanto não
a relação entre razão e representações sensíveis pode ser mostrada, em

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tanto quanto o conteúdo do humor, é possível interpretar um estado de espírito
subjetivo como sentimento como expressão do racional, uma vez que
isso não nos obriga a atentar para o conteúdo particular da sensibilidade.
E essa apreciação ainda não estava presente na primeira Crítica, na
até que ponto Kant julgou que uma dedução do uso regulador da razão
não poderia colocar o problema de sua relação com a sensibilidade, na medida em que
pressupôs que isso significaria reivindicar uma justificação da razão para o seu
relação com representações sensíveis de origem objetiva. Porém,
Verificaremos que a justificativa do Julgamento reflexivo requer apenas
pensar sobre a relação entre a razão e nossas faculdades sensíveis implica
dias de conhecimento. A partir do momento em que Kant aprecia a presença
no humor de um sentimento que está relacionado em um sentido sistemático a
atividade de acusação reflexiva, você encontrará nela a base sobre
que vinculam, a partir do arcabouço crítico, a estratégia argumentativa que já
tinha empregado no período pré-crítico.

68 A analogia apresenta sua utilidade no nível da estrutura argumentativa e não no sentido de que
Kant considera o sentimento estético análogo ao sentimento moral, uma vez que o primeiro será considerado
considerada como expressão subjetiva de um fundamento subjetivo de conhecimento em geral e de Julgamento em
particular, e não como uma expressão subjetiva de um fundamento objetivo, como é o caso no presente
exposição sobre sentimento moral. Veja neste trabalho § 6.2.

Página 170
169

capítulo 5

O projeto estético no período próximo ao primeiro


Análise

Introdução 5.1

Neste capítulo, vamos nos concentrar nas perguntas de Kant sobre

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conceitos estéticos do final dos anos 1770 ao início
década de 1780. No capítulo anterior, descobrimos que a base
crítica do conhecimento teórico, levantada na Kritik der reen
Vernunft, supõe que Kant não pode mais defender a validade do gosto
dos próprios fundamentos do conhecimento sensível que foram derivados
da dissertação inaugural. Ele continuará a cair em sua velha concepção
nas leis da sensibilidade para explicar a possibilidade da beleza e
sua diferença do que é agradável e do que é bom. Mas, desde 1781, este
concepção não pode mais fornecer uma base legítima para defender o
validade do gosto de acordo com as teses filosóficas que são desenvolvidas
na crítica ao nível da obra.
No período que iremos atender neste momento não encontraremos
uma posição unitária e estruturada em torno da estética. Entretanto sim
seremos capazes de verificar que no desenvolvimento das idéias de Kant eles irão
destacar novos elementos teóricos que são de interesse para a compreensão de
a nova direção a ser tomada por suas reflexões sobre o problema
da validade do gosto [§ 5.2]. Em particular, suas dissertações sobre as artes
gênio, como poesia e oratória, permitirá que você direcione sua atenção
além dos limites da sensibilidade. Bem, em relação às artes plásticas,
gosto expressa uma harmonia ou jogo entre as faculdades de conhecer, e não
simplesmente um acordo com mera sensibilidade. Esta variação vai tocar
um papel fundamental na definição da estrutura lógica do gosto em

Página 171

146 O projeto estético no período próximo à primeira crítica.

tanto é assim que a expressão da atividade subjetiva pressuposta no jogo entre


imaginação e compreensão.
Além disso, podemos ver que Kant continua a fazer uso de seu
pensar em problemas gnoseológicos. Apesar de não ter o
elo sistemático que permite estabelecer uma relação entre as suas indagações
ções sobre a estética e a teoria da racionalidade ao nível da obra, o seu projecto
estética se relacionará a este respeito precisamente com as questões de
sua filosofia para a qual a Lógica Transcendental não havia alcançado um
resposta satisfatória. Por um lado, o gosto estará relacionado ao sub
objetivo e sensível do Julgamento [§§ 5.3 e 5.4]. Por outro lado, Kant irá investigar
o problema do conhecimento empírico com base em sua concepção de
imaginação produtiva. Embora tais reflexões apresentem um claro di-
medição do psicólogo, este período é caracterizado principalmente pela grande
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importância que a teoria do gênio adquire [§ 5.5]. E Kant vai usar isso
categoria filosófica para oferecer uma explicação da produtividade do
imaginação e para ilustrar a possibilidade de um desenvolvimento do conhecimento
empírico de acordo com as reivindicações sistemáticas da razão. Para esta resposta
Na verdade, será apreciado que sua concepção de gênio está envolvida na formação de
a teoria do uso hipotético da razão que será exposta na primeira Crítica
AC No entanto, apesar do progresso em suas investigações, Kant não chegou
ainda uma solução crítica que permite vincular sua compreensão do problema
estética com os fundamentos e limites do sistema crítico [§ 5.6].

5.2 O jogo das faculdades: perfeição estética e sabor

Uma das variações ocorridas no final dos anos 1770 e


que se tornará muito importante no desenvolvimento do projeto estético vem
dado pelo fato de Kant usar o conceito de jogo entre os
conhecimento de saber como base para sua definição de gosto. Por este motivo,
devemos primeiro atender aos aspectos de suas investigações que inci-
dar neste desenvolvimento, que pode ser considerado como antecedente
de uma compreensão do gosto no quadro da lógica do conhecimento. Sobre
Em particular, vamos nos concentrar em suas idéias sobre a relação entre a perfeição
a estética e a perfeição lógica do conhecimento, tema que já detectamos
no período da Dissertatio1 e que Kant continuará servindo até o final
da década de 1780, ainda no mesmo período em que atuará no
equipe editorial da Kritik der Urteilskraft.

1 Ver neste trabalho § 2.5.

Página 172

5,2 O jogo das faculdades: perfeição estética e sabor 147

Verificamos que este par de conceitos é abordado no manual


usado para suas aulas, ou seja, Auszug de Meier. Mas seu uso em
As exposições de ensino de Kant e no Nachlassreflexionen não são limitadas
a uma exposição dessas ideias para fins pedagógicos, uma vez que ao longo de sua
evolução intelectual usa a relação entre perfeição estética e
perfeição lógica do conhecimento como uma estrutura com base na qual propor
sua própria concepção do jogo harmonioso entre as faculdades. Pode ser dito
que esses conceitos servem como uma ocasião para "catalisar" sua teoria do gosto
dentro da estrutura da relação subjetiva entre as faculdades de saber.

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Esta ideia é defendida por María Jesús Vázquez Lobeiras a partir de um
estudo histórico-evolutivo dos materiais do corpus e as reflexões de
lógica.2 Segundo o autor, a relação de Kant com o manual de Meier ajudou
sugere a base histórica a partir da qual o problema do gosto é
concreto sobre o tema da relação entre o jogo livre da imaginação e o
compreensão durante o desenvolvimento intelectual que leva ao terceiro
ética,3 já que Kant vai aprofundar essa relação por ocasião de suas reflexões
em torno da oposição entre perfeições lógicas e perfeições específicas
conhecimento tética. E esses dois conceitos não os definem de certo modo
metafísica, da mesma forma que Meier não pretendia contribuir com esse significado
nificação para sua teoria das perfeições do conhecimento no quadro de
cognitio estético-lógico.4 Na doutrina da razão de Meier, é uma questão de
relação ou proporção certa entre as faculdades inferior e superior do
conhecimento, bem como entre os diferentes saberes que emergem
dessas faculdades. Assim, o ideal de conhecimento acadêmico nos chama
para atingir uma proporção entre, por um lado, a correção lógica necessária e
distinção do nosso conhecimento e, do outro, da vivacidade, força e beleza
do mesmo por sua possível relação com a sensibilidade. Para esta relação ou con
formidade se refere a Meier como a proporção entre perfeições lógicas e
as perfeições estéticas do conhecimento.5

2 V ÁZQUEZ L OBEIRAS 2005. Para um estudo da vinculação histórica da teoria dos jogos do
faculdades no âmbito do conceito de perfeição no Iluminismo estético alemão, especialmente no
Filosofia de Baumgarten e Meier, consulte também o estudo detalhado da fonte D UMOUCHEL 1999:
169–207.
3 Cf. V ÁZQUEZ L OBEIRAS 2005: 284.
4 Cf. V ÁZQUEZ L OBEIRAS 2005 286–88 .
5 Essa demanda por uma proporção certa entre a beleza do conhecimento e seu rigor lógico é uma das
os fundamentos que definem o ideal de cognitio estético-lógico na filosofia de M EIER contra a filosofia
sofía wolffiana sistemática [cf. 1952b: § 34, AA XVI 110]. Segundo ele, uma cognição estético-lógica é mais
perfeito que um cognitio mere erudita [cf. 1952b: § 24, AA XVI 104]. Este ideal de conhecimento acadêmico
também se expressa na necessidade de encontrar uma mediação entre engenhosidade natural e engenhosidade
escola [ver a este respeito § 1.2 neste trabalho]. Sobre o par de conceitos "logische Vollkommenheit"
e "ästhetische Vollkommenheit" no Vernunftlehre e no Auszug, ver especialmente P OZZO 2000: 198s.
Também J UCHEM [1970: 28–31; 119-26] concentrou-se na influência do Iluminismo estético no

Página 173

148 O projeto estético no período próximo à primeira crítica.

No Nachlass e no Vorlesungsnachschriften, as ideias em torno do jogo


Entre as forças do conhecimento encontram seu lugar principalmente no contexto
da exposição sobre poética e oratória, e no quadro geral da
cusão em torno da relação entre perfeições estéticas e perfeições
lógicas do conhecimento em geral.6
O conceito de jogo representa um dos elementos teóricos definitivos
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rios de sua compreensão da poética e da oratória neste contexto.7 Ha-
pudemos constatar que, já no início da década de 1770,
alusão ao jogo entre as faculdades. No entanto, neste caso, a conformidade
A diferença entre sensibilidade e compreensão foi baseada na relação harmônica
representações na sensibilidade, apresentando assim uma con-
forma com os interesses especulativos do entendimento. Portanto, este
a conformidade foi separada do jogo da sensibilidade com suas próprias representações.
sessões. Kant manterá essa concepção em seu desenvolvimento intelectual até
ta o Kritik der Urteilskraft, e irá até incorporá-lo a este trabalho, na medida
em que a atividade da imaginação será descrita aqui como jogo e origi-
propósito no que diz respeito ao material da representação subjetiva. Não obstante,
neste trabalho também é possível encontrar uma compreensão do conceito de

Desenvolvimento intelectual de Kant, embora neste último caso as conjecturas do intérprete pareçam ocupar o
lugar de pesquisa histórica. Segundo o autor, o conceito kantiano de finalidade infinita encontra seu
precedente na definição baumgartiana de estética, na medida em que é centrada na 'perfecti cognitionis
sensitivae, quam talis ”, que encontramos no § 14 da Aesthetica. Eu reconheço que Kant está vinculado a este
concepção, mas um estudo histórico das fontes revela que esta ligação com a ideia de
a perfeição do conhecimento sensível é estabelecida através do conceito de perfeição estética
ele estava no Auszug de Meier, um seguidor de Baumgarten. O autor mostra uma clara ignorância
da filosofia de Meier, sustentando que o pouco desenvolvimento desta concepção subjetivista de Baumgarten
foi justamente pela divulgação de suas ideias estéticas por meio dos escritos de Meier, que teria
"escorregando de volta para a abordagem Wolffiana." No entanto, é este ponto de vista subjetivista que
serve de pano de fundo para o ideal de cognitio estético-lógico em Meier. De acordo com esta concepção, perfeição
a estética não pode ser entendida meramente, seguindo Juchem, como um tipo particular de conhecimento.
pensamento confuso ou histórico sobre os objetos. Por outro lado, em sua obra, defende-se que esta definição
da perfeição subjetiva do conhecimento que teria supostamente influenciado Kant é encontrada em
A Estética de Baumgarten, enquanto a Metaphysica ainda dependeria da concepção wolffiana. Está
Este achado deveria ter forçado o autor a resolver um problema importante relativo à história da
as fontes; pois não se pode afirmar com certeza que Kant teve contato direto com a Estética [cf.
B AEUMLER 1923: 115f.]. Se tivesse sido influenciado pela estética de Baumgarten, viria de
da própria Metafísica ou dos escritos de Meier sobre lógica. Em particular, a última possibilidade oferece
uma explicação para a vasta multidão de textos no Nachlassreflexionen e no Vorlesungsnachschriften
na lógica em que o par de conceitos "perfeição estética" - "perfeição lógica" é usado e elaborado
seu significado partindo precisamente da definição de Meier.
6 Como V ERWEYEN , Theodor (1989) mostrou : «“ Halle, die Hochburg des Pietismus, die
Wiege der Anakreontik ”. Über das Konfliktpotential der anakreontischen Poesie als Kunst der “sinnli-
chen Erkenntnis ””, em N. Hinske (ed.) (1989): Zentren der Aufklärung I: Halle - Aufklärung und Pietismus,
Heidelberg, 209-38, a teoria do conhecimento sensível de Baumgarten e seu desenvolvimento de acordo com o conceito
da perfeição estética em Meier terá uma forte influência na poesia anacreôntica do século XVIII .
7 Sobre o conceito de jogo, ver C ORBINEAU -H OFFMANN , Angelika (1995): «Spiel», in R ITTER

et alii 1971ss., IX 1383-90; bem como S DUN , Winfried (1966): «Zum Begriff des Spiels bei Kant und Schi-
ller ', em Kant-Studien 57, 1966, 500–18.

Página 174

5,2 O jogo das faculdades: perfeição estética e sabor 149

Eu jogo em um sentido diferente, na medida em que jogo entre duas faculdades ou forças
conhecimento de natureza heterogênea, ou seja, imaginação e compreensão

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para. Será esse
a estrutura jogo
lógica do harmonioso entreaoasresto,
gosto e, quanto faculdades de saber
dará suporte ao que
seu definirá
uso
crítica sistemática.
Os materiais Nachlass e Vorlesungsnachschriften em antropologia
logia mostram que o principal antecedente para esta concepção
encontramos em sua teoria da poética e da oratória, precisamente no
base da relação entre perfeições estéticas e perfeições lógicas
de conhecimento.8 A Anthropologie-Friedländer declara:
O poema é o jogo harmonioso entre pensamentos e sentimentos. O jogo de
pensamentos e sensações são a concordância das leis subjetivas;
quando os pensamentos concordam com o meu assunto, então é um
jogo de pensamentos [...]. As sensações devem promover e animar o
pensamentos. Vivificar significa dar força, clareza e intuição aos pensamentos.
menciona [AA XXV . 1 525s.].

É sobre a necessidade de complementar a perfeição lógica com


efeito estético, segundo critérios como força, clareza e intuição.9
Esta conciliação entre as diferentes perfeições constitui a «maior per-
fecção »nas artes plásticas:« [...] na poesia a sensibilidade
versus compreensão, mas quando ambos são combinados, isso constitui o
maior perfeição »[Anthropologie-Menschenkunde, AA XXV .2 888]10. Solteiro
Isso incentiva a conciliação ou jogo entre as forças do conhecimento que requer
um belo poema, na medida em que deve provocar um prazer no assunto:
«A sensação de vivificação da vida é prazer ou prazer. A vida é
a consciência de um jogo livre e regular de todas as forças e faculdades do
8 Sobre a influência da retórica no desenvolvimento do projeto estético de Kant, ver também M EN -

ZER 1952: 78, 113. A importância da retórica na abordagem filosófica de Baumgarten tem sido
expôs extensivamente em H ERNÁNDEZ M ARCOS 2003. Sobre a influência no desenvolvimento da estética
da definição de beleza de Kant a partir da estrutura do poema, como um
"Oratio perfeitamente sensível", veja também B AEUMLER 1923: 205ss. No entanto, o último qualifica a influência
de Baumgarten e Meier a esse respeito, criticando os elementos de natureza psicologista presentes na
essas abordagens, o que impediria, segundo o autor, reconhecer a autonomia da sensibilidade. Frente
a isso, P OZZO mostra como a retórica de origem aristotélica e a importância dada à emoção na
a modernidade tem uma influência clara na terceira Crítica. O autor admite que em Kant se encontra,
certamente uma clara oposição à tradição retórica, especialmente desde a primeira Crítica; mas
também defende que o conceito de Julgamento em Kant deve ser entendido a partir da tradição retórica
ca, precisamente no contexto da influência de Meier no desenvolvimento do projeto estético kantiano
[2000: 29s.].
9 Essa posição também é encontrada nas palestras subsequentes da Anthropologie-Friedländer;
ver a este respeito Anthropologie-Pillau, AA XXV . 2.759s.; Anthropologie-Menschenkunde, AA XXV . 2
888.
10 Anthropologie-Pillau, AA XXV . 2 760: “Portanto, as belas-artes [schönen - Künste] consistem em
a vivificação das forças da mente em sua harmonia, e as forças da mente são compreensivas e
sensibilidade".

Página 175

150 O projeto estético no período próximo à primeira crítica.

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ser humano ”[Anthropologie-Friedländer, AA XXV . 1 559]onze. E o prazer que


pode provocar um poema causado por esta conformidade harmônica entre
as forças do conhecimento são chamadas por Kant de prazer ideal [ideale Vergnü-
gene] [AA XXV . 1 560], que consiste na sensação provocada pelo jogo
fácil na atividade das forças da mente, na medida em que é percebida pelo
tema. Assim, embora seja um sentimento sensível, não pode por isso ser
considerado como um prazer cuja origem está nos sentidos. O peculiar
da Anthropologie-Friedländer em conexão com o desenvolvimento do projeto
estética é que, embora nesta lição Kant não tematize a crítica de
gosto e suas reflexões sobre a estética claramente perdem peso em relação a
a outras lições, refere-se ao jogo entre as forças do conhecimento
como a base do sentimento estético nas artes plásticas. Eles o interessam-
A este respeito, é de notar que Kant continua a definir este "gosto ideal" em
intimamente relacionado com as condições envolvidas no conhecimento das representações
sessões. Pois no prazer ideal sentimos em nossa mente o jogo entre
as faculdades através das quais o sujeito forma conhecimento a partir do
representações sensíveis:
[Os prazeres ideais] baseiam-se na sensação do jogo livre de forças
do espírito. Os sentidos são a receptividade das impressões, que fomentam
prazer sensível, mas não podemos colocar nossos espíritos em agitação.
através de objetos, na medida em que causam uma impressão sobre
nós, mas na medida em que os representamos com pensamento
[in so fern wir sie uns dencken]; e esses são os prazeres ideais, que, embora sejam
sensíveis, eles não são agradáveis ​aos sentidos. Um poema, romance ou comédia
são faculdades para criar em nós prazeres ideais; surja do caminho
O conhecimento do humor é formado por representações de todos os tipos. Então
bem, quando a mente sente [empfindet] um jogo de forças livre, então
o que provoca este jogo fácil é um prazer ideal [...] [AA XXV . 1 560].

Segundo Kant, o que provoca prazer não é propriamente uma determinação.


representação objetiva de representações, mas sim percepção subjetiva
e sensível à atividade que as forças do saber exercem nas representações
sessões para seu conhecimento, uma atividade pela qual sua multiplicidade
pode ser relacionado a pensamentos com base em um jogo harmonioso
único entre as forças do conhecimento.
É essa concordância entre sensibilidade e compreensão, que deve
ser pressuposto em geral para o conhecimento, que por sua vez determina o
possibilidade das artes plásticas, nas quais a beleza essencial deve ser dada: «O
a perfeição estética pode ser tratada sob dois pontos de vista, a saber: em
tão benéfico ou prejudicial à perfeição lógica; a
11 Anthropologie-Pillau, AA XXV . 2 761: «Tudo o que move as forças da mente em harmonia agrada
Imediatamente"; AA XXV . 2 772: "Vivificar significa colocar nossas forças mentais em atividade."

Página 176

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5,2 O jogo das faculdades: perfeição estética e sabor 151

A primeira é a beleza essencial, a segunda é a beleza extra-essencial »[Logik-


Pölitz, AA, XXIV . 2 515]12.
No que diz respeito à formação dos conceitos que irão desempenhar um papel
pel principal na terceira revisão, é necessário ter em mente que este jogo
entre sentimentos e pensamentos envolvidos no conceito de beleza
essencial é colocado em relação ao conceito de finalidade nas Reflexões
perto do texto citado da Anthropologie-Friedländer, embora Kant ainda não tenha
se refere a ele como um princípio priori e subjetiva do conhecimento:
Quando a intuição parece se expressar em conformidade meramente com as leis
sim da sensibilidade e do conceito meramente com as leis do entendimento,
mas os dois concordam perfeitamente, então a bela arte consiste apenas
especificamente nesta concordância, porque o propósito [Zwekmäßigkeit] é propriamente
mente artificial [künstlich], mas a combinação de finalidade com um mero
o jogo dos sentidos é [algo] belo [R 962, υ , AA XV . 1 423s.]13.

Será neste contexto que a definição de gosto como


uma relação harmoniosa entre as forças do conhecimento ", porque o gosto conduz
a compreensão para uma boa harmonia com a sensibilidade e vivifica-a em
sua ocupação grosseira, oferecendo-lhe uma aplicação amável dela »[R 787,
π - σ , AA XV . 1 344]14. Isso também pode ser visto na definição de
beleza, mais uma vez no contexto da relação entre perfeições
perfeições estéticas e lógicas do conhecimento:
A perfeição geralmente consiste na concordância com as leis universais
(aquilo que agrada universalmente). É uma conformidade, ou
com leis objetivas universais, através das quais o conhecimento obtém um
concordância com o objeto (distinção, profundidade), ou com [leis] sub-
objetivo, através do qual [conhecimento] concorda com a natureza do
tema. Este último é estético. O que é agradável é o que coloca o nosso
forças da mente {para saber [Erk]} em um jogo leve e forte. O bonito é
o que os coloca em um jogo harmonioso [...] [R 1845, υ , AA XVI 135].

12 R 964, υ , AA XV . 1424: «A essência do belo consiste na concordância com os conceitos ou, ao mesmo tempo,
menos, na concordância da relação com conceitos comuns [gemeinschaftliche]. Harmonia dos sentidos
ções, portanto, concordância com o entendimento. Pois este é o princípio da unidade de todos os nossos
representações '. R 1907, ψ ? ( υ - χ ?), AA XVI 154: «Belo é aquele em cuja representação eles concordam
sensibilidade e compreensão para um conhecimento »; R 1923, ψ ? ( Φ - χ ?), AA XVI 158: «A beleza de
Conhecimento é a concordância da liberdade da imaginação com a legalidade do entendimento no
apresentação dos conceitos [...] '. Sobre a importância do conceito de beleza essencial como precedente
Para a referência de Kant ao conhecimento em geral no Kritik der Urteilskraft, consulte D UMOUCHEL
1999: 170, bem como V ÁZQUEZ L OBEIRAS 2005: 288.
13 R 922, υ ? ( σ 2 ?), AA XV . 1 411: «O jogo dos pensamentos aliado a uma ocupação constante

forma na ordem [Zwekmäßigen Geschaft]: oratória '; R 807, υ ? ( ρ ? σ ?) ( κ 3 ?), AA XV . 1 358: «O jogo de
natureza (arte) e acaso [Zufalls]. O primeiro concorda com uma ideia. Idéia e jogo./ A ocupação é
diferença do jogo. O primeiro é em virtude da ideia e tem fim; a última é uma ocupação sem fim [...] ./
Jogo grátis. (Um jogo obrigatório não é um jogo) ». Veja também R 811, υ , AA XV . 1 360s.
14 R 983, υ - ψ , AA XV . 1429: «O gosto não se dirige ao útil, mas deve harmonizar-se com ele. [O gosto]

é um jogo concordante entre compreensão e sensibilidade.

Página 177

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152 O projeto estético no período próximo à primeira crítica.

Por meio dessa concepção, o sabor e a sensação do belo não só


pressupõe uma relação com a atividade sensível das faculdades inferiores.
res, mas também a atividade subjetiva envolvida no jogo harmônico entre
duas faculdades, ou seja, sensibilidade e compreensão, que são necessárias na
geral para conhecimento. Essa relação com o intelectual é possível no
até que ponto o gosto expressa as leis subjetivas do conhecimento, que também
Eles também devem ser pressupostos pelo entendimento. Neste caso, não é mais
meramente uma concordância formal de impressões sensoriais para o
constituição objetiva da representação por mera sensibilidade,
assim como no período da Dissertatio. Por outro lado, se a sensação de
o belo é universal, entende-se assim que esta concordância subjetiva é julgada
gada por Kant também como universal, algo que se observa no RR 1821a
e 856, que continuam apresentando essa ideia do ponto de vista do psicólogo.quinze
Nestes textos é estabelecida uma relação entre diferentes elementos teóricos
que aparecerá na Kritik der Urteilskraft, embora ainda não ter encontrado o
damento pelo qual Kant pode explicar a priori da crítica a relação
sistemático entre eles, a saber: o sentimento do belo expresso em
gosto, a harmonia entre as forças do saber e o reconhecimento de um
dimensão subjetiva da compreensão, que tem validade universal. Sobre
gosto estaria implícito, portanto, uma "unidade subjetiva
versal ”, que também é participante do conhecimento e está em relação com
essencial com sensibilidade, isto é: um sensus communis.

5.3 Validade intersubjetiva e sensus communis

Mesmo depois do Kritik der reinen Vernunft, é possível continuar


encontrar uma exposição da concepção geral que caracterizou o
Reflexões de Kant sobre a estética no período da Dissertatio. Está
concepção ainda está presente na Anthropologie-Mongrovius, correspondente
para o semestre de inverno de 1784-1785: «beleza deve valer para todos,
pois é baseado no objeto »[AA XXV . 2 1325]. No primeiro período de
desenvolvimento intelectual de Kant, a validade do gosto foi fundada nas leis de
sensibilidade, que serviu justamente para a formação do objeto sensível,
15 R 1812a, µ - ν ? ( ξ - σ ?), AA XV . 1 125: «A compreensão faz parte do gosto; enquanto o primeiro
é um entendimento em conformidade subjetiva, agrada a todos »[grifo do autor]. R 856, υ , AA
XV . 1 378: «[No juízo de gosto] peso, por assim dizer, o objeto em relação à totalidade do meu
sentimento, quer quando noto essa congruência na ocupação de todas as forças de saber, ou
também quando noto o jogo fácil, mas delicado de algumas [dessas faculdades]. Porque a compreensão
ele também tem que percorrer as outras representações em sua intuição imediata para apreender o objeto
de um ponto de vista universal, o gosto exige compreensão, portanto o demonstra, e
é lucrativo. O verdadeiro gosto facilita o pensamento e concorda com o conceito em certo sentido.
subjetivo ”[itálico do autor].

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5.3. Validade intersubjetiva e sensus communis 153

no qual se baseava sua objetividade e sua universalidade: "nosso


As Leis da Sensibilidade estão de acordo com as Leis da Sensibilidade de
outros, e daí derivam as regras fundamentais do gosto »[Logik-Philippi,
AA XXIV .1 353]. Neste caso, a validade subjetiva do gosto tem sua base,
em última análise, em uma validade de tipo objetivo, enquanto que neste
capacidade do sujeito, uma coincidência efetiva com as leis do
sensibilidades geralmente presentes em humanos para
a constituição do objeto sensível. Depois do Kritik der reinen
Vernunft Kant não para de recorrer a esta abordagem objetivista para sua explicação
da validade do gosto.
Mas, desta forma, ele continua a expor em suas palestras uma concepção
que já não é conciliável com as bases estabelecidas na teoria do Juízo de
a primeira Crítica, já a partir deste trabalho a validade objetiva de um julgamento
sensato só pode ser devidamente fundamentado por meio de uma determinação de
sensibilidade e imaginação por parte do entendimento, que
m, justamente, a superação do espaço de autonomia que possibilitou um
compreensão do sentimento estético no período da Dissertatio.
No entanto, no Nachlass e Vorlesungsnachschrif-
Você vai ganhar peso gradualmente - e nem sempre de forma consistente
ou linear, por assim dizer - um entendimento alternativo de validade, cujo de-
a finição ocupará um lugar que permaneceu sem problematização no fundamental
da sentença determinante presente na primeira Crítica. Em particular,
É sobre o reconhecimento progressivo de uma reivindicação de validade intersujeitos
objetivo que não se baseia no escopo objetivo determinado por um conceito
de compreensão. No entanto, Kant ainda não tem um princípio autônomo
que justifique esta nova concepção ou, em outras palavras, não pode
explique mesmo dos limites da crítica como um julgamento pode ser possível
cio do gosto, isto é: um juízo sensível que exige validade intersubjetiva
sem se basear, entretanto, em um fundamento objetivo de origem intelectual.
Isso não significa, no entanto, que Kant deixe de analisar insistentemente
Os Nachlass refletem sobre os diferentes aspectos desse julgamento "anômalo" ou que
abster-se de expor esta teoria de forma recorrente em suas palestras, especialmente
especialmente no corpus da antropologia.
O conceito de sensus communis demonstra esse interesse em
validade subjetiva. Na Anthropologie-Mongrovius não há apenas uma redução
ção da validade intersubjetiva de gosto aos seus fundamentos objectivos, de acordo com
o texto citado acima; mas então encontramos o ponto
vista invertida, uma vez que a representação é definida como bela pela mera
facto de suscitar a adesão de outros sujeitos: «O belo vem acompanhado de

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154 O projeto estético no período próximo à primeira crítica.

o encanto; mas não por causa do que é bonito, mas porque agrada universalmente »[AA
XXV . 2 1326].
E é que julgar de acordo com o gosto é julgar de acordo com a capacidade de escolher ter
fazer em consideração aos outros [AA XXV . 2 1326 4-5 ]16, então quem
processa "do ponto de vista do bom senso [gemeinschaftlichen]"
excede o critério "sensus proprius" [R 1505, ψ 1-2 , AA XV . 2 810s.]17. Educaçao Fisica-
Mas o bom senso não pode ser confundido com 'senso vulgar', isto é,
com a opinião comum da maioria, enquanto a "comunidade" que define
este sentido é precisamente a sociedade como um todo e a tendência de ser
humano à sociabilidade.
O gosto é nossa propriedade que se baseia na sociabilidade, então
que levamos em consideração não apenas o nosso gosto, mas também o dos
outros. Não há ser humano com prazer que não tenha inclinação social
[Anthropologie-Menschenkunde, XXV . 2 1060]18.

Essa universalidade do bom senso não se baseia apenas na comunidade ou


concordância das leis da sensibilidade, mas também expressa
uma conformidade que se refere aos seres humanos, não apenas na medida em que
do que os seres sencientes, mas como agentes com a capacidade de julgar o
casos singulares: "Taste é dirigido ao julgamento, não ao sentimento" [R 767, π ,
AA XV . 1 334]. Esta é uma propriedade de acusação singular, então
que quem mostra sabor é capaz de julgar um caso singular a partir da
senso comum, isto é, de um ponto de vista universal, colocando-se assim em
a "posição ideal" de um "observador imparcial" [AA XV . 1 334].19

16 Anthropologie-Pillau, AA XXV . 2 788: "Se faço algo de acordo com o bom senso, faço-o de acordo com
o gosto. Portanto, o gosto depende do julgamento do bom senso [gemeinschaftlichen Sinn]. '
17 Anthropologie-Menschenkunde, AA XXV .2 1012: "Nesse caso, portanto, [o sensus communis]

significa tanto quanto um entendimento comum, que difere do próprio entendimento. Nossa natureza
a natureza é tal que não julgamos tudo do ponto de vista do nosso próprio entendimento
e do nosso próprio gosto, mas nos colocamos nas mãos do ponto de vista de um entendimento
comum e de gosto comum, pelo qual julgamos as coisas ».
18 R 767, π , AA XV . 1 334: «O gosto permite comunicar o prazer e é, portanto, um meio

e uma conseqüência da conciliação de seres humanos. Anthropologie-Menschenkunde, AA XXV . 2


1013: «Este apelo interior, que nos leva a determinar todo juízo desde o ponto de vista do modo de
Pensar nos outros é precisamente a compreensão saudável do ser humano. Portanto, podemos
afirmam que o sensus communis é o bon sens, ou seja, a conformidade com o modo de pensar de muitos
outras pessoas entre si. Anthropologie-Mongrovius, AA XXV . 2 1326: «A inclinação para o gosto cresce de acordo com
a medida da inclinação à sociabilidade '. Esta relação entre sensus communis e sociabilidade é encontrada
encontra nos escritos de S HAFTESBURY , que encontra nessa tendência afetiva para com a sociedade uma
base para moralidade [cf. S HAFTESBURY , conde de (1711): «Sensus Communis, um ensaio sobre a liberdade
de sagacidade e humor em uma carta a um amigo ”, em Characteristics of Men, Manners, Opinions, Times, ed. a partir de
LE Klein, Cambridge 1999, 29-69]. Sobre o influente desenvolvimento do conceito de sensus communis no
Tradição anglo-saxônica, ver DEWENDER , Thomas (1996): "Sensus communis", em R ITTER et alii 1971ff.,
IX 634–39.
19 H UME apresenta o conceito de sensus communis em sua análise filosófica do julgamento moral,
e o define como um "ponto de vista comum" que permite processos imparciais e universalmente

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5.3. Validade intersubjetiva e sensus communis 155

Desta forma, essa relação entre gosto e julgamento torna possível um


primeiro —e progressivo— distanciando-se da teoria das leis
da sensibilidade que encontramos no período da Dissertatio. O univer-
A relevância do julgamento sobre o belo não se deve apenas a uma universalidade ou
coincidência na própria natureza da sensibilidade, mas expressa uma
capacidade de acusação de acordo com um ponto de vista imparcial, que visa
em princípio para os demais, independentemente dos fundamentos em que
que a validade deste julgamento possa descansar. Daí Kant relatar
ção da validade universal do gosto com a sua caracterização dos sensus communis:
«[No gosto] pode ser julgado como se fosse [gleichsam] a priori o que em geral
Geralmente, outros gostarão. Sociabilidade exige que sejamos capazes de julgar que
isso vai agradar ao nosso amigo, isto é, [aquilo que vai agradar] a priori o
sociabilidade estendida [Ausgebreitete] »[R 818, υ ? ( ρ 2–3 ? σ 2 ?) κ 3 ??, AA XV .1
365].
A mesma expressão não poderia ser mais ilustrativa: «como se fosse a priori
ri ». Assim, este a priori não pode ser tomado em sentido estrito, pelo menos como
como o conhecimento a priori é definido a partir do entendimento da validade
objetivo no Kritik der reinen Vernunft; pois, neste sentido objetivo, o
sabor só pode demonstrar uma universalidade empírica [R 881, φ , AA XV .1
386], que corresponde à "universalidade relativa" que é rejeitada na
primeira crítica [KrV, B 3s., II 47s.]. Contanto que não haja nenhum subjacente
uma regra específica que decide a priori seu escopo objetivo na ação penal,
Kant não pode estar usando o conceito no mesmo sentido que em seu original
damentação crítica do conhecimento. Agora, na caracterização do
gosto que encontramos até 1790 ressoa uma compreensão do a priori que
não corresponde ao que encontramos na fundamentação do julgamento de
conhecimento e irá adquirir progressivamente importância no seu desenvolvimento
coisa intelectual. Podemos perceber que, na R 818 citada acima, embora
o sujeito remete seu julgamento a outros, nesse caso ainda é uma questão de
referência à coincidência real dos outros com minha posição particular.
Em contraste, no início da década de 1780, a validade do sensus commu-
isto começará a ser entendido como uma reivindicação que aponta para tal acordo
intersubjetivo, independentemente de se este acordo pode ser alcançado

válido você [cf. H UME , David (1751): Uma Investigação a respeito dos Princípios de Moral, ed. por TL Beauchamp,
Oxford 1998: seita. IX . 1 178]. Kant vai criticar nos Prolegômenos a confusão entre o entendimento
compreensão comum e especulativa em sua filosofia, bem como a extensão de critérios empíricos
de entendimento comum para o campo da metafísica, na medida em que esta capacidade só pode reivindicar
gitimidade em relação à aplicação do conhecimento na experiência [ III 117]. Este mesmo requisito
para distinguir entre conhecimento empírico e conhecimento puro, também o encontramos em KrV,
A 472s./ B 500s., II 447s.

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156 O projeto estético no período próximo à primeira crítica.

forma eficaz, uma vez que carecemos de princípios que podem decidir o escopo
objetivo desta acusação.
Toda experiência requer a comparação de nossa percepção com a dos outros. [Sobre
relação] com todo uso da razão [há] o mesmo caso. Não é necessário
o resultado do nosso pensamento concorda com o que os outros pensam como
seriamente. Mas é necessário que tenhamos essa concordância como nossa
fim, {bem como} sua ausência como motivo para desconfiar de nosso julgamento
[...].
Em relação a isso, o sensus proprius se opõe ao sensus communis. Só isso
O último é um bon sens, ou seja, o significado que é geralmente válido [gemein-
schaftlich], não o sensus vulgaris, que é o que encontraríamos em muitas pessoas.
sonas e difere de sensus rarus [R 1505, ψ 1-2 , AA XV . 2 811, itálico
Autor]vinte.

Esses textos, próximos à primeira edição do Kritik der reen Ver-


freira, eles nos mostram claramente que neste momento a posição de Kant
não termina em negar a possibilidade de uma crítica de gosto pela falta de
princípio dos princípios a priori que garantem sua universalidade e necessidade em um
sentido objetivo. No Capítulo 421 verificamos que continua a rejeitar
explicitamente o projeto baumgartiano de uma estética como cognitiva
cara sensível. Kant rompe com este projeto na medida em que Baumgarten
ele designou a estética como uma ciência do sensível. Esta separação com res-
o ponto de vista do Iluminismo alemão tomará forma a partir do Kritik der reinen
Vernunft sobre a demarcação entre julgamentos de gosto e julgamentos de conhecimento
para. Naquela época, apontamos que suas consultas continuariam a se concentrar em
na normatividade específica do gosto e naquela demarcação no
estrutura da teoria do Julgamento prefere ser acompanhada pela demanda por "relocação
cação ”do projeto estético e não seu abandono. Bem, agora eu compro
Vemos que Kant continua constantemente interessado no problema da
a validade do gosto e que em suas reflexões um ponto de vista alternativo é
nativo, centrado em uma definição de validade no sentido intersubjetivo.
Na Anthropologie-Menschenkunde, ele continuará a afirmar que a universalidade
gosto é baseado na universalidade da nossa natureza sensível e, portanto,

20 Anthropologie-Mongrovius, XXV . 2 1316: «Em relação ao belo, acreditamos e fingimos que também
outros também podem gostar. Para C HESTERFIELD, o sensus communis não é mais "comum", no sentido de
um sentido comumente estendido. O sensus communis não indica o que será aceito de fato comum.
mas o que "deveria" ser aceito, como esta exposição muito elegante deixa claro:
«Se me perguntarem aqui o que quero dizer com bom senso, se é uma coisa tão rara, confesso que
deve ficar sem saber como defini-lo. Eu considero o bom senso, como a honestidade comum, ao invés de ser
chamado de comum, porque deveria ser assim, do que porque é assim. É antes aquela regra pela qual os homens julgam
as ações de outras pessoas, do que as próprias, o resultado claro da razão correta admitida por todos e praticada

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por poucos »[C HESTERFIELD , Lord (1737):« Common Sense »(" sábado, 5 de fevereiro de 1737 "), em The Wit e
Sabedoria do conde de Chesterfield, ed. de W. Ernst, Kila 2005, 164-71: 167].
21 Veja neste trabalho § 4.2.2.

Página 182

5,4 Gosto e condições subjetivas de julgamento sensato 157

Portanto, você também vai entender sua validade em um sentido objetivo,22 por mais de
definir as sensus communis como uma tendência ou "vocação" [Beruf] para refletir
Avalie o julgamento de si mesmo de acordo com a maneira de pensar dos outros.
Sua posição está longe de ser consistente. O que é certo é que este universo
salinidade anômala do sabor não pode mais ser sustentada nas fundações de
conhecimento objetivo estabelecido na primeira Crítica.
Podemos, assim, verificar que, apesar da incongruência com a posição
crítica alcançada em 1781, isso não implica o abandono de seu interesse pela
gosto. Em vez disso, da perplexidade filosófica expressa no problema
Kant refletirá repetidamente sobre a questão da validade do
gosto, além dos limites da crítica ou, melhor, ainda não definido com
precisão uma solução consistente. A R 1512 é interessante a esse respeito.
Por um lado, a universalidade do gosto é entendida como a exigência de
transformar o ponto de vista de cada ser humano em critérios para mim
acusação: «o que agrada universalmente através de fundamentos subfundamentais
objetivo, uma vez que cada um é uma lei para o outro »[ ψ 1-2 , AA XV . 2 836, itálico
do autor]. Por outro lado, como na Anthropologie-Menschenkunde,
continua a insistir na ideia de que esta validade intersubjetiva deve estar ligada
culminou em última instância com um fundamento objetivo: «Sobre o belo de cada
deve-se julgar por si mesmo e ainda assim ninguém pode chamar nada de belo
se você não julgar por todos. É um fundamento subjetivo, que também é objetivo »
[AA XV . 2 837]. No Kritik der Urteilskraft, no entanto, as críticas podem
encarregar-se da universalidade intersubjetiva expressa no gosto sem
precisa explicar sua possibilidade a partir de um fundamento objetivo. Vai ser
Este passo fundamental nos permitirá dar conta da especificidade do sabor.
da crítica, o que também possibilitará a incorporação deste
nova concepção de validade para o sistema de racionalidade.

5.4 Sabor e condições subjetivas do julgamento sensato

Na primeira parte deste trabalho, a importância da vinculação


relação entre estética e lógica no Iluminismo alemão, e foi encontrado
que Kant vincula neste ponto à dita tradição. Esta é a base principal
que permite a definição de gosto como um certo tipo de julgamento

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sensível, bem como a inter-relação entre gosto e julgamento reflexivo que
22 Anthropologie-Menschenkunde, AA XXV . 1 1097: «Pode-se perguntar se a natureza reside
algo em relação ao qual pode ser dito sem partir da adesão dos outros que têm que aprová-lo.
Claro, há algo na natureza da coisa a partir da qual podemos julgar a priori que algo
é bonito no sentido público, e não apenas agradável. É algo que é claramente observado no
simetria. A precisão e ordem em uma casa, onde a porta não fica em um canto, é algo que
Ele deve prazer a todos.

Página 183

158 O projeto estético no período próximo à primeira crítica.

terá um significado fundamental na Kritik der Urteilskraft. Mas nenhum


deve ser ignorado, como foi visto no parágrafo anterior.
rior, a importância da tradição anglo-saxônica no desenvolvimento teórico que
experimenta o conceito "sensus communis" neste período.2,3
A proximidade no que diz respeito ao Iluminismo estético alemão, no que diz respeito
pecte o seu interesse na relação entre os conceitos de perfeição estética
e perfeição lógica do conhecimento, ajuda a entender que sua reflexão
em torno do sensus communis e o gosto concretiza-se no quadro da relação
entre as faculdades. Como podemos ver no capítulo 424, o problema
Matemática relativa à relação subjetiva da síntese sensível da imaginação
no que diz respeito ao entendimento não coincide com a questão da relação entre
entre as duas faculdades que se baseia no Kritik der reign Vernunft. Nesta
trabalho, a imaginação produtiva é especificada como transcendental ao
ser determinado em um sentido objetivo pelas formas categóricas do
tendência pura. A própria teoria de Kant carece de uma base sólida
sobre o qual basear os princípios subjetivos pressupostos no conhecimento
Fundação. Nos parágrafos seguintes, será argumentado que esta dimensão sub-
objetivo da relação entre as faculdades de saber, que se pressupõe na
capacidade de Julgamento, será objeto de reflexão de Kant durante este
período, precisamente no contexto de suas indagações sobre estética.
A atividade produtiva da imaginação desenvolve sua função em relação a
relação com o aspecto subjetivo e sensível do Julgamento. Da mesma forma, a validade
gosto será definido em termos subjetivos, e não apenas com base
dos fundamentos objetivos dos julgamentos de conhecimento. No final de
Década de 1770, encontramos no Vorlesungsnachschriften e no Nachlassre-
flexibilizar uma diferenciação incipiente entre um aspecto subjetivo e um aspecto
objetivo do conhecimento. Essa demarcação ganhará importância progressiva
contra a demarcação clássica entre as faculdades inferiores e o
poderes superiores de conhecimento. Como resultado das conclusões alcançadas no
Kritik der reign Vernunft, representações que apenas pressupõem um
síntese sensível, ainda não determinada por um conceito, não pode ser considerada
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em vez de conteúdos subjetivos da mente e, portanto, incapaz de


Eles reivindicarão conhecimento objetivo, nem sensível nem intelectual. Daí
que Kant começa a apresentar a diferença entre o que é meramente sensível e
o intelectual como a demarcação entre um fundamento meramente subjetivo

23 Para G ADAMER [1960: I 37], a conexão entre o conceito de sensus communis e a lógica do mar
co da teoria kantiana das faculdades supõe precisamente a degradação do potencial crítico contido
neste conceito, pelo menos como o próprio Gadamer o concebe.
24 Ver neste trabalho § 4.3.

Página 184

5,4 Gosto e condições subjetivas de julgamento sensato 159

uma base objetiva de conhecimento, conforme expresso no


Anthropologie-Mongrovius, meados da década de 1780:
Qualquer conceito de compreensão, por mais claro que seja, não será assim
tenso como um conceito de sensibilidade, que vai estimular a vontade diante
do que um conceito de entendimento, pois o entendimento é dirigido apenas
aos objetos, enquanto a sensibilidade é dirigida apenas ao sujeito, isto é,
nós mesmos, então também estamos interessados ​em mais do que compreender
[AA XXV . 2 1232].

Certamente, a sensibilidade é o que fornece conteúdo ao pensamento.


mas que este conteúdo tem a intenção de ser um objetivo é dado por
a possibilidade de que o entendimento puro legisle a priori sobre a objetividade
generalidade das representações. Por outro lado, a sensibilidade não será
descrito apenas como receptividade, enquanto o último, principalmente por
mediação da imaginação, tem a capacidade ativa de criar representação
sensível, pelo menos no que diz respeito à sua forma subjetiva. E esta circunstância
tancia tem consequências importantes em relação ao projeto estético.
Kant continuará a afirmar que o gosto é baseado no objeto, mas progressivamente
Esta alusão ao belo objeto deve ser entendida como uma referência a
mera representação subjetiva que é produzida pela imaginação, apenas
mente na ausência de uma intervenção determinante do entendimento. A partir de
portanto, não se refere apenas à beleza do objeto sensível, mas à beleza
za deste objeto de acordo com sua forma [Beschaffenheit], como é constituído
pela imaginação como uma representação da mente.25 Assim, o
O problema da validade do gosto residirá em como justificar que podemos
juiz com uma reivindicação de universalidade em uma representação privada
e subjetivo, sem envolver uma determinação do
conceitos de compreensão.

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No período com o qual lidamos no momento detectamos
uma relação clara entre a lógica do gosto e os pressupostos do Julgamento, que
Kant começa a caracterizar como julgamento sensato. Embora essa relação entre
Gosto e Julgamento ainda não são fundados em um sentido sistemático, é interessante
note que o primeiro corpo docente, como no período da Dissertatio,
continua a estar relacionado com o problema da ação penal delicada.
Assim, gosto será definido como um julgamento sensato com base nas condições
opiniões subjetivas: "Julgamento ligado à sensibilidade é gosto"
[Anthropologie-Mongrovius, AA XXV . 2 1313]; mas o último «é baseado em
regras subjetivas »[R 806, σ 2 ? υ 3-4 ? χ 3-4 ? ( ρ 3 ?) ( ψ 1 ?) ψ 4 ??, AA XV . 1 352]26.

25 Ver Anthropologie-Pillau, AA XXV . 2 739 6-11 ; Anthropologie-Busolt, AA XXV . 2 1499 30 –1500 1 .


26 Anthropologie-Busolt, AA XXV . 2 1495: «O gosto pode ser chamado de juízo sensível, isto é,
um julgamento que limita a compreensão de forma adequada.

Página 185

160 O projeto estético no período próximo à primeira crítica.

Da mesma forma, o sentimento estético expresso no gosto é igualmente baseado em


mente no Julgamento, na medida em que o belo é precisamente o que "agrada de acordo com um
julgamento sensato universal »[Anthropologie-Menschenkunde, AA XXV . 2 1095].
De resto, Kant continua a manter a relação ou mesmo a identificação entre
entre Julgamento e compreensão saudável, como capacidade de julgamento
para, em concreto: «Julgamento, julgamento e compreensão saudável são o mesmo, [a
saber:] a capacidade de compreensão na aplicação »[R 1861, υ , AA XVI
139].
Portanto, neste período há uma estreita ligação entre, por muito tempo,
fazer, conceitos de estética, como gosto, sensus communis ou saudável
compreensão e, por outro lado, os conceitos pelos quais Kant se refere ao
capacidade de acusação, como Julgamento sensível. E é interessante não-
É claro que o Julgamento sensato já recebe uma caracterização neste período que
lembra a definição do julgamento reflexivo na Kritik der Urteilskraft,
na medida em que sua função consiste em ascender do singular ao universal
Sal. Esta mesma função da acusação em concreto foi a que apresentou
compreensão saudável no início da década de 1770, para este corpo docente
ele partiu do singular dado na experiência para encontrar leis gerais para o
que o inclui. Na verdade, neste período, Kant ocasionalmente usa o
conceito de «julgamento reflexivo», que é definido no mesmo sentido que
Julgamento sensível:
Existe unidade na subordinação (lógica) ou coordenação (real). A última pessoa
Tem a intuição do particular, ou seja, [vai] das partes ao universal,
isto é, [para] tudo e os fins. A faculdade é chamada de Julgamento e não raciocina. eu sei

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
trata do trabalho sensível prévio do entendimento [Es ist die sinnliche Vorarbeit
des Verstandes] [R 839, υ , AA XV . 1 374].

Da mesma forma que a razão vai do universal ao particular, o Julgamento


sensível, inversamente, [vai] do particular ao todo da coordenação, de
o múltiplo à unidade, seja da combinação ou da ideia e intenção,
que coloca essa atividade em um jogo vivificante [R 842, ϕ , AA XV . 1 375].

A sentença tem dois aspectos: ou a sentença determinante ou a sentença


reflexivo. O primeiro vai do universal ao particular; o segundo, do
particular ao universal. Este último tem validade apenas subjetiva [...] [R 3287,
υ - ψ , AA XVI 759]27 .

Esta atividade de Julgamento Sensível relaciona-se diretamente com a capacidade


cidade formativa da imaginação produtiva, que se pretende precisamente

27 No entanto, neste último caso, trata-se de uma Reflexão isolada, que deve ser tomada com cautela.
embora Adickes certamente o remeta ao mesmo período no final da década de 1770. O conceito
"Julgamento reflexivo" também aparece em R 806, cuja data é muito mais incerta: "O julgamento é
sensível ou reflexivo, e consiste em transformar representações em uma imagem ou um conceito »
[ σ 2 ?, υ 3-4 ?, χ 3-4 ? ( ρ 3 ?) ( ψ 1 ?) ψ 4 ??, AA XV . 1.351].

Página 186

5,4 Gosto e condições subjetivas de julgamento sensato 161

à formação de imagens e conceitos sensíveis, capacidade que se presume


colocar tanto no processo de conhecimento quanto na reflexão meramente
gosto subjetivo.28
Podemos ver que no pensamento de Kant há uma constante dis-
do período da Dissertatio,29 pelo qual uma relação estreita é estabelecida entre
o juízo de gosto e o problema da acusação. Será o aspecto subjetivo do
conhecimento, que está envolvido no ato de ação penal sobre os direitos de
apresentações singulares, que marcarão o ponto de convergência entre as
gosto e reflexão: «Aquilo que está de acordo com as leis universais subjetivas
o caminho do conhecimento humano (não da sensação) é lindo, coloque em reflexão
ção, uma vez que apenas concorda com as condições de reflexão. '
[R 878, v , AA XV . 1.385].30 No início da década de 1780, essas condições
idéias subjetivas de reflexão são baseadas na concepção de gosto como
um sensus communis, segundo o qual devemos refletir sobre nós mesmos
julgamento particular levando em consideração o julgamento de outros, como regra
acusação. Isso se expressa por meio de uma Reflexão a que participamos em nosso
análise do conceito de sensus communis, em que Kant introduz uma nota
que indica o sentido em que devemos interpretar essas condições subjetivas
Você vai dominar a reflexão e se expressa no julgamento de gosto:
«[O] agrada universalmente de acordo com fundamentos subjetivos, uma vez que cada

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um é lei para o outro »[R 1512, ψ 1-2 , AA XV . 2.836]. No § 5.5 deste artigo
A seguir, vamos nos aprofundar na origem do caráter essencialmente normativo da
esses princípios subjetivos de reflexão, que devem, em última instância, voltar
exemplo para o reino prático da razão.
Por fim, é preciso ter em mente que o problema da verdade começa
Pyric expressa mais um aspecto do problema da fundação do
julgamento que era indeterminado na primeira Crítica, desde que

28 Veja a este respeito R 329, ϕ ? ( ρ 2 ?) κ 3 ??, AA XV . 1130; R 331, u ?, ( Ρ 2 ?), AA XV . 1 130s.; R 872, υ , AA

XV . 1.383; R 921a, υ ? ( σ 2 ?), AA XV . 1 407 16–24 .


29 Assim, não é uma relação que só se torna importante no desenvolvimento intelectual de

Kant na década de 1780, conforme argumentado por D UMOUCHEL [1999: 271], uma vez que esta relação com o
O problema da acusação já havia sido tematizado desde o início da década de 1770, por ocasião de sua
reflexões sobre compreensão saudável. Sobre este assunto, veja o cap. 1 deste trabalho.
30 R 837, υ , XV . 1 373: «Aquilo que coincide com as leis subjetivas do conhecimento de forma universal

Salmente válido place al Julgamento sensato »[itálico do autor]. R 851, v , AA XV . 1 376: «Em tudo
belo, o objeto deve o prazer em si mesmo por meio da reflexão, não da impressão {não na medida em que [isto
objeto] é sentido [empfunden]}, porque [então] seria bom. Deve dar prazer universalmente de acordo com
condições de julgamento sensível, nomeadamente, no fenómeno ”. R 880, φ , AA XV . 1 386: «No caso
do belo, o objeto ou o conhecimento se ajusta às leis subjetivas do reflexo »; veja também R
879, ϕ , AA XV . 1 385s. Kant chega a afirmar, seguindo a mesma linha da Dissertatio, onde tivemos
ocasião de verificar a clara influência do conceito baumgartiano de analogon rationis, de que "sabor é
o análogo à razão no juízo sensível ", na medida em que, embora meramente sensível," pode julgar como
se fosse a priori, o que geralmente agradará aos outros »[R 818, υ ? ( ρ 2–3 ? σ 2 ?) κ 3 ??, AA XV . 1 365].

Página 187

162 O projeto estético no período próximo à primeira crítica.

que Kant admitiu que não é possível oferecer regras para a verificação de nosso
outros ensaios. Esta questão continua a ser levantada no manuscrito Nachlass, e no
os mesmos termos da Análise Transcendental [R 2173, υ ? ( χ - ψ ?),
AA XVI 258]. No entanto, nesta Reflexão Kant admite que, além
a mera correção lógico-formal do entendimento, os julgamentos têm que obedecer
também aplicam um critério "externo" para reivindicar a verdade, a saber: "o
concordância com as demais, que verifica nosso Julgamento ou o corrige »[AA XVI
258].
Este requisito de referir nosso julgamento particular ao julgamento de outros e
foi contemplado no início da década de 1770; mas, ao contrário de
esta primeira abordagem, tal requisito de validade intersubjetiva não é derivado de
parte de uma base objetiva. Kant diferencia claramente entre validade
validade objetiva e subjetiva do conhecimento a esse respeito. Uma vez que
descobriu na primeira Crítica que não é possível oferecer critérios objetivos
tiva para a verdade empírica, irá defender o requisito adicional para se referir a
outros em nossa busca pela verdade, independentemente de ser
máximo não pode ser assegurado por princípios de validade objetiva.

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[Os] critérios objetivos da verdade são lógicos ( g concordância do entendimento
mentir para si mesmo).
Critérios subjetivos: a adesão de outros [R 2163, υ ? ( ρ ?), AA XVI 256].31

Essa conexão entre verdade empírica e intersubjetividade que continuamos a encontrar


trazendo-o à tona em um texto posterior, a Anthropologie-Busolt. Ao mesmo tempo que a fundação
julgamento do Julgamento admite a insuficiência da lógica formal e da Lógica
Transcendental e, portanto, a impossibilidade de oferecer critérios objetivos
Para a verdade empírica, o pensamento de Kant encontra uma "regra necessária"
saria »para a correção da Sentença justamente na condição de se referir ao
julgamento de outros, da mesma forma que isso ocorre na acusação
de acordo com o sensus communis [AA XXV . 2 Década de 1488]32. Portanto, um julgamento de
o conhecimento não deve apenas reivindicar a validade objetiva que se baseia na
conceito de verdade transcendental; Deve também buscar a adesão do
outros, como exemplificado na acusação de acordo com o sensus communis.
Bem, o gosto apenas expressa esse momento subjetivo e reflexivo.
que é pressuposto em geral no Julgamento, com abstração das condições
declarações objetivas da verdade fornecidas pelo entendimento:

31 Esta teoria já pode ser encontrada na definição de "manter como verdadeiro" levantada no Kritik der
reinen Vernunft [ A 820s./ B 848s., II 687s.], onde a comunicabilidade da própria opinião é mencionada
e a aceitação dos demais como principais condições que devem ser pressupostas no conhecimento
para. No entanto, de acordo com Kant, o fundamento de uma conformidade de todos os assuntos reside em última instância
exemplo no terreno comum da verdade transcendental.
32 Uma posição que também encontramos em Anthropologie-Menschenkunde, AA XXV . 2 1012.

Página 188

5.5. Geist e imaginação produtiva 163

O Critério {em um sentido interno} válido em um sentido objetivo; o [Cri-


terium] subjetivo {válido em um sentido externo}: a adesão de outros * ( s
para evitar ilusões) {Quote.}
* ( S não tem juízo de gosto) [R 2175, ψ ? ( u - χ ?), AA XVI 259].

O reconhecimento de que a filosofia não pode oferecer regras objetivas


para a acusação será mantida ao longo da evolução da crítica;
mas isso não significa de forma alguma que Kant sustente que a verdade dos julgamentos
critérios particulares devem ser regidos apenas por critérios empíricos. Se as regras
do Julgamento não pode determinar a correção objetiva da acusação, se
deve referir-se ao requisito de reivindicar aderência intersubjetiva de
nosso ato particular de acusação.
Assim, embora a Análise Transcendental se limite a reconhecer que não
é possível oferecer preceitos ou critérios de validade objetiva quanto
para o fundamento da verdade empírica, Kant expande suas reflexões sobre
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esta questão no quadro do projeto estético que ainda desenvolve na


de escritos publicados. Com isso, pode-se perceber que em seu desenvolvimento
intelectual existe uma relação constante entre o problema da acusação
em geral e reflexões sobre os conceitos de gosto, sensus communis
ou compreensão saudável, a partir da qual o reconhecimento de
os princípios subjetivos de reflexão, uma vez que o projeto estético é
incorporada à obra crítica em 1790.

5.5 Geist e imaginação produtiva

O conceito de gênio terá papel determinante na formação de


o Kritik der Urteilskraft. Este trabalho reflete o importante interesse que adquire
o conceito no ambiente intelectual alemão da segunda metade do século
XVIII , derivado do contato com as correntes estéticas da Grã-Bretanha e
França. Prova desse interesse é que a Berliner Akademie dedicará seu
meu em 1775 à questão «O que é gênio, em que componentes ele consiste e,
naturalmente, em que partes pode se decompor, etc. ' Kant deve ter
ter contato direto tanto com os debates sobre este tema quanto com o
com traduções da filosofia anglo-saxônica.33 Também em
A filosofia alemã, particularmente no movimento Sturm und Drang, é
produzido pela mão de Hamman e Herder um impulso veemente para
ração deste conceito para a filosofia e o conhecimento. Kant encontra
nele uma categoria frutífera que permitirá a você, acima de tudo, combinar uma infinidade

33 Essay on Taste (1759), de A. Gerard, é traduzido para o alemão em 1766, enquanto Essay on Genius
(1774) aparecerá em 1776. Elements of Criticism (1762), de Lord Kames H. Home, aparecerá em alemão em
1763.

Página 189

164 O projeto estético no período próximo à primeira crítica.

elementos do seu projeto estético; mas ao mesmo tempo irá considerá-lo como um
conceito escorregadio em relação aos fundamentos de sua filosofia e limites
impostas pela crítica do conhecimento.3. 4
Embora a importância desta categoria seja geralmente reconhecida
Na formação da Kritik der Urteilskraft, os intérpretes diferem substancialmente
mente a respeito de como sua assimilação ocorre no pensamento de Kant
e como compreender sua função sistemática na articulação do terceiro
ética. Otto Schlapp35 levanta uma das primeiras defesas da importância
o conceito de gênio para a compreensão da gênese da terceira Crítica
AC Ele defende que esta categoria, como é recebida por ele de

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
A tradição anglo-saxã, é o que possibilita a sistematização definitiva que dá
lugar para o processo de formação do Kritik der Urteilskraft. Nesta base,
Segundo Schlapp, o surgimento do conceito de finalidade sem fim seria explicado,
a descoberta de um fundamento para a universalidade e necessidade do
gosto, e até mesmo a teoria dos jogos entre as faculdades de saber.36 neste
sentido seria a influência anglo-saxônica, por meio da teoria do gênio, que
permitiria a sistematização do projeto estético de Kant.
Uma leitura oposta é representada por Baeumler37. Ele defende, além de
de um estudo histórico-evolutivo da tradição estética moderna, que
o Kritik der Urteilskraft deve ser entendido como o ponto culminante que
pega os interesses da filosofia alemã desde Leibniz, como uma tentativa
da crítica para explicar o problema do propósito, do indivíduo,
lismo e o organismo. Embora ele admita que a influência da categoria de gênio
da tradição anglo-saxônica pode ter servido para ligar os temas
proveniente do Iluminismo estético alemão na formação do terceiro
De forma crítica, Baeumler nega que este conceito tenha contribuído ou o significado

34 Z AMMITO aborda a importância da oposição de Kant ao atual Sturm und Drang


para explicar a formação do Kritik der Urteilskraft. Embora essa oposição deva ser decisiva,
especialmente na década de 1780, a partir da pesquisa histórico-evolutiva levantada no presente
Este trabalho não pode ser reduzido ao surgimento da Terceira Crítica à afirmação "As origens da Terceira
A crítica reside na amarga rivalidade de Kant com Herder »[1992: 9; ver também 1, 10, 46, 137–42].
35 Cf. S CHLAPP 1901: passim. Sobre a influência da tradição anglo-saxônica na concepção kantiana
de gênio, ver o também clássico estudo de G. RUNDMANN , Richard BH (1893): Die Entwicklung der
Ästhetik Kants, tese de doutorado, Leipzig: 23–25. Ambos os autores recorrem a lições de antropologia para
apoiar sua tese. Um estudo desses materiais, e especialmente do Nachlassreflexionen em relação
com a teoria kantiana do gênio, encontramos no trabalho exaustivo de T ONELLI , Giorgio (1966):
"Early Theory of Genius de Kant (1770-1779)", no Journal of the History of Philosophy 4, 1966, 109-31
(1ª parte), 209–24 (2ª parte). Para uma análise histórico-evolutiva da categoria de gênio da
Vorlesungsnachschriften sobre antropologia publicado no Akademie-Ausgabe, consulte G IORDANETTI 1995b.
36 Cf. S CHLAPP 1901: 387s.

37 Cf. B AEUMLER 1923.

Página 190

5.5. Geist e imaginação produtiva 165

sistemático nem o pano de fundo histórico que está presente neste


local de construção.38
Certamente, a reconstrução histórico-evolutiva oferecida por ele, se
bem, constitui o estudo mais detalhado sobre o fundo histórico do qual
o Kritik der Urteilskraft é nutrido, evita atender aos próprios interesses de Kant
por abordagens filosóficas e conceitos que têm sua origem na
Dição anglo-saxônica, que representa justamente uma problematização
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do projeto estético alemão e, mais particularmente, da tentativa pela qual este
a tradição procurou incorporar a estética ao sistema da filosofia. Com tudo,
É necessário também levar em consideração que a reconstrução oferecida pela Baeum-
ler demonstra de forma convincente que o problema filosófico
de frente para o Kritik der Urteilskraft é reconhecido principalmente na filosofia
Alemão desde Leibniz, na medida em que deriva da evolução da metafísica
e da teoria do conhecimento nesta tradição.
Na minha opinião, uma compreensão da articulação sistemática do
A crítica só pode ser feita de maneira adequada se não for ignorada
a importante influência da estética, psicologia e lógica
a escola leibnitiana-wolffiana no desenvolvimento intelectual de Kant. É mais,
sua relação com esta tradição determinará sua compreensão da genialidade,
bem como o significado que esta categoria adotará em relação à sua própria
abordagem filosófica.
No entanto, ainda não fizemos uma análise aprofundada do tratamento
tratamento desta questão em sua filosofia, que assume grande importância na
escritos não publicados de meados e final da década de 1770, como
paralelo ao interesse que este conceito adquire na Alemanha no mesmo
riodo. Esses materiais devem nos permitir compreender tanto o referencial teórico
em que se baseia sua concepção de gênio como origem histórica
que marca o novo rumo que o seu projeto estético toma.

5.5.1 A crítica de Kant ao conceito de gênio de Gerard

O Vorlesungsnachschriften na antropologia registra o


gerard creep39 na compreensão de Kant de gênio e
imaginação produtiva. Este último defende que a imaginação produz
tiva pertence ao reino dos gênios, enquanto a imaginação reprodutiva
corresponde à imitação [R 1504, ψ 1-2 , AA XV . 2 806; Antropologia-
Menschenkunde, AA XXV . 2.945, 1062]. Na verdade, nos materiais aludidos

38 Cf. B AEUMLER 1923: 161–65, 300–302.


39 G ERARD , Alexander (1774): An Essay on Genius, Londres.

Página 191

166 O projeto estético no período próximo à primeira crítica.

encontramos o reconhecimento de que a adoção do conceito de imaginação


"Produtiva" é devido à influência de Gerard,40 quem teria «posado-
fazer as melhores reflexões sobre o assunto, embora o assunto também apareça entre

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
outros autores »[Anthropologie-Menschenkunde, AA XXV . 2 1055]41.
Kant não apenas valoriza a teoria de Gerard como o estudo mais agudo sobre
gênio, mas atribui a ele a descoberta do conceito de imaginação
produtivo. Já tivemos a oportunidade de verificar que este conceito oferece
base fundamental para o desenvolvimento da crítica, tanto em termos de
Diz respeito tanto à teoria do conhecimento quanto ao próprio projeto estético. Na sua
descrição deste elemento característico fornecido pela teoria de Gerard,
Kant claramente se refere ao gênio como uma faculdade produtiva e criativa
e, portanto, oposto à imitação.42 Gênio é uma "disposição natural"
que crie novos produtos sem depender de regras dadas pela experiência; não
só age independentemente das regras, mas produz a mesma lei para
a produção de novas imagens.43
Agora, apesar desse reconhecimento explícito em suas exposições
professores, a concepção de gênio de Kant não pode ser explicada de forma satisfatória.
meramente fora da influência de Gerard, especialmente no que diz respeito
quanto à compreensão da dimensão produtiva da imaginação.
Continuemos investigando, portanto, na caracterização que encontramos.
nestes materiais e contrastar esta posição com as ideias defendidas em
o reflexo Nachlass.
Kant menciona repetidamente os componentes do gênio, uma vez que
É o resultado da interação entre as faculdades em diferentes níveis do espírito.
minha O primeiro nível é o da sensibilidade, conceito em que Kant inclui
o sentimento, a imaginação e a engenhosidade. O segundo nível é dado pelo
Julgamento, que permite adaptar as produções livres da imaginação com
a verdade; portanto, supõe uma limitação da amplitude e produtividade
da imaginação. Terceiro Kant menciona o Geist44. O ultimo nivel

40 Anthropologie-Menschenkunde, AA XXV . 2 945: «A capacidade de produção é criativa e produz


coisas que não estavam assim anteriormente em nossos sentidos. [...] Gerard, um inglês, diz que o
A peculiaridade do gênio é a imaginação produtiva, pois nada difere mais do gênio do que o espírito
uma imitação. Portanto, o gênio não se baseia na imaginação reprodutiva, mas na imaginação
produtivo e fecundo na produção [...] ».
41 Ver também Anthropologie-Mongrovius, AA XXV . 2 1314 8–9 .

42 Cf. R 921a, υ ? ( σ 2 ?), AA XV . 1 407s.


43 Cf. Anthropologie-Mongrovius, AA XXV . 2 1310s.; R 812, υ ? ( ρ 2–3 ? σ 2 ?) κ 3 ??, AA XV . 1.361; R 922,
υ ? ( σ 2 ?), AA XV . 1 409s.
44 Não traduziremos o conceito alemão “Geist” aqui. Seu significado pode indicar "alma" e
também "fantasma", "espírito", "engenhosidade" ou "idiossincrasia antropológica de uma época ou nação"
[cf. T ONELLI 1966: 109s. n. 5].

Página 192

5.5. Geist e imaginação produtiva 167

É
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É ocupada pelo gosto, que expressa a referência à sociabilidade e ao sentimento
dos outros.Quatro cinco
Ressalte-se que o conjunto de faculdades que compõem o gênio
refere-se ao referencial teórico que contribui com significado para o projeto estético deste
riodo e que tem sido abordado nos parágrafos anteriores. Assim, o
A teoria do gênio engloba os principais elementos que são objeto de reflexão
por Kant no que diz respeito aos seus interesses estéticos. Por um lado, você-
Precisamos da produtividade da imaginação, cujos produtos gratuitos, ou seja,
invenções de engenhosidade, devem ser limitadas e corrigidas pelo Julgamento para
de modo que uma correspondência de tais produtos com a verdade que
pretende compreensão na sua aplicação. O gosto, por outro lado, expressa
a validade intersubjetiva do sentimento eliciado pelos produtos do gerente.
criança, na medida em que se refere à sensibilidade dos outros. Kant apresenta em
neste momento, um elemento adicional: o Geist. Sobre suas reflexões
na estética, Kant apresenta esse conceito como o alicerce da criação de
atividade que define a possibilidade de beleza essencial nas artes plásticas, que
só são possíveis graças ao jogo harmonioso entre as faculdades de saber.46
A seguir, será mostrado que este conceito fornece a chave para este
estrutura, na medida em que suporta a relação harmônica entre as
faculdades de saber.
Embora Kant reconhece a importância da imaginação produtiva,
vai, conforme definido por Gerard, este não é o elemento principal
de gênio: «O essencial do gênio é o Geist ou a faculdade criadora, que produz
uma série de representações, eo julgamento ou a faculdade crítica “[Anthropologie-
Menschenkunde, AA XXV . 2 1061]. Isso é uma contradição com relação a
quanto à importância da imaginação a que atendemos, bem como
em matéria de reconhecimento de Kant da influência de Gerard? Kant não
está defendendo a primazia de uma faculdade em detrimento de outro, mas esclarecer em
que sentido devemos entender a própria produtividade da imaginação. o
Geist, na verdade, não é nem mesmo uma faculdade específica.
Pode ser visto que a citação continua a referir-se a esta disposição como
uma 'faculdade criativa', uma peculiaridade que foi atribuída à imaginação e
que Kant detectou precisamente na análise de Gerard. Assim, Kant
interessa-se pela origem e fundamento desta dimensão produtiva que

45 Cf. Anthropologie-Menschenkunde, AA XXV . 2 1060s.; Anthropologie-Mongrovius, AA XXV . 2


1313 3-6 ; R 1509, ψ 1-2 , AA XV . 2825 13 -826 15 ; R 812, υ ? ( ρ 2-3 σ 2 ?) κ 3 ??, AA XV . 1.361s.; R 916, υ ? ( σ 2 ?),
AA XV . 1.400; R 922, υ ? ( σ 2 ?), AA XV . 1 411 5 .
46 A Anthropologie-Pillau mostra claramente essa ligação entre a teoria das belas-artes e a

O conceito de Geist ao título da seção dedicada à poética e oratória da seguinte forma: «Poesia como
uma arte e, portanto, também seus produtos, como produtos do Geist »[AA XXV . 2
759]. Veja também R 1485, σ , AA XV . 2 701.

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168 O projeto estético no período próximo à primeira crítica.

representa a imaginação. O conceito "Geist" contém a justificativa


e explicação de por que um corpo docente sensível pode apresentar uma atividade
Um dado que, em princípio, não pode pertencer à sensibilidade. Kant aceita o
Descrição de Gerard, mas ele pretende abordar o entendimento dessa peculiaridade
mentira da imaginação de um ponto de vista que, como veremos, pouco
tem a ver com a tradição anglo-saxônica. Da análise do conceito
de Geist, em torno do qual gira toda a teoria do gênio desenvolvida por Kant,
Vou mostrar que sua caracterização está relacionada a problemas intrínsecos a
filosofia transcendental e, principalmente, que a origem histórica deste
caracterização, temos que procurá-lo na tradição leibniziana.
Kant chega a atribuir tal relevância ao Geist que o identifica com o gênio,
como sua fundação [Anthropologie-Mongrovius, AA XXV .2
1313 19–20 ], e de fato ambos os conceitos foram comumente identificados em
o alemão da época, para o qual insistirá em suas lições sobre a questão
como eles devem ser usados ​e traduzidos [Anthropologie-Pillau, AA XXV .2
782 4-5 ; Anthropologie-Menschenkunde, AA XXV . 2 1060 13 ]. Neste contexto,
Kant indica a origem francesa do conceito a partir do termo "esprit",
que também é traduzido como "sagacidade".47 De fato, durante o século XVII
“Genius” é traduzido na França como “esprit”, pelo qual o todo é designado
qualidade das capacidades da mente, como uma disposição natural baseada em
em proporção e originalidade.48
Kant deve ter conhecido essa caracterização do gênio por meio da obra
de Meier; o último explica o significado do conceito da seguinte forma
"Mutterwitz" ["engenhosidade natural"] de acordo com sua origem na tradição francesa.
sa: engenhosidade natural é 'o que os franceses chamam de gênio de um
estudioso. Por engenhosidade natural, entendemos que proporção entre as forças
de saber por quem se adquire a habilidade de erudição "49. Ya Baum-
Garten havia definido o gênio como a proporção certa entre as faculdades
saber.50 De fato, a articulação dessa oferta nos níveis de
Sensibilidade, Julgamento, Geist e Gosto estão presentes na definição Kantiana de

47 R 1509, ψ 1-2 , AA XV . 2 826: «Geist: o que é verdadeiramente criativa, o que vivifica, sendo unidade { s
impulso}, do qual surge todo movimento da mente. esprit: sagacidade. Genius: Geist ».. R 1510, ψ 1-2 ,
AA XV . 2 828: "Leibniz (" espírito "meios para o Geist francês e sagacidade)". R 1485, σ , AA XV . 2 701:
«A perfeição reconciliada { g o jogo harmonioso} de compreensão e sensibilidade é a beleza de
Geist. bel Esprit. humaniora.
48 Cf. W ARNING , Rainer (1974): "Genie", em R ITTER et alii 1971ss., III 279-82: 279.

49 M EIER , 1752a: § 588, 766; ver também M EIER , Georg Friedrich (1748–1750): Anfangsgründe aller
schönen Wissenschaften, Halle 2 1754–1759, reed. em Hildesheim e New York 1976: § 643. Sobre a importância de
importância do conceito de "Mutterwitz" no surgimento da estética de Kant no início da década de 1770,
no contexto de suas reflexões sobre o problema da acusação em concreto, ver cap. 1 deste
trabalho.
50 Cf. B AUMGARTEN 1 1739- 4 1757: § 648, AA XV . 1 39.

Página 194

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5.5. Geist e imaginação produtiva 169

a perfeição estética do conhecimento no início dos anos 1770.51


Esta concepção de gênio como uma certa proporção entre as faculdades
Também o encontramos no Analyze du génie de Sulzer, incluído no
o Mémoires de la Berliner Akademie (1757), que é traduzido para o alemão
em 1773 sob o título "Entwicklung des Begriffs vom Genie"52; bem como no
famosa escrita premiada da Berliner Akademie, onde Eberhard
também define o gênio como a disposição original que serve de base para o
relação ideal entre as faculdades de saber.53
Portanto, se Kant caracterizou o gênio no quadro da relação entre
entre as faculdades, o que foi decisivo para os interesses sistemáticos de seu
projeto estético, isso se deve ao seu contato com a concepção oriunda do
a tradição francesa e as teorias do gênio defendidas por pensadores
Alemães desta influência. Pelo contrário, esta caracterização em
a estrutura da psicologia e da lógica, que pressupõe um desenvolvimento de sua
concepção estética de recurso ao modelo de ser orgânico, é precisamente o que
que Kant não encontra no ensaio de Gerard:
O gênio não é, como Gerard quer, uma força particular da alma (bem,
caso contrário, teria um objeto específico), mas um principium de vivificação do
resto das forças por meio de idéias dos objetos que são desejados.
Invenção pressupõe uma vivificação das faculdades de conhecer, não só
mente a acuidade das habilidades de aprendizagem. Mas esta vivificação deve
ser orientado para um fim de acordo com a produção de uma ideia, caso contrário não pode
ser uma invenção, mas uma descoberta fortuita [R 949, φ AA XV . 1 420s.].

Algumas das ideias que aparecem neste texto serão explicadas no próximo
próxima seção; mas neste momento estamos interessados ​em observar que Kant defende
claramente, e precisamente contra Gerard, que a criatividade ou inventividade
caracterizar a imaginação produtiva deve pressupor uma vivificação
de todas as faculdades. A invenção do gênio e, portanto, da imaginação
nação não consiste em um corpo docente específico, mas em uma organização do
faculdades de saber como um todo, cujo princípio de vivificação reside
essencialmente no Geist. O Geist não é tanto uma faculdade, mas o vivificante
ção e organização de todas as faculdades.
Portanto, pelo menos no que diz respeito ao caso da influência histórica de
Gerard, os dados fornecidos pelo Nachlassreflexionen nos permitem relativizar o

51 Logik-Philippi, AA XXIV . 1343: «Para qualquer conhecimento que deva ser perfeito em um sentido,
A qualidade estética requer quatro componentes, a saber: Sensação, Julgamento, Geist e Gosto ». Veja também
Anthropologie-Collins, XXV . 1 175 15–16 .
52 Cf. S ULZER , Johann Georg (1773): "Entwicklung des Begriffs vom Genie", em Vermischte philoso-

phische Schriften, Hildesheim 1974, I 307–22.


53 Cf. E BERHARD , Johann August (1776): Allgemeine Theorie des Denkens und Empfindens, Berlim

2 1786, reimpressão. em Bruxelas, 1968: "Vom Genie und vom Charakter" [ IV 208–52].

Página 195
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170 O projeto estético no período próximo à primeira crítica.

o que significa que o intérprete pode extrair das apresentações presentes no


Vorlesungnachschriften. Sem fornecer qualquer argumentação textual, Schlapp
afirma que esta concepção da proporção entre as faculdades se encontra
Também está presente no Gerard.54 Em qualquer caso, a reflexão citada
mostra claramente que, se Gerard entendeu o gênio neste sentido, Kant
ele não tinha ideia sobre isso, então sua concepção de gênio no quadro
da relação entre as faculdades e, ainda mais importante, sua compreensão de
a produtividade da imaginação, não pode ser devido a esta influência. o
articulação desta teoria nos níveis de Sensibilidade, Julgamento, Geist e Gosto
Não era para ignorar sua gratidão a Gerard por ter atendido
a produtividade da imaginação; mas, sim, a tentativa de oferecer um
compreensão desta atividade produtiva a partir de uma concepção organicista de
subjetividade, que é ilustrada pelo recurso ao conceito de Geist.55

54 Cf. S CHLAPP 1901: 118s. n. 2s.


55 G IORDANETTI , Piero (1991): «Kant e Gerard. Observe a teoria sulle fonti storiche della kantian de
“Genius” ”, em Rivista di storia della philosophia 46, 1991, 661-699, enfatizou a influência de Gerard sobre
entender a definição de imaginação como produtiva. No entanto, embora esta influência
permite explicar a adoção do termo específico "imaginação produtiva" da publicação
em 1774 da obra do filósofo inglês, já no início da década de 1770 é possível encontrar um
compreensão deste corpo docente como um corpo docente com base na produtividade e criatividade, em oposição a
mera reprodução. Em particular, deve-se prestar atenção às reflexões de Kant sobre o conceito de
inventivo, intimamente relacionado com seus comentários sobre a psicologia empírica de Baumgarten. Em seus
exposições sobre a capacidade que nos permite formar imagens [Bildungs-Vermögen], é diferente
claramente entre reprodução e imaginação, uma separação que não encontramos em Baumgar-
tenho. Enquanto o primeiro tem a função de reproduzir imagens de coisas já percebidas no passado,
a segunda é livre para relacionar as sensações de acordo com a forma. Embora este fa-
o cultivo depende do material oferecido à sensibilidade, sua atividade é caracterizada pela invenção: o
'Imaginação [Einbildung], a partir da qual algo é formado que não é tirado de representações sencientes
irmãos [...]. Para a imaginação, a invenção é sempre necessária [Erdichtung]. A imaginação só leva
materiais dos sentidos, mas cria a própria forma. A faculdade de reprodução de
as imagens [Nachbildung] adquirem matéria e forma a partir dos sentidos »[Anthropologie-Collins, AA XXV . 1
45s.; ver também Anthropologie-Parow, AA XXV . 1.305]. Agora, essa liberdade com respeito a
combinação de sensações e representações, como fundamento da criatividade da imaginação
nação, é aquele que define precisamente a exposição de Kant sobre inventividade ou faculdades fingendi neste
mesmo período [Anthropologie-Collins, AA XXV . 1 95; Anthropologie-Parow, AA XXV . 1.321]. Com ele,
a compreensão da imaginação exibida nesses materiais "se apropria" da caracterização do
inventividade como capacidade criativa e produtiva. Na verdade, Kant mais tarde identificará ambos
faculdades [Anthropologie-Friedländer, AA XXV . 1 545]. Por esse motivo, antes da publicação
ção do ensaio de Gerard Kant entendeu a imaginação como uma faculdade produtiva diferente
de mera reprodução, e esta etapa de seu desenvolvimento intelectual é dado à frente da psicologia de origem
wolffiano: «A imaginação é completamente diferente da [faculdade de reprodução de imagens e
a faculdade de representação da imagem [Vorbildung]], uma vez que criamos um objeto totalmente diferente
renda; a fala cotidiana alude ao verdadeiro conceito desta expressão, embora entre os filósofos às vezes
é usado no lugar da reprodução »[Anthropologie-Parow, AA XXV . 1.269]. Na concepção do
imaginação em Baumgarten e Wolff, como uma faculdade meramente reprodutiva, ver P IMPINELLA ,
Pietro (1988): "Imaginatio, phantasia e facultas fingendi in Chr. Wolff e AG Baumgarten", in F ATTORI ,
Marta e B IANCHI , Massimo (ed.) (1988): Phantasia - Imaginatio. Atti do V Colloquio Internazionale del
European Lessico Intellettuale, Roma 9-11 Gennaio 1986, Roma 379-414. No desenvolvimento do conceito
da imaginação no corpus da lógica, ver H INSKE , Norbert (1988): «Die Rolle der Einbildungskraft in
Kants Logikvorlesungen ', em F ATTORI e B IANCHI 1988, 415–46.

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Página 196

5.5. Geist e imaginação produtiva 171

E tal fundamento supõe precisamente uma correção da teoria de


Gerard: a invenção, produtividade e vivificação da imaginação, bem como
sua concordância com o entendimento através do Julgamento, eles só podem ser fundamentados
por sua relação com o Geist, isto é, a partir de uma caracterização do génio
como uma proporção ou organização entre as faculdades de saber.56

5.5.2 Geist como uma raiz comum, mas desconhecida das faculdades de
conhecer

No capítulo anterior, nos concentramos no conceito da unidade de


razão, como uma ideia transcendental pela qual um sentido pode ser pensado.
regulativo tido a sistematização do conhecimento. De acordo com Kant, não é só
É necessário pressupor uma unidade de forças na natureza no conhecimento
da experiência, uma vez que a razão também deve ser pensada como
uma unidade orgânica segundo a qual as diferentes faculdades de conhecimento podem
orientar-se em virtude do interesse especulativo do conhecimento. Ambos no nível
objetivo da natureza, bem como o nível subjetivo da razão, Kant referiu-se
a esta unidade através do conceito de força básica.
A concepção de gênio próxima à primeira Crítica também se articula.
também no âmbito do problema da relação ou conciliação entre
gostos de saber. E deve-se notar que, pelo menos até 1781, Kant considerou
que essas ideias não têm lugar apenas no campo das artes plásticas, uma vez que
O conceito de Geist também oferece uma base para a invenção no
conhecimento de compreensão e razão. Vamos verificar se o desenvolvimento
O desenvolvimento da concepção de gênio no final da década de 1770 não é estranho ao
desenvolvimentos teóricos que encontramos no Epílogo à Dialética Transversal
cendental, embora também seja necessário interpretar em que sentido este trabalho
deve envolver uma limitação ou, melhor, uma realocação deste aspecto do
Projeto estético kantiano. Neste trabalho, será argumentado que tanto a definição
o conceito de Geist como a função epistemológica que Kant atribui a
A década de 1770 representa um desenvolvimento estético do arcabouço teórico
que será exposto finalmente no Epílogo à Dialética Transcendental.
De acordo com a solução para a Dedução Transcendental, estamos autorizados a
pressupõe que os conceitos puros do entendimento podem determinar

56 R 921a, υ ? ( σ ?), AA XV . 1 407: «O gênio deve conter uma força criadora e, portanto, deve
produzir algo real, cuja relação com a ideia, que é um desenvolvimento dela, pode ser apresentada ao
cuidando. Aquilo que produz gênio é o jogo de sentimentos ou os produtos de
imaginação, a que traz a unidade através da idéia, pois através dela {to} entreter mere-
mente e vivificar ( g jardim), como [ocorre] entre poetas e autores de gosto; ou é um produto
de uso útil, como [são] máquinas; ou é uma extensão do conhecimento da compreensão e
a razão [...]".

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Página 197

172 O projeto estético no período próximo à primeira crítica.

em geral, representações particulares, na medida em que apresentam


suponha uma síntese sensível e formal que pode ser pensada em sua unidade
objetivo de acordo com a síntese intelectual da apercepção. No entanto, este argumento
mento não pode supor uma superação da demarcação entre sensibilidade
e compreensão. Como já vimos no § 4.3 deste trabalho, o
Esta dedução procede justamente da verificação de que a fundação determina
agente alucinante não pode intervir na constituição subjetiva
de síntese sensível. Isso é possível graças à atividade produtiva ou números
ração da imaginação, que, na medida em que é meramente sensível, também é
é limitado pelas impressões que são dadas em cada caso à receptividade do
sensibilidade.
Portanto, a crítica, em princípio, não pode excluir a possibilidade de
que a multiplicidade e desordem das impressões impedem qualquer
ciliação entre o material que pode ser trabalhado pela imaginação no
sentido interno e as pretensões cognitivas do entendimento. No me-
uma vez que a dedução não pode fornecer critérios de julgamento que
decidir sobre esta correção particular de conhecimento sobre
representações singulares, Kant reconhece que esta adequação não pode
ser assegurada por princípios a priori de validade objetiva.
No entanto, se o uso hipotético da razão teórica nos obriga a pensar que
o entendimento pode progredir em seus atos de ação penal para a formação de
de um sistema de conhecimento, esta ideia de crítica pressupõe a sua
tempo que, apesar de sua heterogeneidade, sensibilidade e compreensão eles podem
coincidem em sua atividade, pois é justamente essa coincidência que
Ele lista a formação progressiva de um sistema lógico de julgamentos empíricos. E esta
a coincidência vai além da relação formal entre sensibilidade e compreensão.
Acho que a dedução tematiza. Bem, não é apenas sobre o relacionamento
geral entre a forma de sensibilidade, que é pressuposta em toda síntese
sensato, e os conceitos puros do entendimento; em vez disso, é sobre o
possibilidade de pensar uma representação da imaginação, no que tem
singular, pela sua relação com as possíveis determinações subsequentes que
eles formariam um sistema de conhecimento. Na medida em que esta ideia de
sistema só pode ser fornecido pela razão, excedendo o escopo do conhecimento.
fundamento sensível, a crítica não pode ilustrar de forma positiva como
imaginação pode apreender o singular de acordo com a orientação que regulador
deve ser pressuposto em cada ato de acusação.
Essa limitação imposta pela crítica na primeira Crítica, à qual
Kant não vai mais renunciar, é uma consequência da superação de um dos
princípios fundamentais da psicologia racional derivados da metafísica

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5.5. Geist e imaginação produtiva 173

leibniciano-wolffina, que veio a hipostasiar objetivamente a


posição subjetiva de uma força básica [Grundkraft], como um princípio
reitor que infunde atividade e unidade a todas as ações da alma.
Essa ideia é encontrada na Monadologia de Leibniz, que considerou
a alma como uma força espontânea. Por este motivo, em sua filosofia o
A consciência não é entendida apenas como apercepção, pois a alma também é
concebido como uma unidade orgânica que rege cada um dos seus aspectos
ou demonstrações.57 A partir da relação desse conceito com sua tese do
harmonia preestabelecida, Leibniz funda a possibilidade de uma lei unitária que
rege a ordem necessária nas atividades da consciência, permitindo assim
um desenvolvimento racional do conhecimento.58 Wolff adotará esta concepção
partindo do pressuposto de uma faculdade básica como uma força que representa
tativa [vis raepresentativa], que é aquela que consegue uma conciliação interna
entre os poderes da alma. E é interessante notar que este pensador coloca
em relação à sensação de prazer com esta relação entre as faculdades:
O sentimento é a intuição da perfeição ou da concordância do
Eu rio de acordo com um mesmo fim.59 O recurso a uma força ativa da alma, como
base para ser capaz de pensar sobre a atividade orçada no uso das faculdades de
Saber disso também é encontrado em Tetens. Este pensador parte do reconhecimento
fundação de uma multiplicidade de forças para conhecer e defender a necessidade
admitir "um certo alto grau de espontaneidade interna" envolvido na
sensação, representação e pensamento,60 dos quais ele segura
que as faculdades de conhecimento nada mais são do que 'diferentes expressões de um
e a mesma força, que pode ser chamada [...] de sua força básica »61.
É óbvio que a crítica de Kant à psicologia racional romperá com o
pressupostos metafísicos desta tradição.62 Ambos na Dedução Transcendente
dental como nos paralogismos, rejeita os aspectos metafísicos do
definição de consciência que encontramos na filosofia de Descartes, de

57 Cf. D ESSOIR , Max (1911): Abriß einer Geschichte der Psychologie, Heidelberg: 124-26.
58 Cf. D ESSOIR 1911: 126.
59 Cf. D ESSOIR 1911: 129–31.
60 T ETENS 1777: I 730s. Ele também se refere a essa força como uma "atividade própria", que deve ser
pressuposto em todas as faculdades de saber [1777: II 21].
61 T ETENS 1777: I 689.

62 A abordagem específica de T ETENS não pode ser simplesmente incluída neste desenvolvimento metafísico
da filosofia da escola. Deve-se notar que, apesar da proveniência leibniziana de sua teoria sobre o
força básica, a influência empirista vindo de Locke o leva a rejeitar a possibilidade de uma
fundamento positivo desta força original. No entanto, ele afirma que estamos autorizados a interpretar o
sentimento que acompanha cada uma das faculdades de saber como expressão desta inter-
na ou espontaneidade: «Não conhecemos a força fundamental da alma, porque não podemos formar uma ideia
dos primeiros efeitos provenientes de sua força natural. O sentimento é apenas a primeira expressão. Nós podemos

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dizer que a força básica da alma é a mesma realidade absoluta que em certa medida se desenvolve, se sente
e pense [...] »[1777: I 737].

Página 199

174 O projeto estético no período próximo à primeira crítica.

Leibniz e no wolffianismo. No Metaphysik-Pölitz ele confronta o conceito


ção de Wolff e pergunta: «Se todas as faculdades da alma podem ser unidos
e ser derivado de um único corpo docente básico ou se for necessário adotar diferentes
diferentes faculdades básicas para explicar todas as ações da alma de
o mesmo ”[AA XXVIII . 1.261]. A primeira opção é rejeitada, uma vez que o
alma não pode ser devidamente conhecida como uma única substância,
nem é possível determinar as diferentes faculdades como acidentes.
tes ou efeitos derivadas desta unidade [AA XXIII . 1262]. Dentro do enquadramento de
Dialética transcendental, a imposição de limites ao conhecimento metafísico
co e a demarcação estrita entre o sensível e o racional tiveram que marcar
a impossibilidade desta determinação cognitiva. Daí a crítica
opte pela segunda opção, uma vez que não é possível saber em um sentido
objetivo o fundamento último das faculdades de saber: sensibilidade e
compreensão são duas faculdades básicas heterogêneas, que a filosofia tem
para analisar como pontos de partida que não podem ser reduzidos por
conhecimento a uma base original.
Agora, a ideia da unidade da razão, embora não possa ser determinada
nada em um sentido positivo, nem pode dar origem a uma psicologia racional, sim
deve necessariamente ser pressuposto se quisermos conceber a possibilidade de
uma organização interna entre as faculdades. Por isso, Kant, justamente de
a crítica desta ideia, ela recupera seu significado transcendental na medida em que
princípio regulador e validade subjetiva para a orientação do nosso conhecimento
evidência empírica. E essa relação interna entre as faculdades também visa
pense como unido o que a Análise Transcendental precisava separar em seu
base de conhecimento, a saber: o sensível eo racional. Converter
É necessário, portanto, relembrar um texto já citado no capítulo anterior.

No início, há um máximo lógico de redução do aparente


variabilidade, descobrindo por comparação o oculto e com-
testar se a imaginação, na medida em que se combina com a consciência, não é mais
seja memória, sagacidade, discernimento ou, possivelmente, até mesmo compreensão e
razão. A ideia de uma força básica, sobre a qual a lógica nada nos diz
se existe, é pelo menos o problema de uma representação
sistemática da multiplicidade de forças [KrV, A 649 / B 677, II 568; itálico
Autor].

Dessa forma, apenas o fundamento da Analítica Transcendental

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força uma A
cuidando. separação
Dialéticaradical entre a sensibilidade
Transcendental ouesta
irá pressupor a imaginação
separação,euma
a vez que
que a ideia da unidade da razão como uma força básica apenas
terá um sentido regulador e hipotético de natureza subjetiva; mas, simultaneamente
Necessariamente, isso nos obrigará a pensar em uma unidade interna ou organização entre os

Página 200

5.5. Geist e imaginação produtiva 175

faculdades, como partes de um mesmo todo: a razão. Essa tensão entre


a Analítica e a Dialética se manifestam em alguns textos, onde,
enquanto a separação de faculdades é especificada como o ponto de partida
dia da crítica, a necessidade de pressupor um fundamento comum,
mas desconhecido:
Até agora, serve como uma introdução ou aviso preliminar de que existem dois
cos do conhecimento humano, possivelmente decorrente de uma raiz comum,
mas desconhecido para nós, a saber: sensibilidade e compreensão [ A 15 /
B 29, II 66].

[C] começamos apenas do ponto onde a raiz comum de nosso


capacidade de conhecer ramos e dá origem a dois troncos, dos quais o motivo
É um deles. Mas aqui eu entendo como razão a totalidade das faculdades
superiores de saber, e eu contraste o empírico com o racional [ A 834 / B 863,
II 698].63

Em ambos os textos é confirmado que o sensível e o intelectual devem


têm o mesmo fundamento ou raiz do espírito, mesmo quando ao mesmo tempo
reconhece claramente que a tarefa crítica em relação ao fundamento lógico
o conhecimento começa onde esses dois troncos se bifurcam e precedem
eles se sentiram separados.
Bem, no quadro de sua teoria estética, Kant considera que o Geist
é o que possibilita a conciliação entre faculdades inicialmente diversas, em
Tanto que são substrato comum e princípio de sua atividade. O gênio
é a proporção correta entre sensibilidade ou imaginação, Julgamento ou compreensão

63 A verificação dessa raiz comum entre o sensível e o intelectual constitui um dos pontos da
partida da interpretação proposta por H EIDEGGER [1929: 37]. Uma revisão desta leitura encontrou
seções em H ENRICH , Dieter (1955): "Über die Einheit der Subjektivität", em Philosophische Rundschau
3, 1955, 28-69, que se refere à teoria do supersensível exposta na terceira Crítica como o lugar
em que Kant enfrentará este problema. Em linha com a interpretação de Heidegger, veja também
M ARTÍNEZ M ARZOA , Felipe (1987): Raiz comum desconhecida. (Estudo sobre a teoria kantiana do belo),
Barcelona 1987. O autor encontra na «raiz comum desconhecida» um pressuposto principal do Kritik
der reen Vernunft que é retomado e desenvolvido na terceira Crítica [33]. Heidegger e
Martínez Marzoa detecta no conceito de imaginação esse fundamento oculto que está por trás do
sensibilidade e compreensão. Em relação a este tema, M ONTERO M OLINER , Fernando (1987):

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Mente e sentido interno na Crítica da Razão Pura, Barcelona, ​defende uma leitura alternativa, como
que detecta a "identidade oculta" entre as faculdades no conceito de mente ou sujeito pensante que
encontramos na primeira Crítica [12-13]. Ele corretamente aponta que neste trabalho a "identidade oculta"
deve ser entendida de acordo com o conceito de "unidade da razão" exposto no Epílogo à Dialética, em
tanto é assim que "faculdade básica" [314]. Sobre a interpretação de Montero Moliner, ver S EVILLA , Sergio
(2005): «Identidade oculta e subjetividade no pensamento de Kant», in ME Vázquez e R. de la Calle
(ed.) (2005): Filosofia e razão: Kant, 200 anos, Valência, 137-156. A leitura de Montero Moliner, lamento-
efetivamente, não serve ao interesse sistemático da Kritik der Urteilskraft, como o lugar onde
aquele em que este pressuposto da primeira crítica é fundado. Sobre esta questão, veja também D ÖRFLINGER
2000: 24, bem como V ÁZQUEZ L OBEIRAS , María Jesús (2007) «Metafísica e crítica ou como aprender
filosofar? », estudo conclusivo para I. Kant (1792–1793): Metaphysica-Dohna, tradução de Mario Caimi,
Salamanca 2007, 123–85: 154s.

Página 201

176 O projeto estético no período próximo à primeira crítica.

mento e sabor. Geist designa o princípio que rege a vivificação entre


faculdades para sua concordância de acordo com um determinado propósito ou ideia:
Geist não é uma faculdade particular, mas o que traz unidade para todos
faculdades. Compreensão e sensibilidade ou, melhor, imaginação, são os
faculdades do ser humano, e Geist é o que traz unidade. Portanto, é
Trata-se da unidade universal da mente humana ou, também, da harmonia entre
[as faculdades] [Anthropologie-Pillau, AA XXV . 2 772]64.

No que diz respeito à sensibilidade, esta coincidência com o entendimento


com base na vivificação das faculdades é definido como o con-
forma até o fim da imaginação: «Geist é o principium da vivificação
( g de talentos, poderes da alma) por meio de idéias (portanto, é
o início de uma imaginação vivificada de acordo com o fim). Uma ideia vivificante
ca quando põe em atividade diversa ( g à) imaginação »[R 942, υ ? ξ ??, AA
XV . 1.418]. Que a vivificação da imaginação pressupõe uma orientação
conformar-se ao fim baseado em ideias é uma reivindicação que vai além dos limites
de crítica estabelecida em 1781. Mas também é interessante notar que o
A teoria do gênio aponta para a mesma problemática pressuposta na
ção do uso hipotético da razão. Se olharmos para os materiais do Nachlass
e o Vorlesungsnachschriften imediatamente anterior à primeira edição
do Kritik der reign Vernunft, poderemos verificar que, através deste
seção de seu projeto estético, Kant pretende se aprofundar nos problemas
que será finalmente tematizado no Epílogo à Dialética Transcendental.

5.5.3 A elaboração estética da teoria do uso hipotético da razão

Pode-se objetar que esta concepção do Geist como um princípio


da unidade entre as faculdades tem apenas uma dimensão estética. Sem
No entanto, esta estreita relação entre a atividade da imaginação,
racionalização do processo de conhecimento e o papel do Geist é
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Manifesto in the Anthropologie-Pillau, 1778-1779. Lá Kant levanta a demanda


o fato de que o conhecimento empírico é feito uso de observações «em conformidade com
até o fim do mês »[AA XXV . 2 775], para que as regras possam ser extraídas de
dessas observações. Para fazer isso, o conhecimento empírico deve fazer uso de
uma lei da razão que determina o fim desse processo cognitivo; enquanto
Depois de 'a compreensão traz unidade aos fenômenos, [...] a razão
traz unidade a todas essas regras de entendimento »[AA XXV . 2 777] em
com base nesta lei. É sobre o contraste entre a unidade da razão e
unidade de entendimento que encontraremos na Dialética.65 Esta exposição
64 Ver também Anthropologie-Mongrovius, AA XXV . 2 1313 10–16 .
65 Ver neste trabalho § 4.5.1.

Página 202

5.5. Geist e imaginação produtiva 177

ademais corresponde à descrição do uso hipotético, segundo o qual o


a razão visa "encontrar o universal para o particular" [AA XXV .2
777]66. Kant se refere a esta lei da razão como uma ideia, que fornece
no processo cognitivo uma referência ao todo e serve como base para o 'uso
particular de compreensão »[AA XXV . 2.777]. O Epílogo da Dialética
não vai esclarecer em que sentido esta intervenção da razão está presente em
o mesmo processo de conhecimento que define o uso hipotético da razão,
em virtude da qual a orientação regulatória e sistemática fornecida pelas ideias
tem de ser pressuposto em certo sentido pela sensibilidade. The Anthropologie-
Pillau, imediatamente antes deste trabalho, reconhece esta relação: «la idée
é um conceito racional de intuição ”[AA XXV .2 777]. E esta relação
a sensibilidade às idéias da razão é possibilitada pelo conceito
do Geist: «A vivificação da sensibilidade através da ideia é o Geist» [R
933, υ ? ( ξ ?), AA XV . 1.414]. O interessante é notar que tal ideia de razão,
que deve ser considerado como um antecedente do conceito de ideia estética
AC67, intervém na atividade da imaginação e encoraja sua concordância
com o entendimento através do Geist. O texto citado anteriormente,
em que o Geist foi definido como aquele que traz unidade às faculdades,
continua da seguinte forma:
É, portanto, sobre a unidade geral da mente humana ou, também, sobre
a harmonia entre essas faculdades. Geist é também a vivificação da imaginação.
através da ideia [...]. A ideia é propriamente uma ocupação do entendimento
mento, mas não por abstração, desde então se trata de conceitos.
É sobre o principium das regras [...]. A ideia sempre corresponde apenas
com a unidade dos vários no todo; portanto, contém o principium do que
vários em [Anthropologie-Pillau, AA XXV . 2 782].68

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Assim, pode-se perceber que o desenvolvimento do conceito de hipo-


a teoria da razão presente na primeira Crítica fez uso do projeto
estética e, em particular, as investigações de Kant sobre Geist, na medida em que
qual princípio orgânico que rege a atividade das faculdades no processo
conhecimento subjetivo, fornecendo uma referência ao todo por meio
a produção de ideias.69

66 Anthropologie-Pillau, AA XXV . 2 773: «a razão, isto é, a faculdade do universal, de avançar a partir


as leis particulares que estão contidas neste universal ».
67 Cf. D UMOUCHEL 1999: 229

68 Este texto concorda com a descrição da função Geist que também encontramos em R
949, em que Kant levanta sua crítica a Gerard.
69 Este compromisso com uma concepção organicista da razão e das operações do conhecimento

é explicitamente confirmado em duas Reflexionen próximas aos textos citados. R 945, φ , AA XV . 1


419: «A ideia é (imagem original com a qual uma unidade de conhecimento, produção está relacionada) a
unidade do conceito na medida em que o princípio da determinação do * múltiplo na intuição
corresponde a ele. Todas as partes estão presentes em virtude umas das outras,

Página 203

178 O projeto estético no período próximo à primeira crítica.

Em princípio, a ideia não se refere propriamente a objetos, nem designa um


determinado conceito de compreensão; mas se refere à "ocupação do
compreensão 'e à pressuposição de um conceito sistemático de totalidade
no processo de conhecimento. De acordo com Kant, o Geist, como a ideia es-
no Kritik der Urteilskraft, é aquilo "que dá muito o que pensar" [R
958, u , AA XV . 1 422]. Através desta ideia original,70 o Geist contribui para o
faculdades a unidade prévia que é necessária para o conhecimento, pressupondo
a "unidade no todo", cuja origem só pode estar na razão.71 Kant
ilustra este processo da mente em R 817: «O Geist é o que vivifica
o animo; ou seja, aquilo que coloca sua atividade em um jogo livre ”, que
permite novos insights. Produz uma ideia de forma original, sem
estar previamente nas regras.72 O Julgamento tem a função de determinar este
ideia do que a coisa deve ser e, nesse sentido, supõe uma limitação de
as invenções arbitrárias de engenhosidade e imaginação.73 Assim,
a figura sensível, que é ativamente representada pela imaginação, não
deve contradizer essa ideia [ υ ? ( ρ 3 ? σ 2 ?) κ 3 ??, AA XV . 1.364].74
Considerando que a atividade do Geist pode ter como fim apenas uma vida
vificação das representações do imaginário, que é o que possibilita
sua conciliação com o entendimento, sua atividade pode ser voltada para o
mera produção de belos objetos nas artes, promovendo as condições
de beleza essencial.75 No entanto, dado que através desta atividade o

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o gênio traz unidade aos produtos da imaginação, esta vivificação é
como um animal. / * ( g não são encontrados associados ou montados, mas são produzidos a partir dele. O Geist
encontra-se completamente no todo e completamente em todas as partes) ». Vamos lembrar que, em sua crítica de
Gerard, Kant argumentou que apenas uma definição de gênio como uma organização de faculdades poderia
evite considerar a invenção da imaginação casual ou contingente. R 950, φ , AA XV . 1 421:
“A ideia vivifica a imaginação, e a imaginação ao mesmo tempo vivifica a ideia, isto é, matéria para vivificação; isto é
ou seja, a sensibilidade como vida animal ». Como T ONELLI argumenta , o suporte para essa visão
no modelo do organismo deve ser decisivo no desenvolvimento posterior do projeto estético, em
particularmente, no que diz respeito à teoria das idéias estéticas [1966: 215].
70 Cfr. R 812, υ ? ( ρ 2–3 ? σ 2 ?) κ 3 ??, AA XV . 1 362.

71 R 935, ϕ ? ξ ??, AA XV . 1 415: «A determinação de um todo por meio de um conceito chama-se


ideia".
72 Cf. R 933, υ ? ( ξ ?), AA XV . 1.414; R 829, v , AA XV . 1 370.
73 R 814, υ ? ( ρ 3 ? σ 2 ?) κ 3 ??, AA XV . 1 363s.: «O julgamento é a capacidade de relacionar as ações a um
ideia, como um fim ». R 819, υ ? ( ρ 3 ? σ 2 ?) κ 3 ??, AA XV . 1 365: «O Julgamento é o discernimento do que
é apropriado, ou seja, daquilo que não contradiz a ideia que lhe é dada [...]. O julgamento sensível deve ser
de tal forma que a intuição pode ser exercida de forma concreta, assim como a compreensão saudável [faz] em
tudo o que tem a ver com causas e fins, e não por meio de regras abstratas.
74 R 814, υ ? ( ρ 3 ? σ 2 ?) κ 3 ??, AA XV . 1 363: «Sem uma ideia nenhuma ordenação é apreensível, no

fenômeno careceria, portanto, de um ponto de referência.


75 R 806, σ 2 ? υ 3-4 ? ξ 3-4 ? ( ρ 3 ?) ( ψ 1 ?) χ 4 ??, AA XV . 1 354: «A beleza essencial consiste na conformação

metade da intuição sensível com a ideia, ou também em conformidade com o objetivo desse tipo
subjetivo [sujeito] do conhecimento} que agrada de forma subjetiva [...] ./ O fenômeno {beleza que}, em
na medida em que se conjuga com a ideia, constitui a beleza essencial ». Consulte também R 871, υ 4 ou ?? ρ - σ ??,
AA XV . 1.383; R 896, v , AA XV . 1 387.

Página 204

5.5. Geist e imaginação produtiva 179

por sua vez, a condição que deve ser pressuposta para que a sensibilidade
Coloque suas representações ao entendimento no processo de conhecimento.
Desta forma, esta ação do Geist sobre a imaginação serve de base para que
tanto para a formação de produtos estéticos como para uma «extensão do
conhecimento de compreensão e razão »[R 921a, υ ? ( σ ?), AA XV .1
408].
Como é bem sabido, Kant não incorpora esse projeto estético ao
Dialética Transcendental, apesar de ter usado para aprofundar
dizer sobre uma questão que se pressupõe neste texto, a saber: a possibilidade
de uma intervenção de orientação sistemática e regulatória de um tele-
lógica no processo de conhecer o singular sensível. Esta exclusão
deve encontrar sua origem nos limites impostos pela crítica ao
tensões dialéticas da metafísica leibnitiana-wolffiana.76 Em particular, o
ideia transcendental da unidade da razão apenas nos permite pressupor
hipoteticamente a possibilidade de uma conciliação entre as faculdades, em
Tanto é que uma condição reguladora do conhecimento; mas com ela a crítica não
nos autoriza a oferecer uma descrição positiva de como uma fundação é
O espiritual determina essa organização subjetiva por meio de ideias, cuja validade

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objetivo não parece estar claramente excluído. Embora a exposição Menschenkunde
ne a mesma teoria do gênio a que assistimos, reconhece sua limitação
para o campo das artes plásticas. Como Tonelli e Giordanetti mostraram,
até o final de 1770, Kant sustentou a ideia de que existem ciências do gênio.77 A
a partir desse momento, você começará a duvidar se é possível estender o uso
desta categoria além das artes plásticas. Enquanto o Menschenkun-
de sua indecisão sobre o assunto, a Anthropologie-Mongrovius,
ou seja, a primeira lição claramente subsequente à primeira Crítica, neg-
É absolutamente necessário que haja ciências do gênio [Anthropologie-Mongrovius, AA
XXV . 2 1310s.]78 .

76 No entanto, deve-se destacar aqui a influência especial que a estética e a psicologia do


Leibnicianism no próprio desenvolvimento da concepção de gênio de Kant. Como Kant, S ULZER
Ele já sustentava em 1757 “que o gênio não é uma propriedade da alma, diferente do resto, mas sim que
que domina sobre o resto "[1773: 308], ou que" [o] gênio não é uma capacidade da alma, mas um natural
natureza geral de todas as suas capacidades ”[1773: 308f.]. E esta unidade, que designa a conjunção
e a modificação de "todas as faculdades de conhecimento" [1773: 309], é definida pela Sulzer como um
«Força básica que, segundo a indicação do grande Leibniz, constitui a essência de todas as substâncias e, em
em particular, a essência da alma ”[309]. Ele também observa, como Tetens, que esta «força ativa não
pode ser explicado, mas é percebido e sentido na mente ”[1773: 309, ver também 319].
77 Cf. T ONELLI 1966: 129-31; G IORDANETTI 1995b: 408.

78 Kant considerou a categoria de gênio como o fundamento da invenção na matemática e na


a própria filosofia, e até mesmo a definiu como uma fonte original compartilhada pela ciência em geral,
belas artes e artes mecânicas, enquanto estas requerem invenção. [cf. G IORDANETTI 1995b: 408-11].
Embora essa opinião seja abandonada mais tarde, considere Newton ou Kepler como gênios,
visto que, embora suas invenções pressupõem a imitação que torna possível o progresso do conhecimento,

Página 205

180 O projeto estético no período próximo à primeira crítica.

Apesar do tom psicólogo que caracteriza o corpus da antropologia,


Também parece evidente que o discurso desenvolvido por Kant em sua atividade
professor sofre variações motivadas pelo mesmo desenvolvimento de ideias filosóficas
sophic estabelecido na obra. Assim, após a crítica da metafísica levantada no
Dialética, não podia continuar a se comprometer com uma concepção herdada
da psicologia racionalista e da estética que ia além dos fundamentos
críticos que definem a validade objetiva do conhecimento.
A maioria dos intérpretes está interessada em explicar o significado sistemático
estudioso da Kritik der Urteilskraft reconhece que este trabalho visa repensar
da estética, a teoria do uso hipotético da razão apresentada no Epílogo
ir; mas com isso é geralmente assumido que é necessário falar de um "turno
estética ”no desenvolvimento intelectual após o Kritik der reinen Vernunft,
de modo que Kant não teria percebido o potencial teórico contido
em suas reflexões sobre a estética da época em que trabalhava na redação.
ção da Dialética Transcendental. No entanto, foi mostrado aqui que,
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Já no final da década de 1770, ele se concentrou em seu projeto


estética na problemática que sua teoria do uso hipotético finalmente enfrenta.
razão ética. Não se fala em virar, pelo menos no que diz respeito ao
interesses que impulsionam seu desenvolvimento intelectual e os recursos usados ​para
aprofundar a compreensão a esse respeito. Em vez disso, a única torção que
permitirá repensar a problemática da Dialética Transcendental a partir da
a estética consistirá na solução que permite incorporar o projeto estético
para o sistema crítico.

5.6 Gosto e moralidade: a heteronomia da estética

O modelo orgânico que Kant usa para sua concepção de unidade


a razão não deve ser entendida em termos biológicos. No R 960 ele esclarece
que ele não está preocupado com a "causa física" do gênio, mas com o "principium
formal »que fornece uma orientação para as disposições naturais da mente
[ ϕ , AA XV . 1.423].
Nos textos que estamos atendendo, geralmente se refere à atividade
do Geist em relação ao jogo entre as faculdades conforme determinado por
um fim, uma ideia ou mesmo a vontade. De uma forma mais geral, o Geist

neste caso, é uma imitação do Geist pressuposto nos exemplos e invenções anteriores,
cumprindo assim uma «lei da continuidade» [R 778, π , XV . 1 340]. Kant julgou que o progresso do
A ciência de Newton não poderia residir em uma série de descobertas fortuitas [cf. R 1510, ψ 1-2 ,
AA XV . 2 826s.]. Em particular, a disposição do gênio permite ao pesquisador da natureza
invenção e descoberta na medida em que permite repensar conhecimentos anteriores
segundo uma ideia de totalidade: «O Geist de uma arte ou de uma ciência é um todo, um método sistemático que
contém uma ideia coerente »[AA XV . 2 828].

Página 206

5,6. Gosto e moralidade: a heteronomia da estética 181

é o que traz espontaneidade aos poderes de reflexão. De acordo com o R


945 já referido, este motor não constitui outro corpo docente, mas sim o que
está subjacente a cada uma das faculdades e, como um princípio organizador, determina
isso mina seu relacionamento mútuo em um sentido teleológico. O Geist imanente a
faculdades expressa, precisamente, a causalidade interna que vivifica as faculdades
saber, uma causalidade espontânea que deve ser entendida em certo sentido
Faça prático: «Por“ Geist ”não entendemos propriamente a alma em si, mas
{aquele que} o Geist que, por assim dizer, auxilia nossas faculdades e
inspira para que possamos fazer algo, para que não usemos o esforço
nem de imitação. É o princípio de vivificação de nossas capacidades para
saber »[R 932, ϕ , AA XV . 1413]; ou 'Geist é a vivificação original, que,

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portanto, procede de nós mesmos e não deriva de outra coisa »[R 934,
ϕ ? ξ ??, AA XV . 1 415]79. Kant relaciona este conceito com sua própria teoria de
espontaneidade, considerada tanto no sentido de atividade espontânea
conhecimento como no sentido de espontaneidade prática própria para
a vontade.
Suas reflexões a esse respeito registram o relacionamento próximo
entre as ideias sobre estética e o fundamento espiritual de origem prática.
Com base nisso, sustenta-se a relação do belo com o bem, o
sentimento ou sentimento espiritual, termos pelos quais o
sentimento moral:
O sentimento da vida espiritual [geistiges Lebens] é direcionado ao entendimento
e liberdade, uma vez que neles estão os alicerces do
conhecimento e escolha. Qualquer coisa que concorde com isso é chamada
Nós vamos. Este julgamento é independente da natureza privada do assunto. Se dirige
à possibilidade das coisas segundo nós e consiste na universalidade de
toda agência [...]. Tudo que nos agrada para que dependamos disso
{da} não está em nosso poder e mostra um impedimento para
a vida suprema, isto é, pelo poder de agência, [viz.] tendo um
ele mesmo e seu próprio estado sob sua própria liberdade. Me agrada mais mas, portanto
mesmo, nenhum lugar.
Cada sabor introduz nele [darin setzt] o que provoca satisfação [das
Wolhlgefallende], que apresenta a fonte do afeto sensível [Sinnlichen
rührung] em nossas ações, comparações, produções da imaginação
etc., para que o sabor seja mais refinado. Pois é aí que reside a humanidade, em
que a animalidade se submete ao espiritual.80

79 Veja também R 942, υ ? ξ ??, AA XV . 1 418.


80 Kant se baseia nessa relação entre gosto e moral no contexto de suas palestras sobre antropologia,
que tinha como principal função formar jovens estudantes no desenvolvimento de suas capacidades.
habilidades pragmáticas em qualquer um dos domínios do conhecimento mundano, incluindo lidar com sexo
feminino, como o seguinte texto da Anthropologie-Menschenkunde ilustra: 'Taste alude a certos
leis universais de nossa satisfação sensível, na medida em que esta satisfação está sob
leis universais. Portanto, o talento do paladar não deve ser subestimado; nele um ser humano é mostrado

Página 207

182 O projeto estético no período próximo à primeira crítica.

( s O sentimento da vida é maior no sentimento, mas eu sinto uma vida


maior em vivificação pela agência, e sinto o princípio supremo de
a vida na moralidade [...]) [R 824, υ 4 ? ( µ ? ρ 3 ? σ 2 ?), AA XV . 1.368].

Nesta reflexão, não encontramos apenas uma simples relação externa entre
gosto e moralidade, mas a explicação do primeiro com base na verificação
ção de que esta capacidade da mente expressa a reconciliação da satisfação
e do afeto sensível com o fundamento espiritual da humanidade. Sobre
Nesse sentido, o gosto é mais refinado do que a sensação, refletindo o possível
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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
submissão da natureza sensível ao espiritual. Isso o distingue de
agradável, então, enquanto o último se baseia apenas na sensibilidade
o primeiro é baseado na possibilidade de uma intervenção do intelectual
no sensato. E, a este respeito, o intelectual é definido principalmente em
sua dimensão moral.
Como vimos até agora,81 a experiência do sabor, em
Tanto é assim que a faculdade de julgar na sensibilidade, apresenta uma norma
atividade que idealmente aponta para a totalidade dos sujeitos, não apenas na medida em que
que compartilham a mesma sensibilidade, mas como agentes que têm
a capacidade de julgar. A reivindicação de uma concordância com «o universo
a saliência de toda agência, 'isto é, com uma comunidade de agentes morais
que podem expressar autonomamente seu consentimento ou discordância
no que diz respeito à minha acusação particular, constitui o fundamento final
que Kant irá supor em sua definição do sensus communis:
O sentimento espiritual é devido ao fato de que se sente [empfindet] sua pertença a
um todo ideal [...]. O todo ideal é a ideia fundamental da razão, bem como
sensibilidade que se reconcilia com a razão, e é o conceito a priori da qual
o julgamento que é correto para cada um deve ser extraído. Até o sentimento
moral nos deveres para consigo mesmo é observada na mesma humanidade
e você se julga na medida em que se considera parte da humanidade. o
propriedade do ser humano pela qual ele só pode julgar o particular em
universal é sentimento. Simpatia é algo totalmente diferente e é dirigido
meramente para o particular, mesmo que se dirija a outros; [por simpatia] um
Não está situado na ideia de um todo, mas na situação de outro [R 782, π - σ , AA
XV . 1342, itálico do autor].

Se lermos esta reflexão em conjunto com os textos anteriores, onde está inserida
relação o gosto com o sentimento moral ou espiritual, a primeira coisa que temos
apontar é a proximidade da compreensão da normatividade do ensaio-
moralidade quanto à definição do sensus communis. Na verdade, o

mão refinada, e [isso] forma o coração humano para as propriedades morais. Quando a inclinação
em relação ao outro gênero [Geschlechtsneigung] é dirigido meramente ao prazer, então é apropriado aos animais;
mas, pela arte do gosto, essa inclinação é separada da animalidade. Assim, os refinamentos de gosto
realçar a natureza humana ”[AA XXV . 2 1098].
81 Ver especialmente §§ 5.2 e 5.3.

Página 208

5,6. Gosto e moralidade: a heteronomia da estética 183

O texto atribui essa mesma caracterização ao estado subjetivo de


um fato que se reconcilia com a razão. '82 O requisito de se referir a todos os
sujeitos na acusação do indivíduo não é mais devido ao pressuposto de
uma coincidência de humanos quanto à natureza de seus

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
sensibilidade. Tal ideia só pode residir na razão, na medida em que se refere a
uma totalidade ideal de caráter moral. O julgamento do caso singular apenas
faz sentido na medida em que se refere a essa totalidade. Portanto, o escopo deste
Sua acusação não é determinada por um conceito teórico de caráter
objetivo; em vez disso, aponta para a ideia racional da humanidade, na medida em que sua
objeto moral, que não pode encontrar correspondência na objetividade. Sobre
conexão com este reconhecimento crítico, o texto registra o explícito
Cito o distanciamento de Kant da tradição anglo-saxônica, negando
enfaticamente que podemos confundir a ideia de razão com o conceito
de simpatia. Baseado em uma ideia de razão, meu ato de julgamento
Não está ligado aos outros, mas a um conceito de totalidade que
ele transcende qualquer comunidade geral particular.
A ideia de que o gosto expressa o substrato supersensível da humanidade
será preservado por Kant no Kritik der Urteislkraft, embora não fosse até 1786
encontramos o uso do conceito "supersensível" [Übersinnliches] para definir
nir este fundamento inteligível do ser humano.83 Por um lado, o Geist, em
como fundamento do gosto, é definido como o princípio da causalidade
interioridade, a vivificação ou a finalidade das faculdades, que torna possível a sua
desenvolvimento e conciliação em virtude do conhecimento em geral. Por outro lado
fazer, o Geist expressa, em última instância, a ideia racional de humanidade, em
tanto é assim que uma totalidade ideal à qual devemos nos referir nosso julgamento parcial
particular. Assim, no julgamento estético, não apenas a mediação é expressa
entre o sensível e o intelectual, mas uma mediação entre o saber

82 Com base nessa relação com a moralidade, Kant continua a apresentar sua teoria do gosto na mesma
sentido pragmático e pedagógico que já era defendido na Dissertatio; uma perspectiva que segue
encontrando um lugar na segunda crítica. Enquanto o belo é a "aparência [Schein] do bom"
[Anthropologie-Menschenkunde, AA XXV . 2 1104, ver também R 827, φ 1 , AA XV . 1 369], gosto faz
possível na experiência sensível o desenvolvimento e aprendizagem da virtude. Embora o gosto moral «se concentre
nas intenções, o gosto estético corresponde ao meio de realizá-las »[R 769 π ? ρ 1
ξ ??, AA XV . 1.336]. Pois esta faculdade é um "análogo da moralidade", na medida em que expressa um
cultura da sensibilidade, para que o sujeito julgue para além dos afetos e sensações
do agradável e, neste sentido, segundo um ponto de vista universal [R 1512, ψ 1 , AA XV . 2 837].
83 Em particular, em seus escritos, Was heißt Sich im Denken orientieren? De acordo com S CHWAIGER , Clemens

(2004): «Denken des“ Übersinnlichen ”bei Kant. Zur Herkunft und Verwendung einer Schlüsselkategorie
seiner praktischen Metaphysik ', em N. Fischer (ed.) (2004): Kants Metaphysik und Religionphilosophie,
Hamburgo, 331-45, Kant começou a usar esse termo a partir das disputas contra Eberhard sobre o
problema de panteísmo. Na gênese do conceito de supersensível a partir do conceito de "Geist",
ver também Z AMMITO 1992: 301–305 .

Página 209

184 O projeto estético no período próximo à primeira crítica.

teoria e a ideia supersensível de moralidade que será baseada em

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
do Grundlegung.
Na terceira Crítica, a função de mediação só pode ser desempenhada
dado pelo Juízo estético-reflexivo na medida em que esta faculdade conserva sua
autonomia em relação aos dois extremos que deve colocar em conexão,
saber, conhecimento teórico e finalidade prática. Esta mediação é apenas
possível através de um terceiro componente que por sua vez é autônomo em relação a
no que diz respeito aos extremos a serem relacionados, ou seja, que não é uma mera extensão de
nenhum dos dois. Caso contrário, este novo componente não constituiria
na verdade, um terceiro e precisamente a mesma heterogeneidade seria preservada
entre os dois extremos que se pretendia superar desde o início. A dificuldade
pouco com o qual Kant encontra reside no fato de que a localização atribuída a
a estética nos obriga a pensar sobre sua relação com o conhecimento e a moral; mas
esta relação não pode implicar na perda de sua autonomia e especificidade
na frente dessas duas áreas.
Na Anthropologie-Menschenkunde, ele se refere à estreita relação entre
gosto e moral, no contexto de sua discussão sobre a possibilidade de valorizar
uma utilidade ou conformidade a um fim na natureza: «O belo se encontra em
uma conexão natural com os bons, mesmo quando não são iguais [...]. Isto
o bem não agrada aos sentidos, mas pertence ao julgamento do
motivo »[AA XXV . 2 1100]. Segundo Kant, o belo está em comunicação
com o que está de acordo com o fim, embora, neste caso, ao contrário do
Em termos práticos, a sensibilidade não está focada em uma utilidade particular; de outra forma,
antes, no sentido de que geralmente não contradiz a utilidade.84 É entendido assim
que afirma: «observa-se que aqui existe uma conciliação entre a natureza
e o sabor, entre o bem que a natureza procura produzir e o belo »[AA
XXV . 2 1101]. Na verdade, já verificamos que nesta mesma lição Kant
confirma que uma base objetiva deve residir na natureza que permite
mita garantir a aderência dos outros em nosso julgamento de gosto, que é assim
gerado pela apreciação da simetria e ordem na formação sensível
de um objeto [AA XXV . 2 1097].85 Portanto, fica claro que seu
reflexões ainda não chegaram a um entendimento de como isso é possível
admitir a possibilidade de um propósito meramente subjetivo, como um
força ativa que deve ser pressuposta na subjetividade, de forma independente
de uma base objetiva, isto é, independentemente de um propósito subjacente.
determinado que está por trás da própria natureza. Assim, o julgamento de
gosto não seria especificamente diferente de um julgamento de conhecimento que, em
84 Anthropologie-Menschenkunde, AA XXV . 2 1100: «Se não houvesse a menor relação com o útil
Não poderíamos apreciar a beleza, pelo menos ela não deveria contradizê-la.
85 Ver neste trabalho § 5.2.

Página 210

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5,6. Gosto e moralidade: a heteronomia da estética 185

um sentido indeterminado é responsável por este fundamento último do real. Isto é


Obviamente, esta última ideia não pode ser aceita pelos críticos.
Esta descrição presente na Anthropologie-Menschenkunde salva re
relação com algumas das exposições sobre a finalidade infinita na terceira
Análise. Neste trabalho, "beleza livre" não pode pressupor um conceito de
perfeição ou finalidade interna que serve de base para uma determinação ou
combinação da multiplicidade de representações [KU, V 229]. No
quadro posterior deste trabalho, "a combinação do bem (de acordo com a qual
o múltiplo da mesma coisa é bom segundo o seu fim) com a beleza danifica
pureza de [este último] »[ V 230]. Na definição que encontramos no
Anthropologie-Menschenkunde, no entanto, o propósito ainda é compreendido
precisamente neste último sentido, no que se refere à beleza, embora não deva ser
para um propósito particular, pressupõe que as partes sejam conformadas de tal maneira
que tudo tem a finalidade de utilidade ou, pelo menos, não contradizê-la, embora não
se é um utilitário particular ou específico. Esta definição vai além
do conceito crítico de finalidade infinita. Que o fim suposto pela beleza seja
indeterminado e não direcionado a uma utilidade particular não significa que o
o propósito não é, em última análise, entendido em um sentido objetivo.
A exposição Anthropologie-Menschenkunde representa um antecedente
da teoria do interesse intelectual da razão pela beleza da natureza.
natureza que será tematizada na Kritik der Urteilskraft. No entanto, não há
esqueça que Kant ainda não realizou sua fundação do
hábito moral. Na terceira Crítica, embora reconheça a analogia entre
beleza e sentimento moral, admite-se que não é possível oferecer provas
parte dessa conformidade entre a natureza e o bem. A possibilidade de
Essa conformidade deve ser admitida a priori, mas o conhecimento não pode
determinar positivamente a natureza de acordo com conceitos racionais. Sim em-
No entanto, parece difícil então compreender a validade crítica da tese defendida.
mesmo no Kritik der Urteilskraft segundo o qual a beleza, embora em certo sentido
indeterminado, 'nos mostra um traço ou indiretamente sugere que
[a natureza] contém algum fundamento "que concorda com a razão. PARA
Apesar de a exposição na obra não se identificar com o conceito de
que estamos atendendo no momento e Kant se esforça para apresentar
suas teses em um sentido crítico, parece que essas seções da terceira Crítica
ca continuar a elevar o significado sistemático da estética do mesmo
quadro encontrado na Anthropologie-Menschenkunde: a função do sistema
temática da beleza da natureza, pela qual se expressa uma mediação
entre a natureza e a razão, é porque a beleza se mostra, embora em um

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186 O projeto estético no período próximo à primeira crítica.

sentido indeterminado, que a realidade concorda em um sentido objetivo com


as reivindicações da razão.
Na verdade, no Kritik der Urteilskraft podemos encontrar diferentes
concepções e estratégias argumentativas voltadas para pensar sobre o significado
sistema sistemático de estética, que Kant desenvolverá em diferentes tempos de
sua trajetória intelectual e, infelizmente, estão presentes na
diferentes seções da obra, apesar de sua dissonância cronológica.
A partir de um estudo histórico-evolutivo do desenvolvimento do projeto
estética é possível detectar qual dessas concepções corresponde a uma
primeira vez. Em particular, a concepção de interesse intelectual
da beleza natural, que encontra seu principal antecedente nos textos
que agora analisamos, é levantada por Kant antes de ter encontrado um
solução para a justificação do gosto como um caso exemplar do Julgamento
reflexivo. Na verdade, a relação com o julgamento reflexivo não vai jogar
um papel no § 42 da terceira Crítica, onde esta concepção do
interesse intelectual pelo belo. Porém, na última parte deste trabalho
Será argumentado que apenas dentro da estrutura da teoria do julgamento reflexivo pode
cumprir a análise e crítica de julgamentos estéticos de gosto uma função
sistemático. Só isso permitirá a Kant encontrar a mediação entre a razão
razão teórica e prática, como mediação subjetiva entre o uso prático
co e o uso teórico dos poderes, e não como mediação objetiva, se
bem indeterminado, entre natureza e razão.
Certamente, a concepção do interesse intelectual do belo
no Kritik der Urteilskraft não cessa de supor um afastamento de
para a posição que pode ser reconstruída a partir dos materiais com os quais você economiza
nós cuidamos disso. No texto citado da Anthropologie-Menschenkunde
afirma que o belo está de acordo com 'o bem que a natureza tenta produzir.
duir 'e não é apenas que podemos pensar na natureza neste
senso. Esta afirmação positiva sobre como a natureza é especificada em
virtude dos interesses de nossa razão não pode ser justificada, nem de
filosofia teórica, nem da filosofia prática da crítica, bem como
co a afirmação: «O entendimento deve saber o que é bom e estar em conformidade
com o ardor da razão, para poder atendê-lo. Movimentos de humor
os mais nobres causam o maior dano quando não se submetem à razão »
[Anthropologie-Menschenkunde, AA XXV .2 1116]86. Parece evidente que o
gosto, que está entre esses movimentos mais nobres e refinados da mente,
supõe algum tipo de acesso cognitivo ao bem.

86 Kant também defende que na beleza essencial ou original «a compreensão parte da experiência,
por assim dizer, o fim da natureza ”[R 1814, µ - ν ? ( ξ - σ ?), AA XVI 125].

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5,6. Gosto e moralidade: a heteronomia da estética 187

Verifica-se, assim, que as reflexões sobre o problema estético transgridem


dar os limites da crítica na medida em que Kant não encontrou um
solução para justificar a validade específica do julgamento estético. Se o gosto, por
por um lado, expõe as condições do julgamento pressuposto
em geral no conhecimento; mas, por outro lado, encontra seu fundamento
último na razão prática, cuja validade é objetiva, então devemos
admitir que o julgamento de gosto supõe, em algum sentido indeterminado, um
conhecimento teórico da finalidade da natureza. Seria tratado adequadamente
de uma intervenção da legislação objetiva da razão prática no conhecimento
fundamento teórico da natureza, ou seja, de uma razão que não apenas legisla
sobre a ação no campo da experiência, mas pode conhecer o real
de meras idéias. Pelo menos desde 1781, esta tese não pode ser justificada.
dá nem defendido por críticas.
No próximo capítulo vamos nos concentrar em incorporar o projeto
estética para o sistema crítico. Esta incorporação significará a possibilidade de
retomar o sentido sistemático do gosto, como mediação entre
o sensível e o supersensível, ou entre a razão teórica e a razão prática, embora
dos limites da crítica, precisamente do reconhecimento do
autonomia do campo estético dos campos objetivos nos quais
a razão pode legislar a priori com significado.

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213

III

O significado sistemático da crítica do gosto

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Página 216
215

Capítulo 6

A crítica do julgamento reflexivo no sistema de


razão

6,1 introdução

No capítulo anterior, verificamos que no período próximo


para a primeira edição do Kritik der reinen Vernunft Kant continua a se concentrar
em suas indagações sobre o problema estético, e que o desenvolvimento de tais
investigações são condicionadas pelas variações que ocorrem no nível
da obra. Em particular, nos materiais não publicados Kant investiga
em problemas e temas que ainda estavam em aberto na primeira Crítica.
Sua concepção estética é especialmente articulada em torno da problemática
da sistemática que emerge da Dialética Transcendental. O que mais,
Por meio do conceito de beleza, Kant tematiza o problema da relação sistêmica
temática entre natureza sensível e razão pura. No entanto, este significado
sistemática é levantada justamente em detrimento da autonomia do julgamento
de gosto. Embora a estética seja colocada em relação ao problema de que
verá a concepção do Julgamento reflexivo no Kritik der Urteilskraft, Kant
você ainda não tem uma solução que permita estabelecer esse aspecto subjetivo
da Sentença independentemente dos elementos que, propriamente, pertencem ao
aspecto objetivo-determinante da compreensão e da razão.
Neste capítulo, vamos nos concentrar em uma compreensão da estrutura teórica
a partir do qual o projeto estético desempenha sua função sistemática em re-
relação com a teoria kantiana da racionalidade. A este respeito, antes de mais nada
Em segundo lugar, é necessário compreender as variações que determinam a incorporação de
este projeto para o sistema crítico, de acordo com os limites estabelecidos
desde os fundamentos da crítica [§ 6.2]. Este entendimento deve enfocar
Trata-se de duas questões principais: por um lado, as variações devem ser detectadas
princípios teóricos que levam à descoberta de princípios de gosto a priori [§

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Página 217

192 A crítica do julgamento reflexivo no sistema de razão

6.2.1]; Por outro lado, as razões pelas quais a crítica da


gosto derivado de tal descoberta irá transformar progressivamente
em uma crítica transcendental do Julgamento reflexivo, que responderia ao
Problema da sistemática da razão que emerge do trabalho crítico [6.2.2].
A reconstrução histórico-evolutiva defendida neste trabalho tem a oferecer
uma base de interpretação para a compreensão do significado sistemático de
a crítica do gosto na Kritik der Urteilskraft. Para a definição do as-
aspectos fundamentais de tal função de crítica, este capítulo irá abordar
tanto para o Erste Einleitung como para a introdução definitiva da obra. A partir de
da análise desses textos, será necessário definir os aspectos fundamentais da
O problema da sistemática, conforme colocado na terceira das Críticas
cas [§ 6.3]. Em segundo lugar, deve-se entender por que a crítica do Julgamento,
longe de consistir meramente na análise e fundação de um ter-
Esta faculdade de saber desempenha um papel crítico em relação a este
problema, proporcionando assim a conclusão do sistema crítico [§ 6.4].
Por fim, será argumentado que a crítica do Julgamento cumpre seu sentido
sistemático, na medida em que é especificado na análise e fundamentação do
caso exemplar de julgamentos estéticos [§ 6.5]. Isso oferece uma ampla
entendimento geral que servirá de base no último capítulo deste trabalho
para a interpretação da crítica de gosto no corpo da obra, como
qual é o fundamento último do sistema crítico de racionalidade.

6.2 Incorporação do projeto estético ao sistema crítico

Neste capítulo iremos verificar que a solução em relação à busca


restos de princípios a priori para o gosto Kant encontra no meio de
década de 1780. Isso pode parecer estranho se você descobrir que seu primeiro
afirmação sobre a possível incorporação da crítica do gosto ao sistema de
filosofia transcendental data do final de 1787. No entanto, uma primeira
fundamental para interpretar a gênese da terceira Crítica deve residir em
a recusa em encontrar um determinado momento em que Kant delineia e
definitivamente levanta o plano deste trabalho. As Gior-
gio Tonelli1, tal plano simplesmente não existia como um projeto unitário,
ordenado e definitivo que Kant teria usado desde o início em
um sentido programático para a escrita de sua obra. A extensão, o com
posição, estrutura, unidade e, com isso, o significado sistemático do

1A obra historiográfica de Giorgio T ONELLI 1954 oferece o estudo mais detalhado sobre a forma.
mação da terceira Crítica, com base na análise comparativa da correspondência e da
dos conceitos mais relevantes contidos neste trabalho. Um estudo sobre a gênese da Kritik der
Urteilskraft também é encontrado em S OURIAU 1926: 72ss.

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Página 218

6,2 A incorporação do projeto estético ao sistema crítico 193

Kritik der Urteilskraft foi sujeito a evolução e variações durante o


processo de escrita em si. A terceira das Críticas é, portanto, um
exemplo claro da tese do patchwork, que já permitia explicar o transtorno
na estrutura do Kritik der reinen Vernunft.2
Ao focar na gênese da Kritik der Urteilskraft, uma vez que incorpora
ção da crítica do gosto à filosofia transcendental, temos que distinguir
desde o início entre os diferentes aspectos deste projeto que se inter-relacionam
Eles se relacionam no nível temático. Por um lado, a terceira crítica expõe a
A posição definitiva de Kant sobre o problema da validade do gosto. o
a teoria do gosto só pode fazer parte da filosofia transcendental na medida em que
que esta faculdade tem princípios a priori. A este respeito, a reflexão
Kant oferece uma crítica do gosto. Em segundo lugar, considera que
a análise de tais princípios pressupostos no julgamento de gosto faz
Eu manifesto precisamente as condições subjetivas e transcendentais que governam o
dimensão reflexiva do Julgamento em geral. Enquanto o link entre
o gosto e o problema da acusação já são apreciados na maioria
no início de sua evolução intelectual, essa conexão deve ser fundada
em sua compatibilidade com a teoria crítica do Juízo determinante
toma conta do Kritik der reign Vernunft. A este respeito, a crítica do gosto é
uma crítica do Julgamento em geral. Finalmente, a crítica de gosto contém um
significado filosófico no quadro da fundação e sistematização de
unidade da razão, na medida em que fornece a mediação crítica entre o que é
sensata e racional, ou entre a razão teórica e a razão prática. Para esta resposta
pecto, a crítica do gosto constitui a última etapa da fundação
crítica da racionalidade.
Bem, embora esses três aspectos estejam intimamente relacionados
inter-relacionados tanto no desenvolvimento intelectual que leva ao terceiro
A crítica como na exposição finalmente consubstanciada nesta obra, sua articulação
respectiva aplicação no processo de formação deste texto não tem lugar de
simultaneamente. Assim, descobriremos que as seções que
têm diferentes períodos apresentando uma dissonância temática em
Quanto ao tratamento dos aspectos mencionados e sua inter-relação
sistemática, ou seja: uma dissonância cronológica em relação ao
processo intelectual de formação da obra será apresentado ao leitor como
dissonância no nível temático entre as diferentes seções que compõem o
nen.

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2 Sobre o modo de composição das obras de Kant, ver H INSKE , Norbert (1965):
"Zur Geschichte des Textes", em I. Kant: Erste Einleitung in die Kritik der Urteilskraft. Faksimile und
Transcrição, Stuttgart e Bad Cannstatt, III - XII : III .

Página 219

194 A crítica do julgamento reflexivo no sistema de razão

Segundo a correspondência, a redação da obra já começou a terminar.


no final de 1787, como evidenciado pela conhecida carta a Reinhold de
No final de dezembro. Este documento também contém a primeira declaração
A declaração explícita de Kant das etapas que o levaram a lidar com um
Terceira crítica, bem como sobre o conteúdo da obra e sua localização
no sistema crítico:3
[H] surgiu em mim a convicção de que, no futuro, não irei apenas encontrar coerência
presença em qualquer outra empresa, mas também que, se não fosse
saber usar o método de pesquisa em relação a algum objeto.
tio, é legítimo para mim dirigir minha atenção para aquele esboço dos elementos
do conhecimento e suas respectivas forças mentais para obter resultados
que eu não esperava. Da mesma forma, agora lido com a crítica de gosto,
na ocasião em que descobri um novo tipo de princípios diferentes de
o de cima. Pois existem três faculdades da mente: faculdade de conhecer, sentir
sensação de prazer e desprazer e capacidade de desejar. Pela primeira eu encontrei
princípios a priori na crítica da razão pura (teórica); para o terceiro fa-
educado, na crítica da razão prática. Eu também procurei por eles no segundo
corpo docente e, embora em princípio fosse impossível, a sistemática
ofereceu a análise das outras faculdades que mencionei [...] permitiu-me
É fácil encontrá-los. Portanto, agora reconheço três partes da filosofia,
cada um com seus princípios a priori, que podem ser satisfeitos, determine-
fazer simultaneamente com segurança o escopo de conhecimento possível de cada tipo
—Filosofia Teórica, Teleologia e Filosofia Prática, das quais a segunda, na-
estruturalmente, é apresentado como o mais pobre em fundamentos de determinação
a priori. Espero ter um manuscrito sobre isso até a Páscoa, com o título
"Critique of Taste", embora ainda não esteja pronta para imprimir [An Reinhold, 28.
ou. 31 de dezembro de 1787, AA X 513].

O significado dessas declarações só pode ser ilustrado a partir de um


reconstrução do caminho que levou Kant a esta nova etapa de sua
desenvolvimento intelectual.4 Notemos agora, no entanto, os pontos principais
empalidece o texto que deve receber nossa atenção. Em primeiro lugar, o título
da obra anunciada não corresponde àquela que o Kri-
tik der Urteilskraft. O projeto parece ser destinado a uma das partes de
3A primeira notícia do projeto de uma obra dedicada à crítica de gosto encontra-se em um
carta de J. Bering a Kant de 28 de maio de 1787, indicando que uma «[f] undamentação da Crítica
de gosto ”apareceu nos catálogos da feira de Leipzig [Von Bering, 28. Mai 1787, AA X 487]. A esta

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fundamento da crítica do gosto é referido pelo próprio Kant em 25 de junho [An Schütz, 25. Juni 1787,
AA X 490]. Ele afirma que um "fundamento da crítica do gosto" será seu próximo projeto após
a próxima remessa da segunda crítica à imprensa. Neste ponto, continuamos a reconstruir o
correspondência feita por T ONELLI 1954.
4 Deve-se ter em mente que na segunda edição do Kritik der reign Vernunft, em 1787,

Kant também modifica sua posição em relação à crítica do gosto, tal como foi levantada em A 21
da Estética Transcendental [ver neste trabalho § 4.2.2]. Em B 36 [ II 70] é especificado que as regras de
aquelas que faltam à crítica do gosto são regras determinadas, ou seja, regras particulares que servem para o
acusação. A partir disso, fica em aberto a possibilidade de propor regras gerais de caráter não específico.
prescritivo; no entanto, Kant ainda pensa que isso teria um significado psicológico.

Página 220

6,2 A incorporação do projeto estético ao sistema crítico 195

que compõem o texto publicado em 1790, a saber, a crítica do gosto. Sobre


em relação a esta parte, em segundo lugar, Kant anuncia Reinhold para o primeiro
apenas a descoberta de princípios a priori diferentes dos conteúdos
nas avaliações anteriores.5 Esses princípios são descobertos "ocasionalmente"
da crítica de gosto e referem-se a uma das faculdades da mente, a saber,
a sensação de prazer e desprazer. Kant não se aprofunda na maneira específica
Eu especifico como esses princípios foram justificados; mas abre o caminho
que o levou à sua descoberta: de acordo com a analogia com o
estratégia seguida na fundação das categorias, não prestando muita atenção aos
objetos, mas sim os elementos subjetivos de seu conhecimento e
as faculdades envolvidas nele. Parece ser esta última exigência - a atenção
nas faculdades da mente - aquele que desempenha o papel principal, na medida em que é
afirma que a descoberta dos princípios da sensação de prazer é a
O resultado de ter focado a atenção na sistemática que emerge do
análise da faculdade de saber e da faculdade de desejar. Terceiro, deste
Desta forma, a crítica do gosto torna possível uma terceira parte da filosofia, a saber,
teleologia, que seriam as mais pobres em relação aos princípios determinantes
a priori.
Neste trabalho, será argumentado que já em 1784 Kant descobriu a estratégia
teoria pela qual fundam os princípios a priori do gosto, apesar do fato de que
é preciso esperar até 1787 para verificar seu plano de redação de um novo
trabalho ou, pelo menos, a notificação deste projeto para Reinhold. Na verdade que
Kant se refere a uma "Crítica do Gosto" em vez de uma "Crítica do Julgamento"
mostra que, mesmo em 1787, ainda não atingiu a maturidade
sistemática do seu projeto.
Com base nesta descoberta preliminar, primeiro abordaremos o
descoberta de uma solução crítica em relação ao problema de
clareza dos julgamentos de sabor. Mais tarde, vamos nos concentrar na questão
como a crítica do gosto será progressivamente considerada por Kant como

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
Eu sou um crítico do Julgamento em geral, como sua primeira solução de 1784
adquire sentido no contexto do projeto de uma sistematização do
razão teórica e razão prática, uma vez que o princípio descoberto é definido
a em 1784 de acordo com o conceito de supersensível.

5 A veracidade desta afirmação de Kant a Reinhold deve ser questionada, uma vez que
no início da década de 1770, ele já admitia explicitamente a possibilidade de
priori do gosto; veja a este respeito o § 2.6 deste trabalho. Como H INSKE apontou ,
às vezes é aconselhável interpretar declarações autobiográficas com cautela
de Kant, na medida em que em sua correspondência ele às vezes tenta apresentar
sua própria evolução intelectual vis-à-vis seus contemporâneos em um sentido que nem sempre é
corresponde ao desenvolvimento real pelo qual seu pensamento passou [1995: 104-106].

Página 221

196 A crítica do julgamento reflexivo no sistema de razão

6.2.1 A descoberta da prioridade do gosto

Como observado, a carta a Reinhold indica que a descoberta de um


solução que permite fundar os princípios do gosto reside na sistemática
que emerge da análise das faculdades da mente.6 The Erste Einleitung
esclarece em que consiste essa alusão à sistemática [EE, V 183s.]. Kant afirma
que uma conexão entre o corpo docente pode ser conhecida em um sentido empírico
saber, a sensação de prazer e a capacidade de desejar. No entanto, em
ambos empíricos, essa conexão ainda não é pensada em um sentido sistemático.
co. Agora, a filosofia prática fundou a priori a possibilidade de um
ligação necessária entre a sensação de prazer e a faculdade de desejo,
quando conectamos um conhecimento a priori, ou seja, o conceito racional de
liberdade, com a faculdade do desejo, como base de determinação
ção do primeiro, e também achamos subjetivo nesta determinação
nação objetiva um sentimento de prazer contido na determinação
da vontade [ V 183].

De acordo com Kant, isso ainda não mostra uma conexão a priori entre sentimento
mente e a faculdade de saber, uma vez que na declaração acima mencionada o sentimento
Em vez disso, segue-se da faculdade da vontade, na medida em que tem uma influência
sobre minha subjetividade. No entanto, isso fornece um ponto de partida
a partir do qual encontrar, em geral, a validade a priori de um sentimento como
aquele relacionado ao aspecto subjetivo das faculdades da mente em geral
ral. Assim, da mesma forma que no caso do sentimento moral,
a validade a priori do sentimento estético pode ser reconhecida se for interpretada
tal sentimento como o efeito ou expressão da atividade das faculdades
saber sobre minha subjetividade sensível.

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
[A] uma explicação desse sentimento em geral, sem considerar a diferença em
se na medida em que acompanha a sensação dos sentidos, reflexão ou
determinação da vontade, deve ser transcendental [...]. É facilmente visto que
prazer ou desprazer não podem ser explicados por si mesmos, uma vez que não podem
não são nenhum tipo de conhecimento [...], e também não querem ser entendidos,
porque eles são sentidos [gefühlt], então eles só podem ser explicados meramente
pela influência que uma representação exerce, por meio desse sentimento, sobre
a atividade das forças da mente [ V 208s., itálico do autor].

Tão abrangente, esta explicação da possibilidade de um


Este sentimento se abstrai da questão de saber se tal sentimento acompanha
particular aos sentidos, à reflexão ou à faculdade do desejo. Em cada caso,

6 Em seu comentário sobre essa carta, M ENZER [1952: 109f.] Não se concentra adequadamente nas faculdades
da mente, mas em seus conceitos a priori, ou seja, o conceito de natureza e o conceito de liberdade.
Mas, de acordo com Kant, a solução não é dada pela relação sistemática entre tais conceitos, mas sim
pela relação sistemática entre as faculdades da mente.

Página 222

6,2 A incorporação do projeto estético ao sistema crítico 197

Não se trata de um conhecimento que pode ser explicado de uma determinada maneira
por meio de conceitos, mas só podem ser interpretados se atenderem a
Mostramos como o humor do sujeito é afetado. Desta forma, as faculdades do
humor têm em comum que não podem ser determinados apenas em um sentido
objetivo, mas também pode ser acompanhado por uma sensação de
a, como modificação subjetiva. Assim, o sentimento não é apenas um
faculdade da mente mais, mas expressa o aspecto subjetivo que pode ser
Orçamento sistematicamente no clima. O sentimento é o sistemático
da faculdade de conhecer e da faculdade de desejar, uma vez que o crítico aprecia
que ambas as faculdades têm uma dimensão subjetiva.
É óbvio que na terceira Crítica Kant conectou o problema
da fundação do sentimento estético com a estratégia argumentativa
que havíamos detectado no nível do trabalho no Grundlegung e no Kritik
der praktischen Vernunft.7 Pode-se demonstrar que este tipo de argumento e,
com isso, o principal ponto de partida a partir do qual se utiliza a crítica de gosto
anunciado em 1787, já está presente nas suas investigações perto de
1784.8 Se também levarmos em conta que a redação do Grundlegung
termina em setembro do mesmo ano [AA IV 628], então podemos
note que Kant já tinha neste período as principais condições
no qual seu futuro fundamento de gosto será baseado. Esta variação
em seu desenvolvimento intelectual pode ser esclarecido a partir de uma análise do R
988:

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
Como é possível um julgamento objetivamente válido que, no entanto, não seja determinado?
acabado por um conceito de objeto?
[...] [Isso é possível] [se o julgamento expressa a relação {de} de todas as faculdades
graus de conhecimento em conformidade {em geral} para o conhecimento de
um objeto em geral e, portanto, apenas a promoção recíproca das forças de
conhecer uns aos outros, assim como isso é significado. Bem, nesse caso, nenhum conceito de
qualquer objeto produzirá tal sentimento {deste tipo}, mas apenas conceitos.
Quando o julgamento se refere ao objeto ( g {mas não} e apenas por meio da mediação do
conceito deste último em relação ao sujeito), mas o que torna este julgamento necessário
Não é um conceito definitivo sobre qualquer objeto, nem é
sobre qualquer relação com o assunto determinável de acordo com as regras ( g do conceito),
então [o julgamento] deve se referir ao objeto em geral por meio da mediação de
forças da mente do conhecimento em geral. Bem, então o que contém
o fundamento do julgamento não é um conceito determinado, mas apenas o
sentindo-se de um movimento de ( g todas) as forças de saber que lata
ser comunicado.
O prazer é para [um] julgamento, não para o seu objeto.

7 Veja neste trabalho § 4.7.2.


8A Anthropologie-Mongrovius também indica a relação sistemática entre as faculdades do
mo: "A faculdade de desejar pressupõe sentimento e este [pressupõe] conhecimento" [AA XXV . 2 1334].

Página 223

198 A crítica do julgamento reflexivo no sistema de razão

As forças de conhecimento são engenhosidade e imaginação, na medida em que são


em conformidade com o entendimento. O Julgamento é apenas a faculdade que possibilita o
coincidência {de} de ambos ( g em um caso) em concreto [...].
O prazer é geralmente a sensação de promoção da vida; [...] [o prazer]
da promoção da vida no jogo das forças do saber em geral é denominado
gosto meu [...].
Não pode ser entendido em nenhum caso a partir de conceitos do objeto se para um julgamento
cio ou uma representação em geral irá acompanhá-lo com prazer; mas é verdade
em um sentido analítico que, se a liberdade intervém como uma propriedade de
vai, isso vai ser um prazer. Da mesma forma: não pode
vire a priori se um certo tipo de conhecimento produzirá prazer; mas continua
por si só, se o próprio conhecimento tem motivos [Triebfedern] [o]
um prazer no movimento das forças do saber, isso vai provocar prazer,
independentemente de as sensações serem agradáveis ​ou desagradáveis ​[R 988,
ψ 2 , AA XV . 1 432s.].

A questão com a qual este texto se abre não se limita a aludir ao problema
da validade dos julgamentos de gosto em particular, mas de cada ato de
acusação em que uma reivindicação de validade é expressa sem ele,
No entanto, pode ser baseado na determinação fornecida anteriormente
para um conceito. Para a questão de como um julgamento que
não é previamente determinado por um conceito também afeta o

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
problema sistemático com o qual qualquer tentativa de substanciar
do Julgamento, a saber: como justificar a racionalidade da atividade para a qual
É uma questão de formar um julgamento sobre uma pessoa em particular quando ainda não há
conceito universal ao qual está subsumido e, consequentemente, de qualquer regra que
permite decidir a priori sobre a correção objetiva do julgamento que resulta
deste ato subjetivo de acusação.9
No entanto, R 988 continua a se concentrar no caso exemplar do julgamento de
gosto e ainda não mostra a articulação de uma teoria do Julgamento reflexivo.
Na próxima seção, enfocaremos esse desenvolvimento; nestes momentos,
estamos interessados ​em atender aos aspectos fundamentais da variação que
R 988, principalmente no que se refere à provisão do caminho crítico
a partir da qual se enfrenta o problema da acusação em geral.
Kant argumenta que a solução para a questão colocada deve ser construída por
partindo da compreensão de que um sentimento não pode ser fundado em um
conceito, uma vez que este, por sua vez, produziria outros conceitos, ou seja, conhecimento
sentimentos, e não um sentimento de prazer. O final do texto revela
que sua reflexão é baseada na mesma linha de argumento que encontramos
no Grundlegung e que é totalmente desenvolvido na segunda Crítica:
de um conhecimento sobre o objeto de acordo com conceitos, ele não pode ex-
9 Sobre o reconhecimento do problema da acusação na filosofia de Kant desde 1770,
veja o capítulo 1 deste trabalho.

Página 224

6,2 A incorporação do projeto estético ao sistema crítico 199

ser explicado a priori como uma representação está relacionada em um julgamento a um


sentindo-me. Mas se a determinação da liberdade está relacionada com a vontade
tad - o que não é apenas razão - como base de determinação - algo que
devemos assumir a priori, mas que não podemos explicar cognitivamente
te-, então podemos inferir apodicticamente que o sentimento de que
acompanhando esta determinação está a expressão dessa relação entre os
tades, como uma determinação subjetiva que acompanha a determinação
objetivo da liberdade. Da mesma forma, não podemos determinar a priori,
de conceitos, a quais julgamentos de gosto em representações singulares
Eles serão acompanhados por uma sensação de prazer, algo que Kant já havia observado desde
início da década de 1770. No entanto, no caso de um sentimento
universalmente comunicável acompanha um julgamento sobre uma representação
singular, sem que seja determinado por um conceito, então «decorre de
por si só "que este" julgamento expressa a relação {de} de todas as faculdades do
conhecimento em conformidade {em geral} para o conhecimento de um objeto
em geral e, portanto, apenas a promoção recíproca das forças do saber
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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto

uns com os outros, assim como isso é significado. Bem, o sentimento só pode e deve ser
entendida como a expressão sobre o espírito dessa atividade subjetiva do
faculdades de saber, como uma condição subjetiva de conhecimento em
em geral.
Farei duas observações em relação a este argumento. Primeiro
Em segundo lugar, ele mantém uma estrutura semelhante à já utilizada por Kant com relação a
ao sentimento do belo no período da Dissertatio. Ele apreciou então
que as leis da sensibilidade não podiam assegurar a validade do gosto naquele momento.
critérios discursivos de acusação. Ou seja, pode-se admitir que, se
algo agrada com uma reivindicação de universalidade, isso porque tal prazer é
fundada nas leis da sensibilidade que permitem o conhecimento sensível,
na medida em que este prazer só pode ser devido ao que é universal no
sensibilidade. As leis da sensibilidade não serviam, portanto, de critério.
campos de julgamento; mas eles foram considerados como os alicerces que
eles asseguram a validade de um julgamento de gosto.10 É precisamente esta estratégia argumentada
, que é recuperado no texto citado de R 988. No entanto, em
o período da Dissertatio, o que foi expresso pelo sentimento foi precisamente um
fundamento a priori inerente à mera sensibilidade, cuja validade era inter-
também pretendido em um sentido objetivo, a saber: as formas puras do espaço
e o tempo que possibilitou um conhecimento sensível não discursivo. Para o
Portanto, esta solução teria que se tornar obsoleta após o Kritik der reen Ver-
nunft, uma vez que um julgamento sensato de validade objetiva deve exigir a intervenção

10 Veja neste trabalho os §§ 2.3, 2.5 e 2.6.

Página 225

200 A crítica do julgamento reflexivo no sistema de razão

discursiva e determinante de um conceito de compreensão, que, segundo


o texto mencionado, produziria conhecimento objetivo ao invés de
de um sentimento subjetivo. Com isso, a R 988 já inclui no projeto es-
a demarcação crítica entre julgamentos de conhecimento e julgamentos
estética, como meramente subjetiva. Assim, em 1784, o sentimento não
expressa uma condição objetiva de conhecimento; mas, sim, uma condição
ção subjetiva, em cujo significado transcendental e sistemático ele irá aprofundar
Kant até 1790. Em relação à possibilidade futura de uma crítica transversal
cendental de gosto, descobre que um sentimento, embora seja percebido
pelo sujeito em seu sentido interno, não é devido a um em-
humor pírico ou sensível, mas pode ser interpretado como uma expressão de
uma base de conhecimento a priori. É assim que saboreia e, com isso, o

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
Julgamento, pode ser considerado na Kritik der Urteilskraft como faculdades
pertencentes ao sistema da razão, na medida em que pressupõem princípio
pios a priori que se revelam no próprio sentimento estético.
E essa variação é possibilitada pelos escritos morais de Kant. O Kritik
der praktischen Vernunft colocou isso claramente: 'aqui a sensibilidade não é
tratada apenas como uma faculdade de intuição, mas apenas em
tanto aquele sentimento (que pode ser uma base subjetiva para querer) »[ IV
214, itálico do autor]. Com isso, Kant abre um caminho para pensar sobre o relacionamento
entre a sensibilidade e a razão que não supõe determinar o racional a partir
conteúdo empírico ou sensível de origem objetiva.onze

11 Encontramos na obra de G IORDANETTI , Piero (1999): «Kants Entdeckung der Apriorität des
Geschmacksurteils. Zur Genese der Kritik der Urteilskraft ”, em D. Falcioni et alii (1999): Aufklärung und
Interpretação. Tagung aus Anlaß des 60. Geburtstags von Reinhard Brandt, Würzburg, 171-96, uma explicação
cação da descoberta da prioridade dos julgamentos de gosto a partir da relação com o tratamento
de sentimento moral em escritos morais. Concordo com sua defesa de que o R 988 marca uma virada
com respeito ao fundamento crítico da prioridade do gosto. No entanto, a estratégia argumenta
tativo pelo qual a necessidade de um sentimento é fundada na medida em que só pode ser interpretado como
expressão subjetiva de uma fundação a priori não aparece pela primeira vez no Grundlegung, assim como
argumenta o autor, mas também é o ponto de partida de Kant em suas indagações sobre o belo na
materiais do Nachlass e do Vorlesungsnachschriften até 1773. Portanto, eu não compartilho a reivindicação do
autor segundo o qual «Kant verbindet hier zum ersten Mal in der Entwicklung seiner Ästhetik die Defini-
tion der Lust als Beförderung des Lebens mit der apriorischen Lust am Schönen: Lust ist Beförderung des
Lebens im Spiel der Erkenntniskräfte. Die Beförderung ist hier ein selbsttätiger Prozeß, dessen Ursache
nicht in einem äußeren Impuls zu sehen ist »[2001: 182]. Bem, já no período próximo à Dissertatio
gosto poderia reivindicar validade na medida em que fosse visto como uma expressão da promoção e do alívio de
a vida segundo um fundamento a priori de tipo gnoseológico e subjetivo, a saber, a coincidência
leis de sensibilidade e perfeição lógica que o entendimento requer para o conhecimento. Contra
a evidência fornecida pelo Vorlesungsnachschriften deste período inicial, Giordanetti nega no ar-
artigo citado que Kant alguma vez defendeu nesses materiais a possibilidade de princípios a priori
de gosto [ver a este respeito G UYER 2003: 136s., bem como neste trabalho §§ 2.3, 2.5 e 2.6.]. Põe-se
manifestando assim o interesse histórico do "pré-crítico" Kant precisamente como um instrumento para
para entender Kant crítico, uma vez que uma peculiaridade é observada que deve ser mantida em mente no
estudo do desenvolvimento intelectual deste pensador, a saber: o eventual retorno a posições ou argumentos
abandonados inicialmente a fim de fazer uso deles a partir de uma estrutura diferente da inicial - um

Página 226

6,2 A incorporação do projeto estético ao sistema crítico 201

Em segundo lugar, a reflexão citada apresenta uma virada subjetivista com


quanto ao tratamento do paladar e, com ele, do Julgamento. A verdade é que o uso
da terminologia é enganosa. Kant começa se perguntando como ele pode
julgamento objetivamente válido é possível, e em seu argumento, parece um
referência obscura ao 'objeto em geral' que parece colocar esta reflexão sob o
influência da teoria do julgamento determinante da primeira edição do Kri-
tik der reinen Vernunft.12 No entanto, ele afirma que o prazer envolvido na
o julgamento de gosto não é baseado no objeto ao qual o julgamento aparentemente se refere
mas, precisamente, no próprio julgamento, em consonância com um
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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
dos principais pressupostos da futura dedução do gosto: «O prazer
é para o julgamento, não para o objeto do mesmo ». De acordo com a descrição de Kant,
se o julgamento expressa uma necessidade em sua referência —aparente— ao objeto, sem
basear-se, no entanto, em um conceito "determinado", então este julgamento deve
realmente se referem à conformidade entre as faculdades de saber que devem
pressuposto em geral para um conhecimento do objeto, como este
A corda é sentida na mente. A validade do julgamento de gosto, portanto,
não se baseia no objeto nem no conceito que o determina, mas no jogo
subjetivo entre engenhosidade e imaginação, por um lado, e compreensão. Enquanto
depois, na teoria do sentimento moral, Kant interpreta o bem como
a determinação subjetiva que acompanha uma determinação objetiva do
vontade, no caso do gosto, por outro lado, é a expressão subjetiva de
um fundamento que é subjetivo, para que o sentimento estético
Pode ser entendido por seu caráter essencialmente reflexivo.
Assim, o conhecimento de um objeto em geral requer, em primeiro lugar, o
fundamento determinante e objetivo da unidade sintética de apercepção.
Mas o conhecimento de objetos particulares depende igualmente de um
síntese produtiva da imaginação que a crítica tem que admitir como
autônomo no que diz respeito à determinação intelectual do entendimento. sim
Bem, o conhecimento contribuído pela crítica transcendental não pode ser inteligente
discutir de forma positiva como duas faculdades heterogêneas podem coincidir em
um julgamento particular para um conhecimento, R 988 admite que devemos
aceitar a possibilidade dessa conformidade na subjetividade, na medida em que
que o sentimento estético só pode ser interpretado como a expressão de
este fundamento subjetivo. Este texto, portanto, pressupõe uma teoria da
Julgamento de que, embora não tenha sido totalmente desenvolvido por Kant, vai mais

quadro crítico, por exemplo. Esta peculiaridade do desenvolvimento intelectual de Kant é indicada por H INSKE
1970: 12.
12 Esta parece ser a razão pela qual J UCHEM [1970: 92s]. Afirma que nesta reflexão não há

nenhuma variação relevante; mas, sim, a exposição do problema que Kant ainda precisa resolver,
em particular, a possibilidade de uma exposição da função da imaginação independentemente de sua
papel determinante no julgamento.

Página 227

202 A crítica do julgamento reflexivo no sistema de razão

além da concepção estabelecida na primeira Crítica, que focou apenas em


a possibilidade de uma determinação objetivamente válida de nossas representações
sentimentos em geral por parte do Julgamento transcendental.13 em R 988, em
Por outro lado, Kant enfoca a condição subjetiva que o Julgamento deve pressupor.
para o conhecimento de objetos em geral,14 a saber: a coincidência - que

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
indeterminação - entre as faculdades do sujeito para o conhecimento.
Em R 988 encontramos pela primeira vez uma reviravolta na argumentação de
Kant, que será verificado em nossa análise da Kritik der Urteilskraft co-
mo o ponto de partida em torno do qual a demonstração do
validade do gosto. Isso não significa, no entanto, que Kant já passou pelo
caminho aberto para este novo caminho, porque ainda não extraiu as consequências
sistemática que podemos detectar na terceira Crítica. O R 988 ainda não
aprofundado em qual é o significado deste princípio a priori do gosto. Sobre
a próxima seção defenderá que é justamente esse desenvolvimento, no qual
Este princípio é definido a partir do conceito de supersensível, que marcará o
passo de uma crítica de gosto a uma crítica do Julgamento e, com ela, determinará
a função sistemática da crítica do gosto na Kritik der Urteilskraft.

6.2.2 De uma crítica de gosto a uma crítica importante do Julgamento

Teremos que esperar até maio de 1789 para encontrar a primeira referência.
cia sobre a extensão do projeto de uma crítica de gosto à crítica de
Julgamento final, que junto com o sistema de metafísica da natureza
e a metafísica dos costumes suporia a completude do plano filosófico
de crítica [An Herz, 26. Mai 1789, AA XI 48s.].15 do cor-

13 D UMOUCHEL , Daniel (1994): «La découverte de la faculté de juger réfléchissante. Le rôle heuris-
Bilhete da “Critique du goût” sobre a formação da Critique de la faculté de juger », em Kant-Studien
85, 1994, 419-42: 429s., Afirma que R 988 levanta o fundamento da validade do gosto em relação a
relação com a categoria de conhecimento em geral. No entanto, ele também argumenta que esta Reflexão ainda
não implica que Kant esteja ciente de uma dimensão reflexiva do Julgamento, a partir da qual o autor
conclui que no texto não há distanciamento do ponto de vista da primeira Crítica. Ver
também D UMOUCHEL 1998: 26. M ENZER enfatiza a importância de R 988, mas argumenta que
ainda carece de uma demonstração da validade a priori do gosto [1970: 115].
14 O uso do conceito “objeto em geral” deve ser entendido neste sentido. À beira de um

Carta de Beck recebida por Kant em 1791, este último nota, a título de reflexão, que a determinação de
um objeto por meio da intuição para uma determinação da mesma pertence ao tratamento lógico de
uma representação por parte do Julgamento, ao contrário do que acontece na «relação da intuição com uma
objeto em geral ”[itálico do autor]. Neste último caso, «a representação isolada é apenas referida
para o sujeito "," o uso [do entendimento] é estético (sentimento) e a representação não constitui qualquer
componente do conhecimento ”[Von Herz, 11 de novembro de 1791, AA XI 311 n., itálico do autor].
15 Deve-se ter em mente que, em uma carta a Reinhold de 7 de março de 1788, é explícito

mente em conexão com a crítica do gosto com a conclusão do sistema crítico [An Reinhold, 7. März 1788,
AA X 532]. Na carta a Reinhold no final de 1787, embora a relação entre as críticas do
gosto e teleologia, embora constitua a terceira e última parte da filosofia, Kant não alude a
até mesmo ao conceito de julgamento reflexivo como o contexto teórico no qual a conclusão deve ocorrer

Página 228

6,2 A incorporação do projeto estético ao sistema crítico 203

relatório de outubro de 1789 a março de 1790 com de la Garde, editor da


a obra, e com Kiesewetter, escriba encarregado de sua redação, podemos

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
obter informações sobre o processo de escrita, composição e impressão
do texto, bem como sobre a posição de Kant quanto à substituição do
a primeira introdução para uma mais curta.16
Tonelli complementará esta reconstrução da correspondência com um
análise da história dos conceitos presentes na Kritik der Urteilskraft que
considere mais relevante,17 prestando atenção especial à ordem de apresentação
no processo de redação do texto, a fim de ordenar cronologicamente
as diferentes seções no que diz respeito à sua maturidade e para detectar o
razão para a extensão do primeiro projeto a uma crítica do Julgamento. Sobre a
com base nesta análise comparativa da correspondência no âmbito do
ria dos conceitos, sua conclusão sobre a evolução na ordem da escrita
do texto é o seguinte:18 (i) Analítico do belo - final de setembro
1787—; (ii) Dedução de julgamentos estéticos puros - entre março de 1788
e maio de 1789-; (iii) Dialética do julgamento estético; (iv) Erste Einleitung; (v)
Análise do sublime; (v) crítica ao julgamento teleológico, com exceção do
últimas 60 ou 70 páginas —entre 21 de janeiro e 9 de fevereiro de 1790—; (Serra)

sistemática da fase crítica, nem explica o que torna possível fundar a teleologia "por ocasião" do
crítica de gosto.
16 Em 9 de março, Kant informou de la Garde que, "a despeito de si mesmo", ele encurtaria a introdução enviada [An

de la Garde, 9. März 1790, AA XI 143]. Isso nos leva a supor que, a princípio, Kant não pretendia escrever
um novo texto para a introdução, mas pretendia apenas cortar o primeiro. Em uma carta para
Beck, dois anos depois, afirma que no Erste Einleitung, que ele teve que deixar de fora da edição final
Devido ao seu comprimento excessivo, existem alguns aspectos que oferecem um entendimento completo
do conceito de finalidade da natureza [An Beck, 4. Dez. 1792, AA XI 396]; sobre a história do texto
do Erste Einleitung, ver H INSKE 1965. Isso indica, portanto, que a introdução definitiva não
pode ser considerado apenas como um resumo ou extrato do primeiro, e que o próprio Kant reconhece
nele elementos importantes para a compreensão do conceito de finalidade não incluídos no último
versão [cf. T ONELLI 1954: 431]. Sobre as variações em torno do significado do conceito de propósito em
Neste contexto, ver T ONELLI , Giorgio (1957): «Von der verschiedenen Bedeutungen des Wortes“ Zweck-
mäßigkeit ”in der Kritik der Urteilskraft”, em Kant-Studien 49, 1957, 154-66. M ERTENS , Helga (1975):
Kommentar zur ersten Einleitung em Kants Kritik der Urteilskraft, München: 236-39, argumenta, de
uma análise das divergências entre a Erste Einleitung e a abordagem defendida na Dedução e
na dialética, que o primeiro dos textos foi provavelmente escrito antes do primeiro
parte do corpo da obra. Seu argumento, no entanto, não dá conta das informações prestadas
pela correspondência de Kant. Sua leitura é apoiada por P ETER ; de acordo com isso, o Erste Einleitung, para
Ao contrário da introdução definitiva e do restante da obra, ainda não implica uma ruptura com relação ao
concepção da Dialética Transcendental da primeira crítica [1972: 53-61]. Do quadro teórico de
sua interpretação, PETER argumenta que Kant substituiu a primeira introdução por não ficar satisfeito com
tal texto [1972: 61, 79-81], ignorando completamente o fato de que o próprio Kant se expressa na correspondência
na direcção oposta.
17 Ou seja, "crítica de gosto", "julgamento de gosto", "julgamento estético", "julgamento", "reflexão", "julgamento específico"

solapamento ”,“ julgamento determinante ”,“ julgamento reflexivo ”e“ técnico ”; cf. T ONELLI 1954: 434–39.
18 Cf. T ONELLI 1954: 431–45.

Página 229

204 A crítica do julgamento reflexivo no sistema de razão

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Março daquele ano—; (vii) segunda Introdução e Prefácio.19
Segundo Tonelli, o que permite a passagem da crítica de gosto à crítica de
Julgamento é, precisamente, a descoberta da conexão entre o julgamento de gosto
e julgamento reflexivo em geral. Esta conclusão é baseada na descoberta
que a raiz "reflexiva" não aparece em nenhuma ocasião no Analítico
do belo, enquanto é usado na dedução e na analítica do
sublime.
Embora eu aceite essa reconstrução em relação à história dos conceitos,
Eu considero necessário qualificar em um sentido importante o ponto de partida do
A interpretação de Tonelli. Na minha opinião, que na Analítica do belo não é
encontrar o conceito de "julgamento reflexivo" não deve nos levar a concluir que
a ligação entre o problema da fundamentação do Julgamento e as ideias
na estética é um resultado tardio do desenvolvimento intelectual de Kant, nem tão
mesmo que essa relação não seja mais pressuposta na análise analítica
bela. A passagem de uma crítica de gosto a uma crítica de Julgamento não pode ser devida a
uma "descoberta", que ocorreria no início de 1789 e permitiria
Kant encontra um potencial epistemológico e sistemático na estética que
Teria passado despercebido até agora.20 Bem, o interesse no
significado sistemático do julgamento de gosto em relação ao problema de
a justificação do julgamento não é um resultado tardio de seu desenvolvimento intelectual.
tual. Essa dimensão do seu projeto estético já está presente no
período próximo à Dissertatio21 e ocorre especialmente no final do
1770 e início de 1780, como este pensador
insiste claramente na coincidência entre as condições de gosto e o
condições subjetivas de reflexão pressupostas em juízo sensível e em
conhecimentos em geral. É precisamente o interesse de Kant no que diz respeito ao
problema do singular sensível, da possibilidade de um desenvolvimento sistemático do
conhecimento empírico, da justificação do Juízo e, neste contexto, da
a relação entre sensibilidade e razão que o levou a se ocupar durante
duas décadas com seu projeto estético. Portanto, uma história dos conceitos
tosse, como base para o entendimento, não apenas a estrutura de um trabalho filosófico,

19 Com base nessa conclusão, ele rejeita a reconstrução proposta por S OURIAU [1926: 84s.],
para quem a Análise do Sublime seria a última parte da obra. Sobre o processo de formação de
a terceira Crítica, ver também D UMOUCHEL , Daniel (1998): «Genèse de la Troisième Critique: le rôle
de l'esthétique dans l'achèvement du système critique ', em P ARRET , Herman (ed.) (1998): Kants Ästhetik /
Kant's Aesthetics / L'esthétique de Kant, Berlim e Nova York, 18–40.
20 Esta defesa de uma «viragem cognitiva» no projeto estético é também o ponto de partida do

interpretação de Z AMMITO 1992: 151–77. Isso também destacará a importância do relacionamento


com os escritos morais de Kant para o surgimento da terceira Crítica, que por sua vez irá provocar
uma "virada ética" [1992: 264-76].
21 Veja neste trabalho o capítulo 1.

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6,2 A incorporação do projeto estético ao sistema crítico 205

mas também os interesses aos quais responde e sua relação sistemática com o
resto das obras de Kant, deve ser complementado por uma história da
problema enfrentado por este texto.
Agora, apenas seguir a história de um problema não pode
dar-nos uma compreensão dos motivos que permitem a Kant incorporar
transferir seu projeto estético para o sistema transcendental da razão; em vez disso
incorporação só pode ser devido a uma solução crítica em relação a este
problema. O reconhecimento de Kant do problema do Julgamento de
do início da década de 1770, e no contexto do desenvolvimento de sua
projeto estético, inclui diferentes momentos e aspectos. Em primeiro lugar,
Ele vinculou desde o início seu interesse pelo caso exemplar do julgamento
tando de acordo com o gosto com o reconhecimento de que é impossível contribuir
uma compreensão da faculdade de julgar a partir da lógica artificialis, a lógica
Lógica formal ou transcendental. Em segundo lugar, como consequência de
os limites estabelecidos pela primeira Crítica, admite que o Julgamento, embora
não pode usar preceitos ou critérios que decidam sobre sua correção.
validade objetiva, se puder ser baseada nas condições subjetivas do
reflexão expressa no conceito de sensus communis. Em terceiro lugar,
após 1784, e por ocasião de suas reflexões sobre a validade subjetiva do
Para, Kant encontra uma solução através da qual encontrar tais condições
como princípios que devem ser pressupostos a priori para o conhecimento
de objetos em geral. Agora, esses três aspectos não esgotam
todo o problema do Julgamento no contexto da sistemática de
zona, que é precisamente o centro cardeal da terceira Crítica. Em particular,
na Dialética Transcendental, Kant reconheceu que a atividade cognitiva
representado pela faculdade de acusação também deve pressupor o
orientação reguladora da razão, visto que, caso contrário, o
formação progressiva de um sistema de conhecimento empírico. Portanto, o
a descoberta de princípios de gosto a priori em 1784 não implicava em si
mo a tematização do problema sistemático do Julgamento. Em particular, Kant
deve fornecer uma definição e fundamento das condições subjetivas
do Julgamento como princípios de origem racional, ou seja, como um princípio
princípios que encontram sua origem última no conceito de supersensível. o
R 988 abriu o caminho para esta descoberta, na medida em que é aqui reco-
Eu sabia que o gosto expressa a atividade subjetiva que deve servir de condição
ao conhecimento em geral. Mas, pelo menos na terceira Crítica, a contribuição sistemática
o tema da crítica do gosto é dado pelo reconhecimento de que este
atividade deve ter sua origem na natureza racional e supersensível do
humanidade.

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206 A crítica do julgamento reflexivo no sistema de razão

Se esta interpretação inicial estiver correta, o passo de uma mera crítica do


gostar da Kritik der Urteilskraft, que explica o problema do Julgamento em
o sistema da razão, deve coincidir com o surgimento do conceito de
supersensível no contexto da formação da obra. Esta variação pode
ser certificado a partir de um estudo da aparência dos conceitos, tanto no nível
do trabalho a partir do Nachlassreflexionen.
Em primeiro lugar, é possível verificar que, seguindo o ordenamento do
seções do Kritik der Urteilskraft oferecido por Tonelli, a transição de
uma crítica de gosto a uma crítica do Julgamento não é apenas marcada por sur-
desenvolvimento do conceito “reflexivo”, desde a sua utilização e frequência na
A terceira Crítica é acompanhada de forma paralela pelo uso do conceito de supra.
confidencial.22 Se seguirmos a cronologia da composição da obra, podemos
Observe que ambos os conceitos não aparecem na Analítica do belo.23 na
seção da Dedução de julgamentos estéticos puros intervém primeiro
o conceito de supersensível, em relação ao sentimento do sublime.
me [KU, V 387] e teoria do gênio [ V 416, 429]24, enquanto a expressão
"Julgamento reflexivo" é usado primeiro no § 40, em relação a
a definição das communis sensu [ V 392], e no § 44, no contexto da
descrição das artes plásticas [ V 404], e justamente em relação ao
Comunicabilidade universal, como no § 40. Será da Dialética
onde o conceito de supersensível é usado de forma recorrente e,
na verdade, este constitui o tema principal da seção, na medida em que
que Kant redefine o princípio subjetivo da finalidade infinita de acordo com o princípio
pio racional do supersensível. Nesta seção, a expressão "reflexivo" é
também usado duas vezes, no § 57 e no § 58 [ V 446, 462]. Isto é
É inegável que o § 59 expressa o problema da sistemática da crítica de
Julgamento. Apenas uma vez tem uma fundação sido oferecido na Dialética
do gosto a partir do princípio racional do supersensível, Kant será capaz de
conexão neste parágrafo as condições do Julgamento em geral com seu
intervenção sistemática como mediação entre o uso teórico e o uso prático
da razão. Essa etapa é desenvolvida nas seções que, segundo Tonelli, seguem
à Dialética, em que a definição do Julgamento é aprofundada pela reflexão
do seu significado sistemático, a saber: o Erste Einleitung, a introdução
definitiva, a Analítica do sublime e a segunda parte da obra.

22 É interessante notar que T ONELLI [1954] não aborda esse conceito em seu exame do termo
lógica empregada na terceira Crítica.
23 No § 12, aparecerá o adjetivo “supersensível”, embora apenas em relação à esfera prática.

24 Que o primeiro uso do conceito de supersensível em relação à beleza ocorre no


contexto da teoria das ideias estéticas dá plausibilidade à tese aqui defendida de que o referido conceito
encontra seu principal precedente na concepção de Geist desenvolvida por Kant no final da década
Década de 1770 e início de 1780; ver a este respeito § 5.5.3 deste trabalho.

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6,2 A incorporação do projeto estético ao sistema crítico 207

Isso nos permite supor que o significado sistemático da crítica de


gosto não é marcado pelo fato de que Kant relaciona a
decisões do juízo de gosto com os princípios do juízo em geral, desde
Verificaremos se este link está orçado tanto no
Análise do belo como na primeira parte da Dedução. Mais bem,
Este significado sistemático é determinado pelo fato de que Kant al-
atinge a concepção de que tais condições de gosto e, com isso, de Julgamento
em geral, baseiam-se em um princípio racional, ou seja, o conceito de
prasensível. Só então encontrará na faculdade de Julgamento, já definida na
ambos reflexivos, o elo mediador entre o sensível e o racional e,
com isso, entre o uso teórico e o uso prático da razão.
Os materiais Nachlass não fornecem uma base suficiente para reconstruir
construção detalhada do processo de formação da terceira Crítica, mas
jan luz sobre esta "redefinição" dos princípios do gosto de acordo com o princípio
do supersensível. Em R 992 (final da década de 1780) torna-se
Eu manifesto uma variação interessante nesta questão. Em particular
cular, o texto levanta os mesmos argumentos que R 988; mas, por sua vez,
contém o esboço do que pode ser considerado o plano de expansão do
projeto inicial de uma crítica de gosto. Bem, esta extensão coincide
com a primeira utilização do conceito "supersensível" no projeto estético de
Kant, que é introduzido a fim de especificar o significado racional
e transcendental daquela atividade subjetiva que já foi aludida em
R 988 como condição de conhecimento em geral. De acordo com Kant,
se é o caso de um julgamento apresentar uma reivindicação de validade universal
sem que seja possível, no entanto, fornecer evidências empíricas ou a priori da
conformidade necessária com os outros assuntos,

então seu {modo de} representação {do objeto} se refere {não a um certo
sensível, senão supersensível nação do sujeito} a um princípio {supersensível} de
determinação supersensível {de uso supersensível} de nossas faculdades de
saber. Bem, se o julgamento deve ser válido universalmente, então deve haver
Um começo; uma vez que não há possibilidade de uma base de prova
ção, nem qualquer regra para o uso de entendimento ou razão em relação a
com objetos dos sentidos, então deve haver um começo para o {para
a determinação de} o uso das faculdades de conhecimento {em geral} {deve haver
um princípio supersensível de nossas faculdades de conhecimento} que funde {torna-se
se funde} em qualquer {his} determinação supersensível de [essas faculdades] ou é
refira-se a ele; [...] assim, apenas em relação a [esta determinação
ção] pode agradar tal julgamento [R 992, ψ 3-4 , AA XV . 1.436].

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208 A crítica do julgamento reflexivo no sistema de razão

O texto não expressa apenas a mesma estrutura argumentativa de R 988,


oferecendo assim uma prévia da futura dedução de gosto,25 mas
dá um passo além do primeiro texto que será maiúsculo na terceira Crítica: o que
que dá validade ao julgamento de gosto não é propriamente a atividade psicológica
conhecimento, bem como a adequação efetiva de
esta atividade com um começo; mas, sim, a ideia racional do supra-
sível que está pressuposta nesta atividade, que é baseado em uma idéia tal, na medida
no qual se refere a ele [«então deve haver um princípio para o [...]
uso das faculdades de saber [...] que funde [...] em qualquer [...]
determinação supersensível de [esses poderes] ou refere-se a eles ”].
Com isso, Kant marca uma virada fundamental no desenvolvimento do
projeto estético, uma vez que o gosto não expressa um processo psicológico do sujeito;
mas, sim, o princípio transcendental que deve ser pressuposto a priori
neste processo para que nossas faculdades possam geralmente buscar o
conhecimento. Após essa melhora no que diz respeito ao ponto de vista da psicologia
logismo a partir do qual a estética kantiana se projeta, a crítica da
de gosto pode propriamente constituir-se como uma crítica transcendental.
E isso vai cumprir uma função essencial no sistema crítico na medida em que
o princípio subjetivo expresso no gosto é propriamente um princípio de
a razão.
A continuação de R 992 [AA XV . 1 437] afirma claramente que o
o surgimento do conceito de supersensível coincide com a expansão de
a crítica do gosto a uma crítica do Juízo. Kant escreve um esquema em que
consistem em seções diferentes, como uma dedução do Julgamento Estético sobre
bre beleza ou uma introdução. Mas também é feita referência a uma dedução
ção do sublime que, como sabemos, não será finalmente escrita por Kant,
que incluirá apenas uma Analítica do sublime. Portanto, é plausível pensar
que a Reflexão marca o momento em que começa a acontecer
a expansão da obra. Pois deve-se notar que o argumento da
dedução encontrada na seção incluída nos §§ 30-38 não
ainda apresenta essa redefinição do princípio do gosto de acordo com o conceito
do supersensível, bem como que no texto definitivo Kant não mais
Haverá necessidade de uma dedução do sentimento do sublime. Desta
forma, se seguirmos a cronologia proposta por Tonelli, o esboço deve ser
ter sido escrito por Kant no momento intermediário entre a escrita de
a primeira parte da Dedução e a redação da Analítica do sublime.
Esta etapa corresponde à escrita da Dialética e da Erste Ein-

25 No entanto, Adickes afirma que esta parte da Reflexão não tem nada a ver com a terceira
Críticas [AA XV . 1.436 n.].

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6.3. O problema da sistemática da razão 209

leitung, precisamente as seções em que a ampliação pode ser detectada


sistemática do trabalho. Desta forma, tanto a nível do Nachlassreflexio-
nen a partir do trabalho, pode-se perceber que o surgimento do conceito de
supersensível marca a virada sistemática da crítica do gosto.
Enfim, neste esboço ainda não há explicação
sobre o significado sistemático da crítica do gosto, de acordo com o
exposição do § 59 ou com introduções; nem qualquer referência
à segunda parte, dedicada à crítica ao juízo teleológico. Isso nos diz
aquele referido esboço ou esquema, em que o conceito aparece pela primeira vez
do supersensível, deve coincidir com o momento em que Kant começa
planejar a ampliação da crítica ao Julgamento, sem tê-la realizado ainda.
Não temos muitos mais materiais que nos permitam aprofundar
Czar no processo de formação da Kritik der Urteilskraft. Em particular, tem
queria atender aqui as variações que servirão de base para o desenvolvimento
crítica sistemática do gosto na estrutura mais geral da Kritik der Ur-
teilskraft. A reconstrução proposta mostrou uma ligação geral
entre o problema estético e o problema do julgamento. Esse link-
ção foi mantida desde o período próximo à Dissertatio, ou seja, com
mesmo antes do desenvolvimento completo da fase crítica da filosofia Kanban.
tiana. Além disso, depois de 1781, Kant ainda não tinha uma solução crítica disponível para ele.
permitem que você forneça uma resposta satisfatória em relação ao problema em questão.
Isso não o impede de continuar a se concentrar em si mesmo. Por este motivo, o
ligação entre a estética e a problemática geral da acusação, a
que inclui problemas que afetam o próprio núcleo do sistema de
o motivo, não deve ser considerado um resultado tardio do desenvolvimento intelectual
por Kant. O significado sistemático da terceira crítica dificilmente pode ser
entendido se o pano de fundo histórico que marca o desenvolvimento
deste projeto, no qual os interesses da tradição comum estão entrelaçados
mo as reflexões do próprio Kant sobre as questões centrais do sistema
crítica da razão. Portanto, não é essa vinculação de problemas e influências
que determina o surgimento do Kritik der Urteilskraft, mas sim aqueles
riações e soluções que permitem a Kant incorporar tais reflexões no
sistema de razão a partir dos limites estabelecidos pela crítica.

6.3 O problema da sistemática da razão

A complexidade do Kritik der Urteilskraft é reconhecida por qualquer pessoa


que você entra pela primeira vez em uma leitura desta obra. Se quando nos perguntar
Para o propósito principal da terceira e última Crítica decidimos atender o que
que qualquer uma das duas introduções escritas por Kant nos diga, podemos

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210 A crítica do julgamento reflexivo no sistema de razão

encontramos o claro aviso de que o que nos espera não é apenas,


não uma crítica do Julgamento, não uma crítica dos julgamentos estéticos, mas também
um novo repensar do problema da sistemática da razão e
aspectos fundamentais da crítica que até agora poderíamos ter
considerado como definitivamente resolvido nos trabalhos anteriores. Esse-
significaria, desde o início, um completo revés para quem
eles interpretaram o sistema crítico apenas a partir dos dois primeiros
Críticos. Bem, pelo menos assim era possível pensar até então, Kant teria fundado
definitivamente a validade dos julgamentos de conhecimento na Kritik der
reinado Vernunft, bem como a validade dos julgamentos morais no Grundlegung
e o Kritik der praktischen Vernunft. No entanto, na terceira Crítica, é-
especialmente em suas introduções, Kant nos avisa que a razão não pode
ainda reivindicam uma legislação a priori no campo da natureza ou da
reino da liberdade se a crítica anterior não oferece uma compreensão de
seu fundamento unitário. Com isso, o projeto de fundação da razão
representado conjuntamente pelas duas primeiras Avaliações e pelo Grundlegung
não pode ser interpretado como concluído até que este requisito seja satisfeito.
encontro.
De acordo com o fundamento crítico levantado nestas obras, a filosofia, «em
tanto que contém os princípios do conhecimento racional das coisas »
[KU, V 242], é dividido em duas partes principais, teórica e prática. Este cone-
A fundação racional não se refere a objetos particulares, mas lida com
os princípios a priori que possibilitam a objetividade em geral em cada
dessas áreas. Justamente por isso, a crítica não pode se identificar sem
mais objetividade com a natureza última do real. Bem, qualquer tentativa
de superar este conceito de objetividade nos colocaria além do
limites de toda inteligibilidade e, portanto, de toda referência ou ac-
cessar para uma realidade última diferente daquela que é determinada através de
princípios da razão.
Este tratamento da objetividade a partir do reconhecimento da origem sub-
objetivo que possibilita o seu conhecimento constitui um dos principais resultados
pálido desenvolvido por Kant desde a Dissertação, o que nos permite considerar
este trabalho como um ponto de partida para o desenvolvimento posterior da crítica.
A partir de 1770, a questão do conhecimento do real será remetida ao requerimento
remeter esse conhecimento à dupla gênese subjetiva que o torna possível,
a saber: sensibilidade e intelecto - ou razão. Obviamente, esta primeira abordagem
mento sofrerá variações a partir de 1781, principalmente devido à rejeição

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que a razão pura pode saber em um sentido teórico. No entanto, o
reconhecimento de que um conhecimento final do real não é possível sem

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6.3. O problema da sistemática da razão 211

que dependendo da Kritik der Urteilskraft da demarcação estabelecida


em 1770 entre o sensível e o intelectual, na medida em que apenas o conhecimento
A abordagem teórica depende da receptividade da sensibilidade.
Mas o fato de essas duas áreas diferentes [...] não constituírem uma se deve a
que, embora o conceito de natureza represente seus objetos na intuição,
Ele não o faz como coisas em si mesmas, mas como meros fenômenos; Entretanto ele
conceito de liberdade representa em seu objeto uma coisa em si, mas não no
intuição, de modo que nenhum deles pode oferecer uma visão
teórica de seu objeto (bem como do sujeito pensante) na medida em que
coisa em si, que seria o supersensível [ V 246s.].

No entanto, Kant admite que a razão deve pressupor uma relação com
coisas independentemente da possibilidade ou impossibilidade de conhecê-las,
enquanto um campo indeterminado [Feld] que, em qualquer caso, pode
ser pensado por meio de idéias [ V 245]. Esta consideração do real com
dependência de nossa capacidade de saber que foi temático no Kritik
der reinen Vernunft do conceito de númeno. Era sobre o X
desconhecido que deve ser pressuposto como um substrato indeterminado do
fenômenos. Na terceira Crítica, Kant identifica esta noção de realidade com
o conceito de supersensível: 'Portanto, há um campo ilimitado, mas
também inacessível a todas as nossas faculdades de conhecimento, a saber: o campo
do supersensível »[ V 247].
Em segundo lugar, a parte deste campo indeterminado onde é possível
um conhecimento de acordo com os conceitos é o terreno [Boden] para o qual eles podem
aplique [ V 245]. Nesse sentido, os conceitos empíricos de compreensão
eles encontram seu campo de aplicação nos fenômenos da experiência. Ah ou-
Bem, os puros princípios da razão, ou seja, os conceitos do entendimento
mente e o conceito de liberdade, não conhecem o real da mesma forma
do que os conceitos de ciência. Pois os primeiros não se referem a objetos,
Em vez disso, legislam a priori sobre o real na medida em que determinam
as condições transcendentais pelas quais os objetos podem ser dados a nós
significativo como pertencendo a um certo reino [Gebiet] de objec-
atividade [ V 246]. Seria então, em terceiro lugar, o real na medida em que
determinado a priori pela razão em seu uso teórico ou prático. Os conceitos
elementos empíricos de compreensão encontram seu fundamento nos fenômenos de
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natureza, sobre a qual eles podem reivindicar um conhecimento a posteriori.
Bem, a possibilidade desse conhecimento empírico já pressupõe a
objetos como fenômenos pertencentes ao reino da natureza.
leza ou experiência possível. Assim, apenas por referência ao escopo
fundado pelos puros conceitos do entendimento, faz sentido falar do
campo de experiência possível. Os puros princípios da razão teórica,

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212 A crítica do julgamento reflexivo no sistema de razão

portanto, eles se aplicam à realidade apenas na medida em que legislam a priori


a possibilidade de um conhecimento objetivo dos objetos, a partir do qual
esta realidade pode ser fundada como o reino objetivo da experiência
possível.
Isso explica por que o reino da razão prática é diferente do reino da
a natureza. Pois o conceito de razão prática não determina o real na
mesmo sentido que o conceito de razão teórica. O conceito de liberdade
não legisla a priori sobre o que as coisas estão na natureza, mas sobre o que
que as coisas devem ser, então seu objeto é representado como a coisa em
sim ou o supersensível, ideia que dá sentido à determinação prática do
agente moral.
Mas foi apontado anteriormente que Kant também definiu o supra-
sível como o campo indeterminado do real que fundamenta o terreno de
experiência, na medida em que a origem da qual surgem os fenômenos em relação a
sensibilidade sensibilidade. Bem, nesta coincidência inicial entre o
conceito prático do supersensível —como uma esfera de liberdade— e
a definição do campo indeterminado do real como supersensível - de forma
qual substrato do terreno da experiência - encontra-se o verdadeiro núcleo do
problemática que Kant levantará na terceira Crítica. Por um lado, o motivo
a teoria pressupõe um conceito de totalidade da realidade na medida em que se origina
gene dos fenômenos, que, no entanto, não pode ser determinado em um
sentido cognitivo, uma vez que a crítica estabeleceu a impossibilidade de um
determinação teórica da coisa independentemente de nosso sensível
passível de saber disso. Por outro lado, ao contrário do entendimento, a razão pura
prática determina em um sentido positivo este conceito do real na medida em que
aquele supersensível, na medida em que traz realidade prática, uma vez que
a liberdade legisla a priori sobre o real independentemente das condições
de sensibilidade; isto é, independentemente, precisamente, daqueles con
afirmações que impedem a determinação do supersensível no uso teórico
da razão. No entanto, a coincidência de ambos os conceitos é meramente

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orçado e ainda não foi comprovado. Por nada nos garante que o subs-
Trato do real que se pressupõe em sua indeterminação pela razão teórica
pode ser pensado de acordo com as normas que surgem da ideia
prática do supersensível. No entanto, a crítica é obrigada a pensar
em um sentido unitário, o conceito de supersensível.
Em primeiro lugar, o conceito de supersensível, na medida em que expressa
uma referência à totalidade do real que serve como origem indeterminada de
fenômenos, esconde em sua indeterminação a questão da ordem última de
o real e, com ele, a possibilidade ou impossibilidade de um

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6.3. O problema da sistemática da razão 213

campo gressivo e sistemático de experiência pelo uso empírico do


entendimento. Pois o reino da experiência possível nos assegura a con-
ditados gerais da objetividade do real e, assim, funda a possibilidade
de um terreno para o conhecimento empírico. Agora, esta legislação para
a priori fornecida pelo entendimento oferece uma condição necessária, mas não
suficiente, para o conhecimento empírico eficaz, se for para se conformar
progressivamente um corpo sistemático de conhecimento. Bem, este último
possibilidade depende da constituição real e singular do fenômeno, de sua
confiabilidade e multiplicidade, bem como a capacidade do sujeito de encontrar
uma ordem nas relações que os fenômenos estabelecem entre si. De acordo com
Kritik der reinen Vernunft, tais questões não diziam respeito a Tras-
cendental, que não tratava da origem dos conceitos na experiência,
Bem, o que é a estrutura da natureza é algo que só podemos saber
a posteriori.26
No entanto, a crítica deve demonstrar a possibilidade de que tal sistema
sujeito da experiência pode, pelo menos, ser pensado cuidadosamente pelo sujeito.
Caso contrário, o conceito de experiência possível não poderia levar em consideração
aplicação de soluto na coisa real. Bem, este conceito só pode supor um
determinação objetiva da natureza na medida em que o escopo do
a experiência também pode ser pensada como um sistema de leis empíricas
possível. Caso contrário, é importante notar, os conceitos puros do en-
a tendência estabeleceria a priori a validade do campo teórico sem, no entanto,
te, tais princípios poderiam ser especificados, desenvolvidos e, em última instância, aplicados
sobre a coisa real.27 Esta questão diz respeito a como o homem pode pensar
a relação entre os fenômenos em sua singularidade e a totalidade da realidade
subjacente a eles, ou seja, a relação entre o nosso conhecimento do
fenômenos e o campo indeterminado do supersensível. Nesse sentido, o
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conhecimento progressivo do campo de experiência não depende apenas de sua
constituição objetiva através dos conceitos do entendimento, mas também
também de uma ideia de totalidade designada pelo conceito racional de
supersensível, cuja determinação está completamente além do escopo objetivo
de tais conceitos.
A indeterminação do conceito de supersensível que fundamenta o
natureza e que não podemos saber em um sentido teórico também tem im-
trazendo consequências no que diz respeito ao fundamento final do
alcance prático. Kant esclarece que, embora a liberdade legisle a priori sobre o que
supersensível, determinando-o em um sentido racional e normativo como “de-

26 Veja a este respeito § 4.4 neste trabalho.


27 Voltaremos a este ponto novamente.

Página 239

214 A crítica do julgamento reflexivo no sistema de razão

ber ser ”, o desenvolvimento dessa legislação racional só poderia ocorrer no


o mesmo terreno da experiência sensível onde os conceitos encontram aplicação.
conceitos empíricos de compreensão [ V 246]. Ações morais e, com isso,
o bem só poderia ser realizado na experiência sensível. Esta questão independente
terminou por críticas aludidas em escritos morais à possibilidade de
uma eficácia da liberdade na natureza. No entanto, se a totalidade de
natureza que pressupõe o uso teórico da razão como substrato
fenômenos não são reconciliáveis, em certo sentido, com o normativo
prática pela qual o conceito de liberdade, por sua vez, determina o real,
então o princípio da liberdade se limitaria a definir em um sentido ideal
um escopo normativo de objetividade que, no entanto, não seria aplicável
ção no real, pois, Kant reconhece, o fim último 'só pode
ser realizada na natureza e de acordo com suas leis ”[ V 272]. Deste
Assim, o crítico é obrigado a pensar sobre a influência da legislação prática
no terreno da experiência sensível do sujeito, que também é
deriva o requisito de pensar, pelo menos, em conformidade - e não apenas
nenhuma contradição - entre os dois extremos.
[Portanto, este [supersensível] deve [soll] ter uma influência sobre
que [o sensível]; ou seja, o conceito de liberdade deve [soll] perceber o
fim confiado por suas leis no mundo sensível e, consequentemente, o
A natureza deve [muß] ser pensada de tal forma que sua legalidade concorde,
menos de acordo com sua forma, com a possibilidade de os fins serem realizados em
o mesmo de acordo com a liberdade [ V 247].

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto

o queAéimpossibilidade
pressuposto em de pensar asentidos
diferentes unidadepela
no conceito de supersensível,
razão teórica e pela razão prática.
ética, levaria, assim, a um problema relativo à validade final
conhecimento da razão em qualquer uma dessas duas áreas. Bem em ambos
casos, a razão encontraria uma esfera correspondente de objetividade sem,
no entanto, este conceito pode ser aplicado e desenvolvido de forma eficaz
sobre a coisa real.
Diante de tal problema, a primeira coisa a ficar clara é que o
A solução de Kant não pode, em qualquer caso, supor o abandono da divisão
estrito entre o sensível e o racional que tem em sua base a demarcação entre
razão teórica e razão prática. Ambos consideram o real em diferentes sentidos.
tes, na medida em que se baseiam em conceitos diversos. Esta demarcação entre
dois conceitos de objetividade é um ponto de partida fundamental da crítica.
que se baseia no reconhecimento da finitude da razão em que
em relação ao conhecimento teórico. Tal princípio deve ser considerado como
constitutiva da teoria crítica da racionalidade e objetividade, para
qual a solução de Kant não pode supor uma transgressão da demarcação.

Página 240

6.3. O problema da sistemática da razão 215

entre a legislação teórica e a legislação prática da razão,


uma vez que sua respectiva validade é baseada em uma consideração diferente da
relação à sensibilidade e, portanto, em uma consideração diferente de
a nossa forma de conhecer o real: «O entendimento e a razão têm, portanto,
duas leis diferentes em um mesmo campo de experiência,
sem que um seja capaz de influenciar o outro »[ V 246]. Portanto, a mediação entre
a razão teórica e a razão prática que é exigida pelo crítico não podem significar
uma mediação objetiva entre suas diferentes legislações. Para esta resposta
No entanto, de acordo com Kant, existe um "abismo intransponível" entre os dois reinos de
objetividade [ V 247].
Mas isso não significa que tal mediação não possa ser proposta a partir de um
ponto de vista diferente, de um ponto de vista que não supõe um
fundamento em relação ao fundamento objetivo do real. Ob-
observe a este respeito que o problema da indeterminação em relação a
a aplicabilidade dos princípios teóricos e práticos coincidem na mesma
questão: a necessidade de pensar a totalidade do reino da natureza senciente
sível de acordo com os regulamentos práticos. Não é de todo
de uma determinação da gama de experiências possíveis de acordo com o conceito
liberdade, mas a possibilidade de pensar em um sentido subjetivo, e em
conformidade com a legislação de liberdade, esse aspecto do conceito de

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
experiência que é pressuposta no processo efetivo de conhecimento para
sar permanecer indeterminado pela legislação objetiva do entendimento
puro, a saber: a consideração da experiência como uma totalidade ordenada
dado em virtude de nossas reivindicações cognitivas de natureza sistemática. A partir de
Na verdade, o Kritik der reign Vernunft já admitiu que a possibilidade deste sistema
tema empírico da experiência não poderia ser derivado do conceito objetivo de
experiência possível e só poderia ser pensada pela razão em certo sentido
regulador. E, nesse sentido, pensar a totalidade do campo da experiência
De acordo com a legislação prática, exige pensar de acordo com a finalidade.28
Assim, longe de abordar o problema da indeterminação do conhecimento,
de um aprofundamento da objetividade,29 críticas devem desviar seu

28 Deve ser lembrado aqui que a teoria da primazia da razão prática, defendida por Kant na Kritik
der praktischen Vernunft, argumentou que os requisitos normativos que definiam o interesse especulativo de
a razão teórica encontrou seu fundamento último na normatividade prática; veja neste trabalho §
4.6.2.
29 Segundo D ERRIDA , Jacques (1978): A verdade na pintura, Barcelona 2001: 91, 47ss., 61s., A tentativa
representação sistemática do Kritik der Urteilskraft destaca especialmente o personagem fictício
que caracteriza a estética em geral e a crítica em particular. Recorrendo à analogia, o
a crítica teria tentado representar-se analogicamente em sua verdade, na ausência de qualquer justiça.
possível tificação que permitiria transpor o enorme abismo que se instala entre a filosofia e a realidade. Para o
Portanto, segundo o autor, nesta obra a crítica não recorreria apenas à analogia como sistema de último recurso.
em vez disso, ela agiria e se comportaria em um sentido radicalmente analógico - ficcional,

Página 241

216 A crítica do julgamento reflexivo no sistema de razão

atenção ao aspecto subjetivo deste problema: como é possível


o sujeito reflete no campo do supersensível, enquanto hori-
zona de sentido pressuposta em nossa reflexão sobre o singular sensível e
sua possível localização em um sistema - sempre incompleto - de conhecimento
menções.
Além disso, mediante o recurso ao princípio subjetiva de finalidade, a resposta
colocado a esta questão deve, simultaneamente, oferecer uma solução com
Quanto ao fundamento último do campo teórico e do campo prático
respectivamente. Por um lado, por meio desse tratamento teleológico do
totalidade da natureza se destina a resolver o problema de como pensar
a concretização do conceito abstrato de experiência possível em um sistema
de leis particulares. Mas, se esse objetivo da crítica for satisfeito, seria
pensando ao mesmo tempo a legalidade particular da natureza de tal forma que ela possa
A possível eficácia das ações morais pode ser esperada de forma significativa no
campo de experiência, pois desta forma a natureza seria pensada em
um sentido subjetivo de acordo com o propósito. Assim, o problema da mediação entre
a razão teórica e prática, entre o sensível e o intelectual, concorda em um
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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto

sentido essencial com o problema do fundamento último da racionalidade


humano.
Desta forma, o fundamento último da aplicabilidade da razão
a razão teórica e prática será especificada na Kritik der Urteilskraft em um
análise das condições de reflexão ou da 'forma de pensar' do sujeito, e
a partir deste nível meramente subjetivo, uma conciliação é possível e necessária
entre a razão teórica e a razão prática:
Portanto, deve haver, no entanto, um fundamento de unidade entre o que é
prasensível que fundamenta a natureza e o que é prático no conceito de

aparência - na medida em que ele iria propor uma solução final como se fosse possível, confirmando assim a sua
impossibilidade absoluta e o próprio fracasso do projeto crítico. A interpretação de Derrida parte da
pressuposto de que, com crítica aos julgamentos estéticos, Kant estaria fingindo tão ficcional
uma mediação entre o sensível e o inteligível que se apresenta como se fosse objetiva. Se este é o seu
afirmação, seria verdade a observação de Derrida pela qual o desejo metafísico se manifesta
da estética precisamente em seu caráter ficcional e ilusório. No entanto, a solução de Kant não pretende
mediação de tipo objetivo, nem de natureza estrita, nem de natureza analógica ou figurativa,
que a tentativa do Kritik der Urteilskraft mostra precisamente os limites do trabalho metafísico de
adicional. Na interpretação do derridiana Kritik der Urteilskraft, ver S ÁNCHEZ R ODRÍGUEZ ,
Manuel (2005): «O sentimento estético em Kritik der Urteilskraft. A conciliação entre finitude e
desejo de transcendência ou a defesa de uma razão não ingênua ”, em Episteme 25, 2005, 37-61. Nós achamos
na carta de autorização de H ORKHEIMER , Max (1925): Über Kants Kritik der Urteilskraft, als Binde-
glied zwischen Theoretischer und praktischer Philosophie, em Gesammelte Schriften, ed. por G. Schmid Noerr,
Frankfurt am Main 1987, II 73-146, uma análise da terceira Crítica interpretando a função mediadora
do Julgamento como uma tentativa de mediação no nível objetivo, seja em sentido estrito ou figurado. De acordo com
o autor, Kant não seria capaz de transpor a separação entre as esferas objetivas da razão desde sua fundação
introdução dos princípios da Sentença. Neste trabalho iremos sustentar, no entanto, que, a partir da filosofia
crítica, essa não pode ser a intenção de Kant.

Página 242

6.3. O problema da sistemática da razão 217

de liberdade, portanto, embora este fundamento não possa alcançar um


compreensão teórica ou prática do supersensível e, portanto, não tem
Sua própria esfera, no entanto, permite a transição da forma de pensar
de acordo com os princípios de um à maneira de pensar de acordo com os princípios de outro [ V
248].

Agora, o meio-termo que deve possibilitar a determinação de


nosso pensamento no campo teórico como o conceito de supra-
sensato, como pensado em um sentido prático, deve ser dado a partir de
um nível que, embora não pertença à razão teórica nem à razão prática,
sim, deve ser compartilhado e orçado por ambos. Como veremos, é sobre
a atividade reflexiva do Julgamento.30 Será esta faculdade que possibilitará
a mediação entre a razão teórica e a razão prática, visto que, segundo Kant, o Julgamento
alcança a mediação do reino da natureza para o reino da liberdade

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
através da conciliação sistemática, no nível subjetivo das faculdades, do
compreensão com razão:
Bem, se o entendimento oferece leis a priori da natureza, enquanto
Depois que a razão oferece as leis da razão, então pode-se esperar, de acordo com
a analogia, que o Julgamento, que dá a essas duas faculdades sua mediação
[Zusammenhang], também contribui a priori com seus próprios princípios [...] [EE, V
179, itálico do autor].31

30 B ARTUSCHAT rejeita o texto citado acima para interpretar o tipo de solução proposta por
Kant, por duas razões principais [1972: 254]. Em primeiro lugar, a natureza que seria pensada em
A cordância com a razão prática não poderia ser a natureza que se funda a partir da filosofia teórica, uma vez que
Isso implicaria uma confusão entre a legislação teórica e a legislação prática, que é precisamente o que
pretende evitar Kant. Em segundo lugar, a mediação deve vir de um terceiro entre os elementos
heterogêneo de razão, diferente do conceito de natureza e do conceito de liberdade, com o qual
essa mediação não poderia ser baseada nas leis da razão prática. Antes do primeiro argumento do autor,
foi sustentado aqui que a legalidade da natureza que é pensada de acordo com a possibilidade
para efeitos de razão prática, não é pura e a legalidade transcendental constitui o campo da
a natureza de acordo com os princípios do puro entendimento; mas precisamente o que permanece indeterminado
nado por esta legislação e não se insere no conceito de domínio da natureza, a saber: legalidade
análise empírica dos fenômenos e a possibilidade de sua organização sistemática. Em relação ao segundo argumento-
É verdade que a mediação deve vir de um terceiro, diferente dos dois extremos heterogêneos
que tem que ser reconciliados. Como veremos, este terceiro é o Julgamento reflexivo, que pressupõe um
conceito que tem sua origem propriamente na razão prática, mas não o utiliza, nem o determina, na
um sentido objetivo, como acontece na esfera prática da filosofia; neste último encontra-se precisamente
o fundamento da autonomia do terceiro termo que a mediação entre a razão teórica e
razão prática. L EHMANN , Gerhard (1939): Kants Nachlasswerk und die Kritik der Urteilskraft, Berlin:
29, reconhece que o cerne do problema da sistemática na terceira Crítica reside na conciliação do
problema da validade subjetiva com o problema da totalidade. Seu trabalho está destinado, no entanto,
para rastrear as razões pelas quais Kant retornará para levantar o problema da sistemática no Opus
postumum.
31 Veja também KU, V 251, 272.

Página 243

218 A crítica do julgamento reflexivo no sistema de razão

6.4 Crítica do Julgamento como o fundamento último da razão

A crítica do julgamento não pode ser considerada meramente como um termo


A terceira parte, que seria seguida pela conclusão da etapa crítica da filosofia.
Bem, ela é justamente aquela que viabiliza e realiza esta conclusão por meio
mediação entre as faculdades. E é esse o motivo, em qualquer um de seus
domínios de conhecimento objetivos, só podem ser eficazes na medida em que
poder de julgar a priori de acordo com princípios.
Uma crítica da razão pura, isto é, de nossa faculdade de julgar de acordo com os princípios.
pios a priori, seria incompleto se a [crítica] da Sentença, que reivindica para si

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
o status da faculdade de conhecer, não foi tratado como parte dele,
mesmo que seus princípios não pudessem constituir uma parte especial
no sistema de filosofia, entre a parte teórica e a parte prática [...]. Então,
se é possível oferecer tal sistema sob o nome de 'metafísica'
sica ”(que é possível realizar integralmente e é da
importância para o uso da razão em qualquer aspecto), então o
A crítica deve ter investigado o terreno deste edifício tão profundamente
como as primeiras fundações da faculdade de princípios independentes alcançam
experiência pendente, para que este edifício não entre em colapso para alguns
parte, o que inevitavelmente levaria ao colapso de todo [KU, V 238s.,
itálico do autor].

O aprofundamento da crítica a que o texto alude não pode esperar


descobrindo princípios constitutivos que encontraram uma nova esfera de objetividade
Papai. Assim, enquanto a crítica do entendimento e a crítica do
a razão pura serve como condição para a possibilidade objetiva de um conhecimento
fundamento doutrinário, como metafísica da natureza e metafísica da
costumes, respectivamente, não podemos esperar que este terceiro critério seja
ca dá origem a uma doutrina de julgamento. Esta faculdade pertence apenas ao
sistema de crítica, não o sistema doutrinário da metafísica. Agora o
Uma apreciação desta falta de princípios constitutivos não deve nos levar a ignorar
yar seu significado sistemático. É precisamente nessa limitação crítica que o
potencial sistemático dessa nova etapa do pensamento kantiano.
Embora a crítica do Julgamento não possa dar origem a uma doutrina própria,
Em um sentido que ainda não esclarecemos, isso não significa que Kant não
A possibilidade final do metassistema depende dessa terceira crítica.
fisica. Para a averiguação e análise dos princípios a priori do Julgamento, em
Como uma tarefa crítica, deve também visar habilitar o
sistema doutrinário da filosofia: «A crítica das faculdades de saber em que
Em relação ao que estes podem contribuir a priori, não tem propriamente um
escopo em relação aos objetos, porque não é uma doutrina; sim tem
para investigar, lidando com nossas faculdades, se possível uma doutrina

Página 244

6,4 A crítica do julgamento como o fundamento último da razão 219

através destes »[ V 248, itálico do autor]. O Kritik der reinen Vernunft


definiu o conhecimento crítico da filosofia transcendental como aquele que
não se preocupa tanto com os objetos, mas com a nossa forma de conhecê-los, sempre
pré e quando for a priori [KrV, B 25, II 63]. Agora, no caso de
A crítica do conhecimento transcendental do Julgamento não prestará atenção ao
condições objetivas que definem esta forma de conhecer e, portanto, constituem um

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
âmbito de objetividade, como foi o caso na Dedução Transcendental.
Em vez disso, ele desempenhará um papel crítico na habilitação do sistema.
tema doutrinário da filosofia na medida em que atenda ao aspecto subjetivo
nesta forma de saber, que, Kant agora reconhecerá, também se encontra
submetido a princípios a priori.
Portanto, a crítica do Julgamento não é apenas a justificativa do
princípios a priori de uma terceira faculdade, mas é estritamente o
último estágio da crítica da razão em qualquer de suas esferas, a saber,
ao passo que a razão é "nossa faculdade de julgar de acordo com princípios a priori".
Os princípios a que se refere esta definição de razão só podem ser
os conceitos constitutivos das diferentes esferas do sistema metafísico.
sica;32, mas a questão de sua possível aplicabilidade, isto é, da possibilidade
de um «uso da razão» segundo eles, requer um enfoque na trans-
cendental do Juízo e seus princípios a priori de natureza subjetiva. Se estes
princípios legislados em sentido objetivo, se reproduziria com
o mesmo problema quanto à sua aplicabilidade por parte do sujeito. Então-
No entanto, a crítica do Julgamento só pode cumprir uma função no
do sistema doutrinário da metafísica, na medida em que se concentra no
princípios que devem ser pressupostos pela razão em um sentido subjetivo,
tanto no seu âmbito teórico como no seu âmbito prático.
No capítulo 4 deste trabalho, foi argumentado que a Dialética Transcendental
não poderia fornecer uma solução para este problema, por não mostrar como
a orientação reguladora da razão foi pressuposta no processo subjetivo
de conhecimento pelo qual julgamos sobre objetos particulares.
No entanto, a dedução das ideias da razão já apresentava um ponto de
visão que deverá ser desenvolvida na terceira Crítica, a saber: a verificação

32 Esta função do Julgamento diz respeito à aplicação dos conceitos objetivos da razão teórica e
da razão prática é explicada pelo seguinte texto da Erste Einleitung: «No entanto, o Julgamento é um
tal faculdade particular - que não é de todo independente - que não oferece, ou conceitos, como o
compreensão, nem idéias, como a razão, sobre quaisquer objetos, porque é uma faculdade de subsumir
[algo] aos conceitos que lhes são dados de fora »[ V 179]. Esta indicação também é encontrada no
Prólogo da obra, uma vez que Kant também afirma que o Julgamento não possui princípios próprios pertencentes ao
sistema doutrinário de filosofia, mas "pode ​ocasionalmente vincular-se a cada um [dos princípios]
de ambas [as partes do sistema de filosofia] '[KU, V 238], isto é, os princípios da razão teórica e da
razão prática.

Página 245

220 A crítica do julgamento reflexivo no sistema de razão

ção de que a validade de tais idéias se referia ao uso e organização de nosso


faculdades para o conhecimento dos objetos. No Kritik der Urteilskraft o
problema de Julgamento e o significado sistemático de seus princípios irão ligar

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
com esta indicação quanto ao uso subjetivo de nossas faculdades; mais em
Neste caso, Kant tem uma explicação de como o Julgamento rege o
processo de conhecimento de acordo com os princípios reguladores. Com isso, o objeto do
crítico será pensar sobre o uso regulador da razão e, em particular, seu hipo-
não apenas como um requisito normativo, a partir do qual é
faz a possibilidade depender de um conhecimento sistemático do terreno de
experiência, mas como um requisito que define a estrutura, princípios
e a operação do Julgamento.
Portanto, se esta faculdade cumpre uma função transcendental no sentido
que é defendido neste trabalho, seus princípios devem ter posição transcendental
sem ser por sua vez de um tipo constitutivo, e este significado transcendental deve jogar
uma função na capacitação crítica da parte doutrinária da filosofia.
Em outras palavras, deve-se demonstrar que, sem a intervenção de tal
princípios transcendentais meramente subjetivos, Kant não pode considerar
como a fundação dos reinos da razão terminou, nem, portanto,
admitir a possibilidade de um conhecimento filosófico de tipo doutrinário referido
para essas áreas.
Os princípios do Julgamento não tratam de objetos, mas legislam para
priori sobre as "condições de reflexão" [EE, V 203]. Só neste sentido
sentido subjetivo e significado eminentemente crítico33 pode ser justificado
reivindicação do Juízo como faculdade —autônoma— de saber. O prin-
cipio do Juízo, portanto, só pode justificar sua função transcendental
na medida em que ele se dá a lei para reflexão sobre o uso de nosso
faculdades, em um sentido que não determina os objetos, mas o nosso caminho
para refletir sobre eles no uso de nossa razão. Kant se refere a
esta caracterização da normatividade do Julgamento segundo o conceito de
autonomia [EE, V 203; KU, V 259].34 Vamos nos aprofundar no significado disso

33 Sobre o papel crítico do julgamento reflexivo na Kritik der Urteilskraft, ver N ERHEIM , Hjör-
dis (1991): Zur kritischen Funktion ästhetischer Rationalität em Kants Kritik der Urteilskraft, Frankfurt am
Principal, etc.
34 A interpretação do P ETER [1992: 53-61, 78-81] sustenta que o Erste Einleitung ainda não expressa o

autonomia de juízo reflexivo, somente a partir da qual o princípio do propósito comum poderia ser fundado
É um princípio enraizado na estrutura do Julgamento. Nesse sentido, está vinculado à linha de argumentação
já seguido por B ARTUSCHAT [1972: 222–231]. De acordo com o P ETER , o Erste Einleitung continua a depender de
a concepção de julgamentos hipotéticos no Kritik der reign Vernunft, enquanto o Julgamento pressupõe
e uma ideia de um sistema da natureza que, falando propriamente, não se baseia em sua estrutura de maneira específica.
físico, mas na razão e no conceito de ideal de razão. Só a introdução definitiva perceberia
do princípio da finalidade como princípio específico do Julgamento, na medida em que neste texto
Argumenta-se que essa faculdade se dá a lei para a reflexão sobre a natureza. Isso explicaria,

Página 246

6,4 A crítica do julgamento como o fundamento último da razão 221

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princípio transcendental e subjetivo essencial para o sistema crítico, bem como no


argumentação visando a sua justificação.
A crítica do julgamento só faz sentido como parte do sistema crítico
se a autonomia desta faculdade e seus princípios são apreciados a partir do entendimento
mentira e razão. Pudemos verificar35 que a teoria do julgamento transcendental
no Kritik der reinen Vernunft não pegou a especificidade desta faculdade, em
até que ponto a sua função determinante dependia essencialmente dos princípios de
princípios de compreensão. Neste sentido, esta teoria não significava adequada-
mente uma teoria do Julgamento, mas um corolário da Analítica dos conceitos
puro de compreensão. Portanto, no Kritik der Urteilskraft Kant reconhece
conheço esta limitação do Juízo determinante transcendental a ser constituído
como um corpo docente autônomo, o que exigiria que sua justificativa
mostrar que a validade de seus princípios não é deduzida de outra faculdade [KU,
V 239]. Mas o Juízo transcendental não tem lei própria, uma vez que
esta "lei é indicada a ele a priori" pelo entendimento [ V 252]. Encontrar
determinado absolutamente pelo conceito de experiência possível, neste
Neste caso, o Julgamento não precisa refletir sobre a relação entre objetos e
conceitos puros de compreensão; na medida em que os consideramos
geralmente objetos de experiência, estes já são determinados por
priori para tais conceitos [EE, V 189; KU, V 256].
No entanto, essa determinação de objetos por pertencerem ao
reino da experiência possível é acompanhado pelo reconhecimento de que o
tendência não pode determinar a priori a possibilidade de um conhecimento
eficaz desses objetos em sua singularidade. Em relação a essa limitação,
No primeiro capítulo deste trabalho pudemos verificar que, desde o início

segundo o autor, que a Erste Einleitung, ao contrário da introdução definitiva, não oferece uma dedução
deste princípio [1992: 65]. Diante dessa interpretação, em primeiro lugar, os próprios textos não permitem
sustentar que o princípio da finalidade da natureza é dado ao julgamento a partir do quadro do
Dialética Transcendental, de modo que este princípio pertenceria propriamente à razão e ao Juízo apenas
ele o usaria: «Se há um princípio ou regra que surge do Juízo de uma forma original, então deve
Seria um conceito das coisas da natureza na medida em que são orientadas de acordo com nosso Julgamento; [...]
Em outras palavras, deve ser o conceito de finalidade da natureza em virtude de nossa faculdade. "
[EE, V 179s., Primeiro itálico do autor]. No texto citado, Kant afirma claramente que o conceito de
propósito "surge do Juízo de uma forma original", uma ideia que é insistida em diferentes passagens do Erste
Einleitung [ver também V 181, 193]. Mais tarde ele levantará o problema da base crítica
deste princípio e se perguntará qual é a «origem que esta ideia tem e se ela se encontra em uma fonte
a priori »[ V 182]. A resposta a esta questão não pode ser, como PETER argumenta , que o princípio de
a finalidade realmente tem sua origem na razão. Kant nega isso claramente: 'Aqui surge o conceito de
uma finalidade da natureza, ou seja, como um princípio adequado de juízo reflexivo, não da razão »
[ V 193]; também afirmando que «[n] o entendimento nem a razão podem fundar a priori tal lei de
natureza "em relação às máximas a serem investigadas através da experiência, que" não são
algo diferente das expressões transcendentais do Julgamento »[ V 187]. Portanto, na seção VIII [ V
203] deste texto Kant defende a heautonomia do juízo reflexivo, caracterização que, segundo
P ETER , só se encontra na introdução definitiva.
35 Ver neste trabalho § 4.4.

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222 A crítica do julgamento reflexivo no sistema de razão

No início da década de 1770, Kant reconhece que não é possível


na concretização a partir de princípios ou regras de natureza prescritiva que
pretendem decidir a priori sobre a correção objetiva dos julgamentos particulares
cular. E, já neste período, a sua “perplexidade” em relação a este problema
Foi preciso que ele atendesse ao caso exemplar da prova de gosto. No entanto, apenas o
Kritik der Urteilskraft chega a uma solução crítica em relação a este problema.
Matemática. Em particular, a solução de Kant é desenvolvida a partir de um ponto de
partida radicalmente nova, fornecida pela definição do Julgamento como
do que uma faculdade heautônoma.
Isso continua a partir do reconhecimento de que uma determinação não é possível.
definição a priori dos objetos de experiência no que diz respeito aos seus
especificidade singular. De acordo com esta limitação, se nossos julgamentos
indivíduos afirmam a verdade no que diz respeito ao seu conteúdo material
por causa de sua relação com objetos singulares, tais julgamentos só podem confirmar
a posteriori sua correção. Portanto, a adequação entre o conhecimento
e objetos particulares ainda são considerados, como na teoria de
Julgamento momentâneo do Kritik der reign Vernunft, como uma questão de
agente, o que está fora do âmbito de uma legislação a priori de princípios puros
de compreensão.
No entanto, a nova abordagem da terceira Crítica busca
conciliar esse reconhecimento da finitude da razão com a defesa de que ela é
possível uma base de princípios que regem a priori na acusação-
Eu minto. E é que, segundo Kant, esse fundamento não visa garantir o
adequação de julgamentos por meio de conceitos, na medida em que tais princípios
cipios não legislam em nenhum sentido sobre como os objetos são. Em vez disso, o
a justificativa da Sentença atende às condições que devem ser pressupostas
no próprio ato da acusação, independentemente do resultado do julgamento
faz com que você se corresponda com os objetos ou não. Portanto, os princípios de
O julgamento é dirigido em um sentido reflexivo à legalidade que rege nosso
sua capacidade subjetiva de julgar. Em outras palavras, o Julgamento só pode
legislar a priori na medida em que se dê a lei de acordo com um princípio
transcendental: «Este princípio transcendental só pode ser dado a você pelo Julgamento Refletido.
influenciando a si mesmo, sem tirá-lo de outro lugar (caso contrário, seria um
Determinando o julgamento) »[KU, V 252].
A delimitação da função crítica do juízo reflexivo é produzida
ce com base no reconhecimento da finitude da razão, o que impede
superar absolutamente a indeterminação e a contingência do pecado
gular. Isso é algo que pode ser observado na própria definição dessa faculdade.

Página 248

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6,4 A crítica do julgamento como o fundamento último da razão 223

tad, na medida em que sua função adquire significado precisamente em relação ao


indeterminação do singular sensível:
O julgamento em geral é a faculdade de pensar o particular como de baixo conteúdo
Universal. Se o universal (a regra, o princípio, a lei) for dado,
então o Julgamento que inclui o particular é decisivo (também
quando o Julgamento, como um Julgamento transcendental, contribui com a condição a priori
apenas em conformidade com a qual pode ser subsumido a esse universal). Mas sim
apenas o particular é dado, para o qual o Juízo deve [soll] buscar o que
universal, então essa faculdade é meramente reflexiva [ V 251].

O julgamento final apresenta dois aspectos diferentes. Se o universal que


já é dado é um conceito empírico ou uma lei empírica, então
Isso é o que podemos chamar de “julgamento empírico determinante”;
No entanto, se este universal é um princípio de compreensão a priori
puro, então é sobre o que chamaremos de "julgamento transcendental-
determinante". De acordo com o texto, o primeiro pressupõe o segundo, visto que para
ser capaz de determinar qualquer representação de acordo com um conceito empírico
Diante disso, a determinação a priori que lhe dá origem deve ser sempre pressuposta.
gene na legislação transcendental da compreensão pura. Neste sentido,
provisoriamente podemos afirmar que todas as representações, independentemente de
dependendo de serem ou não determinados em um sentido empírico,
já estão sob a determinação do entendimento e, portanto, fazem parte
do reino objetivo da natureza ou da experiência possível. Porém,
esta pura determinação do entendimento, que compreende a totalidade do
fenômenos qua objetos sensíveis, isto é, o reino da experiência, de-
A especificidade singular do fenômeno além
de seu objeto ser-sensível [ V 255s.]: «Em relação aos conceitos universais
da natureza sob a qual um conceito empírico é possível, em princípio
rico (sem determinação empírica particular) ”[EE, V 189, itálico do autor].
Os conceitos puros de compreensão são aplicados a objetos por meio de
da pura síntese da intuição e, portanto, sobre o que nossa
O sensato a saber é geralmente formal e apérítico: «Agora,
objetos de conhecimento empírico, além dessa condição formal do
tempo, eles são determinados de várias maneiras »[ V 186]. Só em
este sentido determina o Julgamento determinante transcendental ao dado singular,
isto é, em relação ao que não é singular nele; e é este aspecto
genérico do objeto, que abstrai de toda diversidade, aquele que recolhe o conceito
experiência possível: «Pela unidade da natureza no espaço e no
o tempo e a unidade de experiência possível para nós são um e o mesmo
coisa »[ V 186].

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224 A crítica do julgamento reflexivo no sistema de razão

De acordo com a abordagem da primeira Crítica, à fundação


a validade objetiva do conhecimento empírico o acompanha
forma essencial o reconhecimento dos 'limites de nossa faculdade de conhecimento
cer »[ V 186] em relação à determinação do singular. A este respeito,
Kant insiste na ideia de que a questão da determinação singular
fenômenos e as relações que eles estabelecem entre si são absolutos
mente contingente para compreensão [EE, V 180, 190; KU, V 252, 256].
De acordo com a definição do juízo reflexivo, esta faculdade tem a função
buscar um universal para um particular dado à sensibilidade, que é
ainda é indeterminado pelo conhecimento. É evidente que este universal
sal não pode ser o conceito universal do julgamento transcendental determinante,
nem o conceito de experiência possível, uma vez que Kant deixa claro que não é necessário
pensar em objetos neste sentido, porque, na medida em que eles objetam,
experiência, já estão determinados a priori pela Sentença
determinante transcendental. Portanto, o Julgamento deve refletir apenas para
a formação de conceitos empíricos.
No entanto, se este corpo docente não pudesse formar julgamentos empíricos determinados
dado a partir da reflexão sobre objetos singulares, dos quais depende
um conhecimento progressivo e sistemático do campo de experiência,
Então, os puros princípios de compreensão não poderiam ser aplicados em
absoluto. Nesse sentido, a possibilidade última do reino objetivo da nação
Sua natureza depende também da legislação subjetiva que a Sentença deve prever.
reflexivo.
De acordo com o sistema de experiência possível, os objetos devem estar sujeitos a
a priori, por exemplo, à lei da causalidade. Assim, o princípio
O princípio da causalidade é um princípio através do qual um evento pode ser
considerada em geral como uma causa particular. Mas os eventos
particular pode ocorrer na natureza de várias maneiras, "então
que podem ser causas de maneiras infinitamente diferentes ”[KU, V 256]. O prin-
princípio da causalidade, embora já encontre o fundamento de sua validade
objetivo na dedução transcendental e na teoria do esquematismo, ele só pode
aplicado de forma significativa na experiência empírica, na medida em que pode ser
pressupor ordem e unidade na multiplicidade dos fenômenos é
cir, uma unidade sistemática em que fenômenos e eventos particulares são
ordem como especificações dos conceitos universais do entendimento
dimento [KU, V 252].36 Para fenômenos devem ser considerados, de acordo com
Kant, como especificações ou 'modificações de conceitos universais
36 EE, V 180 n.: «Ora, este conhecimento empírico se constitui, segundo o que têm em
forma comum de necessidade (viz., as leis transcendentais da natureza), uma unidade analítica de
toda experiência, mas não aquela unidade sintética de experiência na medida em que um sistema que também

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6,4 A crítica do julgamento como o fundamento último da razão 225

elementos transcendentais da natureza »[KU, V 252; veja também EE, V 191]. sim
causas particulares ocorreram na natureza "de maneiras infinitamente diferentes.
diversas ”, isto é, se essas causas, por sua vez, não estivessem sujeitas a leis, então
É absolutamente impossível falar das causas da natureza. A experiência
seria então uma série caótica de fenômenos e relacionamentos desconectados, e o
as leis transcendentais do entendimento não podiam ser especificadas de forma alguma
em uma área de objetividade.
É esse espaço que permanece indeterminado pela faculdade de compreensão.
mas que deve ser fundado em um sentido positivo devido ao
suposições sistemáticas do conceito de experiência,37 aquele que vai ocupar a tarefa
crítica desempenhada pelo Julgamento, segundo o argumento da dedução do
conceito da finalidade declarada na introdução definitiva:
Uma vez que, no entanto, isso deve ser necessariamente pressuposto e adotado
unidade [de experiência], pois do contrário nada aconteceria.
uma relação entre as leis empíricas em um todo de experiência, de tal forma
que, embora as leis universais da natureza ofereçam tal combinação em
coisas de acordo com sua espécie como coisas da natureza em geral, eles não
em um sentido específico - na medida em que tais seres naturais particulares -, [en-
então,] portanto, o Julgamento deve adotar, como princípio próprio
uso, que o que é contingente à intelecção humana em leis particulares
correntes (empíricas) da natureza, no entanto, contém unidade legal na
combinação de sua multiplicidade em virtude de uma experiência em si possível que,
com certeza não podemos encontrar, mas podemos pensar [...]. Bem, este conceito
a natureza transcendental de uma finalidade da natureza não é, nem é um conceito da natureza.
natureza, nem um conceito de liberdade, porque não atribui nada aos objetos
(da natureza), mas apenas apresenta a única maneira pela qual devemos
proceder na reflexão sobre os objetos da natureza em virtude de uma experiência

conectar sob um princípio as leis empíricas no que é diverso (e onde a multiplicidade do


podem ir ao infinito) ».
37 EE, V 185f.: «Vimos no Kritik der reen Vernunft que a totalidade da natureza, na medida em que

aquele conjunto de todos os objetos da experiência, constitui um sistema de acordo com as leis transcendentais,
ou seja, um sistema que o próprio entendimento dá a priori [...]. Justamente por isso, a experiência deve
constituem um sistema de conhecimento empírico possível, da mesma forma que este sistema é
possível geralmente considerado em um sentido objetivo. Pois isso é exigido pela unidade da natureza
[...] ./ Mas disso não se segue que a natureza, também no que diz respeito às leis empíricas, seja uma
sistema compreensível para a faculdade humana de conhecer, nem que seja possível ao ser humano
relação sistemática e absoluta seus fenômenos em uma experiência, portanto, esta mesma natureza em
tanto que sistema. Pois a multiplicidade e disparidade das leis empíricas é tão grande que nunca
seria possível para nós unificar essas mesmas leis empíricas de acordo com o parentesco sob um princípio comum, se
É possível que a multiplicidade e disparidade dessas leis [...] sejam apresentadas como infinitamente grandes,
oferecendo-nos nada mais do que um agregado puramente caótico sem o menor traço de um sistema, mesmo
quando devemos pressupor este sistema de acordo com as leis transcendentais ”[grifo do autor]. De acordo com este texto,
a primeira Crítica fundamenta a validade objetiva de um sistema de experiência; mas esta mesma ideia de sistema
também requer, como pressuposto essencial, enfocar o problema de sua inteligibilidade por
do ser humano. Desta forma, o fundamento último do campo objetivo de experiência requer
atender às condições subjetivas que também devem legislar sobre nossa forma sensível de saber.

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226 A crítica do julgamento reflexivo no sistema de razão

experiência absolutamente conectada, isto é, um princípio subjetivo (máximo) de


Julgamento [KU, V 256s., Itálico do autor].38

Este argumento corresponde mais a uma exposição metafísica


da validade subjetiva do princípio da finalidade da natureza.39 então
Portanto, Kant meramente estabelece a base sobre a qual ele deve entender
o lugar específico deste princípio no sistema crítico, que deve ser
ser fundamentada e devidamente desenvolvida no corpo da obra.40
A natureza deste princípio adquire significado precisamente na tensão
entre a contingência objetiva e a necessidade subjetiva no tratamento de
a natureza como um sistema de leis empíricas.41 Do ponto de
visão objetiva que corresponde ao entendimento, este sistema só pode
ser considerada contingente, enquanto as leis transcendentais não
pode legislar a priori sobre objetos no que eles são singulares e
diverso. No entanto, o mesmo conceito de experiência possível, pois é
fundada em tais leis puras, pressupõe a necessidade desta unidade
natureza em sua multiplicidade, caso contrário não seria possível
uma especificação das leis transcendentais em eventos e fenômenos
aspectos particulares da experiência, nem, consequentemente, a aplicabilidade de
dessas leis puras de compreensão. Portanto, este requisito do
crítica, embora deva ser pressuposta pela possibilidade da parte doutrinária
o conhecimento teórico não pode ser justificado pelo próprio entendimento.
Desse modo, o pressuposto a priori dessa ideia de sistema torna-se
38 Embora tal argumento não seja designado como "dedução" na Erste Einleitung, este texto contém
em sua seção IV a exposição desta mesma linha de argumentação que encontramos na introdução definitiva.
tiva. Depois de verificar que o conceito de experiência possível deixa indeterminada a possibilidade de um sistema
natureza empírica da natureza, que ele só pode considerar como contingente, Kant tira a conclusão de
que esta ideia só pode ser devida a um «pressuposto subjetivo-necessário transcendental» e que «[t]
a suposição é [...] o princípio transcendental do Julgamento »[EE, V 186], que« não pode ser fundado em
a priori, nem pelo entendimento, nem pela razão ”, na medida em que é um“ pressuposto do Julgamento
para uso próprio ', que visa a sistematização das leis empíricas em um sistema da natureza [ V
187]. Portanto, o segundo argumento apresentado por PETER para rejeitar o
interesse histórico da Erste Einleitung para uma compreensão do fundamento do Julgamento na Kritik
der Urteilskraft [1992: 65].
39 Observe que Kant começa com seu argumento a partir da necessidade de investigação da natureza para

pressupõem máximas para reflexão sobre os objetos, para posteriormente estabelecer a validade destes
máximas no princípio da finalidade [EE, V 187; KU, V 255]. Essas máximas são a lex parsimoniae, a
lex continui in natura, a lei da não multiplicação desnecessária dos princípios e a lei da especificação do
natureza.
40 Cf. K ALUZA , Björn (1971): Kants Kritik der Urteilskraft im Entwurf der beiden Einleitungen, tese
doutorado, Basel: 101.
41 KU, V 257: «Portanto, uma vez que a unidade jurídica é representada de acordo com uma combinação das

objetos (neste caso, da natureza) como finalidade, mas sabemos disso ao mesmo tempo que
tingente em si, mesmo quando corresponde a uma intenção necessária (uma necessidade) [einer notwendigen
Absicht (einem Bedürfnis)] do entendimento, então a sentença, que é reflexiva no que diz respeito
para coisas sob leis empíricas (ainda a serem descobertas), a natureza deve pensar em relação a essas leis
segundo um princípio de finalidade para a nossa faculdade de saber ». Veja também a este respeito EE, V 182.

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6,4 A crítica do julgamento como o fundamento último da razão 227

tido precisamente independente do que seja real; além do mais, seu significado
transcendental reside na mesma necessidade subjetiva que deriva de nossa
interesses especulativos, uma vez verificada a limitação do conhecimento
ao objetivo. Portanto, o princípio da finalidade consiste em uma regra que
Esta faculdade se dedica à sua própria atividade na reflexão sobre o
objeto singular: «O princípio próprio do Julgamento é, portanto: a natureza
especifica suas leis universais em leis empíricas em conformidade com a forma de
um sistema lógico para nosso Julgamento »[EE, V 193]. Bem, sem essa pressuposição
a possibilidade de conhecimento efetivo não pode ser considerada de forma significativa
do campo da experiência.42
Este conceito relativo a uma totalidade da natureza não significa, portanto,
Portanto, um aprofundamento da base objetiva da experiência
que tem sua origem na pura legislação do entendimento, mas a
lidar com este problema a partir do reconhecimento da mera validade
mente subjetiva de julgamento reflexivo. Desta forma, a justificativa
desta faculdade e seus princípios como transcendentais é possível na medida em que
que esta faculdade contém as condições subjetivas que geralmente governam
reflexão na pesquisa da natureza. Só neste sentido ele cumpre
esta parte da crítica uma função essencial em relação à possibilidade
do sistema doutrinário da filosofia. No Kritik der reen Vernunft esta crítica
ca tinha se concentrado naquelas condições a priori pressupostas em nosso
forma de saber a partir da qual uma constituição objetiva de
objetos em geral. Na Kritik der Urteilskraft, por outro lado, a crítica
vai se concentrar naquelas condições a priori pressupostas em nosso modo de
refletir sobre objetos singulares, a fim de orientar um en-
julgamento do mesmo que, com base em sua variabilidade e diferença,43
pode remetê-los à ideia subjetiva de um sistema lógico de conhecimento. Por
Portanto, se o princípio do Julgamento atinge o nível de transcendental, como um
princípio específico de crítica que, no entanto, não constitui um domínio

42 EE, V 190: «Qualquer comparação de representações empíricas para conhecer as leis empíricas, e as
formas específicas de coisas naturais - mas também concordantes em um sentido genérico com outras formas
a partir desta comparação, pressupõe que a natureza também observou uma certa economia
para nosso Julgamento e uniformidade compreensível para nós, e este orçamento deve preceder
toda comparação, como princípio do Juízo a priori ». De acordo com este princípio, a natureza é
considerada em um sentido intencional, na medida em que se especifica em virtude das necessidades
[Bedürfnis] especulativo do entendimento [KU, V 257]. Esta concepção da teleologia de Kant reduz
a ideia de uma compreensão divina, que criaria e conheceria a natureza de acordo com nossa
interesses especulativos, a um princípio subjetivo que tem sua origem na necessidade de nossa faculdade de
suponha ordem e unidade na natureza, de acordo com o pressuposto da finitude do conhecimento [ver isto
em relação a KU, V 252s.].
43 EE V 191: «A forma lógica de um sistema consiste apenas na divisão dos conceitos universais

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
determinados sais (aqueles que constituem uma natureza em geral), na medida em que se pensa, de acordo com um determinado
princípio, o particular (aqui o empírico), na sua diferença, na medida em que está contido no universal ».

Página 253

228 A crítica do julgamento reflexivo no sistema de razão

característica da objetividade, esta caracterização deve ser entendida no quadro crítico


da possibilidade última do sistema doutrinário, então, seguindo o mesmo
definição do conceito de transcendental contida na seção dedicada a
o fundamento da validade transcendental do princípio da finalidade,
«[U] n princípio transcendental é aquele através do qual a condição é representada
ção universal apenas sob a qual as coisas podem se tornar objetos para
nosso conhecimento »[KU, V 254].
Como pode ser visto, esta interpretação do significado sistemático
do Julgamento no quadro da crítica corresponde à conclusão defendida
dados no parágrafo anterior. Lá foi considerado que o Julgamento cumpria uma função
sistemático na medida em que tematizou em um sentido subjetivo o campo indeterminado
minado do supersensível já pressuposto entre as condições subjetivas
que nos permitem falar de forma significativa sobre um conhecimento do campo da
experiência. O julgamento deve fornecer uma mediação entre a forma de pensar
no supersensível na esfera teórica e na forma como a razão prática
define este mesmo conceito. Deve-se notar que o Julgamento atinge
pense na natureza como um sistema ordenado em virtude de nosso
reivindicações cognitivas na medida em que considera a natureza de acordo com
propósito, um conceito que encontra sua origem última na esfera prática
ético. Desta forma, a implicação do julgamento reflexivo no processo de
o conhecimento não só permite uma base final de racionalidade
no campo teórico, uma vez que o fundamento último do campo prático depende de
dia também da possibilidade de pensar na legalidade particular da natureza,
de acordo com a sua forma, de acordo com a legalidade da liberdade.
No entanto, foi defendido que o Julgamento só poderia fornecer esta mediação
em um sentido crítico, na medida em que constituiu um corpo docente autônomo
no sistema da razão, não só no que diz respeito ao entendimento, mas também
no que diz respeito à razão prática. Bem, a diferença específica com relação a
Esta última área encontra-se mais uma vez na validade subjetiva do Juízo
reflexivo; Caso contrário, estaríamos diante de um julgamento que pode legislar em
um significado objetivo de acordo com os fins ou, em outras palavras, antes de uma razão pura
que pode conhecer o real a partir de ideias: «[O conceito de finalidade] também
Também é completamente diferente do propósito prático (da arte humana ou
da moralidade), embora certamente esteja pensando de acordo com a analogia com ela »
[ V 253]. A diferença contida na analogia é dada pelo fato de que
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que o Julgamento não legisla sobre objetos, como é o caso do


razão prática [ V 256]. Sua identidade reside apenas em como entender o
normatividade que governa a atividade subjetiva de nossas faculdades, incluindo
aqueles envolvidos no conhecimento teórico da natureza.

Página 254

6,4 A crítica do julgamento como o fundamento último da razão 229

No entanto, o argumento que designamos como "me exponha-


tafísica ”ainda não implica, em sentido estrito, uma dedução do princípio
subjetivo do propósito no que diz respeito ao Julgamento. O argumento de
mostra que se devemos assumir uma unidade da natureza por meio
um princípio, ele só pode reivindicar validade subjetiva, na medida em que sua origem
o gene não pode mentir na compreensão. Mas a crítica deve mostrar
que este princípio subjetivo e necessário é fundado na estrutura que é
essencial para o Julgamento como uma faculdade de conhecimento enraizada na mente.
Somente através de uma análise da estrutura subjetiva das faculdades do
natureza humana, pode-se demonstrar que o princípio da finalidade e
supersensível e, com ele, a mediação entre a razão teórica e a razão prática,
não são justificados meramente com base na necessidade racional [Bedürfnis] de su-
colocar este princípio quanto possível, mas na medida em que é um princípio
necessário legislar eficazmente sobre a nossa forma sensível de saber e, em
esse sentido é constitutivo de nossa subjetividade.
A crítica, portanto, precisa encontrar uma maneira de isolar em sua especificidade
ficção - separando-os e abstraindo-os das condições objetivas - con
condições universais e necessárias que regem a mera estrutura da reflexão.
Este é o momento em que a crítica do juízo reflexivo deve
tornar-se uma crítica de gosto, como um juízo estético-reflexivo.44

44 A reconstrução histórico-evolutiva proposta neste trabalho mostra que a


As idéias de Kant durante as décadas de 1770 e 1780 não prestaram atenção especial ao conceito do sublime. o
tratamento a este respeito no Beobachtungen ainda não foi colocado em relação ao futuro problema do
demarcação entre o sensível e o intelectual que marca o desenvolvimento da crítica desde 1770. Por outro lado
lado, enquanto o conceito de beleza e o problema do gosto são objeto de extensos desenvolvimentos
No período da Dissertatio, as referências ao sublime neste período são escassas e, em qualquer caso,
servem para estabelecer sua diferença com relação ao belo justamente pela exclusividade deste último em
quanto à possibilidade de reclamar a validade. Pois Kant pensava que, enquanto o belo poderia
reivindicando validade objetiva ao confiar nas leis formais e universais da sensibilidade, o sublime é
baseou-se apenas no sentimento privado e na turbulência das faculdades [Anthropologie-Parow, AA

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XXV . 1 388-92]. Mais tarde, ele definirá o sublime como a capacidade de estar ciente das forças de
humor na representação de um objeto [R 806, σ 2 ? υ 3-4 ? χ 3-4 ? ( ρ 3 ?) ( ψ 1 ?) ψ 4 ??, AA XV . 1.358]. No
Esboço de R 1512, imediatamente antes da virada crítica de R 988, ele observa: «Em
o sublime. Relação com a moralidade ”[R 1512, ψ 1-2 , XV 837]. No entanto, os materiais do Nachlass e
dos Vorlesungsnachschriften não oferecem uma base sólida para aprofundar esta relação do sublime
com moralidade. Essa relação está de fato presente no Beobachtungen, mas teremos que
espere até o momento de escrever a terceira crítica para encontrar uma incorporação deste
conceito aos interesses sistemáticos de Kant. O sublime será incluído no Reflect que pudermos
considerar como contornos para a escrita de sua terceira Crítica [R 992, ψ 3-4 , AA XV . 1,436s.; R 993,
ψ 4 , AA XV . 1 437–39]. Tais textos também não nos permitem posicionar-nos com certeza sobre os motivos
desta incorporação do sublime ao sistema crítico, desde a problematização da validade do juízo
A estética ainda é levantada nesses textos por ocasião dos julgamentos de gosto.

Página 255

230 A crítica do julgamento reflexivo no sistema de razão

6.5 A crítica do gosto como uma crítica do Julgamento em geral

Esta concretização da crítica do Juízo em uma crítica dos juízos estéticos


cos significa que a função sistemática que Kant atribui à primeira tarefa
é cumprido e desenvolvido na análise e fundamentação das condições
pressuposto em julgamentos estéticos. Por meio dessa análise, e apenas por meio
do mesmo, é possível acessar o princípio subjetivo do juízo reflexivo
em geral,45 com o qual uma conclusão do sistema é oferecida
crítico. Será esta tese principal que guiará a última parte de nossa leitura.
das duas introduções a este trabalho e servirá de base para a interpretação
da crítica de gosto que será exposta no próximo capítulo.
Nenhum dos dois textos apresenta uma base completa da
princípio subjetivo do Julgamento. Na verdade, Kant se refere explicitamente ao
ideias desenvolvidas no corpo do trabalho, como o local onde ocorre
disse a fundação. No entanto, é necessário atender a esses textos como
a principal base para a compreensão da estrutura argumentativa na qual
apóia a dedução dos princípios a priori do gosto.
No parágrafo anterior, foi mostrado que, de acordo com Kant, a crítica de
O julgamento só pode alcançar uma ligação entre o reino da natureza e
o reino da liberdade em um sentido puramente subjetivo. Esta mediação
subjetivo só pode ser cumprido na medida em que é mostrado que tal ligação
é estabelecido no nível das faculdades - compreensão e razão - por meio
Julgamento. Daí o papel da crítica por meio da crítica
do Julgamento deve consistir no fundamento da relação sistemática
entre essas faculdades.
Para compreensão, julgamento e razão, como faculdades de saber
Em geral, eles são responsáveis ​pelas faculdades da mente da faculdade de conhecer
—Em particular—, a sensação de prazer e desprazer, e a capacidade de desejar

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
respectivamente. Kant justifica que a sensação de prazer constitui o
culto da mente que corresponde ao Julgamento da verificação
da dimensão meramente subjetiva envolvida em ambos. Assim, «se o Julgamento
ele também tem que determinar algo por si mesmo, isso não poderia ser mais do que
a sensação de prazer; e vice-versa, se a sensação de prazer é ter
também um princípio a priori, isso só pode ser encontrado no Julgamento »[EE,
V 185].
Em relação a esta determinação do sentimento, como faculdade de
espírito específico do Julgamento, Kant diferencia, em primeiro lugar, entre o uso de
termo "estético" em relação a esta sensação de prazer ou desprazer e

45 Uma tese defendida por P ETER 1992: passim, bem como por W IELAND 2001: 185ss.

Página 256

6,5. A crítica do gosto como crítica ao Julgamento em geral 231

o significado adquirido por este termo no âmbito da Estética Transcendente


dental. No primeiro caso, não se refere à forma da sensibilidade no
até que ponto pode ser determinado pelo entendimento, mas para a relação
ção da representação sensível em relação ao próprio estado do sujeito. o
sentimento estético não contribui em nada para o conhecimento do objeto, enquanto
sua representação se refere ao estado subjetivo do sujeito, e não ao corpo docente de
conhecido por sua determinação por um conceito [ V 199]. Portanto, em um
juízo estético «não há determinação do objeto, mas do sujeito e de sua
sentimento '[ V 200, veja também KU, V 263]. E é que Kant afirma que
na representação de um objeto, tanto um componente objetivo
como um componente subjetivo. O aspecto subjetivo desta representação
que, no entanto, não pode se tornar um 'componente do conhecimento'
a »é prazer ou desprazer [KU, V 263]. Agora, a afirmação de que o
sentimento estético não contribui em nada para o conhecimento deve ser interpretado no
sentido que o sentimento não constitui qualquer componente objetivo em
determinação da representação. Para Kant explicitamente esclarece que
a sensação de prazer, como componente subjetivo da representação
ção, está relacionada ao conhecimento.46
No conhecimento de um objeto, os sentidos intervêm conjuntamente
relações básicas [isto é, a referência ao assunto expressa no sentimento e
determinação objetiva do conhecimento] [ V 263].

Pois sempre há uma grande diferença entre as representações, na medida em que


pertencem ao conhecimento [...]; ou, igualmente, na medida em que estão incluídos em
o poder de desejar [...]; ou em relação ao seu relacionamento apenas com
assunto, uma vez que as próprias representações são uma base para manter

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têm sua própria existência neste assunto e são tratados por sua relação com o
sensação de prazer, que não é, nem contribui de forma alguma, um conhecimento do
representação, embora seja verdade que pode ser um pressuposto de conhecimento
como base de determinação [EE, V 183, itálico do autor]47 .

Segundo a exposição de Kant, no conhecimento de uma representação


da mente intervêm dois aspectos diferentes: por um lado, um aspecto fundamental
determinação objetiva desta representação, pela qual pode ser
geralmente relacionado a um objeto por meio da unidade sintética de abertura.
recepção; por outro lado, uma base subjetiva para determinar este
representação por sua relação com o sujeito conhecedor, a partir do qual o
presença desta representação na mente do sujeito é preservada e mantida
tomadas, sem implicar qualquer determinação objetiva adicional para

46 Cf. H OGREBE , Wolfram (1984): "Erkenntnistheorie ohne Erkenntnis", em Zeitschrift für philoso-
phische Forschung 38, 1984, 545–59.
47 Cf. também KU, V 261.

Página 257

232 A crítica do julgamento reflexivo no sistema de razão

o conhecimento disso. Parece óbvio que Kant só pode ser referido


rindo do conhecimento em dois sentidos diferentes. Em primeiro lugar, em um
sentido restrito, trataria da determinação objetiva do
ção de acordo com o fundamento a priori de compreensão e, nesta base, de acordo com
um conceito particular. Por outro lado, em um sentido amplo, o conhecimento
de um objeto pelo sujeito também requer levar em consideração um elemento fundamental
determinação subjetiva, que consistiria em uma mera referência a
subjetividade e na relação entre o sujeito e a representação.
Já verificamos que, segundo Kant, se a Sentença pode legislar a priori
ri, essa determinação só pode ter consequências no sentimento
e, vice-versa, se esse sentimento é para reivindicar algum princípio como seu fundamento
mento, este por sua vez só pode ser devido ao Juízo. Será essa relação de mútuo
implicação entre o problema do Julgamento e o problema da
Isso marcará a estrutura complexa da terceira Crítica. A partir de
esta relação sistemática Kant apresentará a investigação sobre as condições de
julgamentos estéticos como o eixo de uma crítica do Julgamento em geral.
Nesse sentido, ele entende, por um lado, que a crítica ao princípio transcendente
O julgamento odontológico em geral deve se referir a uma crítica dos julgamentos estéticos
e, por outro lado, que as decisões são baseadas estéticas ao mesmo tempo em que tais condições da
Julgamento em geral. Assim, tal relação sistemática pode ser explicada se-
de acordo com a seguinte formulação: o princípio do juízo reflexivo em geral

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será considerada por Kant como a ratio essendi de julgamentos estéticos e
sentimento de prazer expresso neles, enquanto, por outro lado, este
encontrará em julgamentos estéticos a razão cognoscendi deste mesmo princípio
Julgamento reflexivo pio em geral. A trama que Kant seguirá
deve ser entendido neste sentido.
Vamos verificar como nas introduções há indícios
o suficiente para apoiar esta interpretação. Vamos nos concentrar principalmente
no Erste Einleitung, que mostra claramente os pontos principais deste
thread do enredo, embora o desenvolvimento paralelo desta questão seja indicado em
a introdução definitiva.
De acordo com Kant, se o julgamento reflexivo não legisla sobre um objeto específico
nado - visto que a função desta faculdade adquire significado precisamente na medida em que
que ainda não existe um conceito que determine a representação particular
lar -, mas sim em uma regra que rege a reflexão sobre um particular e
sua relação em geral com o entendimento, então 'é facilmente compreendido
te que em um julgamento meramente reflexivo, é uma questão [da] imaginação e da
entendimento no relacionamento mútuo em que devem se encontrar no Julgamento

Página 258

6,5. A crítica do gosto como crítica ao Julgamento em geral 233

em geral [...] »[EE, V 197s., itálico do autor]48. O Julgamento, na medida em que


capacidade de saber, também é meramente subjetiva e baseia sua atividade em
os princípios universais de reflexão que devem legislar em um sentido normal
mativo sobre a conformidade entre a imaginação e a compreensão para o
formação de um conhecimento. Assim, esta faculdade está devidamente enraizada em um
atividade específica de conhecimento que deve ser entendida essencialmente
devido à sua natureza transitiva; É sobre a transitividade do processo de julgamento.
ção pela qual os objetos são refletidos em sua singularidade, como
passo anterior a uma determinação deles pelo entendimento.
Por outro lado, no julgamento em geral, tanto esta operação deve intervir
reflexivo como uma base objetiva de determinação que é derivada
do entendimento; ou seja, um julgamento empírico de conhecimento só é possível
possível a partir da intervenção conjunta da atividade reflexiva e da
atividade determinante da Sentença. Embora a segunda atividade tenha sua origem em
espontaneidade de compreensão, o primeiro é precisamente o que define o
especificidade do julgamento como um corpo docente autônomo. Vamos lembrar também
que Kant afirmou que o conhecimento em geral de uma representação
pressupõe um momento subjetivo e um momento objetivo. Para o
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Portanto, a possibilidade de um julgamento empírico não é apenas apoiada por um


fator determinante do objetivo - seja de origem empírica ou transcendental -,
mas também em um tipo de fundamento subjetivo-reflexivo que reside em
o juizo. Para estas últimas condições legislam sobre a relação entre os
faculdades que devem ser pressupostas para que a formação de
de um determinado julgamento por parte do sujeito. No entanto, isso significa
também que um juízo empírico já constituído, na medida em que supõe, apenas
especificamente, a efetiva realização da determinação que segue a reflexão,
não contém em sua estrutura nenhuma marca que indique atividade reflexiva
xionante do Julgamento, enquanto a constituição e determinação do julgamento
empírico como tal significa precisamente a conclusão desse processo reflexivo.
xiva e transitiva que tornou isso possível.49 In Concept Analytics
puro de compreensão, crítica ligada a uma análise dos julgamentos de
o conhecimento como funções de síntese já regidas por um conceito
em um sentido determinante. Mas esta mesma análise dos julgamentos já constituiu

48 KU, V 264: «Se a mera apreensão da forma de um objeto de intuição está relacionada a um plano-
cer, sem que haja uma relação entre isso e um conceito para um determinado conhecimento, então
a representação não se refere por meio dela ao objeto, mas meramente ao sujeito, e o prazer não pode
ser mais do que a conformidade do objeto com as faculdades de saber que estão em jogo no Julgamento Reflexo.
xionativos e, nesse sentido, apenas expressam uma finalidade formal subjetiva do objeto [...]. Isto será
um julgamento estético sobre a finalidade do objeto, que não se baseia em nenhum conceito que tenhamos,
nem ele acredita nisso. Veja também V 265.
49 Cf. W IELAND 2001: 143, 347; bem como M ARTÍNEZ M ARZOA 1987: 60.

Página 259

2. 3. 4 A crítica do julgamento reflexivo no sistema de razão

na medida em que já pressupõem a determinação objetiva do


compreensão, não pode oferecer o caminho para uma crítica da atividade reflexa.
xionante do Julgamento na sua autonomia e especificidade. Kant precisa encontrar
um acesso à atividade e transitividade que define a mera reflexão, na sua
abstração do resto das faculdades e, portanto, independentemente do
determinação objetiva fornecida pelo conceito. Desta forma, a crítica de
O julgamento só pode encontrar um determinado objeto para sua investigação crítica.
éticos nos julgamentos sobre a representação singular que são meramente
reflexivos, isto é, julgamentos estéticos sobre o belo e o sublime. Então
Estes são os únicos julgamentos em que, na medida em que sua legislação é
meramente subjetivo, por abstrair completamente dos conceitos do entendimento
da razão e da razão, apresenta-se em sua especificidade e autonomia a mera
estrutura de reflexão que se pressupõe no processo de conhecimento
e permanece oculto no Julgamento em geral.50 Pois em um «julgamento estético de

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reflexão ”a forma de uma representação é colocada em relação ao“ me-
ra reflexão da compreensão e imaginação entre si para uma promoção
conjunto de sua ocupação ', a partir do qual a representação é percebida
em sua conformidade com relação à Sentença [EE, V 198]. Nesse sentido, o
O propósito do Julgamento é tratado em um sentido puramente subjetivo, no
dia em que, em julgamentos estéticos, "nem é necessário, nem deve ser produzido, qualquer
determinado conceito do objeto e o mesmo julgamento não é um julgamento de
conhecimento »[ V 198].
Com base neste isolamento importante, o trabalho principal do
a crítica dos julgamentos de gosto só pode ser considerada como uma concreção
crítica ao Julgamento em geral, na medida em que seja demonstrado que há
uma relação de classificação transcendental entre sentimento meramente subjetivo
expressa em tais julgamentos e na estrutura de reflexão entre as faculdades de
conheça os envolvidos no julgamento em geral.

50 De acordo com G ADAMER [1960: 37, 44s.], No Kritik der Urteilskraft Kant não apenas teria reivindicado um
demarcação nítida entre julgamento determinante e julgamento reflexivo, mas teria restringido o escopo de
este último para o campo da experiência estética, não valorizando assim a sua importância para o
e moral. Gadamer parece assumir que a distinção entre julgamento determinante e julgamento reflexivo é
destinado a fundar dois tipos diferentes de ensaios [Urteil], e não duas atividades diferentes do Julgamento, que
eles estão igualmente implicados em possibilitar qualquer teste eficaz. Wahrheit e Methode podem ser
considerada a obra mais influente das últimas décadas na difusão do sentido filosófico da
Terceira crítica de Kant. Infelizmente, o Wirkungsgeschichte em que Gadamer decide enquadrar o
Kritik der Urteilskraft continua a apresentar este trabalho para nós a partir da leitura neo-kantiana já desgastada, de acordo com
cujo objetivo de Kant seria basear os julgamentos estéticos como um terceiro tipo de
juízos sintéticos a priori, cuja validade neste caso seria meramente subjetivo. Sobre o significado de
os conceitos "determinantes" e "reflexivos" como duas atividades inerentes ao corpo docente de julgamento,
ver M ARTÍNEZ M ARZOA 1987: 18s., que defende que a possibilidade da atividade determinante do
O julgamento pressupõe atividade reflexiva.

Página 260

6,5. A crítica do gosto como crítica ao Julgamento em geral 235

De acordo com Kant, um julgamento de gosto não pode ser determinado a priori em um
sentido objetivo. Ou seja, na medida em que falta qualquer referência a um conceito
a, não há critério anterior que possa determinar a priori quais objetos
eles serão considerados pelo sujeito como belos [KU, V 266]; Bem, isso supõe
Eu argumentaria que os julgamentos estéticos não são nada diferentes dos julgamentos de
conhecimento e, mais particularmente, que devemos considerar a beleza como um
propriedade dos objetos. Esta visão da acusação
do gosto foi alcançado por Kant na concepção desenvolvida na
período da Dissertatio, que desde o início marcou uma separação
de sua abordagem da estética racionalista.51 Por este motivo,
em relação ao sabor não é possível oferecer critérios universais e objetivos
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que rege a acusação particular de objetos em um sentido diferente.
cursiva. Observe também que essa limitação é exatamente o que foi marcado
também o problema de uma fundação de julgamento empírico
co de objetos da Dissertatio ao Kritik der Urteilskraft. Bem o
A crítica rejeitou que fosse possível oferecer regras universais e suficientes que
determinar a correção objetiva do ensaio em concreto. Com ele,
há uma coincidência entre o problema da fundação do Jui-
Cio reflexivo em geral e o problema da justificativa do caso
exemplar de julgamentos de gosto em particular.
Tanto no caso geral da acusação como no caso exemplar do
julgamento de gosto, o sujeito parece reivindicar uma reivindicação de validade sem
pode, entretanto, basear-se em regras discursivas de validade objetiva.
Quanto ao problema da fundamentação da Sentença, conforme exposto
No prólogo do Kritik der Urteilskraft, Kant reconhece que este problema é apenas
É dado se assumirmos, erroneamente, que o Julgamento pretende algum tipo de
validade objetiva. De acordo com sua caracterização a partir do conceito de heautono-
minha, esta faculdade dá a si mesma a lei da reflexão sobre os objetos, para
o que sua validade só pode ser entendida como subjetiva e reflexiva. Agora
Bem, se o princípio do Julgamento só pode legislar sobre o sentimento, e este
por último, por sua vez, só pode ser baseado no princípio subjetivo de reflexão,
então a investigação crítica de Kant tem que se concentrar no julgamento de gosto,
em que esta inter-relação entre julgamento e sentimento é precisamente expressa.
No fio argumentativo delineado pelo crítico, Kant reconhece que
Podemos determinar de acordo com princípios a correção objetiva do Julgamento,
nem podemos decidir a partir de argumentos quais representações
eles vão provocar um prazer. Agora, isso não significa que não podemos inferir o
possibilidade de uma fundamentação não discursiva do Julgamento em geral e da

51 Ver neste trabalho §§ 2.6 e 4.2.2.

Página 261

236 A crítica do julgamento reflexivo no sistema de razão

julgamento de gosto em particular; pois, de acordo com Kant, se no mero julgamento de gosto -
como experiência estética - há uma reivindicação de universalidade sem
isso é determinado por conceitos, então só podemos interpretar estes-
Eu te sinto como a expressão ou conseqüência no humor da atividade
Julgamento reflexivo subjetivo subjacente em geral, viz. o vivificante
ção do jogo entre imaginação e compreensão através de um princípio para
priori [ V 209]. Nesse sentido, o princípio subjetivo do juízo reflexivo

É
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"É basicamente o mesmo com a sensação de prazer" [ V 208], no
na medida em que este último só pode ser interpretado como o efeito de um
Fundamento do Julgamento sobre a sensibilidade do assunto.
É essa estrutura argumentativa que podemos encontrar nas seções
chave para a Kritik der Urteilskraft, como §§ 9, 10 e 12 ou a Dedução
de julgamentos de gosto. Com isso, Kant tem uma base para a elucidação da
ção e comprovação da reivindicação de validade expressa nos julgamentos de
gosto. Porém, esta estrutura não é só a que permite elucidar
a relação dos julgamentos estéticos com sua ratio essendi, mas também oferece
É também a base sobre a qual esta elucidação crítica do gosto pode ser considerada
dado pelo filósofo transcendental como a razão cognoscendi do princípio subjetivo
julgamento reflexivo em geral. Vamos, portanto, mergulhar na linha de
argumentação levantada na Erste Einleitung.
Kant levanta em primeiro lugar a necessidade de distinguir entre os julgamentos
a estética da reflexão e os "julgamentos estéticos dos sentidos" [ V 201s.].52 bem,
Considerando que o julgamento estético da reflexão é devido a uma determinação subjetiva
sensível à sensibilidade, parece se basear, como julgamentos estéticos
dos sentidos, em uma mera sensação ou percepção privada do estado de
humor do sujeito. Seguindo essa linha de argumentação, Kant define um julgamento
valor estético em geral como aquele em que o fundamento da determinação
é encontrado na percepção. No entanto, a partir desta formulação não
Pode-se entender como um juízo estético pode reivindicar validade intersujeitos.
tivo, como é o caso dos julgamentos estéticos de reflexão. Por este motivo, Kant esclarece
que o que é percebido e sentido pelo sujeito neste tipo de julgamento não é
propriamente uma sensação singular; mas, sim, a conformidade entre
faculdades de conhecimento na mente por ocasião de uma performance, como
Como essa conformidade deve ser pressuposta para o conhecimento geral.
E é que um sentimento pode ter sua origem em um princípio a priori, pois
em vez de tal sentimento ser expresso na sensibilidade do sujeito. Deste modo,
um juízo estético, embora sensível, não precisa encontrar seu fundamento

52 Esses julgamentos coincidem com os julgamentos de percepção que foram tratados nos Prolegômenos; Kant o
Ele ilustra aqui a partir de exemplos como "o vinho é agradável" [EE, V 201].

Página 262

6,5. A crítica do gosto como crítica ao Julgamento em geral 237

em um conteúdo sensível da mente, uma vez que o sentimento subjetivo também


pode ser interpretado como a percepção subjetiva do trans-
cendental de reflexão. Portanto, a sensação de prazer deve ser
considerado como a consequência ou efeito na mente desta conformidade

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entre as faculdades, que tem uma posição transcendental, como condição de
sensibilidade subjetiva para o conhecimento em geral. É assim que as provas
estéticas, na medida em que se baseiam em princípios a priori, podem ser incluídas em
o sistema crítico.
Bem, se a reflexão sobre uma dada representação precede o sentimento de
prazer (como base para determinar o julgamento), então o propósito
subjetivo é mais pensado do que sentido em seu efeito e, neste sentido, portanto
Portanto, o juízo estético pertence, a saber, de acordo com seus princípios, às faculdades
superiores de saber, isto é, ao Julgamento, a cujas condições subjetivas e, não
No entanto, também universal, é subsumido [ V 202].

A mesma referência à consciência da fundação do prazer aparece


também na introdução definitiva [KU, V 266]. Na minha opinião, Kant não
pode estar segurando que, no julgamento do gosto, o reflexo ou a finalidade
envolvido na interação entre as faculdades é pensado e, posteriormente, sentido,
dá. Esta interpretação não pode ser conciliada com sua declaração de que
prazer e desprazer "não querem ser elucidados, uma vez que são sentidos" [ V
209]. Em seu aspecto fenomenológico, ou seja, na própria experiência estética
ma do sujeito envolvido no julgamento, consciência ou pensamento
a reflexão não pode preceder o sentimento na forma de uma
determinação, uma vez que isso significaria que o julgamento de gosto estava em
última instância de natureza discursiva. Mas ao longo da obra de Kant
recorrentemente na ideia de que não podemos deduzir a acusação
em uma representação de uma fundação. O que é possível não é
No entanto, é para realizar uma compreensão dessa lógica por meio da análise
análise filosófica deste sentimento, então, no caso de o sentimento
na mente, o prazer só pode ser pensado - pelo filósofo transcendental -
com base nas condições de reflexão.53 Portanto, a citação acima
deve ser lido como a conclusão de um argumento importante sobre
o fundamento do Julgamento em geral: Como o julgamento estético apresenta
É uma reivindicação de validade subjetiva, baseada nem em um conceito nem na
53 Ver a este respeito S CHAPER , Eva (1979): Studies in Kant's Aesthetics, Edimburg: 121ss. De acordo com o auto-
ra, a inconsistência frequentemente atribuída ao Kritik der Urteilskraft decorre da confusão
entre dois níveis diferentes contidos na argumentação de Kant e nem sempre claramente delimitados
em sua exposição. Por um lado, é a descrição do aspecto meramente fenomenológico e subjetivo
que apresenta o julgamento de gosto, ou seja, o nível relativo a como o sujeito se sente na experiência estética
versus representação; por outro lado, é o nível conceitual proposto pelo filósofo para explicar
esta fenomenologia, que pode elucidar a partir da crítica as condições transcendentais que regem o
possibilidade de sentimento estético no sistema da razão.

Página 263

238 A crítica do julgamento reflexivo no sistema de razão

determinar as condições do Julgamento, e esta reivindicação não pode ser baseada no


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sensação nela pressuposta, devido à universalidade que acompanha o


sentimento, esse julgamento só é possível na medida em que esse sentimento é
realmente uma consequência subjetiva de uma base transcendental e subjetiva.
reflexão, que precede todo julgamento em relação ao seu
aspecto meramente reflexivo. Isso mostra que no julgamento reflexivo
Em geral, está presente um princípio subjetivo a priori que antecede o
perseguição de objetos singulares, ou seja, o princípio da finalidade, que
pode ser pensado e explicitado pelo filósofo transcendental como um princípio
que é pressuposto no conhecimento da natureza antes do en-
julgamento particular de objetos singulares. O desenvolvimento explicativo que
Kant realizado com relação à citação acima mostra que, em
Neste caso, a atenção ao julgamento estético é explicada na medida em que
Isso oferece a razão cognoscendi do princípio do Julgamento em geral.
Porque a condição subjetiva de um julgamento não pode admitir qualquer contra
conceito determinado com base na sua determinação, este
o conceito só pode ser dado na sensação de prazer [ V 202, itálico do autor].

[Um julgamento estético] também afirma que sua base para determinação
deve mentir, não apenas na sensação de prazer e desprazer, mas também em um
regra das faculdades superiores de conhecimento, neste caso no julgamento, que por
Ele é legislador a priori em relação à reflexão e mostra autonomia;
Essa autonomia não é objetivamente [...] válida, mas meramente subjetiva.
tiva para o julgamento do sentimento, que, se pode apresentar uma reclamação
universalmente válido, ele demonstra sua causa [ enquanto ] fundada em princípios
priori. [ V 203, itálico do autor].

Segundo Kant, a análise crítica do julgamento estético permite demonstrar a causa


sa de sua validade como um princípio transcendental de uma faculdade superior
e autônomo, a saber, o julgamento reflexivo. Conforme indicado, o formulário
mulação da problemática de um fundamento de julgamento reflexivo
coincide com a formulação particular deste problema em relação a
o caso exemplar de julgamentos estéticos. Vamos lembrar que no prólogo do
O trabalho de Kant ofereceu uma indicação importante sobre a perspectiva
que ele teve que adotar uma justificativa para o Julgamento. Segundo ele, uma fundação
a introdução do princípio a priori desta faculdade não é possível se este princípio
reivindica validade objetiva, uma vez que isso levaria o argumento do fundamento
para um progresso ad infinitum. Portanto, essa base é apenas
possível na medida em que se baseia no reconhecimento de que esta faculdade
só legisla sobre a subjetividade do agente que reflete sobre
objetos para determinação. O princípio da finalidade, portanto,
na medida em que constitui mera condição subjetiva dos julgamentos,

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6,5. A crítica do gosto como crítica ao Julgamento em geral 239

não pode ser elucidado a partir de um conceito, uma vez que este conceito só pode ser
poderia explicar uma relação de finalidade para objetos, o que implicaria
admitir a possibilidade de um conhecimento racional do real. Em tanto que
a finalidade apenas legisla sobre o assunto e suas competências, esta legislação apenas
pode ser mostrado pela filosofia transcendental a partir de uma análise do
mera subjetividade. É na análise do juízo estético, na medida em que é meramente
reflexivo e subjetivo, onde é possível propor tal análise do mero
subjetividade. Embora a sensação de prazer só pode ser interpretado
considerada pelo filósofo transcendental como consequência na subjetividade de
uma relação final entre as faculdades, a questão da causa desse efeito
Subjetivo leva a uma demonstração - e percepção consciente - do
próprio fundamento que o provoca: o princípio da finalidade. Com isso,
mostra que este princípio específico do Julgamento legisla a priori e em um
autônomo - anterior à sensação de prazer e, portanto, com
antes de qualquer processo particular do objeto singular no mero
reflexão - no ato transitivo de reflexão. Desta forma, através do
a análise desta função transcendental expressa no julgamento estético é possível
É possível reconhecer que o Julgamento em geral tem um princípio a priori,
qual filosofia transcendental deve incluir esta faculdade no sistema de
razão.
Portanto, apenas no gosto é [offenbart] manifestado - ou seja, em
relação com os objetos da natureza - Julgamento como uma faculdade que
tem um princípio próprio e, com isso, busca de forma fundada um lugar na
a crítica geral das faculdades superiores de conhecimento [ V 224].54

Do exposto, podemos concluir que a própria elucidação crítica


da ratio essendi dos julgamentos estéticos oferece ao crítico a ratio cognoscendi
do princípio da finalidade da qual o julgamento teleológico será usado.55 Na minha opinião,
apenas com base desta estrutura pressuposta na terceira Crítica pode ele cumprir a
54 KU, V 268s.: «Numa crítica ao Juízo, a parte que contém o Juízo estético é o mais importante,
porque somente [ esta faculdade ] contém o princípio que o Juízo coloca na base de sua reflexão sobre a natureza
completamente a priori, a saber: que deve haver uma finalidade formal da natureza de acordo com sua
leis particulares (empíricas) em virtude de nossa faculdade de conhecer, sem as quais o entendimento não pode
Eu não encontraria nada na natureza, caso contrário, nenhum fundamento poderia ser oferecido a priori »
[itálico do autor].
55 B ARTUSCHAT [1972: 229f.] Afirma, pelo contrário, que a linha de argumentação proposta
na Erste Einleitung é autocontraditório, na medida em que Kant afirma, por um lado, que o Julgamento
a estética adquire primazia na obra na medida em que apenas esta possui a priori o princípio da finalidade,
enquanto, por outro lado, ele argumenta que "julgamentos estéticos a priori não são possíveis por si próprios" [EE,
V 210], mas na medida em que se referem ao princípio da finalidade que devemos supor para um conhecimento
da natureza. De fato, um julgamento estético, por si só, na medida em que um mero julgamento dos sentidos, não faz
pode reivindicar validade. O argumento de Kant é construído sobre este achado, uma vez que, uma vez que um
mero julgamento estético não pode reivindicar validade, seu fundamento deve estar em um princípio a priori do
poderes superiores, neste caso o julgamento. Mas isso não significa que a fundação do julgamento estético
refere-se ao fundamento do princípio de propósito, e que o fundamento deste princípio, ao seu

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240 A crítica do julgamento reflexivo no sistema de razão

a análise do juízo estético de gosto uma função no sistema crítico e, com ele, na
a base final do sistema doutrina da filosofia. The Jui-
cio encontra nos julgamentos estéticos, na medida em que são meramente reflexivos,
a possibilidade de acessar a estrutura e condições que regem o simples
reflexão envolvida na subjetividade. O princípio subjetivo da finalidade é
revelado através desta crítica como um princípio a priori
ri que legisla sobre a atividade reflexiva que possibilita o conhecimento
em geral. Com isso, como veremos no próximo capítulo, o
A ética consegue pensar subjetivamente o campo indeterminado da
supersensível, que é pressuposto, mas não determinado, pelo conceito de
entendimento, de acordo com as reivindicações normativas da razão
prática e a demanda crítica para pensar a possibilidade de uma realização do
bom na natureza.
Neste trabalho, não vamos nos concentrar na segunda parte do trabalho, se
É verdade que existem aspectos importantes quanto ao significado de
nificação sistemática do Kritik der Urteilskraft. Em particular, estamos interessados ​em
elucidar em que sentido a crítica dos julgamentos de gosto oferece um fundamento fundamental
julgamento reflexivo em geral. Enquanto o julgamento teleológico
é o julgamento reflexivo em geral [KU, V 269s.], a crítica do julgamento estético
gosto tem uma primazia sistemática ao nível de conhecimento crítico, uma vez que
oferece 'um princípio próprio no Julgamento, na medida em que é reflexivo
nante, sob o qual é o julgamento teleológico e do qual [este
último] deve determinar sua validade e limitação ”[EE, V 220]. De acordo com Kant,
Só a crítica do juízo de gosto permite uma elucidação do fundamento da
determinação da Sentença em geral [ V 223]. Portanto, concluo que apenas
a crítica do gosto pode garantir o acesso ao princípio da finalidade em
relação com os objetos da natureza, que serão utilizados pelo julgamento teleológico
[ V 224]. Isso também é confirmado pela introdução definitiva, onde
afirma-se que, diante do juízo teleológico, a parte correspondente à crítica
os julgamentos estéticos são o mais essencial da obra, na medida em que apenas
ela oferece o princípio de que o Julgamento deve pressupor para sua reflexão sobre
natureza [KU, V 268].
Isso não significa que a atenção à teleologia na segunda parte
da obra não permite um melhor entendimento da teoria da racionalidade
de Kant do Kritik der Urteilskraft. Na verdade, este é o lugar onde ela se desenrola
uma concepção da legalidade formal da natureza de acordo com a possibilidade de
os fins da liberdade. Da mesma forma, Kant desenvolverá sua teoria dos postulados

Uma vez, consulte uma comprovação do Julgamento Estético. O fundamento do julgamento estético e do princípio
Julgamento reflexivo, no qual a teleologia é baseada, são simultaneamente cumpridos no mesmo
tarefa: crítica e análise sistemática de julgamentos estéticos.

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6,5. A crítica do gosto como crítica ao Julgamento em geral 241

duas razões com base nessa concepção teleológica da natureza.56


Mas na medida em que tais desenvolvimentos são baseados na estrutura e princípios
princípios do julgamento reflexivo, a base desta faculdade é encontrada
trabalha na crítica dos juízos estéticos. Portanto, não interessa muito aqui
reconstruir este desenvolvimento da teleologia, mas sim atender à linha
enredo contido na primeira parte da obra, na qual Kant vai fundar
as condições subjetivas do julgamento reflexivo com base em uma análise
de julgamentos estéticos.
Neste artigo, não vamos nos concentrar na função sistemática de
a crítica dos julgamentos estéticos sobre o sublime. Certamente Kant sustentou
É claro que a crítica a esse tipo de julgamento torna a análise de uma possível de
nossa faculdade de julgar em geral [ V 355] e, neste contexto, um
fundando na compreensão da natureza humana de acordo com o conceito de
o supersensível. Mas, de acordo com a exposição das duas introduções, o
crítica que Kant atribui à crítica do Julgamento Estético-Reflexivo
é desenvolvido principalmente por meio da crítica de julgamentos de gosto.
Na verdade, a referência a julgamentos estéticos sobre o sublime nesses textos
tosse aparece brevemente, uma vez que Kant ilustrou o significado
revisão sistemática do Julgamento Reflexivo apenas a partir de sua exposição em
a crítica do juízo de gosto [EE, V 230; KU, V 266s.]. Na introdução a
a Analítica do sublime mais uma vez insiste que só a beleza nos permite
uma extensão da nossa reflexão sobre a natureza, a partir da qual nós
funda o conceito de uma técnica da natureza para o julgamento reflexivo
em geral [KU, V 330s.], que servirá de base para o desenvolvimento da teleologia.
Conseqüentemente, Kant reconhece a primazia da crítica do gosto sobre a crítica.
ética do juízo sobre o sublime no que diz respeito à fundação do
Julgamento reflexivo. Na verdade, apenas julgamentos de gosto pressupõem em suas ações
atividade um momento objetivo que serve de ocasião para reflexão, na medida em que

56 Nesse sentido, o conceito de fim da natureza e de ser orgânico, tratado na crítica do


juízos teleológicos, é considerado por Kant como um complemento necessário à fundação de
propósito, uma vez que este conceito "necessariamente nos leva à ideia da totalidade da natureza
como um sistema de acordo com as regras dos fins ”[KU, V 491]. No entanto, ele também argumentou em
a primeira parte da obra que «a beleza autônoma da natureza nos revela uma técnica do
natureza e a torna representável como um sistema de acordo com as leis, [...] isto é, o sistema de um
propósito quanto ao uso do entendimento em relação aos fenômenos, de forma que não
pertence apenas à natureza em seu mecanismo cego, mas também, por analogia, à arte »[ V
330s.]. No entanto, um estudo do significado sistemático da terceira Crítica deve ser complementado com
uma análise da segunda parte da obra, como desenvolvimento das bases justificadas por Kant através
da crítica dos julgamentos de gosto. Infelizmente, a extensão do presente trabalho não permite um
tratamento destas questões. Sobre a importância da crítica do juízo teleológico no sistema de
Filosofia kantiana, ver G ÓMEZ C AFFARENA (1992): «A Crítica do Juízo apenas dois anos após a Crítica
da razão prática ”, em A RAMAYO e V ILAR 1992, 7–27; bem como R IVERA DE R OSALES , Jacinto (1999):
"Teleologia e filosofia da natureza na" Crítica do Julgamento "de Kant, em Laguna 6, 1999, 53-69.

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Página 267

242 A crítica do julgamento reflexivo no sistema de razão

que tais julgamentos são baseados na reflexão sobre uma representação que é dada
à sensibilidade. Esta representação que serve de ocasião para o julgamento do gosto
é aquele que constitui o verdadeiro problema a ser resolvido na dedução de
seu tipo de julgamentos, um problema que não precisa ser abordado no Analytics
do sublime: «Em relação à beleza da natureza devemos buscar um
fundação fora de nós, enquanto em relação ao sublime deve
buscar o fundamento na maneira de pensar »[KU, V 331]. Esta fundação
não constitui a origem da validade do gosto, mas constitui o momento ocasional
a partir do qual as faculdades de conhecimento são postas em operação. Sobre
tanto que o momento ocasional de julgamento sobre o sublime não reside em
algo estranho ao sujeito, mas na atividade das faculdades, Kant não precisa
colocam o problema de como é possível que um julgamento que me reflita
apenas em uma representação pode reivindicar validade: 'Daí a nossa
Outra exposição de julgamentos sobre o sublime da natureza é ao mesmo tempo sua
dedução »[ V 372].57 Devido a essa diferença, a abordagem crítica do
problema estético, visando oferecer uma compreensão de como o Julgamento
pode reivindicar validade sem confiar, no entanto, em um conhecimento a priori,
ocorre principalmente por ocasião da análise e da comprovação de
julgamentos estéticos de gosto.

57 Ver a este respeito W IELAND 2001: 268s. n. 91

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Página 268

Capítulo 7

A crítica do gosto como fundamento último da


sistema crítico

7.1 Introdução

A argumentação deste capítulo, seguindo a exposição de


Kant, apresentará uma direção inversa à do capítulo anterior. Se um-
Anteriormente, partimos de uma exposição do problema da sistemática de
razão, para chegar à conclusão de que a solução para esta questão se concretiza
Em uma crítica dos julgamentos estéticos de gosto, neste momento começaremos a partir de
fenomenologia da experiência estética apresentada por esses julgamentos, a fim de
focar mais tarde na crítica da normatividade e reivindicações
de validade pressuposta na referida fenomenologia. Assim, no § 7.2, a atenção será dada a
a caracterização da experiência estética do sujeito, com abstração do
fundamentos filosóficos que tornam essa experiência possível. O objetivo principal
de Kant será definir a especificidade do factum estético em oposição ao agradável
e o bom. O juízo de gosto, na medida em que pressupõe um desinteresse pelo
existência do objeto, baseia-se apenas na contemplação subjetiva do
representação [§ 7.2.1]. Apesar de sua independência dos objetivos
objetos que podem determinar esta representação, ou possivelmente devido a tal
independência, o julgamento de gosto exige uma reivindicação de validade para cada
que [§ 7.2.2]. É justamente essa ausência de conceito que possibilita um
causalidade subjetiva das faculdades no tratamento da mera representação
ção [§ 7.2.3]. O objeto da dedução de julgamentos estéticos puros será
elucidar os princípios a priori que tornam essa reivindicação de validade possível
[§ 7.3.1]. Como vimos no capítulo anterior, essa crítica
deve ser lido como um fundamento do julgamento reflexivo em geral
[§ 7.3.2]. Neste contexto, Kant usará sua crítica dos julgamentos de gosto
para elucidar a natureza específica da reivindicação de validade subjetiva

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Página 269

244 A crítica do gosto como o fundamento último do sistema crítico

suposto na capacidade humana de julgar. Finalmente, em conclusão


desta obra, a crítica dos julgamentos de gosto deve ser lida como a conclusão
ção do sistema crítico, como uma resposta ao problema da unidade do
razão [§ 7.4]. Primeiro, vamos nos concentrar no significado sistemático
da concepção de ideias estéticas [§ 7.4.1] e na redefinição do princípio
pio de gosto de acordo com o conceito racional de supersensível [§ 7.4.2]. Sobre
Com base nisso, a função sistemática da crítica de gosto será analisada a partir de
uma explicação da atividade simbólica da imaginação produtiva no
Julgamento reflexivo [§ 7.4.3].

7.2 A Analítica do belo

Na Analítica do Belo, Kant se concentrará em uma caracterização do


julgamento de gosto com base na análise dos diferentes aspectos desta faculdade
na sua especificidade e na experiência estética implicada neste tipo de julgamento.
cing. A tarefa da crítica consistirá em isolar os elementos
que constituem o gosto em sua especificidade subjetiva, independentemente de
os conteúdos sensíveis do agradável e os fundamentos objetivos do
Nós vamos.1
Esta seção se concentrará nos diferentes momentos de julgamentos de sabor
[KU, V 324]. Portanto, Kant divide a Analítica nos momentos de
qualidade, quantidade, proporção e modalidade. No entanto, é necessário ter
observe que estes são momentos diferentes de um tipo de julgamentos de validade
meramente subjetiva, com a qual a análise de tais momentos se exporá, em
cada caso, a relação da representação com a subjetividade do sujeito
processar.
Uma crítica dos julgamentos estéticos é de interesse para o sistema crítico em
até que ponto tais julgamentos podem reivindicar validade sem exceder os limites
de mera subjetividade ou confiar em conceitos objetivos. Apenas crítica
pode defender que somos confrontados com julgamentos meramente subjetivos e
flexibilizar se anteriormente demonstra a autonomia desses julgamentos contra
sensação e conhecimento objetivo. Portanto, a crítica deve começar, em
Em primeiro lugar, de uma caracterização da fenomenologia do gosto como um
factum que define nossa experiência estética, para posteriormente demonstrar
você, através de uma investigação transcendental, que só é possível contabilizar
desta experiência ou fenomenologia na medida em que tais julgamentos pressupõem
princípios a priori.

1 Ver a este respeito N UZZO , Angelica (2005): Kant e a Unidade da Razão, West Lafayette, Indiana:

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268.

Página 270

7,2 A analítica do belo 245

Esse será o sentido que definirá a função de cada um dos quatro modelos.
mentos expostos no Analytics. A definição destes é encontrada no
conclusão de cada seção. Mas ainda não devemos tirar tais conclusões
como uma tentativa de substanciar o gosto, mas como uma confirmação
das características que definem a forma como o sabor é apresentado de acordo com
a qualidade, a quantidade, a relação e a modalidade perante o sujeito que julga em
a situação particular.

7.2.1 Autonomia e subjetividade do belo

O objetivo principal da exposição do Primeiro Momento do Belo,


dedicado à qualidade dos julgamentos de gosto, consiste em estabelecer a diferença
especificidade desse sentimento em relação ao que é agradável e o que é bom.
O gosto é a faculdade de julgamento de um objeto ou de um modo de representação
sentado por uma satisfação ou insatisfação em que você não está
não apresentam interesse. O objeto de tal satisfação é chamado de belo [KU, V
288].

Observe que nem a subjetividade nem a autonomia do belo são mencionadas.


ainda. Porém, a partir da análise desta descrição de sabor teremos
assumir que tais julgamentos são meramente subjetivos e, neste sentido, são
eles diferem entre o agradável e o bom.
Uma satisfação depende de um interesse se for baseada apenas na representação
na medida em que se refere à existência de um objeto e sua relação
com nosso estado subjetivo particular [ V 280]. No entanto, em um julgamento de
gosto não é levado em conta em tudo a existência da coisa, mas
o mero tratamento da representação na intuição, independentemente de
de sua correspondência objetiva [ V 280]. De acordo com Kant, a existência da coisa
devemos ser indiferentes se quisermos nos apresentar como um "juiz" treinado
em questões de gosto [ V 281]. Este tratamento de mera representação
na intuição é o que define o caráter especificamente contemplativo do
gosto, que deve ser considerado como "um juízo indiferente em relação a
relação com a existência da coisa e que só relaciona a constituição
[Beschaffenheit] da coisa com a sensação de prazer e desprazer »[ V 286].
Portanto, o belo consiste em um «modo de representação» que se baseia em
sa na mera relação da representação subjetiva com o meu sentimento. o
julgamento de gosto, portanto, concentra-se nesta relação entre a mera forma
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representação e o estado subjetivo que a acompanha, ou seja, na


sensação de prazer, independentemente de qualquer consideração relativa ao
existência objetiva da coisa.

Página 271

246 A crítica do gosto como o fundamento último do sistema crítico

Essa é a diferença essencial que marca a especificidade do belo com


quanto ao agradável e ao bom, visto que estes últimos têm em comum que
“A satisfação está sempre relacionada a um interesse pelo objeto” [ V 286]. Sobre
No caso do agradável, essa satisfação não se baseia na forma da representação.
sentado, mas na própria sensação do objeto. Kant define o agradável
como aquilo "que agrada aos sentidos na sensação" [ V 281]. Devido ao seu
dependência empírica, a satisfação no agradável não se baseia na relação
entre a mera representação e minha sensação de prazer; neste caso, o
ção tem um sentido objetivo, uma vez que desperta o nosso interesse privado
enquanto se refere à existência do objeto, como sua origem.
O agradável é baseado, portanto, na ligação particular do meu estado
subjetivo no que diz respeito à existência da coisa cuja afeição provoca o sentimento.
Eu minto. O bem, por outro lado, é definido por Kant como "aquilo que agrada
pela razão, por um mero conceito »[ V 283]. Em tal caso,
Não se trata de um sentimento privado, pois se baseia em um conceito de razão;
mas, precisamente na medida em que este conceito torna possível em certo sentido
existência normativa e prática de um objeto ou ação, este sentimento
Isso está relacionado a um interesse, em particular, a um interesse racional em que
esse objeto ou ação existe.
Na medida em que é apresentado como meramente contemplativo, o julgamento de
gosto não pode ser baseado em um conceito que determina a representação em
sentido objetivo, nem pode depender da relação de representação com
a coisa que causa isso. Portanto, a sensação de prazer que acompanha
para o belo só pode ser devido ao próprio tratamento da representação no
intuição e sua relação com a subjetividade [ V 279]. Portanto, não é
de um efeito de representação formal sobre a subjetividade; mas sim,
pelo contrário. A sensação de prazer é baseada em como o sujeito se relaciona
activamente com a mera representação: «É facilmente compreendido que, para
falar que [um objeto] é lindo e mostrar que tenho gosto, isso depende
o que eu faço com essa representação em mim, e não do que eu
Eu dependo da existência do objeto »[ V 281]. Portanto, contemplação
não é de natureza passiva, uma vez que está precisamente relacionado com a atividade

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
caráter reflexivo, isto é, com a “faculdade de representação, da qual
a mente torna-se consciente na sensação de seu estado »[ V 280]. Então, é isso
o tratamento não se baseia nos objetos ou em seus conceitos; mas, sim, em
o reflexo que precede qualquer determinação de um objeto por um conceito
em geral:
A satisfação com o belo deve depender da reflexão sobre um objeto que
leva a um conceito (sem determinar qual) e difere neste sentido de
o agradável, que se baseia inteiramente na sensação [ V 284].

Página 272

7,2 A analítica do belo 247

Essa diferença com relação aos julgamentos que encontram seu fundamento
determinação meramente na sensação, já a encontramos no Erste
Einleitung, uma diferença em que a possibilidade de um
fundamento a priori do gosto. Deve-se notar que a declaração de que
experiência estética é, em última análise, baseada em uma relação do re-
apresentação com a forma subjetiva de reflexão que deve preceder todos
determinação cognitiva vai além da mera análise fenomenológica de
essa experiência. Agora, a análise da experiência estética faz
manifesto, a partir da verificação do desinteresse como característica definidora do
julgamentos de gosto, que tais julgamentos pressupõem um estado subjetivo que não
pode ser determinado, ou condicionado, pela experiência sensorial ou por
conceitos derivados da compreensão e da razão. Portanto, Kant afirmou
eu que a sensação de prazer é a única absolutamente livre com respeito
a qualquer dependência que cause uma necessidade [Bedürfnis], seja de
tipo empírico ou racional. É precisamente esta indeterminação com respeito a
a objetividade da representação, o que permite verificar a autonomia do
gosto, na medida em que se baseia na mera subjetividade, como principal marca da
qualidade deste tipo de julgamento.

7.2.2 A universalidade e necessidade do julgamento de gosto

A descrição da experiência estética que essencialmente acompanha


o juízo de gosto não se limita a evidenciar sua autonomia e subjetividade, uma vez que
Esses julgamentos também apresentam uma validade que também deve ser entendida
em sua especificidade versus a validade que pode ser justificada a partir de
fundamentos objetivos. Este será o assunto tratado na segunda e na
quarto Momento da Analítica do belo. De acordo com Kant, embora o
o julgamento do gosto não é determinado por nenhum conceito, o sentimento
nele implícito, apresenta-se, porém, como universal: «Belo é aquele

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
que agrada universalmente sem conceito ”[KU, V 298].
O primeiro momento de análise já continha alguma indicação neste
sentido, pois ali se afirmou que ninguém pode se apresentar como juiz em
questões de gosto se a sua acusação for limitada por um interesse pessoal
lar. O desinteresse permite que a acusação seja livre em relação a tudo
que desvia nossa atenção do tratamento da mera representação por
sua relação com nossa subjetividade. O sentimento do belo só pode
relacionar-se com o próprio processo de reflexão se meu julgamento particular não
pressupõe qualquer dependência de qualquer interesse privado no
objeto representado [ V 289s.].

Página 273

248 A crítica do gosto como o fundamento último do sistema crítico

A universalidade do gosto também é uma característica definidora da experiência.


que define a fenomenologia desse tipo de ação penal. Sem tal intenção
noção de validade, "ninguém pensaria em usar esta expressão [isto é," gosto "]"
[ V 291]. Ao mesmo tempo, a definição desta experiência inclui a verificação de
que qualquer "representação da beleza" desaparece se o julgamento
é apoiado por conceitos ou fundamentos que servem de argumento [ V 294]. Com
No entanto, isso não impede que a pessoa que julga de acordo com o gosto se dirija "ao todo
fera de quem julga », partindo, porém, do seu sentimento subjetivo
por ocasião de uma apresentação privada.
Desta forma, a análise da fenomenologia do gosto já faz
manifestam uma tensão entre o caráter sensível e individual do ato de julgamento
criação e a validade universal reivindicada nela. Essa tensão eu não sei
está presente em julgamentos teóricos de conhecimento, nem em julgamentos
moral. Portanto, Kant considera a universalidade estética como uma unidade
versatilidade "de um tipo particular" [ V 293].
Em primeiro lugar, é verdade que no sentimento de bem encontramos
Também temos o direito de adesão de cada um. No entanto, neste
Se tal afirmação apresentar uma característica especificamente diferente. A validade em
o conteúdo subjetivo no julgamento do que é bom é, em última análise, derivado
exemplo, de um conceito objetivo de razão prática, a partir do qual este
reclamação é apresentada como um mandato eficaz e decisivo para todos
sujeito como racional [ V 291, 319s., 356]. No paladar, por outro lado, o
sujeito reivindica esta adesão intersubjetiva sem ser capaz de garantir, no entanto,
que os outros corresponderão à sua posição particular.
Em segundo lugar, a validade do gosto também é especificamente diferente.

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que encontramos nos julgamentos do conhecimento. Um julgamento de gosto, se for
considerado de um ponto de vista estritamente lógico, deve ser considerado
como um julgamento singular: «[i] n no que diz respeito à quantidade lógica, todos
os julgamentos de gosto são julgamentos singulares »[ V 293].2 Tal declaração não deve
ser entendido como o reconhecimento de Kant de que o julgamento de
gosto pressupõe categorias em algum sentido, como categoria
do todo no que diz respeito à sua quantidade. Na medida em que este julgamento é
definir de acordo com a quantidade lógica de julgamentos de conhecimento, ele vai parar
sentado diante do juiz como um julgamento de gosto, pois Kant insiste que,
De acordo com seu número, tais julgamentos reivindicam adesão universal, algo que
pode ser justificado a partir da singularidade da representação no nível mediano.
raramente lógico. No entanto, a afirmação acima é de grande importância,

2 Sobre esta questão, ver D ÖRFLINGER , Bernd (1988): Die Realität des Schönen em Kants Theo-
rie rein ästhetischer Urteilskraft. Zur Gegenstandsbedeutung subjektiver und formaler Ästhetik, Bonn.

Página 274

7,2 A analítica do belo 249

na medida em que um julgamento de gosto pressupõe, em um sentido que teremos que


esclarecer depois, uma relação do sujeito com uma representação singular.
A explicação e justificativa deste tipo de julgamento serão destinadas a
mostrar que no teste "X é lindo" nada é propriamente baseado em X,
nem no que é singular em X. Parece difícil entender em que sentido
um julgamento de gosto pode ser meramente subjetivo de acordo com a qualidade e, no
uma vez, a ser determinado em certo sentido pelos conceitos puros do entendimento
Eu minto. Eu suporia que o julgamento não foi propriamente um julgamento estético, mas
um juízo de conhecimento, que pressuporia as condições determinantes
e transcendental do Julgamento.
No caso do gosto, somos confrontados com julgamentos que, sem se basearem em
conceitos que previamente determinam seu escopo, reivindicam universalidade universal
tersubjetivo de mera sensibilidade. Embora de um ponto de vista
estritamente lógico, não há diferença entre o julgamento "X é lindo" e
qualquer julgamento de conhecimento em que uma propriedade é baseada em
uma representação singular, o crítico deve esclarecer, do ponto de vista
transcendental, porque a beleza não pode ser entendida como uma propriedade
objetivo do real.
A análise proposta neste trabalho em relação ao conceito de
imaginação no Kritik der reinen Vernunft3 mostrou que no segundo
edição desta obra Kant já admitia a possibilidade de uma atividade sensata
da imaginação independente das categorias; já que, nesse caso, eu não sei

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
Tratava-se da determinação objetiva de uma representação, mas sim da síntese
produtivo ou figurativo pressuposto na apreensão e reprodução de
imaginação, que a priori possibilita a formação de representações
subjetivo. Neste trabalho, a Dedução Transcendental ainda não realizou uma
análise da atividade subjetiva e produtiva que a imaginação exerce sobre
representações antes de sua possível determinação objetiva por
parte de um conceito. No Kritik der Urteilskraft, é novamente a imaginação,
«Tão produtivo e autônomo (como criador de formas arbitrárias
de possíveis intuições) »[ V 324], que desempenhará um papel na lógica de
ca transcendental do julgamento de gosto.4 Portanto, a representação singular
pressuposto neste tipo de processos coincide com a referida representação devido
à produtividade da imaginação, com abstração de qualquer referência
à possível existência do objeto e, portanto, das condições determinadas

3 Ver neste trabalho § 4.3.


4 Na terceira Crítica, Kant se relaciona com o conceito de imaginação produtiva para se referir ao aspecto de
natureza sensível da imaginação devido à sua autonomia no que diz respeito à função determinante do
, consistente com o uso deste conceito na primeira edição do Kritik der reinen Vernunft.
Na segunda edição, ele se referiu à síntese sensível da imaginação como "síntese figurativa".

Página 275

250 A crítica do gosto como o fundamento último do sistema crítico

influências transcendentais que devemos supor para dar sentido a este


existência objetiva no campo do conhecimento. A primeira crítica defendida
dia, pois sem referência à unidade sintética de apercepção nosso
representações estariam relacionadas de forma contingente e arbitrária, e não poderiam ser
Eles poderiam reivindicar validade objetiva em um julgamento de conhecimento. Porém,
em um julgamento especificamente diferente, como um julgamento de gosto, onde não
não pretende de forma alguma uma determinação intelectual da atividade sensível
imaginação, representação subjetiva desempenha um papel precisamente em
tanto que é elaborado em sua forma pela imaginação, independentemente
da determinação do entendimento.5 Isso é algo que já foi deduzido de
primeiro Momento de Analítica, onde Kant estabelece que o juízo de gosto
baseia-se na mera representação enquanto representação subjetiva, com resumo
de sua possível referência a um objeto externo e, consequentemente, também
o conceito de compreensão segundo o qual podemos atender a esta representação
ção como correspondendo em geral a um objeto. Como veremos, o
a compreensão intervém na lógica do julgamento estético de forma independente
de cada função determinante de acordo com conceitos. Se você pensar em um exemplo
como "o que contemplo aqui e agora é belo", Kant pensa que o que eu
A qualidade desse julgamento não é a natureza do objeto, mas, precisamente,
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a contemplação do objeto na mera forma subjetiva de sua representação,


sem o último ser de qualquer interesse para mim por se referir a um objeto singular em
tanto é assim que a origem material deste conteúdo da mente. Que interesses no
O sentimento do belo não é o objeto, nem a sensação que é dada ao
mas como esse objeto é ativamente representado por mim por meio
a produtividade da imaginação.6

5 Cf. W IELAND : 2001: 201.


6 Por outro lado, de acordo com o P ETER , não se deve presumir que «die Reflexion sei an etwas ausgerichtet, das vor
chief Erfahrung und Konstitution läge »[1992: 99f.], uma vez que tal interpretação estaria em contradição
com a caracterização do entendimento que encontramos na primeira Crítica. Desta forma, o julgamento
de gosto, embora fosse indeterminado em relação aos conceitos empíricos, não o seria em relação a
os conceitos puros do entendimento. Em primeiro lugar, a conclusão do autor ignora que, de acordo com
Segundo a mesma exposição das introduções, os conceitos puros do entendimento não podem ter
aplicação na experiência, se não forem especificados em leis particulares, cuja formação pressupõe
um momento anterior de reflexão em que o sujeito carece de um determinado conceito para interpretar
a experiência do conhecimento objetivo. Em segundo lugar, o argumento de Kant no terceiro
A crítica só poderia contradizer a teoria do Kritik der reen Vernunft se os julgamentos
de gosto eram julgamentos de conhecimento; mas já sabemos que não é esse o caso. Por outro lado, B ECK
[1978: 56] argumenta que os julgamentos de gosto não podem abstrair de categorias matemáticas. Na minha opinião
cio, uma categoria matemática só pode ser aplicada a objetos de intuição na medida em que o
formas de espaço e tempo são constituídas em um sentido determinado pelo entendimento de
da construção de conceitos puros sensíveis. Além disso, Kant argumenta no Kritik der reinen Vernunft
que os princípios da matemática não significariam nada se não pudéssemos representar seu significado em
fenômenos (de objetos empíricos). Portanto, também é necessário tornar sensível um conceito particularizado,
isto é, apresentar para ele um objeto correspondente na intuição ”[KrV, A 240 / B 299, II 270].
Esta função é cumprida pela matemática através da construção de figuras a partir da intuição, uma vez que

Página 276

7,2 A analítica do belo 251

Portanto, a explicação da universalidade dos julgamentos estéticos é


De acordo com o valor, deve-se basear na constatação de que esses acórdãos, tampouco
não têm um conceito específico, nem se referem propriamente a objetos: 'Mas
uma universalidade subjetiva não pode ser extraída, isto é, a [universalidade] é-
teoria, que não se baseia em nenhum conceito, partindo da universalidade lógica,
porque esse tipo de julgamento não é dirigido de forma alguma ao objeto ”[ V 293].
No entanto, temos que admitir que o objeto e, com ele, sua representação
subjetivo, é dado às nossas faculdades como outra coisa, o que faz com que a atividade
reflexão do gosto em particular e julgamento reflexivo em geral. Sem
No entanto, como já foi indicado, a contribuição crítica da Sentença refletindo
em relação ao problema da indeterminação do singular sensível não
pode supor um aprofundamento da base objetiva do conhecimento
em vez disso, deve ser baseado em um investimento subjetivo com relação a
pect para o tratamento deste problema. O julgamento de gosto expressa, precisamente,
a tensão entre o reconhecimento simultâneo tanto da indeterminação do

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sensível singular como a necessidade de apelar universalmente para
válido na reflexão subjetiva sobre sua representação. Portanto, ao mesmo tempo
que a alteridade do objeto é admitida como essencial para o julgamento de gosto,
ne seu significado como eminentemente ocasional em relação à atividade
implicação subjetiva na reflexão [ V 297s.].7 A este respeito, embora seja o
apresentação singular que provoca reflexão subjetiva, tal representação
não pode fornecer a base para a validade do gosto, uma vez que a atividade
a reflexão é causada pela indeterminação da representação.
Assim, se a reflexão deve apelar para um fundamento de universalidade,
e a natureza que ainda temos que estudar, isso se deve precisamente à falta de um
fundamento objetivo que supõe uma determinação da representação.
Essa peculiaridade dos julgamentos de gosto é o que permitirá a análise simultânea de
Na mesma estrutura, os dois extremos envolvidos no problema de
a reflexão do Julgamento: de um lado, a contingência e indeterminação necessárias
no nível objetivo e empírico; por outro lado, a necessidade e universalidade do
flexão no nível subjetivo. Assim, a dedução transcendental do julgamento de gosto
terá que explicar a base de sua universalidade e necessidade, sem ignorar
a alteridade e indeterminação do objeto.

que esta última, como uma forma sensível pura, é determinada em um sentido objetivo pelo entendimento
um requisito que não poderia ser satisfeito em um julgamento de gosto, na medida em que especificamente
diferente de um julgamento de conhecimento.
7 A representação tem um significado ocasional no julgamento de gosto na medida em que é o que

provoca o jogo das faculdades, ao fornecer material de reflexão. Assim, a representação


dá origem à representação em um sentido psicológico ou empírico, mas não fornece o fundamento que direciona
reflexão.

Página 277

252 A crítica do gosto como o fundamento último do sistema crítico

Já foi indicado que no caso do sabor não é possível garantir o escopo


objetivo da ação penal particular a partir de certos conceitos, embora
o sujeito exige de sua posição particular que qualquer outro concorde
sua acusação, independentemente de este acordo intersubjetivo
ela é realizada de forma eficaz, isto é, objetivamente [ V 294]. Então-
é preciso enfatizar especialmente que, na fenomenologia do gosto, este
A validade específica é eminentemente manifestada como uma reivindicação da acusação
associação particular que, por ocasião do tratamento de uma representação,
pontos da mera sensibilidade do indivíduo a uma adesão intersubjetiva
que não pode ser determinado ou assegurado em um sentido objetivo.
A definição da validade do gosto a partir do conceito de reivindicação
é ilustrado com particular clareza no quarto momento da Analítica do
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linda, dedicada a julgamentos de gosto de acordo com a modalidade.8 Kant define como
"Exemplar" o tipo de necessidade que caracteriza os julgamentos de gosto de acordo com o
modalidade: «como uma necessidade que se pensa num juízo estético, apenas
pode ser chamado de exemplar, ou seja, a necessidade de todos aderirem
um julgamento que é considerado um exemplo de uma regra universal que não
pode ser aduzido ”[ V 320].
Esta peculiaridade também define a especificidade da reivindicação de va-
lididade que já foi tratada no segundo Momento. Embora seja um julgamento de
gosto particular pode reivindicar a adesão de cada, tal reivindicação, em
tanto que não é baseado em um conceito, não pode ser efetivamente assegurado
tiva. Portanto, o ato particular de ação penal do sujeito só pode
ser considerada como a expressão particular ou exemplar de uma regra que,
entretanto, não pode ser aduzido. Portanto, Kant afirma no § 19 que
Esta necessidade subjetiva é condicionada, porque no julgamento do gosto se sente
que cada um deve concordar com seu julgamento da representação
ção; mas, ao mesmo tempo, tal conformidade não pode ser assegurada a priori, uma vez que
qualquer julgamento correto de gosto depende, em última análise, de um
forma que não pode ser assegurada, de forma que o ato efetivo de
A acusação deve ser considerada falível em princípio [ V 294]. UMA
um juízo de gosto preciso seria aquele em que o sujeito que julga, não apenas
finge a adesão dos outros, mas consegue que eles concordem
forma eficaz com sua acusação particular. O interessante é destacar que

8 Esta nova seção não é realmente uma caracterização adicional da reivindicação de validade
desses julgamentos como é exposto no segundo Momento, em que a universalidade do gosto é tratada;
cf. P ETER 1992: 134. Em vez disso, a caracterização da modalidade desses julgamentos de acordo com a necessidade
fornece uma caracterização aprofundada de sua reivindicação de validade, na medida em que especificamente
subjetivo. Na verdade, Kant apresentará a necessidade do gosto como uma consequência derivada de seu
universalidade: «A exigência de dedução [...] só ocorre quando o juízo finge necessidade,
que é o caso quando requer a universalidade subjetiva, ou seja, a adesão de cada um ”[KU, V 373].

Página 278

7,2 A analítica do belo 253

Kant afirma que um julgamento de gosto é universal e necessariamente válido com


independentemente de os outros realmente aderirem à minha posição específica,
na medida em que tal validade intersubjetiva é meramente pretendida, ela
o que não exclui que esta afirmação resulte, afinal,
um julgamento de gosto falho, ou seja, um julgamento que, em última análise, não é compartilhado
pelos outros.
Se fosse interpretado em qualquer sentido que a necessidade desses julgamentos supõe
efetivamente uma adesão de outros, então estaríamos entendendo

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sua validade como objetivo, em dois sentidos intimamente relacionados.
Por um lado, tal adesão só poderia ser alcançada aduzindo regras discursivas
que eles demonstram a correção do meu julgamento. Mas tais regras determinam
prejudicaria o escopo objetivo da acusação e, com isso, a correção do
julgamento particular sobre o objeto, de tal forma que a adesão dos demais seria
um resultado que seria derivado da coincidência dos assuntos em torno de um
experiência objetiva comum. Por outro lado, o julgamento não teria a pretensão de
preste atenção à possível adesão de outros; processo sensível, na medida em que
Quão bem sucedido, isso suporia uma conformidade efetiva e coincidência com o
natureza de uma sensibilidade universal que todos os sujeitos compartilhariam. Por
Portanto, a justificativa desta reivindicação intersubjetiva de validade não pode
de partir de uma análise dos julgamentos de gosto como julgamentos corretos,
em que esta afirmação encontra confirmação na subjetividade do
outros; essa dedução deve levar em conta a falibilidade essencial desses julgamentos.
Portanto, outro dos problemas que deve enfrentar a dedução do
julgamentos de gosto reside na constatação de que sua reivindicação de validade não
pode ser decidido ou fundado com base em conceitos que servem como regras de
acusação. Bem, embora esses julgamentos reivindiquem validade como se fossem
objetivos, não admitem, no entanto, qualquer base de determinação,
nem de origem empírica, nem de origem pura, como se fossem meramente sub-
objetivos ou meros julgamentos dos sentidos [ V 294, 377-79].

7.2.3 Objetivo infinito e contingência

O terceiro Momento da Analítica do belo está destinado a elucidar


a natureza dos julgamentos subjetivos de gosto de acordo com o momento da relação
ção Na medida em que os julgamentos estéticos não podem ter validade objetiva,
tiva, a relação expressa nestes não pode ser definida em nenhum sentido
objetivo. No entanto, Kant encontra na analogia com o argumento da
sentimento moral, um ponto de partida para pensar sobre a relação causal entre
poderes como constitutivos de acusação de acordo com o gosto. Este se refere

Página 279

254 A crítica do gosto como o fundamento último do sistema crítico

à causalidade interna entre as faculdades através do conceito de finalidade


interminável.
A definição deste conceito partirá da necessidade de diferenciá-lo de
objetivo significado que o propósito adquire dentro da estrutura da filosofia moral.
Ao contrário do entendimento, a razão pode apresentar causalidade

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
de acordo com os propósitos no que diz respeito à esfera prática e realidade supersensível
objetos, desde a própria representação da lei moral, como um fim
de nossa ação, é um fundamento determinante da vontade. Deste
Assim, a compreensão da causalidade objetiva da liberdade é dada por
a representação de um conceito determinado pela razão, ou seja, uma lei.
No entanto, embora no campo moral uma causalidade é inferida de acordo com
termina de nossa representação de um fim, Kant pensa que é possível
inferir a atividade de uma causalidade final em geral sem ter que deduzi-la, não
No entanto, de um conceito ou propósito específico. Essa possibilidade é oferecida a você pelo
estratégia argumentativa que foi indicada no capítulo anterior deste trabalho.9
Esse ponto de vista será o defendido no § 12 da Kritik der Urteils-
kraft. Pois, de acordo com a filosofia moral de Kant, o propósito da liberdade, em
tanto que a causalidade que legisla sobre a vontade em sentido objetivo, apenas
pode ser conhecido por um fim, isto é, uma lei moral.10 agora
no que diz respeito à causalidade final da liberdade sobre a mera sensibilidade
do assunto, esta relação não poderia ser demonstrada positivamente pelo
recurso a conceitos, pois isso implicaria uma determinação e limitação de
a causalidade apropriadamente incondicional da liberdade. Em relação a
esse aspecto subjetivo, relativo à influência na sensibilidade, essa causalidade
poderia ser demonstrado sem recurso a conceitos, mostrando que
um estado de espírito subjetivo - como o sentimento moral - só pode ser
interpretado como idêntico a uma determinação sobre a subjetividade cujo
a origem está na razão, ou seja, como expressão subjetiva da causalidade
vindo da liberdade [ V 301]. O argumento começa com o reconhecimento de um tipo
humor particular, a ser interpretado abaixo como um
conseqüência necessária de uma causalidade que atua sobre a subjetividade, sem
necessidade de atender à legislação objetiva que emerge de um conceito
particular particular. Este será o ponto de partida para a definição do
propósito sem fim no § 10: “Portanto, o propósito também pode ser sem
final, na medida em que não apresentamos as causas desta forma de uma forma voluntária
pouco, mas a explicação de sua possibilidade, na medida em que só podemos
concebê-lo como derivado de um testamento ”[ V 299, itálico do autor].
9 Veja especialmente §§ 6.2.1 e 6.5.
10 Kant esclarece no Kritik der praktischen Vernunft que a liberdade constitui a ratio essendi da lei
moral, enquanto o último oferece a razão cognoscendi do primeiro [KpV, IV 108 n.].

Página 280

7,2 A analítica do belo 255

Pois o sentimento estético do belo 'só pode ser explicado e concebido


faça "[ V 299] se assumirmos que expressa" um fundamento de determinação
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da atividade do sujeito em relação à vivificação das forças de


nocer, isto é, uma causalidade interna (que está de acordo com o fim) com relação ao
conhecimento em geral, mas não limitado a um conhecimento específico,
e, portanto, contém apenas uma mera forma da finalidade subjetiva de
uma representação em um julgamento estético ”[ V 301s., itálico do autor].
A sensação estética coincide com a percepção sensível de uma atividade
de vivificação no sujeito, que se manifesta para a análise filosófica como causa
salidade interna de acordo com o fim no que diz respeito ao conhecimento em geral, ou seja,
como uma atividade interna das faculdades de saber para a possibilidade de
nível subjetivo de conhecimento em geral. Assim, embora não seja possível
É possível conhecer de forma positiva os fins que determinam essa causalidade,
só podemos oferecer uma compreensão disso na medida em que o
entendê-lo como um derivado geral de uma vontade ou de uma con
formulário geralmente para fins [zweckmäßig]. Com isso, Kant já apresenta
Ideias analíticas que pertencem propriamente ao nível transcendental de análise
do gosto segundo os conceitos, para além da mera exposição da fenomenologia
da experiência estética. Por causa disso, só seremos capazes de aprofundar totalmente
mente em tais fundações transcendentais de uma reconstrução
do argumento da dedução, no próximo parágrafo desta obra.
Do ponto de vista da descrição da mera experiência subjetiva,
A Analytic sustenta que, quem julga de acordo com o gosto, remete para a representação
ção ao seu próprio estado subjetivo, no qual ele percebe ou sente uma vivificação de
os poderes de reflexão, que são mantidos e preservados por ocasião da
a contemplação ou tratamento de tal representação singular. Portanto, é
Deve-se ter em mente que, no nível da descrição fenomenológica, Kant
refere-se ao sentimento de vivificação que o sujeito percebe de forma efetiva
em seu julgamento de uma representação, enquanto, a partir do nível de crítica,
ética transcendental, a finalidade infinita define um princípio de gosto que serve
fundamento transcendental para esta relação eficaz entre as faculdades que
é percebido pelo sujeito. A dedução deve esclarecer em que sentido o sentido
procedimento que acompanha em cada caso a relação efetiva e contingente entre
imaginação e compreensão pressupõe a priori uma relação com o
transcendental - e transcendente - da finalidade sem fim, na medida em que esta
Este último constitui seu fundamento.
Portanto, vamos parar no problema da
relação entre o conceito de finalidade infinita e a contingência que Kant
admite como essencial para todo julgamento de gosto. Para tal conceito, como princípio

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256 A crítica do gosto como o fundamento último do sistema crítico

princípio transcendental, não apenas não se refere ao objeto, mas também não
em um sentido específico, isto é, de acordo com os propósitos, sobre o funcionamento efetivo
e a possível coincidência das faculdades de saber. Isso iria contra
dicção com o ponto de partida da crítica do conhecimento na Kritik
der reign Vernunft, segundo o qual sensibilidade e compreensão são dois fatores
culturas heterogêneas, cuja possível concordância não pode ser determinada a partir de
priori.11 Assim, o conceito de finalidade infinita não se refere a um princípio
pio discursivo que regularia em concreto uma submissão da imaginação ao
as reivindicações particulares do entendimento. Em vez disso, a compreensão de
Este conceito é baseado no reconhecimento de que as diferentes funções
necessário para o conhecimento deve ser desenvolvido em sua heterogeneidade em
por uma questão de conhecimento em geral. Sensibilidade e compreensão são, portanto, dois
ingredientes heterogêneos, mas igualmente necessários, para o conhecimento
para. Como mostrado em Kritik der reinen Vernunft em encontrar
de uma raiz comum desconhecida das faculdades de conhecimento, a crítica deve
partindo da heterogeneidade entre sensibilidade e compreensão, e não pode
deduzir a priori sua possível concordância de conceitos. Esta tentativa foi,
No entanto, o que encontramos no Nachlass e Vorle-
sungsnachschriften próximo à primeira edição desta obra. Neste caso, o
jogo harmonioso entre imaginação e compreensão foi determinado em
algum sentido para uma ideia do Geist que garantisse sua adequação, também em
um sentido objetivo. No entanto, isso não apenas removeu qualquer autonomia do
julgamento de gosto com relação aos julgamentos de conhecimento, mas foi baseado em
no pressuposto de que o reflexo da acusação, na medida em que determina
minado por um conceito de origem racional, significa, em certo sentido, um
conhecimento racional do objeto.
Para que seja possível basear esta atividade em princípios de acordo com o fim
Sem incorrer em suposições dogmáticas, duas condições principais tiveram que ser satisfeitas.
cipales. Em primeiro lugar, era preciso admitir que a finalidade da razão pura
teórica em seu uso regulador para um conhecimento sistemático e progressivo
a experiência não poderia de forma alguma determinar a natureza do objeto.
objeto, nem, portanto, realizar sua orientação com base em conceitos de
validade objetiva. Em segundo lugar, e além do acima, um
tratamento da atividade específica da imaginação em sua heterogeneidade
e autonomia em relação aos fundamentos do entendimento. Contudo,
Tais condições são aquelas que, simultaneamente, possibilitam uma fundamental
ção de juízos estéticos de gosto em sua autonomia. A partir desta limitação,
a reflexão deve ser fundada em um sentido puramente subjetivo e, portanto,

11 Veja neste trabalho §§ 4.3, 4.5.1, 5.5.2.

Página 282

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7,2 A analítica do belo 257

Portanto, sem recorrer a certos fundamentos. Este caminho para o fundamental


reflexão é encontrada por Kant na análise do juízo de gosto, uma vez que
neste tipo de ensaio, a possibilidade de um propósito subjetivo é pressuposta
que orienta a relação entre imaginação e compreensão para o conhecimento
de objetos sem depender, entretanto, de determinados fins de validade do objeto.
tiva. Assim, se houver uma sensação de prazer na mente por ocasião do
mera forma de representação, sem que haja qualquer determinação objetiva
do mesmo, isso só pode ser devido ao fato de tal representação ser referida
uma atividade autônoma do sujeito orientada ao conhecimento em geral, sem
que precisamos recorrer ao pressuposto de determinados fins para podermos
pense significativamente sobre essa causalidade. Devido à ausência de fins, o argumento
A teoria de Kant não permite que o conceito de finalidade sem fim para ser usada para decidir
sobre a correção de julgamentos específicos.
No entanto, o acima também tem suas consequências no que diz respeito a
de como podemos pensar na relação entre o conceito de finalidade infinita,
como um princípio geral de acusação, e a atividade eficaz e
das faculdades de saber que ocorrem, em cada caso, no
atos específicos de acusação. Enquanto os julgamentos já constituídos
pressupõem o cumprimento da determinação objetiva das categorias,
já verificamos que o ato de acusação reflexiva não pode
ser determinado por qualquer conceito, nem mesmo pelo conceito de fim.
infinitude, pois então isso determinaria a priori a correção objetiva
desta faculdade, o que significaria admitir a possibilidade de conhecimento
racional. Em que sentido, então, a acusação é pressuposta
princípio transcendental de finalidade infinita?
Uma resposta a esta pergunta deve levar em conta a tensão orçada
no problema estético, para o qual Kant tem que oferecer uma compreensão de
a relação entre, por um lado, a universalidade e a necessidade deste princípio
transcendental e, por outro lado, a contingência e indeterminação que pertence a
forma essencial a qualquer ato singular de ação penal, que pode resultar
falhou mesmo assumindo tal fundamento.
Como já indicado, embora a relação entre as faculdades não seja de-
finalizado pela representação, serve de ocasião para reflexão sobre
o julgamento particular. Enquanto a imaginação é ativa e produtiva em que
Quanto à forma de representação, tal atividade é condicionada ou
limitado em sua liberdade na medida em que esta representação só pode
formado a partir da sensação que é dada em cada caso à receptividade senciente

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258 A crítica do gosto como o fundamento último do sistema crítico

sible.12 Agora, se a representação subjetiva sobre a qual o jogo atua


livre da imaginação pode ser remetido em sua formalidade à legalidade do
compreensão que geralmente é necessária para o conhecimento, não determinada
ainda para conceitos, então esta representação pode ser considerada como
conformar-se ao fim em relação ao conhecimento em geral [ V 300], no meio
uma vez que não implica uma interrupção desta relação harmônica entre o
duas faculdades de saber [ V 324]. Nesse caso, a representação não implica
um impedimento à vivificação e promoção mútua das faculdades de
saber. No entanto, esta última definição de finalidade, na medida em que se refere a
em relação à representação contida no julgamento do gosto real, não significa
que o propósito é um predicado que se refere propriamente à representação
ção A causalidade interna que o julgamento de gosto revela mentiras
neste caso, em um propósito de representação em relação ao Julgamento e
com a nossa forma de tratar esta representação, como fica claro a partir
análise contribuída pelo primeiro Moment of Analytics.
Observe, portanto, que todo julgamento de gosto expressa dois momentos
tosses que são essencialmente marcadas por contingência, de modo que um
Um julgamento preciso do gosto resultaria em um cumprimento bem-sucedido em ambos
menções. Por um lado, a atividade livre da imaginação é limitada por
a coisa em relação ao material que ela te oferece em sentimento; a
A imaginação dá a este material uma forma de tal forma que cria um
representação que já constitui conteúdo exclusivamente subjetivo.13
Embora ainda seja um produto meramente sensível pertencente a
para o meu sentido interno, esta representação privada não tem que concordar
com as representações subjetivas que outros sujeitos podem formar a partir
da mesma coisa, isto é, tal coincidência da minha representação com o
a possibilidade das demais disciplinas deve ser admitida, por uma questão de princípio, como
pessoas e falíveis. Em segundo lugar, em um julgamento de gosto particular, esta forma
da representação produto da imaginação não tem que responder
necessariamente às demandas do entendimento por um conhecimento em
em geral. Embora a imaginação possa criar a representação sensata, ela deve
Admitimos como contingente que esta forma subjetiva pode ser conformada
em geral, com a regularidade de entendimento que geralmente é necessária para
conhecimento ra. Para o conceito de finalidade, na medida em que não serve
critério objetivo para o processo de acordo com os propósitos, não pode garantir

12 Nesse sentido, o objeto externo em sua indeterminação serve de ocasião para a representação formal
apreendido pela imaginação, e esta representação serve como uma ocasião para a interação entre a imaginação e o
entendimento.
13 Sobre o conceito de forma como primeira superação subjetiva da alteridade da coisa,

ver B RANDT , Reinhard (1998): "Zur Logik des ästhetischen Urteils", em P ARRET 1998, 229-45: 237.

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7,2 A analítica do belo 259

a priori que a imaginação e a compreensão concordam por ocasião de um


apresentação.14 Assim, a crítica deve explicar em que sentido um ato singular
de acusação, essencialmente contingente e falível no que diz respeito a
esses dois momentos, no entanto, ainda pressupõe o conceito a priori
de finalidade infinita.
Como ponto de partida para a futura dedução do gosto, você deve admitir-
tal contingência e falibilidade como essenciais para a lógica do gosto e, portanto,
conseqüentemente, do Juízo reflexivo. Assim, um julgamento de gosto não é
necessariamente o resultado de conformidade bem-sucedida - embora contingente
te já posteriori - nos dois momentos indicados da lógica deste tipo
de acusação; ou seja, um determinado ato de acusação deve ser capaz de
pressupõe o princípio da finalidade infinita, embora não seja final.
um julgamento de sabor preciso ou bem-sucedido. Embora a representação deva
servem como uma ocasião para percebermos a causalidade subjetiva na mente
De acordo com o final, o fundamento da sensação de prazer não pode residir,
nem na forma de representação, nem em sua conformidade com o jogo do
imaginação, bem como na relação real ou psicológica entre
Faculdades para saber envolvidos em cada caso no ato de acusação.
O princípio da finalidade infinita não fornece a priori uma superação de
a contingência e indeterminação que acompanha o processo do
gular sensível. Se assim for, teria validade objetiva e cumpriria a função de
um preceito de natureza discursiva. Portanto, devido à contingência do
acusação, quem julga de acordo com o gosto nunca pode ter certeza de que
seu julgamento está correto, pois ele nunca pode aduzir uma regra que decida sobre
da correção de seu julgamento. No entanto, no nível fenomenológico
descrito por Kant, este sujeito sentirá de alguma forma que seu ato singular
exemplifica uma regra universalmente comunicável que, no entanto, não pode
ser aduzido.
Portanto, um julgamento de gosto malsucedido não deixa de constituir um julgamento de
gosto, porque se fosse um mero julgamento sobre o que é agradável ou um julgamento
percepção, isso não pretendia uma adesão dos demais sujeitos, desde que
isso se referia apenas à minha subjetividade privada [ V 289]. O essencial biva-
lência dos julgamentos de gosto está, portanto, em relação íntima

14 De acordo com G UYER , o julgamento de gosto conteria dois processos reflexivos, que encontramos respectivamente
mente na contemplação do objeto e na reflexão subsequente entre as faculdades subjetivas de conhecer,
cf. G UYER , Paul (1982): "Prazer e Sociedade na Teoria do Gosto de Kant", in C OHEN , Ted e G UYER ,
Paul (1982): Essays in Kant's Aesthetics, Chicago, 21–54. Veja também a este respeito G UYER , Paul (2005):
"The Harmony of the Faculties Revisited", em K UKLA 2006a, 162-93; bem como B URGESS , Craig (1989):
"Kant's Key to the Critique of Taste", em The Philosophical Quarterly 39, 1989, 484-92.

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260 A crítica do gosto como o fundamento último do sistema crítico

com a validade que eles pressupõem,15 para a vivificação de um sentimento


universalmente comunicável é percebido na mente tanto por aquele que
emitir um julgamento de gosto genuíno sobre quem nunca receberá os aplausos
do público apesar de se considerar um grande poeta. Sim não é possível
assegure-se de que nosso julgamento particular é um julgamento de bom gosto.
e a bivalência de tais julgamentos está intimamente relacionada com a validade
o que eles pressupõem, uma dedução deste aspecto da natureza humana deve
conta para essa particularidade.16 Da mesma forma, esta dedução deve mostrar
como a ideia de finalidade infinita não é apenas um conceito que
define em sua pureza e idealidade uma harmonia entre as faculdades de saber,
em vez disso, significa um princípio que legisla exclusivamente sobre a relação
contingente entre os poderes no tratamento efetivo de um representante
sensível, que não tem que corresponder a tal harmonia ideal
nem dar origem a um determinado conhecimento. Em última análise, a dedução deve
enfrentar o problema da validade dos princípios do gosto e, com ele, do
Julgamento reflexivo, como princípios destinados à mera reflexão subjetiva
sobre os objetos em sua indeterminação e alteridade.

7.3 A dedução do juízo de gosto

A Analítica do Belo mostrou que julgamentos de gosto


eles apresentam em sua fenomenologia uma reivindicação de validade. Além disso, é
demonstrou ser um tipo especificamente diferente de validade de validade
objetivo do conhecimento e da moral. Agora a necessidade de um
dedução não se deve apenas ao fato de que os julgamentos de gosto apresentam universalidade
e necessidade, mas também o fato de que esses julgamentos parecem começar do
percepção privada do indivíduo que julga.
Essa tensão é aquela que se expressa nas duas propriedades do paladar que,
De acordo com Kant, eles exigem uma dedução de tais julgamentos. Em primeiro lugar, «[e] l
julgamento de gosto determina seu objeto em relação à satisfação (como
lleza) com um pretexto de adesão de cada um, como se fosse objetivo »
[KU, V 374]. Em segundo lugar, «[o] julgamento de gosto não pode ser determinado
feito por meio de demonstração, como se fosse apenas
mente subjetiva »[ V 377].

15 Cf. W IELAND 2001: 243–57. Seguindo a expressão utilizada pelo autor, com o conceito “bi-
valência ”refere-se aqui à característica dos julgamentos de gosto pelo qual estes podem ser ambos
bem-sucedido e malsucedido.
16 Um tratamento desta questão em relação aos julgamentos teleológicos pode ser encontrado em

L ÓPEZ M OLINA , Antonio Miguel (1992): «Contingência e teleologia em Kant», in R ODRÍGUEZ A RA -


MAYO , Roberto e V ILAR , Gerard (ed.) (1992): No auge da crítica. Simpósio sobre a crítica de
Julgamento de Kant, Barcelona, ​122-38.

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Página 286

7.3. A dedução do juízo de gosto 261

Embora este tipo de ação penal pareça ser baseada na própria representação,
ção singular do objeto e do sentimento privado, apresenta, porém
uma reivindicação de validade de filiação em relação a qualquer outro assunto,
como se fosse um julgamento de conhecimento sobre o objeto, apesar
que, na realidade, tal acusação não é apoiada por fundamentos objetivos de
determinação. Portanto, uma dedução desses julgamentos deve explicar este
tensão contida em julgamentos de gosto:
A tarefa também pode ser apresentada assim: como é possível que um julgamento, baseado em
a própria sensação de prazer em relação a um objeto e de forma independente
de seu conceito, julgar a priori esse prazer como a representação do mesmo
objeto em todos os outros sujeitos, isto é, sem a necessidade de esperar [a posteriori] pelo
adesão dos demais [ V 383].

7.3.1 O argumento da dedução

Na experiência do sujeito, a reivindicação de universalidade e necessidade de


seu ato de acusação não encontra outra justificativa além da sua
sentimento privado provocado pela contemplação da representação. Sobre
Nesse sentido, a sensação aparece inicialmente como a única origem da unidade.
versatilidade de gosto, na medida em que o sujeito decide seu julgamento apenas
de seu sentimento particular. No entanto, a dedução transcendente
Tal, como reflexão crítica sobre esta fenomenologia, não pode admitir
que o julgamento de gosto realmente encontra seu fundamento de universalidade
na posição particular do sujeito sensível.
Esse é o problema que Kant já levanta no § 9 da Analítica do Belo,
cuja linha de argumentação foi delineada nas introduções.
Este parágrafo é introduzido com o título «Investigação sobre a questão de saber se em
julgamentos de gosto a sensação de prazer precede o julgamento ou julgamento
precede aquele »[ V 295]. Através da resposta a esta pergunta, Kant dará
um primeiro passo para descobrir as condições que garantem um
reivindicação meramente subjetiva e reflexiva de universalidade. Daí que
considere de forma preliminar que «[a] resolução desta tarefa é a chave para
a crítica do gosto »[ V 295].17
Segundo Kant, se o sentimento do belo fosse provocado pela representação
de modo que o julgamento de gosto meramente expressou o
relação particular do sujeito com a sensação, então não seria possível dar
conta a universalidade deste tipo de julgamento, uma vez que a acusação «de-
iria imediatamente depender da representação através da qual o objeto é
da »[ V 295]. É verdade que só na mente do sujeito pode-se perceber que

17 Ver, a este respeito, G INSBORG 1990.

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Página 287

262 A crítica do gosto como o fundamento último do sistema crítico

a representação de um objeto está relacionada a um sentimento. Mas isso é


conhecimento expressa como o sujeito particular acessa a natureza de sua
sentimento no nível de sua própria experiência subjetiva, então isso não
Você tem que conhecer os fundamentos que geralmente tornam o corpo docente possível.
pouco de gosto e os regulamentos orçamentais nele. Da análise
crítica, pelo contrário, deve-se admitir que, se esse sentimento expressa um
reivindicação de validade, então o julgamento de gosto não pode ser um mero julgamento
empírico com base na sensação privada [ V 384].
Portanto, a sensação de prazer não encontra ou determina o sentido
de acusação; em vez disso, esse sentimento é a consequência que se segue
da acusação [ V 295]. O primeiro Moment of Analytics concluiu que,
no caso do belo, o sentimento não se baseia propriamente na representação de
ção, mas em nosso tratamento ativo da representação por meio de
reflexão. Conforme já indicado no início da seção anterior, o sentido
O sentimento de beleza não se deve ao que a sensação pode provocar no
sujeito; mas, sim, à atividade que o sujeito exerce sobre a representação.
ação através do ato da acusação, independentemente de como possa ser
fez a representação por sua origem objetiva. Na dedução, ele volta a re
tomar esse ponto de vista, uma vez que Kant reconhece que o sentimento do belo
é propriamente um "sentimento [...] de mera reflexão" [ V 388]. Sim algo
coloque no mero julgamento, em oposição ao agradável e ao bom,
Isso porque esse sentimento não depende, nem de sensações, nem de con
conceitos, de forma que seja belo «aquilo que agrada no mero julgamento
(portanto, não por meio do sentido, nem de acordo com um conceito do entendimento
ment) »[ V 357; veja também V 373]. De acordo com a terminologia utilizada, não
a origem do belo pode ser localizada no julgamento particular e efetivo, como
Qual resultado malsucedido ou bem-sucedido, mas no ato ou processo de acusação
[Beurteilung] pelo qual se reflete sobre a representação. Portanto,
o juízo de gosto não encontra seu fim fora de si mesmo, em sua referência objetiva ou em
adesão efetiva dos demais, mas no processo de transição pelo qual este
O julgamento é essencialmente um ato de acusação.
Ora, se essa relação com o Ministério Público da representação não é
baseia-se em conteúdos conceituais que determinam a ação penal
em um sentido objetivo, então o julgamento de gosto realmente estabelece uma
relação com o aspecto subjetivo do Julgamento pressuposto neste ato particular
isto é, com as condições subjetivas que definem a própria capacidade de

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juiz:
Uma vez que os conceitos de um julgamento constituem seu conteúdo (o que pertence a
conhecimento do objeto), mas o julgamento de gosto não é determinável
por meio de conceitos, então o último é fundado apenas na condição formal

Página 288

7.3. A dedução do juízo de gosto 263

julgamento subjetivo em geral. A condição subjetiva de todo julgamento é o


própria capacidade de julgar ou o Julgamento [ V 381].

Portanto, a sensação de prazer no belo é devidamente baseada em


a relação subjetiva entre os poderes geralmente envolvidos no Julgamento [ V
295s.], Com abstração tanto de sua função determinante quanto de qualquer
conteúdo empírico do humor. Com isso, por meio desse isolamento do
condições meramente subjetivas do ato de acusação, a experiência específica
A teoria do juízo de gosto abre caminho para uma análise filosófica do
Julgamento reflexivo em sua especificidade.
Enquanto as faculdades de saber que intervêm na acusação
ainda não determinados por um conceito, eles são encontrados em um mero
jogar por ocasião da apresentação. É sobre imaginação produtiva
vai no seu tratamento da forma de representação e da legalidade do
compreensão em geral. Nesse caso, o julgamento não é baseado em um
subsunção da representação a um conceito, mas no sentimento de um
subsunção da imaginação em sua liberdade à legalidade do entendimento,
na medida em que essas faculdades podem coincidir em sua heterogeneidade
por ocasião de uma apresentação [ V 381s.]. Agora, a validade do julgamento
gosto não é baseado na relação real ou psicológica entre a imaginação
e compreensão que pode ocorrer na acusação em uma contingência
você por ocasião de uma apresentação. Em caso afirmativo, esta relação subjetiva do
O julgamento dependeria da representação e, com ela, da sensação, que
não permitiria uma explicação da validade expressa no gosto. Como já
declarado no parágrafo anterior, o conceito de finalidade infinita constitui
um princípio transcendental que fundamenta a racionalidade desta relação efetiva
Vai entre os poderes trazidos pela representação. E é isso por meio de
sentimento estético o sujeito não sente adequadamente esta relação psicológica
entre imaginação e compreensão, mas sim aquilo que vivifica este
relação entre as faculdades e a infunde com uma causalidade de acordo com o
aponta para a possibilidade de conhecimento em geral, independentemente de
qualquer conhecimento eficaz que seja possível, em particular a partir do
representação. É precisamente esta relação entre o jogo das faculdades e
uma causalidade interna pressuposta neste processo reflexivo que causa
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uma sensação de prazer na mente por ocasião da apresentação. Por
Portanto, esse sentimento se deve ao fato de o sujeito perceber em sua mente que o
relação efetiva entre imaginação e compreensão é estimulada e fomentada
[ V 296] por uma causalidade de acordo com princípios a priori que apontam para o conhecimento
em geral ou a uma concordância ideal entre essas faculdades:

Página 289

264 A crítica do gosto como o fundamento último do sistema crítico

[E] n um julgamento meramente reflexivo é sobre a relação em que eles devem


encontrar imaginação e compreensão reciprocamente no Julgamento por seus
comparação com o relacionamento que eles realmente têm na ocasião
de uma dada percepção [EE, V 197s.].

Caso contrário, este conceito não poderia ser mais do que privado, desde que
que sua origem seria empírica ou, mais exatamente, psicológica, visto que o assunto
apenas perceberia uma relação contingente entre as faculdades, que seria
diferente entre as disciplinas e não apresentaria, portanto, a marca da universidade.
saída.
Agora, isso por sua vez significa que o julgamento de gosto não implica um
cumprimento efetivo desta concordância ideal entre as faculdades; se trata
a sensação de que a relação psicológica entre as faculdades de conhecimento
cer pressupõe a possibilidade de cumprimento desta concordância, em
tanto que no ato particular de ação penal é apontado o seu possível cumprimento
cumprimento e, neste sentido, a finalidade é pretendida de acordo com a finalidade que é
exigido em geral para o conhecimento. Portanto, no julgamento do gosto
que é percebido corretamente é a própria reivindicação da universalidade do Julgamento,
que é pressuposto em todo ato particular de ação penal reflexiva.
Portanto, não é prazer, mas a validade universal de tal prazer que é
percebida como relacionada à mera perseguição de um objeto no
humor, que é representado no gosto como uma regra universal para
o Julgamento e válido para cada um [ V 384].18

18 O argumento da dedução é construído sobre o reconhecimento de que a sensação de prazer


é a consequência dessa atividade de acordo com o fim enraizado em uma faculdade superior da razão. Neste
sentido, o sentimento segue o julgamento; é anterior ao nível de origem transcendente.
dental dos princípios subjetivos e a priori do Julgamento. Portanto, o sentimento estético encontra seu
origem na percepção de causalidade a priori que está subjacente ao processo de acusação. Porém,
lembre-se que, de acordo com Kant, um princípio subjetivo do Julgamento só pode ter uma influência sobre o
bilidade do sujeito. Isso explica o erro com que o tratamento da questão pode ser apresentado
levantado no § 9. Para Kant não apenas afirma que o julgamento deve preceder o sentimento de prazer,
mas também admite a anterioridade da sensação de prazer. No entanto, este é um avanço para
o sujeito que julga de acordo com o gosto, no quadro da fenomenologia desses julgamentos. Na segunda parte
do parágrafo anterior, Kant se perguntará «de que forma somos conscientes no julgamento do gosto de um

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
correspondência recíproca entre as forças de se conhecerem, se esteticamente, por meio de um mero sentido
internamente e uma sensação, ou intelectualmente, através da consciência de nossa atividade intencional para
através do qual colocamos as faculdades em jogo ”[KU, V 297, itálico do autor]. Enquanto a pergunta
Isso é colocado no nível meramente fenomenológico do julgamento de gosto e, neste caso, a consciência
não pode preceder o sentimento, 'esta unidade subjetiva de relacionamento só pode ser conhecida na sensação.
ção '[ V 297]. Mas isso não significa que o assunto tenha um mero sentido empírico da fundação do
Julgamento. Certamente, há uma diferença entre a percepção da relação psicológica entre a imaginação
e a compreensão, por um lado, e o sentimento da causalidade a priori dessas faculdades de acordo com o
da finalidade sem fim, do outro. Apenas o filósofo transcendental pode acessar uma elucidação deste
causalidade transcendental e explicá-la por meio de conceitos. No entanto, é esta mesma causalidade que é
percebida pelo sujeito na sensação por meio do sentimento estético, como uma expressão sensível de
a mesma. O sujeito não só percebe o jogo psicológico entre imaginação e compreensão, mas também
a causalidade interna a priori pressupõe em tal relação psicológica, pela qual o último pode
idealmente direcionar e buscar uma proporção ou harmonia entre as faculdades [EE V 197s., KU, 296].

Página 290

7.3. A dedução do juízo de gosto 265

O que define o gosto, portanto, é que, por ocasião de uma mera representação
posição e independentemente de sua determinação conceitual, apenas para
A partir do tratamento do mesmo na acusação, o sujeito percebe em sua
encorajar a reivindicação de comunicabilidade universal que é pressuposta em geral
ral em qualquer ato de acusação. Agora, «nada pode ser comunicado
universalmente mais do que conhecimento e representação, na medida em que
que pertence ao conhecimento »[ V 295]. Comunicabilidade universal
É a marca do conhecimento pertencente às faculdades superiores, com
dependendo se a sua legislação é meramente subjetiva ou objetiva. Tal como
foi mostrado na linha de argumentação já indicada nas introduções,
no caso de uma fundação transcendental das faculdades superiores que é
meramente subjetivo, ele se expressará apenas na subjetividade sensível
do assunto «se a base para determinar o julgamento sobre esta comuni-
a cabilidade universal de representação é meramente subjetiva, isto é, sem
um conceito do objeto »[ V 384]. Nesse sentido, o julgamento dos pontos de sabor
ta ao 'subjetivo que (na medida em que é necessário para o conhecimento possível
em geral) pode ser pressuposto em todo ser humano »[ V 384s.]. A partir de
esta argumentação, é necessário perceber que Kant vai tirar duas conclusões,
intimamente ligados uns aos outros:
[Portanto, deve ser possível assumir a priori o acordo de uma representação
com estas condições do Julgamento na medida em que sejam válidas para cada um [ V
385].

É uma conclusão a respeito da validade das condições do


Julgamento em geral. Isso é seguido por uma conclusão sobre a validade dos julgamentos
do gosto, que se propõe como esclarecimento do primeiro:

Ou seja, a sensação de prazer, ou a finalidade subjetiva da representação


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para a relação dos poderes de conhecimento no julgamento de um objeto
sensato em geral, pode ser exigido [angesonnen] com razão a cada um [ V
385].

Esta possibilidade é negada por B RANDT , Reinhard (1994): «Die Schönheit der Kristalle und das Spiel der
Erkenntniskräfte. Zum Gegenstand und zur Logik des ästhetischen Urteils bei Kant ', em R. Brandt e W.
Stark (ed.) (1994): Autographen, Dokumente und Berichte. Zu Edition, Amtsgeschäften und Werk Immanuel
Kants, Hamburgo, 19-57: «[...] das empirische proporierte Spiel als ein psychologisches Faktum und
die epistemologische Proportion als normative Bedingung für Erkenntnis überhaupt. Das erstere Kann
der ästhetisch Urteilende fühlen, das zweite muß der Transzendentalphilosoph erkennen. Das harmonis-
che Spiel ist ein konkretes Ereignis mit einer bestimmten Dauer, die Harmonie ist ein transzendentalen
Element der Erkenntnis überhaupt '[39]. No entanto, se o sujeito se limitasse a sentir um mero relacionamento
psicológico, então não poderia ser explicado como esse sentimento é precisamente um sentimento universal.
comunicável saudável. Que o belo é vivido pelo sujeito segundo esta fenomenologia se deve a
que tal sentimento é a expressão subjetiva do princípio do Julgamento que o filósofo transcendental formula
por meio de conceitos. Além disso, esta elucidação do filósofo só é possível na medida em que no julgamento
esteticamente, a "universalidade de tal prazer" é precisamente sentida [ V 384].

Página 291

266 A crítica do gosto como o fundamento último do sistema crítico

7.3.2 A reivindicação de validade intersubjetiva do julgamento reflexivo:


crítica transcendental 'deve desenvolver e justificar o princípio
do gosto como princípio a priori do Julgamento »

A partir da análise transcendental da validade expressa no gosto, o


O argumento da dedução transcendental deve oferecer simultaneamente
um fundamento do Julgamento reflexivo em geral:
[A crítica] é ciência quando deduz a possibilidade [do sabor] do
natureza desta faculdade. Aqui só temos que fazer com o último, como
Que crítica importante. Deve desenvolver e justificar o princípio subjetivo
do gosto como um princípio a priori do Juízo [KU, V 380, itálico do autor].

O teste de dedução é baseado no orçamento básico, es-


estabelecido nas introduções, bem como nos §§ 9 e 35, que «[o] prin-
O princípio do gosto é o princípio subjetivo do Julgamento em geral ”[ V 380]. Apa-
Isso parece significar apenas que o julgamento de gosto funda sua
validade no princípio subjetivo do Julgamento em geral e, neste sentido, o
validade do primeiro dependeria da justificativa que pode ser oferecida
por meio do Julgamento, o que constituiria propriamente um corpo docente superior do
conhecimento. No entanto, tal fundamentação específica da Sentença em geral
não é apresentado na terceira Crítica. Em vez disso, como a citação acima indica, que
justifica o sentido crítico do gosto no sistema crítico, é através
uma crítica do gosto como uma justificativa do julgamento pode ser oferecida
e seus princípios subjetivos. Como ele se defendeu na interpretação do

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
introduções do capítulo anterior,19 enquanto o princípio do gosto é
o princípio subjetivo do julgamento reflexivo em geral, tais princípios servem
de ratio essendi de validade expressa no gosto; mas, simultaneamente, é o
crítica de julgamentos de gosto, na medida em que julgamentos meramente refletindo
tes, aquele oferecido pela razão cognoscendi de tais princípios.
Isso explica porque Kant considera no § 9 que a elucidação da questão
da relação entre julgamento e sentimento constitui a chave fundamental
crítica mental de gosto. Portanto, no § 8, ele mencionou a função
análise sistemática de julgamentos de gosto no âmbito da trans-
cendental:
Esta determinação particular da universalidade de um julgamento estético que pode
estar em um julgamento de gosto é uma peculiaridade, embora não para o
lógico, sim para os filósofos transcendentais, o que requer não pouco esforço
para encontrar a causa disso, o que também revela um
propriedade de nossa faculdade de saber que teria permanecido desconhecida sem
esta análise [ V 291, itálico do autor].

19 Veja neste trabalho 6.5.

Página 292

7.3. A dedução do juízo de gosto 267

A crítica do gosto mostra que o processo eficaz de reflexão


pressupõe uma causalidade interna que fundamenta as faculdades e as orienta em
um sentido intencional em virtude da possibilidade de conhecimento em
em geral. Na medida em que esta causalidade é expressa —em sensibilidade— como
sentimento de comunicabilidade universal, a crítica deve admitir que
trata de um princípio transcendental da estrutura subjetiva do Julgamento que
deve haver orçamento em todas as disciplinas. O argumento não afirma que a representação
estabelecimento ou a relação efetiva entre as faculdades coincide com o conceito
transcendental de finalidade infinita, nem, portanto, que este conceito afirme
assegurar a concordância entre a minha reflexão sobre a representação e a reflexão
de outros assuntos. Nem este princípio determina que a relação psicológica
lei vigente entre os poderes no tratamento da representação tem
necessariamente dar origem a um conhecimento específico dela. Isto é
Dizer que as faculdades são geralmente orientadas para o conhecimento não significa
que pode alcançar em cada caso um conhecimento particular deste
começo.
Em vez disso, este processo de transição de acusação pode ser considerado
fazer em sua racionalidade, na medida em que idealmente aponta para este princípio
e, com ele, a conformidade de outros. Por este motivo, também um ensaio

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de gosto malsucedido
a legislação que inicialmente
deste princípio, afirma
mesmo quando que aassuntos
outros universalidade está sobcom
não coincidam
minha própria apreciação. A dedução 'apenas afirma que somos justificados
pressupõem universalmente as mesmas condições em todos os seres humanos
subjetivo do Julgamento que encontramos em nós mesmos; e, além disso, que também
subsumimos corretamente o objeto a essas condições »[ V 385]. Está
Subsunção não significa, nem pode significar, uma coincidência completa de
a representação desse objeto com o conceito de finalidade infinita; de outra forma,
antes, que tal representação, em sua indeterminação e alteridade, pode
ser referido em geral através do Julgamento à condição universal pela qual
pode ser pensado em um sentido subjetivo e regulador sua adequação com o co-
conhecimentos em geral. Portanto, Kant afirma que em um julgamento de gosto
lida precisamente com a comparação entre a relação real ou psicológica
entre as faculdades e a relação ideal e transcendente para a qual o
reflexão em um sentido normativo [EE, V 197s.]. Da mesma forma que um
o julgamento de conhecimento errôneo ainda é válido em um sentido objetivo,
na medida em que pressupõe a determinação proporcionada pelo conceito de verdade
transcendental, o ato falhado de acusação continua a pressupor
da causalidade ideal das faculdades de acordo com o conceito de finalidade infinita,
já que o sujeito idealmente orienta sua reflexão para essa ideia [KU, V 385 n., 385s.].

Página 293

268 A crítica do gosto como o fundamento último do sistema crítico

Portanto, a validade subjetiva do gosto é essencialmente expressa como um


alegação de ação penal eficaz para uma concordância harmônica entre
as faculdades que idealmente tornam o conhecimento geral possível. Desta
forma, a validade do princípio do julgamento reflexivo não determina o
de um julgamento correto, mas sim da racionalidade e autonomia do ato
de acusação idealmente orientada e em um sentido regulador para alcançar
este julgamento correto.
Esta concepção de validade como uma reivindicação é ilustrada com
clareza na Analítica do belo e, em ambos os casos, o
relação de tal concepção com a bivalência dos julgamentos de gosto:
Solicita-se a adesão de qualquer outro, pois existe um alicerce que
é comum a todos; esta adesão também poderia ser contada somente se
tinha certeza de que o caso foi subsumido a esta fundação como um
regra para aplausos [ V 320, itálico do autor].

A voz universal é, portanto, apenas uma ideia [...]. É uma questão incerta
se a pessoa que acredita fazer um julgamento de gosto julgar de fato de acordo com tal

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ideia;
[daraufmas atravése da
beziehe] queexpressão deser
o seu deve beleza certifica quedesegosto
um julgamento refere[ein
a ela
Geschmacksurteil
sein soll] [ V 294, itálico do autor].

A validade subjetiva dos julgamentos de gosto é, portanto, especificamente


diferente daquele que caracteriza o julgamento determinante, seja em campo
prático ou no reino moral. Em tais casos, a reivindicação de validade sub-
objetivo é derivado da validade objetiva no que diz respeito ao escopo ou suficiência de
os conceitos de razão em um domínio de objetos. Pelo contrário, em
No caso do juízo de gosto e do juízo reflexivo, não há
determinação objetiva que determina previamente o escopo dos ensaios. Deste
Assim, não pode ser decidido a priori quais objetos irão provocar um sentimento
prazer e o sujeito nunca pode ter certeza de que sua reivindicação de adesão
sion ficará satisfeita. No entanto, se um julgamento de gosto for pretendido a partir do
mero sentimento de adesão ideal de uma possível comunidade de sujeitos,
então, nesse julgamento, um princípio a priori e subjetivo já está sendo pressuposto.
tiva que não determina adequadamente nem a representação singular nem uma classe
conjunto de objetos. O julgamento reflexivo não pressupõe um princípio
subjetivo e transcendental na medida em que o último determina meu ato
de acusação; em vez disso, tal ato pressupõe o referido princípio na medida em que
na medida em que aponta para ele e busca sua realização. Contanto que seja
de um princípio subjetivo que define a heautonomia desta faculdade, o sujeito
está legislando sobre sua própria atividade, tratando este ato específico como
se qualquer outro assunto concordasse com o mesmo, isto é, como um
“Caso exemplar” de norma que, no entanto, não pode ser aduzida.

Página 294

7.3. A dedução do juízo de gosto 269

Se fôssemos aduzir tal regra, então o julgamento de gosto, não apenas


se referiria ao possível julgamento dos outros, mas se referiria em um ob-
objetivo à sensibilidade universal presente em cada um deles, para que
significaria realmente uma adesão efetiva destes. Essa era a posição ocupada
realizada por Kant no período da Dissertatio, porque considerou que
gosto pressupõe e torna manifesta a concordância efetiva de minha
julgamento com as condições que definem a estrutura de sensibilidade
pelo qual podemos constituir o objeto sensível.20 No entanto, no terceiro
Criticamente, a alegação de validade da Sentença é independente se, de fato,
a adesão pretendida é cumprida. O assunto pressupõe através
comunicabilidade universal de seu sentimento de que outros assuntos compartilham
têm a mesma capacidade de ação penal, por meio da qual, no entanto,
pode discordar sobre a posição subjetiva particular defendida por
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isto. Também neste último sentido, meu julgamento de gosto defeituoso continua a presumir
nning o princípio subjetivo e universalmente comunicável do Julgamento. Por

20 Anthropologie-Parow, AA XXV . 1 389: «[...] daí o objetivo de qualquer persecução da objeção


tosse em relação à satisfação de acordo com as leis da sensibilidade, e que meu julgamento do que é belo, se
tê-lo para tal, deve valer também perante os outros [...]. Existem leis de sensibilidade que são conhecidas em
tudo intuição a priori: são espaço e tempo ”[grifo do autor]. Logik-Philippi, AA XXIV . 1 350: «sim
algo agrada a todos, então o fundamento da satisfação deve estar no objeto ”[grifo do autor].
Anthropologie-Parow, AA XXV . 1 377f.: «O gosto mostra uma concordância de julgamento sensato,
então é falso que não se possa disputar sobre gosto [...]; enquanto [as leis da sensibilidade]
são válidos para o objeto, ou na medida em que são iguais em todos, os julgamentos opostos de gosto produziriam
uma contradição ”[itálico do autor]. Observe que, neste caso, a bivalência de julgamento não é mais possível
de gosto, para o qual isso pode ser um julgamento de gosto falho. Se o que dá validade a este julgamento é
concordância com uma estrutura subjetiva presente em todos os indivíduos, que por sua vez determina
como constituímos o objeto na sensibilidade, então alguém só pode ter gosto na medida em que
que concorda efetivamente com o julgamento dos outros. O julgamento de gosto deve ser interpretado então
É visto como o resultado de uma coincidência na natureza humana, e não como a pretensão de alcançar
uma adesão ideal ao julgamento dos outros. Será esse distanciamento em relação àquele primeiro
posição desenvolvida por volta de 1770, que agora permitirá a Kant uma demarcação crítica entre o
julgamentos estéticos e julgamentos de conhecimento. Assim, no § 2.3, argumentei que sua primeira concepção não
tornou possível distinguir entre objetos bonitos e objetos que são cognoscíveis na mera sensibilidade. Isto é
uma objeção comum contra a teoria do Julgamento defendida na Kritik der Urteilskraft que coincide
A diferença entre gosto e julgamento reflexivo em relação aos seus princípios, em última análise, leva a
uma indistinção entre objetos bonitos e objetos conhecíveis. Sobre este debate, veja C RAWFORD ,
Donald (1974): Kant's Aesthetic Theory, Madison: 145ff .; E LLIOT , Raymond Kenneth (1968): «A Unidade
of Kant's Critique of Aesthetic Judgment ', in British Journal of Aesthetics 8, 1968, 244–59: 255; PARA MERIKS ,
Karl (1982): "How to Save Kant's Deduction of Taste", em Journal of Value Inquiry, 16, 1982, 295–302;
H ENRICH , Dieter (1992): julgamento estético e a imagem moral do mundo. Estudos em Kant, Stanford:
43s.; G UYER 2006. Em minha opinião, esta objeção afeta apenas a primeira concepção levantada no
período da Dissertatio, uma vez que na terceira Crítica Kant admite que a sensação de prazer tem apenas
lugar em julgamentos meramente reflexivos, embora a atividade reflexiva deva ser pressuposta como uma
decisão anterior a qualquer determinação em um julgamento de conhecimento. Deste ponto de vista, a beleza
e a cognoscibilidade não pode coincidir: primeiro, as condições para a beleza não são suficientes
para a cognoscibilidade do objeto; segundo, na medida em que a cognoscibilidade também requer
a intervenção de conceitos objetivos e determinados, este último pressupõe condições que excluem
em princípio, a possibilidade de beleza.

Página 295

270 A crítica do gosto como o fundamento último do sistema crítico

Portanto, a teoria kantiana reconhece essa discussão significativa e, com ela,


dissidência, pressupõe a comunicabilidade universal do discurso.
Esta concepção de validade como uma reivindicação é uma condição
essencial da atividade do juízo reflexivo na investigação da natureza
dispersão. Na dedução, Kant mostrou que este princípio não se refere
a própria natureza, mas é um princípio autônomo que
o Julgamento se dá a refletir sobre os fenômenos. Se o começo
gosto subjetivo coincide com o princípio subjetivo do Julgamento refletindo
te em geral, então este princípio deve ser pressuposto no processo de

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
conhecimento da experiência; ou seja, tem que oferecer uma resposta ao
problema de julgamento reflexivo no quadro mais amplo de conhecimento, como
conforme descrito nas introduções. Isso é claramente mostrado em §
39:
Sem fim e sem seguir nenhum padrão, esse sentimento [de mera
dobrar] acompanha a apreensão mais comum de um objeto ao imaginar
nação, como uma faculdade de intuição, em relação ao entendimento,
como uma faculdade de conceitos, por meio de um procedimento do Jui-
Este corpo docente também deve colocar em prática para a experiência mais experiente.
comum: apenas, no último caso, ele faz isso para [encontrar] uma con
conceito empírico objetivo, enquanto, no primeiro caso (na acusação
estética), apenas para perceber a proporção de representação com
ocupação harmônica (subjetiva e proposital) de ambas as faculdades de conhecimento
ser livre, ou seja, sentir o estado da representação com prazer
[ V 388].

A função do julgamento reflexivo é buscar um universal para


um particular que ainda é indeterminado. O crítico nota que
esta determinação do singular só é possível sob a suposição de que
as faculdades podem refletir sobre a representação em sua singularidade
de acordo com uma atividade autônoma, o que permite referir-se em um sentido regulativo
esta representação para o conhecimento em geral. Somente através desta suposição
posição subjetiva - e em complementaridade com as condições objetivas do
Julgamento determinante - pode ser especificado em um julgamento de conhecimento, como
resultado do julgamento reflexivo, uma determinação objetiva - e sempre
completo.21 Embora o julgamento estético seja meramente reflexivo e seu
objetivo não se encontra na determinação que segue o processo de reflexão.
ção, mas essencialmente se refere ao mesmo procedimento reflexivo
21 Seria uma incompletude em relação à ideia sistemática designada pelo princípio de
finalidade infinita da natureza. Na medida em que tal princípio não tem validade objetiva, nem cumpre
a função de preceito de decidir sobre a correção objetiva do ato de acusação, não
é possível alcançar uma determinação completa da representação singular de acordo com essa ideia. Em vez disso, o
O princípio deve fornecer uma orientação regulamentar e sistemática para uma determinação progressiva da
experiência.

Página 296

7.3. A dedução do juízo de gosto 271

e autônomo orientado ao conhecimento em geral, neste julgamento apenas


manifesta "mera reflexão" por meio do sentimento. Por outro lado, no
processo de reflexão do conhecimento continua a "acompanhar" a apreensão do
objeto pela imaginação, embora este sentimento "não seja mais notado em seu
especificidade ', apesar do fato de que a experiência mais comum não seria possível sem
tal reflexão.

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Kant investiga sua concepção do Julgamento reflexivo em seu personagem
onda de gosto como um sensus communis.22 O bom senso não sei
baseado, não em um conceito, nem em sensibilidade, mas em uma "mera norma ideal",
para quais acusações sensíveis apontam quando apresenta uma reclamação de
validade intersubjetiva2,3: «Esta norma indeterminada do bom senso é
realmente orçado para nós, o que é demonstrado por nosso
autorização para fazer julgamentos de gosto »[ V 323]. O conceito de bom senso
não significa um significado que pensa ou reivindica validade por si mesmo, mas
que se refere propriamente a uma máxima que é pressuposta pelo Julgamento em
sua reflexão sobre representações sensíveis.24
Quanto ao resto, a teoria do sensus communis se desenvolve em um sentido normal
a justificativa do Julgamento reflexivo, uma vez que este conceito expressa
à máxima de refletir sobre o próprio julgamento particular a partir do ponto de
visão universal dos possíveis julgamentos de outros [ V 391]. Este desenvolvimento de
A teoria do julgamento deve, portanto, ser interpretada como um fundamento fundamental
avaliação crítica dos critérios subjetivos de um caráter heterônomo que devemos
suponha que nossos julgamentos privados façam sentido e possam fingir
der a verdade. Esses critérios não garantem a verdade empírica de tais julgamentos;
mas eles servem como condições de possibilidade que - junto com a condição de
da verdade transcendental - deve ser pressuposto no julgamento.
Eu minto. No tratamento de Kant na Anthropologie-Busolt em
o conceito de sensus communis, e em linha com a sua posição sobre este
ção desde o início dos anos 1770,25 isso define o requisito para referir-se
nossos julgamentos ao possível ponto de vista dos outros como um "necessário
pedra de toque »da verdade [AA XXV . 2 1489]. De acordo com Kant, as regras da razão
sobre os princípios que determinam a racionalidade das regras de entendimento

22 Ver a este respeito L EYVA , Gustavo (1997): Die “Analytik des Schönen” und die Idee des “sensus co-
mmunis ”em der Kritik der Urteilskraft, Frankfurt am Main, etc.
23 KU, V 323: «porque o princípio só é tomado como subjetivo, mas como universal-subjetivo

[subjektiv-allgemein] (uma ideia que é necessária para todos) ».


24 Kant interpreta o sensus communis como "a condição necessária da comunicabilidade universal
do nosso conhecimento, que deve ser pressuposto na lógica e em todos os princípios do conhecimento »[ V
322]. Portanto, o pressuposto da comunicabilidade universal do Juízo, que se manifesta
pela análise crítica do gosto, constitui um pressuposto necessário de todo conhecimento.
25 Ver neste trabalho § 1.5.

Página 297

272 A crítica do gosto como o fundamento último do sistema crítico

ment, seu direcionamento e sua aplicação. Agora, este critério de origem


racional é fundado neste texto em um sentido intersubjetivo, e em patente
analogia com a formulação do imperativo categórico: 'A razão diz: teste
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para ver se é útil que sua regra possa ser adotada como universal; tão logo
à medida que isso ocorre, a regra é ao mesmo tempo um princípio. Bem, se não, um também
lida com várias experiências, percepções, esclarecimentos e inter-
e como tudo isso, que são meramente observações privadas, pode ser
universal, não é algo que possa ser elucidado ao mesmo tempo através da experiência »
[AA XXV . 2 1480]. Este requisito racional deve ser pressuposto pelo Julgamento,
entendimento comum ou sensus communis [AA XXV . 2 1488f.].
Um julgamento empírico só pode reivindicar a verdade se pressupõe a con-
conceito puro e objetivo de verdade transcendental. Nesse sentido, também um
O falso julgamento pressupõe a validade objetiva desse princípio de compreensão.
Bem, o sujeito só pode reivindicar a verdade em seu ato de julgamento.
se pressupõe a comunicabilidade universal de seu julgamento, quando se refere a
a possível adesão - e dissidência - dos demais. Caso contrário, você não pode
Iremos interpretar o seu ato de acusação como um ato de conhecimento
em que a verdade é reivindicada. Portanto, o pressuposto desta máxima por
O julgamento não exclui a possibilidade de que tal ato de acusação dê origem a
finalmente a um falso julgamento:26 o princípio de validade do Julgamento deve ser
curso na atividade para a qual refletimos com o objetivo de formar
um universal para um determinado particular, independentemente se este universal
não é finalmente alcançado, como foi o caso do caso exemplar do gosto,
onde também um julgamento de gosto falho pressupôs o princípio subjetivo de
Julgamento. Assim, apesar de sua universalidade e necessidade, o princípio de
O julgamento não exige a superação da indeterminação do singular sensível, em
até que ponto este princípio legisla sobre como a reflexão deve ser e não
não reivindica nenhuma validade objetiva.
No estudo histórico-evolutivo desenvolvido ao longo deste trabalho
Verificamos que a ligação entre o conceito de sensus communis
e o problema da verdade está presente na evolução intelectual
de Kant desde o início dos anos 1770. Agora, a justificativa para
as condições que definem o sensus communis como trans-
o conhecimento básico só é possível no quadro crítico da teoria
do Julgamento reflexivo que se expõe na terceira Crítica. Como eu já sei
defendida, esta teoria supõe uma resposta ao problema geral da

26 A universalidade do Julgamento reflexivo não é discursiva, mas fundamenta-se na exigência normativa


para reivindicar a concordância de meu julgamento particular com uma comunidade universal de sujeitos, cf. G INS -
BORG , Hannah (2006): "Thinking the Particular as Contained under the Universal", em K UKLA 2006a,
35–60.

Página 298

7,4 O julgamento estético-reflexivo no sistema da razão 273

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acusação, na medida em que Kant reconhece que esta faculdade é dada a


em si a lei para o processamento de objetos. Sobre a
problema da verdade, temos que admitir que meu ato particular de julgamento
Esta afirmação só pode ser tal na medida em que reivindica validade intersubjetiva,
ou seja, a adesão dos demais sujeitos. Além disso, uma vez que este ato não pode
ser regido por princípios determinantes de validade objetiva, o sujeito, por princípio
cipio, ele não pode excluir a falibilidade de seus julgamentos nem, portanto, o possível
dissidência dos outros. Assim, embora a máxima do sensus communis
tem validade intersubjetiva e serve apenas para reflexão, estou obrigado
simultaneamente, para reivindicar a adesão de outros, pressupondo a sua
possível dissidência.27

7.4 O juízo estético-reflexivo no sistema da razão

Por meio da dedução de julgamentos de gosto, a crítica mostrou


que o julgamento reflexivo constitui uma faculdade superior de conhecimento
na medida em que tem condições subjetivas a priori para o
reflexão. A descoberta dessas condições permite sua inclusão no
sistema de razão. Pois seus princípios, embora meramente subjetivos, funcionam
dar uma reivindicação de validade universal que legisla autonomamente sobre
nossa subjetividade e o uso de nossas faculdades de saber. É intencional
em última análise, aponta para uma ligação entre julgamento e razão, em
tanto que a faculdade geral dos princípios a priori que fazem
fundação de objetos. Portanto, Kant se refere ao fundamento do gosto
como uma «ideia» [KU, V 294] ou «norma ideal» [ V 323] que rege o pro-
processo de acusação e, nesse sentido, transcende a relação psicológica
27 No Kritik der reinen Vernunft Kant já mencionou a comunicabilidade e aceitação efetiva de
os outros como critério de ser verdadeiro; mas, ao mesmo tempo, reduziu essa máxima de validade intersujeitos.
voltado para o fundamento comum e objetivo da verdade transcendental [ A 820s./ B 848s., II 687s.]. S VENDSEN ,
Lars Fr. H. (2001): "A Teoria da Verdade Empírica de Kant", em Gerhardt et alii 2001, II 847-55, apresenta um
Reconstrução da teoria da verdade empírica do Kritik der reen Vernunft. Neste trabalho Kant
abordaria este problema a partir de uma teoria coerente da verdade, uma teoria da verdade como um
correspondência e uma teoria de consenso. Da mesma forma, N EIMAN [1994: 75] caracteriza a concepção de
a verdade em Kant de uma teoria coerente. Embora tal análise possa ser encontrada na primeira Crítica
Como base para esta reconstrução, pode-se perguntar se a posição de Kant pode ser adotada como a definição de
nitiva. Em particular, não é possível oferecer uma reconstrução do fundamento crítico do problema.
de verdade empírica neste trabalho. Na minha opinião, é necessário esperar que o Kritik der Urteilskraft encontre
trazer tal fundação. Apesar da ligação entre o problema da verdade e as reflexões de Kant
sobre a estética, tanto na terceira Crítica como no desenvolvimento intelectual que dá origem a este trabalho, K ÖVE -
KER , Dietmar (1995): «Zwischen“ objektiver Gültigkeit ”und“ subjektiv-notwendigen Probierstein ”der
Wahrheit. Systematische Überlegungen zum Konsensgedanken in der politischen Philosophie Kants ', em
Zeitschrift für philosophische Forschung 49, 1995, 274-293, afirma que “Kants Behandlung der Geltungs-
problematik ist letzlich von seinem gegenstandstheoretisch eingeführten Objektivitätsbegriff dominiert,
so daß eine konsequente Reflexão auf intersubjektive Gültigkeit - als Bedingung der Möglichkeit von
Erkenntnis - nicht stattfindet '[292].

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274 A crítica do gosto como o fundamento último do sistema crítico

entre as faculdades de saber. No entanto, sua argumentação não


mesmo no lugar que tal ideia ocupa no sistema da razão. Isto será
a tarefa que o crítico desenvolverá na seção dedicada à Dialética da
julgamentos estéticos. Será a partir desse aprofundamento na lógica
o fim do Juízo, pois Kant poderá expor ao mesmo tempo o significado sistemático de
esta faculdade com respeito ao problema da unidade da razão.

7.4.1 Ideias estéticas e conhecimento

Essa relação entre julgamento e razão já pode ser detectada em teoria


de ideias estéticas, levantadas no quadro da teoria do gênio. Ambos no
Analítico como na dedução de julgamentos de gosto Kant mostrou
que a relação entre as faculdades pressupõe uma causalidade de acordo com
orientado para o conhecimento em geral. Na teoria das ideias estéticas, você pode
encontrar uma primeira descrição da atividade da imaginação de acordo com
esta causalidade, que será definida por sua relação com a razão.28
Kant define uma ideia estética como "a representação da imaginação
o que dá oportunidade de pensar muito, sem, no entanto, poder
quando nenhum pensamento particular, isto é, um conceito »[KU, V 413].
Enquanto a ideia de razão designa um conceito para o qual nenhuma intuição
pode corresponder a isso, a ideia estética designa um conteúdo da imaginação
que não pode ser expresso em um conceito. Mas esta indeterminação com
no que diz respeito aos conceitos do entendimento não significa uma independência
com respeito ao entendimento em geral como uma faculdade de saber.
Pois a ideia estética se refere a "uma intuição de acordo com um princípio subjetivo
da concordância das faculdades de se conhecer (da imaginação com
compreensão) »[ V 447].
As ideias estéticas da imaginação são um produto da criatividade do
Geist, que traz vida e atividade às faculdades, "em um jogo que
ele se apóia e, assim, fortalece as forças »[ V 413]. Então-
Esta atividade do espírito não implica uma determinação particular do
imaginação de acordo com os conceitos, mas a vivificação e promoção de
atividade específica desta faculdade como tal. É assim que a imaginação, «em
tanto quanto uma faculdade produtiva do conhecimento »[ V 414], reelabora e conforma
uma "outra natureza" do material que a "natureza real" oferece a ele
à sensibilidade [ V 414].29 Nesse sentido, a imaginação sente sua liberdade

28 Uma concepção anterior da teoria das idéias estéticas no desenvolvimento intelectual de Kant
ocorre no final da década de 1770 e início da década de 1780; ver neste trabalho § 5.5.3.
29 Com base em conceitos contidos na Kritik der Urteilskraft, como os de ideia estética ou

de sentimento vital, alguns intérpretes têm defendido o interesse histórico desta obra para o desenvolvimento

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7,4 O julgamento estético-reflexivo no sistema da razão 275

em relação às leis de associação. No entanto, isso não significa que


considere esta atividade como arbitrária; portanto, Kant o coloca em relação a
a orientação da razão; assim, tal atividade ocorre na mente "de acordo com
princípios que residem mais elevados, na razão »[ V 414].
É óbvio que sua argumentação deve estabelecer essa relação da imaginação.
com tais princípios de razão, sem negligenciar a autonomia do primeiro
que se defende na Analítica e na Dedução. Por este motivo, Kant
acredita que a função da razão no que diz respeito à atividade da imaginação
tem um significado simbólico. Bem, uma ideia de razão não pode
nunca corresponda a uma representação da imaginação. No entanto se-
Segundo Kant, é possível relacionar um atributo dessa ideia de razão com o
representação da imaginação. É esta relação analógica ou simbólica que
que contribui com o conceito de ideia estética. Embora o atributo contido no
A apresentação sensível não é, em princípio, suficiente para a exposição imediata ou
completude do conceito de razão, provoca uma vivificação da atividade
imaginação que estimula sua criatividade de acordo com essa ideia de origem racional.
nal. Isso oferece uma orientação para a atividade pela qual a imaginação pode
representar uma segunda natureza das sensações, extraindo
consequências das representações ou encontrar o parentesco entre os
próprios [ V 415s.], que provisoriamente fornece material fértil
para o uso do entendimento. Isso não significa que a imaginação desista
o reino da sensibilidade, mas que esta faculdade, em sua liberdade, funciona
racionalmente, ou seja, pode coincidir com o interesse especulativo do
compreensão de acordo com uma orientação racional. E esta coincidência entre o
A imaginação e a compreensão não são fomentadas por uma limitação do
liberdade do primeiro para um conceito já determinado, mas precisamente em
na medida em que sua vivificação por ideias estéticas supõe uma extensão
produtivo de sua liberdade no tratamento de representações sensíveis.
da hermenêutica contemporânea. Ver a este respeito M AKKREEL , Rudolf A. (1987): «Orientierung und
Tradição in der Hermeneutik. Kant versus Gadamer ', em Zeitschrift für philosophische Forschung 41, 1987,
408-20; M AKKREEL , Rudolf A. (1990): Imagination and Interpretation in Kant. A Importância Hermenêutica
of the Critique of Judgment, Chicago and London: 111–29; P RESAS , Mario (1999): «Arte como saber», em
Latin American Journal of Philosophy 25, 1999, 129–40; C Onill S WIDTH , Jesus (2006): Ética hermenêutica
ética. Critique from facticity, Madrid: 19–90, especialmente 27–36. É interessante notar que o último
destaca a importância do conceito de uma força básica que infundiria atividade e vivificação no
tades, em consonância com a reconstrução histórico-evolutiva do conceito de Geist e sua relação com
a imaginação que foi defendida no § 5.5. deste trabalho. Portanto, concordo com a apreciação
do autor sobre a influência leibniziana dessa concepção. Em relação a esta última ideia, ele liga
com a pesquisa de Jessica J AQUES sobre o termo “Urteilskraft” defendida na introdução ao
a versão catalã da Crítica do Julgamento [J AQUES , Jessica (2004): «Memórias de uma tradução. Notas
sobre a versão catalã da Kritik der Urteilskraft de Immanuel Kant », comunicação ao VI Congresso
Ontologia Internacional, setembro-outubro de 2004]. Essas leituras são uma alternativa para interpretar
afirmação clássica de G ADAMER [1960], que reconstrói sua «hermenêutica filosófica» precisamente no
base para um contraste com a crítica de gosto de Kant.

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276 A crítica do gosto como o fundamento último do sistema crítico

Portanto, as forças do saber, cuja conciliação (em uma certa relação) consiste em
É gênio, são imaginação e compreensão [...]. [I] em um sentido estético
a co imaginação é livre para contribuir com a compreensão, além disso
concordância para um conceito, material fértil que ainda não foi desenvolvido
llado [...], a quem não ligava em seus conceitos mas que, sem
No entanto, se aplica indiretamente ao conhecimento, não tanto objetivamente
para o conhecimento, mas subjetivamente para a vivificação das forças
saber [ V 417, itálico do autor].

Na teoria das idéias estabelecidas no § 49, Kant defende explicitamente


sua aplicação exclusiva às artes plásticas. Na ciência, no entanto, não pode
admitir a validade da categoria de gênio, pois em tal caso deve ser
regras que antes são conhecidas de forma diferente e que orientam a prática de
conhecimento científico no sentido processual [ V 417]. No entanto, você deve se lembrar
Deve-se notar que a teoria do Juízo reflexivo parte justamente com o problema da
que a promotoria não pode seguir certos preceitos que norteiam o
pesquisa científica, pelo menos onde ainda não temos regras que
podemos aplicar mecanicamente.
Apesar da restrição da teoria do gênio ao domínio das belas-artes,
A verdade é que a concepção de ideias estéticas será incorporada ao
Dialética dos julgamentos de gosto, tanto no tratamento do conceito do que é
supersensível como na compreensão da beleza como um símbolo do bem
moral. Por outro lado, neste trabalho também foi argumentado que o conceito
ao supersensível coleta as reflexões desenvolvidas por Kant sobre
al Geist, o principal componente do gênio. Na dialética ele terá o
origem racional do princípio subjetivo do julgamento estético-reflexivo, e o
reconstrução histórica defendida até agora mostra que o meio ambiente
A expansão de sua teoria estética ocorreu principalmente por ocasião de
suas reflexões sobre o gênio no final dos anos 1770. A variação principal
da Kritik der Urteilskraft no que diz respeito à sua primeira concepção vem
dada pela compreensão de que o gênio não pode legislar sobre
o real em um sentido objetivo. Apesar da restrição defendida por Kant
Quanto ao alcance de sua teoria do gênio, deve-se admitir que suas reflexões
ções sobre este tema têm uma influência sobre o significado transcendental de que
detém a crítica de gosto. Em particular, as reflexões sobre o gênio oferecem a ele
fornecer uma base para a compreensão de como os princípios podem
de origem racional ou supersensível têm uma influência na faculdade de Julgamento em
em geral.
Por esse motivo, temos que nos aprofundar em duas questões adicionais abaixo.
internacional: (i) qual é a origem e legitimidade de tal influência da razão sobre
a acusação de gosto [§ 7.4.2]; (ii) em que sentido isso deve ser entendido

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7,4 O julgamento estético-reflexivo no sistema da razão 277

orientação simbólica do processo de acusação no sistema de razão


[§ 7.4.3].

7.4.2 O conceito de supersensível como princípio do Julgamento


reflexivo

A principal função da Dialética será enfrentar a primeira questão


mencionado. Se o motivo tem influência no processo judicial pelo qual
refletimos sobre os objetos, a crítica deve definir e delimitar o escopo
e a validade de sua legislação, para que não ocorram reclamações ilegítimas.
golpes de um ponto de vista crítico. Que uma antinomia de gosto é possível
é uma consequência da constatação extraída na Dedução de que este
é baseado em princípios a priori de um corpo docente superior pertencente ao sistema
da razão [KU, V 451]. Bem, para o julgamento prosseguir em um dia-
lecticamente, ele deve ter a habilidade de raciocinar [vernüfteln] [ V 441s.].
Essa capacidade é expressa pelo gosto e, com ela, pelo julgamento reflexivo,30 no meu
reivindicação a priori de uma adesão ideal da totalidade dos sujeitos ao redor
no meu julgamento pessoal.
A abordagem da antinomia do gosto mais uma vez se concentrará nas duas
características específicas desta faculdade que foram apontadas por Kant no
§§ 32 e 33 da Dedução, conforme reconhecido no § 57.31 A tese de
A antinomia é a seguinte: «O juízo de gosto não se baseia em conceitos,
caso contrário, seria possível disputar (decidir por meio de manifestações)
sobre isso »[ V 443]; enquanto a antítese afirma: «O juízo de gosto
é baseado em conceitos, caso contrário não seria possível discutir sobre o
a si mesmo (reivindicar com tal julgamento uma reivindicação de adesão necessária do

30 Das conclusões do parágrafo anterior, onde foi demonstrado que Kant considera o princípio
pio do gosto como o princípio do juízo reflexivo em geral, devemos também ler os desenvolvimentos
da Dialética a partir desta perspectiva sistemática.
31 É uma questão para debate se a justificativa de gosto levantada na seção de dedução

deve ser considerada conclusiva ou, ao contrário, esse fundamento só se extinguiria uma vez
que, na Dialética, as condições subjetivas do Julgamento são definidas de acordo com o conceito racional do
supersensível. Para a primeira posição, consulte G UYER 1979: 373–89; a segunda posição
É defendido por B RANDT , Reinhard (1989b): "Analytic / Dialectic", em E. Schaper e W. Vossenkuhl (ed.)
(1989): Reading Kant. New Perspectives on Transcendental Arguments and Critical Philosophy, Oxford e
Nova York, 179–95. No contexto deste debate, deve-se ter em mente que o surgimento do
O conceito de supersensível no desenvolvimento intelectual de Kant ocorreu após o
no qual ele escreveu a Dedução [ver a este respeito § 6.2.2]. A partir de tal abordagem histórica, a redefinição
ção do fundamento do gosto a partir do conceito de supersensível supõe um avanço teórico que deve
ser interpretado como um aprofundamento do argumento da dedução. Devido a esta relação de
continuidade no nível temático, é plausível pensar que a separação de ambos os desenvolvimentos teóricos em
As seções de tintas da obra não foram devidas a razões estritamente filosóficas, mas histórico-evolutivas. sim
Kant preferiu incorporar este desenvolvimento da fundação do gosto em uma nova seção, era
Provavelmente devido ao fato de só ter conseguido uma redefinição do princípio do gosto segundo o conceito de qual
supersensível uma vez que a redação da seção Dedução foi concluída.

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278 A crítica do gosto como o fundamento último do sistema crítico

outros), independentemente das diferenças ”[ V 443]. A solução de


Esta antinomia deve elucidar a natureza do princípio a priori do gosto,
a fim de estabelecer os limites de sua aplicação legítima como
um princípio de origem racional.
De acordo com Kant, é claro que o gosto deve ser baseado em algum conceito,
Caso contrário, a alegação de validade presumida não poderia ser explicada.
colocado no sentimento do belo [ V 444]. Agora, já sabemos que este
conceito não pode oferecer um princípio como base discursiva
de determinação; ou seja, nada pode ser demonstrado por meio dele
sobre a correção objetiva da acusação [ V 445]. Por isso é
possível discutir [streiten] sobre questões de gosto, já que qualquer um pode
reivindicar para si a adesão dos outros. No entanto, esta discussão não pode
de realmente se tornar uma disputa [disputa], na qual os sujeitos
eles não apenas declarariam suas posições, mas também tentariam garantir que
finitivamente o consentimento de outros através do uso de argumentos. o
princípio pressuposto no gosto garante a comunicabilidade universal que
torna o debate racional possível e, neste sentido, serve como condição para
sibilidade tanto para a adesão quanto para a discordância dos demais. A partir de
desta forma, na medida em que este princípio define a abertura do meu julgamento particular
particular no que diz respeito à possível adesão de terceiros, sua legislação não pode
assumir em nenhum momento um encerramento conclusivo da discussão por meio de
a demonstração discursiva de que meu julgamento é definitivamente verdadeiro.
Portanto, este conceito que garante a comunicabilidade universal entre
seres humanos, e, portanto, serve como base para a reivindicação de validade que eu reivindico
com meu julgamento particular, só pode ser o conceito subjetivo-transcendental e
não condicionado do supersensível:

Mas este conceito é o mero conceito racional puro do supersensível que


está subjacente aos objetos (bem como ao sujeito julgador), como objetos do
sentidos, portanto, como fenômenos. Bem, se isso não fosse levado em consideração
ração, a reivindicação de validade universal do juízo de gosto não poderia ser salva [ V
445].

Através do aprofundamento da Dialética do Julgamento Estético


Em relação ao argumento da dedução, Kant argumenta que o conceito de
O pressuposto do gosto tem, em última análise, um estrito
racional, então a possibilidade de uma determinação cognitiva deve ser excluída.
noscitivo disso. E deve ser lembrado que esta alusão ao campo indeterminado
minado do supersensível, como o substrato dos fenômenos, liga-se com
a abordagem do problema da razão que encontramos no
introduções ao trabalho.

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7,4 O julgamento estético-reflexivo no sistema da razão 279

A partir deste contexto mais amplo, também deve ser levado em consideração que o
O julgamento teve que cumprir uma função de mediação entre o uso teórico e o uso
prática da razão na medida em que lida com o conceito de supra
confidencial. Porém, já vimos que esta faculdade, embora apresente um
relação com a faculdade de saber, não legisla de forma alguma em um sentido objetivo.
tiva. Portanto, deve-se descartar que Kant queira defender na Dialética que o
O julgamento se refere em algum sentido - em um sentido indeterminado, por exemplo - para
a realidade supersensível que está por trás dos fenômenos.32 Enquanto a análise
crítico do princípio do gosto fornece o fundamento do Julgamento reflexivo-
Em geral, o conceito de supersensível alude a um princípio de que o Julgamento
ele se entrega para refletir sobre os objetos.
Kant insiste na ideia de que o julgamento estético não faz uso desse conceito.
como um critério para julgar objetos. É isso, precisamente,
o sentido em que o conceito de supersensível não deve ser entendido
para poder dissolver a antinomia desta faculdade. Bem, uma referência tão objetiva
Isso só seria possível se o Julgamento pudesse ter determinado conceitos.
No entanto, o conceito de supersensível constitui um mero conceito
de razão que não pode ter nenhuma referência de validade ou escopo
objetivo. No entanto, embora a partir deste conceito não possa se referir a ou
aos objetos, nem, consequentemente, para garantir a aderência a priori
de outros em uma disputa, este princípio salvaguarda a reivindicação de
um acordo onde ainda não temos conceitos objetivos específicos
dois. Mesmo quando discutimos sobre o gosto e fingimos correção
de nosso julgamento, devemos admitir a possibilidade de divergência do
outros, precisamente na medida em que nossa reivindicação inicial pressupõe
a comunicabilidade universal de nossa capacidade de julgar. Com isso, o
gosto pressupõe em sua própria lógica a ideia de humanidade, na medida em que
uma totalidade supersensível de sujeitos racionais, nos quais devo admitir
em princípio, a mesma capacidade de julgamento que atribuo a mim mesmo
por meio de meu julgamento particular.
No entanto, em julgamentos de gosto, há, sem dúvida, uma relação estendida do
representação do objeto (e ao mesmo tempo do sujeito), sobre a qual
pliação deste tipo de julgamentos conforme necessário para cada um, para o qual,
portanto, algum conceito deve estar subjacente, mas um conceito que não pode
ser determinado por intuições, pelas quais nada pode
Ressalte-se, portanto, que não permite a adução de nenhuma prova para o julgamento de
gosto. Este conceito é o mero conceito racional puro do supersensível [ V
444s., Primeiro itálico do autor].

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32 Como argumentado por Z AMMITO [1992: 271], segundo o qual Kant estaria incorrendo
neste ponto da sub-recepção dialética denunciada por ele mesmo na primeira Crítica.

Página 305

280 A crítica do gosto como o fundamento último do sistema crítico

Assim, a julgar pelo gosto, não refiro uma representação a um conceito


racional que determina seu conhecimento final. O relacionamento expandido do
representação não implica um aprofundamento do conhecimento de sua função
damento supersensível. Em vez disso, meu julgamento representa uma extensão do
ponto de vista individual, na medida em que se refere ao conhecimento do
representação ao possível julgamento de uma totalidade de sujeitos, cuja adesão
Eu pretendo em meu próprio ato de acusação. Agora Kant parece alu-
Eu diria ainda sobre o conceito de supersensível em dois sentidos diferentes, a saber:
como totalidade dos sujeitos racionais que julgam e como
fundamento metafísico final do conhecimento dos fenômenos. Eu compro-
escalas que ambos os sentidos devem ser considerados de forma unitária.
Embora a afirmação intersubjetiva do Julgamento não se refira a um
determinação objetiva nem, portanto, a uma adesão efetiva de
os outros assuntos, mas para a exigência do assunto particular para julgar co-
Se essa determinação ou adesão - ideal - fosse possível, o conceito de
o supersensível não pode ser determinado positivamente pelo julgamento.
A crítica só pode explicar este princípio, verificando
que o sujeito deve considerar o supersensível como determinável. Assim, a adesão
visão dos outros sujeitos com respeito ao conhecimento do real não pode ser
admitido como já alcançado ou efetivo, mas como aquele cuja possibilidade
deve ser pressuposto a priori e para o qual o sujeito deve apontar em seu julgamento
treinamento particular. Na introdução, Kant afirma que este conceito é
absolutamente indeterminado por parte do conhecimento objetivo do
Eu minto; a razão, por outro lado, atinge uma determinação objetiva dela,
mas apenas em um sentido prático. É o Julgamento que funda o
determinabilidade do substrato supersensível da natureza por meio do corpo docente
intelectual [Bestimmtbarkeit durch das intellektuelle Vermögen] [...]; e, deste
forma, o Julgamento possibilita a transição do âmbito do conceito de
natureza à do conceito de liberdade [ V 272].

A expressão de Kant é nada menos do escuro. No entanto, podemos


antecipar o que, de acordo com a crítica, não pode significar. Em particular, este
não se pode afirmar que através do Julgamento a possibilidade de um
conhecimento objetivo do supersensível. Esta possibilidade é rejeitada por
os fundamentos da primeira Crítica e pela Kritik der Urteilskraft.

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Por outro lado, a citação refere-se à determinabilidade por parte do corpo docente
pouco intelectual. O intelecto deve ser entendido em sua filosofia como o todo
para as faculdades superiores de conhecimento. Portanto, trata-se de pura razão em
sentido genérico, na medida em que "faculdade de julgar de acordo com princípios a priori"
[ V 238, grifo do autor]. Pois a razão legisla sobre um domínio de objetos
tanto na sua utilização teórica como na sua utilização prática, através da constituição

Página 306

7,4 O julgamento estético-reflexivo no sistema da razão 281

a esfera formal da natureza e a esfera da liberdade, respectivamente.


chá. Em ambos os casos o crítico tinha assumido, sem mostrá-lo, no entanto, que
podemos pensar em um sentido unitário o conceito de supersensível que
somos obrigados a pressupor como substrato dos fenômenos em cada
uma dessas áreas. No campo teórico, a razão deve pressupor que o
Toda a natureza é organizada de acordo com os interesses especulativos do
conhecimento; na esfera prática, o sujeito deve pressupor que a legalidade
a natureza particular admite, pelo menos de acordo com sua forma, um desenvolvimento da
bem moral no campo da experiência.
Desta forma, em suas duas respectivas esferas a fundação do ra-
Esta zona pressupõe a determinabilidade do supersensível, embora não em certo sentido
objetivo, mas como uma demanda subjetiva que nunca pode ser encontrada
conformidade. No § 6.4 deste artigo, argumentei que o julgamento cumpriu um
funcionar no sistema crítico, na medida em que contivesse os princípios subjacentes
objetivos que devem ser pressupostos para que os fundamentos objetivos do
a razão pura pode basear sua aplicabilidade na natureza em sua indeterminação
nação. Vamos nos aprofundar nessa questão.
Já verificamos que a função da imaginação de acordo com o
ção de idéias estéticas não poderia consistir em uma determinação objetiva de
objetos de acordo com conceitos racionais. Esses conceitos serviram em certo sentido
regulativo fazer para a produtividade da imaginação para reflexão sobre o
representações sensatas, para que através de ideias estéticas pudessem
um conhecimento de acordo com a orientação é desenvolvido em um sentido subjetivo
regulador da razão.33
A análise do julgamento do gosto mostrou que o tratamento das representações
representações sensatas por parte das faculdades do Julgamento pressupõe uma causalidade
de acordo com o fim, segundo o qual é possível refletir ativamente sobre o
processo de acusação, para conduzir este tratamento da representação
para um conhecimento geral. Mas tal processo só pode produzir um
conhecimento particular do objeto, embora ainda o considere como
um objeto pertencente ao reino da experiência sensível. Da virada
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abordagem subjetiva empreendida por Kant na terceira Crítica, o fundamento da
racionalidade da acusação no terreno indeterminado da experiência
cia não exige o conhecimento do supersensível que está por trás dos fenômenos, mas sim
este conhecimento sensível é o conhecimento de um sujeito supersensível, em
aquele que, independente de como seja a realidade, as faculdades se organizam

33 KU, V 449: «[Ambos os tipos de ideias, tanto as ideias da razão como as ideias estéticas, devem ter
seus princípios a priori; e em ambos os casos na razão, as idéias da razão em seu uso objetivo e as ideias
estética em seu uso subjetivo ”[grifo do autor]. Portanto, os princípios que determinam o significado
das idéias estéticas são princípios subjetivos da razão.

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282 A crítica do gosto como o fundamento último do sistema crítico

e se desenvolver de acordo com um interesse regulador e sistemático da razão. De fato,


o conceito de finalidade infinita alude exclusivamente a um pressuposto transversal
cendental sobre como as faculdades de conhecimento do sujeito estão relacionadas, e não
a como a realidade que se pretende conhecer é em si mesma.
Assim, o Julgamento não pressupõe um conhecimento racional de forma alguma.
cional da coisa em si;34, mas o conceito de supersensível torna possível um
reflexão sobre as representações segundo uma orientação ou organização racional
ção das faculdades de conhecimento, conforme ilustrado por Kant em seu
concepção de idéias estéticas. Esta orientação, na medida em que ele regula o procedimento
portanto, de ação penal, pressupõe que a determinação progressiva da natureza
sensível por parte do sujeito - no que diz respeito à variabilidade do
a menos que permaneça indeterminado pela legislação do entendimento -
é produzido de acordo com a ideia do supersensível, que tem sua origem apenas
na razão. A determinabilidade do supersensível no processo cognitivo
tiva não alude à possibilidade de acesso progressivo ou indeterminado ao
fundação da própria coisa. Longe de ter validade objetiva, esta fundação
tem sua origem última nas necessidades da razão, que exigem pensar em
incondicionalmente a possibilidade de um conhecimento progressiva e sistemática
da natureza por parte do sujeito, como princípio que
define em geral a própria estrutura da capacidade de julgar: «Na medida
em que essas faculdades [entendimento, julgamento e razão] têm seus princípios
a priori, segundo uma exigência inalienável da razão, devem ser capazes de julgar
determinar e determinar seu objeto também incondicionalmente ”[ V 451].
O Julgamento, como o entendimento, não pode determinar o que é supra-
sible. No entanto, no Julgamento, o supersensível não é determinado nem conhecido,
em vez disso, é meramente intencionado incondicionalmente a partir do próprio julgamento.
treinamento particular. Portanto, independentemente de sua possibilidade efetiva

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na realidade, o sujeito deve necessariamente visar em seu julgamento
—Contingente e falível— a esta correspondência ideal que asseguraria completa
a verdade de seu julgamento. As faculdades de conhecimento são direcionadas apenas para o
fenômenos como objetos condicionados; mas, como a teoria de
idéias estéticas, tratamento, combinação e, portanto, sistema
tização desses fenômenos e seu conhecimento ocorre de acordo com um
ideia não condicionada cuja origem está na razão.35 De acordo com Kant, o supra
sensato é um princípio para o Julgamento na medida em que «princípio da finalidade
34 KU, V 445: «[O] julgamento de gosto é baseado em um conceito (uma base geral para o final
natureza subjetiva para o Julgamento), mas a partir da qual nada pode ser conhecido ou demonstrado,
pois esse fundamento é em si mesmo improvável e não pode ser conhecido.
35 KU, V 451: «Enquanto julgar sobre estes princípios [das faculdades superiores] e seu uso, o

a razão exige absolutamente, com respeito a cada um deles, pelo condicionado dado, o incondicionado;
mas o incondicionado nunca pode ser encontrado quando o sensível é considerado como pertencente ao

Página 308

7,4 O julgamento estético-reflexivo no sistema da razão 283

natureza subjetiva de nossas faculdades de conhecimento »[ V 452, itálico


do autor]. Na medida em que o Julgamento afirma que a articulação e o sistema
qualificação do conhecimento empírico na natureza pelo sujeito
é produzido de acordo com a ideia racional das supra-sensíveis, mostra crítica
essa razão legisla a priori em um sentido subjetivo sobre este processo de
conhecimento, para pensar o desenvolvimento do conhecimento empírico como o
desenvolvimento possível e ideal de um sistema ordenado e inteligível de
tosse. Desta forma, mostra-se que podemos pensar sobre a determinabilidade de
o supersensível pela razão, na medida em que é possível pensar na determinabilidade de
natureza progressiva da natureza sensível por nossas faculdades de conhecimento de acordo com
o conceito regulador do supersensível. Portanto, a crítica finge
encontrado em um sentido positivo, embora subjetivo, a determinabilidade daquele
que o puro entendimento deixa indeterminado, mas isso é pressuposto no
uso teórico da razão.
Agora, a ideia de que o julgamento estético-reflexivo é baseado em um
causalidade supersensível alude adequadamente a uma base racional que
fundamenta nossa subjetividade e serve como o princípio organizador de
diferentes faculdades. Trata-se da unidade da razão, como raiz comum
mas desconhecido, o que fundamenta a subjetividade como uma razão e
é revelado através de uma análise dos orçamentos de gosto:
O princípio subjetivo, isto é, a ideia indeterminada do supersensível em nenhum
nós, só pode ser explicado como a única chave para decifrar esta faculdade
[gosto] em relação às suas fontes, que permaneceram escondidas de
nós, mas eles não podem ser concebidos [begreiflich gemacht werden] »[ V

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
446].
Deve ser lembrado que no § 8 da obra Kant afirmou que a elucidação-
ção do princípio que rege a validade universal do gosto era do interesse do
filósofo transcendental, na medida em que isso "também revela
uma propriedade de nossa faculdade de saber que teria permanecido
conhecido sem esta análise ”[ V 291]. A dedução foi um ponto de partida
dá nesta tarefa sistemática, mostrando que as condições de sabor coincidem
com as condições subjetivas do Julgamento em geral. A dialética define o
significado sistemático de gosto na fundação de tais condições subjetivas e
reivindicação de validade do sentimento estético a partir do conceito unitário
do supersensível, na medida em que «o ponto de conciliação de todos os nossos
faculdades »[ V 447]. A conclusão da fundação da teoria de
ideias estéticas de acordo com o conceito de supersensível é o seguinte:

coisas em si mesmas, em vez de considerá-las como um mero fenômeno e assumir [unterlegt] algo supersensível (o
substrato inteligível da natureza fora de nós e em nós) como uma coisa em si ».

Página 309

284 A crítica do gosto como o fundamento último do sistema crítico

[O belo] não pode fazer uso de regras ou preceitos como um padrão de


medida, mas apenas daquilo que é meramente a natureza do assunto, mas que
não pode ser subsumido a regras ou conceitos, ou seja: o substrato supersensível
de todas as suas faculdades (que nenhum conceito do entendimento alcança),
conseqüentemente, aquilo que constitui o fim último que nos dá o inteligível
de nossa natureza para reunir todas as nossas faculdades de conhecimento
cer [ V 450].

Portanto, Kant retoma a questão da possível determinação de


o supersensível "fora de nós" à necessidade de supor o supra-
sível 'em nós'. Assim, este conceito se refere ao aspecto subjetivo da
razão que é pressuposta em nossas faculdades de conhecimento e cuja análise
é realizada por Kant através de uma crítica da faculdade da mente que
acompanha o Julgamento, ou seja, o sentimento estético. Desta forma, através de
da crítica transcendental da reivindicação de universalidade intersubjetiva é
mostra a existência de uma causalidade supersensível e de acordo com
fim que fundamenta as faculdades de saber e lhes traz unidade, uma vez que a razão
só pode justificar sua legitimidade como corpo docente unitário e organizado.
Portanto, Kant afirma que nossa pressuposição de uma natureza humana
supersensível é a única "maneira de reconciliar a razão consigo mesma" [ V
447].
De acordo com a Dedução, na medida em que o sentimento estético é pré-

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
sentido universalmente comunicável, devemos assumir que esta base
pensamento supersensível que percebemos em nós mesmos é um fundamento a priori
que também constitui a subjetividade de todo ser humano. Esta conclusão
A dedução agora será reafirmada na Dialética de acordo com o conceito de
o supersensível: “porque o fundamento da determinação [do gosto] reside
possivelmente no conceito de que pode ser considerado como o substrato
supersensível da humanidade ”[ V 445]. Kant considera este conceito como
o «objetivo final que nossa natureza nos dá para fazer todos os nossos
depois das faculdades de saber ». Portanto, a sensação de prazer expressa o
conceito do supersensível na medida em que no julgamento do gosto eu sinto
a universalidade supersensível da humanidade em minha própria subjetividade, em
virtude da qual julgo em um sentido ideal em meu ato particular.
A Dedução já mostrou que estamos autorizados a nos referir à fundação
do Julgamento que percebemos por meio do sentimento estético ao subjetivo
vida dos outros ou, como Kant coloca na Dialética, humanidade
supersensível em nós. Na reflexão sobre os objetos em sua singularidade,
O Julgamento, como sensus communis, encontrou a máxima principal para
ra reflexão sobre a necessidade de encaminhar a acusação específica para o julgamento
possível dos outros. De acordo com Kant, este é um fundamento da "forma de pensar

Página 310

7,4 O julgamento estético-reflexivo no sistema da razão 285

fazer um uso de acordo com o propósito das [faculdades de saber] »[ V 391]. o


O conceito de supersensível foi mostrado como uma "norma ideal" em que
nossa acusação é baseada. Kant, no entanto, deixou em aberto no § 21
a seguinte questão sobre o conceito de sensus communis como
do que uma "norma indeterminada", cuja resposta ele adiou para o desenvolvimento
volta do trabalho; ele estava se perguntando se
um juízo de gosto, com sua presunção de adesão universal, é, de fato,
um requisito da razão para produzir unanimidade nos tipos de significado
[Sinnenart], então esse dever [Sollen], ou seja, a necessidade objetiva de
uma confluência do sentimento de cada um com o de si mesmo, significa apenas
estabeleceria a possibilidade de um acordo a este respeito, de modo que o julgamento de gosto
Eu apenas formularia um exemplo da aplicação deste princípio [ V 323, itálico do
Autor].

O julgamento de gosto exemplifica um princípio de


o motivo que deve ser considerado em geral como essencial para o Julgamento: o
pressuposição de possibilidade de acordo em relação ao sentimento individual
indivíduo do sujeito. Assim, de acordo com o significado sistemático da crítica do gosto,

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
temos que admitir que é um princípio que define a forma de pensar do
Julgamento geral para o conhecimento progressivo dos fenômenos. Ali onde
o sujeito deve refletir sobre uma representação particular para encontrar
sua determinação e colocação em um sistema geral de conhecimento,
é obrigado a remeter seu julgamento - sempre provisório - para o eventual julgamento de
uma totalidade de sujeitos racionais.
Na primeira Crítica, Kant argumentou que a busca pela verdade começa
Pírico no uso hipotético da razão, visando a determinação de
julgamentos provisórios, devem e podem usar um critério de verdade para
reflexão, ou seja, reivindicando a unidade sistemática do conhecimento
como o fim da atividade do conhecimento, como uma ideia projetada
que deve servir como um guia no sentido regulador de acordo com o uso hipotético do
razão.36 Agora, tal ideia, embora apenas alude a como devemos
cede à procura da verdade, continua a referir-se a uma totalidade de conhecimentos
fundamentos objetivos, cuja determinação positiva e imediata é reconhecida,
no entanto, tão impossível. Isso corresponde ao supra-
sível do incondicionado, que deve ser pressuposto para a determinação
de qualquer condição. O Kritik der Urteilskraft é uma reformulação
desta concepção a partir do reconhecimento da validade intersubjetiva do
princípio transcendental do Julgamento. De acordo com Kant, nossa reflexão sobre o
apresentação particular deve necessariamente basear-se no conceito de um

36 Ver neste trabalho § 4.5.2.

Página 311

286 A crítica do gosto como o fundamento último do sistema crítico

totalidade supersensível; mas esta ideia tem apenas validade subjetiva, em dois sentidos
tipos diferentes. Em primeiro lugar, e como na primeira Crítica, com
Admite-se que a totalidade do conhecimento não pode ser determinada
nada imediatamente de forma positiva, pois é apenas uma ideia
incondicionado que deve nortear nossa reflexão particular para a determinação de
eliminação progressiva - e sempre incompleta - das representações sensoriais
bles. Em segundo lugar, essa ideia incondicional não é definida de maneira adequada.
como totalidade do conhecimento do real; ao contrário do Kritik der
reinado Vernunft, não devemos referir o nosso ato de acusação a um
totalidade do conhecimento objetivo possível, como uma ideia projetada
ou pretendido. Em vez disso, o sujeito deve se referir ao seu ato particular de julgamento
à ideia supersensível de uma totalidade de sujeitos que poderiam julgar
na mesma representação e defender posição sobre o assunto. Deste
Assim, no Kritik der Urteilskraft Kant redireciona a questão metafísica de
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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
conhecimento final e incondicional do real à exigência de fingir
acordo intersubjetivo, como uma ideia projetada que designa indiretamente
a possibilidade de uma totalidade do conhecimento como atos subjetivos
você de conhecimento. Portanto, a base final do conhecimento
fenômenos, designados pela ideia de um substrato inteligível que
acabaria por garantir um conhecimento racional do real, é reduzido
na crítica de um princípio de validade intersubjetiva, que abstrai por
princípio de toda referência objetiva ao real: no conhecimento do
nomena, o sujeito deve continuar a reivindicar incondicionalmente um
determinação progressiva e sistemática do indivíduo; mas este progresso em
o processo de conhecimento não pode ser sancionado a priori por princípios
metafísica que alude a uma realidade em si mesma incognoscível; em vez disso, pode apenas
para ser justificado como racional na medida em que os recursos individuais finitos
ao acordo de uma totalidade supersensível de sujeitos que poderiam julgar sobre
o real de acordo com a mesma capacidade de julgamento atribuída a si mesmo
através de seu ato particular de acusação.37
Deve-se notar também que, por meio dessa fundamentação do aspecto
conhecimento subjetivo de acordo com o conceito de supersensível, oferece
uma resposta ao problema da aplicabilidade do campo prático no

37 Esta superação da metafísica tradicional pela crítica não foi apreciada de forma alguma
pelas teorias intersubjetivistas da verdade; veja uma compilação deles em N ICOLÁS M ARÍN ,
Juan Antonio e F RAPOLLI , María José (1997): Teorias da verdade no século 20, Madrid, 527–616. A partir de
De qualquer forma, deve-se admitir que na crítica a reivindicação de validade intersubjetiva não é sustentada
ainda em uma análise de linguagem. Isso não significa, no entanto, que a posição de Kant é construída
do solipsismo do sujeito moderno, já que deve ser lembrado que na lógica do ato de julgamento
de acordo com o gosto, a reivindicação da comunicabilidade universal é definida como um pressuposto transcendental
isso torna meu próprio ato de acusação possível.

Página 312

7,4 O julgamento estético-reflexivo no sistema da razão 287

campo de experiência, pois a este respeito devemos lembrar que Kant


argumentou no Kritik der praktischen Vernunft que a lei moral "determina
nossa vontade de considerar a forma do mundo sensível como um
todos os seres racionais »[KpV, IV 157, itálico do autor].38

7.4.3 A função sistemática do julgamento reflexivo como mediação


entre o uso teórico e o uso prático da razão

A ideia transcendente de uma totalidade de sujeitos racionais que de sua


autonomia poderia concordar ou discordar em relação à minha acusação
particular só pode ser fundado em um sentido objetivo pelo conceito de
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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
a liberdade. É sobre a forma de pensar que define o reconhecimento do
autonomia de outros sujeitos como condição de reconhecimento de minha
própria autonomia. Na verdade, pudemos verificar que no desenvolvimento histórico
teoria do conceito de sensus communis tem uma influência decisiva na
As reflexões de Kant sobre a moralidade, pelas quais ele chega a diferenciar claramente
sua posição com relação à definição do sensus communis do
conceito de simpatia, o que não explicaria a origem racional dessa demanda
acusação, na medida em que com base em uma descrição sensível deste
capacidade de saber.39
Bem, se apreciarmos o significado sistemático da Dialética do Gosto
para, como o fundamento do Julgamento reflexivo em geral, temos
admitir que esta forma de pensar de origem prática deve ser pressuposta
também como princípio subjetivo do processo de conhecimento. Assim, em tão-
que a reflexão sobre a experiência em sua indeterminação encontra um
norma ideal na exigência de reivindicar a possível adesão da humanidade,
como totalidade inteligível de sujeitos racionais, o Julgamento está possibilitando o
«Transição da forma de pensar segundo os princípios do um [do conceito de
o supersensível pressuposto pelo entendimento] para a maneira de pensar de acordo com
os princípios do outro [conceito do supersensível que o conceito de
a liberdade determina em um sentido prático] »[KU, V 248].
No § 59, com o qual se fecha a Crítica dos julgamentos estéticos de gosto
Para, Kant vai mergulhar no significado da relação mediadora entre a razão
razão teórica e prática. Desta forma, a função do gosto será discutida com
sobre o problema da unidade sistemática entre as duas dimensões do
razão, na medida em que o fundamento do gosto através da crítica
proporciona uma mediação entre essas áreas e, com ela, a conclusão
sistema crítico.

38 A este respeito, ver neste trabalho § 4.7.1.


39 Ver neste trabalho § 5.6.

Página 313

288 A crítica do gosto como o fundamento último do sistema crítico

O argumento de Kant desenvolve a concepção de simbolismo ex-


colocado pela primeira vez na teoria das idéias estéticas. Seção 59 começará a partir do
descobrir que o modo simbólico de representação 'é apenas um modo de
do intuitivo '[ V 459], na medida em que também designa um tipo de
Localização sensível da intuição para um tratamento subjetivo dela.
No caso da intuição que serve de base para a determinação objetiva do
representação, a sensibilidade deve subsumí-la a um certo conceito

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
de compreensão por meio de um esquema. Essa era a tarefa
criado pela imaginação em sua função transcendental, que foi fundada em
a Dedução Transcendental dos conceitos puros do entendimento e na
teoria do esquematismo devido ao seu papel determinante no processo de
cing.40 Agora, de acordo com Kant, isso constitui uma das duas "tarefas"
da Sentença, a saber, sua atividade determinante, por meio da qual pode fundar
Conheço a objetividade em geral de uma representação sensata da subjetividade.
Porém, o Julgamento, como reflexivo, apresenta outra atividade
complementar no tratamento da representação, cuja função não tem
valor objetivo, pois não se baseia em um determinado conceito de compreensão.
Na Dedução já foi afirmado que no juízo de gosto, na medida em que eu
rally reflexivo, "a imaginação esquematiza sem um conceito" [ V 381].41
Na teoria das idéias estéticas, por sua vez, considerou-se que a liberdade do
ção no que diz respeito ao entendimento não implica uma independência deste
atividade relativa ao processo de acusação. Em § 59 Kant em profundidade
vai nos dizer como devemos entender esta atividade da produção imaginativa
tiva. Nesse caso, embora a imaginação não inclua uma representação
a um conceito, ele inclui sua própria atividade subjetiva a um conceito de
razão, o que não constitui, portanto, uma determinação do objeto. Então
este conceito, propriamente falando, não pode ser adequado em relação a qualquer
conteúdo sensível da imaginação, que só pode apresentar representações
ções sensíveis. No entanto, este corpo docente pode relacionar um atributo de
este conceito racional com o procedimento pelo qual refletimos sobre o
representação sensata:
[Uma sensibilização pode ser [...] simbólica] quando um conceito, que é apenas
pode ser pensado pela razão e para a qual nenhum
intuição sensível, uma intuição com a qual o procedimento concorda é atribuída a ele
julgamento do Julgamento no que diz respeito ao que observa na esquematização

40 Veja neste trabalho §§ 4.3 e 4.4


41 Sobre esta definição, ver L A R OCCA , Claudio (1997): «Schematizzare senza concetto. Immagi-
nazione ed espeienza estetica in Kant ”, in Rivista di Estetica 37, 1997, 3-20. O autor limita esta tarefa a
a imaginação no processo de prova ao terreno da prova de gosto e experiência
estética que o acompanha, partindo da tese de que a teoria do gosto não
condições subjetivas do julgamento em geral.

Página 314

7,4 O julgamento estético-reflexivo no sistema da razão 289

[ mas ] de forma puramente analógica, ou seja, apenas no que diz respeito à regra
deste procedimento, não para se intuir e, portanto, apenas para o
forma de reflexão e não conteúdo [ V 459, itálico do autor].

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
Por meio da mediação de uma representação sensível que se apresenta como atri-
buto ou símbolo de um conceito de razão, a imaginação esquematiza sem
um certo conceito. Kant define essa esquematização como analógica.
no que diz respeito à esquematização dos conceitos de compreensão na
na medida em que, por meio dessa mediação simbólica, o que é subsumido ao
a razão não é propriamente uma representação, mas sim o procedimento.
opinião subjetiva da Sentença pela qual refletimos sobre a referida representação.
Portanto, a relação mediata ou simbólica da razão com respeito ao
a cessação do processo é apenas subjetiva e se refere ao modo de representação
pelo qual refletimos sobre o conteúdo dado à recepção
vida sensata. Apenas neste sentido intermediário e incompleto é o
representação sensata com algo que em princípio não pode ser alcançado
completamente. Em particular, a atividade do Julgamento não pode supor um
determinação da representação pelo conceito racional, mas apenas
que nossa reflexão sobre isso ocorre em um sentido regulador de acordo com
o significado fornecido por tal conceito racional. Assim, a segunda "tarefa"
geralmente assumido na acusação consiste em relacionar a mera regra
reflexão sobre essa representação com um conceito racional com
completamente diferente de acordo com sua origem, contra a qual a representação é apenas
um símbolo ou atributo sensível [ V 460].
Até agora, Kant definiu o significado da atividade simbólica de
a imaginação. A seguir apresentará a tese intitulada § 59: «Pois bem,
bem, afirmo que o belo é o símbolo do bem moral »[ V 461].42 de acordo com
exposição anterior, se o belo é um símbolo para a imaginação, então
não tem interesse no processo de acusação porque envolve um certo

42 Kant já defendia desde o início da década de 1770 que o belo apresentava autonomia em relação ao
agradável, bem como universalidade sensível, razão pela qual devemos considerá-lo como um análogo de
moralidade em sensibilidade. Isso explica por que ele atribui um significado pragmático e pedagógico a ela.
Essa relação pragmática foi detectada como uma constante em seu desenvolvimento intelectual até o
Kritik der praktischen Vernunft. Veja neste trabalho os §§ 3.3, 4.7.1 e 5.6]. No entanto, na terceira Crítica
Kant não usa mais essa relação analógica entre beleza e moralidade por razões pragmáticas,
a fim de ilustrar os meios pelos quais a aprendizagem e o desenvolvimento do
virtude; uma vez que a argumentação levantada neste trabalho atenderá ao significado filosófico e sistemático deste
relação, na medida em que através de uma análise crítica pretende-se demonstrar a conciliação possível
entre a natureza sensível da humanidade e a normatividade da razão prática. Na concepção de
o belo como símbolo do bem moral, ver também G UYER , Paul (1998): «Os Símbolos da Liberdade em
Kant's Aesthetics ', em P ARRET 1998, 338–55; K EMAL , Salim (1998): «Os Postulados Práticos da Liberdade
and Beauty as Symbol of Morality ”, em P ARRET 1998, 356–73; R OVIELLO , Anne-Marie (1998): «Du Beau
comme Symbole du Bien ', em P ARRET 1998, 374–85; R ECKI , Birgit (1998): «Das Schöne als Symbol der
Freiheit ', em P ARRET 1998, 386-402; N UZZO 2005: 318–26.

Página 315

290 A crítica do gosto como o fundamento último do sistema crítico

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
definição conceitual, mas na medida em que é considerada como um atributo ou
símbolo que aponta parcialmente para um conceito de razão, pelo qual
a reflexão é animada de acordo com a orientação fornecida por este conceito. E
é que, até o momento, a crítica tem defendido que o belo não remete
propriamente para a representação, mas para o próprio processo de acusação
exercido pelo sujeito nesta representação. Se o belo é um símbolo de
bem moral, quero dizer que não se encaixa de acordo com sua origem com o
conceito supra-sensível ou inteligível, mas apenas que a reflexão que acompanha
a contemplação é vificada e fomentada por este conceito, que não
isso nunca pode ser alcançado. Na verdade, o belo não adquire sentido no
sistema de razão, mostrando uma determinação sensível do que é
supersensível, mas porque o sentimento relacionado ao seu julgamento
sensato aponta idealmente para esta norma ideal de origem racional, com a qual
em princípio, não pode encontrar adequação. Assim, é a relação simbólica e
subjetivo com o conceito de supersensível da moralidade que define em
um sentido estrito da reivindicação de validade do gosto:
Bem, eu afirmo que o belo é o símbolo do bem moral; e só para isso
pecto agrada o belo com uma pretensão de adesão de qualquer outro (algo que
É natural para qualquer um e que é o orçamento em qualquer um como um dever),
porque o espírito está ciente de um certo enobrecimento e aumento sobre
a mera receptividade de um prazer por meio de impressões sensíveis e também de valores
também para os outros de acordo com uma máxima de seu julgamento. É sobre o inteligível, no sentido de
aquele que visa [hinaussieht] o gosto e no qual nossas faculdades concordam
superiores de saber [ V 461].

Segundo Kant, a relação simbólica do belo com o bem moral serve como
fundamento para a conciliação entre razão teórica e razão prática em
em torno de um princípio unitário. Esta função de julgamento não pode ser colocada
manifestada na acusação empírica, mas apenas na acusação.
mentira de gosto. A continuação da citação anterior é a seguinte:
Em relação aos objetos de tal pura satisfação, o Julgamento se dá
o próprio direito, da mesma forma que a razão o faz em relação ao corpo docente de
desejo, e é referido a [bezogen], tanto devido a esta possibilidade interna [de que
inteligível] no sujeito devido à possibilidade externa de uma natureza
que concorda com esta possibilidade, para algo no próprio sujeito e fora dele que
não é nem natureza nem liberdade, mas que está em conexão com este
fundamento, a saber, o supersensível, em que se concilia a faculdade teórica
com o corpo docente prático de forma comum e desconhecida [ V 461].

Deve-se ter em mente que o gosto tem uma relação analógica tanto
com o uso teórico como com o uso prático da razão. Por um lado, o símbolo
O teísmo da imaginação na reflexão sobre as representações é definido
em analogia com a teoria do esquematismo. Por outro lado, Kant concebe

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7,4 O julgamento estético-reflexivo no sistema da razão 291

bela como um símbolo do bem moral e da legislação da 'razão em


relação com a faculdade de desejar ». Se a relação analógica do belo tanto
com o esquematismo do conhecimento assim como com a legislação prática tem que
fornecem uma mediação sistemática entre a razão teórica e a razão prática,
Esta analogia deve pressupor a priori uma unidade entre tais esferas sem
Layar a diferença específica do belo. O principal fundamento que permite
Essa mediação no nível subjetivo das faculdades é a verificação de que
os fundamentos do gosto revelados nas seções do Ana-
e a dedução constituem adequadamente as condições subjetivas do
conhecimentos em geral.43
Portanto, devemos primeiro nos perguntar sobre o significado de
esta relação analógica tanto com o conhecimento teórico quanto com
ral. Em ambos os casos, a analogia deve conter tanto uma identidade, no
que a função mediadora do juízo estético-reflexivo é sustentada, como
uma diferença, que expressa a especificidade do reino subjetivo do gosto em
particular e o Julgamento em geral no que diz respeito às áreas objetivas do
razão.
Primeiro, Kant argumentou que a atividade simbólica da imagem
ção no processo de representações apresenta uma analogia
em relação ao esquematismo. A diferença é que tal
atividade produtiva da imaginação no tratamento da representação
não visa conhecer um objeto; mas, sim, a uma determinação do
forma como o sujeito reflete sobre dita representação, para desenvolvê-la
e elaborá-lo de acordo com sua forma sensível em vista de um conhecimento geral.
O livre jogo da imaginação não pode ser determinado por conceitos
de qualquer tipo e, nesse caso, o sentimento estético não se refere a
lamentando a representação, mas o fundamento pelo qual é determinado este
atividade imaginação. Até agora, no que respeita à diferença entre
tomado na analogia. Bem, também deve haver um ponto de conciliação do
Julgamento reflexivo sobre a faculdade de saber. Da mesma forma
que através do esquematismo uma representação está relacionada a um
conceito que determina - a priori ou a posteriori - a objetividade particular de
o mesmo, através da acusação refletimos sobre uma representação
singular e sua relação com a nossa subjetividade para submetê-la - ideally-
ao princípio subjetivo do conhecimento em geral. Tanto no esquematismo
43 B ARTUSCHAT [1972: 168] conclui que o § 59 não substancia a função mediadora do Julgamento
reflexivo. Em sua interpretação, no entanto, ele não relaciona este texto às conclusões
que extraímos da Dedução, na qual Kant defendeu que os fundamentos da reivindicação de
validade de gosto deve ser interpretada a partir da crítica transcendental como as condições do Julgamento
que geralmente permitem o conhecimento em um sentido subjetivo e só podem ser descobertos através
deste fundamento crítico do gosto.

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292 A crítica do gosto como o fundamento último do sistema crítico

como no modo simbólico de representação, trata-se da relação entre o


particular e universal. Mas, enquanto no primeiro caso o particular
é completamente subsumido ao universal, no segundo caso, o Julgamento exige
refletir sobre o particular de acordo com um conceito com o qual não pode ser incluído.
Eu meço por princípio. Esta é a função definidora da atividade reflexiva.
do julgamento. E devemos admitir que esta faculdade apresenta uma relação sistemática
com a faculdade de conhecer na medida em que a crítica do gosto
mostra que as condições do sentimento do belo só podem ser
interpretado como as condições subjetivas que devemos pressupor a fim de
conhecimento em geral "na experiência mais comum." O Julgamento, por
Portanto, em tal caso, não está relacionado com as condições objetivas de compreensão.
mas com aquelas condições subjetivas que o uso teórico de
razão deve também pressupõem que tais condições objetivas pode
ser especificado na indeterminação e variabilidade da experiência, devido a
a finitude sensível do sujeito conhecedor.
Em segundo lugar, Kant também argumenta que o belo está relacionado
análogo com a segunda área da razão, moralidade. Mas o julgamento não
gislates em um sentido objetivo a partir de um conceito a priori de
a razão, e é nisso que reside a diferença com respeito a esta segunda área.
Nesse caso, a legislação do Julgamento ordenaria o acordo com o outro
como um mandato e deve ser assumido que esta conformidade intersujeitos
tiva é cumprida de forma necessária e eficaz, no sentido prático-objetivo.
A liberdade legisla sobre a vontade neste último sentido, enquanto a liberdade
A lei necessariamente prescreve a realização de uma ação no domínio da
a natureza de acordo com o que deveria ser. Desta forma, todo sujeito racional se encontra
Ele está sujeito ao mandato do dever moral, independentemente de sua capacidade
sensíveis para resolver eficazmente esta determinação. A reivindicação de va-
Em vez disso, a pureza expressa no sabor é baseada no conceito inteligível de
a humanidade como uma máxima para o Julgamento, ao qual deve tender idealmente
a acusação em sua pretensão de significado e verdade.
No entanto, no que diz respeito à identidade expressa na analogia,
A crítica define o conceito de supersensível como a ideia inteligível de
uma totalidade de agentes racionais, aos quais devemos nos referir a nosso julgamento
em particular, a fim de certificar a validade deste ato específico. Enquanto em
Nesse caso, não é possível assumir um cumprimento efetivo ou objetivo de
essa legislação, como faz na esfera prática, com isso verificamos
que o modo de pensar que é pressuposto na reflexão coincide em sua auto-
autonomia com a maneira como a razão prática pensa o supersensível. Nos
Nos textos citados acima, já se faz alusão ao vínculo com o

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7,4 O julgamento estético-reflexivo no sistema da razão 293

bit prático que se manifesta no paladar, pois nele é apreciado


um "enobrecimento e aumento com respeito à mera receptividade" e
«Ele também valoriza os outros de acordo com uma máxima do Julgamento», características ambientais
Bases que definem o sabor como um sensus communis. Como no campo
moralidade, o belo «agrada sem interesse privado» e «imediatamente», em tal
para que a imaginação possa encontrar satisfação em sua atividade
independentemente da receptividade da sensibilidade, na medida em que se baseia em
na universalidade subjetiva do julgamento [ V 462s.].
A partir dessa relação de gosto no que diz respeito aos domínios da razão,
Kant levantará o significado sistemático desta faculdade como mediador
entre a razão teórica e a razão prática, fundando o aspecto subjetivo da
fundamento por sua relação com o modo de pensar da razão prática: no
reflexão - modo de pensar - sobre representações singulares para um conhecimento
fundamento geral dos fenômenos em sua indeterminação, as faculdades de
saber pressupor e apontar como condição subjetiva para o conceito de supra
sensível - em nós e fora de nós - de acordo com a forma de pensar da moral
no supersensível, embora da heautonomia do Julgamento reflexivo,
ou seja, como princípio que a razão se dá para refletir sobre
representações independentemente de como são.44
É assim que o Julgamento revela a passagem da
maneira de pensar sobre o supersensível pela razão teórica para o
pensar sobre o supersensível de acordo com a razão prática. Bem, a conciliação
entre os dois através do conceito de supersensível, como pressuposto

44 L YOTARD , Jean-François (1991): Die Analytik des Erhabenen. Kant-Lektionen. Kritik der Urteils-
Kraft, München 1994, dá atenção especial ao uso da analogia na terceira Crítica. Em sua análise
do § 59 defende que as diferenças entre beleza e moralidade que Kant estabelece em sua definição de
a analogia marcará justamente o rompimento do elo que pode permitir a mediação entre a razão teórica
razão rica e prática, conforme afirmado na introdução [1991: 188]. Na minha opinião, o recurso a
a analogia não pode ser entendida como a tentativa de fundar um "como se" de conhecimento objetivo
que seria definido em um sentido negativo por sua relação imperfeita com o reino moral. Se sim, é verdade-
Veja bem, a diferença contida na analogia impediria qualquer trânsito entre essas duas áreas. A relação
A analogia entre a razão teórica e a razão prática é derivada, por sua vez, da relação analógica do gosto com cada
uma dessas áreas, respectivamente. O argumento de Kant visa preservar a diferença
no sentido que a validade objetiva adota respectivamente no campo teórico e no
prático, bem como para esclarecer a coincidência destes no que diz respeito ao aspecto subjetivo que devem
pressupor. Com isso, Kant atende ao objetivo traçado na introdução, onde a busca por um
solução para o problema da indeterminação do supersensível e da divisão entre as esferas de
a razão leva à necessidade de encontrar um princípio unitário em relação ao aspecto subjetivo
razão em seu pressuposto do conceito de supersensível, uma questão especificamente diferente
do fundamento da validade objetiva do conhecimento. Sobre a interpretação de Lyotard, veja
também D ÖRFLINGER , Bernd (2005): «Lyotards Kant-Lektionen zum Erhabenen», em J. Ferrari et alii
(ed.) (2005): Kant et la France - Kant und Frankreich, Hildesheim, etc., 331-43.

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294 A crítica do gosto como o fundamento último do sistema crítico

por julgamento, ocorre no nível meramente subjetivo do uso de nosso


faculdades.Quatro cinco
Ao fazer isso, Kant oferece simultaneamente uma resposta para dois problemas.
mais do sistema crítico. Por um lado, determina - embora em certo sentido não
cognitivo - a relação entre a subjetividade sensível do sujeito, como é
sentido pelo indivíduo, e subjetividade supersensível, como é pensado
em abstrato pela razão. Pois, no ato da ação penal, o assunto sensível
sente em sua própria mente a possibilidade de racionalidade intersubjetiva e
a exigência de julgar de acordo com ela. Deve ser notado
que o lugar de conciliação no nível subjetivo entre a razão teórica e a razão
prática coincide com a raiz comum desconhecida que constitui a unidade entre
entre as faculdades e sustenta sua organização em uma base racional.
É sobre a unidade da razão, como uma "fonte comum a priori" [ V 376] de
subjetividade humana, ideia que, embora não possa ser determinada em
um sentido positivo, tem uma influência na nossa sensibilidade que pode ser
percebida pelo sujeito no julgamento do gosto, a saber: a sensação reflexiva de
A coisa linda. Somente a partir desta fundação das faculdades para seu relacionamento
com um princípio racional a mediação entre a razão teórica pode ser mostrada
e razão prática, na medida em que o uso de nossas faculdades sensíveis
não depende apenas da receptividade da sensibilidade, mas apresenta
uma causalidade autônoma no nível subjetivo para reflexão sobre as representações
e para a consequente sistematização progressiva do conhecimento
de acordo com uma ideia incondicional.
Já foi indicado que com a fundação deste aspecto subjetivo do
O julgamento determina a possibilidade de uma aplicação dos conceitos puros do
compreensão através de sua especificação em conceitos empíricos
e nas leis particulares do campo da experiência. Com isso, a crítica de
O julgamento estético-reflexivo oferece a base para a possibilidade de um
reflexão teleológica sobre a natureza pelo juízo reflexivo.
Em segundo lugar, a indeterminação do supersensível por parte do
conhecimento não era apenas um problema no sistema crítico no que diz respeito a
a aplicabilidade dos conceitos puros do entendimento. Na introdução
Kant também esclareceu que essa indeterminação foi apresentada como um pro
problema para a aplicabilidade da legislação de liberdade com base na

45 Deve ser lembrado neste ponto que, na dedução das idéias transcendentais levantadas no
Em primeira crítica, Kant já defendia que a orientação reguladora de tais conceitos deveria ser entendida
de acordo com sua analogia com a atividade do esquematismo. Em tal explicação, Kant também sustentou que estes
idéias foram aplicadas sobre como devemos representar o fenômeno em um sentido subjetivo por sua relação
indireto com as idéias da razão. No entanto, não ilustrou a possibilidade desse processo em relação a
com a estrutura do Julgamento, nem se aprofundou na origem prática desta forma de pensar
orçamento no processo de conhecimento. A este respeito, veja neste trabalho § 4.5.2.

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Página 320

7,4 O julgamento estético-reflexivo no sistema da razão 295

experiência sensata. Pois a fundação da esfera prática não


Acreditava-se que a totalidade da natureza sensível em sua indeterminação poderia
conformar-se com a legalidade cuja realização requer razão prática. No §
6.3 deste trabalho, argumentei que a solução para este problema deveria ser derivada de
a fundação do aspecto subjetivo do conhecimento de acordo com o conceito
do supersensível. Pois a aplicabilidade da lei moral requer "natureza
deve [a] [muß] ser pensado de tal forma que sua legalidade esteja de acordo, pelo menos
de acordo com a sua forma, podendo as finalidades serem realizadas no
mesmo segundo a liberdade ”[ V 247]. Portanto, a justificativa para o aspecto
conhecimento subjetivo por sua relação sistemática com relação ao modo
de processo próprio da faculdade do desejo não só funda a possibilidade
de um ordenamento sistemático de leis particulares, mas torna possível
pense em um sentido subjetivo a organização dessas leis em conformidade
com a legalidade que tem sua origem na ideia de liberdade.

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Índice nominum

Aristóteles, 63 , 149 Newton, 180

Baumgarten, 3 , 7–10, 20, 23, 25–26, Platner, 63


34, 37, 41, 46–51, 62, 86–88,
147, 149, 156, 161, 168, 170 Reimarus, 121
Beck, 202 -203 Reinhold, 193 -196, 202

Chesterfield, 156 Shaftesbury, 154


Sulzer, 169 , 179
De la Garde, 203
Derrida, 215 Tetens, 120, 173

Eberhard, 169, 183 Winckelmann, 9 , 19


Wolff, 3, 7, 11, 14, 18, 60, 62, 147, 170,
Frobesius, 8 173

Gadamer, 234, 275


Gerard, 163, 165-171, 177
Gottsched, 8, 19

Hamman, 163
Heidegger, 90, 97, 102, 109, 175
Herder, 163
Herz, 32, 56, 60
Casa, 49 , 86, 163
Horkheimer, 216
Hume, 154

Kiesewetter, 203

Lambert, 56
Leibniz, 26, 165, 173
Lyotard, 293

Meier, 3, 7–8, 10–12, 20, 43, 47, 147–


148, 168

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Índice rerum

a priori, 155 , 161 diferença específica de, 29, 41,


atividade de ensino, 11, 62, 147 57 , 145, 245-247
bom, 29, 57, 182, 245 distinção sensível e, 46 -53
prazer ideal, 150 essencial, 43 , 150, 167, 178
acuidade, 119 formalismo do, 38 , 159
alma, 174 interesse intelectual do , 185-186
analogia, 67 -69, 183-184, 215, 289, jogo livre das faculdades e,
291 151
analogon rationis, 37 , 161 leis de sensibilidade e, 29, 32,
encorajamento, veja as faculdades 34 , 38-39
antinomia 185 grátis
da razão, 136 objetividade do, 29 -32, 152, 157
experimente, veja, experimente perfeição e, 61 , 70
antropologia, 62 -69 subjetividade de, 30 , 45, 159,
colocação sistemática do, 244
62 universalidade do, 34, 39, 45,
significado pragmático do, 62 - 153, 155
65 uso lógico de compreensão e,
análise, 35 -38, 46 42 –45
aprovação, 29 bon sens, 8 , 17, 19, 154
arte bom, 29, 57, 184, 245, 248
belas artes, 149-150 , 167, 178,
206, 276 canon 115
atenção, 29 Ciência
autonomia, 287 fundação do, 112, 122
gênio e, 179
beleza 9 , 57 método do, 179
autonomia de, 29, 41, 246 natural 62
autônomo, 70-73 , 241 clareza, 26
como um símbolo de bem moral, extenso, 34, 46
289 -293 cognitio aesthetico-logica, 10 , 147
conhecimento sensível e, 32 -33, cognição sensorial, 20 , 24, 26, 46-51,
38 –46 86, 156
conhecimento, 147 bom senso, 8
desinteresse de, 29

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Índice rerum 313

comunicabilidade, 3 , 43, 206, 264, 267, Reveja


278 ars critica, 115
conceito da razão, 210 , 218
formação de, 27, 35-38, 44, 224 da razão pura, 57, 60
conceitualidade sensível, 40 -41 das belas, 8, 19, 49
confusão, 7, 14, 26, 34 experimente, veja, experimente
conhecimento 3 do Julgamento, ver Julgamento
aplicabilidade de, 8 , 213, 224- saudável compreensão e, 17 -19
225, 294 sentido positivo do, 79
aprendizagem de, 8 importante, 115
discursivo, 26 crítica
empírico, 26, 117, 211 desenvolvimento de, 3 -7, 15-17, 57-61,
sistema do, 111 , 117-122, 204, 177, 200
213, 225, 282
em geral, 151, 201, 236, 255, dedução importante
267 do propósito, 225
finitude de, 111 das categorias, 31 , 57-58, 60,
gênese de, 3 , 8, 17, 27-28, 35, 83, 85, 89-110, 172
42 -46, 82-86, 112 de ideias, 125 , 219
intelectual, 57 , 60 do julgamento do gosto, veja o gosto
mundano, 62 -65 delícia, 29
perfeição de, 43 , 146-152 desinteresse, 245
princípios objetivos de, 94, 109, destreza, 63
158, 162 Deus, 118, 227
princípios subjetivos de, 84, 86, discernimento, 119
91 , 94, 97, 105, 109, 152, distinção, 7, 14, 47
158–159 , 161–162, 200, 202, lógica, 47
219, 228, 231, 233, 270, 271, sensível, 21 , 25, 35-39, 44, 46-53
292
emoções, 62, 64, 149
progresso de, 112, 205, 213, 282
sensível, 3 , 23, 25-28, 82 compreensão, 25
categorias de, 103 , 108, 122
uso lógico de compreensão
comum, 12-19 , 154-155
e, 35
discursivo, 42, 97, 100, 107, 110
sentimento e, 231
divino 118, 227
sistema de, 172 , 178
empírico, 83
transcendental, 84 , 101, 196, 218-
puro, 83, 111
220, 228
validade objetiva de, 31 , 53, 57, saudável, 4 a 8, 11 a 21, 47, 75, 115, 160
crítico e, 17
60, 81, 85, 87, 92, 109, 110,
distinção sensível e, 21
248, 268
sabor e, 17 -21
validade subjetiva de, 58
sensus communis e, 19
continuidade
verdade empírica e, 19
lei de 0,121
uso empírico de 0,83
coordenação, 34 -38
ampla clareza e, 34

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Página 339

314 Índice rerum

uso lógico de, 26 -28, 38, 42-45, Faculdade


60 , 81-84 conhecer, 195
razão e, 117 a desejar, 195
uso real de, 26, 31, 58, 82 faculdades
Erste Einleitung, 203 , 220 causalidade interna do, 181,
espécie, 119 208, 255, 256, 264, 267
especificação humor, 196-197 , 217, 230
lei de 0,121 raiz comum desconhecida do,
espontaneidade, 173, 181 175– 176, 256, 283
esprit, 168 força básica e, 119
espírito, veja Geist jogo grátis do, 40 , 42, 92,
esquematismo, 104, 113, 224, 288, 291 106, 146-152, 158, 164-167,
estética, 3 , 7-10 171– 176, 201, 208, 232–234,
autonomia do, 29, 47, 184-187, 236, 249, 253, 263, 267, 274
191 Geist e, 168
desenvolvimento do, 58, 60, 81, 85, unidade do, 119
90, 106, 109, 115, 145-146, aceleração do, 255
153, 156, 179-180, 191-209 fenômeno, 25-26 , 58, 211
especial 87 multiplicidade de, 111, 213, 224
estatuto epistemológico do, númeno e, 128
87, 156 origem do, 111
estética transcendental e, 58 -60, Filosofia Anglo-Saxônica, 49, 63, 158
81 desinteresse, 29
fisiológico, 59 gênio 163
física, 59 sensus communis, 154
lógica e, 157 , 165 Filosofia Leibnician-Wolffian, 3, 6,
moral e, 61 8 , 115, 147, 156, 157, 164-
prática, 59 172 , 174-179
psicologia empírica e, 165 Filosofia Transcendental, 57, 61
significado gnoseológico do, fim, 214
29, 43, 269 conformidade com, 118, 184, 234
significado sistemático do, 52, propósito, 69 , 151, 184, 203, 216, 220,
81, 87, 156, 191, 193, 269 226, 228
teleologia e, 69 , 72, 202, 240 da natureza, 216
teoria do conhecimento e, 45, 58 dedução transcendental do,
transcendental, 58 -60, 86-89 225, 237
Estética anglo-saxônica, 49 , 87 natureza e 184
estética, 107 , 230 infinito, 164 , 176, 185, 206, 253,
experiência, 10 , 26-27, 60 255, 267
objetividade do, 100 , 111 finitude, 42 , 90, 97, 100-101, 108-111,
possível, 111 , 116, 211, 213, 223- 211 -212
224 conhecimento transcendental e,
sistema do, 111 , 117, 224 101
terreno do, 211 , 215, 223 de conhecimento, 111, 224
força básica, 118 , 121, 171, 176
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Página 340

Índice rerum 315

Geist, 167 -180 fundação de, 50, 82, 87,


ideias estéticas e, 177 , 274 89, 143, 238
jogo livre das faculdades e, ideal, 52
169 –176 jogo livre das faculdades e,
supersensível e, 183 , 206 151, 232, 236, 263
vontade e, 180 julgamento de, 30 , 39-41, 48-49, 51,
gênio, 49, 86, 92, 106, 163-180, 276 79, 153, 156, 161, 199, 203,
belas artes e, 178 207, 232, 237, 257, 262, 266,
conhecimento e, 178 -180 281
faculdades de , 166 -171 como um julgamento singular, 248 -249
imaginação produtiva e, 165 - contingência de, 253 , 255-
171 260, 267
origem histórica de, 169 momentos de, 244
significado sistemático de, 163 - representação de, 248 -251,
165 257, 260
uso hipotético da razão e, Julgamento reflexivo e, 159 , 161,
171 -180 193 , 204–209, 230–242,
Geografia Física, 63 261 -273, 283
gosto Julgamento sensível e, 159
analogon rationis y, 161 Julgamento y, 6 , 17-20, 157, 161, 262
antinomia de, 47 , 277-279 leis de sensibilidade e, 29, 34,
análise filosófica de, 51 , 237 38, 47, 51-52, 89, 145, 152,
comunicabilidade e, 264 155, 199
condições de reflexão e, moral y, 38, 61-69, 182-185,
161, 204, 234, 262 287 -291
conhecimento geral e, 201 natureza humana e, 49 -50
conhecimento sensível e, 53, 85, necessidade de, 252 , 260
88 preceitos e, 47 -51, 87, 155, 198,
crítica, 17 -19, 48-53, 56, 64, 235, 237
203 reivindicação de validade intersujeitos
significado sistemático do, tiva del, 153 , 155, 252, 265,
91, 184-187, 193, 202, 204, 268 , 278-287
208, 229-242, 266-271, 285, cedo, 64 , 85, 88, 145,
291 -295 153 -156, 195
crítica transcendental de, 52 -53, princípios subjetivos de, 152,
200, 202, 208, 237, 266 200, 202
dedução transcendental de, compreensão saudável e, 17 -21
143, 198, 201, 205, 235-237, sensus communis e, 50, 155, 161
253, 259-265, 277, 284 subjetividade de, 245 -247
desinteresse e, 29 , 245-247 supersensível e, 207-209 , 277
estatuto epistemológico de, 49 universalidade de, 152 , 155, 247-

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
estética transcendentes e, 86 -89 252, 260
fenomenologia de, 237 , 244, uso lógico de compreensão e,
248, 255 42 –45, 81
propósito infinito e, 255

Página 341

316 Índice rerum

validade de, 34 , 39, 47-48, 85, 89, como capacidade natural, 6 , 9, 13,
156, 164, 236 15 , 113-114
validade intersubjetiva de, 154, crítica de , 193 , 202-203, 218
268 determinante, 3 , 18, 110-116,
validade objetiva de, 29 -32, 153 160, 201, 203, 222, 224, 288
validade subjetiva de, 153 , 158- estética, 203
159, 260 da fundação, 4-7 , 13-17,
gêneros, 119 114, 198, 204, 235, 238
gênio e, 166
hermenêutica, 10, 275 experimente e, veja, experimente
homogeneidade heautonomia del, 4, 13, 220-226,
lei de 0,121 235, 290
preceitos e, 12, 15, 113
ideia
reivindicação de validade intersujeitos
estética, 91 , 274-277, 281
tiva del , 278 -287
Geist e, 274 princípios subjetivos de, 205,
proporção e, 275
222, 227, 230, 233
símbolo y, 275, 288 reflexivo, 3- 4, 13, 36, 41, 89,
transcendental, 84 , 116-117
115, 127, 157, 160, 186, 203,
ilusão transcendental, 116
204, 223
Ilustração, 63 , 147
autonomia de, 220 -221, 263
imaginação, 147
conhecimento e, 267, 270, 287,
autonomia do, 90, 201 292
ideias estéticas do, 177
fundação de, 221
produtiva, 89 -109, 158-159,
experimente e, veja, experimente
161, 166, 249, 263, 274, 281,
gênese histórica de, 3 -21, 41,
288
160 –161, 202–209
Geist e, 171
julgamento estético e, 232
transcendental, 89 -109, 158, 249
reivindicação de inter-
imperativo categórico, 133 subjetivo de , 266 -270
inclinação, 64
princípios subjetivos de, 262,
sagacidade, 9 –10, 166, 168
263
gêneros e, 119
significado sistemático de,
natural, 7 -12, 114, 147, 168
217 -220, 227
intuição, 25 , 29-30, 41 símbolo y, 289
empírico, 83
validade subjetiva de, 221
puro, 83 , 106
reflexão e, 220

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
invenção, 169 -171, 180 compreensão saudável e, 12
inventividade, 169 -171
sensível, 41 , 159-162
experimente e, veja, experimente
jogo, 40, 42, 148, 164
sentindo y, 230, 234, 261, 262
das faculdades, veja as faculdades
sistema de razão e, 228, 238,
representações, 101
266, 277
Julgamento, 113 , 203, 262
validade subjetiva de, 235
autonomia de, 41, 228, 238
julgamento

Página 342

Índice rerum 317

copula del, 110 mentalidade, 216, 285, 293


de conhecimento, 222 moral, 56 -61
experimente, veja, experimente sabor e, 61 -69, 182-185, 287-291
percepção, 236 motivação, 134
estética, 231 Mutterwitz, 7, 114, 168
reflexão, 234 , 236
Julgamento reflexivo e, 232, natureza, 117, 196, 211
240 propósito e, 184
sobre o sublime, 241 humano, 63, 153-154, 182
teleológico, 241 supersensível, 282
validade objetiva do, 110-115 , liberdade e, 214 , 295
153 todos os, 227
númeno, 25 , 211
Kritik der Urteilskraft
gênese do , 163 , 191-209 objetividade, 28, 30, 44, 57-58, 85, 210,
unidade, 192 -193, 203-205 214
objeto
lei No geral, 201 -202
moral, 134, 137, 214, 254 ontologia, 60, 74
particular, 111 , 213, 222-224 oratória, 86 , 148, 167
liberdade, 133 , 196, 199, 212, 254 organicismo, 177
natureza e, 129 , 137, 214 organismo, 169, 173, 241
possibilidade de, 128 -130, 133, organon 115
213, 228, 295
Pedagogia, 63
razão teórica e, 127
perfeição
livre arbítrio, 181 -182
lógica beleza e, 61
estética, 35 , 43, 146-152
da verdade, 113
lógica, 35 , 43, 146-152
formal, 18, 82-86, 114
phaenomenologia generalis, 56, 60
insuficiência da, 14 -17, 114-
115, 205 pietismo, 148
logica artificialis et logica natura- prazer, 29 , 149, 173, 196
lis , 3, 6-11, 14-18, 84, 115 poema, 149 -150
poesia

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20/09/2021 14:18 Sentimento e reflexão na filosofia de Kant. História do problema do gosto
transcendental, 18 , 57, 82-86, 114 anacreôntico, 148
Metafísica, 10, 18, 24, 56-83 poética, 9 -10, 86, 148, 167
aplicado, 60 começo
crítica do, 173 , 179, 285 conveniência, 69, 122
da natureza, 60 , 218 propedêutica, 56
da alfândega, 60, 218 prudência, 63
especial 60 psicologismo, 149, 152, 208
geral, 60 psicologia
método y, 56 -57 empírico, 10, 18, 62-64, 165
ontologia e, 60 racional, 120 , 172-173, 179
sistema do, 218
razão

Página 343

318 Índice rerum

como a faculdade de julgamento, 218 -219 autonomia do, 24, 37, 46


como força básica, 118, 121, formas de o, 25 -26, 29, 41, 103,
171, 174 106
crítica da, ver crítica Leis do, 32 -34, 38
dimensão subjetiva do, 143, proporção y, 132, 175, 204, 210
219, 294 receptividade do, 25 , 159
fundação final do, sensus communis, 8 , 17, 19, 75, 115,
213, 219, 293 152–157 , 160, 205, 271, 292
ideias reguladoras do, 116 experimente e, veja, experimente
máximo de, 121 imperativo categórico e, 272
orientação regulatória do, 84, verdade empírica e, 19, 161, 163,
116, 205, 215, 220 271
prática, 212 sentimento, 182
finitude e, 134 sentimento, 60 -62
fundação do, 61 como uma expressão subjetiva de
postulados de, 137 razão, 143 , 196-201, 205,
primazia do, 130 -132 236 -237, 254
validade objetiva do, 248, 254, como um sentimento reflexivo, 201
268 conhecimento e, 231
8 saudáveis das belas, 40 , 45, 48, 152, 160,
sensibilidade y, 132 , 204, 210 184
sistema do, 128, 131, 228, 291, intuição e, 41
293 espiritual, 181 -183
unidade do, 117 -122, 174, 210, Julgamento e, 230 , 234
283 moral, 139 -144, 181, 197-198,
unidade da razão teórica e 201, 253
razão prática, 127 , 130, vital, 182
184, 193, 210, 212–217, 228, simpatia, 182
281 –285, 287–295 singular sensível, 34 , 160, 204

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uso hipotético de, 121, 122, indeterminação de, 83-86 , 111,
171 -172, 176-177 213, 221-223, 270
uso lógico de compreensão e, síntese, 35
117 de apreensão, 95, 107, 249
escopos do, 79 , 210-211, 219 reconhecimento em uma contra
reflexão, 40 -42, 196, 203-204, 220, conceito, 95
267 figurativo, 98 , 102-106
julgamento estético de, 234 intelectual, 88 , 102, 110
Máximas de, 226 produtiva, 89 -109, 158, 201,
princípios subjetivos do, 161 249
retórica, 10 , 149 reprodutivo, 95, 101
sensível, 35 -38, 46-47, 93, 102,
sabedoria, 63 105
sentindo 25 transcendental da imaginação,
sensibilidade, 8 , 56 89 -109
atividade do, 39 sistema, 121

Página 344

Índice rerum 319

crítico, 57 , 79, 203, 210 sensibilidade e, 134 , 135


por experiência, 224
da razão, 56 , 79, 210, 228 I, 93, 101
de conhecimento, 117 -122
sociabilidade, 38 , 68-155
Sturm und Drang, 163
sublime, 208, 229, 234, 241
julgamento sobre isso, 241
sujeito
supersensível, 282, 294
unidade de, 136, 294
supersensível, 202 , 211-217, 228,
277 -287, 290
como natureza humana, 281 -
282
como substrato dos fenômenos
nós, 212
Geist e, 183 , 206
gênese do conceito de, 205 -209
significado sistemático disso, 290
unidade dele, 214
símbolo, 275, 288

teleologia, 69 , 118, 121, 195, 216, 227,


240
estética e, 72 , 202, 240
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totalidade, 112 , 178, 212, 223-224


técnica, 203

unidade sintética de apercepção, 93,


97, 103, 110, 201

verdade 112
critério de, 5 , 112, 162
empírico, 5, 100, 112, 121, 271
sensus communis e, 19 , 161-
163, 271
transcendental, 112, 162, 272
Verstand
gemeiner 12
gesunder, 8
vis representante, 173
vivacidade, 43, 46, 147
vivificação, 176 , 181, 236, 255
will, 131, 254, 287

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