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Arqueologia de Santa Maria Madalena

Mapa Topográfico da região de Santa Maria Madalena


Os sítios arqueológicos de Santa Maria Madalena são os mais recentes da Tradição 21º55’
Cultural Una (meados do primeiro milênio depois de Cristo). Situam-se em grutas ou
abrigos sob a rocha. Neles foram encontrados sepultamentos em urnas que lembram
a forma da fruta da sapucaia, além de pequenos vasos, pulseiras e colares de ossos
de animais ou de sementes de capim navalha, faixas de fibras vegetais, tecidos de
pontos de rede, cordéis e uma vara espontada e bem polida. Diversas características
dos achados correspondem às descrições referentes a determinados traços culturais
dos índios puri-coroados, integrantes do tronco macro-jê, que ocuparam a região que
se estende do rio Paraíba do Sul ao rio Doce. Os coroados, puri e coropó, foram tribos
bastante aproximadas do ponto de vista lingüístico e cultural. No passado, os
coroados formaram uma só tribo com os puri, mas estes, devido a uma briga entre as
duas famílias, tornaram-se inimigos.

Foto 1 - Vista da Pedra do Urubu.

22º

Os puri Os coroados 42º05’ 42º

Este mapa apresenta os rios, as localidades e a forma do relevo da região de Santa Maria Madalena. As curvas de nível
conferem, além do contorno do terreno, a altitude de cada ponto. A eqüidistância entre as curvas de Nível é de 20 metros.
O antigo “habitat” dos puri estendia-se desde o rio No começo do século XIX, os coroados A escala do mapa é 1:50.000. Os pontos em vermelho representam sítios arqueológicos descobertos. Os triângulos em
azul indicam os outros pontos de interesse geológico com placas explicativas.
Paraíba do Sul até a serra da Mantiqueira e a margem viviam, principalmente, às margens do rio Xipotá
superior do rio Doce. A denominação puri foi um Novo (rio dos Coroados). Os portugueses os
nome depreciativo que lhes foi dado pelos coroados. A denominaram de coroados devido a sua tosura Visite os demais pontos de interesse geológico de Santa Maria Madalena -
princípio os puri totalizavam cerca de quatro mil (coroa). Depois de serem impiedosamente A cidade da geologia do Estado do Rio de Janeiro.
indígenas. Eram nômades e se alimentavam de caça, explorados pelos colonizadores, atingiram a Localização no mapa acima.
frutos e raízes, rebentos de palmeiras e caratinga. decadência completa em 1831.

Índios puri sob seu abrigo.

As descobertas em Madalena
O principal sítio arqueológico é a Toca dos Urubus localizado no vale da Fazenda Fortaleza (veja
localização no mapa) próxima à Pedra do Urubu (Foto 1); onde foram retiradas 18 urnas, 20 esqueletos
e 2 corpos masculinos mumificados. Além desses, foram encontrados um corpo mumificado de quati, 4
faixas de tecido, cordéis e colares de contas e dentes de animais, um objeto de madeira polida e
Um índio coroado com seu prisioneiro.
fragmentos diversos incluindo um pequeno tronco com marcas de cortes feitos com machado de pedra.
Os outros sítios são: o Abrigo do Alair, situado numa área próxima ao vale da Fazenda Fortaleza; a Foto 2 - Vista do rio Grande.
Fazenda Mocotó (veja localização no mapa) nas margens do rio Negro e o sítio da Fazenda da Posse,
uma pequena prateleira rochosa com dois pequenos salões superpostos. Todos os sítios apresentam
características comuns, ou seja, são grutas ou abrigos de acesso difícil, de pequenas dimensões, sem Santa Maria
“A Terra levou alguns bilhões de anos
para construir as rochas, os minerais,
Madalena

Família de índios puris em viagem. água nas proximidades e com evidências marcantes de erosão. O material arqueológico significativo é o
cerâmico, seguido do ósseo e do vegetal (tecido). O material arqueológico recuperado encontra-se sob a as montanhas e os oceanos.
guarda do Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB) e do Museu Nacional (MN-UFRJ). Rio de Janeiro
Proteja esta obra-prima!”

Secretaria de Estado de Energia,


da Indústria Naval e do Petróleo Prefeitura de Santa
Maria Madalena

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ASIL IRA D
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IEDAD

OLOGIA
C
SO
FU
NDA A 1946
D Projeto Caminhos Geológicos
Índio puri Elaborado por: Profa. Maria Beltrão; Profa. Rhoneds Perez e
retornando da caça. Prof. Octávio Bezerra; Museu Nacional - UFRJ.
Foto 3 - Cerâmica puri das lapas. (*) Ilustrações Maximilian Alexander Philipp, Príncipe de Wied (1815-1817).
Foto 4 - Sítio Caveira do puri.
(*) Foto 3- Beltrão, M.C.M.C, Museu Nacional; Fotos 1, 2 e 4 - Instituto de drm@drm.rj.gov.br TurisRio
Arqueologia Brasileira; Dias Junior, 1969. www.drm.rj.gov.br

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