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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JATAÍ

UNIDADE ACADÊMICA ESPECIAL DE CIÊCIAS SOCIAIS APLICADAS


CURSO DE DIREITO

Disciplina: Direito em tempos de pandemia: Reflexões globais, nacionais e


regionais
Discente: Nathália Farias dos Santos – Matrícula: 201800692

Relatório da aula do dia 30/09/2020 ministrada pelo Prof.º Antônio:


“Violação de direitos humanos pela violência policial em tempos de
pandemia – atuação racista e classista da polícia militar nas favelas”

 Panorama de dados de violência policial no Brasil:


- A PM brasileira é a que mais mata no mundo;
- A PM do RJ mata quase 5 pessoas por dia em 2020;
- 75% dos assassinados pela PM do PR são negros;
- Comparando os dados ao decorrer dos anos, os números de violência policial
só aumentam;

A função da polícia, em tese, é garantir e proporcionar segurança de toda a


população de forma indistinta. Mas, na realidade, devido a todo processo
histórico de racismo reforçado pelo sistema capitalista neoliberal, é definido um
alvo social – os negros periféricos – que são marginalizados socialmente e
assim perseguidos pelo instrumento de violência social do Estado que a
legitima através da polícia.

Essa situação pode ser ilustrada pelos casos trazidos e comparados no início
da aula, demonstrada a diferença no tratamento da abordagem policial quando
se trata de Alphaville e quando se trata de favela. “Passa-se o pano” para a
branquitude de classe elitizada, enquanto na periferia o tiro vem antes das
perguntas. Não é à toa que tantos negros, incluindo crianças, são
assassinados com a justificativa de estarem carregando algo parecido com
uma arma.
Ainda com tantos casos crescentes de violência policial contra negros, o
neoliberalismo como política econômica reforça essa situação problemática
procurando instaurar reformas que retiram direitos sociais, aumentam as
desigualdades e excluem os não empregáveis, definindo assim a classe a ser
perseguida e autorizada a ser exterminada. Inclusive, a autorização do Estado
é tão explícita que já houve tentativa jurídica de legitimar ações violentas da
polícia como forma de excludente de ilicitude.

Segundo Luiz Eduardo Soares, tudo isso comprova os dados apresentados de


que o negro periférico é a principal vítima da brutalidade policial letal e das
abordagens ilegais, sendo a maioria dos casos de prisões em flagrante e em
população encarcerada.

Concluindo, o Estado, quando não é inerte, piora o quadro oferecendo mais


criminalizações como resposta e oferecendo bandeira branca para as práticas
policiais exterminadoras.

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