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SALVADOR
2023
ESCOLA SESI REITOR MIGUEL CALMON
MEU PRATO TEM HISTÓRIA
ÉTICA E DIREITOS HUMANOS
SALVADOR
2023
SUMÁRIO
1. A heterogeneidade territorial da letalidade policial no Brasil
A letalidade da polícia no Brasil é um tema a ser aplicado nos dias de hoje.
Tendo como os estados mais violentos Amapá, Bahia e Rio de Janeiro, acredita-se
que historicamente em alguns estados do Brasil, contudo, é a consolidação de
padrões absolutamente abusivos e desprofissionalizados de uso da força. Além dos
números muitos altos de mortes que são causados pela falta de preparo policial é
preciso olhar mais detalhadamente para os estados, dado que há grande
heterogeneidade territorial na distribuição da letalidade policial, pois além de ser
apenas em estados selecionados á uma disparidade entre as vítimas onde 83% das
pessoas que são mortos pela polícia são negras e 76% são de idade entre 12 e 29
anos. É evidente que o confronto faz parte da atuação policial e o uso da força é
constituinte da profissão, contudo, a desproporcionalidade do uso da força está
suficientemente evidente em ambos os indicadores, assim como a grande
heterogeneidade entre as unidades da federação, que é historicamente consolidada
e sinaliza concentração territorial e institucional da letalidade policial no Brasil.
A crescente incidência de violência policial tem gerado questionamentos
sobre as causas subjacentes desse fenômeno perturbador. A reportagem busca
explorar as razões por trás do alto número de mortes envolvendo forças policiais,
analisando diversos aspectos desse problema complexo. Podemos citar como um
aspecto a ser considerado a falta de responsabilidade da polícia, fazendo uso
excessivo da força para a impunidade, que acaba incentivando comportamentos
violentos. Além disso, a falta de recursos para abordagens não violentas em
situações de crise também é considerada um dos pontos centrais desse problema.
Em suma, abordar esse assunto e questionar sobre a letalidade policial exige um
compromisso conjunto da sociedade, autoridades e forças policiais para implementar
reformas significativas, para a manutenção da ordem pública.
4. Soluções:
5. Prós e Contras
Sendo contra:
- Segundo Luiz Eduardo Soares, antropólogo brasileiro, a violência policial no
Brasil está ligada a um processo histórico de tradições autoritárias e violentas. A
polícia é um resultado desse histórico, mais recentemente, caracterizado pela
ditadura militar, que usava a violência policial para controlar setores da população
vistos como ameaças para o regime. E, segundo ele, essa herança violenta é
consentida, em muitos aspectos, pela democracia.
A violência urbana no Brasil está cada dia mais em evidência nos centros das
manchetes dos jornais. A violência urbana atingiu patamares tão elevados, que os
homicídios ocorridos no Brasil superam os casos de países que se encontram em
guerra. Em 2022, as mortes decorrentes de homicídio doloso, latrocínio e mortes
decorrentes da violência policial somaram 47.508 registros em todo o país.
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023 destaca que o Brasil
ainda é um país violento e suas maiores vítimas são pessoas marcadas pelas
diferenças raciais, de gênero, geracionais e regionais. É evidente que o confronto
faz parte da atuação policial e o uso da força é constituinte da profissão, contudo, a
desproporcionalidade do uso da força está suficientemente evidente em ambos os
indicadores, assim como a grande heterogeneidade entre as unidades da federação,
que é historicamente consolidada e sinaliza concentração territorial e institucional da
letalidade policial no Brasil.
Algumas polícias são muito mais violentas que outras. Amapá, Bahia, Goiás,
Rio de Janeiro e Sergipe seguem sendo as polícias que mais fazem uso abusivo da
força no país. Os dados que permitem construir o perfil das vítimas da letalidade
policial mantêm sua faceta evidente e consolidada historicamente do racismo que
estrutura a sociedade brasileira. 83% dos mortos pela polícia em 2022 no Brasil
eram negros, 76% tinham entre 12 e 29 anos. Jovens negros, majoritariamente
pobres e residentes das periferias seguem sendo alvo preferencial da letalidade
policial e, em resposta a sua vulnerabilidade, diversos estados seguem investindo no
legado de modelos de policiamento que os tornam menos seguros e capazes de
acessar os direitos civis fundamentais à não-discriminação e à vida.
Além da grande quantidade de vítimas fatais, de injustiças e de tragédias
familiares, a tolerância a esses homicídios policiais tem levado os Estados a
perderem o controle de suas polícias militares. A violência policial é irmã da
corrupção. Quase sempre, o policial que tem autorização velada para matar acaba
usando esse poder para enriquecer com o crime. A violência policial foi uma das
sementes das milícias no Rio de Janeiro, facção formada por policiais que se tornou
a mais poderosa do Estado. O modelo das milícias – parcerias da polícia com o
crime – passou a se espalhar pelos Estados.
Sendo a favor:
Nos últimos tempos, tem-se notado que a Polícia Militar não possui os
armamentos necessários para enfrentar eficazmente emergências graves, o que tem
levado a tragédias com a perda de vidas, tanto de civis inocentes quanto de
policiais, devido à fragilidade da segurança armada. Em situações envolvendo
criminosos armados, a ausência de armamento pode deixar os policiais em
desvantagem substancial, tornando essencial que eles tenham os meios para se
proteger e cumprir suas obrigações. Ademais, o armamento da polícia desempenha
um papel vital na segurança dos oficiais contra-ataques violentos e situações de
perigo.
Além disso, em cenários de emergência, a presença de armas de fogo nas
mãos das autoridades pode permitir uma resposta mais ágil a crimes graves. Uma
reportagem do G1 aborda com perspicácia diversos aspectos relacionados à
realidade enfrentada pela Polícia Militar. No decorrer da reportagem, é evidente que
os oficiais entrevistados mencionam a ocorrência de falhas em suas armas durante
confrontos com criminosos no Rio de Janeiro. O artigo do G1 ressalta que essas
armas são produzidas, mas não recebem a devida manutenção para investigar
possíveis problemas.
Além disso, algumas autoridades apontam que houve casos de policiais que
se feriram devido a problemas com suas próprias armas durante confrontos com
criminosos. Portanto, fica evidente a importância de implementar ações especiais
para resolver os problemas relacionados às armas utilizadas pela polícia militar.
Portanto, quando a polícia militar não recebe o armamento de qualidade, existe o
risco de colocar em perigo a vida dos oficiais e comprometer sua capacidade de
garantir a segurança da população. Isso pode resultar no aumento da criminalidade
e, consequentemente, contribuir para a disseminação do tráfico ilegal de armas de
fogo pesadas no mercado negro, uma vez que a disponibilidade de tais armas é
elevada. Isso, por sua vez, facilita o acesso dos criminosos a essas armas, que
podem ser utilizadas sem hesitação contra qualquer indivíduo.
Na cidade de Salvador, Bahia, ocorreu recentemente uma situação
preocupante relacionada à falta de armamento adequado para as autoridades
policiais. Nessa área, especificamente em Valéria, um oficial federal da polícia foi
tragicamente assassinado devido à intensa atividade do tráfico de drogas. Como
resposta a esse incidente, estão sendo realizadas operações para localizar os
criminosos responsáveis por esse ato e garantir suas prisões, ao mesmo tempo, em
que se busca apreender as armas utilizadas por eles.
Dessa forma, torna-se evidente a importância de implementar políticas
eficazes que enfatizem o treinamento e a disponibilidade de armas de fogo
adequadas para os oficiais de polícia, visando fortalecer a segurança em benefício
da sociedade na totalidade, assim como mostra a visão de Hobbes em relação à
segurança pública, na qual defende a necessidade de um governo forte e
centralizado para manter a ordem e evitar o caos. Hobbes argumenta que o Estado
deve ter o controle exclusivo do uso legítimo da força como parte de sua função
primordial na proteção dos cidadãos. Nesse prisma, a equipagem dos agentes de
segurança, como os policiais militares, é considerada uma extensão desse domínio
estatal sobre a força. Conforme a perspectiva de Hobbes, isso implica que a
presença das forças armadas (como os policiais militares) é essencial para
assegurar a segurança pública, desde que essa autoridade seja exercida
legitimamente pelo Estado.
Em suma, a relação entre a concepção de segurança pública de Hobbes e o
debate sobre o armamento dos policiais militares no Brasil baseia-se na ideia de que
o Estado deve ter controle exclusivo sobre o uso legítimo da força, visando garantir a
ordem e proteção dos cidadãos. No entanto, colocar esse conceito em prática
envolve considerações complexas relacionadas à regulamentação, treinamento,
responsabilidade e respeito aos direitos humanos.