Relatório referente a exibição do filme “Relatos do Front”
O filme relata a situação da cidade do Rio de Janeiro e sua política de
Segurança Pública, como essa política influencia na vida daqueles que moram nas comunidades e aqueles que buscam combater o crime. A longa inicia-se com imagens de uma abordagem truculenta da Polícia Militar do Rio de Janeiro, onde os mesmos encontram-se na tentativa diária de combater o tráfico de drogas. No Brasil, houve uma ampliação do poder de polícia, o que acarretou numa confusa noção da sua função no Estado. O filme relaciona como essa questão da ampliação do poder e o fim da escravidão corroborou na intensificação da desigualdade social e racial, como a partir disso surge o “perigoso sair na rua” por conta dessas pessoas serem vistas como suspeitas, visto que, há a questão da existência de um ódio instantâneo sobre pessoas que moram em comunidades serem vistas como sinônimos de bandidos para a polícia. Em determinado trecho é ressaltado como a política da Polícia se baseia em produzir e demonstrar números/resultados e como a partir disso a sociedade passou a normalizar que polícias matassem de serviço e como se essas mortes possuem um recorte racial/social derivado da guerra as drogas. Os relatos, seja dos policiais, seja das famílias dos jovens assassinatos, reforçam como a nossa política de Segurança Pública é ineficaz, que corrobora cada vez mais com mortes de ambos os lados. Esse caos instaurado deriva de uma rivalidade, de uma criação do inimigo com o intuito de favorecer um lado. Sendo esse, os dos governantes que se utilizam desses dados do combate a criminalidade como forma de uma promoção eleitoral e dos fornecedores armamentista, com os lucros.