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POR JUSTIÇA E MEMÓRIA,

PELO FIM DA VIOLÊNCIA POLICIAL


A violência policial é uma realidade cruel em nosso país, e no Paraná não é
diferente. Somente no ano de 2022, 488 pessoas foram assassinadas pelas
forças de segurança do nosso estado, segundo o Grupo de Atuação Especial
de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). É um número alarmante, que vem
crescendo a cada ano.

As polícias também são vitimadas nessa guerra: 9 policiais morreram em


confronto de 2016 até hoje. Colocar esses dados em comparação é um
atestado de culpa.

Sabemos que a instituição policial pratica essas violências especialmente


contra jovens negros, moradores das periferias e favelas. Segundo o Fórum
Brasileiro de Segurança Pública e o Anuário de Segurança Pública de 2022,
76,5% das pessoas assassinadas pela polícia no país eram pretas ou pardas. E
isso acontece desde sua origem: desde o processo de invasão colonial a
brutalidade das forças de segurança é legalizada e, por ser voltada a pessoas
negras e povos originários, é vista como natural e aceitável.

Não é desvio de conduta: a violência é prática inseparável da instituição


policial e o racismo é o seu principal fundamento.
Os grupos de mães e familiares de
vítimas dessa brutalidade provocada pelo
Estado, têm organizado mobilizações e
denúncias pelo Brasil todo, ajudando a
desvendar as ações absurdas cometidas
pelas forças policiais. É pela busca
incessante de mães e familiares por
justiça que investigações acontecem,
sendo esses que vão atrás de provas,
perícias, cobram laudos, conseguem
imagens, testemunhas - fazendo o papel
que cabe ao Estado. Se não fosse a
pressão desses grupos organizados,
muitos casos teriam sido arquivados,
sem qualquer apuração.

O Estado brasileiro tem executado, com o nosso dinheiro, seus jovens, com
uma vida pela frente e cheios de sonhos. Suas forças de segurança são
responsáveis pelo extermínio de uma parte significativa da sua
população, formada principalmente por jovens, negros, pobres,
moradores dos territórios abandonados pelo Estado, sem
infraestrutura, saúde, educação, lazer. Jogados a própria sorte, passam
uma vida inteira lutando para sobreviver. E após a execução, são as mães,
pais, irmãs e irmãos que precisam buscar justiça e preservar uma memória
diferente da que é exibida nos programas do meio dia, que mostram as suas
fotos e os colocam como bandidos. Parabenizar a polícia pelas execuções
e violação dos direitos humanos é também ser um agente dessa
violência e aprofundar a dor das mães e familiares.

Queremos saber quando as autoridades irão acabar com as execuções


cometidas pelas forças de segurança? Quando teremos uma investigação
dos casos com transparência? Quando serão instaladas câmeras nas fardas
e nas viaturas para diminuir essa violência absurda?

ARTICULAÇÃO ESTADUAL
PELO FIM DA VIOLÊNCIA POLICIAL! POR JUSTIÇA E MEMÓRIA
PELO FIM DO GENOCÍDIO DA APOIO:
POPULAÇÃO NEGRA!

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