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NOME

Bacharelado em Direito
1º. semestre – 1º/2023

Sociologia Geral e Jurídica


Racismo no Brasil

Professor:

Universidade

Cidade
Ano

1
Resumo: O presente artigo analisa a questão da violência policial no Brasil, com foco na
população negra, que é frequentemente alvo de abusos, mortes e encarceramento
desproporcional. O estudo explora o perfil racial das vítimas de violência policial, revelando
um viés racial preocupante nas abordagens policiais. Para embasar a análise, são utilizadas
teorias sociológicas e referências de autores renomados, com seus respectivos.

INTRODUÇÃO

Analisa-se que a violência policial é um problema grave que assola o Brasil há


décadas, e a população negra é frequentemente alvo desse tipo de violência. O presente artigo,
analisa casos de abuso, mortes e encarceramento desproporcional enfrentados pela população
negra, bem como discute o perfil racial das vítimas. Além disso, utiliza-se duas teorias
sociológicas para compreender as raízes dessa violência.

1. A VIOLÊNCIA POLICIAL CONTRA A POPULAÇÃO NEGRA

Compreende-se que a violência policial no Brasil é uma realidade alarmante e


desigual. Dados estatísticos revelam que a população negra é desproporcionalmente afetada
por esse problema, sofrendo abusos e mortes em maior escala em comparação com a
população branca. O perfil racial das vítimas de violência policial evidencia a discriminação
racial ainda presente no país.
Casos de abuso policial são frequentemente relatados, nos quais ações brutais são
direcionadas de maneira desproporcional a indivíduos negros. Esses abusos vão desde
agressões físicas, humilhações verbais até tortura. A cultura institucionalizada da violência
policial é um fator que contribui para essa situação, bem como a impunidade em relação aos
agentes envolvidos.
As mortes causadas pela violência policial também atingem majoritariamente a
população negra. A atuação policial em comunidades periféricas muitas vezes resulta em
confrontos letais, com vítimas negras desproporcionalmente afetadas. O uso excessivo da
força policial tem sido apontado como um dos principais fatores nesses casos, além de uma
cultura de estigmatização e criminalização da população negra.
O encarceramento desproporcional é outra manifestação dessa violência. As prisões
brasileiras abrigam um número significativo de pessoas negras, muitas vezes presas por

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crimes não violentos. Esse fenômeno pode ser explicado pela seletividade penal, na qual
indivíduos negros são alvo de um sistema criminal que os trata de maneira desigual.
Nesse sentido, salienta-se duas teorias sociológicas ajudando a entender os aspectos
estruturais da violência policial contra a população negra no Brasil:
A primeira teoria é a Teoria do Rótulo; desenvolvida por Howard Becker (2008),
segundo Becker, as instituições sociais, incluindo a polícia, são responsáveis por rotular certos
grupos como desviantes ou criminosos. Nesse contexto, a população negra tem sido
historicamente rotulada e estigmatizada, resultando em um tratamento diferenciado e violento
por parte das forças policiais. (BECKER, 2008)
A segunda teoria é a Teoria do Racismo Institucional, proposta por Tereza Sales
(2014). Essa teoria destaca como o racismo estrutural permeia as instituições sociais, levando
a práticas discriminatórias. No caso da violência policial, o racismo institucional se manifesta
nas ações discriminatórias da polícia, que tendem a ser direcionadas de forma desproporcional
à população negra. Essa teoria enfatiza como as estruturas sociais perpetuam a desigualdade
racial e como isso se reflete na violência policial. (SALES, 2014)
Diante disso, ressalta-se a importância de uma abordagem crítica para entender a
violência policial no Brasil. É necessário considerar não apenas as ações individuais dos
policiais, mas também o contexto social e estrutural no qual essas ações ocorrem. Isso inclui
examinar as políticas públicas, as relações de poder e as crenças e atitudes arraigadas na
sociedade.

CONCLUSÃO

Depreende-se que a violência policial no Brasil é um problema crônico que afeta


desproporcionalmente a população negra e pobre. Os casos de abuso, mortes e
encarceramento desproporcional evidenciam a discriminação racial ainda presente no país. A
análise do perfil racial das vítimas demonstra a urgência de enfrentar esse problema estrutural.
Através das teorias sociológicas do rótulo e do racismo institucional, propostas por
Becker e Sales, respectivamente, é possível compreender as raízes da violência policial. Essas
teorias destacam a importância de uma abordagem crítica que considere não apenas as ações
individuais dos policiais, mas também o contexto social e estrutural no qual a violência
ocorre.

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Para combater a violência policial contra a população negra, é fundamental
implementar políticas públicas eficazes que promovam a igualdade racial e combatam o
racismo institucional. Além disso, é necessário investir em treinamentos adequados para os
agentes da polícia, com ênfase na não violência, no respeito aos direitos humanos e na
valorização da diversidade.
Somente através de um esforço conjunto da sociedade civil, das instituições e do poder
público, será possível combater a violência policial e garantir a segurança e o respeito aos
direitos de todos os cidadãos, independentemente de sua raça ou origem étnica.

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REFERÊNCIAS

BECKER, Howard. Outsiders: Estudos de Sociologia do Desvio. Zahar, 2008. CNJ,


Conselho Nacional de Justiça. Mediação. 2023.

SALES, Tereza. Racismo institucional: um estudo sobre a branquitude policial. Revista


Ártemis, vol. 12, nº 1, 2014.

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