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FICHAMENTO

SINHORETTO, J. Sujeição criminal. In: LIMA, R. S. de; RATTON, J. L; AZEVEDO, R.


G. de (Org.). Crime, polícia e justiça no Brasil. São Paulo: Contexto, 2014. pp.329-337
No capítulo intitulado “Seletividade penal e acesso à justiça” da obra Crime, polícia e
justiça no Brasil” a escritora Jacqueline Sinhoretto começa apontando os problemas do acesso à
justiça, a seleção de casos e o desfavorecimento de minorias perante a justiça.
Sobre a seletividade penal a autora, frisa que o problema se encontra no estado que
persegue os indivíduos e suas infrações. Segundo a escritora a Justiça privilegia certas condutas ou
certos criminosos, como por exemplo: os mais bem afortunados, que atraem menos atenção da
repressão penal, enquanto os menos afortunados, atraem a repressão penal desde a moradia até ao
modo de viver.
Pode-se dizer que, a pedra de fundação da democracia se baseou no tratamento
igualitário perante as leis, independentemente de qualquer aspecto da vida alheia, também é
reconhecível que essa tem sido uma experiencia mais formal de que concreta. Segundo Karl Marx, a
legislação liberal representa apenas o interesse da classe proprietária, sendo assim, um dos maiores
ajudadores na criação da desigualdade.
Então, o direito de acesso à justiça entra em pauta com a adoção de políticas de
assistência judiciaria aos menos favorecidos, havendo um reconhecimento assim, de que não é
possível disponibilizar acesso judiciário igualitário a todos, já que há uma desigualdade econômica.
Reafirmando a ideia de um caráter seletivo do direito penal, critica presente nos estudos de Loic
Wacquant, segundo ele a criminalização é uma forma de gestão da pobreza.
As políticas públicas responderam ao crime com o endurecimento das leis e do tratamento
prisional, isso gerou um encarceramento em massa, agravando o a seleção e a desigualdade. Segundo
o estudo de Santos (1977) a população não sentia que a polícia visava o bem geral, a população sentia
que os policiais estavam apenas nas favelas a fim de, repreender moradores. Esse estudo abriu debate
para duas tendencias no brasil: crítica do classicismo e as barreiras de acesso à justiça estatal. (pp:
333)
Outro ponto tocado no capítulo é o saber policial informal, em que consiste acreditar que
se pode reconhecer o crime através de vestuário, do linguajar ou lugar de circulação. Segundo os
estudos, a polícia trabalhava diretamente com um público já conhecido, focalizado nas favelas,
cortiços e zonas deterioradas. A mesma coisa acontecia com conflitos de gêneros nos tribunais que,
apresentavam os preconceitos sexistas na origem do conflito.
Dentre as páginas 335 e 336 é retratada a realidade brasileira em relação ao crime, onde a
população carceraria apenas cresce, mas apenas 3% dos crimes contra a vida são solucionados. Sendo
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assim, percebe-se um quadro de encarceramento focalizado em uma população específica, já que, a


maior parte dos presos são jovens negros de periferia, com o objetivo de controlá-los.
Finalizando o capítulo Jacqueline Sinhoretto, termina com as quatro lógicas vigentes, a
primeira consiste em: um potencial de excelência e alta efetivação de direitos, a segunda constitui em
um serviço deficiente, onde existem barreiras de acesso à justiça, a terceira baseia-se na
informalização na administração, a quarta e última, em projetos de inovação, que são soluções ilegais.

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