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PROSELITISMO RELIGIOSO

“O Espiritismo se dirige aos que NÃO CREEM OU QUE DUVIDAM, e não aos que têm fé e a
quem essa fé é suficiente; ele não diz a ninguém que renuncie às suas crenças para adotar as nossas,
e nisto é consequente com os princípios de tolerância e de liberdade de consciência que professa.
Por esse motivo não poderíamos aprovar as tentativas feitas por certas pessoas para converter às
nossas ideias o clero, de qualquer comunhão que seja. Repetiremos, pois, a todos os espíritas:
acolhei com solicitude os homens de boa-vontade; oferecei a luz aos que a procuram, porque com
os que creem não sereis bem sucedidos; NÃO FAÇAIS VIOLÊNCIA À FÉ DE NINGUÉM, muito
mais quanto ao clero que aos seculares, porque semeais em campos áridos; ponde a luz em
evidência, para que vejam os que quiserem ver; mostrai os frutos da árvore e deles dai de comer aos
que têm fome e não aos que se dizem saciados”
(Allan Kardec, em “O que é o Espiritismo”)

Haroldo Dutra Dias / A Interpretação dos Textos do Evangelho por Allan


Kardec - 1ª parte / XVI CEE

interpretação das escrituras 4’

espírito que vivifica


buscar a interpretação dos textos bíblicos de forma inteligente, produtiva, qualificada 10’

ERROS QUE PODEMOS COMETER:


interpretação fragmentada das falas de Allan Kardek - achar que um artigo da lei esgota todo o
tema. Toda vez que temos que resolver uma questão (formar um entendimento) precisamos ler um
conjunto de leis, um conjunto de artigos, só depois de coletar normas espalhadas, e só depois de
fazer uma harmonização, depois de aplicar uma visão sistêmica, conseguimos enxergar claramente
qual é a regra que deve vigorar em um caso específico. É assim no direito e é assim na interpretação
do texto bíblico.
Pensar que aforismos explicam todas as situações

12’ de modo que as vezes é muito perigoso fazer interpretações precipitadas. Doutrina espírita não
combina com precipitação.
Compara da a uma refeição a DE não é fastfood. É comparável a um almoço italiano (leva horas). É
necessário degustar. Para uma correta interpretação da DE é preciso tempo, é preciso amadurecer.
Colher de vários textos, examinar, ponderar. Evitar excessos e exageros.
Impossível fazer um entendimento sobre um tema, lendo apenas um único texto.
Kardec deixou trinta obras. Sem o exame detalhado sobre as trinta, não é possível alcançar uma
compreensão de qualquer assunto.

14’ processo de formulação da doutrina espíritas


14’22’’ Bom senso
Kardec foi considerado por Camile Flammarion como o Bom senso encarnados
o que caracteriza uma postura de bom senso? Equilíbrio, nada de excesso, temperança, humildade

15’30’’ toda abordagem de um assunto deve ser analisado de forma equilibrada. Tudo que
representa um exagero foge do bom senso e, portanto, distancia-se da verdade.

15’48” É preciso fugir do espírito de sistema! (introdução VII de oLE)


cria-se um sistema com a pretensão de explicar tudo. arrogância, orgulho – quase sempre redundam
no fanatismo e posteriormente a infantilidade. A CAPACIDADE HUMANA DE CONHECER É
LIMITADA! A CRIATURA NUNCA CONHECERÁ NO MESMO NÍVEL DE GRANDEZA DO
CRIADOR. Caso contrário o Criador deixaria de ser a inteligência suprema; e a criatura passaria a
ter a inteligência igual ao do Criador.

19’ Kardec recebeu inúmeras propostas de espíritos e de encarnados para enxertar sistemas fechados
na codificação espírita. Pressupõe-se que a DE não é um sistema fechado pois também está sob a
égide da Lei do Progresso.

28’ importância do estudo bíblico, além do ESE. O ESE traz os alicerces da abordagem espírita aos
textos do Evangelho, a base das diretrizes morais, que deverão ser estendidas em obras ulteriores. A
interpretação do ESE não esgota a interpretação do Evangelho, nem abarca todos os conceitos
espíritas, mas podem inspirar a ética necessária para o estudo das demais obras espíritas.

34’25” I – Objetivo desta obra – (introdução do ESE)


Podem dividir-se em cinco partes as matérias contidas nos Evangelhos: os atos comuns da vida do
Cristo; os milagres; as predições; as palavras que foram tomadas pela Igreja para fundamento de
seus dogmas; e o ensino moral. As quatro primeiras têm sido objeto de controvérsias; a última,
porém, conservou-se constantemente inatacável.
Cuidado no estudo da DE para não trazermos o nosso fundamentalismo no entendimento da obra.
Trazemos muito vivos os nossos atavismos das nossa encarnações anteriores. A doutrina espírita é
uma doutrina de fé raciocinada, do uso do bom senso, não combina com fundamentalismo,
fanatismo, misticismo, excessos, não combina com discriminações. Não há assunto que o espírita
não possa examinar, estudar, refletir, indagar, comparar. Porém deve-se ter cuidado com o que se
publica ou afirma peremptoricamente, pois, neste caso, existe a interferência no entendimento de
outros.
39’20” Goethe apresenta-se em uma reunião mediunica com a presença de Kardec e diz arrepende-
se da publicação de um romance em que o personagem principal suicída-se no final, pois incentivou
o suicídio de grande número de alemãos.

40’35” estudo onde não retiramos um proveito moral não é edificante para o espírito imortal.
Necessário extrair consequências morais dos estudos que nós fazemos.
Indagar: Qual a consequência moral que posso extrair deste estudo? Qual o aprimoramento moral
que pode trazer para minha vida, nos meus pensamentos, nos meus sentimentos, na minha conduta?
O verdadeiro espírita está sempre em trabalho de aprimoramento, de correção de rumo, buscando
diluir suas imperfeições e estimulando as virtudes que já edificou no íntimo de seu caráter.

47’20” Kardec alega que os princípios da DE têm como objetivo reavivar a Fé.

48’A interpretação bíblica no sentido literal é a mais fácil, porém nem sempre é a mais acerta. Não
demanda um raciocínio aperfeiçoado.

50’25” quando não há INTERPRETAÇÕES PECULHARES: numa palestra Divaldo Franco fala
sobre um indivíduo que alegava que Jesus Cristo era alcoólatra.

51’ REZA SLAN - Com formação em Harvard e na Universidade da Califórnia, onde leciona, Aslan
possui mestrado e doutorado em estudos teológicos e sociologia das religiões. Escritor - Zelota - A
Vida e A Época de Jesus de Nazaré -
O termo zelota ou zelote (do grego antigo ζηλωτής, transl. zelotés, "imitador", "admirador zeloso"
ou "seguidor" ), em hebraico ‫קנאי‬, kanai (frequentemente usado na forma plural, ‫קנאים‬, kana'im)
significa literalmente alguém que zela pelo nome de Deus.
Apesar de a palavra designar em nossos dias alguém com excesso de entusiasmo, a sua origem
prende-se ao movimento político judaico do século I que procurava incitar o povo da Judeia a
rebelar-se contra o Império Romano e expulsar os romanos pela força das armas, que conduziu à
primeira guerra judaico-romana.

53’9” não podemos acrescentar informações que não estão nos textos.
Interpretação profunda atentando para o espírito que vivifica e não para a letra que mata

60’ Kardec aborda os textos com estratégias, com interpretação das simbologias. o ESE é uma
reunião de estudos evangélicos. Kardec faz sua interpretação e abre para os demais espíritos
trazerem novos enfoques, proporcionando uma interpretação rica, lúcida e moralizante, pois todas
redundam em uma consequência moral.

62’ introdução do ESE – “[…] Toda a gente admira a moral evangélica; todos lhe proclamam a
sublimidade e a necessidade; muitos, porém, assim se pronunciam por fé, confiados no que
ouviram dizer, ou firmados em certas máximas que se tornaram proverbiais. Poucos, no entanto, a
conhecem a fundo e menos ainda são os que a compreendem e lhe sabem deduzir as consequências.
A razão está, por muito, na dificuldade que apresenta o entendimento do Evangelho que, para o
maior número dos seus leitores, é ininteligível.
A forma alegórica e o intencional misticismo da linguagem fazem que a maioria o leia por
desencargo de consciência e por dever, como leem as preces, sem as entender, isto é, sem proveito.
Passam-lhes despercebidos os preceitos morais, disseminados aqui e ali, intercalados na massa das
narrativas. Impossível, então, apanhar-se-lhes o conjunto e tomá-los para objeto de leitura e
meditações especiais.”

Revista espiritas Janeiro de 1862 = ensaio de interpretação sobre a doutrina dos anjos caídos
ensaio – proposição em que se permite o erro.
Posteriormente na Gênese
doutrina espírita não é uma doutrina de afirmações peremptórias, fechadas, fanática,
fundamentalista. É um a doutrina de proposições, de fé raciocinada, de raciocínio caridoso, de
postura intelectual humilde, de vontade de aprender, vontade de dialogar, de trocar impressões, de
trocar ideias, e de construir coletivamente o conhecimento. Controle universal dos espíritos=
construção coletiva do conhecimento.

Três revelações inseridas em forma textual.


Será que existem implicações neste fato.
Amai-vos e instuí-vos.

Mas, ponderam, como se explica que os tidos por Espíritos de ordem superior nem sempre estejam de acordo?
explicação alcançaremos pelo estudo. Por isso é que dizemos que estes estudos requerem atenção demorada,
observação profunda e, sobretudo, como aliás o exigem todas as ciências humanas, continuidade e perseverança. Anos
são precisos para formar-se um médico medíocre e três quartas partes da vida para chegar-se a ser um sábio. Como
pretender-se em algumas horas adquirir a Ciência do Infinito? Ninguém, pois, se iluda: o estudo do Espiritismo é
imenso; interessa a todas as questões da metafísica e da ordem social; é um mundo que se abre diante de nós. Será de
admirar que o efetuá-lo demande tempo, muito tempo mesmo?
A contradição, demais, nem sempre é tão real quanto possa parecer. Não vemos todos os dias homens que professam a
mesma ciência divergirem na definição que dão de uma coisa, quer empreguem termos diferentes, quer a encarem de
pontos de vista diversos, embora seja sempre a mesma a idéia fundamental? Conte quem puder as definições que se têm
dado de gramática! Acrescentaremos que a forma da resposta depende muitas vezes da forma da questão. Pueril,
portanto, seria apontar contradição onde freqüentemente só há diferença de palavras. Os Espíritos superiores não se
preocupam absolutamente com a forma. Para eles, o fundo do pensamento é tudo.

O pensamento sistêmico é uma forma de abordagem da realidade que surgiu no século XX, em
contraposição ao pensamento "reducionista-mecanicista" herdado dos filósofos da Revolução
Científica do século XVII, como Descartes, Francis Bacon e Newton. O pensamento sistêmico não
nega a racionalidade científica, mas acredita que ela não oferece parâmetros suficientes para o
desenvolvimento humano e para descrição do universo material, e por isso deve ser desenvolvida
conjuntamente com a subjetividade das artes e das diversas tradições espirituais. Isto se deve à
limitação do método científico e da análise quando aplicadas nos estudos de física subatômica (onde
se encontram as forças que compõem todo o universo), biologia, medicina e ciências humanas. É
visto como componente do paradigma emergente, que tem como representantes cientistas,
pesquisadores, filósofos e intelectuais de vários campos. O pensamento sistêmico inclui a
interdisciplinaridade.

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