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O FUNDADOR DO METODISMO

INTRODUÇÃO

Samuel Wesley não era uma pessoa querida pelos seus paroquianos e, por isso
tanto, ele como a família, sofreram alguns ataques violentos. Na noite de 9 de Fevereiro
de 1709, deitaram fogo à reitoria. Uma das mais conhecidas histórias sobre John Wesley
refere-se ao seu salvamento, quando tinha cinco anos de idade, por um homem firmado
nos ombros de outro, pouco antes de o teto ruir. O grito de Susanna "não é este um tição
retirado do fogo?" tornou-se uma profecia. O próprio John foi, mais tarde, influenciado
pela convicção da mãe de que Deus tinha uma missão especial para ele.
John Wesley viveu na Inglaterra do Século XVII, quando o cristianismo, em todas
as suas denominações, estava definhando. Ao invés de influenciar, o cristianismo estava
sendo influenciado, de maneira alarmante, pela apatia religiosa e pela degeneração
moral. Dentre aqueles que não se conformavam com esse estado paralizante da religião
cristã, sobressaiu-se John Wesley. Primeiro, durante o tempo de estudante na
Universidade de Oxford, depois como líder no meio do povo. John Wesley pertencia a
uma família pastoral, que vivia em Epworth, numa região afastada de Londres. Em seu lar
absorveu a seiva de um cristianismo genuíno.
Ao entrar para a universidade, Wesley não se deixou influenciar pelo ceticismo
cínico e nem pela libertinagem. Como reação a isso formou. junto com outros poucos
jovens, o chamado "CLUBE SANTO". Os adeptos dessa sociedade tinham a obrigação de
dar um testemunho fiel da sua fé cristã, conforme as regras da Igreja Anglicana. Eram
rígidos e regulares em suas expressões religiosas, no exercício de ordem espiritual e no
auxílio aos pobres, aos doentes e aos presos. Por causa dessa regularidade, os demais
companheiros da universidade zombavam e ridicularizavam os membros do "CLUBE
SANTO" dando-lhes o apelido de "METODISTAS".
Embora cumprisse fielmente a disciplina do "clube", John Wesley não se sentia
satisfeito. Durante anos lutou com esse sentimento de insatisfação até que em 24 de maio
de 1738, na rua Aldersgate, em Londres, passou por uma experiência espiritual
extraordinária, que é assim narrada em seu diário:
"Cerca das nove menos um quarto, enquanto ouvia a descrição que Lutero fazia
sobre a mudança que Deus opera no coração através da fé em Cristo, senti que meu
coração ardia de maneira estranha. Senti que, em verdade, eu confiava somente em
Cristo para a salvação e que uma certeza me foi dada de que Ele havia tirado meus
pecados, em verdade meus, e que me havia salvo da lei do pecado e da morte. Comecei
a orar com todo meu poder por aqueles que, de uma meneira especial, me haviam
perseguido e insultado. Então testifiquei diante de todos os presentes o que, pela primeira
vez, sentia em meu coração".
Para John Wesley, clérico da Igreja Anglicana, esse novo sentir não era como a
conversão de um infiel a Cristo. Era um aprofundar na compreensão do que significa ser
cristão. O movimento metodista, por muitas décadas não se organizou em igreja. Na
Inglaterra o movimento organizou-se em igreja somente pouco depois da morte de John
Wesley em 22 de março de 1791. Sendo assim, o fundador do movimento metodista
morreu Anglicano, sem nunca ter pertencido à Igreja Metodista.

O INÍCIO DO MOVIMENTO METODISTA NA INGLATERRA

Movido pela paixão da fé salvadora, o Movimento Metodista, declina a princípio


ligado à Igreja Anglicana. Seu crescimento foi rápido. Várias pessoas se juntavam aos
"metodistas" a cada dia para experimentarem a alegria da fé e da confiança em Deus.
Isso me faz recordar o início do cristianismo (atos 2.42-47).
"E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas
orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por
intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum.
Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos à medida que
alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partindo o
pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração,
louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso,
acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos. "
Nos meses seguintes, pequenos grupos se encontravam com Wesley para
reuniões espirituais e estudos da Bíblia. Com essa atitude, o grupo ficou conhecido como
sociedades. É de ressaltar também, que essas reuniões não competiam com os horários
de reuniões nas igrejas. Normalmente, aos domingos, Wesley e seu irmão Carlos
pregavam nos púlpitos das igrejas de Londres. Eles pregavam sermões incentivando uma
mudança de vida, ou seja, o contrário da maioria das igrejas que estavam acostumadas
com sermões sem vida e frio.
Em 24 de maio de 1738, Wesley deixou registrado em seu diário a experiência
religiosa em ter o coração estranhamente aquecido. Essa data é lembrada como um
marco para nós metodistas. Isso implica que as ações de Deus estão além das nossas
convicções. A igreja precisa estar apta a servir a sociedade e fazer a diferença na mesma.
Para isso, é preciso de homens e mulheres com uma visão de Deus, uma visão
humanizadora àqueles (as) que sofrem o caos da pobreza e das injustiças sociais.
Hoje as igrejas estão preocupadas com seu status e membresia, não se pode
esquecer que os propósitos de Deus a se cumprir na vida dessas pessoas menos
favorecidas, estão ligados à igreja. O envolvimento do metodismo com as questões da
sociedade é uma marca que está na história do surgimento do movimento desde o séc.
XVIII. Um dos contextos históricos da Inglaterra foi a Revolução Industrial. E isso, fez com
que o trabalho do combate à escravidão e luta por melhores salários, principalmente o
apoio às crianças pobres oferecendo o ensino básico, fez com que os metodistas se
destacassem.
Por volta do ano 1700 a educação na Inglaterra era privilégio somente de ricos. Por
essa razão, John Wesley fundou a Kingswood School em 1748, por entender que o
ensino é fundamental na formação de uma sociedade mais justa e igualitária,
principalmente às crianças pobres sem condições de estudarem.
Várias famílias que foram para a América do Norte, nas 13 Colônias, levaram as
práticas do metodismo. Quando eles conquistaram a sua independência política,
desvincularam-se da religiosidade exercida na Inglaterra. Logo, foi criada a Igreja
Metodista Episcopal, em 1784. Somente após a morte de John Wesley, que a Inglaterra
constituiu o metodismo como denominação independente em relação à Igreja Anglicana.

CRENÇAS FUNDAMENTAIS DOS METODISTAS

O metodismo começou na Inglaterra, no século 18, a partir da experiência de fé de


um jovem pastor anglicano chamado John Wesley (1703-1791). Quando era estudante da
Universidade de Oxford, Wesley foi um dos líderes de um grupo de cristãos que se reunia
regularmente com o objetivo de aperfeiçoar sua vida espiritual. Por causa de seus hábitos
metódicos de estudo e oração, os estudantes acabaram sendo apelidados de
"metodistas". Em 1738, Wesley sentiu-se chamado a renovar a Igreja Anglicana e a
sociedade em que vivia, buscando a vivência de santidade individual e social. A
mensagem de conversão individual e transformação da sociedade fez o movimento
metodista crescer na Inglaterra e resultou na fundação da Igreja Metodista.
DOUTRINAS (ENSINOS)

A Bíblia: Aceitamos as Sagradas Escrituras, os livros do Antigo e do Novo


Testamento, como Palavra inspirada por Deus e necessária à salvação.

Deus: É o fundamento e o Senhor deste Universo. Na Trindade, age sob três


formas: Deus Pai, criador e soberano sustentador do Universo; Deus Filho, que se
esvaziou para assumir a forma humana e nos conduzir ao Pai e Deus Espírito Santo,
nosso consolador que testifica com o nosso espírito que somos Filhos de Deus e nos
inspira para a missão.

A criação humana e o pecado original: O ser humano foi criado à imagem e


semelhança de Deus. Contudo, usando a liberdade dada por Deus, o homem escolheu
desobedecê-lo. Este pecado quebrou a comunhão humana com o Criador, trazendo
desarmonia para toda a criação e a sociedade. Mas Deus tomou a iniciativa de nos
reabilitar. Assim, por meio de Jesus Cristo, podemos restabelecer nossa comunhão com
Deus.
Graça preveniente (ou preventiva): A graça é a disposição benevolente de Deus
para com o ser humano, sua misericórdia a favor do ser humano, abrindo a possibilidade
para a salvação. Quando dizemos "somos salvos pela graça de Deus", significa que
somos salvos pela misericórdia de Deus posta em ação a nosso favor. Wesley acreditava
que a graça salvadora (ou preveniente, como ele a chamava) estava em atuação no
coração de todos os seres humanos, ao lado de sua consciência. É a própria presença de
Deus em ação, por sua misericórdia, procurando levar o ser humano ao arrependimento.

Livre arbítrio: A graça de Deus não é imposta, o ser humano pode aceitá-la ou
rejeitá-la. Quando, então, demonstramos esta boa vontade, a graça passa a operar em
nós dando-nos então a possibilidade de praticar as boas obras que de outra forma nos
seriam impossíveis. Por isso, os metodistas não aceitam a teoria da predestinação
(doutrina segundo a qual algumas pessoas estariam predestinadas à salvação). Os
metodistas acreditam que a salvação, pela graça de Deus, está aberta a todas as
pessoas.
Arrependimento: O arrependimento surge do auto-conhecimento e leva a uma
transformação real. Consiste no abandono do pecado e no voltar-se para Deus e seu
serviço. Portanto, não se trata de mero remorso, mas de uma mudança de atitude. O
arrependimento é o primeiro movimento para a salvação (Mt 4:17). Deus está nos
convidando ao arrependimento e torna possível uma resposta positiva através de sua
Graça. Um cadáver nada pode responder, mas o pecador e pecadora até o último instante
tem a oportunidade de fazer o primeiro movimento.

Justificação: Justificação é o perdão de pecados. Cristo tomou sobre si as nossas


culpas. Sofreu, imerecidamente, em nosso lugar. Assim, estamos reconciliados com Deus
mediante o sangue de Cristo. Sob uma única condição o ser humano pecador é
justificado: pela fé em Jesus Cristo. O arrependimento, que antecede a fé, é um profundo
sentimento da ausência do bem e a consciência da presença do mal. Só a fé traz o bem.
Primeiro a árvore se torna boa; depois os frutos se fazem bons.

Santificação: para Wesley, a santificação ou "perfeição cristã" não é um estado do


ser humano (pois não há perfeição na terra), mas um processo de constante
crescimento. O ser humano tem sempre necessidade de crescer em graça e avançar
diariamente no conhecimento e no amor de Deus". (Sermões de Wesley, vol. 2, pg 286).
Esse crescimento só é possível por meio do Espírito Santo que age em nós, conduzindo
um processo que se inicia com a fé em Jesus Cristo, o perdão dos pecados e a
regeneração de nossa vida. O Espírito Santo santifica nossa vontade de tal maneira que
passamos a escolher o bem e dizer não ao mal e ao pecado. O resultado desse processo
de santificação se traduz em obras que buscam implantar a santidade na terra, unindo o
cristão aos seus irmãos e irmãs.

Evangelho social: Espalhar a santidade bíblica por toda terra era um dos lemas de
John Wesley. Assim, a doutrina da santificação wesleyana inclui dois movimentos que
devem estar integrados: os atos de piedade e os atos de misericórdia. Atos de piedade
são os atos que levam ao crescimento espiritual (a leitura bíblica, oração, jejum etc). Atos
de misericórdia são os atos em favor do próximo, as ações em favor da promoção da vida
e da justiça social. Para Wesley, não há santidade sem a conjugação adequada desses
dois aspectos. Segundo ele, a santificação se concretiza na interação humana. Enquanto
a justificação pressupõe um ato de fé pessoal, a santificação pressupõe a existência do
outro, do próximo, tanto no nível comunitário eclesiástico como na esfera pública. Na
tradição wesleyana, ninguém se santifica sozinho, pois a santificação é sócio-comunitária.
No entendimento de Wesley "não há santidade que não seja santidade social (...) reduzir
o Cristianismo tão somente a uma expressão solitária é destruí-lo".

OS SACRAMENTOS

O batismo: Praticamos o batismo por aspersão, embora aceitemos o batismo por


imersão ou derramamento. Aceitamos o batismo infantil. O batismo é o sacramento de
incorporação da pessoa à comunidade de fé.

A Ceia do Senhor: É uma celebração do amor redentor de Deus e de sua graça


capacitadora. Significa comunhão com Deus e a comunidade de fé e compromisso
renovado com a missão. Os metodistas entendem que a ceia do Senhor não foi instituída
pela Igreja, mas por Jesus Cristo e, por isso, abrem a sua participação a todas as
pessoas, de qualquer idade, que se sintam em comunhão com Deus.
CRUZ E CHAMA: A IDENTIDADE DA IGREJA METODISTA

A Igreja Metodista não é somente conhecida por sua teologia essencialmente


bíblica, por seu compromisso missionário, educacional ou social, mas também por sua
marca: identificamos a Igreja pela cruz e a chama. Este símbolo da Igreja pode ser
utilizado livremente para identificar toda e qualquer igreja local, instituição, publicação,
material ou presença da Igreja Metodista, desde que seja respeitados e autorizados
conforme segue abaixo.
Em 2008 comemoramos duas datas importantes: os 270 anos da experiência de
John Wesley na rua Aldersgate e os 40 anos da fusão de duas igrejas: a Metodista e a
Evangélica dos Irmãos Unidos, formando a Igreja Metodista Unida. Como resultado dessa
união, criou-se em 1968 o símbolo da Cruz e Chama que identifica a Igreja Metodista no
mundo todo. Antes de ser criada a marca oficial, uma equipe designada pelo concílio da
nova igreja decidiu que qualquer símbolo que fosse criado deveria trazer alguma
expressão do calor que John Wesley sentiu no coração no dia 24 de maio de 1738.
O resultado foi bastante feliz: simples, mas de rico significado, o símbolo metodista
traz a cruz vazia (representação do Cristo ressurreto) e a dupla-chama, que representa
tanto a junção das duas denominações americanas, quanto a experiência do coração
aquecido. A história deste símbolo é bastante significativa para o povo chamado
metodista. Sua criação começou nos Estados Unidos, em 1968, quando duas Igrejas (a
Metodista e a Evangélica dos Irmãos Unidos) se fundiram, formando a Igreja Metodista
Unida.
Cruz e Chama: Este símbolo foi criado nos Estados Unidos em 1968, ano do
nascimento da Igreja Metodista Unida. Nesse ano, um Concílio da nova Igreja (a
Metodista Unida) nomeou uma equipe liderada por Edward J. Mikula para criar uma
marca "oficial" para a nova denominação que surgiu a partir da fusão. Na equipe de
Mikula, trabalhava Edwin H. Maynard, que pesquisou os aspectos simbólicos da marca
"oficial". Tanto Mikula quanto Maynard decidiram que qualquer símbolo que fosse criado
deveria carregar alguma expressão de calor como aquela que John Wesley sentiu em seu
coração, na Rua Aldersgate, na Inglaterra, quando da sua experiência religiosa, em 24 de
maio de 1738.
Por isso é que a equipe liderada por Mikula assumiu o emblema que contém a cruz
vazia, lembrando o Cristo ressurreto, e a chama, lembrando aquele calor estranho no
coração de Wesley, naquela noite de primavera, na Inglaterra do século 18. Além disso, o
simbolismo do emblema nos relaciona com Deus, o Pai, através da segunda e terceira
pessoas da Trindade: o Cristo (cruz) e o Espírito Santo (chama).
A marca foi registrada em 1971 no Departamento de Marcas e Patentes dos
Estados Unidos. No Brasil, está registrada no INPI - Instituto Nacional de Marcas e
Patentes. Portanto, esta é uma marca que pertence unicamente à Igreja Metodista.
Qualquer pessoa ou entidade que desejar utilizar este emblema em camisas, bótons e
outros objetos deverá solicitar autorização à Sede Nacional da Igreja Metodista.
A AIM - Associação da Igreja Metodista alerta que é proibido o uso comercial do
símbolo sem autorização. A Igreja Metodista, proprietária da Marca, pode propor medidas
administrativas e judiciais para a cessação do uso e requerer judicialmente indenização
respectiva e pedir o pagamento por todas as despesas com o processo. A utilização do
emblema requer, também, a observância de algumas regras. Sua reprodução deve ser fiel
à criação original, respeitando-se as cores e as dimensões. Veja explicações abaixo
ou entre em contato pelo telefone (11) 2813-8600.

CUIDADOS COM A MARCA

Para evitar o uso indiscriminado ou alterado da marca Metodista, visando manter a


integridade do mesmo, estabeleceu critérios para sua utilização.
Toda e qualquer reprodução do emblema deve ser fiel ao desenho original. Para
isso, a Igreja Metodista, também aqui no Brasil, normatiza o uso do nosso significativo
emblema, com os seguintes destaques:
 A base da chama deve ser mais baixa que a da cruz;
 O topo da chama deve ser mais alto que o da cruz;
 As pontas superiores e a base da chama devem estar na vertical, como no
desenho apresentado;
 As extremidades do mastro e dos braços da cruz devem ser chanfradas à
esquerda, num ângulo de 45º;
 As cores oficiais são o preto (chapado) para a cruz e o vermelho (Pantone 185
CVC) para a chama.

Observando estes critérios, é permitido fazer o uso oficial do emblema para


identificar igrejas locais, atividades, programas, publicações, materiais e documentos da
Igreja Metodista. Qualquer uso comercial, bem como alteração de cor ou estilização da
marca, somente poderá ser feito mediante autorização explícita, por escrito, pela Sede
Nacional da Igreja Metodista.
Outras marcas: Também estão registrados em Cartório e no INPI o Expositor
Cristão, Em Marcha, Cruz de Malta, Flâmula Juvenil, Bem-Te-Vi, Voz Missionária,
Imprensa Metodista, Igreja Metodista, Cruz e Chama, Projeto Sombra e Água Fresca,
Shade and Fresh Water Project, No Cenáculo, Disk Oração, Aventureiros em Missão.
Direitos autorais de hinos e cânticos: Os hinos do Hinário Evangélico são
propriedade da Igreja Metodista; a extinta Confederação Evangélica, a quem pertenciam
os direitos de uso, concedeu-os à Igreja. Assim, para gravar hinos do hinário, é
necessário fazer um pedido, por carta ou e-mail, à Sede Nacional. Caso alguém queira
gravar cânticos, é necesssário, primeiro, conferir se eles estão na relação dos CDs já
gravados pela Igreja Metodista (como os CDs gravados pela Departamento Nacional de
Trabalho com Crianças, apenas para citar exemplo mais recente). Neste caso, a Igreja é
detentora dos direitos autorais concedidos por seus autores (música e letra) e pode
repassar os direitos de uso para terceiros, desde que haja contato prévio para saber a
real finalidade.
O METODISMO NO BRASIL

A vida dos missionários americanos que fizeram história em nosso país.

Junius Estaham Newman, pastor metodista e Superintendente Distrital, foi o


pioneiro da obra metodista permanente no Brasil. "J. E. Newman, recomendado para a
Junta de Missões para trabalhar na América Central ou Brasil": essa foi a nomeação que
ele recebeu em 1866, na Conferência Anual. Após ter servido durante a Guerra Civil
Americana, como capelão às tropas do Sul, observou que muitos metodistas do Sul
emigraram para as Américas do Sul e Central e acompanhou-os.
A Guerra deixou endividada a Junta, sem possibilidade de enviar obreiros para
qualquer local. Newman financiou sua própria vinda ao Brasil, com suas modestas
economias. Chegou ao Rio de Janeiro em agosto de 1867, mas fixou residência em
Saltinho, cidade próxima a Santa Bárbara do Oeste, província de São Paulo. Desde 1869,
pregou aos colonos, mas, dois anos mais tarde, no terceiro domingo de agosto, organizou
o "Circuito de Santa Bárbara".
O primeiro salão de culto - antes era uma venda - foi uma pequena casa, coberta
de sapé e de chão batido. Newman trabalhava com os colonos norte-americanos e
pregava em inglês. Um dos motivos da demora de Newman em organizar uma paróquia
metodista, é que ele pregava, principalmente para metodistas, batistas, presbiterianos e a
todos que desejassem ouvir sua mensagem, pensando ser mais sábio unir os "ouvintes"
em uma única igreja, sem placa denominacional. Mas depois, todas as denominações
organizaram-se em igrejas, de acordo com sua origem eclesiástica nos EUA. Newman
insistiu, através de suas cartas, para que os metodistas norte-americanos abrissem uma
missão em nosso país. Em 1876, a Junta de Missões da Igreja Metodista Episcopal Sul,
despertada através da publicação das cartas nos jornais metodistas nos EUA, enviou seu
primeiro obreiro oficial: John James Ranson. Dedicou-se ao aprendizado do português
para proclamar a boa-nova aos brasileiros.
J. E. Newman e sua família mudaram-se para Piracicaba, SP, onde permaneceram
entre 1879 e 1880, quando as filhas de Newman, Annie e Mary, organizaram um internato
e externato. O "Colégio Newman" é considerado precursor do Colégio Piracicabano, hoje
Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba).
OS DEZ PRIMEIROS ANOS DE TRABALHO COM OS BRASILEIROS

O período entre 1876 e 1886 é geralmente denominado de "Missão Ransom", visto


que ele organizou toda a estrutura. Ele não teve pressa para estabelecer o campo de
trabalho: descartou Piracicaba, fez um reconhecimento do Rio Grande do Sul, mas
escolheu o Rio de Janeiro como centro estratégico para propagar o metodismo. J. J.
Ransom iniciou sua pregação mais tarde, a fim de dominar o português. Em janeiro de
1878, iniciou sua pregação em inglês e português, no Rio de Janeiro. Os primeiros
brasileiros foram recebidos à comunhão da Igreja em março de 1879, sem serem
rebatizados. No mês de julho seguinte, quatro pessoas da família Pacheco foram
recebidas.
Ransom casou-se com Annie Newman, no Natal de 1879, que veio a falecer em
meados do ano seguinte. Ele regressou aos Estados Unidos em busca de mais pessoas
dispostas a contribuir na tarefa missionária no Brasil. Voltou, dois anos depois, com
James L. Kennedy, Marta Watts e o casal Koger. Todos contribuíram na expansão
geográfica da missão e também para a educação.
A educadora Marta Watts veio como missionária com a tarefa de educar crianças e
moças brasileiras. O Colégio Piracicabano, primeiro educandário metodista no Brasil, foi
fundado em 13 de setembro de 1881, com a matrícula de apenas uma aluna, Maria
Escobar. Fatores como a capacidade e dedicação da diretora e o novo método do Colégio
chamaram novas alunas, a partir do ano seguinte. O educandário foi a semente para a
Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), criada em 1975. Frances S. Koger, ou
simplesmente Fannie, fundou uma escola para crianças pobres em Piracicaba,
demonstrando assim, o interesse pela educação de crianças pobres, um fato que não é
tão conhecido. Além dos missionários fundadores das principais igrejas: Ransom, Rio de
Janeiro, 1879; Koger, Piracicaba, 1881 e São Paulo, 1884; e Kennedy, Juiz de Fora, 1884
- destacam-se, por exemplo, três obreiros leigos que precederam Kennedy na preparação
do trabalho em Juiz de Fora e outros primeiros obreiros leigos.
Bernardo de Miranda, Ludgero de Miranda, Felipe Relave de Carvalho e Justiniano
de Carvalho receberam nomeação episcopal em 1886. Na Conferência Anual de 1887,
com exceção de Ludgero, todos foram admitidos à Conferência, em caráter de
experiência. Mas na Conferência Anual de 1890, o bispo J. C. Granbery admitiu os quatro
obreiros, ordenando-os diáconos. Algum tempo depois, leigas foram chamadas de
"Mulheres da Bíblia", ocupando-se com visitações e leitura da Bíblia com outras mulheres.
Em 1° de janeiro de 1886, foi publicada a primeira edição do Metodista Católico, atual
Expositor Cristão.

CONFERÊNCIA ANUAL

Em setembro de 1886, foi realizada a Conferência Anual (que hoje equivale a um


Concílio), na capela da Igreja Metodista no Catete, em 16 de setembro de 1886,
abrangendo duas coisas diferentes: área geográfica e assembléia metodista anual. O
território metodista no Brasil possuía quatro centros principais:

 Catete (Rio de Janeiro) - com duas congregações: estrangeira (com pregação em


inglês) e brasileira, totalizando 63 membros. Um novo templo foi inaugurado em 5
de setembro de 1886, às vésperas da Conferência Anual.
 São Paulo - tinha apenas 13 membros arrolados, mas sem propriedades.
 Juiz de Fora e Piracicaba - possuíam templos modestos, com 31 e 70 membros,
respectivamente. Nos quatro centros principais e em outros menores contavam-se
214 membros arrolados e seis pregadores locais.

A Conferência Anual formulava a estratégia da região; os itinerantes (pregadores),


que eram avaliados com relação ao seu trabalho e seu caráter e recebiam nomeação do
Bispo. Um motivo primordial tornava essencial a organização de uma Conferência Anual:
reconhecer, com urgência, o metodismo brasileiro como pessoa jurídica, uma ênfase da
2ª Conferência Anual Missionária, em julho de 1886. O governo imperial não reconheceu
a Junta de Missões como pessoa jurídica. Somente na República que a Conferência
Anual foi reconhecida como pessoa jurídica, para o desapontamento da liderança da
Igreja daquela época.
A necessidade de organizar uma Conferência foi reconhecida pela Conferência
Geral da Igreja Metodista Episcopal Sul, que deu autorização para o primeiro Bispo visitar
a Missão, para constituir a Conferência. Em virtude dos poucos membros com que a
Conferência contaria, o bispo Granbery quase desistiu de realizá-la. Os obreiros nacionais
ainda não eram itinerantes; Newman foi rebaixado para pregador local na Conferência
dos EUA; Koger havia morrido, em janeiro de 1886 e Ransom foi "devolvido" em agosto
daquele ano.
Apenas o chamado "Trio de Ouro" participou do evento: Kennedy (evangelista,
construtor de igrejas e o historiador do metodismo brasileiro, com o livro "Cincoenta
Annos de Methodismo no Brasil"); Tarboux (pregador e pastor das principais Igrejas
Metodistas e primeiro bispo da Igreja Metodista do Brasil, eleito em 1930) e Tucker
(agente da Sociedade Bíblica Americana e fundador do Instituto Central do Povo). O
Bispo convocou os três membros para a organização da Conferência Anual, muito
simples e breve, mas um dos momentos decisivos do metodismo brasileiro.

O CRESCIMENTO DA IGREJA NO BRASIL

- No Sul e Sudeste: A Igreja Metodista foi crescendo no Rio Grande do Sul, em


São Paulo, em Minas Gerais e no Rio de Janeiro.

- No Norte e Nordeste: Metodismo na Amazônia faz 125 anos. Igreja Metodista


Episcopal do Pará foi a primeira igreja protestante da Amazônia.

No dia 1º de julho de 2008 comemoramos 125 anos de fundação da Igreja


Metodista Episcopal do Pará (1883), a primeira igreja protestante organizada na
Amazônia, localizada na cidade de Belém do Pará.
É importante lembrar que a missão na Amazônia já estava no coração do
metodismo desde 1835. Os primeiros passos do protestantismo na Amazônia foram
dados pelo pastor Daniel Parrish Kidder. No entanto, a morte precoce de sua esposa o
forçou a retornar aos EUA em 1839.
Somente a partir de 1880 é que veremos um trabalho missionário metodista mais
consubstanciado. Em 16 de junho daquele ano, o Rev. Justus Nelson, sua esposa Fannie
Nelson e o missionário William Taylor chegam a bordo do Vapor Colorado no Porto de
Belém.
O Rev. Justus Nelson veio ao Brasil como missionário da Igreja Metodista
Episcopal, norte dos EUA. A missão era de sustento próprio. Logo ele tratou de trabalhar
ministrando aulas de inglês nos dias úteis e cultos aos domingos. No dia 27 de junho de
1880, num armazém subalugado, ele celebrou o primeiro culto, ainda em inglês. Já em
janeiro de 1881, abriu uma escola metodista chamada "Colégio Americano". Contudo, em
dezembro de 1882, após a epidemia de febre amarela que matou seu irmão John Nelson,
sua cunhada que era casada com o outro irmão e a professora Hattie Bacheldar, o
Colégio foi fechado. Justus Nelson, então, foi trabalhar como empregado numa loja
comercial.

Mas estas dificuldades não apagaram a chama missionária da família Nelson.


Ainda no final de 1882, o pastor Justus Nelson foi convidado para pregar o Evangelho em
português na casa de Justiniano Rabelo Carvalho, na Rua do Rosário, nº 40. E como o
espaço ficou pequeno, o culto semanal passou a ser realizado numa casa situada na Av.
29 de Agosto, nº 68, hoje, Av. Assis de Vasconcelos. Foi nesta casa que o povo chamado
metodista da Amazônia fundou a Igreja Metodista Episcopal do Pará, testemunhando os
desafios do Evangelho nas calorosas terras paraenses.
Eleito superintendente do Distrito Brasil, que incluía as missões metodistas do
Pará, Pernambuco e Amazonas, Justus Nelson lançou a semente do Evangelho nas
cidades de Benevides/PA, Santarém/PA e Manaus/AM. Tudo independente
financeiramente da Igreja norte-americana e da tesouraria da Igreja local.
Em 1890, no dia 04 de janeiro, surge um dos maiores legados do pioneirismo
metodista na Região: o jornal O Apologista Christão Brazileiro, "jornal religioso semanal
para famílias, dedicado à propaganda da verdade evangélica". Seu lema era: "saibamos e
pratiquemos a verdade, custe o que custar".
O Apologista Christão Brazileiro começou com uma periodicidade semanal e assim
permaneceu de janeiro de 1890 até julho de 1891, período de maior fôlego do editorial,
perfazendo em torno de setenta e seis edições. De agosto de 1891 até janeiro de 1892, o
jornal passou a ser impresso quinzenalmente. A partir de fevereiro de 1892 até setembro
de 1910, o jornal circulou mensalmente, sendo a cobertura de novembro a dezembro
deste ano reunida num único número. Houve uma interrupção de sua publicação em
1910. Somente em 1925, ano de despedida da família Nelson de Belém, sairia a
derradeira edição do Apologista, numa espécie de resumo de toda as obras
empreendidas ao longo as mais de quatro décadas de missão na Amazônia.
Com o intuito de estudar sobre estas histórias que revelam os desafios enfrentados
pelos nossos pioneiros e refletir sobre as interrupções e sucessos da dinâmica
missionária da Igreja Metodista na Amazônia, em 2003 (300 anos de nascimento de João
Wesley), nasceu o Grupo de Estudos do Metodismo na Amazônia - GEMA. E de acordo
com recentes pesquisas do Grupo, entre vários achados, descobriu-se uma informação
muito importante que contraria inclusive os relatos oficiais da Igreja Metodista sobre sua
história no Brasil. No site da Igreja, na seção sobre história do metodismo, encontramos
uma vaga "lembrança" sobre o metodismo na Amazônia. No texto temos a nota
equivocada que diz que Justus Nelson morreu e está sepultado em Belém. O correto é
que, após 45 anos de incansável dedicação e paixão missionária, Justus Nelson, aos 75
anos de idade, partiu de Belém no dia 08 de novembro de 1925, devido à crise da
economia da borracha que assolou a cidade.
Antes da partida, Justus escreveu: "se a Igreja Metodista Episcopal, nestes 45
anos no Brasil, conseguiu atrair algumas pessoas a uma vida limpa por mais diminuto que
seja o número, fica plenamente justificado o dispêndio aqui feito, de dinheiro, de trabalho
e de vidas preciosas ceifadas no seu vigor". Com o fechamento da missão, os irmãos e as
irmãs metodistas de Belém foram encaminhados/as para outras igrejas evangélicas.
Justus ainda trabalhou em Portland, Oregon/EUA, produzindo jornais e pregando em
língua portuguesa para brasileiros que viviam naquela cidade.
Até os dias de hoje, um dos poucos documentos que tínhamos sobre o Apologista
era uma compilação da última edição do jornal, realizada pelo professor Duncan Reily,
intitulada Metodismo na Amazônia. Esta obra é uma transcrição de um microfilme dos
arquivos da Board of Global Ministries of the United Methodist Church, de Nova York. O
GEMA obteve acesso aos originais do jornal que estão integralmente "microfilmados" na
Biblioteca Pública Arthur Vianna e agora trabalha na divulgação desta riquíssima fonte da
história do metodismo no Brasil, especificamente na Amazônia.
Durante cinco dias, o grupo compartilhou de devocionais, momentos de louvor e
reflexões sobre a sociedade e a Igreja. "A língua nativa muitas vezes cedeu lugar ao
português, que surgia sem que as pessoas se dessem conta que haviam mudado de
idioma, o que mostra a profunda aculturação desses homens e mulheres que mesmo,
após findado o tempo de serviço, decidirampermanecer no país que também consideram
suapátria. A necessidadede ampliar o ensino no campo da unidade cristã e das raízes
metodistas e wesleyanas foram debatidas e apontadas como desafio das lideranças da
Igreja Metodista", conta Maria Newnum.
No dia 02 de setembro de 2007 a Igreja Metodista celebrou 77 anos como igreja
brasileira autônima. Mas a proclamação de sua autonomia, no ano de 1930, não impediu
que continuasse a receber missionários e missionárias dos Estados Unidos. Nos anos
seguintes, muitas pessoas oriundas da Igreja Metodista Unida dos Estados Unidos - e
também da Alemanha e da Igreja Unida do Canadá - vieram para se unir em laços
fraternos na missão com a Igreja Metodista no Brasil. Hoje, o número de missionários e
missionárias estrangeiros diminuiu significativamente. A maioria dos que vivem aqui é de
aposentados(as) que escolheram o país como sua casa.

No contexto atual, é a Igreja Metodista brasileira que envia pessoas para fora... em
número pequeno, é verdade, mas, ainda assim, invertendo a realidade do passado. Além
disso, com a nomeação de pessoas formadas pelos seminários regionais para as funções
de "missionários designados", diminuiu a necessidade de ter gente de fora.
Mas, quais são as experiências e reflexões daqueles e daquelas que dedicaram
suas vidas servindo aqui no Brasil? Infelizmente não foi possível localizar alguns. Outros
já foram recolhidos pelo Pai. Compartilhamos aqui três histórias, a partir das quais nos
lembramos que a Igreja não é feita de edificações ou números no rol de membros: a
Igreja é constituída por pessoas, irmãs e irmãos amados por Deus, gente que merece
consideração, respeito e carinho.
O primeiro relato é de um casal missionário aposentado que escreveu dos Estados
Unidos, a segunda é de um missionário que voltou para os Estados Unidos, mas depois
de algum tempo resolveu escolher o Brasil como seu lar e a terceira é do próprio autor
desta reportagem: o pastor Stephen Newnum, o "Steve", missionário americano que está
ativo no Brasil.

CAPELA AMBULANTE

Stanley Fry serviu cinco anos no Brasil, voltou para os Estados Unidos e depois
retornou ao Brasil, após o casamento com Edith Long Schisler, missionária viúva. Stan
conta sua experiência:
"Em 1950, a Igreja Metodista brasileira recebeu seu primeiro contingente de
missionários(as) para América Latina, com contrato de três anos. Acredito que, dos 50
que foram para América Latina, 18 foram nomeados(as) para vários lugares no Brasil. Fui
nomeado para trabalhar com Charles Clay, no escritório da Junta Geral de Educação
Cristã. Pediram-me que editasse a pequena brochura promocional chamada "Brazil Calls"
(Brasil Chama), que foi enviada para todas as igrejas nos Estados Unidos que apoiaram
missionários(as).
Igrejas no estado de Texas que apoiaram trabalhos missionários haviam enviado,
pouco tempo antes, a primeira de duas "capelas ambulantes" que foram equipadas com
jipes com um gerador de força, um projetor e alto-falantes montados em cima. Ralph
Nance era o pastor de Texas que acompanhou o primeiro destes veículos. Fui nomeado
por Charles para viajar com a capela ambulante como seu técnico. Era meu trabalho
manter o gerador de força, o jipe na estrada e os alto-falantes funcionando bem.
Como falava pouco português naquela época, sempre tinha pelo menos um pastor
que viajava comigo para pregar onde quer que fôssemos. Eventualmente pude fazer
alguns dos anúncios públicos dos filmes e pregações nos alto-falantes enquanto
dirigíamos para cima e para baixo nas ruas do vilarejo durante as tardes.
Os filmes sobre a Bíblia, higiene, etc. eram mostrados geralmente em uma parede
branca em algum terreno baldio ao anoitecer e, é claro, a noite terminava com o pastor
pregando o evangelho pelos alto-falantes. Uma vez pastor me mandou dirigir à zona de
meretrício local e estacionamos no fim de uma rua com os alto-falantes apontados rua
abaixo e ligados no alto. As meninas saíram dos seus lugares de negócio e ficaram em pé
acenando e nos chamando, enquanto a pregação continuava.
Numa outra ocasião, colidimos com a oposição do padre local. Quando chegamos
num vilarejo interiorano disseram-nos que o padre tinha vindo à escola local para anunciar
a todas as crianças que a capela ambulante estava vindo e que elas deveriam ficar o mais
longe possível, porque o Satanás estava andando na traseira. Desnecessário dizer, quase
toda a cidade veio naquela noite quando os filmes eram projetados e o sermão pregado
na praça central. Mas posso dizer com segurança que eles(as) ficaram desapontados por
não ver nada de Satanás...
Depois fui nomeado para Itapecerica da Serra e Palmeiras como pastor. Quando
retornei ao Brasil quase quatro anos atrás, descobri que essas duas igrejas tinham sido
fundadas pela Rev. James L. Kennedy, o avô de minha esposa atual, Edith Long Schisler.
Eu retornei lá recentemente e achei um pequeno museu que exibe vários quadros da
antiga Igreja Metodista e suas congregações, como também o antigo órgão que estava
em uso na igreja quando eu tinha servido lá mais de cinquenta anos atrás.
BIBLIOGRAFIA

Site da igreja metodista www.metodista.org.br

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