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Daniel 4
Versículos 1-3 – O rei Nabucodonosor a todos os povos, nações e
homens de todas as línguas, que habitam em toda a terra. Paz vos seja
multiplicada! Pareceu-me bem fazer conhecidos os sinais e maravilhas que
Deus, o Altíssimo, tem feito para comigo. Quão grandes são os sinais, e
quão poderosas as Suas maravilhas. O Seu reino é reino sempiterno, e o
Seu domínio de geração em geração.
E ste capítulo, diz Adam Clarke, "é um decreto regular, e um dos mais
antigos registrados. Não há dúvida de que foi copiado dos
documentos oficiais de Babilônia. Daniel o havia conservado no idioma
original" 1
O Rei Exalta o Verdadeiro Deus. Esse decreto de Nabucodonosor
foi promulgado na forma usual. Queria tornar conhecida, não apenas a
algumas pessoas, mas a todos os povos, nações e línguas, a maneira
maravilhosa com que Deus o tratou. As pessoas estão sempre prontas a
contar o que Deus fez por elas em termos de benefícios e bênçãos.
Devíamos igualmente estar dispostos a contar o que Deus tem feito por
nós tanto na humilhação como no castigo, Nabucodonosor nos deu um
bom exemplo a esse respeito, como veremos nas partes subseqüentes
deste capítulo. Confessa francamente a vaidade e o orgulho de seu
coração e fala abertamente dos meios que Deus empregou para humilhá-
lo. Com sincero espírito de arrependimento e humilhação achou por bem
revelar estas coisas a fim de que a soberania de Deus fosse exaltada e
Seu nome adorado. Nabucodonosor já não pede imutabilidade para o seu
próprio reino, mas se entrega plenamente a Deus, reconhecendo que só o
Seu reino é eterno e Seu domínio de geração em geração.
2
Ver Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, livro 10, cap. 10, seção 6.
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interpretação. Respondeu Beltessazar e disse: Senhor meu, o sonho seja
contra os que te têm ódio, e a sua interpretação, para os teus inimigos. A
árvore que viste, que cresceu e se tornou forte, cuja altura chegou até ao
céu, e que foi vista por toda a terra, cuja folhagem era formosa, e o seu fruto,
abundante, e em que para todos havia sustento, debaixo da qual os animais
do campo achavam sombra, e em cujos ramos as aves do céu faziam
morada, és tu, ó rei, que cresceste e vieste a ser forte; a tua grandeza
cresceu e chega até ao céu, e o teu domínio, até à extremidade da terra.
Quanto ao que viu o rei, um vigilante, um santo, que descia do céu e que
dizia: Cortai a árvore e destruí-a, mas a cepa com as raízes deixai na terra,
atada com cadeias de ferro e de bronze, na erva do campo; seja ela
molhada do orvalho do céu, e a sua porção seja com os animais do campo,
até que passem sobre ela sete tempos, esta é a interpretação, ó rei, e este é
o decreto do Altíssimo, que virá contra o rei, meu senhor: serás expulso de
entre os homens, e a tua morada será com os animais do campo, e dar-te-
ão a comer ervas como aos bois, e serás molhado do orvalho do céu; e
passar-se-ão sete tempos por cima de ti, até que conheças que o Altíssimo
tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer. Quanto ao que
foi dito, que se deixasse a cepa da árvore com as suas raízes, o teu reino
tornará a ser teu, depois que tiveres conhecido que o céu domina. Portanto,
ó rei, aceita o meu conselho e põe termo, pela justiça, em teus pecados e
em tuas iniqüidades, usando de misericórdia para com os pobres; e talvez se
prolongue a tua tranqüilidade.
4
Mathew Henry, Commentary, vol. 3, pág. 965, nota sobre Daniel 4:34-37.
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consistente no reconhecimento do seu orgulho e num manifesto de
louvor e adoração ao Rei do Céu.
É a última menção de Nabucodonosor que encontramos na
Escritura. Este decreto, na versão autorizada, data de 563 a. C., ou seja,
um ano antes da morte de Nabucodonosor, segundo a cronologia aceita
por Adam Clarke, embora alguns atribuam ao decreto uma data que
antecede em 17 anos a morte do rei. Nada indica que o rei tenha voltado
a cair em idolatria, e conclui-se que ele morreu crendo no Deus de Israel.
Assim termina a vida desse homem notável. Em meio a todas as
tentações que acompanhavam seu elevado posto de rei, não podemos
supor que Deus viu nele sinceridade, integridade e pureza de propósito,
que podia usar para a glória de Seu nome? Daí seu maravilhoso
procedimento para com ele, com o fim aparente de afastá-lo de sua falsa
religião e uni-lo ao serviço do Deus verdadeiro. Temos, primeiramente,
seu sonho da grande imagem, que contém valiosa lição para todas as
gerações vindouras. Depois, sua experiência com Sadraque, Mesaque e
Abede-Nego quando recusaram adorar a imagem de ouro, quando foi
novamente levado a reconhecer a supremacia do verdadeiro Deus.
Finalmente, temos os maravilhosos incidentes registrados neste capítulo,
mostrando os incessantes esforços do Senhor para levar Nabucodonosor
a reconhecer plenamente o Criador. E não podemos esperar que o rei
mais ilustre do primeiro reino profético, a cabeça de ouro, finalmente
participe daquele reino diante do qual todos os reinos serão como palha e
cuja glória jamais se obscurecerá?