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Concreto branco
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Capítulo 46
CONCRETO BRANCO1
Alexandra Passuello
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
46.1 Introdução
Seguindo a tendência da maioria dos mercados internacionais, consolidada no início
do século XXI, a construção civil no Brasil encontra-se envolvida em um processo de
modernização acelerada. A padronização de procedimentos, a racionalização de atividades,
a redução de desperdícios e o desenvolvimento de novos materiais e produtos, com
tecnologia avançada, fazem parte deste cenário.
Este panorama de inovação tem demandado e favorecido o surgimento e
desenvolvimento de concretos especiais. Durante muito tempo, as exigências relativas ao
concreto como material de construção ficaram limitadas ao adequado comportamento
mecânico; a durabilidade foi lentamente agregada aos requisitos de projeto. Com os avanços
ocorridos na tecnologia do concreto, começaram a surgir novas demandas de desempenho
para o concreto estrutural e, dentre outras, as questões estéticas começaram a ser
enfatizadas.
Nesse contexto o cimento branco estrutural entrou no mercado brasileiro, no início do
século XX. A versatilidade cromática que pode ser atingida com esse tipo de cimento
introduz uma nova esfera de criação, na qual ocorre a valorização da estrutura de concreto
como elemento estético. Uma gama de cores pode ser obtida com a inserção de agregados
coloridos, pigmentos inorgânicos e até mesmo adições minerais na mistura. Essas
possibilidades têm atraído o interesse de engenheiros e arquitetos, que buscam introduzir
diferenciais ou inovações em seus projetos. Como reflexo, observa-se um crescimento do
número de obras que utilizam o cimento branco em territórios nacional e internacional.
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Os autores agradecem a colaboração de Agenara Quatrin Guerreiro, Silvia Mônica Ximeno Chiaro e Thiago
Ricardo Santos Nobre.
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46.1.1 Aplicabilidade
Do final do século XIX aos dias atuais, houve uma grande evolução na forma com que
o concreto é fabricado e utilizado. Diferentes tipos de concreto foram criados e estudados.
No princípio, valorizavam-se fundamentalmente os concretos com boa resistência mecânica
e durabilidade. Todavia, com o passar do tempo e a ampliação de usos, novos requisitos
foram se impondo.
No contexto atual, a execução de concretos aparentes utilizando cimento Portland
branco, com ou sem pigmento, surge como uma proposta atraente e moderna, que oferece
novas possibilidades arquitetônicas, ampliando a aceitação do concreto como elemento de
composição estética.
O uso de concretos brancos ou pigmentados não é novidade. O cimento Portland
branco tem sido amplamente empregado na confecção de peças, normalmente não
estruturais, tais como argamassas de revestimento, painéis de fechamento, elementos de
pavimentação e peças pré-fabricadas de concreto. Um exemplo de utilização interessante,
que faz uso das potencialidades cromáticas desse tipo de concreto, vem do Departamento
de Rodovias de New Jersey, nos Estados Unidos, que testou barreiras para autoestradas
fabricadas com cimento branco e cinza (Figura 1). Um estudo comprovou que as peças
moldadas com cimento branco proporcionam melhor visibilidade, o que incrementa a
segurança do tráfego, principalmente à noite, quando acontece a maioria dos acidentes. Os
testes indicaram que a reflexibilidade das barreiras moldadas com concreto branco era
aproximadamente duas vezes maior do que a das moldadas com concreto cinza
(CONCRETE REPORT, 2002).
No Brasil, a utilização de concreto cromático iniciou no ramo de peças pré-fabricadas,
principalmente através dos pavimentos intertravados de concreto colorido, visto que o
emprego do cimento branco, nesse caso, permite maior fidelidade de cor. O sistema de
colocação desses elementos permite uma valorização do aspecto estético, pois o projetista
pode trabalhar com cores para criar formas e desenhos. Diversas praças e estacionamentos
foram construídos com esse material, assim como o pátio de escola visto na Figura 2, no
qual se criou um “mapa mundi” através da combinação de elementos coloridos.
Figura 1 – Comparação entre barreiras de concreto com Figura 2 – Exemplo de aplicação de elementos
cimento branco e cinza (CONCRETE REPORT, 2002). de pavimentação em concreto cromático.
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Nos Estados Unidos, o concreto branco, simples ou pigmentado, vem sendo utilizado
em peças especiais, como tampos de cozinhas, banheiros e bares, como se pode ver nos
registros da Figura 4. Nesses casos, a inclusão de pedras semipreciosas, fósseis e conchas
permite criar padrões únicos, que diferenciam e valorizam cada peça.
a) tampo de concreto b) tampo de concreto com c) tampo de concreto colorido com inclusão de
com figuras geométricas agregados claros. Fonte: fossil. Fonte:
de resina. Fonte: http://karapaslaydesigns.blogspo http://www.hawaiihomeandremodeling.com/article
http://www.renovationex t.com/2009/04/concrete- s/2006/September/Concrete_Accord
perts.com/kitchen- countertop-how-to.html
concrete-
countertops.asp
Figura 4 – Exemplos de utilização de concreto branco ou pigmentado em tampos
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Figura 7 – Exemplo de utilização de concreto branco com agregado de vidro reciclado, em Palo Alto, EUA.
Nos últimos vinte anos, vem se intensificando o uso do cimento Portland branco
estrutural para confecção de concretos a serem usados em elementos estruturais,
principalmente na Europa. Até agora, o emprego desse material tem sido concentrado em
obras especiais, nas quais a cromaticidade do concreto faz com que ele possa ser
empregado como elemento de composição estética. Arquitetos reconhecidos
internacionalmente, como Santiago Calatrava e Richard Meyer, têm utilizado o concreto
branco com esse intuito, consolidando um estilo diferenciado em seus projetos
arquitetônicos. Podem-se citar, como exemplos de obras dessa natureza, a construção do
conjunto da Ciudad de las artes y las ciencias, em Valência, na Espanha (Figura 8), e a
Igreja Dives in Misericordia (Figura 9), em Roma, na Itália.
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Portugal, em particular, tem sido palco de várias obras que empregam o recurso do
concreto branco como solução de projeto, por influência do arquiteto português de prestígio
internacional, Alvaro Siza Vieira. Sua obra, entretanto, pode ser encontrada em vários pontos
do mundo além de Portugal. Destacam-se as construções do “Pavilhão da Expo’98” (Figura
10); da Torre do Tombo (Figura 11) e sua obra mais recente, a Biblioteca de Viana do
Castelo, inaugurada em 2008 (Figura 12), entre outras obras. Nero & Nunes (2000) salientam
que a adoção do concreto branco nessas obras foi justificada não só pela satisfação de um
requisito estético, mas também pela possibilidade de eliminação de revestimento e pelo
impacto positivo na durabilidade.
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a) detalhes de uma das fachadas b) detalhes das colunas internas e do teto da nave central
Figura 13 – Basílica e Templo Expiatório da Sagrada Família, Barcelona, ESP.
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A série de imagens a seguir (Figura 14) ilustra outros exemplos da utilização corrente do
concreto branco em obras de diversos arquitetos europeus. Analisando esse conjunto, pode-
se verificar que os usos e aplicações desse material são bastante variados e que todas as
obras construídas são marcadas por um apelo estético muito grande.
Palácio de Congressos de Valência, Torre de controle do Aeroporto Casa da Música, Porto, PT.
ESP (Fonte: Barajás, Madri, ESP (Fonte: (Fonte:
http://www.vivirvalencia.com/upload http://upload.wikimedia.org/wikiped http://4.bp.blogspot.com/_S2Kb
s/pdi/-1410.jpg). ia/commons/thumb/4/49/MAD- xhOhdlM/TTgiD0diRiI/AAAAAA
LEMD_Torre_de_Control_desde_s AABck/YyUIv4dEdFw/s1600/C
u_base.jpg/220px-MAD- asa%2Bda%2Bm%25C3%25B
LEMD_Torre_de_Control_desde_s Asica.jpg)
u_base.jpg).
Na virada do século XX, o concreto branco estrutural começou a ganhar espaço nos
Estados Unidos. Em Montgomery, Alabama, no ano de 1997, foi executado um projeto
marcante pela combinação da cromaticidade do concreto com cimento branco com linhas
puras e riqueza de detalhes. O aeroporto de Dulles, em Washington D.C., também foi
executado com concreto branco e cinza. Ao final dessa obra, o consumo total de concreto de
cimento branco chegou a 10.000 m 3 (Figura 15). Já a sede da ASTM International
Headquarters, em West Conshohocken, Pensilvania, foi totalmente executada em placas de
concreto pré-fabricado branco, como se pode ver na Figura 16.
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Figura 18 – Edifício Flexotronics, Sorocaba, BR. Figura 19 – Panamerica Park, São Paulo, BR.
Figura 21 – Vista do Museu Iberê Camargo e detalhe da fachada com suas rampas, em Porto Alegre, BR.
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46.1.2 Economicidade
A análise econômica associada ao emprego do concreto branco deve,
necessariamente, ser iniciada por uma reflexão quanto aos critérios a serem adotados para
realizá-la. É necessário partir do princípio de que o concreto branco é um produto diferente e
que tanto sua produção quanto a análise de sua competitividade demandam mudanças de
paradigma.
Em primeiro lugar, cabe salientar que a análise deve ser feita considerando que se
busca maximizar o valor total de retorno do investimento. Ou seja, devem-se agregar ao
cálculo todos os impactos, em termos de custos e benefícios, que podem ocorrer durante a
vida útil do produto. Adota-se, assim, uma visão sistêmica que considera os diversos fatores
que colaboram para a formação do valor desse produto.
No caso de um concreto tradicional, costuma-se admitir que os principais fatores que
afetam seu valor são a resistência e durabilidade. Ou seja, o concreto mais “econômico” é o
que apresenta maior resistência e vida útil mais extensa, para uma determinada unidade de
custo. Todavia, com a evolução de demandas e expectativas técnicas e sociais, outros
componentes começam a serem incorporados na análise de valor. Por exemplo, uma
dimensão de valor cada vez mais importante é o impacto ambiental. Concretos mais
“verdes”, ou seja, com menor custo ambiental, tendem a ser considerados como mais
valiosos.
Pode-se dizer que o valor do produto concreto branco, além de ser formado pelos
componentes tradicionais – resistência e durabilidade –, decorre, ainda, em grande parte, do
seu aspecto, dada a importância da dimensão estética nas obras executadas com esse
material. Neste caso, qualquer medida que incremente o valor estético pode ser considerada
como benéfica.
Feitas essas considerações, podem-se fazer algumas reflexões sobre o valor e a
eficiência econômica do concreto branco. Sob o ponto de vista do custo dos insumos, pode-
se admitir que o preço unitário do cimento branco é duas a três vezes superior ao do cimento
cinza. Além disso, é necessário empregar agregados selecionados e de fontes específicas, o
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que pode acarretar maiores gastos associados à sua produção, bem como ao seu transporte
e armazenamento.
Em relação ao consumo de cimento, os traços de concreto branco tendem a ter
consumos similares aos de concretos aparentes tradicionais.
Já analisando a questão sob o prisma do fator de eficiência, definido como o consumo
de cimento por MPa, pode-se concluir que o emprego do concreto branco pode ser mais
eficiente que o do concreto cinza convencional. Concretos brancos típicos, como os que vêm
sendo utilizados no país, apresentam consumos da ordem de 380 kg/m3 e resistências em
torno de 55 MPa. Portanto, cada quilograma de cimento gera aproximadamente 0.14 MPa
(fck=55 MPa / 380 kg/m3). Já um concreto de 20 MPa, fabricado com cerca de 250 a 300 kg
de cimento (dados típicos de concretos utilizados em Porto Alegre, RS), apresenta um fator
de eficiência em torno de 0.07 MPa/kg. Ou seja, o uso do cimento é bastante eficiente no
concreto branco, assim como no caso dos concretos de alto desempenho com cimentos
convencionais. Isso gera consequências importantes, pois a alta resistência do concreto
branco está associada a alta compacidade, derivada do uso de grande quantidade de pó e
de relação água/aglomerante baixa. A alta compacidade reduz a possibilidade de entrada de
fluidos e impacta positivamente na durabilidade do material. Dessa forma, as necessidades
de manutenção se reduzem, e a vida útil da estrutura é incrementada.
A questão do acabamento final também merece destaque. Os cuidados tomados com
a aparência do concreto branco geralmente acrescentam custos. Por exemplo, a mão-de-
obra para montagem das fôrmas é normalmente superior à tradicional, pois não se admite
que ocorram vazamentos de nata que comprometam a superfície do material. Além disso, as
fôrmas necessitam ser revestidas de material especial (fórmica ou compensado de alta
qualidade), ou seu reaproveitamento deve ser limitado (recomenda-se que as fôrmas sejam
usadas no máximo duas vezes). Embora isso conduza a um aumento de custo, a superfície
final resultante tem uma qualidade tão boa, que evita retrabalhos, remendos ou necessidade
de revestimentos ou pintura. Ou seja, o maior custo inicial é compensado pela dispensa de
atividades de acabamento.
Quanto à proteção, normalmente se aplica algum produto à base de silanos-siloxanos
ou silicatos para impermeabilizar os poros superficiais e reduzir a possibilidade de acúmulo
de sujeira. Esse cuidado, que não é comum em estruturas tradicionais, preserva o valor
estético e aumenta a vida útil da estrutura.
Por fim, sob o ponto de vista estético, podem-se obter ganhos significativos com a
utilização de um concreto cromático. Os concretos aparentes tradicionais, com totalidade
cinza-escuro, foram utilizados de forma bastante exitosa na composição arquitetônica, por
vários arquitetos e projetistas, dentre os quais se destaca Oscar Niemeyer. A restrição
cromática, todavia, limitava as possibilidades de composição e integração das peças na
estrutura e no entorno. O concreto cromático rompe essa barreira e amplia a esfera de
criação, proporcionando a geração de obras de alto valor artístico.
Existem ainda efeitos secundários, porém importantes, em relação à qualidade
estética. Para garanti-la, é fundamental implantar novos paradigmas de produção, com
controle cromático de insumos, sistemas de fôrmas de maior qualidade, cuidados na
execução e cura e acabamento superficial mais cuidadoso. Dessa forma, com um nível maior
de exigência e controle no processo de produção, o produto final tende a ganhar em termos
de qualidade e durabilidade.
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46.2.1 Especificação
O cimento Portland é constituído por vários compostos, dos quais quatro (C 3S, C2S,
C3A, C4AF) são mais importantes e têm maior influência nas suas propriedades. Uma
comparação entre a composição média do cimento cinza e do cimento branco pode ser
visualizada no Quadro 1.
Quadro 1 – Compostos principais do cimento Portland (com base em: NEVILLE, 1997; LEA,
1970; TAYLOR, 1992; KIRCHHEIM, 2003).
Composto Composição em Abreviação Teores (%) Teores (%)
óxidos CP CINZA CP BRANCO
Silicato tricálcico 3 CaO.SiO2 C3S – alita 50 - 70 50 – 70
Silicato dicálcico 2 CaO.SiO2 C2S – belita 15 - 30 15 – 30
Aluminato tricálcico 3 CaO.Al2O3 C3A – aluminato 5 - 10 4 -13
Ferro aluminato 4 CaO.Al2O3.Fe2O3 C4AF – ferrita 3-8 1
tetracálcico
Pode-se notar, n quadro, que a grande diferença na composição química dos cimentos
Portland branco e cinza está na limitação do teor de C4AF. Para evitar a contaminação da cor
do produto final, o teor de ferro do cimento no cimento branco é reduzido, com consequente
aumento do teor de C3A, que é a mais reativa das fases do clínquer.
A quantidade mais elevada de C3A aumenta a reatividade do cimento portland branco,
pois essa fase se dissolve rapidamente em contato com a água, liberando grande quantidade
de calor (que chega a 300 cal/g, para a fase pura). Em qualquer tipo de cimento, para
controlar essa reação, mistura-se sulfato de cálcio ao clínquer durante o processo de
moagem, como explicam Mehta & Monteiro (2008).
A estrutura do C3A também é um fator importante na reologia do cimento branco.
Analisando os estudos relacionados à hidratação do C3A, verifica-se que duas formas
cristalinas desse composto podem ser encontradas em clínqueres industriais: a cúbica e a
ortorrômbica (TAYLOR, 1990). A forma ortorrômbica se diferencia da cúbica pela capacidade
de incorporar íons alcalinos (Na+, Fe3+ ou K+) na estrutura cristalina do C3A, em substituição
ao Ca2+ (REGOURD & GUINER, 1975).
Gobbo et al. (2004), a partir de um estudo efetuado com oito cimentos Portland
brancos e comuns, detectaram que os óxidos alcalinos encontrados nesses cimentos são
fundamentalmente Na2O, para o clínquer branco, e K2O, para o clínquer de cimento comum.
Essa distinção explica as diferenças verificadas entre os dois tipos de cimentos, relativas à
influência do C3A no início da pega.
Em relação às demandas normativas de composição química, a norma brasileira
ABNT NBR 12.989:1993 especifica alguns teores limites e exigências químicas para os
cimentos brancos, reproduzidas nos Quadros 2 e 3.
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Quadro 2 – Teores dos componentes dos cimentos Portland brancos (ABNT NBR 12989:1993).
Componentes (% em massa)
Denominação Classe Clínquer branco +
Materiais carbonáticos
sulfatos
Cimento Portland branco
25 – 32 - 40 0 – 25
estrutural 100 – 75
Cimento Portland branco
- 74 – 50 26 – 50
não estrutural
Quadro 3 – Exigências químicas para o cimento Portland branco (ABNT NBR 12989:1993).
Limites (% em massa)
Determinações químicas
CPB-25 CPB-32 CPB-40 CPB
Resíduo insolúvel (RI) 3,5 7,0
Perda ao fogo (PF) 12,0 27,0
Òxido de magnésio (MgO) 6,5 10,0
Trióxido de enxofre (SO3) 4,0 4,0
Anidrido carbônico (CO2) 11,0 25,0
Quadro 4 – Exigências físicas e mecânicas para o cimento Portland branco (ABNT NBR 12989:1993).
Limites
Características e
Unidade CPB não
propriedades CPB-25 CPB-32 CPB-40
estrutural
Resíduo na peneira 45m % 12,0 12,0
Tempo de início de pega h 1 1
Expansibilidade a quente mm 5,0 5
3 dias 8,0 10,0 15,0 5,0
Resistência à
7 dias MPa 15,0 20,0 25,0 7,0
compressão
28 dias 25,0 32,0 40,0 10,0
Brancura % 78 82
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Quadro 5 – Produção estimada de cimento branco por região (International Cement Review, 2003).
Capacidade Nº de indústrias
Região Capacidade (tpa) Produção (tpa)
utilizada (%) cimenteiras
Europa 4150 3400 82 21
Ásia (só China) 4150 2700 65 >100
Região do
2625 1680 64 11
Mediterrâneo
Oriente Médio 2190 1290 59 15
Ásia (sem China) 2180 1290 59 15
América Latina 1360 1050 77 15
América do Norte 800 585 73 4
Isoladamente, a China é o país que mais produz cimento branco, seguida pela
Espanha, Turquia, México e Dinamarca. No âmbito da América Latina, somente o México e a
Colômbia possuem uma produção significante. As empresas internacionais líderes no
mercado de cimento branco são a Cemex e a Alboorg, seguidas pela Lafarge e Italcementi,
como pode ser observado na Figura 23 (INTERNATIONAL CEMENT REVIEW, 2003).
Figura 23 – Distribuição de mercado entre as empresas internacionais que produzem cimento branco.
(adaptada de INTERNATIONAL CEMENT REVIEW, 2003).
46.2.3 Comportamento
Os fatos de que o cimento branco possui teores superiores de aluminato tricálcico (C3A)
e é constituído por partículas mais finas, comparado com outros tipos de cimento, agem de
forma sinérgica no sentido de proporcionar aos concretos produzidos com cimento branco
tempos mais curtos de início de pega.
Devido a essa característica, as concretagens de elementos estruturais de grandes
dimensões de cimento branco necessitam ser muito bem controladas, pois tendem a
desenvolver picos de temperatura maiores, em virtude do elevado calor de hidratação
liberado nas primeiras idades.
Como já referido, para controlar essa reação, usa-se o sulfato de cálcio. A quantidade
de sulfato de cálcio necessária depende da sua reatividade, a qual é determinada
principalmente pela forma, finura e quantidade de água unida à molécula de sulfato de cálcio.
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Figura 26 – Concretos brancos com diferentes tipos de agregados (LEVINSON & AKBARI, 2002).
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Refletância: proporção entre o fluxo de radiação eletromagnética incidente numa superfície e o fluxo que é
refletido.
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A opção por agregados claros acaba tornando mais fácil o controle da aparência
superficial das estruturas que fazem uso do cimento branco. Dentro desse panorama,
frequentemente são recomendados, como opção preferencial para produção do concreto
branco, os agregados provenientes da britagem de rochas calcárias (Figura 27).
The higher the cement content in concrete, the more the colour of the cement
affects the appearance of the concrete. The colour of cement depends on the raw
materials used in its manufacture, and the fineness of the cement particles. The
Figura 27 – Agregados calcários utilizados em concreto.
colour of the same type of cement produced by different manufacturers may
Podem ser produzidos concretos aparentes com agregados expostos. Nesse caso,
pode-se lixar a superfície ou erodi-la
4.2 por meio de jatos de água, expondo o agregado, a
Aggregates
figura 28a apresenta as mudanças que ocorrem ao fazer este tratamento no concreto. O tipo
Aggregates are normally divided into fine and coarse aggregates, but there is a
de agregado será fundamental na estética e coloração da matriz. A Figura 28b mostra como
vast array of aggregates in the world, made up of thousands of different
as diferenças geológicas das rochas podem interferir no aspecto final da superfície de um
concreto com agregados expostos. geological types. The pictures below (Figure 8) depict how different geological
types and colours of aggregate affect the surface colour of concrete.
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46.3.2 Aditivos
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Figura 29 – Aspecto dos corpos-de-prova com as adições de metacaulim proveniente da argila e sílica ativa.
(PASSUELO et al, 2004b).
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Muitos estudos vêm sendo realizados em concretos brancos com adição de elevados
teores (até 70%) de escória de alto-forno (EAF) ativada quimicamente ou não (LUBECK,
2008; BARIN, 2008; SIQUEIRA, 2008; DELLINGHAUSEN, 2009). Segundo os autores,
excelentes resultados podem ser obtidos frente à durabilidade e às propriedades mecânicas
dos concretos dosados. Mesmo utilizando EAF, o índice de brancura mínimo satisfatório
exigido pela NM 3:2000 de 78% foi obtido nos testes realizados quando em pastas com
100% de CPB, 100% de EAF, 50% CPB + 50% EAF e CPB + 70% EAF 30%.
No entanto, Dellinghausen et al. (2009) destacam que o aumento do teor de EAF
(testados os teores 0%, 50% e 70%) resultou em decréscimo nos valores de resistência à
compressão, de retração e de penetração de cloretos tanto para cimento cinza tradicional,
quanto para cimento branco. A diminuição no período de cura proporcionou maiores valores
de retração e de penetração de cloretos, tanto no concreto branco, quanto no cinza,
independentemente do teor de escória utilizado.
Além das adições minerais, existem
diversos tipo de pigmentos, como os óxidos de
ferro, cromo e cobalto, a figura 30 apresenta
algumas possibilidades de coloração do concreto
branco com estes pigmentos. Entretanto, é
importante salientar que nem todos eles são
adequados para serem utilizados na produção de
concretos cromáticos. Mehta & Monteiro (2008)
evidenciam que é necessário verificar se esses
produtos produzirão interferências nas
características de pega, no endurecimento e na
durabilidade, além de garantir estabilidade da cor
quando expostos à luz e às intempéries.
Figura 30 – Aspecto do concreto branco com
adição de pigmentos de colorações variadas
(ALBOORG, 2006)
Nesta linha, Aguiar (2006) estudou a influência do teor de adição de pigmentos na
resistência à compressão dos concretos de cimento Portland branco. A pesquisadora avaliou
dois tipos de pigmentos em três tonalidades, nos teores de 3%, 6% e 9%. Os resultados
indicaram que o aumento do percentual adicionado reduz, significativamente, a resistência à
compressão dos concretos, além de diminuir a sua trabalhabilidade no estado fresco. No
entanto, Piovesan & Dal Molin (2009) analisaram a influência da adição de pigmentos (até
10%) nas propriedades de durabilidade de concretos brancos. As autoras verificaram um
pequeno aumento na resistência à compressão, devido ao efeito físico provocado pelo
pigmento, que propiciou melhor empacotamento dos grãos na matriz cimentícia. Verificou-se,
também, que o teor de adição dos pigmentos não influenciou a absorção de água nem a
profundidade de carbonatação.
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a resistência à penetração de água. A cor do concreto branco não foi alterada quando
aplicado com os sistemas hidrofugantes à base de silanos e siloxanos nem com o produto à
base de silicatos. Esses materiais foram considerados adequados para a proteção das
superfícies de concretos cromáticos.
Quadro 6 – Resistência à compressão de concretos moldados com cimentos branco e cinza (CPV).
Norma Concreto com cimento branco Concreto com cimento cinza
Idade
Resistência à IRAM Referência c/ aditivo Referência c/ aditivo
compressão (MPa) 7 dias 32,4 0,8 35,51,3 26,81,0 34,71,4
1546
28 dias 35,6 1,2 48,11,7 31,71,6 38,01,2
Fonte: Benitez et al (2003)
Quadro 7 – Resistência à compressão de concretos moldados com cimentos branco e cinza (CPV).
Norma
Idade Concreto com cimento branco Concreto com cimento cinza
IRAM
Resistência à 3 dias 45,4 0,1 37,70,6
compressão
(MPa) 7 dias 56,0 1,2 47,90,6
1546
28 dias 60,0 3,9 53,4 2,7
Fonte: Benitez et al (2002)
Conforme os autores, esses valores de resistência poderiam ser considerados
comparáveis em função da diferença obtida na relação água/cimento, menor no caso do
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concreto produzido com cimento branco, já que esta relação variou em virtude da fixação do
abatimento.
Quando comparou concretos com emprego de cimento cinza e de cimento branco,
com mesma relação água/cimento de 0,55, Katz (2002) obteve resultados significativamente
maiores para os concretos moldados com cimento branco. Os valores de resistência
mecânica encontrados podem ser visualizados no Quadro 8.
Quadro 8 – Propriedades mecânicas de concretos moldados com cimento branco e cinza (KATZ, 2002).
Concreto com Concreto com
Idade
cimento branco cimento cinza
Resistência à 7 dias 36,8 21,6
compressão
(MPa) 28 dias 42,1 34,6
90 dias 58,9 -
Resistência à Flexão (MPa) 6,7 6,1
Resistência ao cisalhamento (MPa) 5,0 3,3
Módulo de elasticidade (Gpa) 23,1 22,7
40
35
fc (MPa)
30
25
CP-V
20 CP-B1
CP-B2
CP-B3
15
3 dias 14 dias 28 dias CP-B4
Idade
23
Instituto Brasileiro do Concreto – Livro CONCRETO: CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Figura 31 – Resistência à compressão em função da interação entre o tipo de cimento e a idade (KIRCHHEIM,
2003).
55
50
Resistência à compressão (MPa)
45
40
35
sem adição
30
5% sílica ativa
24
25
3 7 28
Idade (dias)
Instituto Brasileiro do Concreto – Livro CONCRETO: CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Módulo de
Resistência à
deformação
compressão (MPa)
(Gpa)
agregado a/agl
graúdo/ Sílica 0,42 0,51 0,60 0,42 0,51 0,60
miúdo ativa
calcário/ 0% 63,8 47,2 37,1 41,2 33,7 28,4
calcário 5% 73,6 45,1 40,5 43,1 35,8 28,7
basalto/ 0% 49,9 39,9 29,0 43,7 33,4 33,8
calcário 5% 65,3 49,3 31,0 44,5 36,8 30,6
calcário/ 0% 51,2 38,9 31,0 39,2 31,9 30,4
areia 5% 61,9 44,2 31,1 36,2 35,6 37,1
0% 48,2 37,7 27,2 43,1 33,3 31,7
basalto/areia
5% 53,5 39,3 29,4 42,2 35,1 29,7
46.4.2 Durabilidade
A avaliação da durabilidade de um concreto é uma atividade complexa. Efeitos físicos,
químicos e mecânicos interferem no desempenho quanto à durabilidade, muitas vezes
atuando sinergicamente. Poucos estudos de durabilidade já foram realizados avaliando
concretos brancos. São descritos, a seguir, os principais resultados obtidos até o momento.
25
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0,12
cpv
0,1 cpb1
cpb2
TA [(g/cm² * h1/2)]
0,08 cpb3
cpb4
0,06
0,04
0,02
0
0,4 0,5 0,6
a/c
Figura 33 – Taxa de absorção de concretos executados com cimentos cinza e brancos (KIRCHHEIM,
2003).
26
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Figura 34 – Taxa de absorção da interação entre o percentual de adição e o tipo de adição (KIRCHHEIM et
al (2004e).
As menores taxas foram observadas nas argamassas moldadas com sílica ativa.
Destaca-se a redução significativa da taxa nas argamassas com sílica ativa em teores
elevados (5%, 7,5% e 10%), quando comparada às argamassas com adição de metacaulim
nesses mesmos teores. Para teores abaixo de 5%, não houve diferença representativa.
Barin (2008) analisou o desempenho de diferentes misturas de concretos produzidos
com cimento Portland branco com altos teores de escória de alto-forno, com e sem ativador
químico sulfato de sódio (Na2SO4), frente à absorção capilar. Foram adotados os teores de
adição de escória de 0% e 50%, sem e com ativador químico, nos teores de 4% e 7%. Para
cada mistura, três relações água/aglomerante (0,30, 0,42 e 0,55) foram utilizadas. Os
resultados obtidos indicam que a absorção capilar diminui com o aumento no teor de adição
de escória, em decorrência do fenômeno de refinamento dos poros.
27
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5500
5000
4500
Carga Passante (Coloumbs)
4000
3500
3000
2500
2000
1500
0,42
1000
0,51
0% 5%
0,60
a/c
Figura 35 – Penetração de íons cloreto em concretos brancos com adição de sílica ativa (KIRCHHEIM et al.,
2004c).
28
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16
Profundidade de Carbonatação (mm)
CPV
14
CPB1
12 CPB2
CPB3
10
CPB4
8
0
0.3 0.4 0.5 0.6 0.7
Relação água/cimento
Figura 36 – Curva prevista para profundidade de carbonatação de concretos confeccionados com cimentos
cinza e branco (KIRCHHEIM, 2003).
29
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Idade (dias)
CPB CPC CPB CPC CPB CPC
(mm)
30
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46.4.2.6 Retração
31
Instituto Brasileiro do Concreto – Livro CONCRETO: CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Figura 37 – Variação dimensional restringida do concreto com e sem a presença de óxido de cálcio e aditivo
anti-retração (PASSUELO et al., 2007).
32
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redução da retração restringida, e o uso combinado de óxido de cálcio com este aditivo foi
capaz de eliminá-la completamente.
O resultado da diminuição da retração do concreto é a redução da fissuração nas
estruturas. Isso acontece porque o desenvolvimento das tensões internas, provocadas pela
restrição da redução de volume, ocorre de forma mais lenta, dando, dessa forma, ao material
condições de desenvolver a sua capacidade mecânica. Assim, a resistência à tração do
concreto situa-se, por um período de tempo mais longo, em faixas superiores ao valor da
tensão de tração interna gerada na retração.
Passuello (2009) e Passuelo et al. (2009) mostrou a eficiência de aditivos SRA na
redução da abertura de fissuras de concretos convencionais. Os estudos dos pesquisadores,
que utilizaram o ensaio do anel sugerido pelas normas regulamentadoras americanas,
demonstraram uma redução aproximada de 40% na abertura de fissura quando 1% de
aditivo do tipo SRA foi adicionado à mistura de concreto. Além disso, os estudos avaliaram o
potencial da redução de fissuração quando fibras são utilizadas, bem como a sua
combinação com aditivos redutores de retração.
A ideia de utilizar fibras para reduzir as fissuras no concreto é propiciar uma maior
resistência à frágil matriz cimentícia, permitindo que os esforços de tração gerados possam
ser transferidos entre as fissuras, reduzindo, dessa maneira, o aumento das aberturas. A
intenção dos pesquisadores foi justamente modificar as duas características do concreto que
influenciam o desenvolvimento da fissuração, a retração e a fragilidade do material. O
resultado foi satisfatório, visto que a redução obtida na abertura das fissuras, medidas após
30 dias, foi superior a 88% quando microfibras e aditivos do tipo SRA foram utilizados
concomitantemente.
33
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3
Para informações mais detalhadas sobre Concretos autoadensáveis, consultar o Capítulo 48.
34
Instituto Brasileiro do Concreto – Livro CONCRETO: CIÊNCIA E TECNOLOGIA
aderidos à fôrma endurecem e perdem umidade, ficando com uma coloração mais clara em
relação ao concreto lançado em um segundo momento. A recuperação posterior desse tipo
de defeito é de difícil solução, pois resíduos de argamassas são incorporados na massa de
concreto, aparecendo como machas superficiais não passíveis de remoção.
Barras protegidas com pinturas do tipo epóxi, à base de zinco ou então galvanizadas
(Figura 41), além de prevenirem a corrosão da armadura, também evitam que a oxidação
e/ou corrosão, que normalmente ocorre nas armaduras deixadas expostas à umidade no
canteiro de obras, provoque manchas de escorrimento no concreto (Figura 42) durante a
execução da estrutura. As armaduras devem ser armazenadas em áreas cobertas e
elevadas do pavimento, de modo a evitar sujeiras e oxidação. O aço deve estar
completamente limpo, pois a presença de óleos, argila, lama, ferrugem ou outras impurezas
pode contaminar a superfície do concreto. Mesmo que todas essas precauções sejam
tomadas, faz-se obrigatória a pintura das armaduras de espera.
Para que o cobrimento especificado seja garantido, devem ser utilizados espaçadores
apropriados. Sugere-se que estes tenham o mínimo contato possível com a superfície do
concreto e, se possível, sejam feitos com material semelhante ao concreto executado. Na
Figura 40, pode-se observar um exemplo utilizado na obra do Museu Iberê Camargo, em
Porto Alegre, RS, onde o espaçador de argamassa, com o mesmo proporcionamento do
concreto, foi moldado em uma fôrma semicircular plástica.
Figura 41 – Detalhe da barra galvanizada dobrada Figura 42 – Aspecto das manchas por oxidação da
protegida com produto à base de zinco. armadura em superfície de concreto branco.
35
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(a) fôrmas de plástico lisa com impressão (b) impressão dos veios da madeira
de negativos nas fôrmas empregada nas fôrmas
Figura 43 – Aparência do concreto frente aos diferentes tipos de fôrmas (ALBOORG,
2006)
36
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Figura 46 – Detalhe de zonas com fuga de nata. Figura 47 – Detalhe do escoramento e fôrmas.
37
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Figura 49 – Aspectos da técnica de construção empregada no Museu Iberê Camargo – escoras (cortesia:
Fundação Iberê Camargo).
4
Para mais detalhes sobre água na cura do concreto, consultar o Capítulo 9.
38
Instituto Brasileiro do Concreto – Livro CONCRETO: CIÊNCIA E TECNOLOGIA
46.6 Manutenção
Uma grande vantagem na utilização de concreto branco é o baixo custo de
manutenção, a qual pode ser feita com uma lavagem com jato de água de intensidade
controlada, geralmente com o auxílio de soluções de limpeza.
46.7 Tendências
Nos últimos anos, alguns países na Europa concentraram suas pesquisas no
desenvolvimento de materiais construtivos capazes de autoeliminar da sua superfície alguns
tipos de gases liberados no processo de poluição. A intenção dessas pesquisas tem sido
desenvolver produtos que, além de reduzir as atividades e os custos de manutenção das
estruturas, contribuem na melhoria da qualidade do ar, garantindo, dessa forma, a presença
de ambientes mais saudáveis e autossustentáveis.
A técnica utilizada foca no processo da fotocatálise, que, mediante a presença da luz
do sol, acelera o processo de oxidação que normalmente ocorre na natureza. Um exemplo
do processo é a fotossíntese realizada pelas plantas, que absorvem o CO2 presente na
39
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40
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