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FICHAMENTO

AS FORMAS DO SILÊNCIO
Eni Orlandi.

“meio plágio”… porque são falas que, embora tenham esse viés de origem, têm
particularidades que as situam inteiramente como cópias… p. 136.

o que se passa na região específica da produção do discuso científico e do apagamento


do já-dito que estamos procurando compreender como meio-plágio?
Pode-se considerá-lo um subproduto do silenciamento necessário… porque, ao se
inscrever na ordem do discurso científico, em que as citações têm uma função de filiar
sentidos… ao mesmo tempo em que apaga as filiações, esse discurso, o do meio-plágio,
ganha seus sentidos particulares: ele silencia seu trajeto, cala a voz do outro que ele
retoma… p. 137

ao se dizer algo, apaga-se necessariamente a possibilidade de que se diga outra coisa


naquele lular. p.138

ao dizer o já dito (localizado) sem citar, o meio-plágiador intervém no movimento que faz a
história, a trajetória dos sentidos (nega o percurso já feito) e nos processos de
identificação (nega o percurso já feito) e nos processos de identificação (nega a
identidade ao outro). p. 139.

- meio-plagiador ou silenciador, ao silenciar a origem da ideia que trabalha, ele censura,


porque produz um mecanismo que desconhece que os sujeitos e os sentidos significam
de outras maneiras. Estanca assim o fluir histórico do sentido… p. 140.

é um aforma de o novo, desrespeitosamente, deslocar o velho...p. 141. (Aristóteles


desrespeitando os Egípcios).

O mecanismo de não-citar produz o lugar (da falta) do dizer como lugar possível quandoo,
na realidade, esse lugar já está realizado (cheio)… é pois uma forma ideológica de
apagamento da materialidade histórica do dizer. Nega a memória. Destitui o saber
discursivo de seu domínio e trafica com a ideia de novidade. p. 142-143

o meio-plágio, ao se produzir omo uma negação da filiação histórica, individualiza a


memória e perde a capacidade de, ao retomar, deslocar. Só retoma. p. 143-144.

- Se ao falar sempre afastamos sentidos não-desejados, para compreender um discurso


devemos perguntar sistematicamente o que ele “cala”. p. 152.

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