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As formas do silêncio

Silêncios e resistência
UM ESTUDO DA CENSURA
O discurso

 A referência é ideológica
 Trabalha-se as contradições dos sentidos
 A constituição do sujeito: apagamento ( esquecimento e paráfrase)
Silêncio e resistência

 Censura : como fato de linguagem, produzindo efeitos de sentido pela clivagem


que a imposição de uma divisão entre sentidos permitidos d proibidos produz no
sujeito.
 Censura e recusa de se submeter a ela: diferentes formas do silêncio trabalhar os
processos de produção de sentidos
 O parafrástico e o polissêmico
Conteudismo

 Constituição imaginaria dos processos de produção dos sentidos


 Relação entre pensamento, linguagem e mundo
 Relação natural entre palavras e coisas
 Relação entre verdadeiro/falso no domínio da produção de sentidos
 Injunção à interpretação : hábito de definir os sentidos pelos seus conteúdos
Análise do discurso
 Não há discurso sem sujeito, nem sujeito sem ideologia
 Não se prender aos conteúdos: entender como os textos produzem sentidos, percebendo a ideologia
como processo de produção de um imaginário.
 Sujeitos condenados a significar: a interpretação sempre regida por condições de produção
específicas, mas que aparecem como universais e eternas, dando a impressão de sentido único e
verdadeiro.
 ideologia: representa a saturação que produz o efeito de “evidência” ( o já dito ).
 Ideologia: não é ocultação, mas interpretação de sentido encerra direção, direção está determinada
pela história.
Análise do discurso
Entre a linguística e ciências sociais
 Língua-espuma : vazia, de uso imediato, não ecoa sentidos.
 ( língua falada pela ditadura)
 O samba-duplex : dizendo o que é proibido
 A censura

 Todos fazem parte do mesmo processo de produção de sentidos inserido num


momento histórico dado.
A análise

O poder se exerce acompanhado de um certo silêncio


• O silêncio da opressão
• O silêncio do oprimido
O silêncio não fala, ele significa
• Silencio fundador: torna a significação possível
• A política do silêncio: o construtivo
o local: a censura
O silêncio não é ausência de palavras, mas impede a sustentação de outro discurso!
 Implícito: é o não-dito que se define em relação ao dizer.
 O silêncio: é aquilo que é apagado, excluído.

O silêncio trabalha a o jogo da construção de sentidos e da identificação do sujeito

• Sujeito: abriga opacidade e contradições


• Autor: é visível, tem um compromisso com clareza e coerência
Autoria e censura

 Censura: é a interdição da inscrição do sujeito em formações discursivas


determinadas
• Proíbe-se certos sentidos porque impede o sujeito de ocupar certos lugares, certas
posições.
 A identidade: é um movimento ( a censura afasta esse movimento é impede o
sujeito de se representar no autor
 O silêncio da censura não significa que o sujeito não tem informações, mas
interdição.
Discurso social e resistência

 Maingueneau, 1984
 O discurso está ligado ao grupo social que o sustenta , chamado de prática
discursiva. O autor é a personagem do discurso que tem função coisas e que é tido
por estar na origem do discurso.
 Autor, povo e discurso social

• A censura trabalha sobre o conjunto dizível,


• Produz uma retórica de resistência
• A política do silêncio se instala
• Censura e resistência trabalham a mesma região de sentidos
Corpus

1. Vazios (silêncio) no jornal


2. Na literatura
3. Nas atividades militares
4. O “não me comprometa”
5. MPB
Manifestações da identidade
Formas de resistência
• Cor amarela *
substituição
• Ruído *
repetição
• Buzinaço *
rima e anagrama
• Deslocamentos de sentidos * metáforas
• Canta o amor/outra coisa * natureza (bico-calado)
• História metaforizada * intertextualidade
• Canta lendas nacionais * resistência operária
• Canta outras línguas
• Canta mulheres/sentidos políticos
Sentidos que migram

 Os estereótipos são pontos de fuga de sentidos:


• É o lugar onde o sujeito resiste, encontra espaço para trabalhar sua diferença e
seus outros sentidos.
• O sujeito protege sua identidade no senso comum, ele não parece, diluindo-se na
universalidade indistinta.
• Não há censura eficaz
• Verdadeiro e falso? Não há evidência, só posicionamento
• Diante da censura há migração de sentidos

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