Você está na página 1de 11

A OBRIGATORIEDADE DO USO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO

INDIVIDUAL (EPI)

Yuri da Silva Guimarães 1


2
Prof. Me. Julio Cesar Raymundo

RESUMO

A finalidade deste trabalho é tratar da obrigatoriedade do uso de EPI para a segurança do


trabalhador. Um dos maiores obstáculos quando se fala em EPI é demonstrar para o
trabalhador a sua importância. Neste aspecto, cabe ao empregador fornecer, fiscalizar e exigir
seu uso, orientando e treinando o trabalhador para o uso adequado do material de proteção
fornecido. É preciso conhecer os diversos equipamentos de proteção individual e sua
finalidade em âmbitos diferentes de trabalho, demonstrando que seu uso é imprescindível para
o desenvolvimento da indústria brasileira. O objetivo no uso de EPI é proteger e preservar a
saúde do trabalhador, a fim de evitar mal maior, qual seja, o acidente no trabalho que gera
imensos inconvenientes tanto para o trabalhador quanto para o empregador.

PALAVRAS-CHAVES: Equipamento de Proteção Individual. Obrigatoriedade. Proteção.

ABSTRACT
The purpose of this work is to treat the compulsory use of PPE for worker safety. One of the
biggest obstacles when it comes to EPI is to demonstrate to the worker to its importance. In
this aspect, it is up to the employer to provide, supervise and require its use, guiding and
training the worker for the appropriate use of protective material provided. It is necessary to
know the various individual protection equipment and their purpose in different scopes of
work, demonstrating that its use is essential for the development of Brazilian industry. The
objective in the use of PPE is to protect and preserve the health of the worker, in order to
avoid greater evil, that is, the accident at work that generates huge drawbacks for both the
worker and the employer.
KEYWORDS: Personal Protective Equipment. Mandatory. Protection.

1
. Gr a duan do em T ecn ol ogi a em Gest ã o P or t uá ri a pel a Fa t ec Ru ben s La r a – Ba i xa da
Sa n ti st a .
2
. Mestre Or i en t a dor Aca dêm i c o da Fa t ec Ru ben s La r a – Ba i xa da San t i st a.
INTRODUÇÃO

Conforme o artigo que se apresentará, cujo tema é “A Obrigatoriedade do Uso de


Equipamentos de Proteção Individual (EPI)”, veremos que a segurança do trabalhador é
preocupação histórica. Após anos de discussão, chegou-se a conclusão de que o empregador
tem o dever legal de fiscalizar o uso dos equipamentos fornecidos, sendo dele a
responsabilidade civil de indenizar caso o trabalhador sofra alguma lesão em decorrência da
não utilização. Já o trabalhador, caso insista em não utilizar os equipamentos de proteção
individual fornecidos pelo empregador, de forma reiterada, pode sofrer, inclusive com a
rescisão por justa causa pelo não uso do EPI.
Na definição da NR 6 do Ministério do Trabalho, é considerado Equipamento de
Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo
trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no
trabalho.
Assim, o uso de EPI se mostra preventivo com o fim de evitar situações que coloquem
em risco a segurança e a saúde do trabalhador em seu ambiente de trabalho.
O termo prevenção traz a idéia de antecipar-se, chegar antes, de ação que impede a
ocorrência de um mal, de tomar medidas antecipadas contra algo ou alguém. Portanto, este é o
sentido que esta palavra empregará no uso de EPI.
O professor Édis Milaré, no que se refere à etimologia, assim se refere:
“Prevenção é substantivo do verbo prevenir, e significa ato ou efeito de
antecipar-se, chegar antes; induz uma conotação de generalidade, simples
antecipação no tempo, é verdade, mas com intuito conhecido. Precaução é
substantivo do verbo precaver-se (do Latim prae = antes e cavere = tomar
cuidado), e sugere cuidados antecipados, cautela para que uma atitude ou
ação não venha a concretizar-se ou a resultar em efeitos indesejáveis. A
diferença etimológica e semântica (estabelecida pelo uso) sugere que a
prevenção é mais ampla do que precaução e que, por seu turno, precaução é
atitude ou medida antecipatória voltada preferencialmente para casos
concretos.” (Milaré, Édis. RT. 2005)
Quanto à proteção do trabalhador, o Direito do Trabalho dispõe, entre seus princípios,
o da proteção. O Princípio da Proteção é ferramenta fundamental no que tange à busca da
tutela jurisdicional pelo trabalhador.

O professor Américo Plá Rodrigues, no que se refere a este princípio, assim dispõe:
“Se refere o princípio da proteção ao critério fundamental que orienta o
Direito do Trabalho, pois este, ao invés de inspirar-se num propósito de
igualdade, responde ao objetivo de estabelecer um amparo preferencial a
uma das partes: o trabalhador.” (Plá Rodrigues, Américo. Princípios do
Direito do Trabalho. LTr. 1978)
No Brasil, no ano de 1956 consolidou-se a implantação de indústrias de bens duráveis,
sobretudo de eletrodomésticos e veículos, passando o país para a era da industrialização. Estas
mudanças fizeram com que o trabalhador se especializasse em atividades que exigiam um
maior aprimoramento técnico, e por outro lado, passasse a correr maiores riscos, ficando
exposto a lesões e acidentes que colocavam em risco sua saúde e até mesmo sua vida. Esse
cenário despertou o governo, empregadores e empregados para a necessidade de encarar a
importância da prevenção de acidentes. Assim, o EPI começou a ganhar destaque como
principal aliado em prol da preservação da vida do trabalhador e evoluiu significativamente
com o passar dos anos.
Os primeiros equipamentos usados no Brasil, entre os anos 40 e 50, em sua maior
parte, foram importados da Europa.
Com o passar do tempo, o aprimoramento do material de proteção individual, bem
como das fábricas que produzem tais materiais foi necessária para a implantação definitiva no
Brasil do uso dos equipamentos de proteção individual. Com isto surgiram conflitos entre
empregados e empregadores quanto à exigência e fiscalização do uso destes equipamentos.
Após anos de discussão, chegou-se a conclusão de que o empregador tem o dever legal
de fiscalizar o uso dos equipamentos fornecidos, sendo dele a responsabilidade civil de
indenizar caso o trabalhador sofra alguma lesão em decorrência da não utilização. Já o
trabalhador, caso insista em não utilizar os equipamentos de proteção individual fornecidos
pelo empregador, de forma reiterada, pode sofrer, inclusive com a rescisão por justa causa
pelo não uso do EPI.
A configuração da necessidade do uso de EPI se dará nos casos em que a atividade
exercida pelo empregado demonstre real necessidade de proteção auxiliar, ficando
caracterizada, assim, a obrigatoriedade do fornecimento dos Equipamentos de Proteção
Individual pela empresa aos seus empregados.
O item 6.4. da NR 6, estabelece que atendidas as peculiaridades de cada atividade
profissional, e observado o disposto no item 6.3, o empregador deve fornecer aos
trabalhadores os EPI adequados, de acordo com o disposto no ANEXO I daquela NR.
Diante do acima, o artigo apresentado nos mostrará que os objetivos do uso dos
Equipamentos de Proteção Individual são basicamente preventivos e protetivos, estando sua
atenção voltada para evitar o dano ao trabalhador.
O bom relacionamento entre os indivíduos e os equipamentos de proteção, quando
bem delineados, fazem com que haja um ambiente com maior desempenho e com mais
segurança e conforto ao trabalhador em seu ambiente de trabalho, evitando, assim, muitas
perdas tanto para a empresa quanto para o funcionário.

1. SUJEITOS DO CONTRATO DE TRABALHO

A CLT apresenta, em seus artigos 2º e 3º, duas figuras que atuam como sujeitos do
contrato de trabalho, o empregador e o empregado.
Segundo o artigo 3º da CLT, empregado é conceituado da seguinte forma:
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza
não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
Já o conceito de empregador está estabelecido no artigo 2º da CLT, como segue:
Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo
os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
O § 1º do artigo 2º ainda dispõe que: “ Equiparam-se ao empregador, para os efeitos
exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as
associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores
como empregados.”
Uma vez estabelecidos os conceitos dos sujeitos do contrato de trabalho, nos atemos
ao conceito de EPI.

2. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI

O conceito de EPI está previsto na Norma Regulamentadora nº 6 do Ministério do


Trabalho, conforme abaixo:
NR 6. Item 6.1 Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora -
NR, considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo
dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador,
destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde
no trabalho.
São considerados Equipamentos de Proteção Individual, entre outros: luvas, máscaras,
protetores auriculares (tipo concha ou plug), capacetes, óculos, calçados, vestimentas etc.
Os equipamentos só podem ser postos à venda após serem previamente aprovados pela
autoridade administrativa competente. Somente após esta aprovação é que eles se tornam
obrigatórios.
Caso a atividade exercida pelo empregado demonstre real necessidade de proteção
auxiliar, isto caracterizará a obrigatoriedade do fornecimento dos Equipamentos de Proteção
Individual pela empresa aos seus empregados.
Conforme estabelece o artigo 156 da CLT, o órgão competente para promover a
fiscalização das normas, adotar medidas de segurança, e impor penalidades relativas ao
descumprimento de normas de segurança, é a Delegacia Regional do Trabalho e Emprego,
dentro dos limites de sua jurisdição.

3. OBRIGAÇÕES DO EMPREGADOR

O empregador assume responsabilidades quanto à integridade física do empregado


assim que o contrata. Neste passo, o empregador deve obedecer todos os requisitos legais
pertinentes a segurança e medicina do trabalho para não sofrer penalidades pelo não
cumprimento das medidas de segurança.
Conforme determina o artigo 166 da CLT, abaixo transcrito, quando as medidas de
prevenção de acidentes não são suficientes para a efetiva proteção dos empregados, se faz
necessário o fornecimento dos EPIs pela empresa ao seu empregado.
Art. 166 da CLT - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados,
gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em
perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de
ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e
danos à saúde dos empregados.
O empregador, segundo a NR nº 6, na empresa cuja atividade do empregado necessite
do uso de Equipamento de Proteção Individual, deverá cumprir as seguintes obrigações,
segundo a legislação específica:
NR6. Item 6.6 Responsabilidades do empregador.
6.6.1 Cabe ao empregador quanto ao EPI:
a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e
conservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros,
fichas ou sistema eletrônico.
Porém, mesmo após oferecer ambiente de trabalho adequado e EPI, isto não retira do
empregador a responsabilidade em relação às normas de segurança e medicina do trabalho.
O artigo 157 da CLT dispõe sobre a necessidade da empresa de cumprir e fazer
cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho, além de instruir os empregados
quanto às precauções a serem tomadas para evitar acidentes, bem como adotar as medidas e
facilitar a fiscalização pelo órgão regional competente.
Ao empregador cabe impor o uso efetivo do EPI, sob pena de não se eximir do
pagamento do adicional de insalubridade, conforme dispõe a Súmula 289 do TST.
TST Enunciado nº 289 - Fornecimento do Aparelho de Proteção do
Trabalho - Adicional de Insalubridade - O simples fornecimento do
aparelho de proteção pelo empregador não o exime do pagamento do
adicional de insalubridade, cabendo-lhe tomar as medidas que conduzam à
diminuição ou eliminação da nocividade, dentre as quais as relativas ao uso
efetivo do equipamento pelo empregado.
Conforme dito, o EPI só pode ser vendido e utilizado após obter o certificado de
aprovação do Ministério do Trabalho. A responsabilidade na observância desta norma é do
empregador sob pena de pagar ao empregado o adicional de insalubridade, mesmo
fiscalizando o uso do EPI fornecido, caso este não seja certificado.
Cabe salientar que os Equipamentos de Proteção Individual devem ser fornecidos
mediante recibo firmado pelo trabalhador.
Segundo Valentin Carrion, a não observância das obrigações pertinentes ao
empregador acarretará nas seguintes consequências:

“A omissão do empregador na adoção de medidas tendentes à prevenção de


acidentes pode ocasionar, de acordo com a gravidade ou repetição dos fatos,
consequências jurídicas diversas: a) nas relações individuais de trabalho, o
direito do empregado de rescindir o contrato de trabalho por culpa do
empregador, com base no art. 483, “c” ou “d” (v. art. 483/3 e 4); b) no
campo criminal, as penas correspondentes; c) no âmbito civil, a
responsabilidade indenizatória, CF de 1988, art. 7º, XXVIII, além das que
decorrem do seguro obrigatório contra acidentes do trabalho; d) multas
administrativas, na forma do art. 201, e a interdição do estabelecimento (art.
161).” (Carrion, Valentin. Comentários a Consolidação das Leis Trabalhistas
– 31 ed. – São Paulo. Saraiva, 2006).

Assim, o empregador ao fornecer os Equipamentos de Proteção Individual e fiscalizar


seu uso, se eximem do pagamento do adicional de insalubridade, além de outras penalidades.

4. OBRIGAÇÕES DO EMPREGADO

Apesar dos benefícios que o uso dos Equipamentos de Proteção Individual traz para os
empregados, muitos se negam a utilizá-los o que pode trazer prejuízos para a saúde do
empregado e para a empresa.
A legislação trabalhista impõe aos empregados algumas obrigações a serem
cumpridas, sob pena de responderem pelos atos cometidos de acordo com sua gravidade.
A Norma Regulamentar nº 6, no que diz respeito ao uso do EPI pelos empregados,
assim dispõe:
NR 6. Item. 6.7 Responsabilidades do trabalhador.
6.7.1 Cabe ao empregado quanto ao EPI:
a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para
uso; e,
d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
Caso o empregado não cumpra o estabelecido pela NR nº 6, cometerá ato faltoso
previsto no item “b”, § único, do artigo 158 da CLT, abaixo transcrito:
Art. 158 da CLT. Cabe aos empregados:
(...)
Parágrafo único - Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada:
a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item
II do artigo anterior;
b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa.
Assim, o empregado que injustificadamente se recuse a usar EPI que lhe foi fornecido,
incorre em ato faltoso, podendo este resultar em dispensa por justa causa.
Nesta linha de pensamento, Russomano disciplina:
O uso dos equipamentos será obrigatório em dois sentidos: a) para o
empregador, compelido a fornecê-los gratuitamente (art. 166); b) para o
empregado, jungido ao dever de usá-los, porque, mesmo contra sua vontade,
é necessário protegê-lo ante os riscos derivados do trabalho. Considera-se,
inclusive, justa causa para despedida a infração dessa norma (art. 158,
parágrafo único, alínea b). (Russomano, Mozart Vitor. Comentários à
Consolidação das Leis do Trabalho – 17ª ed. – Rio de Janeiro. Ed. Forense,
1997).
O professor Martins, na mesma linha, assim entende:.
Constitui justa causa para despedimento do empregado a não observância
das normas de segurança e medicina do trabalho e o não uso dos
equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa (art. 158,
parágrafo único, da CLT). (Martins, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho – 24
ed. – São Paulo. Atlas, 2008).
Porém, cumpre salientar que não são todos os casos de não uso do EPI que resultarão
em dispensa por justa causa. É preciso também, verificar o correto procedimento da empresa
em relação ao fornecimento, instruções e fiscalização do uso do EPI.
Assim, para caracterizar a justa causa o empregador deve cumprir com suas
obrigações e o empregado, por sua vez, deixar de cumprir com a sua, qual seja, o não uso dos
Equipamentos de Proteção Individual de forma injustificada.

5. TIPOS DE EQUPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Ressalta-se abaixo alguns tipos de equipamentos de proteção no mercado, autorizados


para a venda, para as mais diversas profissões, segundo a NR 6 da Secretaria Especial de
Relações de Trabalho o Ministério da Economia e seu anexo, conforme se verifica abaixo:
PROTEÇÃO DA CABEÇA: Capacete de proteção tipo aba frontal
(jóquei) / Capacete de proteção tipo aba total → Utilizado para
proteção da cabeça do empregado contra agentes metereológicos
(trabalho a céu aberto) e trabalho em local confinado, impactos
provenientes de queda ou projeção de objetos, queimaduras, choque
elétrico e irradiação solar.
Capacete de proteção tipo aba frontal com viseira → Utilizado para
proteção da cabeça e face, em trabalho onde haja risco de explosões
com projeção de partículas e queimaduras provocadas por abertura de
arco voltaico.

PROTEÇÃO DOS OLHOS E FACE: Óculos de segurança para


proteção (lente incolor) / Óculos de segurança para proteção (lente
com tonalidade escura) → Utilizado para proteção dos olhos contra
impactos mecânicos, partículas volantes e raios ultravioletas.

PROTEÇÃO AUDITIVA: Protetor auditivo tipo concha →


Utilizado para proteção dos ouvidos nas atividades e nos locais que
apresentem ruídos excessivos.
Protetor auditivo tipo inserção (plug) →
Utilizado para proteção dos ouvidos nas atividades e nos locais que
apresentem ruídos excessivos

PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA: Respirador purificador de ar


(descartável) / Respirador purificador de ar (com filtro) / Respirador
de adução de ar (máscara autônoma) → Utilizado para proteção
respiratória em atividades e locais que apresentem tal necessidade, em
atendimento a Instrução Normativa Nº1 de 11/04/1994.

PROTEÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES: Luva isolante de


borracha → Utilizada para proteção das mãos e braços do empregado
contra choque em trabalhos e atividades com circuitos elétricos
energizados.
** Tipos / Contato /
Tarja
Classe 00 500V
Bege
Classe 0 1000V
Vermelha
Classe I 7,5 kV
Branca
Classe II 17 kV
Amarela
Classe III 26,5 kV
Verde
Classe IV 36 kV
Laranja
Luva de cobertura para proteção da luva isolante de borracha →
Utilizada exclusivamente como proteção da luva isolante de borracha.

Luva de proteção em raspa e vaqueta → Utilizada para proteção das


mãos e braços do empregado contra agentes abrasivos e escoriantes.

Luva de proteção em vaqueta → Utilizada para proteção das mãos e


punhos contra agentes abrasivos e escoriantes.

Luva de proteção tipo condutiva → Utilizada para proteção das mãos


e punhos quando o empregado realiza trabalhos ao potencial.

Luva de proteção em borracha nitrílica → Utilizada para proteção das


mãos e punhos do empregado contra agentes químicos e biológicos.

Luva de proteção em PVC (Hexanol) →Utilizada para proteção das


mãos e punhos do empregado contra recipientes contendo óleo, graxa,
solvente e ascarel.

Manga de proteção isolante de borracha →Utilizada para proteção do


braço e antebraço do empregado contra choque elétrico durante os
trabalhos em circuitos elétricos energizados.

Creme protetor para a pele →Utilizado para proteção das mãos e


braços contra agentes químicos.

PROTEÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES: Calçado de


proteção tipo botina de couro → Utilizado para proteção dos pés
contra torção, escoriações, derrapagens e umidade.

Calçado de proteção tipo bota de couro (cano médio) → Utilizado


para proteção dos pés e pernas contra torção, escoriações, derrapagens
e umidade.

Calçado de proteção tipo bota de couro (cano longo)→ Utilizado para


proteção dos pés e pernas contra torção, escoriações, derrapagens,
umidade e ataque de animais peçonhentos.

Calçado de proteção tipo bota de borracha (cano longo) → Utilizado


para proteção dos pés e pernas contra umidade, derrapagens e agentes
químicos agressivos.

Calçado de proteção tipo condutivo → Utilizada para proteção dos pés


quando o empregado realiza trabalhos ao potencial.

Perneira de segurança → Utilizada para proteção das pernas contra


objetos perfurantes, cortantes e ataque de animais peçonhentos.
VESTIMENTAS DE SEGURANÇA: Blusão em tecido
impermeável / Calça em tecido impermeável → Utilizada para
proteção do corpo contra chuva, umidade e produto químico.

Vestimenta de proteção tipo apicultor → Utilizada para proteção


contra picadas de abelhas, vespas, marimbondos, etc

Vestimenta de proteção tipo condutiva → Utilizada para proteção do


empregado quando executa trabalhos ao potencial.

SINALIZAÇÃO: Colete de sinalização refletivo → Utilizado para


sinalização do empregado facilitando a visualização de sua presença,
quando em trabalhos nas vias públicas.

Colete salva-vidas (aquático) → Utilizado para proteção do


empregado contra submersão, facilitando sua visualização.

PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS COM DIFERENÇA DE


NÍVEL: Cinturão de segurança tipo pára-quedista → Utilizado para
proteção do empregado contra quedas em serviços onde exista
diferença de nível.

Talabarte de segurança tipo regulável /Talabarte de segurança tipo Y


com absorvedor de energia → Utilizado para proteção do empregado
contra queda em serviços onde exista diferença de nível, em conjunto
com cinturão de segurança tipo pára-quedista e mosquetão tripla trava.
Dispositivo trava-quedas → Utilizado para proteção do empregado
contra queda em serviços onde exista diferença de nível, em conjunto
com cinturão de segurança tipo pára-quedista.

PROTEÇÃO PARA A PELE: Creme protetor solar → Utilizado


para proteção do empregado contra ação dos raios solares.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se com o artigo apresentado, que o uso dos Equipamentos de Proteção


Individual só deverá ser feito quando as medidas de proteção coletiva não forem viáveis e
eficientes o suficiente para a atenuação dos riscos e quando não ofereçam completa proteção
contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou doenças profissionais e do trabalho.
Conforme se verificou, a empresa é obrigada a fornecer aos empregados,
gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento.
Os EPIs, tanto de fabricação nacional quanto importado, só poderão ser postos à venda
ou utilizados com a indicação do Certificado de Aprovação, expedido pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e
Emprego.
Verificou-se que houve uma evolução temporal em relação à legislação e aos materiais
usados para a confecção dos Equipamentos de Proteção Individual.
Vimos que não basta o fornecimento do EPI ao empregado por parte do empregador,
pois é obrigação deste fiscalizar o empregado de modo a garantir que o equipamento esteja
sendo utilizado. Por outro lado, caso o empregado se recuse injustificadamente a utilizar EPI
fornecido pelo empregador, este corre o risco, observadas as peculiaridades de cada caso, de
ser demitido por justa causa.
Por fim, conclui-se que ao cumprir com suas obrigações em relação a segurança e
medicina do trabalho, a empresa poderá dispensar o empregado que injustificadamente não
fizer uso dos Equipamentos de Proteção Individual.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CARRION, Valentin. Comentários a Consolidação das Leis Trabalhistas. 31. ed. São
Paulo: Saraiva, 2006.

MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

MILARÉ, ÉDIS. RT 2005.

PLÁ RODRIGUES, Américo. Princípios do Direito do Trabalho. LTR, 1978.

RUSSOMANO, Mozart Vitor. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. 17ª. ed.
Rio de Janeiro: Ed. Forense, 1997.

BRASIL. Lei n. 6.514 de 22 de dezembro de 1977.

NR 6 – Equipamento de Proteção Individual – EPI

Site: www.fundacentro.gov.br

Você também pode gostar