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ISSN 2763-678X
JACAREZINHO
2021
COORDENAÇÃO GERAL
Profa. Dra. Flávia Évelin Bandeira Lima Valério
Prof. Dr. Flávio Massami Martins Ruckstadter
COMISSÃO ORGANIZADORA
Prof. Dr. Luís Ernesto Barnabé
Profa. Dra. Marisa Noda
Profa. Dra. Cleonice Elias da Silva
Prof. Dr. Jean Carlos Moreno
Prof. Dr. Antonio Carlos de Souza
Amanda Cristina Medeiros da Silva
COMISSÃO CIENTÍFICA
SECRETARIA GERAL
LIMA-VALÉRIO, F. E. B.
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Apresentação
SUMÁRIO
PROGRAMAÇÃO........................................................................................................ 8
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PROGRAMAÇÃO
09/11/2021 - Terça-feira
13h30 – 17h: Minicursos
• Por uma pedagogia das cartas: um estudo sobre as cartas de Paulo Freire
(Dra. Patrícia Cristina de Aragão Araújo e Ms. Silvano Fidelis de Lira). LINK
DE ACESSO AO MEET: meet.google.com/awh-etuo-nsq
10/11/2021 - Quarta-feira
8h30 - 12h: Minicursos
• História e educação: a oralidade e os tradicionalistas africanos na cultura
Bambara (Ms. Erica da Silva Xavier). LINK DE ACESSO AO MEET:
meet.google.com/nfq-bmat-yyo
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20h - 22h: Mesa-redonda: Paulo Freire e o Ensino de História - Prof.ª Dr.ª Júlia Silveira
Matos (UFRGS), Prof. Dr. Jean Carlos Moreno (UENP), Prof.ª Dr.ª Taíse Ferreira da
Conceição Nishikawa (UENP) - mediadora
Link YouTube: https://youtu.be/1jP_Ad_Wu94
11/11/2021 – Quinta-Feira
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20h - 22h: Mesa-redonda: Política, Educação e Paulo Freire – Profa. Dra. Jaciara de
Sá Carvalho (PPGE-UNESA) e Jason Mafra (Universidade Nove de Julho); Profa. Dra.
Marisa Noda (PPEd/UENP) (mediadora)
Link YouTube: https://youtu.be/whvEfvEOBEI
12/11/2021 – Sexta-Feira
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• SILVA, Anne Caroline Borba da. Praticar lembrar em sala de aula é melhor do
que quais condições? Uma revisão sistemática.
• MIGUEL, José Cláudio de Sene. Prática de lembrar e a aprendizagem de
vocabulário por crianças e adolescentes: revisão sistemática da literatura.
• LIMA, Silvia Bandeira da Silva; LIMA, Walcir Ferreira. Estudo da influência da
variabilidade de prática gímnica sobre o desempenho motor de escolares no
novo primeiro ano do ensino fundamental.
• AZEVEDO, Célio Cezar Vieira. Desenvolvimento motor e desempenho
acadêmico: uma revisão sistemática.
• SILVA, Thais Maria de Souza; CRESPILHO, Daniel Maciel. Ludicidade no
processo de ensino-aprendizagem da dança em aulas remotas de educação
física.
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Marisa Noda
Programa de Pós-Graduação em Educação (PPEd/UENP)
mnoda@uenp.edu.br
Resumo
O presente trabalho tem por objetivo analisar os impactos neoliberais nas políticas
públicas educacionais na década de 1990. Como problemática temos os Parâmetros
Curriculares Nacionais e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394\96,
resultados da influência do neoliberalismo que visam um modelo de sociedade
atendendo a lógica mercadológica para a manutenção da sociedade capitalista, e
partindo do pensamento de Marx e Engles (2010) percebemos que formação para o
mercado de trabalho é dúbia, pois para esses autores é necessário a compreensão
da construção histórica das classes, o que esse viés educacional não possibilita. A
fundamentação teórica metodológica é o materialismo histórico-dialético, pois
partimos de um recorte histórico da década de 1990 para buscar compreender sua
totalidade ideológica, bem como os impactos dessa lógica, assim, essa pesquisa é
bibliográfica qualitativa, embasada nos autores Deitos; Zanardini e Zanardini (2016),
Noma (2011), Fonseca (2009) e Shiroma; Moraes e Evangelista (2011).
Palavras-chave: Neoliberalismo; Políticas-Públicas; Educação.
Introdução
O Brasil na década de 1990, passou por um processo de muitas mudanças.
Nas décadas de 1980 e 1990 tivemos a homologação da Constituição Federal de 1988
e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394 (LDB) de 1996 sob forte influências
do neoliberalismo. Pretendemos questionar: como o neoliberalismo influenciou as
políticas públicas educacionais da década de 1990?
Consideramos que essa pergunta pode nos direcionar para a compreensão do
impacto gerado na educação pública do país. O contexto de 1990 passou por um
momento de reorganização do Estado brasileiro, que se adequava às demandas
impostas pelos organismos multilaterais, que vinham realizando empréstimos para o
Brasil e fazendo exigências da organização econômica. As políticas públicas
educacionais brasileira desse período foram criadas para atender essas questões
econômicas e os interesses dos grupos hegemônicos.
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Objetivo
Analisar os impactos do neoliberalismo nas políticas púbicas no Brasil na
década de 1990.
Metodologia
Esta pesquisa possui uma abordagem qualitativa e bibliográfica, a proposta
teórico metodológica de análise que melhor se adequa ao nosso objetivo é a do
materialismo histórico-dialético, pois partimos de um recorte histórico, a década de
1990, para buscar compreender sua totalidade histórica e ideológica, bem como as
finalidades hegemônicas, os impactos do neoliberalismo nas políticas públicas
educacionais com um ideário capitalista. Tendo em vista os estudos de Marx e Engels
(2010) a luta de classes faz parte da história de todas as sociedades existentes até
hoje:
Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor feudal e servo, mestre de
corporação e companheiro, em resumo, ou opressores e oprimidos em
constante oposição, tem vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ou
disfarçada; uma guerra que terminou sempre ou por uma transformação
revolucionária da sociedade inteira ou pela destruição das duas classes em
conflitos. (MARX; ENGELS, 2010, p.40)
Para Marx e Engels (2010, p. 21) a ideia dominante acaba sendo naturalizada,
por esse motivo é necessário a compreensão da construção histórica das classes e o
entendimento de que a sociedade burguesa foi construída a partir das ruinas da
sociedade feudal, mas a mesma não acabou com esse antagonismo, estabelecendo
novas classes, novas condições de opressão, novas formas de lutas no lugar das que
existiram no passado. “Entretanto, a nossa época, a época da burguesia, caracteriza-
se por ter simplificado os antagonismos de classes. A sociedade divide-se cada vez
mais em dois campos opostos, em duas grandes classes em confronto direto: a
burguesia e o proletariado”.
Discussão e Resultados
Para Deitos; Zanardini e Zanardini (2018), as políticas educacionais devem ser
compreendidas como constituintes das políticas sociais produzidas em determinada
realidade que necessitam de análise do processo de produção e de trabalho que são
constituintes fundamentais para a compreensão dos aspectos educacionais.
Noma (2011) explica que para superação da crise mundial de 1970 ocorreu
uma nova configuração e uma nova dinâmica da produção e da acumulação do
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Conclusão
Podemos concluir que a estratégia econômica adotada após a crise de 1970,
impulsionou a partir dos anos de 1980 uma situação econômica pressionada pelo
neoliberalismo, causando espaços de disputas políticas de poder. Nesse sentido, a
reorganização do Estado vai ao encontro dos interesses burgueses resultando na
década de 1990 em políticas públicas voltadas para atender as necessidades
socioeconômicas do capital. Buscando produzir uma educação utilitarista, adotando
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Referências
DEITOS, R. A.; ZANARDINI, J. B.; ZANARDINI, I. M. Aspectos socioeconômicos das
políticas educacionais no Brasil. Educere et Educare, v. 11, n. 23, 2018.
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Flávio M. M. Ruckstadter
Programa de Pós-Graduação em Educação (PPEd/UENP)
flavioruckstadter@uenp.edu.br
Resumo
Este trabalho objetiva explanar sobre uma das etapas da pesquisa em andamento no
Programa de Pós-Graduação em Educação da UENP (PPEd/UENP), sob o título “O
papel do gestor escolar na construção e implementação dos currículos das escolas
municipais de Guapirama”. Nesta etapa, procura-se conceituar entender o gestor
escolar e a gestão democrática nas instituições públicas brasileiras em uma
perspectiva histórica. Para tanto, utilizou-se de revisão bibliográfica fundamentada em
materiais disponibilizados nas disciplinas cursadas no mestrado, e em trabalhos
consultados em bancos de dados como o Catálogo de Teses e Dissertações da
CAPES.
Palavras-chave: Gestão Democrática, Gestor Escolar, Escola Pública.
Introdução
Este trabalho é resultado parcial de uma pesquisa em nível de mestrado que
tem como tema “o papel do gestor escolar na construção e implementação dos
currículos das escolas municipais de Guapirama”. O objetivo deste texto é apresentar
uma discussão conceitual sobre gestão escolar e a gestão democrática com base em
uma revisão bibliográfica que foi realizada como uma das etapas de desenvolvimento
da pesquisa.
A discussão aqui apresentada é uma leitura histórica sobre alguns aspectos da
educação brasileira, especialmente relacionados à gestão escolar democrática e ao
papel do gestor da escola. Assim, com vistas à definição conceitual, procurou-se
discutir as origens históricas dos termos e do que eles representam no contexto
educacional brasileiro.
Materiais e métodos
Para fazer a discussão foram selecionados documentos e textos diversos sobre
a temática. O contato com as obras aconteceu durante os estudos em disciplinas do
Mestrado Profissional em Educação Básica do PPEd/UENP, bem como pela pesquisa
em revistas da ANPED, ANPAE, e nas plataformas SCIELO e Portal de Periódicos da
CAPES, selecionando principalmente os que se referem à gestão. Vale ressaltar que
“[...] Uma procura de tais fontes, documentais ou bibliográficas, toma-se
imprescindível para a não duplicação de esforços, anão "descoberta" de ideias já
expressas, a não-inclusão de "lugares-comuns" no trabalho [...]” (MARCONI;
LAKATOS, 2003, p. 225).
Após o levantamento de material, selecionou-se os seguintes trabalhos:
“Educação e lutas sociais no Brasil pós-ditadura: da democratização à ausência de
alternativas” (MINTO, 2013); “Um Estado para a sociedade civil: temas éticas e
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Resultados e discussões
A necessidade de uma pessoa para organizar o desenvolvimento das
atividades nas escolas brasileiras surgiu com a criação dos grupos escolares, nosso
primeiro modelo de escola básica simultânea, semelhante ao modelo das escolas
atuais: “[...] cada grupo escolar tinha um diretor e tantos professores quantas escolas
tivessem sido reunidas [...]” (SAVIANI, 2004, p. 24). Naqueles agrupamentos
escolares, passou-se a designar a pessoa que ficaria encarregada das demais
funções organizativas da escola de diretor.
O entendimento da função do diretor nas escolas foi confundido com o das
atividades administrativas, “[...] onde a adoção dos mecanismos gerenciais da
administração capitalista na escola repercute de forma especialmente singular e
precisamente no papel desempenhado pelo diretor escolar [...]” (PARO, 2010, p.200).
Por parte do Estado, o diretor escolar é considerado como um gerente, e diante disso
ele acaba sentindo o peso de ser o último responsável pela escola (PARO, 2010).
A partir dos anos 90, ocorreu a substituição do termo administração por gestão.
“Essa substituição não significa uma mera mudança terminológica, mas uma alteração
conceitual ou mesmo paradigmática” (ANTUNES, 2008, p.9). Seguindo esta
perspectiva o diretor passou a ser denominado gestor escolar, mudança esse reflexo
do que a sociedade estava vivenciando, em busca da participação da sociedade nas
decisões da escola.
De volta à democracia
Depois dos anos de ditadura civil-militar (1964-1985), “[...] a chegada ao poder
da Aliança Democrática, em 1985, simbolizou o fim de uma época e redefiniu as
condições concretas do fazer político, dando passagem a uma nova dialética entre o
Estado e a sociedade” (NOGUEIRA, 2004, p.23). Diante disso a sociedade começou
a ser reorganizada, e o país conseguiu avançar de modo não-linear, e conheceu a
então constituição de 1988, e voltou a eleger os seus presidentes e a vida democrática
voltou a se normalizar.
Nos anos que se seguiram, principalmente nos anos de 1990, o país se
consolidou e organizou institucionalmente o seu compromisso com o regime
democrático (NOGUEIRA, 2004).Com o país saindo de um regime militar, o mesmo
foi se reorganizando de forma democrática e assim o termo democracia começou a
fazer parte dos diálogos da sociedade que estava buscando esta mudança.Com base
nisso, é necessário entender que “democracia é um conceito difícil de ser
compreendido quando isolado das experiências históricas concretas. Muito mais do
que apenas um conjunto de valores e práticas gerais, a democracia adquiriu
significados distintos ao longo da história” (MINTO, 2013, p.2). Com base no senso
comum, a democracia é aquela em que o poder de decisão da maioria sobre a minoria,
e assim sendo o conjunto da sociedade é governado pelo poder que a maioria tem, e
que a sua operacionalização ocorre pelos representantes que são escolhidos
diretamente pela população, saindo do senso comum a democracia não é apenas
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Conclusão
É possível afirmar que a gestão escolar não deveria ser responsabilidade
exclusiva do diretor da escola. Porém, ele tem um papel importante a desempenhar,
particularmente desde o contexto de redemocratização da sociedade brasileira,
quando temos uma defesa cada vez mais forte dos princípios de gestão democrática
nos espaços públicos.
Mas, para de fato acontecer uma gestão democrática, principalmente na
escola, é preciso superar uma visão que relaciona este modelo de gestão com a
participação na tomada de decisões. Isso não é suficiente. Para de fato existir a gestão
democrática, deve-se ter uma ação reguladora, que fiscalize, que avalie os processos,
e decida sobre os rumos da vida política e social das instituições (escolares) e da
sociedade local em que se encontram. Desta forma, apenas manter a participação da
comunidade escolar interna e externa em Conselhos Escolares, Associação de Pais
Mestres e Funcionários (APMF), dentre outras instâncias da escola, não é garantia de
uma efetiva gestão democrática.
Referências
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de
1988. Brasília, DF: Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 4 set.
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Resumo
O estudo objetiva investigar como acontece a formação continuada nos municípios
que têm parcerias com a esfera privada. O professor ou professora que participa das
formações oferecidas por empresas privadas têm condições de desenvolver um
trabalho numa perspectiva crítica? Houve um levantamento documental e a análise
do cenário de um município que adota o sistema apostilado de ensino. Esta injunção
da empresa capitalista na educação municipal representa uma forma de privatização
da escola pública e a inibição da iniciativa do professor para planejar a sua ação
pedagógica, produzir sua aula e o ter compromisso com o conhecimento
sistematizado.
Palavras-chave: Sistema de ensino; Ensino apostilado; Formação continuada.
Introdução
Com o advento da municipalização dos anos iniciais do Ensino Fundamental,
os municípios passaram a representar um rico filão para a comercialização de
produtos e de serviços educacionais a serem utilizados nas escolas municipais.
Azevedo (2009) ressalta que a variedade de tais acessórios oferecidos é ampla,
compondo uma extensa lista, e diariamente uma verdadeira legião de vendedores
bate às portas das Secretarias Municipais da Educação na expectativa de realizar um
bom negócio. Destacam-se nesta lista, dentre outros produtos e serviços, mobiliário
escolar, brinquedos, produtos de informática, softwares educativos, programas de
computação, materiais didáticos, assessoria administrativa e didático-pedagógica,
livros de literatura infanto-juvenil, e, principalmente, o campeão de vendas, o sistema
de ensino apostilado. Sobre a conceituação deste produto e serviço, Motta (2001, p.
88) declara que
Objetivo
Como objetivo pretendeu-se verificar como ocorre a formação continuada dos
professores e professoras que trabalham com o sistema apostilado de ensino e a
importância que esses profissionais estejam sempre bem preparados e atualizados,
tanto para promover questionamentos sobre o mundo quanto para apresentar
soluções a partir de diferentes pontos de vista e que tenham em mente uma educação
pautada na transformação da realidade.
Metodologia
O primeiro momento da pesquisa foi a consulta no Scientific Library Online
(SciELO), buscando informações sobre o objeto/tema. O segundo passo foi a análise
do cenário e documental de um pequeno município do norte do Paraná que adota o
sistema apostilado de ensino com a intenção de desvendar como acontece a
formação continuada de professores e professoras.
Resultados
A municipalização do ensino gerou uma insegurança muito grande nas
administrações municipais, transformando, em virtude disso, os pequenos municípios
em clientes potenciais de produtos e serviços educacionais, pois os mesmos
passaram a buscar avidamente soluções para os problemas advindos com a
municipalização do ensino, sendo os sistemas de ensino apostilado e a assessoria
didático-pedagógica os mais disputados. No que se refere à submissão dos
municípios a este mercado, Bego (2017, p.778) em sua pesquisa, observa que “[...]
entre os fatores de influência de aquisição do sistema apostilado de ensino na rede
municipal de ensino, estava a sensação de segurança dos gestores quanto ao
desenvolvimento do trabalho escolar e maior segurança para a gestão no tocante à
garantia da formação continuada dos profissionais [...]”.
Outros fatores foram decisivos para que os municípios optassem pela
contratação de tais serviços. Destacam-se, dentre estes, as críticas generalizadas
sobre a baixa qualidade da escola pública; a incerteza de que a equipe local e os
professores contratados pelo município possam reverter tal situação; o discurso
segundo o qual a escola particular é bem sucedida, o sendo principalmente porque
adota sistema de ensino apostilado; a panaceia milagrosa que os prestadores de tais
serviços se comprometem oferecer, capaz de solucionar todos os males educacionais
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que os afligem. Além destes aspectos, existe a hipótese de que a adoção pelo
município de um sistema de ensino apostilado de “grife” possa agradar aos pais e, em
consequência disso, trazer dividendos políticos para o chefe do poder executivo
municipal.
Segundo Bego (2017) uma grande consequência nefasta da contratação do
sistema apostilado de ensino são as formações oferecidas por essas empresas,
formações essas preparadas por profissionais alheios à realidade da escola e que
revela uma concepção de trabalho docente pautada no modelo de racionalidade
técnica, uma vez que, nesse contexto, a principal função do professor é a aplicação
controlada, utilizando os melhores meios técnicos-didáticos.
Discussão
O processo acelerado de descentralização da gestão do ensino, via
municipalização do ensino fundamental, vem resultando na transferência gradativa da
função do setor público para o setor privado. Como destacado por Saviani (2019, p.
428), nesse contexto orientado pelo pensamento neoliberal, as ideias pedagógicas
sofreram grande inflexão e por esse motivo passaram
Conclusão
A invasão da iniciativa privada no âmago da escola pública representa uma
forma de violência simbólica, na medida em que impõe à comunidade escolar,
principalmente aos alunos, um conteúdo ideológico estranho à sua realidade e aos
seus interesses. Tal intervenção também representa o cerceamento da liberdade do
professor em planejar o trabalho docente, pesquisar e produzir o conhecimento, de
realizar sua prática pedagógica com autonomia e de forma emancipada. Desta
condição resultam dois agravantes: a limitação da escola para formar cidadãos livres
e críticos, capazes de transformar a sociedade, e a interferência ideológica subliminar
na elaboração e operacionalização do projeto político pedagógico da escola.
Se os municípios contratam os sistemas de ensino apostilado receosos da
ineficiência de seus professores e da equipe técnico-pedagógica para promoverem
uma educação de qualidade, melhor seria investir na formação continuada dos
mesmos, pois em curto prazo o problema estaria resolvido, ao invés de subordiná-los
a um modelo de subordinação intelectual e profissional.
Temos claro que a educação pública não pode se tornar um negócio lucrativo
para os grandes grupos empresariais, sucateando as escolas e descaracterizando o
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Referências
AZEVEDO, A. J. d. O sistema de ensino apostilado e a privatização da escola
pública. Revista Científica Eletrônica de Pedagogia, v. 7, n. 14, p. 1-6, 2009.
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Resumo
Este artigo apresenta uma análise sobre as perspectivas de gestão democrática e o
projeto neoliberal na década de 1990, referenciado pelos estudos de Carvalho (2009;
2012), Miguel Arroyo (1979), Sander (2009), Fonseca (2011), sob ótica de definições
de políticas educacionais de gestão escolar e a intervenção neoliberal. Essa temática
foi desenvolvida na disciplina de Gestão e Planejamento da Educação Básica, no
Mestrado Profissional, PPEd/UENP, campus Jacarezinho, grupo de pesquisa História,
Sociedade e Educação no Brasil - GT HISTEDBR Norte Pioneiro/PR. Elegemos como
objetivo compreender o sentido e a apropriação da ideia de gestão democrática, os
impactos e percalços da política neoliberal na construção de uma gestão democrática
da educação. Os resultados da pesquisa sinalizam dualismo na interpretação, os
princípios conceituais apontam para uma gestão participativa, no entanto os
pressupostos do neoliberalismo conduzem à pseudoparticipação, permanecendo as
ações dos gestores vinculadas às políticas de atendimento ao mercado.
Palavras-chave: gestão-democrática; neoliberalismo; educação.
Introdução
Gestão escolar e planejamento da educação básica em qualquer momento
histórico terão espaço cativo em diferentes discussões, não tão somente pelas
definições de papéis, espaços e estratégias educacionais, mas porque se tornam a
expressão dos princípios das políticas educacionais. A educação escolar é pensada
dentro de um contexto sociopolítico, seguindo projetos que possuem
intencionalidades distintas, atendendo as necessidades e demandas de cada
momento histórico. Em meio a concepções antagônicas sobre educação um termo de
extrema potência alcança a organização e a cultura da escola: gestão democrática.
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996, a gestão
escolar deve ser orientada pelo princípio democrático (SANDER, 2009). O princípio
democrático precisa ser contextualizado, considerando o cenário político, os projetos
de governo e as propostas para a educação, para então compreender o jogo político
feito com a ideia de democracia na gestão escolar.
A presente pesquisa tenciona uma reflexão sobre as perspectivas a respeito da
organização escolar, a dualidade da gestão democrática na política neoliberal a partir
da década de 1990 no Brasil. O objetivo dessa análise é compreender o sentido e a
apropriação da ideia de gestão democrática, os impactos e percalços da política
neoliberal na construção de uma gestão democrática da educação.
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Objetivo
Compreender o conceito e a apropriação da ideia de gestão democrática, os
impactos e percalços da política neoliberal na construção de uma gestão de fato
democrática.
Metodologia
Os documentos abordados para pesquisa foram interpretados por meio da
pesquisa bibliográfica. Os referenciais teóricos para o estudo foram Carvalho (2009;
2012), Arroyo (1979), Sander (2009), Fonseca (2011).
Resultados/ Discussão
As perspectivas sobre gestão democrática no período neoliberal no Brasil foram
abordadas a partir de diferentes concepções teóricas relativas à organização escolar,
contextualizando interesses e ideologias do governo vigente.
Segundo Carvalho (2012) as concepções de organização escolar na ótica de
Carneiro Leão, Lourenço Filho, Anísio Teixeira, Myrtes Alonso são aportes para o
entendimento do processo organização escolar. A autora menciona que os primeiros
escritos sobre organização escolar no Brasil iniciaram-se com o trabalho de Carneiro
Leão, em 1939, apresentando a concepção de administração escolar, trazendo
estudos de modelos de outros países – o que ficou conhecido como organização por
comparação. Seus estudos estavam voltados à administração escolar. Lourenço Filho
compreendeu a administração como um trabalho coletivo, fazendo referência às
teorias novas, em que a psicologia e as ciências sociais são fundamentais para o
entendimento e motivação do comportamento humano. Essas teorias não vêm para
romper com as teorias clássicas e sim para completá-las. Anísio Teixeira argumenta
que a administração escolar deve atender as necessidades de organização dos
professores e a organização da escola. Myrtes Alonso evidencia o papel do diretor na
administração escolar com objetivo de manter a ordem interna e externa da escola,
sempre considerando as demandas da sociedade.
As críticas aos pensamentos clássicos da administração escolar, a partir da
década de 1980, destaca como um dos precursores, Arroyo (1979) e sua análise
converge para a crítica ao modelo imposto pelo governo, carregado de
intencionalidades do sistema de produção. A escola nessa perspectiva desempenha
a função de controle social.
O diretor passa a ser considerado gestor escolar com uma conotação de ordem
política, crítica sobre o sistema. Será em 1988, com a promulgação da Constituição
Federal, que a gestão escolar terá uma nova significação, a gestão democrática.
Claro, numa leitura do paradigma neoliberal.
O contexto educacional brasileiro tem sido marcado por dualidades na
concepção da gestão escolar, sob a ótica neoliberal ao mesmo tempo que se fala em
gestão democrática são impostas limitações formais que impedem o processo
progressista. O governo de FHC é definido por essa dualidade, com privatização de
estatais, e a diminuição do Estado na intervenção da economia, uma das
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Conclusão
Nesta breve explanação foi possível observar que a gestão escolar foi
interpretada e colocada em prática a partir de perspectivas distintas. O caráter dual
da gestão democrática consolida-se a partir de 1988, repercutindo os jogos de poder
que se articulam de acordo com as intencionalidades dos agentes envolvidos em sua
construção. Democracia e neoliberalismo entram em tensão e produzem efeitos
extremamente intrigantes na organização escolar, não devendo ser compreendido de
forma determinista ou maniqueísta. A possibilidade é focar na possibilidade de pensar
nas nuances dessa tensão e o que produzem, sobretudo, num período
contemporâneo em que a pauta conservadora ressurge, assumindo uma dimensão
preocupante na educação da república do pandemônio 38º Presidente da República
Federativa do Brasil.
Referências
CARVALHO, E. J. G. d. Reestruturação produtiva, reforma administrativa do Estado
e gestão da educação. Educação & Sociedade, v. 30, n. 109, p. 1139-1166, 2009.
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Resumo
O presente trabalho tem como objetivo compreender a concepção de qualidade na
educação básica, tendo como ponto de partida as avaliações externas e o
financiamento da educação básica. Por meio de uma pesquisa bibliográfica e
documental, procuramos compreender a concepção de qualidade, o significado de
qualidade que compõe as avaliações externas e investigamos como o Financiamento
da Educação contribui para o padrão de qualidade educacional. Concluímos que as
avaliações externas orientam a distribuição do financiamento sem colaborar para a
superação das desigualdades, baseado em discurso meritocrático e
desresponsabilização do Estado pela garantia do direito de qualidade para todos na
educação.
Palavras-chave: Avaliações externas; Financiamento da Educação; Qualidade
Educacional.
Introdução
A partir da universalização de acesso ao ensino básico, a escola pública teve
seu conceito qualidade deslocada para questões referentes às novas formas de
exclusão. Nesse ínterim, as disputas em torno dessa definição de qualidade
perpassaram por avaliações externas como meio sanar tamanha problemática. Como
exemplo temos O IDEB e a Prova Brasil que, além de avaliarem a aprendizagem
cognitiva dos alunos, também são orientadores da organização do financiamento da
educação básica.
O presente artigo tem como objetivo geral compreender a concepção de
qualidade na educação básica, tendo como ponto de partida as avaliações externas e
o financiamento da educação básica. A problemática aqui desenvolvida justifica-se
pela relação estabelecida entre o conceito de qualidade e o Índice Desenvolvimento
da Educação Básica (IDEB) e os programas de avaliações externas, pois se
preocupam em delimitar um padrão de qualidade que nem sempre atende aos
interesses da classe trabalhadora. Propusemo-nos a responder qual seria a proposta
de qualidade para a educação básica correlacionada à função das avaliações
externas e como esses instrumentos definem o financiamento da educação.
As discussões propostas foram organizadas em objetivos específicos,
subdivido em três partes. Na primeira, levantamos algumas considerações acerca da
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Objetivos
Objetivo geral: compreender a concepção de qualidade na educação básica.
Metodologia
A questão suscitada foi levantada a partir das leituras da disciplina Gestão e
Planejamento do Ensino Básico do Programa de Pós-Graduação em Educação
(PPEd). Construímos a revisão de literatura por meio de consultas ao banco de teses
e dissertações da CAPES e SciELO, tendo como referência as palavras-chave
“qualidade da educação” e suas confluências com o IDEB e as avaliações
externas. Delimitamos alguns referenciais a partir da revisão da literatura, como Brasil
(2020); Davies (2019); Encinas e Duenhas (2020); Lima (2011) e outros.
Resultados
Atualmente os principais indicadores da qualidade da educação básica são o
IDEB e a Prova Brasil, provas em larga em escala orientadas pelas avaliações
externas. Em nossa discussão, compreendemos que as avaliações aplicadas no
Brasil têm uma função importante, pois orientam os rumos que a educação toma para
garantir que todos tenham acesso não apenas aos bancos escolares, mas também à
garantia de qualidade já estabelecida na Constituição Federal de 1988 e na LDB de
1996.
Compreendemos que as avaliações padronizadas são apenas uma das
possibilidades de aferir a qualidade da educação básica. Os testes em larga escala
priorizam apenas os aspectos cognitivos, como o conhecimento em linguagens e
matemática, sem considerar a formação de um cidadão preparado para transformar a
sociedade em que está inserido, há um tipo de qualidade que visa a manutenção
hierárquica da estrutura que já está posta e que não atende aos interesses da classe
atendida pela escola pública.
Observamos que o FUNDEB não promove a redução das desigualdades, uma
vez que não privilegia os municípios de piores indicadores educacionais ou sociais,
retirando recursos de municípios que possuem indicadores ruins em educação.
A qualidade defendida para educação básica esteve vinculada por muito tempo
ao processo de expansão da escolarização, prioritariamente do ensino fundamental,
justamente porque o acesso à escola era restrito a poucos grupos elitistas. A
complexidade das formas de trabalho advindas com a industrialização e, também,
com a luta dos movimentos sociais impôs a necessidade de acesso à escola para
todos e, posteriormente, a obrigatoriedade foi instaurada como um direito. Assim, a
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Conclusões
Embora a Constituição Federal de 1988 estabeleça no parágrafo VII, do artigo
206 “a garantia de qualidade” de ensino, e a LDB de 1996 também o faça no artigo 3º,
inciso IX, ao declarar que “o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios
[...] garantia de padrão de qualidade”, não existem parâmetros nas leis que definam a
qualidade em relação à educação brasileira.
As avaliações orientam a distribuição do financiamento da educação básica por
meio do FUNDEB e podem ser uma ferramenta para sanar as desigualdades
educacionais entre estados e municípios da federação. Contudo, essas provas
orientadas por mecanismos internacionais ligados à grupos econômicos têm
propagado ainda mais desigualdade ao disseminar campanhas meritocráticas e
vendida como algo a ser conquistada sob o viés da competividade.
Notamos que os testes aplicados aos alunos se detêm aos aspectos cognitivos
sem considerar as condições de aprendizagem, como valorização docente e recursos
básicos para que a aula seja ministrada. As avaliações ao invés de colaborarem para
que as desigualdades sejam superadas, acabam por escondê-las sob o discurso
meritocrático de competividade e desresponsabilização do Estado pela garantia do
direito ao acesso e qualidade para todos na educação.
Referências
BRASIL. Constituição [de 1988] da República Federativa do Brasil. Diário Oficial da
União [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 5/10/1988.
BRASIL. Lei n.° 9.394. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 1996.
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Liliane M. Lopes
Programa de Pós-Graduação em Educação (PPEd/UENP)
lilianemlopes@hotmail.com
Flávio M. M. Ruckstadter
Programa de Pós-Graduação em Educação (PPEd/UENP)
flaviorukstadter@uenp.edu.br
Resumo
Este texto é parte de uma pesquisa de mestrado que investiga as políticas
educacionais voltadas à avaliação. Tem como objetivo realizar um cotejo entre as
Declarações Mundiais de Educação, com ênfase na Agenda 2030, acordada em
Incheon, destacando as orientações que apontam para um modelo gerencial de
ensino. Utilizamos como aporte metodológico a abordagem qualitativa e documental,
mediante a análise de estudos sobre o tema e documentos destacados como marco
internacional da educação de cada época. Sob a justificativa de proporcionar
educação de qualidade para todos, incute-se um modelo gerencial e regulador nas
escolas e sistemas de ensino.
Palavras-chave: Educação Básica; Declaração Mundial de Educação; Agenda 2030.
Introdução
Este texto integra uma pesquisa de mestrado que investiga as políticas
educacionais voltadas à avaliação. Objetivamos realizar um cotejo entre as
Declarações Mundiais de Jomtien (1990), Dakar (2000), e Incheon (2015), com ênfase
na Agenda 2030, acordada em Incheon, destacando as orientações que apontam para
um modelo gerencial de ensino, embasadas e justificadas pelo ensejo de uma
educação de qualidade, para todas as pessoas. Para tal discussão, utilizamos uma
abordagem qualitativa e documental, mediante a análise de estudos sobre o tema e
documentos abordados como marco internacional da educação de cada época.
Considerações Finais
A partir das Declarações Internacionais de Jomtien, Dakar e Incheon,
observamos o avanço do setor privado nas políticas educacionais e direcionamento
para a avaliação externa como reguladora do ensino, com o subterfúgio de melhorar
a qualidade.
Apesar do acesso à escola ser garantido por lei a todas as crianças, a
seletividade e a exclusão são contundentes no processo de aprendizagem. Sob o
discurso da equidade presente nos documentos, perpetua-se a disparidade das
classes sociais e reduz-se o ensino à formação de mão de obra para atender
demandas do mercado.
A Agenda 2030, assim como os demais acordos que a precederam, não aponta
para a garantia de educação emancipatória, que inclua todas as pessoas de maneira
ampla. Antes, demonstra que as classes menos favorecidas, são cada vez mais
excluídas da construção do saber elaborado.
Referências
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Resumo
A concepção de democracia, numa perspectiva histórica, indica como essa
é modificada de tempos em tempos. Nesse processo, a criação e recriação de
distintos mecanismos que legitimam a ação de um Estado supostamente neutro,
estruturado em sua base por concepções neoliberais, formulando pactos de poder no
engodo de certo grau de participação social. O que acontece de forma representativa.
O referencial da discussão sustenta-se nos autores Saviani (2017), Gramsci (2006) e
Alves (2011). A questão problematizadora aborda a necessidade de promoção da
emancipação: qual a contribuição do trabalho educativo escolar nesse processo? O
estudo é bibliográfico e foi desenvolvido da seguinte forma: análise dos textos e
formulação de categorias para pensar o trabalho educativo. As inquietações
para este estudo surgiram com a questão do processo democrático sofrer ações
contrárias por parte do Estado, que contribui para o processo de alienação da classe
trabalhadora. O trabalho educativo, neste contexto, precisa ser considerado a partir
da necessidade de um processo que promova um processo que realize a
emancipação, pensada a partir do Materialismo Histórico-Dialético.
Palavras-chave: Educação Básica; Gestão e Planejamento; Pedagogia Histórico
Crítica.
Introdução
O estudo da temática aconteceu na disciplina Fundamentos Políticos da
Educação Básica, no Programa de Pós-Graduação em Educação/Mestrado
Profissional em Educação Básica da Universidade Estadual do Norte do Paraná
(UENP), por pesquisadores do grupo de pesquisa História, Sociedade e Educação no
Brasil - GT HISTEDBR Norte Pioneiro/PR.
A democracia formal ou representativa, segundo Saviani (2017), configura-se
como um regime político baseado na soberania popular, e nesse regime o soberano
é o próprio povo que passa a escolher o seu representante. Entendemos esse
processo como uma reestruturação do capital que busca apaziguar as lutas e
confrontos de interesses. Na dialética dos sujeitos partícipes das políticas em curso,
manifesta-se o jogo de interesses mediado pela noção de participação da classe
trabalhadora nas decisões políticas e econômicas da sociedade. As ações políticas,
como podemos observar na prática em sua maioria, tem propósito educacional
voltado para concepção liberal, expressando-se no interior da dinâmica
da democracia formal, que objetiva formar pessoas que saibam ocupar seu lugar na
sociedade de consumo, na perspectiva do mercado de trabalho e para o consumo.
Nosso foco é a articulação do trabalho educativo como um dos movimentos de
possibilidade de emancipação. Emancipação aqui entendida como a tarefa de
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Objetivo
Discutir e compreender a função o trabalho educativo na construção de uma
noção mais ampla do termo democracia pensada a partir do Materialismo Histórico-
Dialético, referenciando-se na em pensadores como Gramsci (2006) e sua concepção
de democracia; Saviani (2017) sobre o trabalho educativo e Alves (2015), a função
social da escola.
Metodologia
A metodologia adotada para a confecção do artigo foi de pesquisa bibliográfica,
que é o processo de busca nos textos escolhidos, análise e descrição de um corpo do
conhecimento em busca de instrumentos que possibilite uma análise crítica da
realidade social que vivenciamos diuturnamente. Para esse estudo foram elaboradas
categorias de pesquisa com base em palavras chaves (Trabalho educativo,
democracia e emancipação) que são tema deste artigo e relacionados com os autores
escolhidos.
Resultados e Discussão
A democracia formal é insuficiente se pensamos em uma sociedade com
equidade e libertadora. É necessário caminhar em direção à emancipação humana
que implique a superação da democracia formal instituindo a democracia real.
A emancipação humana implica na superação da sociedade de classes com o
consequente desaparecimento do Estado ou, nos termos de Gramsci (2006), a
absorção da sociedade política na sociedade civil. Essas ondas reformistas disfarçada
de democracia, segundo Gramsci (2006) modernizam o Estado conservando a classe
dominante no poder, e ao mesmo tempo, absorvem de forma alienada as lideranças
das classes trabalhadora no interior do aparelho estatal, desapropriando a luta das
massas impedindo assim a revoluções vindas dos trabalhadores.
A passagem da emancipação política para a emancipação humana, a
passagem da democracia formal para a democracia real, não ocorrerá de forma
espontânea e automaticamente, e a sua efetivação depende da intervenção da práxis
humana direcionada para atingir tal finalidade.
Essa questão da articulação da prática educativa com o movimento de
transformar a realidade, em justaposição com a tarefa de produzir forças sociais no
sentido de superação da sociedade alienada, segundo Taffarel (2011), é o que dá
sentido ao trabalho educativo que fundamenta-se nos princípios do materialismo
histórico dialético. O ato de ensinar como interposição provoca transformações na
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Conclusão
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Referências
ALVES, G. L. A produção da escola pública contemporânea. Campinas: Autores
Associados, 2006. 280 p.
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Resumo
O presente estudo tem como objetivo fazer um levantamento e algumas
considerações sobre a legislação educacional e como ela trata a modalidade de
ensino da Educação Básica, a Educação Especial. Partimos da hipótese que as
legislações e políticas públicas de inclusão educacional e social responsabilizam mais
a sociedade, a escola, professores, alunos, diminuindo a responsabilidade do Estado.
Palavras-chave: Educação; Educação Especial; Políticas Públicas.
Introdução
A elaboração de políticas públicas que envolvem a Educação Especial acaba
construindo apontamentos, dúvidas e questões relevantes sobre o fundamento
dessas políticas, como também os desafios que o circundam. O conceito de inclusão,
de igualdade, nos documentos educacionais, coloca-se como um conceito inclusivo,
trazendo uma visão distorcida do atendimento às demandas da Educação Especial,
denominando as instituições à eventualmente serem responsáveis pela
transformação social.
Este texto busca apresentar um breve histórico do lugar da Educação Especial,
como políticas públicas e modalidade de ensino, na legislação brasileira, dentro do
contexto e das determinações econômicas, políticas e sociais. Quer, com isso, dizer
que a educação, a Educação Especial, é dever do Estado.
Objetivos
Buscar compreender a legislação educacional e sua relação com a modalidade
de ensino da Educação Básica, a Educação Especial.
Metodologia
Análise documental da legislação educacional sobre Educação Especial, com
auxílio de referenciais bibliográficos de especialistas na área de políticas públicas e
Educação Especial.
Discussões
Como marco histórico sobre Educação Especial, partimos da Constituição
Federal Brasileira de 1988, que no Art. 208, inciso III, estabelece o "atendimento
educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede
regular de ensino" (BRASIL, 1988).
Assim, a Constituição Federal afirma que é dever o Estado, explícito nos Artigos
205 e 206, respectivamente, afirma que “a Educação como um direito de todos,
garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a
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Resultados
A pesquisa é inicial e, portanto, não temos resultados comprovados, mas, pelas
leituras preliminares percebemos que a questão de inclusão social e educacional é
um grande desafio das políticas públicas sociais e educacionais.
Conclusões
Há necessidade de investigar os documentos educacionais, especificamente
sobre Educação Especial, para compreender seus fundamentos, seus interesses e
sua contribuição na elaboração de políticas públicas, educacionais, pois tais
documentos falam de cidadania, de inclusão, de gestão democrática, de qualidade da
educação, de superação de toda forma de discriminação, de superação das
desigualdades educacionais e sociais, que podem ser responsabilidade das escolas,
dos professores, dos alunos, mas também é dever do Estado.
O que transparece sobre a Educação Especial é uma questão de eliminação
de mais um problema da educação, o incluir para excluir, a elaboração dos planos e
políticas incluem muito mais a responsabilidade primária nas instituições de ensino
para as efetivas implementações e adequações, deixando o Estado como segundo ou
até mesmo terceiro percussor dessas questões que envolvem suas obrigações.
Diante esse exposto, a reflexão de como o Estado pensa e vê a Educação Especial
na perspectiva inclusiva precisa ser questionada a partir de embasamentos sólidos e
teóricos.
Referências
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ Constituiçao.htm. Acesso em: 26
set. 2021.
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Flávio M. M. Ruckstadter
Programa de Pós-Graduação em Educação (PPEd/UENP)
flavioruckstadter@uenp.edu.br
Resumo
Este documento tem por objetivo realizar uma breve reflexão acerca dos resultados
da revisão inicial de literatura realizada sobre a temática indígena, sobretudo nos anos
iniciais da educação básica. O levantamento evidenciou contribuições e desafios da
Lei nº 11.645/2008 para o campo educacional, entendendo que muitas vezes as
representações dos povos originários utilizadas são excludentes quando se pensa em
uma educação para todos. O trabalho é resultado parcial de uma pesquisa de
mestrado profissional em Educação, realizada junto ao PPEd/UENP, sobre as
apropriações da temática indígena nas séries iniciais do Ensino Fundamental desde
a promulgação da referida lei.
Palavras-chave: Educação Básica. Lei Federal N. 11.645/2008. Temática Indígena.
Introdução
A promulgação da Lei Federal de nº 11.645/2008 tornou obrigatória nos
currículos oficiais a presença das temáticas indígenas como conteúdos escolares.
Com isso, abriu-se um espaço para avanços no sentido de valorização da história,
dos saberes e das culturas indígenas nas escolas. Tal feito é considerado uma das
conquistas dos movimentos dos povos indígenas.
Visto que, somente em 2008, intensificou-se um processo de repensar esta
temática nas escolas, é necessário progredir para a superação de estereótipos
negativados que foram construídos anteriormente e combater discursos excludentes
que atravessam os espaços escolares. Ora, a presença de preconceitos e
comportamentos de segregação no ambiente escolar não acontece por acaso: é uma
construção histórica para subalternizar os povos originários, para torná-los
inexistentes. Em uma perspectiva eurocêntrica, desde a colonização, a Europa e os
povos europeus se colocaram como o centro do universo, não só geograficamente
(considerando a centralidade do continente no mapa-múndi), mas também na cultura,
saberes e conhecimentos; nessa visão, há uma escala vertical de referência, que
aponta para o norte como o topo, em detrimento dos povos do sul. Em contrapartida
a essa hegemonia eurocêntrica, encontra-se a decolonialidade, ou o pensamento
decolonial, que enfrenta tal apontamento colocando os modos de ser, saber e existir
numa horizontalidade, pautando-se no reconhecimento do outro e na pluralidade de
saberes.
Logo, para compreender os impactos da legislação nº 11.645/2008, este
resumo traz uma breve reflexão teórica sobre o tema, fruto da pesquisa que será
realizada em uma escola da rede municipal de Ourinhos - SP. O texto é resultado
parcial de uma pesquisa de mestrado que procura analisar como a temática indígena
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está inserida nas aulas dos professores polivalentes, pautando-se nos registros dos
planejamentos docentes, no Projeto Político Pedagógico de uma escola dos anos
iniciais (1° ao 5° ano) e em questionários online com os professores, que apesar de
não serem descritos neste resumo, integrarão a pesquisa posteriormente.
Objetivo
O objetivo deste texto é realizar uma breve análise sobre o levantamento de
produções sobre a temática indígena nos anos iniciais da educação básica a partir da
busca nos bancos de dados, como Portal de Periódicos da CAPES, Biblioteca Digital
de Teses e Dissertações e Google Acadêmico.
Metodologia
A metodologia utilizada é a revisão integrativa, a qual pode fornecer
informações amplas sobre um assunto ou problema, configurando-se, de tal modo,
um abrangente corpo de conhecimento, de rigor metodológico. No entanto, por ora
não se busca aqui esmiuçar todos os trabalhos encontrados nos bancos de dados,
mas refletir sobre algumas das obras que se aproximam da pesquisa que será
realizada. A título de exemplo, algumas das palavras-chave utilizadas nas buscas
foram: Indígenas; Lei 11.645/08; Planejamento; Decolonialidade.
Resultados
Como resultados iniciais das buscas, estes são alguns dos temas encontrados:
Por Um Ensino De História decolonial: Os Tupi Guarani do Alto Paranapanema; A
aplicação da lei 11.645/2008 nas escolas públicas de Ponta Porã: subsídios para o
ensino da temática indígena; Política Educacional nos anos de 1990: o
multiculturalismo e a interculturalidade na Educação Escolar Indígena. Esses temas
serão discutidos na próxima seção e as demais serão abordadas na revisão de
literatura que integrará a pesquisa.
Discussão
De acordo com as pesquisas acadêmicas mapeadas, não raras são as vezes
em que a temática indígena é tratada de modo superficial ou, até mesmo, não é
discutida nos ambientes educacionais (MACENA, 2008; VIEIRA, 2020). Isso pode se
acentuar nos anos iniciais do Ensino Fundamental com a reprodução de estereótipos
sobre os indígenas há muito reproduzidos na sociedade brasileira, não apenas pelos
documentos oficiais, mas também pelo exercício docente, inclusive em um momento
fecundo de formação do indivíduo, os anos iniciais na Educação.
É importante ressaltar que, por vezes, as representações dos povos originários
são reproduzidas e reforçadas por meios de legitimação do poder, como, por exemplo,
os meios de comunicação, a mídia, os documentos oficiais, o currículo escolar, os
planejamentos dos professores, os projetos político pedagógicos, de modo que podem
afastar os povos originários da história nacional, bem como podem retirar a
importância que eles têm ao longo da história. Sendo assim, seria possível pensar a
história pelo viés do protagonismo indígena? Como a formação docente poderia
auxiliar nessa mudança de perspectiva de planejamento de aula?
Imbricando o ensino de História e a temática indígena, Vieira (2020), em sua
dissertação de mestrado, analisa o novo Currículo Paulista do ano de 2019, bem como
sua concepção teórica, estrutura e o espaço cedido aos povos indígenas no
componente de História. Assim, o autor aponta na Educação Básica “a existência de
uma narrativa mestra eurocêntrica que perpassa não só esse Currículo, mas todo o
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ensino de História, que assim se distancia das realidades locais e perde seu
significado” (VIEIRA, 2020, p. 150).
Já a autora Elizabeth Vieira Macena, em sua dissertação de mestrado,
publicada em 2018, aproxima-se desta proposta de pesquisa na Educação Básica de
Ourinhos - SP, pois ela estuda a aplicação da lei nº 11.645/2008 nas escolas públicas
do município de Ponta Porã - MS. Segundo a autora:
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Conclusão
É necessário dar a devida importância à temática indígena no ambiente escolar.
Isso é inevitável porque existem severas situações de conflito, de discriminação e de
violência sofridas pelos povos nativos, situações que, por vezes, ainda são
reproduzidas pela educação escolarizada, que não cessaram com o fim da
colonização. Tal fato envolve indígenas e não-indígenas, visto que se trata do respeito
ao diferente e ao combate às ideologias ultrapassadas, racistas, ideologias de
segregação, inferiorização, negativadas.
Assim, acredita-se que, por meio da formação de consciências históricas,
possam ser construídas frentes de resistência para futuras reformulações e
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Referências
BRASIL. Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei n. 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para
incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História
e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 10 jan. 2003a, p. 01.
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Resumo
O presente trabalho é parte de uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-
Graduação - Mestrado Profissional em Educação Básica da Universidade Estadual do
Norte do Paraná. Tem como objeto de estudo o planejamento escolar e buscou trazer
o levantamento inicial realizado para embasamento teórico acerca do tema, sobre o
que alguns autores discorrem a respeito. Trata de uma revisão bibliográfica e aborda
a gestão escolar pautada no planejamento das ações. A seleção dos materiais se deu
em plataformas online e biblioteca física, de acordo com observações de referenciais
utilizados em trabalhos científicos que foram desenvolvidos com o objeto de estudo
em comum.
Palavras-chave: Educação Básica; Gestor escolar; Planejamento.
Introdução
A profissão daquele que ensina exige, além do conhecimento prévio do que se
pretende ensinar, organização. A organização do professor se faz a partir do
planejamento, sendo assim, é algo comum aos profissionais do magistério. Desde sua
formação inicial, seja ela no ensino médio ou na graduação, ele se faz presente.
Aulas, formações continuadas, cursos gerais que tratam o tema “planejamento”
sempre permeiam o ambiente da educação formal, o que demonstra sua necessidade
de análise, reflexão e debates. Neste resumo, buscamos trazer o que os autores mais
citados sobre a temática, nos dizem sobre esse assunto tão pesquisado e atual dentro
das produções que abordam o ambiente escolar.
De acordo com Libâneo (2004), o planejamento escolar consiste numa
atividade de previsão da ação a ser realizada, implicando a definição de necessidades
a atender, objetivos a atingir dentro das possibilidades, procedimentos e recursos a
serem empregados, tempo de execução e formas de avaliação.
Dada sua importância, muitos são os autores que discorrem sobre o tema, e
muitas são as pesquisas científicas que abordam tal especificidade da profissão
“professor”.
Ao planejar sua aula para o decorrer da semana, bimestre ou ano, o professor
define quais são os objetivos que pretende atingir com seus alunos e quais os
objetivos pretende que seus alunos alcancem.
O gestor escolar também planeja, ou pelo menos espera-se que assim o faça,
visto a sua responsabilidade ao conduzir uma instituição de ensino.
Muitos são os âmbitos pertencentes ao cotidiano escolar que demandam
previsões de tempo, orçamento, material, humano, buscando até mesmo a viabilidade
de novos projetos ou a manutenção daqueles que já estão em andamento.
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Materiais e métodos
Em processo, o levantamento faz parte de um projeto de pesquisa elaborado
para estudo sobre o planejamento escolar. O método utilizado para a elaboração
deste resumo, foi a revisão bibliográfica.
Como parte do processo de investigação, dar-se-á pesquisa bibliográfica sobre
planejamento e gestão escolar. Segundo Marconi e Lakatos (1992), a pesquisa
bibliográfica é o levantamento de bibliografia publicada, em forma de livros, revistas,
publicações avulsas e imprensa escrita. A sua finalidade é fazer com que o
pesquisador entre em contato direto com todo o material escrito sobre um determinado
assunto, auxiliando o cientista na análise de suas pesquisas ou na manipulação de
suas informações.
As obras selecionadas são de alguns dos autores mais citados e referenciados
em trabalhos científicos sobre a gestão e planejamento escolar do Catálogo de Teses
e Dissertações da CAPES, visto que se trata de materiais resultantes de pesquisas,
foram considerados e adotado tal critério para a seleção dos materiais.
Dentre produções utilizadas para discorrer sobre o tema proposto, estão
Libâneo (2004; 2006) com as obras “Organização e gestão da escola: teoria e prática”
e “Educação escolar: políticas, estrutura e organização”; Paro (2000) com “Gestão
democrática da escola pública”; Veiga (2011) “Projeto político-pedagógico da escola:
uma construção possível” e Vasconcellos (2002) com “Planejamento: projeto de
ensino - aprendizagem e projeto político - pedagógico”.
Para referenciar o método de pesquisa adotado para o levantamento que esse
resumo resulta, foi utilizada a obra “Metodologia do trabalho científico” de Marconi e
Lakatos (1992).
Resultados e discussão
Diante do cenário em que se encontra a educação brasileira, há de se pensar
em práticas e intervenções que proporcionem a melhoria do aprendizado, bem como
de práticas gestoras em um ambiente escolar de educação básica no Brasil.
Quando se pensa em educação, não há como dissociar de um planejamento,
seja no âmbito federal, estadual, municipal ou institucional.
De acordo com Libâneo (2004), o princípio do planejamento justifica-se porque
as escolas buscam resultados mediante ações pedagógicas e administrativas.
Toda ação tem um propósito e de acordo com Veiga (2011), as
intencionalidades ou finalidades da educação são de natureza filosófica e política,
colocando-se sempre no horizonte das aspirações e necessidades humanas.
Portanto, não há neutralidade e as características evidenciam as pretensões dos
planejamentos.
Veiga (2011), Paro (2000) e Vasconcellos (2002) são clássicos no que se refere
à gestão e planejamento. Desta forma, embasarão a pesquisa, bem como materiais
científicos pesquisados no Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES.
Foram realizadas buscas sobre dissertações de estudos realizados em
diversos estados do Brasil na plataforma, utilizando as seguintes palavras-chave:
“gestão escolar” que apresentou 2.280 materiais; “plano de ação escolar” - filtro de
dissertações de mestrado com 04 resultados e “planejamento gestão escolar”
utilizando o mesmo filtro de dissertações apresentou 04 materiais, chegando a um
resultado que demonstra que o planejamento é um tema relevante para
pesquisadores da educação.
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Conclusões
Este trabalho apresentou resultados iniciais de pesquisa bibliográfica acerca do
planejamento escolar, o qual prosseguirá com outros levantamentos e subsídios
teóricos e pesquisa de campo em uma escola pública de educação básica, tendo
como objeto de estudo a prática da equipe gestora e pedagógica escolar pautada no
planejamento das ações.
Com base no levantamento apresentado, há de se afirmar a relevância do tema
proposto para a pesquisa, visto que muitos foram os materiais pesquisados,
publicados e elaborados sobre o planejamento escolar.
Referências
MARCONI, M. d. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia do trabalho científico. São
Paulo: Editora Atlas, 1992. 4a ed. p.43 e 44.
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Resumo
Este texto traz uma reflexão sobre a competência moral dentro dos Serviços de
Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes. Temos por objetivo
apresentar como o respeito, a justiça, a autorregulação, a prática democrática, podem
favorecer a educação moral dos acolhidos.
Palavras chaves: Serviço de Acolhimento; Crianças e adolescentes; Competência
moral.
Introdução
As instituições que acolhem crianças e adolescentes em situação de
vulnerabilidade social podem ser promotoras do desenvolvimento ou de resiliência na
vida dos acolhidos. O caminho a ser percorrido e o trabalho a ser desenvolvido nestas
instituições dependerão, especificamente, da formação e das competências da equipe
de trabalho, do seu comprometimento social transformador. Para tanto é necessário
a construção de um ambiente onde prevaleçam práticas democráticas, respeito,
justiça, autorregulação. Piaget (1994), Kohlberg (1992), Lind (2000) apresentam
teorias que, além de serem explicativas, pretendem ser interventivas nas relações de
convivência humana.
uma Política Pública que tenha como objetivos a defesa de direitos e a garantia de
atendimento à população brasileira, especialmente “a quem dela precisar” (BRASIL,
1993).
Em 2004, com a elaboração da Política Nacional da Assistência Social e Norma
Operacional Básica (NOB-SUAS), a Política Pública de Assistência Social passa a
buscar, também, a profissionalização de suas ações. E uma de suas metas é que os
Serviços de Atendimentos tenham profissionais efetivados e capacitados para a
função, destacando a necessidade de capacitação continuada e do empoderamento
dos profissionais para lidarem, de forma cada vez mais eficiente e profissional, com
as demandas sociais.
Montoya; França e Bataglia (2016) elaboraram um programa de diagnóstico e
intervenção - desenvolvido por aproximadamente três anos em uma instituição de
acolhimento - e tiveram o objetivo de contribuir para a construção de um ambiente
favorável ao desenvolvimento moral das crianças e adolescentes acolhidos. O
diagnóstico pode apontar que, apesar dos desejos de desenvolvimento da autonomia
e de uma personalidade ética presentes nas intenções dos educadores/cuidadores
que lá atuavam, o ambiente socio moral da instituição era predominantemente
coercitivo; as relações eram pautadas no respeito unilateral e havia constantemente
a imposição de regras e sanções, o que favorecia a formação de pessoas acríticas e
obedientes. A pesquisa também contribuiu para que profissionais das instituições de
acolhimento ressignificassem suas práticas autoritárias em prol a uma atuação
democrática e que proporcione o desenvolvimento da autonomia diante da demanda
específica dos acolhidos.
conflituosa de difícil decisão, a qual precisa ter como base valores universalizáveis. A
discussão de dilemas permite uma reflexão sobre situações diversas que envolvam,
impreterivelmente, uma tomada de decisão. Pensar no problema e discuti-lo diante de
pessoas que têm opiniões contrárias favorece o diálogo, a empatia e a resolução de
problemas de forma respeitosa, evitando, assim, o uso da violência e de imposições
autocráticas.
De acordo com o método de Discussão do Dilema, os dilemas sejam discutidos
em sessões de 90 minutos, e que o grupo seja dividido em dois subgrupos, um que
concorda com a decisão tomada pelo nosso personagem principal e outro que não
concorda. A escolha dos subgrupos não deve ser aleatória, mas deve ocorrer de forma
que os participantes de fato se impliquem e se identifiquem com a decisão escolhida.
É preciso haver envolvimento afetivo dos sujeitos nessa discussão, o que só é
possível se o lado da discussão e os argumentos forem, de fato, escolhidos por eles.
Os participantes precisarão lidar com os contra-argumentos do outro grupo,
reconhecendo seus sentimentos, procurando ter empatia e compreender sua opinião.
Decidir moralmente de acordo com nossos princípios requer, ao mesmo tempo,
abrir mão de outros valores e princípios tão importantes quanto os escolhidos para a
decisão. Nisso reside a necessidade da competência moral. Juízo, ação e sentimento
entram em jogo no processo de decisão. Quando o sujeito se depara com opiniões
diferentes que entram em conflito com suas próprias, ele tem capacidade para
debater, dialogar e pelo menos se dispor a olhar, mesmo que de longe, a posição do
outro.
Isso posto, cabe enfatizar a importância de se discutir sobre os
encaminhamentos em relação aos problemas enfrentados no Serviço de Acolhimento,
a fim de favorecer o desenvolvimento da competência moral, seja dos profissionais ou
das crianças e adolescentes. Os problemas enfrentados no dia a dia podem ser
colocados em uma discussão ou reunião de equipe para se pensar nas decisões a
serem tomadas, e, assim, ao ouvir a opinião de todos e hierarquizar os valores e
princípios que estão em jogo, torna-se possível preparar a equipe para decisões
futuras que, em sua maioria, não permitem uma discussão prévia e alongada, mas
requerem uma decisão rápida, imediatamente após o fato ocorrido.
Piaget (1994) faz uma reflexão sobre a distância que existe entre o que se fala
em uma discussão de dilema, o juízo que se emite e a ação do sujeito diante da
situação real. De acordo com Lind (2016), quando o sujeito é capaz de ajuizar sobre
ações de respeito, justiça, liberdade e valor à vida, ele também é capaz de agir dentro
destes princípios e no mesmo nível de desenvolvimento moral, mesmo que isso não
ocorra de imediato.
A aplicação de um dilema para uma reflexão deve ser compatível com o nível
de desenvolvimento dos envolvidos, não pode ser algo óbvio, nem com um grau de
dificuldade absoluto em que os sujeitos não terão condições de refletir. A questão
emocional também deve ser levada em consideração. Se determinado sujeito está
envolvido emocionalmente na história que o dilema aborda, provavelmente não terá
condições de emitir nenhum juízo. Portanto, na aplicação de um dilema, as condições
emocionais e os níveis de desenvolvimento dos sujeitos devem ser pré-avaliados ou,
ao menos, deve ser dada a possibilidade de escolha em relação à participação deles.
Conclusão
Dialogar com os outros, saber se posicionar, tomar decisões autônomas, é
essencial para viver em sociedade e o trabalho de discussão de dilemas atua no
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Referências
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicaocompilado.htm>.
Acesso em: 22 set. 2021.
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Resumo
Este texto apresenta o resultado parcial da pesquisa intitulada “Práticas docentes
Histórico-Críticas nos anos iniciais do Ensino Fundamental: limites e possibilidades”.
O objetivo principal é apresentar uma síntese atual, por meio de uma revisão
integrativa de literatura, das pesquisas sobre a temática em estudo. A pergunta que
norteou esta revisão foi “quais as contribuições da Pedagogia Histórico-Crítica (PHC)
para a elaboração de práticas docentes na Educação Básica?” Por meio do estudo foi
possível identificar algumas dessas contribuições: instrumentalizar os docentes no
sentido de se posicionarem em defesa da escola pública de qualidade; priorizar a
socialização das bases científicas.
Palavras-chave: Práticas Docentes; Formação de Professores; Pedagogia Histórico-
Crítica.
Introdução
Este texto é parte da pesquisa intitulada “Práticas docentes Histórico-Críticas
nos anos iniciais do Ensino Fundamental: limites e possibilidades”, em
desenvolvimento pela linha de pesquisa Práticas Docentes para a Educação Básica
do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual do Norte do
Paraná (PPEd/UENP), Campus Jacarezinho.
A pesquisa em questão, tem como problemática central: Quais as contribuições
da Pedagogia Histórico-Crítica (PHC) para a elaboração de práticas docentes no
município de Guapirama, PR? No que se refere ao método, teremos como ponto de
partida os textos clássicos de Demerval Saviani, o criador da PHC e um dos maiores
pesquisadores da educação brasileira na atualidade.
O objetivo principal deste estudo é desenvolver uma síntese atual, por meio de
uma revisão integrativa de literatura das pesquisas, sobre a temática em estudo na
perspectiva da PHC. Conhecer e analisar as publicações recentes também poderá
contribuir para a ampliação do referencial teórico da pesquisa.
Materiais e métodos
Esta revisão integrativa de literatura foi realizada a partir de seis fases. Este
método de elaboração de revisão determina o conhecimento atual sobre uma temática
específica. A revisão deve identificar, analisar e sintetizar resultados de estudos
independentes sobre o mesmo assunto (TAVARES; SILVA; CARVALHO, 2010).
A primeira fase da revisão corresponde à elaboração da pergunta norteadora.
Foi definida em concordância com a temática e os objetivos da pesquisa a seguinte
indagação: quais as contribuições da PHC para a elaboração de práticas docentes na
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Resultados e discussão
Durante a etapa de seleção dos artigos na plataforma Rayyan, com a utilização
dos critérios de inclusão e exclusão foi realizada a leitura de 111 títulos de artigos
científicos e 43 resumos. Na etapa de análise crítica dos estudos, realizamos a leitura
de 11 artigos completos, selecionando 3 para apresentação, revisão e síntese. Dessa
forma, a filtragem dos artigos científicos por etapa segue descritos na Tabela 1:
2º 111 00
3º 43 68
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4º 11 32
5º 3 8
Pedagogia histórico-
Educação e
crítica em Francisco
CAMARGO, T. L.; Educação Emancipação; Prática
1 Beltrão-PR (1990- 2018
CASTANHA, A. P. temática digital Pedagógica; Educação
2014): caminhos e
no Paraná.
descaminhos
Catarse; Pedagogia
A catarse na didática Histórico-Crítica;
Pro-
2 DUARTE, N. da pedagogia histórico- Didática; György 2019
Posições
crítica Lukács; Antonio
Gramsci.
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Conclusões
Neste estudo foi possível identificar algumas contribuições da PHC para a
elaboração de práticas docentes na Educação Básica. Todas as contribuições
apontadas dizem respeito à compreensão da Prática Social pelos professores. Com
essa consciência, os docentes buscam melhores condições de trabalho, posicionam-
se em defesa da escola pública de qualidade, buscam a qualidade da educação, e
priorizam a socialização das bases científicas.
A importância de uma formação sólida e continuada é um ponto em comum nos
textos revisados. A compreensão do materialismo histórico-dialético e da teoria e
método da PHC, aparecem como questões fundamentais para que as contribuições
sejam possíveis.
Referências
CAMARGO, T. L. d; CASTANHA, A. P. Pedagogia histórico-crítica em Francisco
Beltrão-PR (1990-2014): caminhos e descaminhos. ETD - Educação Temática
Digital, v. 20, n. 1, p. 98–117, 2018.
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Resumo
Este texto tem como objetivo analisar as possíveis aproximações e distanciamentos
nas principais teorias da educação brasileiras: A Pedagogia Freiriana e a Pedagogia
Histórico-Crítica (PHC). Trata-se de uma pesquisa bibliográfica a partir dos estudos
desenvolvidos no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPEd) — Mestrado
Profissional em Educação Básica. A problemática da qual partimos foi: quais as
aproximações entre o pensamento de Paulo Freire e Dermeval Saviani? Quais pontos
de distanciamento entre as duas teorias elaboradas por eles? Como resultado, pode-
se reafirmar a importância das duas teorias como possibilidades contra hegemônicas
em defesa da escola pública e na educação como forma de emancipação humana.
Palavras-chave: Educação básica; Pedagogia freiriana; Pedagogia Histórico-crítica.
Introdução
Este trabalho traz algumas reflexões das principais pedagogias contra
hegemônicas, destacando suas diferenças e aproximações. A Pedagogia Histórico-
crítica (PHC) que entende a educação escolar como um dos elementos principais no
processo de luta pela superação da sociedade tão desigual, e a Pedagogia freiriana,
que reconhece o povo como sujeitos de direitos e valoriza a cultura popular, a partir
das memórias, valorização dos saberes e as matrizes culturais da sociedade, e se
opõe ao pensamento de que é necessário rebaixar uns para assegurar a dominação
de outros.
O texto emerge da prática profissional e nas pesquisas desenvolvidas no
Programa de Pós-Graduação em Educação (PPEd) — Mestrado Profissional em
Educação Básica, em defesa da escola pública e desafios docente para a
consolidação de pedagogias contra hegemônicas. Tem como objetivo discutir essas
pedagogias, como teorias que buscam formar cidadãos livres, críticos e
transformadores da realidade, que valorizem os saberes populares como
conhecimentos do aluno enfatizados na pedagogia freiriana, mas que vai além desse
senso comum, mediados pela perspectiva da PHC, que traz pertinentes
aprofundamentos ao campo científico da educação, e a partir desses conhecimentos
iniciais, socializa o saber sistematizado historicamente e construído pelo homem.
A Pedagogia Histórico-crítica é uma teoria que vem sendo muito discutida pelos
profissionais da educação. É conhecida principalmente a partir das obras do professor
Dermeval Saviani. Tem uma fundamentação teórica bastante consolidada, “[...]
diferencia-se da visão crítico-reprodutivista, uma vez que procura articular um tipo de
orientação pedagógica que seja crítica sem ser reprodutivista” (SAVIANI, 2011, p. 57).
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Materiais e métodos
O procedimento metodológico utilizado no texto foi a revisão bibliográfica a
partir das reflexões teóricas trazidas pelo professor Saviani (2011) em sua obra
Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações e o educador Paulo Freire (1987)
com a obra Pedagogia do Oprimido.
Resultados e Discussão
Algumas interpretações equivocadas podem sugerir que a PHC esteja
desvalorizando o saber popular, visto que valoriza a escola como responsável pelo
saber erudito e não popular. Para essa perspectiva crítica, o saber popular tem sua
importância e primazia em termos das lutas da classe trabalhadora e da construção
de saberes em torno das lutas sociais, “em suma, pela mediação da escola, acontece
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Conclusões
Em suma, cabe ressaltar a importância de compreender a tese dessas duas
pedagogias a trabalho da luta pela transformação social, como alternativa de
pedagogias na procura por uma educação emancipadora, que buscam caminhos
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Referências
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 17 ª ed. (1ª edição: 1970). Rio de Janeiro: Paz
e Terra. 1987.
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Resumo
O presente trabalho tem por objetivo apresentar os resultados parciais de uma
pesquisa que está sendo desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Educação
– Mestrado Profissional em Educação Básica. O tema da pesquisa é o ensino de
História nos anos iniciais articulado com o processo de alfabetização fundamentado
na Pedagogia Histórico-Crítica. A metodologia utilizada neste estudo inicial foi a
revisão integrativa de literatura. A partir dos levantamentos de dados realizados no
Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (CAPES) foi possível verificar que existe uma carência de trabalhos
que abordam o campo da Alfabetização e o Ensino de História nos Anos Iniciais que
tenham como aporte teórico a Pedagogia Histórico-Crítica.
Palavras-chave: Ensino de História; Alfabetização; Pedagogia Histórico-Crítica;
Introdução
O presente texto tem por objetivo apresentar o resultado parcial da pesquisa
em andamento desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Educação –
Mestrado Profissional em Educação Básica, na Universidade Estadual do Norte do
Paraná – campus de Jacarezinho. A temática aborda a articulação do ensino de
História nos anos iniciais com a Alfabetização e a Pedagogia Histórico-Crítica e parte
da seguinte questão problematizadora: É possível ensinar História e fazer uso de seus
conteúdos para alfabetizar nos anos iniciais da Educação Básica simultaneamente?
O objetivo é analisar as possibilidades de articulação entre a disciplina de História e o
processo de alfabetização nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. O produto
educacional será uma proposta pedagógica construída a partir dos fundamentos da
Pedagogia Histórico-Crítica (PHC).
Materiais e métodos
Para a apresentação dos resultados parciais foi realizado um levantamento
bibliográfico no Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O método utilizado foi a
revisão integrativa que “possibilita a síntese do estado do conhecimento de um
determinado assunto, além de apontar lacunas do conhecimento que precisam ser
preenchidas com a realização de novos estudos” (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO,
2008, p. 759). O levantamento partiu das palavras-chave: “Alfabetização”; “Ensino de
História” e “Anos Iniciais”; Pedagogia “Histórico-Crítica” e “Alfabetização”; “Pedagogia
Histórico-Crítica” e “Ensino de História”. Foi utilizado o operador booleano AND para
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facilitar a localização dos trabalhos. O foco prioritário das buscas se concentrou nas
dissertações dos Mestrados Profissionais.
A partir desse método foram estabelecidos os critérios de inclusão e exclusão
de estudos que deve ser “conduzido de maneira criteriosa e transparente, uma vez
que a representatividade da amostra é um indicador da profundidade, qualidade e
confiabilidade das conclusões finais da revisão” (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO,
2008, p. 762). Para a inclusão foi estabelecido o recorte temporal de 2015 a 2020. Em
relação à Pedagogia Histórico-Crítica o critério de exclusão se pautou em
desconsiderar os trabalhos que não tinham essa teoria educacional como aporte
teórico. Na busca da palavra-chave “Alfabetização” optou-se por dissertações que se
referiam à alfabetização nos Anos Iniciais da Educação Básica. Como critério de
exclusão foram descartados os trabalhos que não se referiam aos anos iniciais e as
disciplinas que não contemplam o ensino de leitura e escrita como tarefa primordial.
O levantamento foi realizado em quatro etapas de acordo com as palavras-chave.
Com a aplicabilidade dos critérios de escolhas e uso de filtros foram selecionados
oitenta e seis trabalhos para serem analisados.
Cabe salientar que para realizar a seleção do material a ser analisado foram
utilizados os seguintes parâmetros: primeiro foi feita a verificação a partir do título do
trabalho; posteriormente, a leitura do resumo e palavras-chave; e, por fim, a consulta
na listagem das referências.
Resultados e Discussão
Após o levantamento a partir das palavras-chave de cada etapa, passou-se
para a organização dos dados. Em relação à alfabetização, os dados foram
classificados em categorias para uma melhor visualização. Assim, a primeira categoria
denominada “Políticas Públicas” refere-se aos trabalhos relacionados com a
implantação do Pacto Nacional da Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) em âmbito
nacional. Nessa categoria foram localizados quatorze trabalhos. Ainda nessa
categoria, os trabalhos que se referem à implementação de programas de intervenção
em esferas municipais, foram encontrados quatro trabalhos. Um trabalho relacionado
à Progressão Continuada no Ciclo de Alfabetização e um voltado para a gestão
participativa no ciclo de alfabetização.
A categoria denominada “Formação Docente” está relacionada com os estudos
que discutem a formação do professor alfabetizador. Com esta temática foram
localizados sete trabalhos, sobre formação continuada quatro, sobre a prática
pedagógica alfabetizadora três e sobre o processo de alfabetização dos professores
indígenas, um. Os trabalhos classificados na categoria “Processos de Aquisição da
Leitura e da Linguagem Escrita” discutem o processo de aquisição do Sistema
Alfabético de Escrita e totalizam quatro. Com a temática sobre as estratégias de
intervenção para a aprendizagem da leitura e escrita de crianças em situação de
vulnerabilidade social foram localizados dois, sobre a Consciência Fonológica, um e
sobre o ambiente alfabetizador como estímulo da aprendizagem da leitura e da
escrita, também um.
A categoria “Avaliações” relaciona-se com trabalhos que discutem sobre a
Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), que somam quatro trabalhos. Na mesma
categoria, localizou-se dois trabalhos sobre a avaliação da aprendizagem no primeiro
ano do ciclo de alfabetização. Em relação à categoria “Sequência Didática para a
Alfabetização” foram organizados quatro trabalhos que utilizaram essa modalidade
como ferramenta para o planejamento do trabalho pedagógico. A categoria
“Abordagem Discursiva na Alfabetização” está voltada para os estudos que utilizaram
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Conclusão
Ao término desse levantamento de dados por meio de uma revisão integrativa
de literatura é possível tecer algumas considerações a respeito dos resultados
encontrados. Diante do que foi observado nota-se uma carência de trabalhos que
sejam fundamentados pela Pedagogia Histórico-Crítica, tanto no âmbito da
alfabetização como também para o Ensino de História nos anos iniciais da Educação
Básica.
A importância de estudos que tenham seus fundamentos ancorados na
Pedagogia Histórico-Crítica deve-se ao fato de que essa teoria tem um
posicionamento muito sólido em favor da escola pública e do ensino de qualidade para
os filhos da classe trabalhadora. Uma de suas premissas é entender a educação como
mediadora das transformações sociais por meio do saber acumulado historicamente,
propondo a emancipação humana e a prática revolucionária para a superação da
sociedade capitalista. Dessa forma, a investigação em andamento é subsidiada por
essa teoria por aproximar da prática docente da pesquisadora que atua em uma
escola pública e tem a preocupação de desenvolver um trabalho de qualidade numa
perspectiva emancipatória.
Referências
CARDOSO, M. G. O Programa de Intervenção Pedagógica/Alfabetização no
Tempo Certo-PIP/ATC em Teófilo Otoni. Dissertação (Mestrado). Universidade
Federal de Juiz de Fora CAED- Centro de Políticas Públicas e Avaliação da
Educação Programa de Pós-Graduação Profissional em Gestão e Avaliação da
Educação Pública, Juiz de Fora, 2015.
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Resumo
A chamada crise do paradigma científico levou a um recuo da teoria em áreas do
conhecimento, como a Educação. Há uma teoria da educação que orienta alunos e
professores a perpassarem o que já tem acesso em sua prática social e alcançar o
pensamento científico, filosófico e artístico, superando imediatismos. Essa proposta
pedagógica é denominada Pedagogia Histórico-Crítica (PHC) e foi desenvolvida pelo
professor Saviani (1943). A problemática da pesquisa em andamento parte da
seguinte questão: Qual a função da educação escolar no contexto atual a partir da
PHC? O presente texto é um recorte que objetiva apresentar parte da trajetória de
Saviani, inserindo autor e obra no contexto social, bem como os principais
fundamentos da PHC. Para o desenvolvimento da etapa até então realizada foi feita
uma análise de referências bibliográficas, que tratam sobre o pensamento educacional
do professor. Uma das conclusões é que a PHC é uma referência para compreensão
das lutas e disputas em nossa história da educação.
Palavras-chave: Dermeval Saviani; Educação Escolar; Pedagogia Histórico-Crítica.
Introdução
A crise contemporânea da ciência parece ter se acentuado nos últimos anos. A
chamada crise do paradigma científico levou a um recuo da teoria em diversas áreas
do conhecimento, sobretudo na área de Educação. Desse modo, “a negação da
objetividade aparece aqui associada à ideia de desintegração do espaço público, do
fetichismo da diversidade, da compreensão de que o poder e a opressão estão
pulverizados em todo e qualquer lugar” (MORAES, 2001, p. 13). Há uma teoria da
educação que poderia orientar para que os conteúdos escolares sejam trabalhados
de uma maneira crítica e que leve os discentes a perpassarem o seu senso comum,
do que já tem acesso no seu cotidiano, e conseguissem alcançar o pensamento
científico, filosófico e artístico, superando imediatismos. Essa proposta pedagógica é
denominada Pedagogia Histórico-Crítica (PHC), uma teoria da educação brasileira
elaborada por Dermeval Saviani (1943x) (SOUZA; RUCKSTADTER, 2021).
Parte-se do pressuposto de que a PHC se posiciona contra o recuo da teoria,
a qual contribui com o esvaziamento de conteúdos, com a negação da ciência. É
essencial que a escola seja um lugar de socialização do saber sistematicamente
acumulado. A PHC foi desenvolvida no final dos anos de 1970 na tentativa de superar
as teorias e práticas pedagógicas vigentes no contexto do período, além de ser uma
teoria para além da denúncia dos problemas da educação brasileira, que visava
superar as teorias crítico-reprodutivista. Trata-se de uma teoria e de uma pedagogia,
uma vez que propõe uma possibilidade para a superação da situação
socioeducacional do país. O objetivo é que a classe trabalhadora tenha acesso na
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Metodologia
Para o desenvolvimento da etapa até então realizada foi feita uma análise de
referências biobibliográficas, que tratam sobre a vida, o pensamento educacional do
professor, bem como de sua trajetória intelectual, utilizando como base estudos de
autores como Diana Gonçalves Vidal (2011), através do livro intitulado Dermeval
Saviani: Pesquisador, Professor e Educador, bem como dois cursos sobre a PHC,
com a participação do professor Saviani em algumas aulas, intitulados Planejamento
para Educação Infantil e Ensino Fundamental I a partir da Pedagogia Histórico-Crítica
(2020), realizado pela UNIOESTE, e Pedagogia Histórico-Crítica e Prática
Transformadora (2020-2021), realizado pela UFPB.
Além disso, foram analisadas obras do próprio educador, como Educação: do
senso comum à consciência filosófica (1993), Pedagogia Histórico-Crítica: primeiras
aproximações (2013), Escola e Democracia (2018) e Pedagogia Histórico-Crítica e
luta de classes na educação escolar (2015), sendo esse último organizado em
colaboração com o professor Newton Duarte, com o intuito de compreender e analisar
os principais fundamentos da PHC.
Resultados e Discussão
O professor Dermeval Saviani nasceu no dia 25 de dezembro de 1943 no
interior de São Paulo. Em 1964, cursou Filosofia na Pontifícia Universidade Católica
da cidade (PUC-SP). Durante os anos de 1973 e 1975 foi docente em tempo integral
na PUC-SP e a partir de 1978, reassumiu esse contrato, bem como passou a
coordenar os programas de Mestrado em Filosofia da Educação e Doutorado em
Educação. Saviani também já ministrou aulas na Graduação e na Pós-Graduação em
Educação na UNICAMP a partir de 1980. É válido salientar que o professor Saviani
desde seu processo de formação demonstrou interesse em compreender e criticar a
organização da educação brasileira. Assim, entende-se como ele foi construindo seu
pensamento em relação à educação brasileira até formular a sua teoria pedagógica,
a PHC (SOUZA; RUCKSTADTER, 2021).
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Professores como Saviani pensavam qual teoria seria satisfatória para orientar
a prática educativa, indo além da denúncia de como o sistema hegemônico capitalista
afeta a educação. Desse modo, na década de 1970, ele iniciou uma análise das
teorias existentes e elaborou, a partir disso, uma teoria propositiva, a PHC. Em 1980
publicou o Livro Educação: do senso comum à consciência filosófica. Esse livro
demonstra o engajamento político com a escola pública e o início das ideias
educacionais do professor Saviani, bem como o aprofundamento de seus referenciais
marxianos e marxistas nas suas produções (SOUZA; RUCKSTADTER, 2021).
Em 1983 publicou o Livro Escola e Democracia, iniciando os esboços de
criação da PHC, recusando o rebaixamento do ensino oferecido às camadas
populares no contexto da história da educação brasileira. Na obra, Saviani (2018)
destaca alguns pontos importantes do método que propõe na PHC. Apresenta os
cinco momentos da PHC, que não possuem uma relação necessariamente linear.
Esses momentos se imbricam, não são mecânicos, e possuem vinculação entre a
educação e a sociedade.
O primeiro é a Prática Social que se refere às questões que envolvem toda a
sociedade ao seu redor e na qual professores e alunos estão inseridos. A Prática
Social Inicial é a forma como estão sintetizadas as relações sociais em um
determinado momento histórico. Já o segundo momento é a Problematização, em que
há a identificação dos principais problemas colocados pela prática social. Problema é
aquilo que se necessita para conhecer a essência. Ademais, é quando há a seleção
de conhecimentos que precisam ser dominados pelos alunos para poderem interferir
criticamente na prática social (SAVIANI, 2018).
O terceiro momento é a Instrumentalização, que “[…] trata-se de apropriar-se
dos instrumentos teóricos e práticos necessários ao equacionamento dos problemas
detectados na prática social” (SAVIANI, 2018, p. 57). A Catarse é o quarto momento,
entendido no sentido proposto por Gramsci (1891-1937), como a elaboração superior
da estrutura em superestrutura na consciência dos seres humanos. Nesse momento
ocorre a transformação da visão fragmentada à incorporação do conhecimento, em
que há uma transformação qualitativa e o aluno supera sua visão particular do objeto
de estudo (SAVIANI, 2018).
O último momento é denominado de Prática Social Final, assim, ocorre um
retorno à Prática Social, porém, agora, espera-se que o estudante alcance uma visão
sintética, devido então a aprendizagem e a possibilidade de intervenção perante as
situações cotidianas que ocorrem ao longo da vida do estudante, tendo a educação
escolar cumprido sua função principal (SAVIANI, 2018).
O seu Livro Pedagogia Histórico-Crítica: primeiras aproximações foi publicado
pela primeira vez em 1991. Esse livro deu desenvolvimento à “pedagogia
revolucionária” que foi esboçada no Livro Escola e Democracia.
O professor Saviani se aposentou no ano de 2001, pela UNICAMP, depois de
34 anos de magistério. No entanto, manteve as orientações de Pós-Graduação. No
ano de 2002, Saviani recebeu o título de professor emérito pela UNICAMP. Vale
enfatizar que os pressupostos elencados acima são somente um pouco da trajetória
pessoal, acadêmica e profissional do professor Saviani, uma vez que ele desenvolveu
muitas obras e um complexo pensamento sobre a educação brasileira (SOUZA;
RUCKSTADTER, 2021).
A seleção dos conteúdos na PHC ocorre seguindo o trabalho com os conteúdos
clássicos, que podem e devem ser explorados com metodologias que desvelam as
suas questões políticas. O clássico não é o tradicional, nem se opõe ao atual, ao
moderno. Clássico é o conteúdo que se tornou fundamental, essencial, é o que resistiu
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Considerações Finais
Compreendeu-se, então, que Saviani é uma importante referência no
pensamento social e educacional brasileiro. A elaboração de uma pedagogia
genuinamente brasileira é uma de suas mais importantes contribuições. Assim,
compreender a PHC, que se propõe crítica, mas propositiva, é entender a
possibilidade da mudança da finalidade da própria educação.
Portanto, é essencial o conhecimento sobre a PHC, para entender o quão
importante é o acesso das camadas populares ao saber sistematizado, considerando
ainda o contexto atual de retrocessos e de esvaziamento de conteúdos e da descrença
e negação da ciência. A PHC, ao fazer essa defesa, defende também a escola pública,
gratuita, de qualidade e democrática para todas e todos.
Referências
MORAES, M. C. M. d. Recuo da teoria: dilemas na pesquisa em educação. Revista
Portuguesa de Educação, v. 14, n. 1, p. 7-25, 2001.
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Resumo
O presente trabalho objetivou analisar o processo de formação “Grupo de Estudos
Formadores em Ação” ofertado pela SEED aos professores e professoras das escolas
públicas do estado do Paraná, buscando inferir a relação entre a formação proposta
e a prática docente. A pesquisa foi desenvolvida por meio de uma abordagem
qualitativa considerando a investigação bibliográfica e documental. O resultado
observado indicou o teor ideológico e prático-utilitário das formações propostas,
objetivando preparar os docentes para um trabalho pedagógico que desvaloriza o
papel docente e a função da escola ao mesmo tempo em que busca reproduzir na
escola os interesses do capital.
Palavras-chave: Formação Contínua; Grupo de Estudos Formadores em Ação;
Pedagogia Histórico-crítica.
Introdução
O presente estudo é um recorte de pesquisa em andamento em nível de
mestrado desenvolvida junto ao PPEd/UENP/CJ que busca verificar as intenções
explícitas e implícitas que se impõem por meio da proposta formativa oferecida pela
Secretaria de Estado da Educação (SEED) aos professores e professoras da rede
pública estadual do Paraná “Grupo de Estudos Formadores em Ação”.
Tal proposta formativa, segundo site institucional, surgiu em maio de 2020 a
partir de uma necessidade de formação continuada em serviço, já que docentes da
rede estadual buscavam uma formação que os instrumentalizasse quanto ao uso das
metodologias ativas e recursos tecnológicos voltados para o ensino remoto.
A formação contínua em serviço é uma importante ação que evidencia a
possibilidade de que professores e professoras aprofundem seus estudos e possam
dessa forma qualificar cada vez mais sua prática pedagógica.
Barbieri; Carvalho e Uhle (1992) afirmam que professores e professoras
precisam de continuidade nos estudos, não apenas para se atualizarem quanto à
disciplina que lecionam, mas principalmente em razão do domínio da práxis que é
histórico e inacabado.
Para Contreras (2012, p. 173) é necessário que professores e professoras
intelectualizem seu trabalho,
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Objetivo
Este estudo objetiva analisar o processo de formação contínua “Grupo de
Estudos Formadores em Ação” ofertado pela SEED aos professores e professoras
das escolas públicas no estado do Paraná, buscando inferir as ações pretendidas
pelos órgãos governamentais de modo específico com essa proposta formativa.
Metodologia
O estudo se fundamenta numa perspectiva qualitativa por meio de uma
investigação bibliográfica e documental, a partir dos fundamentos da Pedagogia
Histórico-crítica, que contempla a análise da Resolução CNE/CP Nº 1, de 27 de
Outubro de 2020, que dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Formação Continuada de Professores da Educação Básica e institui a Base Nacional
Comum para a Formação Continuada de Professores da Educação Básica (BNC-
Formação Continuada) e da Resolução SEED Nº 1.955, de 28 de maio de 2020 que
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Resultados
A análise bibliográfica e documental permitiu a elaboração de algumas
considerações que indicam resultados parciais desse estudo, a saber a observação
de que os documentos oficiais que norteiam as propostas de formação contínua estão
diretamente relacionados a propostas neoliberais de educação, visando conformar
professores e professoras como agentes facilitadores de um processo educativo no
qual estudantes são os únicos protagonistas. E expropriados de sua função precípua,
a de transmissores dos conhecimentos científicos, filosóficos e artísticos mais ricos
elaborados pela humanidade ao longo da história, professores e professoras sofrem
a perda de sua autonomia e valorização profissional.
Discussão
A formação contínua em serviço é essencial para que professores e
professoras possam permanecer em processo de qualificação intelectual com vistas
à própria transformação, a de seus alunos e alunas e consequentemente da
sociedade. Porém, da forma como tem sido proposta pela SEED, cabem os seguintes
questionamentos levantados por Contreras (2012) sobre as práticas inovadoras:
Conclusão
A partir das considerações alcançadas por esta pesquisa compreende-se a
necessidade de que professores e professoras lutem por uma formação contínua que
os instrumentalizem possibilitando o desenvolvimento de uma consciência filosófica
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para que possam questionar e resistir às investidas neoliberais que chegam à escola
configuradas como formação.
É importante também que, assim como aconselha Saviani (2013) não se
descurem da escola, pois está sendo instrumento de hegemonia, da qual o capital
tenta se apropriar, não é possível deixá-la ao uso exclusivo da classe dominante,
portanto, cuidar desse instrumento “[...] significa, ao mesmo tempo, retirá-lo do
domínio exclusivo da classe dominante e utilizá-lo como instrumento de hegemonia
da classe dominada.” (SAVIANI, 2013, p. 239).
O “Grupo de Estudos Formadores em Ação” ao propor o trabalho com as
metodologias ativas desconsidera as funções docente, da escola e o direito de
estudantes em se apropriarem para além dos conteúdos do seu cotidiano. Nesse
sentido, se faz importante considerar Maia (2015, p.297) quando afirma que:
Referências
BARBIERI, M. R.; CARVALHO, C. P. de; UHLE, A. B. Formação continuada dos
profissionais de ensino: algumas considerações. Cadernos Cedes, n. 36, p. 29-35,
1992.
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Resumo
O presente estudo procura estabelecer a relação entre a Pedagogia proposta por
Paulo Freire e a Educação do Campo, partindo da compreensão que ambas procuram
a emancipação do sujeito a partir de sua concretude. Para isso, a Pedagogia
Libertadora de Freire, de relação dialógica e sua crítica à educação bancária como
fundamento da Educação do Campo, do currículo crítico, solidário e humanizador.
Introdução
No ano do centenário de Freire urge refletir sobre a relação existente entre a
Educação Popular e a Educação do Campo, realizando um cotejo entre as relações
de ambas. A prática pedagógica libertadora traz a análise sobre a responsabilidade
ética em propiciar um ambiente emancipatório, mesmo ideal defendido pela Educação
do Campo.
Nesse ponto há uma ligação direta entre a Educação Popular e o campo, pois
ambas defendem a libertação dos sujeitos que ficam a margem de políticas públicas
e excluídos da sociedade capitalista.
O Campo historicamente é visto como lugar de atraso em comparação com o
Urbano, diante disso, por muito tempo os camponeses foram privados de direitos,
devido à escassez de políticas públicas para essa população.
Assim como a Educação Popular o Campo também faz esse mesmo
movimento contra hegemônico, a medida em que defende uma escola que parta da
leitura de mundo de seu aluno. Freire (2021, p.50) ressalta a importância da educação
como instrumento de formação ao afirmar que se a educação for implantada de
maneira crítica “a prática educacional pode fazer uma contribuição inestimável à luta
política”. Ainda continua afirmando Freire (2021, p.50):
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Objetivos
- Analisar as contribuições dos ideais da Educação Libertadora proposta por Paulo
Freire para com a Educação do Campo;
- Compreender o papel ético da escola e professores na formação dos alunos;
Metodologia
O presente trabalho utilizara da pesquisa bibliográfica para análise da realidade
das Escolas do Campo. Para isso terá como base epistemológica a Educação
Libertadora proposta por Freire. Para o desenvolvimento dessa pesquisa o aporte
teórico foi selecionado tendo como base obras críticas, reflexivas, artigos e análises.
A pesquisa bibliográfica possibilita o acesso a fundamentação teórica
contribuindo de forma significativa com o presente estudo, além de oferecer condições
de delinear com clareza as reflexões, através de uma análise radical e rigorosa da
temática.
Resultados
A partir dessa pesquisa pode-se delinear a função social da escola,
compreendendo-a dentro da concepção de uma Educação Popular. Com o estudo
houve a possibilidade de realizar um cotejo entre Educação Popular e do Campo,
levantando pontos em comum.
Discussões
Para compreensão da relação entre Educação do Campo e Popular é
necessário o entendimento sobre aspectos históricos relevantes que demonstram o
descaso com os trabalhadores rurais, através da ausência de políticas públicas que
garantam os direitos essenciais.
Percorrendo os documentos normativos percebe-se que os avanços
conquistados se “efetivam” após a I Conferência Nacional por uma Educação do
Campo em Luiziânia – GO em 1998. As políticas anteriores tratavam do ruralismo
rural, objetivando a fixação do homem no campo, movido por duas situações: 1)
Grande êxodo rural e o receio do agravamento dos problemas sociais e econômicos;
2) e como forma de garantir o abastecimento das cidades.
Com relação à educação rural sustentou-se por muito tempo o princípio de que
para usar enxada não há necessidade de estudo, a partir do entendimento de que o
rural representava atraso e o urbano modernidade.
Na Constituição de 1988 há o início da consolidação de alguns direitos dos
campesinos, no entanto não é a formalização dos direitos dos camponeses na CF/88,
LDB/96 e DCOEC/2002 que garantem sua efetivação.
Sobre a função social da escola é fundamental compreender o papel ético do
professor progressista, como agente que tem a função de despertar a consciência
revolucionária. Para isso, é necessário oferecer ao aluno conhecimentos
significativos, a partir da problematização de sua realidade. Nessa perspectiva não
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Conclusões
O conhecimento a partir da concepção libertadora de educação deve ser
construído na relação dialógica entre educadores e educandos, é necessário que esse
conteúdo parta da visão de mundo do aluno. É necessário problematizar a
materialidade, proporcionando ao aluno a possibilidade de emancipação cidadã.
Freire (2001, p.86) afirma que: “será a partir da situação presente, existencial,
concreta, refletindo o conjunto de aspirações do povo que poderemos organizar o
conteúdo programático da educação ou da ação política”.
Nessa perspectiva a afirmação do conhecimento como instrumento de
construção da contra hegemonia, para que os educandos possam compreender as
contradições das existentes, tendo como instrumento pedagógico o diálogo,
autonomia, criatividade que contribuirá com a formação integral dos sujeitos
envolvidos no processo pedagógico.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução
CNE/CEB nº 1 de 3 abril de 2002. Diretrizes Operacionais para a educação básica
do campo. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=1380
0-rceb001-02-pdf&category_slug=agosto-2013-pdf&Itemid=30192. Acesso em 13
out. 2021.
FREIRE, Paulo. Pedagogia dos Sonhos Possíveis. 4ª ed. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 2021.
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RESUMO
O estudo faz parte das ações do grupo de pesquisa História, Sociedade e Educação
no Brasil - GT HISTEDBR Norte Pioneiro/PR, Programa de Pós Graduação em
Educação - Mestrado Profissional em Educação, Universidade Estadual do Norte do
Paraná. sobre a Pedagogia Histórico-Crítica, em 2021. Nesse estudo, o objetivo
consistiu em compreender os desafios e possibilidades de implementação da
Pedagogia Histórico-Crítica na educação básica. A discussão levantada evidencia a
Pedagogia Histórico-Crítica como ferramenta que busca aproximar a educação
escolar da prática social e conduzir a educação como a base para a luta da classe
trabalhadora.
Palavras-chave: Educação, Construção histórica, Pedagogia Histórico-Crítica
Introdução
Ao pensar nas questões que perpassam a educação escolar muitas indagações
são difíceis de responder, seja pela complexidade relacionadas aos assuntos
educacionais, seja porque não há respostas prontas. É isso o que acontece quando
muitos professores se questionam sobre qual seria o modelo ideal para se ensinar um
aluno, uma classe, uma escola e até mesmo um modelo a ser seguido em todo o
território nacional.
Mais importante do que encontrar um modelo a ser seguido, é investigar a partir
de qual realidade o aluno, a escola e os professores estão inseridos para que o
conteúdo seja ligado às vivências dos sujeitos envolvidos no processo educativo,
promovendo conhecimento que subsidie a práxis.
A teoria pedagógica elaborada por Saviani (2012) defende que o conhecimento
científico acumulado ao longo de gerações é o suporte básico que permite
compreender a realidade em sua construção histórica, política e social, bem como as
relações de exploração entre classes. A principal questão que auxiliou na delimitação
dessa pesquisa questiona quais são as dificuldades que atravessam a implementação
da Pedagogia Histórico-Crítica na educação básica no contexto de exploração
capitalista.
A PHC não é um modelo pronto e acabado para ser seguido pelos professores,
trata-se de pensar a aula como unidade concreta de relações sociais. A instituição
escolar e suas ações, entre elas a pedagógica, está atravessada por tudo que
acontece fora dos muros escolares, notadamente a ordem social capitalista. Ignorar
essa realidade é formar sujeitos que não pensam sobre si mesmos, sobre a sua
relação com os outros e sobre a realidade na qual fazem parte.
Discussão
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Conclusão
O método da Pedagogia Histórico-Crítica não é caracterizado como um
receituário a ser seguido de como ensinar ou uma receita de bolo indicando todos os
processos para se chegar a um resultado pronto e acabado. A restrição ao
imediatismo da sala de aula não abarca a aula como unidade concreta de relações
sociais.
A PHC pode funcionar como um método organizador que orientará o
planejamento da aula, mas seu engessamento pode interferir de maneira negativa no
processo de formação de um sujeito consciente de si e do mundo e como esse mundo
se estrutura nas bases das relações sociais.
A metodologia pensada por Saviani baseia-se na práxis, mas não se
caracteriza como um modelo engessado a ser alcançado pelos educandos. Pelo
contrário, a Pedagogia Histórico-Crítica reconhece que o conhecimento
historicamente acumulado possibilita ao indivíduo compreender a realidade em sua
dinamicidade histórica, ou seja, para além das aparências e das relações imediatas.
Referências
ABRANTES, A. A. Como ensinar? O método da pedagogia histórico-crítica e a
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Resumo
A temática da formação inicial de professores está presente em muitos debates que
permeiam o campo educacional, assim como as discussões sobre a pedagogia
histórico-crítica que cada vez mais é enriquecida com pesquisadores de diversas
áreas que se propõem em contribuir para sua compreensão e consolidação enquanto
uma teoria pedagógica contra hegemônica. O objetivo deste trabalho é trazer uma
leitura sobre a formação de professores na UENP, a partir de dados levantados numa
investigação documental e bibliográfica realizada através de uma pesquisa de
iniciação científica.
Palavras-chave: Pedagogia histórico-crítica; Formação de professores; Formação
inicial.
Introdução
A pedagogia histórico-crítica é uma teoria pedagógica contra hegemônica,
formulada pelo professor Dermeval Saviani, a partir das especificidades da educação
brasileira. Atualmente, a expansão das reflexões dessa teoria, resulta do esforço
coletivo de professores-pesquisadores comprometidos com uma educação crítica e
de qualidade. Foi a partir da clareza dos pressupostos teóricos e metodológicos que
envolvem essa teoria e das discussões presentes na academia a respeito da formação
docente que surgiu o interesse em compreender a importância dessa perspectiva para
a formação inicial de professores.
A formação de professores no Brasil apresenta alguns problemas na
contemporaneidade, embora seja imprescindível reconhecer os avanços no campo ao
longo dos anos. Porém, com a ascensão de perspectivas teóricas que compõem as
pedagogias hegemônicas na atualidade, haja vista a sociedade capitalista em que
estamos inseridos, é necessário cada vez mais os estudos e as pesquisas que
corroboram para o engajamento de teorias contra hegemônicas que visam uma
formação docente que dê conta da atividade principal que marca o exercício da
docência: a humanização e o empoderamento dos indivíduos.
Nesse sentido, buscou-se a partir de uma investigação nos planos de ensino
da UENP, averiguar se há presença da PHC como referencial bibliográfico, pois ao
vislumbrar cursos de formação docente que tenham trabalhado essa perspectiva
teórica, pode-se pensar numa formação crítica, que compreenda o processo de
ensino-aprendizagem como uma relação de professor-aluno que não estão inseridos
na mesma realidade social porque partem de pontos diferentes, mas que objetiva-se
chegar ao mesmo ponto, mediante a transmissão-assimilação do saber sistematizado.
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Objetivo
Este texto objetiva apresentar uma compreensão da importância da pedagogia
histórico-crítica para a formação inicial teórica de professores que após a conclusão
do curso de licenciatura e pedagogia, estarão aptos para exercer atividades da
docência na educação básica. Por isso, compreende-se que para a formação integral
do professor, é necessário conhecer e compreender as teorias pedagógicas,
especialmente teorias contra hegemônicas brasileiras, como é o caso da PHC, pois
tal perspectiva centra-se na defesa da aquisição do saber sistematizado e no
professor como sujeito fundamental no processo de socialização desse saber.
Metodologia
O referencial teórico foi embasado principalmente no materialismo histórico
dialético a partir de autores que na contemporaneidade se dedicam em pesquisar e
compreender a pedagogia histórico-crítica. O principal é Dermeval Saviani que
formulou a teoria ainda nos anos de 1980 e produziu as obras fundamentais para
todas as discussões que envolvem a PHC.
Utilizou-se do método de investigação documental para analisar planos de
ensino da UENP, referentes aos anos de 2016 a 2019. Analisou-se a bibliografia
básica e complementar dos cursos de licenciatura nas disciplinas pedagógicas dos
três campi da Universidade com a finalidade de verificar a presença da PHC como
referencial bibliográfico desses cursos, para assim, discutir com base nos dados
levantados, a existência ou não dessa referência nos planos e sua importância para a
formação inicial de professores.
Resultados e discussões
As discussões sobre a formação de professores no Brasil são recorrentes e
importantes para pensar a educação superior, mas também a educação básica, onde
os egressos dos cursos de licenciatura irão atuar. Espera-se que durante a formação
inicial nas universidades, os licenciandos possam usufruir de uma sólida formação
teórica que problematize e instrumentalize as nuances que envolvem a sala de aula,
especialmente os alunos das camadas populares, que na maioria das vezes, estão
presentes nas escolas públicas.
Diante disso, urge a necessidade de que, durante a formação inicial, os
licenciandos possam ter o contato com teorias pedagógicas contra hegemônicas,
comprometidas com a transformação social como a pedagogia histórico-crítica, por
exemplo. Essa teoria fundamentada no materialismo histórico dialético compreende a
divisão de classes com interesses antagônicos proveniente da sociedade capitalista
e, portanto, fornece alguns mecanismos para o exercício da docência pensando na
emancipação da classe trabalhadora. Nesse sentido, defende-se que a escola é o
lócus da socialização do saber sistematizado, ou seja, é através do ensino escolar
que os alunos provenientes das camadas populares podem emancipar-se, pois é o
local próprio para executar a tarefa de humanização dos sujeitos.
A PHC prioriza a formação e humanização dos indivíduos, pois é necessário
formar a individualidade humana para desenvolver a consciência crítica. E, portanto,
é necessário refletir sobre a relevância dos conhecimentos para a formação desses
indivíduos, ou seja, a importância do saber sistematizado, tanto no desenvolvimento
do professor enquanto indivíduo, quanto nos currículos escolares para o acesso dos
alunos. E para tanto, urge a necessidade de clareza quanto aos pressupostos teóricos
postulados na formação de professores, não negligenciando a atividade fundamental
da escola e do docente.
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Conclusão
Ao defender uma formação de professores sob a perspectiva da PHC, defende-
se uma formação embasada nos conhecimentos teóricos que traga a possibilidade ao
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Referências
MARSIGLIA, A. C.; MARTINS, L. M. Contribuições da pedagogia histórico-crítica para
a formação de professores. Germinal: Marxismo e Educação em Debate, p. 97-105,
2013.
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Resumo
Este estudo teve como objetivo apresentar uma revisão sistemática da literatura em
Educação dos últimos cinco anos a fim de identificar artigos que discutam construção
de valores na formação do docente em serviço na perspectiva da pedagogia histórico-
crítica. Assim, realizou-se uma pesquisa qualitativa que mostrou que a maioria dos
estudos investigados embasam-se nessa teoria, mas os dados demonstraram que é
preciso avançar no sentido de orientar e formar educadores que pautem sua prática
docente em uma ação revolucionária com valores da PHC.
Palavras-Chave: Axiologia; PHC; Formação de professores.
Introdução
Tendo conhecimento do momento atual, no qual BNCC e BNC Formação,
documentos orientadores de toda a Educação Básica e da Formação dos professores
no Brasil, direcionam a Educação no sentido da manutenção dos valores de mercado,
em detrimento de outros valores, tais como o da justiça social, reportamo-nos ao
contexto educacional das classes menos privilegiadas que necessitam, em um ato
revolucionário, de uma pedagogia contra hegemônica, que procure inverter a ordem
entre esses valores sociais. Nesse sentido, entendemos que a Pedagogia Histórico-
Crítica (PHC) pode contribuir para a promoção de uma educação que objetive uma
práxis coerente com a priorização do valor de justiça social. Na PHC a educação é
entendida como mediação, iniciando na prática social e terminando nela também.
Objetivo
Apresentar uma revisão sistemática dos últimos cinco anos de artigos em
Educação referentes à construção de valores na formação do docente em serviço na
perspectiva da pedagogia histórico-crítica.
Metodologia
A presente pesquisa, de caráter qualitativo, visou analisar artigos revisados por
pares que articulam as questões de valores e a formação docente, identificando se
esses estão aliados à Pedagogia Histórico-Crítica. Para isso, nos pautamos em alguns
critérios orientadores para os procedimentos metodológicos - tais como: realizar o
levantamento das publicações na base de dados da CAPES; utilizar na busca os
artigos revisados por pares; identificar pesquisas em que apareçam os termos chaves;
delimitar o tempo da pesquisa no período dos últimos cinco anos; selecionar os títulos,
nome dos autores, instituição e ano de publicação;
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Resultados
A investigação desta pesquisa partiu da necessidade de verificar como os
valores e a Pedagogia Histórico-Crítica estão presentes na formação do professor.
Foram examinados 17 artigos revisados por pares nos últimos cinco anos,
pesquisados na base de dados da CAPES. Considerando as perguntas realizadas, o
levantamento demonstrou que as questões investigadas obtiveram as seguintes
respostas:
Q1: Quais valores da PHC são mencionados na formação docente dos artigos
selecionados?
Os valores da PHC que são mencionados nos 12 artigos que têm essa
pedagogia como embasamento teórico, são valores de ciência, arte e filosofia, ou seja,
os conteúdos produzidos ao logo da história pela humanidade e o processo de
humanização intencional dos indivíduos e de formação humana.
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Discussão
Considerando as perguntas realizadas na pesquisa, o levantamento
demonstrou que a Pedagogia Histórico-Crítica e seus valores não são adotados por
quase 30% dos artigos investigados.
Os artigos que têm a PHC como base teórica, utilizaram na sua integralidade,
dados que corroboram com a ideia de que:
Conclusão
O desempenho bem-sucedido de um trabalho educativo assegura, de maneira
direta e intencional, a vasta firmeza de conteúdos ao longo do desenvolvimento da
raça humana, na proporção que esses conteúdos possam ser apropriados e
incorporados à individualidade do sujeito. Outrossim, o professor, ao mediar esse
conteúdo, aguça a possibilidade de um desenvolvimento mais pleno do indivíduo
incorporando no fazer pedagógico os valores de justiça social arraigados na PHC.
Os dados demonstraram que é preciso avançar no sentido de orientar e formar
educadores que pautem sua prática docente em uma ação revolucionária. Por outro
lado, todos os artigos analisados se embasaram em teorias contra hegemônicas.
Por fim, é necessário dar forma concreta para o caráter coletivo da prática
pedagógica histórico-crítica. Ou seja, cada um de nós deve participar de um trabalho
coletivo construindo-se numa unidade que se articula com outras unidades para
resultar na síntese das múltiplas determinações que caracteriza a totalidade da
educação na perspectiva histórico-crítica.
Referências
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Resumo
Analisar o efeito de um programa motor centrado na variabilidade da
prática gímnica sobre desempenho motor de 42 crianças do primeiro ano do Ensino
Fundamental. Foi realizado um programa de intervenção de 16 semanas, com 3
encontros semanais. Utilizou-se o Test of Gross Motor Development 2 e entrevista
semiestruturada. Foram utilizados teste de Shapiro-Wilk`s, U de Mann-Whitney,
Wilcoxon. Os resultados indicaram que o grupo experimental teve ganho significativo
nas habilidades de locomoção e controle de objetos, comparado ao grupo controle. A
intervenção estruturada por meio da variabilidade de prática gímnica, estimulou
favoravelmente e significativamente, desenvolvendo as habilidades motoras.
Introdução
As capacidades e habilidades são processos complexos que conduzem
o desenvolvimento do ser humano e, por isso tem sido foco de muitas pesquisas na
área da Educação Física. Cada fase, cada momento da vida, revela uma harmonia
entre o que é inato e o que é adquirido, em especial, na infância. A criança é um ser
único, sua espontaneidade, vivacidade, energia e disponibilidade para aprender
tornam-se características explícitas. Para entender as fases em que esse
desenvolvimento ocorre é importante também considerar as experiências vivenciadas
nesse período da infância, pois, por meio delas é que o aprendizado poderá ocorrer
de forma mais significativa para a criança.
As brincadeiras, os jogos lúdicos e as experiências vividas, corroboram
para que a criança tenha um desenvolvimento de todas suas habilidades e
competências de forma significativa, uma vez que quando ela experimenta,
compreende e, ao se relacionar com esse novo conhecimento, tende a incorporá-lo
de forma significativa e duradoura. Mediante esses pressupostos, torna-se importante
refletir como os educadores podem intervir no aprendizado da estrutura curricular do
Ensino Fundamental, prevista na Lei nº11. 274/06, em que a criança deve iniciar o
processo de letramento, ainda aos seis anos de idade. Essa inclusão dá origem a
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novos e grandes desafios para a área da educação, pois trata-se de uma questão que
deve ser, prioritariamente, uma educação que promova a formação humana,
reconhecendo a criança como sujeito cultural e em desenvolvimento.
Nesse cenário, a atuação pedagógica deve alicerçar-se em proposições
que promovam situações que possam envolver as diferentes áreas do conhecimento
e, em especial, as artes, a corporeidade e o aspecto lúdico, imprescindíveis na
infância. Os professores desempenham um papel fundamental como mediadores do
processo de aprendizagem dos saberes construídos historicamente. A interação no
processo ensino-aprendizagem deve ocorrer de forma prazerosa e significativa para
a criança, respeitando suas expectativas, limites e necessidades, já que nessa faixa
etária (seis anos), ela ainda necessita da interação com a alegria de brincar para que
seu aprendizado ocorra de forma significativa (ECKERT, 1993). Assim, a prática é
condição necessária para que a aprendizagem possa ocorrer significativamente,
influenciando as habilidades motoras da criança e, em particular, beneficiando sua
coordenação motora. Pois a criança desenvolve-se cotidianamente em diferentes
ambientes ou envolvimentos, como por exemplo, casa, escola, com amigos e
parceiros, entre outros espaços.
Entendendo que a Educação Física é o espaço escolar na qual a criança
poderá desenvolver suas habilidades motoras, desde 1996 com as mudanças
ocorridas na Lei de Diretrizes e Base, tornou-se um componente curricular obrigatório,
por possibilitar um desenvolvimento das habilidades motoras, cognitivas e afetivo-
sociais. Por isso, nesse estudo, optou-se por uma intervenção com a prática gímnica
centrada nos pressupostos de Leguet (1987), por ser essa uma possibilidade de
intervenção que trate das habilidades motoras básicas, para subsidiar o
desenvolvimento de habilidades futuras, em contextos diferenciados. Entende-se que
a ginástica é uma possibilidade de trabalho no ambiente escolar, pois quando
trabalhada como saber instituído nas aulas de educação física, possibilita o
desenvolvimento das habilidades motoras e, por consequência um aprendizado
significativo.
Objetivo
Analisar o efeito de um programa motor centrado na variabilidade da prática
gímnica sobre o desempenho motor geral, em crianças do novo primeiro ano do
Ensino Fundamental, com duração de nove anos.
Metodologia
Caracterizou-se como uma pesquisa do tipo quase-experimental. A escolha dos
participantes ocorreu num ambiente escolar público que se encontrava em um
momento de implantação do novo primeiro ano do Ensino Fundamental. O projeto foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres Humanos da Universidade
Estadual de Maringá (CAAE:).
A amostra contou com a participação de 42 crianças (23 meninos e 19
meninas), com idade média de 6,5 anos, distribuídas em duas turmas, uma no período
matutino, grupo controle (GC) com 21 crianças e, outra no período vespertino, grupo
experimental (GE) com 21 crianças. Os pais assinaram o termo de consentimento livre
e esclarecido (TCLE). Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram:
- Entrevista semiestruturada, para obter informações referentes à prática
diária de atividades físicas (jogos e brincadeiras). Buscou-se relacionar o ambiente
sociocultural às oportunidades motoras das crianças, conforme os seguintes tópicos:
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Resultados
Os resultados indicaram que, após o período de intervenção, as crianças do
GE demonstraram um ganho significativo (p=0,001) em relação às crianças do GC,
nas habilidades de locomoção e controle de objetos. Ao analisar a habilidade de
locomoção comparando os grupos, verificou-se que os resultados não evidenciaram
uma diferença estatisticamente significativa com relação ao pré-teste. Porém,
observou-se que as crianças do sexo masculino dos 2 grupos apresentaram escores
de md= 49 (46-52) no pré-teste, já no pós-teste, esse resultado passou para md= 88
(82-94) para o GE, enquanto, o GC permaneceu com escores finais semelhantes aos
resultados da avaliação no pré-teste md= 49 (46-54), ou seja, não apresentou
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Discussão
Ao analisar a relação existente entre as práticas de atividades motoras diárias
das crianças, categorizou-se para o presente estudo, as atividades que envolvem
brincadeiras de rua, ou em espaços abertos com ou sem orientação, tempo de
brincadeiras em ambiente fechados. Logo, relacionados a jogos virtuais, televisão e
outros entretenimentos, bem como atividades clubísticas e esportivas. Pois quando a
criança é estimulada de forma ampla, por meio da exploração do meio ambiente, ela
tem mais chances de praticar as habilidades motoras e, consequentemente, de
dominá-las com facilidade.
As crianças que iniciaram o programa (GE) classificadas com habilidades
coordenativas muito pobres em ambos os sexos, abaixo da média (28%) ou na média
(72%), apresentaram ao final das intervenções, resultados significativamente
melhores em todas as variáveis (p=0,001). Demonstrando que atividades
interventivas são de extrema importância no auxílio do desenvolvimento das
habilidades coordenativas, nesse momento da infância, em que a criança está
iniciando o processo de especialização, que lhe permitirá realizar atividades
esportivas com melhor estruturação das habilidades, quer seja no ambiente escolar
ou fora dele.
Observou-se que as crianças participantes do grupo de intervenção com a
variabilidade de prática centrada na ginástica evidenciaram mudanças significativas
da pré-intervenção para a pós-intervenção. Esses resultados reforçam os resultados
de pesquisa que sugerem ações ou programas interventivos que oportunizam a
prática de atividades motoras gerais e especializadas.
Conclusão
A pesquisa demonstrou que a organização de um trabalho centrado na
ginástica, quando organizado enquanto conteúdo escolar, e considerando os fatores
ambientais, como fundamentais influências no processo de desenvolvimento das
habilidades da criança, são de extrema relevância. Pois tanto nas habilidades
locomotoras, quanto no controle de objetos, evidenciaram mudanças significativas da
pré-intervenção para a pós-intervenção. Assim, o programa de aulas criteriosamente
aplicado, em situação experimental, constitui-se face aos resultados significativos, em
indicadores que possam permitir a implementação da prática gímnica na escola, de
forma sistemática e no conjunto das outras ofertas.
Referências
ECKERT, H. Comportamento Motor na Fase Precoce da Infância. Desenvolvimento
Motor. 3. ed. São Paulo: Manole, 1993. p. 183-232.
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Resumo
A prática de lembrar envolve lembrar das informações aprendidas, fortalecendo assim,
a memória. Todavia, poucos estudos sintetizam os achados da prática de lembrar no
ensino de vocabulário em crianças e adolescentes em sala de aula. A presente revisão
sistemática foi baseada no método PRISMA, consultando-se as bases de dados:
Portal de Periódicos da CAPES, ERIC e PsycNet. Como resultado, foram incluídos 10
(dez) artigos na síntese qualitativa, dos quais 8 (oito) apontam para efeitos benéficos
da prática de lembrar associada à aprendizagem de vocabulário.
Palavras-chave: Prática de Lembrar; Vocabulário; Estratégias de aprendizagem.
Introdução
Uma educação baseada em evidências precisa de que suas práticas sejam
cientificamente comprovadas (SLAVIN, 2020). A prática de lembrar (retrieval practice),
que faz parte das estratégias empregadas para a educação com base em evidências,
diz respeito à tentativa de evocar a informação antes codificada e armazenada, de
modo a melhorar a retenção da informação (ADESOPE; TREVISAN;
SUNDARARAJAN, 2017). Tal prática, se realizada com frequência em sala de aula,
de qualquer nível, pode melhorar o desempenho dos estudantes (ADESOPE;
TREVISAN; SUNDARARAJAN, 2017). Compreender a prática de lembrar, portanto,
importa aos professores para que possam repensar suas práticas.
Uma meta-análise recente permite constatar que a maioria das pesquisas com
prática de lembrar foram realizadas com alunos do Ensino Superior e, bem menos, do
Ensino Médio (YANG et al, 2020). Em menor número são os estudos conduzidos com
participantes cuja faixa etária os incluiria em níveis da Educação Básica (de 4 a 17
anos de idade). Outra lacuna diz respeito ao encontro de revisões sistemáticas que
tratem do ensino de vocabulário via prática de lembrar, ainda mais escritas em
português. Enriquecer o vocabulário é parte inerente ao aumento progressivo do nível
de complexidade textual que, espera-se, os alunos dominem (BRASIL, 2017).
Objetivo
Este estudo objetiva a sintetizar as pesquisas que envolvam prática de lembrar
e ensino de vocabulário com crianças e adolescentes em ambiente de sala de aula.
Materiais e métodos
A revisão realizou-se com base no método PRISMA (Principais Itens para
Relatar Revisões Sistemáticas e Meta-análises) (MOHER et al., 2009). Como critérios
de elegibilidade, foram incluídos apenas artigos revisados por pares, redigidos em
inglês, sobre a prática de lembrar empregada para o ensino de vocabulário (de
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segunda língua ou língua nativa), com indivíduos entre 4 e 17 anos de idade (faixa
etária que compreende a Educação Básica brasileira), em ambiente de sala de aula.
Esta revisão foi realizada no mês de setembro de 2021. A base de dados em
que se buscaram os artigos foram o Portal de Periódicos da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES/MEC), o portal Education
Resources Information Center (ERIC) e o sítio eletrônico PsycNet, da American
Psychological Association (APA). As estratégias de busca utilizadas foram a
combinação das seguintes palavras ou expressões-chave: “retrieval practice” AND
vocabulary, “testing effect” AND vocabulary e “test-enhanced learning” AND
vocabulary.
Resultados e discussão
No decorrer da seleção dos artigos, foram identificados 89 (oitenta e nove)
resultados, somados os itens das três bases de dados. Destes, 31 (trinta e um) eram
duplicatas (ou seja: o mesmo artigo aparece em mais de uma base de dados
diferente). Em seguida, após verificação dos títulos, resumos e métodos do
experimento, foram excluídos 43 (quarenta e três) artigos, pois seus participantes
fugiam do espectro etário pretendido por esta revisão sistemática (em sua maioria,
eram estudantes universitários ou adultos). Restaram para avaliação completa 15
(quinze) artigos. Desses, 5 (cinco) foram excluídos após se verificar que não se
enquadravam nos critérios de inclusão. Semelhantes artigos, embora sejam
relacionados a vocabulário, foram excluídos pelos seguintes motivos: num deles, não
havia condição controle; noutro, o setting não era sala de aula; noutros três,
finalmente, o foco não era vocabulário, mas competência de leitura ou comparação
entre tipo de feedback. Assim, restaram 10 (dez) artigos para síntese qualitativa,
conforme a ilustração abaixo.
Tabela 1: Lista de referências encontradas na busca que foram citadas nos resultados.
Ano de
Primeiro(s) autor(es) – até 3 Periódico ou fonte
publicação
GOOSSENS et al. 2014 CAPES, Applied Cognitive Psychology
GOOSSENS et al. 2016 CAPES, Applied Cognitive Psychology
LOTFOLAHI; SALEHI 2017 CAPES, Cogent Education
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CANDRY; DECLOEDT;
2020 CAPES, System
EYCKMANS
BARENBERG et al. 2021 CAPES, Applied Cognitive Psychology
DAMHUIS; SEGERS; ERIC, School Effectiveness and School
2015
VERHOEVEN Improvement
ERIC, Journal of Speech, Language, and
HAEBIG et al. 2019
Hearing Research
ERIC, Journal of Speech, Language, and
ADLOF et al. 2021
Hearing Research
Journal of Speech, Language, and Hearing
LEONARD; DEEVY. 2020
Research
Journal of Speech, Language, and Hearing
LEONARD et al. 2020
Research
Fonte: elaborado pelos autores
Conclusões
A associação entre prática de lembrar e aprendizagem de vocabulário por
crianças e adolescentes ainda não é muito clara na literatura, seja por escassez de
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pesquisas específicas, seja por discordância entre os achados, seja ainda pela
presença ou não de contexto significativo. De qualquer modo, as pesquisas
levantadas nessa revisão sistemática apontam que há benefícios em usar a prática
de lembrar para ensino de vocabulário.
Investigar mais a fundo esse assunto é particularmente relevante porque seus
resultados poderiam contribuir para determinar estratégias de ensino cientificamente
comprovadas nas turmas de Educação Básica, sobretudo no que diz respeito ao
ensino de novas palavras, bem como para esclarecer contradições entre achados
anteriores. Igualmente, as pesquisas levantadas não foram realizadas no Brasil.
Sendo assim, há necessidade de investigar se os mesmos achados se reproduzem
no cenário escolar brasileiro.
Referências
ADESOPE, O. O.; TREVISAN, D. A.; SUNDARARAJAN, N. (2017). Rethinking the
Use of Tests: A Meta-Analysis of Practice Testing. Review of Educational
Research, v. 87, n. 3, p. 659–701. https://doi.org/10.3102/0034654316689306
YANG, C.; LUO, L.; VADILLO, M. A.; SHANKS, D. R. (2020). Testing (Quizzing)
Boosts Classroom Learning: A Systematic and Meta-Analytic Review. Psychological
Bulletin v. 2, p. 1-37.
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Resumo
O objetivo do presente estudo é relatar as estratégias de ensino-aprendizagem
adotadas na regência do ensino da dança em aulas remotas de Educação Física. As
atividades foram realizadas durante o segundo módulo do Programa Residência
Pedagógica da Universidade Estadual do Norte do Paraná, com 159 escolares do 4º
e 5º ano do Ensino Fundamental, com faixa etária de 9 a 11 anos de idade.
Desenvolveram-se atividades rítmicas através de brincadeiras cantadas, cantigas de
roda e coreografias recreativas de forma lúdica, visando potencializar a aprendizagem
e motivação dos escolares. Graças aos encontros, palestras e todo suporte obtido
pelo professor preceptor e pela coordenação durante o planejamento dessas aulas, o
desenvolvimento das mesmas foi excelente. A participação dos escolares foi efetiva e
de suma importância para o progresso das aulas.
Palavras-chave: Atividades Lúdicas; Ensino Remoto; Educação Física.
Introdução
Inúmeras são as possibilidades educacionais no âmbito da ludicidade, de modo
que são constantemente adotadas como práticas pedagógicas por diversos
profissionais da educação, como forma de propiciar a aprendizagem e o
desenvolvimento infantil. Em aulas de Educação Física, o principal objetivo é estimular
a criatividade e dar autonomia às crianças, características essas que podem ser
desenvolvidas através de atividades lúdicas, visando envolvimento, sensibilidade e,
também, afetividade tanto do educador quanto do educando (RAU, 2013; VIVIANE,
2018).
Com o advento da pandemia de COVID-19 diversas medidas de enfrentamento
foram tomadas para diminuir o avanço da contaminação pelo vírus. Na esfera
educacional, tanto as instituições de ensino, quanto professores e alunos tiveram que
se adequar à nova realidade de isolamento social. Assim, professores e escolas foram
forçados a “articular” e reestruturar suas abordagens de ensino para acomodar o
ensino/aprendizagem virtual (GOULART; SILVA; CABRAL, 2021). Embora nenhum
professor tenha achado fácil a tarefa de ensinar de forma remota, os professores de
Educação Física talvez tenham sido àqueles que tiveram os maiores desafios para
adequação de suas aulas ao modelo remoto, dada a natureza prática de muitos
conteúdos desse componente curricular.
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Metodologia
As atividades foram realizadas durante o segundo módulo do Programa
Residência Pedagógica (PRP) da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP),
na escola-campo do município de Ourinhos-SP. O desenvolvimento ocorreu em
quatro turmas de 4ºs anos e três turmas de 5ºs anos do Ensino Fundamental,
totalizando 159 escolares com faixa etária de 9 a 11 anos. Em função das
reestruturações compulsórias impostas pela pandemia, a escola manteve seu
funcionamento a partir de três estratégias de ensino, as aulas síncronas, assíncronas
e atividades impressas. Devido à falta de acesso à internet, apenas 20 alunos
participavam das aulas síncronas pela plataforma Google Meet.
As aulas foram ministradas pela residente autora do relato e em consequência
do período de recesso escolar, somente três aulas síncronas foram realizadas. Os
conteúdos abordados seguiram as recomendações da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC), o qual desenvolveram-se atividades rítmicas através de
brincadeiras cantadas, cantigas de roda e coreografias recreativas.
Resultados e Discussão
O objetivo das aulas foi desenvolver o ritmo através de atividades lúdicas, de
forma a estimular a consciência corporal e a criação de novos movimentos de dança.
Todas as aulas foram iniciadas com um aquecimento das articulações acompanhado
de música para que as crianças se sentissem à vontade e confortáveis com a prática,
visto que muitos possuem certo receio quando se fala na prática de dança. Antes de
iniciar as atividades principais, os alunos sempre recebiam uma introdução teórica
rápida sobre o conteúdo abordado e depois era realizada uma roda de conversa para
todos pudessem compartilhar suas vivências e experiências em relação ao tema.
Algumas perguntas realizadas aos escolares foram: Vocês gostam de dançar? Se sim,
que tipo de dança vocês gostam ou já dançaram? Vocês sabem o que é ritmo? Vocês
conhecem alguma brincadeira cantada? Vocês já praticaram alguma brincadeira
cantada? A maioria das crianças conseguiu explicar com suas próprias palavras o que
é ritmo. Em relação às brincadeiras cantadas, de início alegaram não conhecer, mas
após alguns exemplos conseguiram identificar e, também, dar outros exemplos das
mesmas.
As demais atividades consistiram no desenvolvimento do ritmo, através de
movimentos básicos com diferentes partes do corpo para demarcá-lo na música. Para
isso, foram utilizadas brincadeiras cantadas e cantigas de roda, visto que a maioria
dos alunos já as conheciam. Contudo, essas atividades eram realizadas de forma
adaptada e/ou com variações, para estimular a criação de novos movimentos e
aumentar o grau de dificuldade dos mesmos. Em algumas aulas solicitou-se o uso de
alguns materiais, como cabo de vassoura e copo plástico, que foram utilizados para o
desenvolvimento da lateralidade. Todas as aulas eram finalizadas com alongamento.
O resultado foi incrível, as crianças adoraram a prática, e quando eram
questionadas sobre a facilidade ou dificuldade em realizar os movimentos solicitados
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respondiam que no início era difícil colocar os movimentos no ritmo da música, mas
depois de algumas repetições conseguiam executá-los com facilidade. A participação
dos alunos foi efetiva e a devolutiva sobre a aula foi muito positiva, relataram que
gostaram do tema trabalhado e da forma como foi trabalhado, com músicas
conhecidas e dinâmicas, e movimentos simples. Inclusive, em algumas aulas
chegaram a relatar que se sentiam cansados no final das atividades, devido a
intensidade delas.
Para confecção da atividade impressa e vídeo de subsídio foram utilizados os
mesmos conteúdos trabalhados nas aulas síncronas. O material continha uma
introdução teórica sobre e algumas atividades sobre o tema, com várias imagens que
auxiliavam o preenchimento dele. No vídeo, além do conteúdo teórico eram realizadas
algumas atividades práticas. Viviane (2018) afirma que a inserção de atividades
rítmicas, bem como as brincadeiras cantadas, nas aulas de Educação Física Escolar,
objetivam estimular a criatividade dos alunos, desenvolver a imaginação e a
socialização entre eles, possibilitando aprendizagem, reflexão e ação. Em estudo
realizado para associar as brincadeiras cantadas e as aulas de Educação Física, a
autora constatou através de uma revisão bibliográfica que essas atividades são
grandes aliadas do processo de ensino-aprendizagem, pois tem potencial de ensinar
e envolver os escolares, proporcionando interação e produção de conhecimento.
A ludicidade favorece as interações no processo de ensino-aprendizagem, pois
utiliza diferentes formas de expressão, linguagens, e oferece diversas possibilidades
de ação, estratégia, tentativas e maior aceitação do erro. Atividades lúdicas que
promovem a consciência corporal são ferramentas essenciais para atender a
demanda de adaptação imposta pela escola, assim, o professor tem a possibilidade
de sanar quaisquer dificuldades que possam ser apresentadas pelas crianças no
âmbito escolar, facilitando o processo de aprendizagem (RAU, 2013).
O principal desafio durante a regência dessas aulas foi escolher uma estratégia
metodológica adequada para o ensino remoto. Embora eu já tenha experiência na
área da dança, foi extremamente desafiador planejar uma aula remota sobre esse
conteúdo, visto que o desenvolvimento se deu de forma prática o tempo todo.
Ademais, além da aula também era necessário preparar atividade teórica sobre o
conteúdo que seria trabalhado online para aqueles que não tinham acesso à internet.
Graças aos encontros, palestras e todo suporte obtido pelo professor preceptor e pela
coordenação durante o planejamento dessas aulas, o desenvolvimento delas foi
excelente. Os alunos adoraram os conteúdos abordados, principalmente por se tratar
de algo novo, digo isso no sentido de ser algo que geralmente não é muito trabalhado
nas aulas de Educação Física. A participação dos escolares foi efetiva e de suma
importância para o progresso das aulas.
Conclusão
Muito se fala sobre as dificuldades e desafio encontrados no modelo remoto,
contudo, é importante ressaltar que ele também trouxe à tona inúmeras possibilidades
para o ensino da Educação Física Escolar. Com planejamento adequado e
criatividade do professor é possível trabalhar qualquer conteúdo nas aulas remotas.
Como ponto forte desse momento histórico que estamos vivenciando, as ferramentas
tecnológicas e a ludicidade foram mediadoras dessas adaptações e não só deram
suporte para o momento remoto, mas também por vezes potencializaram a
aprendizagem e a motivação dos escolares.
Referências
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Resumo
Este estudo sintetiza as pesquisas desenvolvidas em ambientes escolares que
investigaram as possíveis relações existentes entre o desenvolvimneto motor e o
desempenho acadêmico de crianças, a partir de uma revisão sistemática baseada no
Método PRISMA. Para isso foi realizadas pesquisas em tres bases de dados:
ScienceDirect, ERIC e SciELO. Após a seleção de artigos que seguiram aos critérios
de inclusão e exclusão chegou-se ao número de quatro artigos que foram analisados
e discutidos no presente estudo, onde chegou-se à conclusão que existe uma
significativa relação entre essas duas variáveis.
Palavras Chave: Desenvolvimento Motor; Desempenho Acadêmico; Crianças
Introdução
Pesquisas recentes demonstram que há possíveis associações de atividade
física e exercícios com o desempenho cognitivo e acadêmico em crianças (CORTEZ
et al., 2019; BRUIJN et al., 2019; DORDIC et al., 2016; OKUDA; PINHEIRO, 2015).
Dordic et al. (2016) apontam que na atualidade as crianças não mantém níveis de
atividade física adequados, o que pode acarretar em defasagens de aprendizagem no
ambiente escolar. Devido a isso, surge então uma grande preocupação no Universo
Acadêmico para busca desta investigação.
Okuda e Pinheiro (2015) reforçam a inter-relação existente entre o
desenvolvimento das capacidades motoras e o desempenho no processo de
aprendizagem escolar. Os autores indicam ainda que os componentes das
habilidades motoras exercem influências na aquisição de habilidade de aprendizagem
cognitiva, e essas habilidades serão utilizadas posteriormente no processo de
assimilação de vários conteúdos escolares.
Tendo em vista as pesquisas acima citadas, este estudo busca por meio de
uma revisão sistemática, investigar a correlação existente entre o desenvolvimento
motor e o desemepemho acadêmico de crianças em ambientes escolares.
Objetivo
Avaliar a correlação entre o desenvolvimento motor e o desempenho
acadêmico de crianças em ambientes escolares, por meio de uma revisão sistemática.
Metodologia
O estudo caracteriza-se por uma revisão sistemática realizada pelo método que
verifica os principais itens para relatar Revisões Sistemáticas e Meta-análises
(PRISMA), pois utiliza-se dados da literatura como fonte, tratando sobre a relação do
desenvolvimento motor, com o desempenho acadêmico de crianças em ambientes
escolares. A busca foi realizada nas seguintes bases de dados: ScienceDirect, ERIC
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Resultados
A princípio foram encontradas 792 publicações para que fossem inseridas na
revisão. A primeira etapa foi a exclusão por duplicatas, ou seja, se havia o mesmo
estudo publicado nas três bases de dados, o que não ocorreu. A segunda etapa foi a
exclusão pela leitura dos títulos que não se relacionavam com o assunto proposto,
nesta etapa foram excluídos 777 artigos. A terceira etapa foi a exclusão através da
leitura dos resumos, sendo excluídos 10 artigos, pois 2 se tratavam de estudos com
alunos do Ensino Médio; 2 se tratavam de um estudo com um método específico
denominado método BAPNE (método de estimulação cognitiva, socioemocional,
psicomotora baseado na neuromotricidade.); 2 se tratavam de estudos que
investigavam o desempenho das unidades escolares com outras variáveis que não
eram o desenvolvimento motor e o desempenho acadêmico e ainda 4 se tratavam de
estudos que os participantes tinham alguma deficiência. Como mostra a figura 2. E
por fim na quarta e última etapa 4 estudos foram lidos na integra pois, foram os
considerados elegíveis.
Realizou-se a análise dos estudos selecionados para a revisão sistemática dos
4 estudos 3 se encontram na base de dados ScienceDirect e apenas 1 na Scielo,
pode-se observar que dos 4 estudos 3 encontraram evidências significativas da
relação das habilidades motoras com as cognitivas. Somente no estudo de Dordic et
al. (2016) com alunos pré escolares não foi encontrada nenhuma relação entre o
desenvolvimento motor e os aspectos cognitivos dos mesmos.
Okuda e Pinheiro (2015) mostraram que alunos com dificuldade de
aprendizagem apresentaram desempenho inferior nos testes motores quando
comparados a alunos sem dificuldade de aprendizagem. Concluiu, ainda, que as
alterações motoras não são o único fator mas, se sobrepondo aos demais fatores
responsáveis pelas dificuldades de aprendizagem e é isso o que pode agravar essas
dificuldades, prejudicando o desempenho escolar. Assim um aspecto importante a ser
destacado é a necessidade de prover atividades motoras sistematizadas para
minimizar o impacto do desempenho acadêmico desses alunos desde do início da
alfabetização.
No estudo de Bruijn et al. (2019) examinou-se relações entre habilidades
motoras fundamentais, aptidão aeróbia e desempenho entre leitura, matemática e
ortografia. Identificou-se que crianças com habilidades motoras mais desenvolvidas
comparadas com seus pares com habilidades motoras menos desenvolvidas tiveram
melhor desempenho. Já na matemática, além do melhor desempenho motor, crianças
com níveis mais elevados de aptidão aeróbia, também, tiveram melhor desempenho
no domínio da matemática. E em relação a ortografia o melhor desempenho
ortográfico foi mais significativo com a alta aptidão aeróbia.
Assim como o estudo de Okuda e Pinheiro (2015) Bruijn enfatiza a importância
de propiciar as crianças oportunidades de se envolverem em uma ampla variedade
de esportes e atividades físicas para desenvolver habilidades motoras e melhorar a
aptidão aeróbia que como consequência melhorará não só o desenvolvimento físico
como também o desempenho acadêmico das mesmas.
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Discussão
Essa revisão sistemática buscou verificar a associação entre o
desenvolvimento motor e o desempenho acadêmico de crianças. De acordo com os
achados nota-se que existe uma relação significativa entre essas duas variáveis. Os
estudos mostraram que as crianças apresentaram maior desempenho nas atividades
globais que envolve coordenação corporal, força e agilidade que estão relacinadas
com a cooredenação motora grossa (OKUDA; PINHEIRO, 2015; CORTEZ et al.,
2019) e vai ao encontro de outros estudos que apesar de não avaliarem crianças da
mesma idade obtiveram resultados semelhantes. Pode-se observar ainda que houve
desempenho inferior nas areas motoras de controle manual fino nos quatro estudos
analizados (OKUDA; PINHEIRO, 2015; CORTEZ et al., 2019; BRUIJN et al., 2019;
DORDIC et al., 2016), e essa defasagem na coordenação motora fina pode prejudicar
o desempenho acadêmico pois há uma estreita relação entre o que a criança aprende
com o que ela realiza.
Quanto a variável sexo dos participantes os estudos não mostraram diferenças
significativas, o que destoa de outros estudos em que os atrasos escolares foram
prevalentes nos meninos e os atrasos motores nas meninas. Essas divergências
podem ocorrer devido a maturação biológica, incentivo maior para que os meninos
pratiquem atividade/exercício físico, a escolha de diferentes instrumentos e
parâmetros de normalidade, tipos de estudos, populações investigadas, entre outros
fatores.
Os instrumentos utilizados para verificar a variável do desempenho acadêmico
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nos estudos analisados foram bem diferentes, nas pesquisas de Cortez et al. (2019)
e Okuda e Pinheiro (2015) a avaliação foi um tanto subjetiva pois o desempenho
escolar dos alunos foi indicado pelos professores com base no desempenho
apresentado em sala de aula, já no estudo de Dordic et al. (2016) o instrumento foi o
teste de inteligência CPM de Raven, enquanto no estudo de Bruijn et al. (2019) a
avaliação desta variável se deu através de testes padronizados que fazem parte do
sistema holandês de monitoramneto escolar. Desta forma cabe aqui um
questionamento que poderá contribuir com as pesquisas futuras: Instrumentos
Padronizados de avaliação tanto dos aspectos motores quanto dos apectos cognitivos
poderiam trazer maior evidências em pesquisas nesta área?
O número pequeno de estudos analisados nesta revisão sistemática pode ser
considerada uma limitação. Porém vários outros estudos mostram que de alguma
forma essas variáveis se influenciam e podem contribuir para melhora do rendimento
educacional de estudantes, no entanto pesquisas futuras são necessárias para
estabelecer claramente as ligações entre o desenvolvimento motor e o desempenho
acadêmico das crianças de escolas do mundo todo, pois a apartir daí os professores
poderão de forma eficaz realizar intervenções e contribuirão de forma significativa
para o desenvolvimento global dos estudantes.
Conclusão
Com essa revisão sistemática notou-se que existe uma correlação entre o
desenvolvimento motor e o desempenho acadêmico de crianças, porém ainda
existem poucos estudos nesta área. A análise demostrou também que não só no Brasil
estas investigações são feitas, mas também em outros países como a Rússia e a
Holanda. Essas investigações podem contribuir muito com a melhoria da qualidade
educacional nas escolas tanto públicas como privadas, pois detectando como está o
desenvolvimento motor de escolares poder-se-á propor intervenções que auxiliarão o
desempenho acadêmico dos mesmos. O acompanhamento da aptidão motora de
crianças em idade escolar constitui em atitude preventiva para profissionais
envolvidos com a aprendizagem, dentro dessa concepção a avaliação motora deveria
ser rotina nas escolas, se assim fosse, seria possível um melhor diagnóstico dos
alunos o que contribuiria com um conhecimento mais aprofundado das suas
possibilidades e reais limitações.
Referências
BRUIJN, A. G. M. d.; KOSTONS, D. D. N. M.; VAN DER FELS, I. M. J.; VISSCHER,
C.; OOSTERLAAN, J.; HARTMAN, E.; BOSKER, R. J. Importance of aerobic fitness
and fundamental motor skills for academic achievement. Psychology of Sport and
Exercise, v. 43, p. 200-209, 2019.
CORTEZ, G. M. V.; FERREIRA, H. H. M.; BELLA, G. P. Comparative study between
school and motor performance in children aged 6 to 11 years according to teachers’
perceptions. Fisioterapia em Movimento, v. 32, 2019.
ĐORĐIĆ, V.; TUBIĆ, T.; JAKŠIĆ, D. The relationship between physical, motor, and
intellectual development of preschool children. Procedia-Social and Behavioral
Sciences, v. 233, p. 3-7, 2016.
OKUDA, P. M. M.; PINHEIRO, F. H. Desempenho Motor de alunos com Dificuldades
de Aprendizagem. Procedia Ciências Sociais e Comportamentais, v. 174, p. 1330-
1338, 2015.
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Resumo
A prática de lembrar é uma estratégia de aprendizagem que visa fortalecer as
informações da memória pelo ato de lembrar. Todavia, quais condições controles
foram comparadas com ela em sala de aula? Por meio de uma revisão sistemática
com base no método PRISMA, objetivamos responder essa pergunta. Os resultados
evidenciam que a prática de lembrar é uma ferramenta significativa na aprendizagem
e retenção de informações comparadas a releitura, cópia de anotação, prática de
grafia: escrita do arco-íris, discussão em grupo e mapa conceitual.
Palavras-chave: Prática de lembrar; Aprendizagem; Educação básica.
Introdução
A educação precisa ter suas práticas baseadas em pesquisas comprovadas
cientificamente, isto é baseada em evidências (SLAVIN, 2020). Nesse sentido,
estudos evidenciam que a prática de lembrar (retrieval practice ou testing-effect) é
uma das estratégias de aprendizagem mais eficiente, uma vez que o aprendiz deve
recuperar informações da memória pelo ato de lembrar, fortalecendo-a (YANG et al.,
2021). Essa estratégia pode ser empregada por meio de testes e outras atividades
que visam evocar informações estudadas anteriormente (YANG et al., 2021).
Entretanto, na maioria das vezes, os testes são utilizados em sala de aula como meio
de avaliação e não como estratégia de aprendizagem.
A prática de lembrar aplicada no processo de ensino e aprendizagem promove
um aprendizado duradouro, facilita a aquisição de novas informações, beneficia o
conhecimento não testado e entre outras melhorias (YANG et al., 2021).
As pesquisas desenvolvidas com a prática de lembrar comparam essa prática
com outras estratégias, ou seja, outras condições controlem a fim de subsidiar quais
estratégias são melhores para a aprendizagem. Moreira et al. (2019) enfatizam que é
fundamental considerar a condição controle utilizada nas pesquisas com prática de
lembrar em sala de aula, para que sejam divulgadas quais estratégias a superam ou
que podem ser substituídas pela prática de lembrar. Dessa forma, não há riscos de
substituir outras estratégias que também podem ser boas para o aprendizado,
principalmente na Educação Básica, em que os professores utilizam diferentes
estratégias.
Visto que a prática de lembrar é uma ferramenta que contribui significamente
na aprendizagem em sala de aula, é necessário estudos que analisam essa estratégia
em níveis da Educação Básica, considerando que nesses níveis escolares os alunos
começam a implementar estratégias para aprender. Portanto, introduzindo estratégias
de aprendizagem eficientes desde os primeiros anos, pode provocar intensos
benefícios futuramente.
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Objetivo
Investigar quais condições controles foram comparadas com a prática de
lembrar em sala de aula.
Materiais e métodos
Trata-se de uma revisão sistemática realizada pelo método PRISMA (Principais
Itens para Relatar Revisões sistemáticas e Meta-análises) (MOHER et al., 2009).
Como critérios de elegibilidade, foram considerados artigos experimentais sobre a
prática de lembrar realizados em sala de aula, revisados por pares com alunos entre
4 e 17 anos, considerando a faixa etária da Educação Básica. Os artigos devem ser
publicados em inglês e apresentar condição controle. Como critério de exclusão não
consideramos artigos de revisão, capítulos de livros e dissertações.
A pesquisa foi realizada no período de agosto e setembro de 2021. O
levantamento foi a partir da base de dados do Portal de Periódicos (CAPES/MEC)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e o (ERIC) Education
Resources Information Center. Como estratégia de busca foram empregadas as
seguintes palavras-chave: “retrieval practice” AND school OR classroom OR class;
“testing effect” AND school OR classroom OR class e “test-enhanced learning” AND
school OR classroom OR class. Além disso, foram selecionados artigo de revisão de
literatura sobre a prática de lembrar em sala de aula (MOREIRA et al., 2019) e o Guia
de prática de lembrar com crianças (FAZIO; AGARWAL, 2020) como outras fontes.
A seleção dos artigos ocorreu por meio de acesso através das bases de dados.
Após eliminação de duplicados, com base na leitura do título e do resumo as buscas
foram restringidas até chegar na leitura do trabalho completo. Os que não se
encaixaram nos critérios de inclusão foram excluídos após leitura do texto completo.
Também foram inclusas referências do Guia de prática de lembrar com crianças e do
artigo de revisão que não apareceram na busca.
Resultados e discussão
Para seleção dos artigos, foram identificados 132 resultados na base de dados
da CAPES, 247 resultados na base de dados ERIC e 6 artigos identificados em outras
fontes, somando 385 resultados. Na fase da triagem, foram eliminados 133 artigos
duplicados, restando 252 artigos para o rastreio. Em seguida, após verificação dos
títulos e resumos foram excluídos 223 estudos, por não corresponderam ao critério de
inclusão, ou seja, que não incluíam pesquisas com prática de lembrar em sala de aula
ou com participantes com idade superior ao critério de inclusão (universitários ou
adultos). Restando 29 artigos para avaliação de texto completo. Desses, 7 foram
excluídos, pois após analisar a leitura completa não correspondiam aos critérios de
inclusão, ou seja, o foco das pesquisas não era em sala de aula ou não possuíam
condição controle. Assim, foram incluídos em síntese qualitativa 22 artigos, conforme
o resumo da Figura 1 abaixo.
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Tabela 1: Lista de referências encontradas na busca que foram citadas nos resultados.
Ano de
Primeiro(s) autor(es) – até 3 Periódico
publicação
DAMHUIS; SEGERS; School Effectiveness and School
2015
VERHOEVEN Improvement
DIRKX; KESTER; KIRSCHNER 2014 Journal of Educational Research
GOOSSENS et al. 2016 Applied Cognitive Psychology
JAEGER; EISENKRAEMER;
2015 Educational Psychology
STEIN
JONES et al. 2016 Educational Psychology Review
Journal of Applied Research in Memory and
KARPICKE et al. 2014
Cognition
RITCHIE; DELLA SALA;
2013 PLoS ONE
MCINTOSH
ROWLEY; MACCRUDDEN 2020 Applied Cognitive Psychology
STENLUND; JÖNSSON;
2017 Educational Psychology
JONSSON
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Conclusões
Os resultados da presente revisão sistemática apontam que a prática de
lembrar desenvolvida com alunos da Educação Básica, é uma estratégia eficiente que
beneficia não somente a retenção, mas uma aprendizagem significativa e que
qualquer aluno pode se beneficiar. Além disso, estudos realizados em diferentes
países, materiais e faixas etárias, mostram que ela pode ser adaptada com diversos
materiais educacionais e em diferentes contextos de sala de aula.
No entanto, no diz respeito ao nível educacional percebemos poucos resultados
com alunos da faixa etária do Ensino Médio, assim, é necessária mais pesquisa
investigando esse nível educacional. Quanto à condição controle, ficou evidente que
a maioria das pesquisas comparou com a releitura, contudo, apesar de ser uma
estratégia muito utilizada, existem outras estratégias que são usadas em sala de aula.
Portanto, é preciso mais pesquisas que investigam a prática de lembrar em sala de
aula, bem como com outras estratégias ecológicas, ou seja, que são da própria
realidade escolar, a fim de ampliar as recomendações aos professores e estudantes
da Educação Básica.
Referências
FAZIO, L. K.; AGARWAL, P. K. How To Implement Retrieval-Based Learning in
Early Childhood Education. Vanderbilt ed. Estados Unidos: [s. n.], 2020. E-book.
Disponível em: https://www.retrievalpractice.org/strategies/2019/3/13/download-our-
new-earlychildhood-%0Aguide.
YANG, C.; LUO, L.; VADILLO, M. A.; YU, R.; SHANKS, D. R. Testing (quizzing)
boosts classroom learning: A systematic and meta-analytic review. Psychological
Bulletin, v. 147, n. 4, p. 399 –435, 2021.
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Resumo
Essa pesquisa teve como objetivo verificar as percepções dos gestores escolares
sobre os principais fatores que contribuem para a evasão na Educação Básica. Para
esta investigação, três diretores foram entrevistados. A pesquisa qualitativa foi
escolhida devido à complexa abordagem ao fenômeno pesquisado, por meio da
riqueza da descrição, desde a coleta de dados, perpassando pelo contexto, compondo
a compreensão na perspectiva dos pesquisadores. Deste modo, foi possível pesquisar
e analisar os índices e características da evasão e abandono escolar na região
atendida pelo Campus de Jacarezinho da UENP, buscando entender as razões que
levam o estudante a abandonar a escola.
Palavras-chave: Evasão Escolar; Abandono Escolar; Educação Básica.
Introdução
A escola tem um papel fundamental na sociedade, que é o de formar as
pessoas ao permitir o acesso dos alunos ao conhecimento e fazê-los desenvolverem
suas habilidades sociais, cognitivas motoras. Dessa forma, pode-se atribuir à escola
a responsabilidade pela formação de estudantes conscientes e críticas. No entanto,
há obstáculos que emergem nesse percurso e fazem com que esses estudantes não
consigam concluir sua formação escolar, e a consequência é a evasão e o abandono
escolar.
De acordo com Cecílio (2019), existe diferença entre evasão e abandono
escolar. A evasão é definida como sendo a situação do aluno que abandonou a escola
ou reprovou em determinado ano letivo, e que no ano seguinte não efetuou a matrícula
para dar continuidade aos estudos. O abandono escolar é quando o aluno deixa de
frequentar as aulas durante o ano letivo.
O foco desse estudo está nas escolas públicas de periferia e de baixo IDH.
Para tanto, elegeu-se duas escolas de uma cidade do norte do Paraná e uma cidade
do sudoeste do interior do estado de São Paulo. O abandono estão presentes na
maioria das instituições de formação, desde os anos finais do ensino fundamental até
o ensino superior.
Esta pesquisa teve o objetivo de compreender as razões pelas quais os alunos
deixam de frequentar as escolas supracitadas. Para tanto, foram entrevistados
diretores, professores e alunos. O estudo que aqui será apresentado será sobre a
evasão e o abandono escolar a partir da percepção dos diretores escolares. Os outros
componentes dessa investigação serão abordados em uma próxima etapa.
O problema dessa pesquisa não é nenhuma novidade no âmbito educacional.
No entanto, buscamos compreender de que forma a realidade socioeconômica das
escolas aqui investigadas podem influir na Evasão e no Abandono escolar. Por meio
da pesquisa foi possível observar que diversos alunos tinham que abandonar a escola
devido à necessidade de contribuir financeiramente nas despesas domésticas, em
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Objetivos
- Verificar as percepções dos gestores escolares sobre os principais fatores que
contribuem para a evasão na Educação básica.
- Compreender as razões pelas quais os alunos deixam de frequentar essas
escolas supracitadas.
Metodologia
Para a obtenção de dados que satisfizesse o estudo, foram realizadas
entrevistas com dois diretores de escolas da região periférica de Jacarezinho/PR e
uma de Ourinhos/SP. O processo de escolha dos entrevistados deu-se em
decorrência das escolas receberem alunos dos programas PIBIC e Residência
Pedagógica, pois há um diálogo mais próximo entre os pesquisadores e integrantes
das escolas.
As entrevistas foram feitas de forma oral e audiogravadas, para que as palavras
dos entrevistados surgissem de maneira espontânea e um vínculo com a realidade
fosse mais notável. Cada entrevista foi realizada separadamente, principalmente para
que nenhum entrevistado fosse influenciado pelos dizeres alheios e para que ficassem
à vontade para darem o seu próprio parecer, e, assim, obter diferentes percepções
acerca do mesmo, bem como características diferentes a serem associadas, além de
cada entrevistado ter o seu perfil de diretor. Os procedimentos metodológicos desta
investigação foram aprovados pelo Comitê de Ética da UENP, sob parecer
consubstanciado do CEP n. 3.365.987.
Com o objetivo de sintetizar o conteúdo das entrevistas, teve-se a necessidade
de realizar transcrição do conteúdo audiogravado e uma remodulação e categorização
das falas orientado com base nos princípios da Análise Textual Discursiva (MORAES;
GALIAZZI, 2011), sendo que a categorização proporciona uma visão comparativa e
que sucinta as ideias semelhantes.
Na categorização emergiram algumas percepções que é o resultado do um
processo de classificação das unidades de análise produzidas a partir do corpus.
Cada categoria destacou um aspecto específico e importante dos fenômenos
investigados, podendo ser, a priori, onde se trabalha com categorias derivadas dos
pressupostos teórico do pesquisador, definidas antes do encaminhamento da análise
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Resultados e Discussão
Após a organização dos excertos nas categorias de análise, apresenta-se uma
breve discussão sobre os resultados obtidos com a investigação. Cabe ressaltar que,
nos quadros abaixo, arranjamos alguns fragmentos significativos que possibilitou aos
pesquisadores concluir os resultados dessa investigação.
Nos quadros abaixo, foram organizados excertos que exemplificam e justificam
as três categorias emergentes. São elas: perfil dos alunos que deixam a escola,
justificativas apresentadas pelos alunos para deixar de frequentar a escola e ações
da escola para minimizar o abandono e evasão escolar. Nos quadros, a primeira
coluna está feita a codificação do diretor e na segunda coluna estão as unidades de
sentido que em forma de excertos. Logo abaixo, há a síntese com a discussão dos
resultados.
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Conclusão
Com base nas informações e estudos que foram abordados neste artigo, é
perceptível que a evasão e o abandono são situações muito importantes e
preocupante, as quais necessitam de uma reflexão e uma solução, de modo a
promover a melhoria da educação brasileira. É preciso que haja resultados viáveis
para estes alunos que evadem ou abandonam a escola por conta de serviço, que
também pode partir por meio de uma melhoria no mercado de trabalho, em que o
discente priorizasse o estudo e não passasse dificuldade em casa por conta de
serviço. A escola pode corroborar com ações para melhor acompanhamento de
situações de abandono e evasão, auxiliando a permanência dos alunos.
Tendo em vista os aspectos analisados acerca das diferentes relações
articuladas pelos diretores, foi possível perceber que o abandono e a evasão escolar
tem em sua grande maioria origens nas questões de ordem socioeconômicas e nos
valores familiares nas decisões tomadas pelos estudantes para não mais frequentar
a escola.
Com isso, nota-se uma relação direta das questões sociais e pessoais na
permanência dos alunos na escola. Embora seja argumentado que há uma ação para
recuperação desses estudantes por meio de um sistema próprio de monitoramento, o
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sistema ainda não consegue efetivamente restituir esses estudantes dos conteúdos
escolares perdidos durante sua ausência, podendo o estudante, em um futuro
próximo, evadir-se novamente.
Considerando os resultados obtidos, foi possível verificar a necessidade de
estudos suplementares e o desenvolvimento de outras propostas similares, haja visto
que as investigações dessa natureza podem contribuir para redução dos índices de
abandono escolar.
Referências
CECÍLIO, C. Abandono e evasão escolar: aluno deixa a escola ou a escola se
distancia da realidade do aluno? Nova Escola (on-line), 2020.
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Resumo
Este estudo é resultado de uma pesquisa bibliográfica realizada no periódico
eletrônico intitulado Revista Brasileira de Educação de Jovens e Adultos sobre a
temática Paulo Freire, que buscou responder à questão: Como Paulo Freire é
abordado nos artigos publicados pela Revista Brasileira de Educação de Jovens e
Adultos? Para a realização do trabalho usou-se a abordagem qualitativa e a técnica
Análise de Conteúdo. Das análises empreendidas nos oito textos, apresenta-se quatro
categorias emergentes, sendo elas: Ações Educativas para Jovens a Adultos; Práticas
de Formação Docente; Concepções Teóricas e Metodológicas sobre as Propostas
Educativas; Referenciais Teóricos.
Palavras-chave: Paulo Freire; Educação; Emancipação humana.
Introdução
Este trabalho tem como objetivo identificar como Paulo Freire foi abordado nos
artigos que foram publicados pela Revista Brasileira de Educação de Jovens e
Adultos, nos oito anos em que o periódico esteve difundindo estudos científicos.
De acordo com as informações encontradas na página eletrônica do periódico,
a Revista Brasileira de Educação de Jovens e Adultos teve sua primeira publicação
em maio de 2013 e disseminou as pesquisas na área da Educação de Jovens e
Adultos, trazendo importante contribuição à educação brasileira, encerrando suas
publicações em dezembro de 2020. Editada pela Universidade do Estado da Bahia
(UNEB), desenvolveu um trabalho em rede, que contou com a parceria das
instituições Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
e Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), através do Grupo de Pesquisa
Cultura, Currículo e Políticas na Educação de Jovens e Adultos (CCPEJA).
Compreendendo o relevante papel deste periódico para a Educação de Jovens
e Adultos e aliando o importante legado deixado por Paulo Freire à educação, definiu-
se como questão norteadora de pesquisa: Como Paulo Freire é abordado nos artigos
publicados pela Revista Brasileira de Educação de Jovens e Adultos?
Metodologia
A abordagem utilizada neste estudo é a qualitativa pois, de acordo com Yin
(2016), ela permite que sejam realizados diferentes tipos de pesquisas, oferecendo
uma liberdade maior para fazer opção pelos temas que se pretende investigar. Ele
explica que a pesquisa qualitativa envolve um mosaico de caminhos, que se
relacionam às múltiplas interpretações dos temas estudados; às distintas
características dos eventos abordados e as diversas metodologias que podem ser
adotadas.
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Deste modo, optou-se pela pesquisa bibliográfica que, de acordo com Gil
(2011) é desenvolvida utilizando material já produzido, sobretudo livros e artigos
científicos. O autor explica que há pesquisas que se apoiam exclusivamente em fontes
bibliográficas.
Assim, para levantar os dados, utilizou-se a base da Revista Brasileira de
Educação de Jovens e Adultos. Foi realizado levantamento no período temporal em
que a publicação deste periódico esteve ativa, sendo dos anos de 2013 a 2020.
Nesses anos houve treze edições, contribuindo com a difusão de cento e sessenta e
seis textos, tratando do contexto da Educação de Jovens e Adultos.
Ao buscar sondar as pesquisas que abordaram Paulo Freire e suas
contribuições para a educação, foram adotados como critérios de inclusão que os
textos que entrariam para análise seriam artigos e os trabalhos deveriam citar no título
ou nas palavras-chave o tema. Já nos critérios de exclusão, estabeleceu-se que,
textos que não tivessem o formato de artigo científico, que não estivessem disponíveis
na íntegra ou que não fizessem referência direta à Paulo Freire ou à sua concepção
educacional, não seriam analisados.
Para proceder a análise dos textos selecionados, adotou-se a análise de
conteúdo, pois, segundo Bardin (2016, p. 50) esta técnica “procura conhecer aquilo
que está por trás das palavras sobre as quais se debruça (...) é uma busca de outras
realidades por meio de mensagens”.
Resultados
Abaixo estão indicadas as quantidades dos trabalhos encontrados na busca
realizada na base da dados da Revista Brasileira de Educação de Jovens e Adultos,
assim como os dados que foram levantados utilizando o descritor Paulo Freire e o
número de publicações que foram selecionadas para análise.
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Discussão
Considerando as categorias que foram levantadas nos estudos analisados, vê-
se que a concepção educacional de Paulo Freire lançou para o ser humano um olhar
sensível, preocupado em oportunizar às pessoas uma educação que lhes levassem a
enxergar suas realidades e, a partir da conscientização e do conhecimento, lutar pela
emancipação humana.
Freire (2005) cita o processo de humanização e desumanização que
acompanha os homens, compreendendo que a desumanização é verificada tanto na
prática de injustiça e na forma de explorar, oprimir e violentar que os opressores
praticam, quanto naqueles que tem sua humanidade roubada, pela condição de
opressão que sofrem, os oprimidos. Daí, expressa a necessidade da busca pela
humanização, que se firma pelo desejo de liberdade, justiça e desalienação que os
oprimidos devem buscar, libertando-se a si mesmos e a seus opressores,
recuperando a humanidade de ambos.
E acreditando em uma educação humanizadora, apresenta uma concepção
pedagógica que se preocupa em expressar valores que estejam voltados à prática da
liberdade. Nesta construção de uma educação que se volta a ser problematizadora, a
superação da contradição entre educador e educandos deve acontecer em um
processo de diálogo, em que tanto educador quando educando são educados,
gerando crescimento recíproco (FREIRE, 2005).
O autor ainda apresenta apontamentos que servem para nortear a prática
educativa, em que os docentes se guiam para promover a autonomia dos educandos,
entendendo o compromisso de formar pautando-se na responsabilidade ética que a
prática pedagógica deve se revestir. Enfatiza a necessidade de haver uma reflexão
crítica sobre a prática, que supera a ingenuidade, promovendo com a máxima
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Conclusão
A Revista Brasileira de Educação de Jovens e Adultos deixou importante
contribuição para a disseminação do conhecimento na área da educação. Trazendo
estudos particularmente voltados à Educação de Jovens e Adultos, colaborou para a
discussão científica com relevantes temas que pensam a educação como mecanismo
de emancipação humana e transformação social.
Tratando da temática Paulo Freire, os textos publicados apresentam valioso
conteúdo quanto às reflexões sobre as concepções educacionais defendidas pelo
autor, que se baseiam em uma prática educativa voltada a compromissos de
humanização, compreendendo a educação como instrumento de desalienação, que
busca formar para transformar. Assim, educador e educandos tomam consciência da
realidade vivida, lutando pela superação das condições de exploração que são
impostas pelos opressores.
Cada uma das categorias levantadas a partir das análises empreendidas
voltam o olhar ao grande legado que Paulo Freire deixou à educação, sobretudo
quando aponta para uma prática que se faz para as classes populares, valorizando o
diálogo e a experiência do ensinar e do aprender enquanto se ensina.
Referências
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Tradução de Luís Antero Reto, Augusto Pinheiro.
São Paulo: Edições 70, 2016.
GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2011.
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Resumo
Este trabalho expõe considerações acerca de como o interesse situacional pode ser
desenvolvido por meio da utilização de jogos para explicação de conceitos
matemáticos. Para isso, como aporte teórico, foram utilizados estudos de Hidi e
Renninger (2006), D’Ambrosio (1986) e Borin (2007). Os autores apresentam
mudanças positivas relacionadas ao interesse nas aulas de matemática, bem como
possíveis contribuições do uso desse recurso metodológico.
Palavras-chave: Interesse Situacional; Jogos matemáticos; Educação Matemática
Introdução
Um grande desafio para os professores de Matemática é tornar as aulas mais
atrativas e fazer com que os alunos compreendam sua importância. O professor,
utilizando-se somente de métodos tradicionais, pautados apenas na exposição oral e
na memorização de exercícios não desperta o interesse dos alunos.
Pesquisadores da área da Educação Matemática recomendam que os
professores proporcionem aos alunos um ensino metodologicamente diferenciado que
desenvolvam o interesse, visando à compreensão e à interação dos conteúdos
matemáticos com o mundo em que vivem.
Nesse sentido, D´Ambrosio (1986) nos conduz a atribuir à matemática o caráter
de uma atividade inerente ao saber humano, praticada com espontaneidade,
determinada pela realidade material na qual o indivíduo está inserido.
As crianças passam uma boa parte do tempo desempenhando atividades
lúdicas. No ambiente escolar, em especial após o Ensino Fundamental I, as
brincadeiras e jogos são substituídos pelo rigor das disciplinas escolares e com elas
uma gama de conceitos e tarefas são inseridos. Tal rigor, por sua vez, pode contribuir
para o desinteresse pelos conteúdos, em especial os de matemática.
Dentro deste cenário, de modo a estimular o interesse discente, uma alternativa
seria o resgate do uso de jogos para a disciplina de matemática. Tais recursos podem
conceber a fixação de um conteúdo já estudado ou ainda facilitar o raciocínio,
originando novas relações de forma descontraída.
Diversas linhas de pesquisa contemplavam os estudos supracitados.
DA ́ mbrosio (1989, p. 18) ressalta, dentre outras, os “jogos matemáticos” como uma
possibilidade em sala de aula e acrescenta que “esta é mais uma abordagem
metodológica baseada no processo de construção do conhecimento matemático do
aluno através de suas experiências com diversas situações problemas”.
Nessa mesma perspectiva, Borin (2007, p.8) acredita que os jogos podem
corroborar para o desenvolvimento do interesse, além de atuarem como facilitadores
no “desenvolvimento da linguagem, criatividade e raciocínio dedutivo, exigidos na
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Objetivo
Investigar se o uso de um jogo para o ensino de conteúdos matemáticos pode
contribuir para o desenvolvimento do interesse situacional pelas aulas de matemática.
Metodologia
Essa investigação apoiou-se numa abordagem de cunho qualitativo,
observando questões importantes referentes ao despertar do interesse situacional em
alunos do Ensino Fundamental II, por meio da utilização de jogos matemáticos.
A ótica qualitativa, segundo Denzin e Lincoln (2006), refere-se a uma
interpretação do mundo, ou seja, estuda as coisas em seus cenários naturais,
tentando entender os fenômenos em relação aos significados que as pessoas
conferem a eles.
Optou-se por fazer uma revisão da literatura, com vistas ao entendimento dos
conceitos de interesse e como a utilização dos jogos em sala de aula podem
corroborar para o processo de ensino. Para isso, foi usado como aporte teórico os
entendimentos de Hidi e Renninger (2006), Borin (2007) e D’Ambrosio (1986).
Resultados e Discussão
Entendeu-se que a exposição de conteúdos e proposição de exercícios é
importante, mas também que a sala de aula deve ser um ambiente em que os alunos
estejam interessados, sejam ativos e participativos. Um jogo matemático pode suscitar
tais reações. Para D´Ambrosio (1986), os professores precisam criar maneiras de
aproximar a disciplina do que é espontâneo, deixar a criança à vontade, propor jogos,
distribuir balas e objetos, para que o aluno se sinta bem.
Nesse sentido, o desenvolvimento do interesse é importante em todos os níveis
de ensino. Para Hidi e Renninger (2006), o interesse é uma variável inspiradora, um
estado psicológico que ocorre durante as interações entre as pessoas e seus objetos
de interesse, no qual há um aumento da atenção, concentração e afeto.
Hidi e Renninger (2006) apresenta o que chamam de modelo das quatro fases
do desenvolvimento do interesse. Estes consideram que há dois tipos de interesse:
Situacional e Individual.
O interesse Situacional pode ser divido duas fases: Acionado e Mantido. O
interesse individual pode ser divido em Emergente e Bem Desenvolvido.
A figura 1, representa resumidamente essa divisão apresentada pelos autores:
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Conclusão
A disciplina de Matemática é tomada por muitos alunos como uma disciplina
difícil de ser entendida, da qual não gostam. Tais sentimentos podem derivar de
dificuldades de ensino, gerando a falta de interesse.
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Referências
BORIN, J. Jogos e resolução de problemas: uma estratégia para as aulas de
matemática. São Paulo: IME – US, 2007.
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Resumo
Este trabalho apresenta uma breve reflexão a respeito do que se ensina atualmente
nas salas de aula de matemática com relação a álgebra e o que é avaliado
posteriormente pelos sistemas externos a escola. O objetivo é centrado em fazer
comparações nas matrizes de referência de documentos oficiais, trazendo
apontamentos e lançando novas discussões para um futuro próximo.
Palavras-chave: Avaliação. Habilidades. Descritores.
Introdução
Desde a década de 90 o Brasil possui um Sistema de Avaliação da Educação
Básica, o SAEB. Juntamente com a criação dos PCN em 1998, o SAEB surge num
momento em que historicamente buscava-se certo avanço da educação brasileira,
para verificação dos efeitos das políticas educacionais, era necessário avaliar os
alunos. Segundo o Relatório SAEB (2019), o objetivo principal do sistema seria a
coleta de dados que pudessem ajudar gestores de todos os níveis da educação,
professores e pesquisadores a ter uma visão mais ampla a respeito da educação
básica brasileira.
Para a aplicação das provas do SAEB, existe uma matriz de referência para
Língua Portuguesa e Matemática, dividida em tópicos, os quais possuem os
subtópicos chamados de descritores, tais descritores apontam quais as situações
sobre as quais o aluno deve apresentar domínio para a realização das questões
propostas. Os descritores do SAEB utilizados até atualmente foram estabelecidos em
2001, sendo possível observar uma íntima relação com os PCN (1998), até mesmo
em sua linguagem, mais alinhada a conteúdo do que a habilidades.
De forma mais recente, a educação brasileira passou por uma grande
reformulação, surgindo um documento norteador de todos os currículos nacionais, a
BNCC – Base Nacional Comum Curricular (2018). Tal documento além de conter
diversas orientações aos profissionais que se dedicam a educação, apresenta
quadros por ano que dividem as habilidades para todos os componentes curriculares.
A nova base engloba desde a educação infantil, até o ensino médio e trouxe algumas
modificações com relação a organização das habilidades por ano.
Neste trabalho busca-se observar as ligações existentes entre as habilidades
propostas para a unidade temática Álgebra no 7º ano do ensino fundamental e os
descritores propostos no SAEB. Para tal se propõe o questionamento: Quais as
relações entre o que se ensina em sala de aula e o que é avaliado em sistemas de
avaliação externos como o SAEB? Partindo desse questionamento direcionou-se uma
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Objetivo
Analisar a conexão entre as habilidades propostas para álgebra e os
descritores do SAEB para essa mesma unidade temática. Deve se levar em
consideração que na BNCC a álgebra é um eixo temático com habilidades próprias,
que foram ampliadas e reorganizadas nos anos que compõe o ensino fundamental.
Já nos descritores do SAEB nos deparamos com a álgebra inserida no terceiro tópico,
Números e operações/álgebra e funções.
Metodologia
Com relação ao método utilizado nesse trabalho, trata-se do comparativo, de
acordo com Gil (2008), na utilização da investigação por esse método, é possível
encontrar diferenças e similaridades, que é o objetivo do trabalho, ao realizar a
comparação entre as habilidades da BNCC e os descritores do SAEB.
A natureza desse trabalho pode ser classificada também de acordo com Gil
(2008) como uma pesquisa documental. Tendo uma diferença entre os dois
documentos analisados, conforme destaca o autor. A BNCC (2018) é um documento
oficial, que orienta a organização curricular na educação brasileira, dessa forma trata-
se de um documento de primeira mão. Já no caso do relatório do SAEB (2019),
encontramos uma análise que foi realizada a partir dos dados coletados pela avaliação
aplicada no ano de 2017, após receber essa análise, tal documento já é considerado
de segunda mão (GIL, 2008).
Assim sendo, procedeu-se pela extração da BNCC (2018) as habilidades que
estão na unidade temática álgebra, sendo que essas são seis habilidades de um total
de trinta e sete que compõe o quadro para todas as unidades temáticas de matemática
do 7º ano. Foi realizada também a extração dos descritores para matemática,
diretamente do Relatório SAEB (2019).
Resultados e Discussão
São encontradas na BNCC (2018), na unidade temática álgebra para o 7º ano,
seis habilidades divididas em quatro objetos de conhecimento. Os objetos de
conhecimento destacados contemplam conteúdos, conceitos e processos, as
habilidades por sua vez são sempre iniciadas por verbos, o que indica claramente
uma ação a ser desenvolvida.
Na matriz de referência de matemática, utilizada pelo SAEB na organização
das avaliações, encontram-se os trinta e sete descritores que abrangem todo o ensino
fundamental em seus anos finais. Não existe um tópico específico para álgebra com
seus respectivos descritores, tais estão inseridos no tópico Números e
Operações/Álgebra e Funções, destacamos aqui os sete últimos que possuem relação
direta com a álgebra.
Ao analisar as habilidades, percebemos que elas se encontram com uma maior
especificidade a respeito do que é esperado que o aluno desenvolva. É possível
perceber algumas palavras novas que fazem com que haja necessidade de
definições. Nesse sentido podemos observar a questão da recursão e não recursão,
trazida como habilidade não apenas para as sequências numéricas, mas também para
situações relacionadas a arte e literatura. Nesse caso trata-se de recursão, o fato de
para a determinação de um próximo termo na sequência, haja a necessidade de se
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Conclusão
A partir da comparação das habilidades para álgebra trazidas pela BNCC, de
um recorte do 7º ano do ensino fundamental, com os descritores propostos para o
ensino fundamental, observamos que há um maior foco em um conteúdo geral
relacionado aos descritores, já nas habilidades, ocorre uma descrição mais específica
do que se espera do aluno. Essa análise deve ser constantemente realizada por
professores de matemática, para que haja sempre uma aproximação do que é
ensinado em sala de aula com o que é avaliado.
Ainda é possível perceber a possibilidade de o professor avançar, ou retornar
um passo atrás nas habilidades propostas pela BNCC, pois tal documento, trata-se
de uma orientação curricular, uma base, mas que permite ao professor a flexibilidade
de acordo com sua sala de aula. Deve ocorrer uma aprendizagem efetiva de
matemática através do desenvolvimento das habilidades que possa se refletir nos
resultados de avaliações internas e externas a escola.
Concluí-se que os descritores apresentam uma concentração de habilidades
em seu interior, algumas vezes não permitindo que seja feita uma ligação com
facilidade entre ambos. Com a reformulação do SAEB, proposta a partir do ano de
2022, com avaliações para todos os anos a partir do 2º ano do ensino fundamental, é
esperada uma nova matriz que traga descritores mais específicos para cada ano, ou
mesmo mais detalhados para englobar todo o ensino fundamental nos anos finais.
Referências
BRASIL, MEC. Base Nacional Comum Curricular – BNCC. Brasília, 2018.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2008.
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