Você está na página 1de 130

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA


CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL
2

JELSON FEITOSA OLIVEIRA

DESENVOLVIMENTO DE UM APLICATIVO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS PARA


CLASSIFICAÇÃO DE BARRAGENS QUANTO AO RISCO E DANO POTENCIAL
ASSOCIADO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como pré-requisito para
conclusão do Curso de Engenharia Civil do
Centro de Ciência e Tecnologia da
Universidade Federal de Roraima.

Orientador: Prof. Dr. Adriano Frutuoso da


Silva.
Coorientador: Prof. Dr. Silvestre Lopes
da Nóbrega

Boa Vista, RR
2019
3

JELSON FEITOSA OLIVEIRA

DESENVOLVIMENTO DE UM APLICATIVO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS PARA


CLASSIFICAÇÃO DE BARRAGENS QUANTO AO RISCO E DANO POTENCIAL
ASSOCIADO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como pré-requisito para
conclusão do Curso de Engenharia Civil do
Centro de Ciência e Tecnologia da
Universidade Federal de Roraima. Área de
concentração: Segurança de barragens.
Defendido em 03 de julho de 2019 e avaliado
pela seguinte banca examinadora:

________________________________________
Prof. Dr. Adriano Frutuoso da Silva
Orientador / Curso de Engenharia Civil - UFRR

________________________________________
Prof. Dr. Leon Tolstoi Salles Ferreira
Curso de Engenharia Civil - UFRR

________________________________________
Eng. Amb. Miguel Felipe de Souza Lima
Fundação Estadual do Meio Ambiente e
Recursos Hídricos - FEMARH
4

Além da lucubração, também foi


um exercício de reflexão e
superação.

(Jelson Feitosa Oliveira)


5

RESUMO

Tendo em vista a possibilidade de aperfeiçoar o processo de cadastro, fiscalização e


classificação de barragens brasileiras, pesquisou-se sobre Gestão de Segurança de
Barragens em âmbito nacional, a fim de desenvolver um aplicativo Android para
classificação de barragens quanto à Categoria de Risco e ao Dano Potencial
Associado. Para tanto, foi necessário analisar as Leis e Regulamentações existentes
sobre o tema, estudar sobre desenvolvimento de aplicativos móveis e definir as
funcionalidades do aplicativo antes de desenvolvê-lo. Realizou-se, então, estudos
sobre uma linguagem de programação e um software para desenvolvimento em
Android. Foram construídas, uma a uma, as funcionalidades do App utilizando para
isso uma metodologia peculiar, que gira em torno da engrenagem constituída por
pesquisa, teste e implementação. O aplicativo desenvolvido é uma versão teste e foi
submetido a emulações para averiguar o seu funcionamento. Diante disso, verificou-
se que o aplicativo proporciona maior mobilidade ao usuário, podendo ser utilizando
em campo durante as fiscalizações de barragens. Também, agiliza o preenchimento
do formulário de segurança de barragens e realiza classificações de modo simples e
rápido, o que impõe a constatação de que o objetivo proposto foi alcançado
satisfatoriamente.

Palavras-chave: Aplicativo. Android. Desenvolvimento mobile. Barragem. Gestão de


segurança.
6

ABSTRACT

Considering the possibility of improving the registration, supervision and classification


of Brazilian dams, we have been researching on Dams Safety Management at the
national level in order to develop an Android application for classification of dams in
relation to Risk Category and Potential Damage Associate. To do so, it was necessary
to analyze the existing Laws and Regulations on the subject, to study about mobile
development and to define the functionalities of the application before developing it.
Studies were then carried out on a programming language and software for Android
development. The features of the App were built one by one, using a peculiar
methodology that revolves around the gear consisting of research, testing and
implementation. The developed application is a test version and has been submitted
to emulations to check its operation. Given this, it was verified that the application
provides greater mobility to the user, and can be used in the field during the dam
inspections. It also streamlines the completion of the dam safety form and performs
classifications in a simple and fast way, which means that the proposed objective has
been satisfactorily achieved.

Key words: App. Android. Mobile development. Dam. Security management.


7

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Entidades Fiscalizadoras de Segurança de Barragens por âmbito. .......... 26


Figura 2 - Lógica fiscalizatória. .................................................................................. 27
Figura 3 - Barragens por Categoria de Risco e por Dano Potencial Associado. ....... 28
Figura 4 - Barragens do setor elétrico por Categoria de Risco e por Dano Potencial
Associado. ................................................................................................................. 28
Figura 5 - Matrizes para avaliação e classificação de barragens. ............................. 30
Figura 6 - Organograma do Formulário de Segurança de Barragens – FSB. ........... 38
Figura 7 - Fluxograma de atividades do projeto. ....................................................... 40
Figura 8 - Recorte do fluxograma de atividades do projeto, referente a Fase A. ...... 41
Figura 9 - Esquema ilustrativo de um Wireframe. ..................................................... 43
Figura 10 - Recorte do fluxograma de atividades do projeto, referente a Fase B. .... 44
Figura 11 - Recorte do fluxograma de atividades do projeto, referente a Fase C. .... 45
Figura 12 - Exemplo de erro ocorrido ao rodar o aplicativo na fase de emulação..... 46
Figura 13 - Recorte do fluxograma de atividades do projeto, referente a Fase D. .... 47
Figura 14 - Console do Firebase. .............................................................................. 50
Figura 15 - Exemplo de spinner. ............................................................................... 52
Figura 16 - (a) Tela com o spinner altura aberto; (b) Tela com os critérios
selecionados através dos demais spinners. .............................................................. 55
Figura 17 - Logotipo do aplicativo FSBarragem. ....................................................... 57
Figura 18 - (a) Tela com o ícone do App; (b) Tela apresentando a Splash Screen... 59
Figura 19 - Telas deslizantes de apresentação. ........................................................ 60
Figura 20 - (a) Tela de cadastro; (b) Tela de login. ................................................... 61
Figura 21 - Tela inicial do aplicativo. ......................................................................... 62
Figura 22 - (a) Tela que mostra o Navigation Drawer; (b) Tela que ilustra o Menu
com a opção “Sair”. ................................................................................................... 63
Figura 23 - Botão de ação flutuante (Floating Action Button) utilizado para acionar a
classificação expedita. .............................................................................................. 64
Figura 24 - Tela com parte do conteúdo da classificação expedita. .......................... 65
Figura 25 - Aviso apresentado ao usuário ao iniciar o formulário.............................. 66
Figura 26 - (a) Tela Inserir Empresa; (b) Tela Inserir Usina. ..................................... 67
Figura 27 - (a) Tela Inserir Barramento; (b) Tela Informações Gerais....................... 68
Figura 28 - (a) Tela da Matriz de Classificação; (b) Tela Declarações. ..................... 69
8

Figura 29 - (a) Tela de Visualização do FSB; (b) Tela mostrando a opção para
escolher o visualizador de PDF; (c) Relatório em formato PDF; (d) Opção para
compartilhar o arquivo PDF. ...................................................................................... 70
Figura 30 - Tela de Créditos do aplicativo FSBarragem. ........................................... 71
Figura 31 - Classificação expedita da PCH Jatapú. .................................................. 73
Figura 32 - Classificação expedita da UHE Balbina. ................................................. 74
9

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Faixas de classificação quanto à categoria de risco, Resolução ANEEL n°


696. ........................................................................................................................... 35
Tabela 2 - Faixas de classificação quanto ao dano potencial associado, Resolução
ANEEL n° 696. .......................................................................................................... 35
Tabela 3 - Matriz para classificação final da barragem, Resolução ANEEL n° 696. . 35
Tabela 4 - Matriz para classificação final das barragens sob fiscalização da ANA,
Resolução n° 236/2017. ............................................................................................ 36
Tabela 5 - Matriz para classificação final das barragens sob fiscalização da ANM,
Resolução ANM n° 70.389/2017. .............................................................................. 36
Tabela 6 - Resultados da classificação da PCH Jatapú. ........................................... 75
Tabela 7 - Resultados da classificação da PCH Jatapú. ........................................... 76
10

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Principais acidentes em barragens ocorridas no Brasil. .......................... 20


Quadro 2 – Matriz referente as Características Técnicas – CT ................................. 31
Quadro 3 - Matriz referente ao Estado de Conservação - EC ................................... 32
Quadro 4 - Matriz referente ao Plano de Segurança de Barragem - PS ................... 33
Quadro 5 - Matriz referente ao Dano Potencial Associado - DPA ............................. 34
11

LISTA DE SIGLAS

ANA Agência Nacional de Águas


ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
ANM Agência Nacional de Mineração
APK Android Package
App Aplicativo
CAD Computer Aided Design
CNEN Comissão Nacional de Energia Nuclear
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hídricos
CREA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia
CRI Categoria de Risco
DNPM Departamento Nacional de Produção Mineral
DPA Dano Potencial Associado
FSB Formulário de Segurança de Barragens
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis
ICOLD International Commission of Large Dams
IDE Ambiente de Desenvolvimento Integrado
OERH Órgãos Estaduais de Recursos Hídricos
PCH Pequena Central Hidrelétrica
PDF Portable Document Format
PNSB Política Nacional de Segurança de Barragens
SDK Kit de Desenvolvimento de Software
SFG Superintendência de Fiscalização dos Serviços de Geração
SGI Superintendência de Gestão Técnica da Informação
Sisnama Sistema Nacional do Meio Ambiente
SNISB Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de
Barragens
UHE Usina Hidrelétrica
XML Extensible Markup Language
12

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 ................................................................................................. 14
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 14
1.1 OBJETIVO GERAL........................................................................................ 15
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................... 15
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 15
1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO.................................................................. 16
CAPÍTULO 2 ................................................................................................. 18
2 GESTÃO DE SEGURANÇA DE BARRAGENS ............................................ 18
2.1 CONCEITO E USOS DE BARRAGENS ........................................................ 18
2.2 RUPTURAS DE BARRAGENS NO BRASIL .................................................. 18
2.3 SEGURANÇA DE BARRAGENS................................................................... 24
2.3.1 Instituto, comissão e agências nacionais de fiscalização ....................... 25
2.3.2 Lógica de fiscalização entre as autarquias de segurança de barragens27
2.4 BARRAGENS CLASSIFICADAS EM TERRITÓRIO NACIONAL ................... 27
2.4.1 Barragens do setor elétrico ........................................................................... 28
2.5 CLASSIFICAÇÃO DAS BARRAGENS .......................................................... 29
2.5.1 Metodologia da classificação – ANEEL ......................................................... 29
CAPÍTULO 3 ................................................................................................. 39
3 DESENVOLVIMENTO DO APLICATIVO FSBARRAGEM ........................... 39
3.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 39
3.2 FASE A – PREPARAÇÃO ............................................................................. 41
3.3 FASE B – DESENVOLVIMENTO .................................................................. 44
3.4 FASE C – EMULAÇÃO .................................................................................. 45
3.5 FASE D – PRÉ-TESTE .................................................................................. 46
3.6 DEMAIS ELEMENTOS DO PROJETO .......................................................... 47
3.6.1 Tecnologias utilizadas ................................................................................ 47
3.6.2 Bibliotecas utilizadas .................................................................................. 49
3.7 PROGRAMAÇÃO DO APLICATIVO.............................................................. 49
CAPÍTULO 4 ................................................................................................. 57
4 APRESENTAÇÃO DO APLICATIVO FSBARRAGEM ................................. 57
4.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 57
4.2 LOGOTIPO DO APP..................................................................................... 57
13

4.3 INSTALAÇÃO ............................................................................................... 58


4.4 TELA DE ABERTURA (SPLASH SCREEN).................................................. 58
4.5 TELAS DESLIZANTES DE APRESENTAÇÃO (SLIDERS)........................... 59
4.6 CADASTRO E LOGIN .................................................................................. 60
4.7 TELA INICIAL ............................................................................................... 61
4.8 CLASSIFICAÇÃO EXPEDITA ...................................................................... 63
4.9 FORMULÁRIO DE SEGURANÇA DE BARRAGENS - FSB .......................... 65
CAPÍTULO 5 ................................................................................................ 72
5 VALIDAÇÃO DO APLICATIVO ................................................................... 72
5.1 APLICAÇÃO PRÁTICA ................................................................................. 72
CAPÍTULO 6 ................................................................................................ 77
6 CONSIDERAÇÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ....... 77
6.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 77
6.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................ 77
REFERÊNCIAS ............................................................................................ 79
14

CAPÍTULO 1

1 INTRODUÇÃO

O Ministério da Integração Nacional (MI), em parceria com a Agência Nacional


de Águas (ANA), começou a implementar ações para prevenir ou minimizar os riscos
de acidentes com barragens em todo país, antes mesmo de sua extinção, em 2019.
Uma dessas ações consiste na identificação e no cadastramento das barragens,
concluídas ou em construção, visando o acompanhamento permanente e sistemático
da sua segurança. Nesse sentido, os órgãos da administração federal, estaduais e
municipais e agentes da iniciativa privada são chamados a participar do processo de
cadastramento e avaliação dessas obras, haja vista a promulgação da Lei nº 12.334
de 2010.
No Brasil, os órgãos fiscalizadores de barragens são: a Agência Nacional de
Águas (ANA), a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a Agência Nacional
de Mineração (ANM), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA) e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que são as
autarquias incumbidas, dentre outras atribuições, de fiscalizar as estruturas de
barramento em cada setor.
Dentre esses órgãos fiscalizadores, a ANEEL é a autarquia responsável por
fiscalizar, cadastrar e classificar barragens de geração de energia hidrelétrica. Uma
das ferramentas utilizadas por ela, para realizar a fiscalização, é o Formulário de
Segurança de Barragens (FSB), confeccionado em planilha eletrônica – em
consonância com a Matriz para Classificação de Barragens contemplada no Anexo II
da Resolução Normativa nº 696/2015 – que é o único meio oficial para
encaminhamento do FSB à ANEEL, a qual os Agentes de Geração de Energia Elétrica,
credenciados pela Superintendência de Gestão Técnica da Informação (SGI),
preenchem e preparam a planilha, em arquivo com formato e extensão compatíveis,
para enviá-la à ANEEL, via sistema DutoNet. Neste projeto utilizou-se o FSB da
ANEEL, com a finalidade de delimitar este trabalho.
É importante salientar que o Relatório de Resultados sobre classificação de
barragens do setor elétrico, é elaborado a partir das informações prestadas pelos
agentes, via FSB e complementadas por fiscalização remota e presencial, realizadas
pela Superintendência de Fiscalização dos Serviços de Geração – SFG (ANEEL,
15

2019).
Ao buscar por aplicativos móveis, que são utilizados na área de segurança de
barragens no Brasil, foi possível encontrar Apps como, por exemplo: o aplicativo
“SEGBAR”, que é uma ferramenta para acompanhamento e gerenciamento de
estruturas e instrumentos de uma barragem. Porém, não foi encontrado um aplicativo
móvel, que realizasse o processo de classificação, quanto ao Risco e ao Dano
Potencial Associado para barragens brasileiras. Constituindo assim, uma única
ferramenta a qual pode ser utilizada, por exemplo, para classificar barragens, sejam
elas de usos múltiplos, de rejeitos, de resíduos industriais ou de geração de energia
hidrelétrica.
Baseado nisso, e motivado pela escassez de aplicativos desenvolvidos na
área de segurança de barragens, este trabalho propõe o desenvolvimento de um
aplicativo para dispositivos móveis, que auxilie na classificação de barragens quanto
ao Risco e ao Dano Potencial Associado, de modo a fornecer aos órgãos da
Administração Pública e aos proprietários de barragens, uma ferramenta útil capaz de
classificar as barragens de forma rápida.

1.1 OBJETIVO GERAL

Desenvolver um aplicativo para dispositivos móveis, que auxilie na


classificação de barragens quanto ao Risco e ao Dano Potencial Associado.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


• Desenvolver a versão teste

• Realizar pré-teste do aplicativo.

1.3 JUSTIFICATIVA

O presente projeto tem por motivação a possibilidade de aperfeiçoar o


processo de classificação de barragens brasileiras, podendo também automatizar e
16

melhorar processos mecânicos e repetitivos, no que diz respeito ao preenchimento de


formulários.
A ideia, então, foi criar um aplicativo dentro da área de segurança de
barragens, utilizando como base para o desenvolvimento o Formulário de Segurança
de Barragens do setor elétrico.
Este trabalho constitui uma contribuição relevante, pois inicia uma proposta
maior, que é a de desenvolver um único software de fiscalização para todos os tipos
de barragens, ou seja, uma única ferramenta, na qual cada órgão poderá classificar
as barragens de sua alçada.
Dessa maneira, espera-se contribuir com o tema de segurança de barragens
ao propor este aplicativo móvel como um instrumento auxiliar de trabalho.

1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

O trabalho está organizado em 6 capítulos e, nesta seção, descreve-se


brevemente a estrutura geral desse documento.

• Capítulo 1: apresenta uma introdução ao tema da proposta de trabalho, assim


como descreve o problema, os objetivos e, também, a justificativa do projeto.

• Capítulo 2: diz respeito à revisão dos conceitos básicos sobre Segurança de


Barragens no Brasil, apresentando o embasamento teórico para o
desenvolvimento do aplicativo.

• Capítulo 3: descreve a metodologia aplicada, o processo de desenvolvimento


e as ferramentas utilizadas na elaboração do aplicativo denominado
FSBarragem.

• Capítulo 4: expõe o produto final do projeto, apresentando o aplicativo e o


funcionamento das telas do App.

• Capítulo 5: apresenta uma aplicação prática onde é feita a validação do


aplicativo, utilizando-o na classificação de duas barragens quanto ao Risco e o
Dano Potencial Associado.
17

• Capítulo 6: reúne as considerações finais, tendo em vista, todo o processo do


desenvolvimento e o produto final entregue, incluindo-se também algumas
recomendações para trabalhos futuros.
18

CAPÍTULO 2

2 GESTÃO DE SEGURANÇA DE BARRAGENS

2.1 CONCEITO E USOS DE BARRAGENS

Segundo o Ministério da Integração, as barragens são estruturas construídas


transversalmente a um rio ou talvegue com a finalidade de obter a elevação do seu
nível d’água e/ou de criar um reservatório de acumulação de água, seja de regulação
das vazões do rio, seja de outro fluido (BRASIL, 2002).

Quanto ao uso, as barragens podem ser utilizadas como:

• Barragens de acumulação de água para usos


• Barragem de acumulação de água para uso preponderante de geração

• Barragem para fins disposição temporária ou final de rej



• Barragem para fins de disposição de rejeitos radioativos.

2.2 RUPTURAS DE BARRAGENS NO BRASIL

A segurança absoluta de barragens é algo difícil de ser garantida, pois mesmo


que uma barragem seja muito bem planejada, construída, instrumentada, monitorada,
etc., sempre existirão riscos como, por exemplo: os relacionados a catástrofes
naturais.
Também existem as barragens que estão em situação irregular e podem,
inclusive, conter defeitos na fundação, inadequação de materiais construtivos,
condições adversas no entorno, deficiências de projeto ou operação e manutenção
impróprias (ZUFFO, 2005). Sob essas circunstâncias, as barragens podem ser mais
vulneráveis ao surgimento de manifestações patológicas em sua estrutura, ou até
mesmo romperem, após um tremor de terra (abalo sísmico).
19

Segundo a ICOLD (2019), dentre as causas mais frequentes de falhas de


barragens estão galgamento, defeitos na fundação e piping. Outras causas de falhas
nas barragens incluem capacidade inadequada dos vertedouros, instabilidades dos
taludes, falta de controle de erosões, deficiência no controle e inspeção pós-operação
e falta de procedimentos de segurança ao longo da vida útil da estrutura (PEDROSA,
2017).
Para efeito de ilustração, no Quadro 1, é possível conferir o histórico dos
principais acidentes envolvendo barragens ocorridas no Brasil.
20

Quadro 1 - Principais acidentes em barragens ocorridas no Brasil.


Tipo de Tipo de Tipo de Possíveis causas da Lança-
Ano Local Barragem Empresa Impactos
barragem minério incidente ruptura mento
7 vítimas, destruição
de laboratórios e
Itaminos Explosão da
Itabirito, Rejeito de 1,02 x equipamentos; o fluxo
1986 a Fernandinho Comércio - parede da Liquefação
MG minério 106 m3 de lama de rejeitos
de Minérios barragem
atingiu 12 km a
jusante.
Dique alteado a uma cota
acima do previsto em
projeto; inclinação muito
acentuada dos taludes do 5 operários morreram
dique; problemas na no acidente que
Macacos, Rompimento
Rio Verde implantação do projeto atingiu
distrito de Rejeito de da seção de 600 x
2001 b Cava 1 Mineração Ferro como falta de aproximadamente 43
Nova minério maior altura 103 m³
S.A investigação geotécnica, hectares e assoreou
Lima, MG da barragem
elaboração de projetos, 6,4 km do leito do
construção controlada e córrego Taquaras.
monitoramento;
lançamento inadequado
de rejeitos (FEAM, 2008).
Rejeito
industrial Lançamento dos
(mercúrio, rejeitos industriais na
soda Rompimento bacia do rio Paraíba
Cataguas Rejeito Cataguazes Falta de manutenção do 900 x
2003 c - cáustica, do aterro da do Sul,
es, MG industrial de Papel barramento 103 m³
lignina barragem comprometendo a
alumínio, qualidade da água a
ferro e jusante.
sódio)
Continua
21

Quadro 01 – Continuação
Tipo de Tipo de Tipo de Possíveis causas da
Ano Local Barragem Empresa Lançamento Impactos
barragem minério incidente ruptura
Entre os 5 pessoas morreram no
municípi Governo Rompimento acidente e mais de 3000
os de Usos do Estado da barragem Falha no tratamento da pessoas ficaram
2004 c Camará - -
Alagoa múltiplos da na ombreira fundação (CPI, 2004) desabrigadas, além de
Nova e Paraíba direita inundações e destruição
Areia, PB na cidade a jusante.
Desabamento de um
trecho da pista GO-213,
Ausência de descarga 4 pessoas morreram com
Caldas de fundo, extravasor de a queda de três veículos
Caldas Usos Ruptura da
2005 b Novas, - - água (ladrão) localizado - na cratera formada pelo
Novas múltiplos barragem
GO acima da cota de desmoronamento do
segurança aterro do bueiro por onde
passam as águas do
Córrego Jacu.
Acúmulo de seixo
Danos materiais
Joinville, Usos Ruptura da rolado que estrangulava
2005 b Cubatão - - - causados a 11 famílias
SC múltiplos barragem o leito do rio em
ribeirinhas
diversos pontos
4000 moradores das
cidades de Miraí e
Muriaé, na Zona da
Rio
Mata, desabrigados;
Pomba
Falha na barragem de lavouras e pastagens
Miraí, Rejeito de Empresa Ruptura da
2007 b Miraí Bauxita rejeitos após forte 2 x 106 m³ destruídas e o
MG minério de barragem
chuva abastecimento de água
Mineração
comprometido em
Ltda
cidades dos estados de
Minas Gerais e Rio de
Janeiro.
Continua
22

Quadro 01 – Continuação
Tipo de Tipo de Tipo de Possíveis causas
Ano Local Barragem Empresa Lançamento Impactos
barragem minério incidente da ruptura
Transbordamento de
Hydro Comprometimento da
canais de drenagem
Barcarena, Rejeito de Alunorte / Transbordamento água para 13
2009 - Bauxita em torno da bacia -
PA, minério Norsk após chuva forte. comunidades
de lama vermelha
Hydro ribeirinhas.
após chuva forte
Herculano Dois trabalhadores
Itabirito, Barragem Rejeito de Ruptura da Falha na barragem
2014 Mineração Ferro - mortos e um
MG B1 minério barragem de rejeitos
Ltda desaparecido.
Inundação com lama de
rejeito da cidade de
Bento Rodrigues,
destruindo 158 casas;
17 pessoas morreram e
Samarco Ruptura da
Mariana, Rejeito de Ferro 32 x 106 m³ 2 desaparecidas;
2015 Fundão Mineração Liquefação
MG minério barragem poluição do Rio
S.A.
Gualaxo Norte, Rio
Carmel e Rio Doce em
mais de 663 km;
destruição de 15 km² de
terra ao longo dos rios
Líquidos altamente
alcalinos e carregados
Hydro Transbordamento da
de metal inundaram as
Barcarena, Rejeito de Alunorte / Transbordamento bacia de lama
2018 - Bauxita - áreas residenciais
PA minério Norsk após chuva forte. vermelha após
vizinhas, inutilizando o
Hydro chuva forte
abastecimento de água
potável na área.
Continua
23

Quadro 01 – Continuação
Tipo de Tipo de Tipo de Possíveis causas
Ano Local Barragem Empresa Lançamento Impactos
barragem minério incidente da ruptura
A onda de rejeitos devastou
a estação de carregamento
da mina, sua área
administrativa e duas bacias
de retenção de sedimentos
menores (B4 e B4A); então
viajou aprox. 7 km de
Barragem I, descida até o Rio
Ruptura
Brumadinho, Mina Paraopeba, destruindo uma
2019 - Vale S.A. Ferro da Liquefação 12 x 106 m³
MG Córrego do ponte do ramal ferroviário da
barragem
Feijão mina e se espalhando por
partes da comunidade local
Vila Ferteco, perto da cidade
de Brumadinho; a lama foi
então levada adiante pelo
Rio Paraopeba; 248 pessoas
morreram e 22 estão
desaparecidas.
Metalmig O derramamento de rejeitos
Mineração Falha na barragem danificou sete pontes,
Machadinho Rejeito de Estanho - -
2019 Machadinho Indústria e de rejeitos inativa, deixando 100 famílias
d'Oeste, RO minério
Comércio após forte chuva isoladas; sem mortes ou
S/A ferimentos relatados.
Fonte: Adaptado de Wise Uranium Project (2019).

_____________________
a EM – Portal de notícias de Minas Gerais.
b Adaptado de MAURO [21--].
c G1 – Portal de notícias.
24

2.3 SEGURANÇA DE BARRAGENS

A Lei federal nº 12.334 de 2010, que estabelece a Política Nacional de


Segurança de Barragens (PNSB) e cria o Sistema Nacional de Informações sobre
Barragens (SNISB), define “segurança de barragem” em seu Art. 2º - inciso III, como
sendo “condição que vise a manter a sua integridade estrutural e operacional e a
preservação da vida, da saúde, da propriedade e do meio ambiente”. A Lei 12.334
pode ser consultada no final deste trabalho, no Anexo A.
O Manual de Segurança e Inspeção de Barragens elaborado pelo Ministério da
Integração Nacional diz que:

“ Uma barragem segura é aquela cujo desempenho satisfaça as exigências de


comportamento necessárias para evitar incidentes e acidentes que se referem a
aspectos estruturais, econômicos, ambientais e sociais. ” (MINISTÉRIO DA
INTEGRAÇÃO, 2002, p. 18).

Recentemente, devido às tragédias ocorridas envolvendo barragens no


território brasileiro foi criado o projeto de lei PL nº 1.452 de 2019, aprovado em 16 de
maio de 2019, o qual altera a Lei nº 12.334/2010, para prever o reaproveitamento e a
redução de rejeitos.
Este projeto de lei aprimora a segurança e desempenho das barragens ao
acrescentar como objetivos da Política Nacional de Segurança de Barragens, os
incisos VIII e IX ao Art. 3º da Lei 12.334/2010. São eles:

Art. 3º São objetivos da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB):


[...]
VII - ...........................................................................................;
VIII - o reaproveitamento dos materiais retidos ou acumulados nas barragens;
e
IX - a utilização de tecnologias que reduzam a quantidade de rejeito.

A segurança das barragens existentes deve ser avaliada regularmente por


reavaliações de segurança de todas as estruturas e instalações.
25

2.3.1 Instituto, comissão e agências nacionais de fiscalização

A Lei 12.334/2010, em seu artigo 5º, diz que “a fiscalização da segurança de


barragens caberá, sem prejuízo das ações fiscalizatórias dos órgãos ambientais
integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) ”, à entidade específica
de cada setor. No Brasil, as autarquias responsáveis pela fiscalização de barragens,
nos vários setores, são:

ANA – Agência Nacional de Águas: autarquia responsável pela fiscalização da


segurança de barragens outorgadas por ela, ou seja, barragens de acumulação de
água, exceto para fins de aproveitamento hidrelétrico

ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica: autarquia responsável pela


fiscalização da segurança de barragens outorgadas por ela, ou seja, barragens de
acumulação de água quando se tratar de uso preponderante para fins de geração
hidrelétrica.

ANM – Agência Nacional de Mineração: a ANM, antigo Departamento Nacional de


Produção Mineral (DNPM), é a autarquia responsável pela fiscalização da segurança
de barragens outorgadas por ela, ou seja, barragens para fins de disposição final ou
temporária de rejeitos.

CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear: autarquia responsável pela


fiscalização da segurança de barragens para fins de disposição de rejeitos radioativos.

IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis:


autarquia responsável pela fiscalização da segurança de barragens outorgadas por
ela, ou seja, barragens para fins de disposição de resíduos industriais.
26

Existem também, os Órgãos Gestores Estaduais de Recursos Hídricos (OERH)


e os Órgãos Gestores Estaduais do Meio Ambiente (OEMA), que compõem a esfera
estadual, assim como os Órgãos Gestores Municipais, da esfera municipal.
A organização destas entidades que fiscalizam a segurança de barragens no
Brasil, é exemplificada na Figura 1, a seguir:

Figura 1 - Entidades Fiscalizadoras de Segurança de Barragens por âmbito.

Fonte: Adaptado do Manual de Políticas e Práticas de Segurança de Barragens da ANA (2016).


27

2.3.2 Lógica de fiscalização entre as autarquias de segurança de barragens

A Figura 2 apresenta um fluxograma sobre a lógica fiscalizatória aplicada às


barragens brasileiras.

Figura 2 - Lógica fiscalizatória.

Fonte: Adaptado do Workshop sobre Segurança de Barragens ocorrido em Roraima – Palestra da


ANA (2019).

2.4 BARRAGENS CLASSIFICADAS EM TERRITÓRIO NACIONAL

De acordo com o Painel de Informações do Relatório de Segurança de


Barragens de 2017, foi informada a existência de quase 24.100 barragens
cadastradas. Essas informações foram fornecidas pelas diversas entidades
fiscalizadoras de Segurança de Barragens para a composição do Relatório de
Segurança de Barragens – RSB, do ano de 2017.
28

Segundo o Painel de Informações do SNISB, existem 5.079 barragens


cadastradas em sua base de dados, das quais mais de 60% ainda não foram
classificadas quanto à Categoria de Risco e/ou Dano Potencial Associado (Figura 3).

Figura 3 - Barragens por Categoria de Risco e por Dano Potencial Associado.

Fonte: SNISB (2019).

2.4.1 Barragens do setor elétrico

Tratando-se do setor elétrico, pelo qual a ANEEL é a entidade fiscalizadora, a


Figura 4 mostra que existem hoje 1.074 barragens cadastradas na base de dados do
SNISB. Dentre elas, 8 barragens apresentam Categoria de Risco alto, e 604
barragens apresentam Dano Potencial Associado alto.

Figura 4 - Barragens do setor elétrico por Categoria de Risco e por Dano Potencial.

Fonte: SNISB (2019).


29

2.5 CLASSIFICAÇÃO DAS BARRAGENS

Cada barragem deve ser classificada de acordo com as consequências de sua


ruptura. A classificação constitui a base para a análise da segurança da barragem e
para fixar níveis apropriados de atividades de inspeção.

“A classificação da barragem serve como referência para definição dos


prazos relativos à elaboração do Plano de Segurança e periodicidade das
Inspeções de Segurança Regulares a serem realizadas pelas empresas. Em
última análise, a classificação serve como um elemento de referência para
nortear as ações de monitoramento e manutenção das barragens
necessárias e fundamentais para garantir seu satisfatório nível de segurança”
(Relatório ANEEL, Ciclo 2017, Edição 04/2018, p. 10).

Segundo a Lei nº 12.334/2010, em seu artigo 7°, foi atribuído ao Conselho


Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) a competência de estabelecer critérios gerais
de classificação das barragens por Categoria de Risco, Dano Potencial Associado e
Volume, o qual instituiu um grupo de trabalho para estabelecer os critérios, resultando
na publicação da Resolução Normativa nº 143, de 10 de julho de 2012.
A resolução CNRH nº 143 contém um método que constitui a base para a
análise de segurança de barragens. O método divide 21 critérios de avaliação em
quatro grupos: características técnicas, estado de conservação, plano de segurança
de barragens e dano potencial. Os critérios ou descritores, como também são
chamados no âmbito de avaliação de risco, contém faixas de parâmetros ou
descrições aos quais são atribuídos valores constantes (pesos) que somados,
definem tanto a Categoria de Risco quanto o Dano Potencial Associado do barramento.
É válido ressaltar que cada uma das autarquias de fiscalização de barragens
poderá estabelecer critérios específicos ou complementares aos critérios gerais
estabelecidos pelo CNRH (BAIMA, 2015).
A seguir, é apresentado o método de classificação de barragens da ANEEL.

2.5.1 Metodologia da classificação – ANEEL

Com base na Lei nº 12.334/2010 e na resolução CNRH nº 143/2012, a ANEEL


elaborou a Resolução Normativa nº 696 de 2015 (Anexo B), estabelecendo as suas
matrizes de avaliação quanto à categoria de risco e quanto ao dano potencial,
totalizando 22 critérios que podem ser conferidos nos Quadros 2 a 5. Definiu, também,
30

a matriz de classificação final que divide as barragens em 3 classes: A, B e C (Tabela


3), classes estas, que são determinadas conforme as faixas de classificação da
Categoria de Risco e do Dano Potencial (Tabelas 1 e 2), também estabelecidas com
base no anexo II da Resolução CNRH nº 143. Logo abaixo, na Figura 5, ilustra-se as
classes de Risco e Dano, utilizadas na classificação de barragens.

Figura 5 - Matrizes para avaliação e classificação de barragens.

Fonte: Autor (2019).


31

Quadro 2 – Matriz referente as Características Técnicas – CT


Tipo de Barragem Tipo de Idade da
Vazão de Projeto
Altura (a) Comprimento (b) quanto ao material fundação Barragem Casa de Força (g)
(f)
de construção (c) (d) (e)
CMP (Cheia Barragem / dique sem
Concreto entre 30 e 50
Altura ≤ 15m Comprimento ≤ 200m Rocha sã Máxima Provável) Casa de Força
convencional anos
(0) (0) (1) ou Decamilenar associada
(1) (1)
(3) (0)
Alvenaria de pedra / Casa de força
Rocha alterada
concreto ciclópico / entre 10 e 30 associada à barragem
15m < Altura < 30m Comprimento > 200m dura com Milenar
concreto rolado - anos por meio de conduto
(1) (3) tratamento (5)
CCR (2) forçado, túnel, etc.
(2)
(2) (2)
Rocha alterada
Terra homogênea / sem tratamento
entre 5 e 10 Casa de força ao pé da
30m ≤ Altura ≤ 60m enrocamento / terra / rocha alterada TR = 500 anos
- anos barragem
(2) enrocamento fraturada com (8)
(3) (5)
(3) tratamento
(3)
TR Inferior a 500
Rocha alterada < 5 anos ou > anos ou
Altura > 60m mole / saprolito / 50 anos ou Desconhecida/
- - -
(3) solo compacto sem informação Estudo não
(4) (4) confiável
(10)

Solo residual /
- - - aluvião - - -
(5)

Fonte: ANEEL (2015)


32

Quadro 3 - Matriz referente ao Estado de Conservação - EC


Confiabilidade das Estruturas
Confiabilidade das Estruturas Deformações e Deterioração dos Taludes /
de Percolação Eclusa (*)
Extravasoras Recalques Paramentos
Adução (j) (m)
(h) (k) (l)
(i)
Estruturas civis e
Estruturas civis e dispositivos
hidroeletromecânicas em pleno Percolação
hidroeletromecânicos em
funcionamento / totalmente controlada
condições Inexistente Inexistente Não possui eclusa
canais de aproximação ou de pelo sistema de
adequadas de manutenção e (0) (0) (0)
restituição ou vertedouro (tipo soleira drenagem
funcionamento
livre) desobstruídos (0)
(0)
(0)
Estruturas civis e Estruturas civis comprometidas
Umidade ou
hidroeletromecânicas preparadas ou
surgência nas áreas Falhas na proteção dos taludes
para a operação, mas sem fontes de dispositivos hidroeletromecânicos
de Existência de trincas e e Estruturas civis e
suprimento de energia de com problemas identificados,
jusante, paramentos, abatimentos paramentos, presença de hidroeletromecânicas
emergência / com
taludes ou de pequena extensão e arbustos de bem mantidas
canais ou vertedouro (tipo soleira redução de capacidade de vazão
ombreiras impacto nulo pequena extensão e impacto e funcionando
livre) com erosões ou obstruções, e
estabilizadas e/ou (1) nulo. (1)
porém sem riscos a estrutura com medidas corretivas em
monitoradas (1)
vertente. implantação
(3)
(4) (4)
Estruturas civis comprometidas ou
dispositivos hidroeletromecânicos Umidade ou
Estruturas civis comprometidas Estruturas civis
com problemas identificados, com surgência nas áreas Existência de trincas e Erosões superficiais, ferragem
ou comprometidas ou
redução de capacidade de vazão e de abatimentos exposta, crescimento de
dispositivos hidroeletromecânicos dispositivos
com medidas corretivas em jusante, paramentos, de impacto vegetação
com problemas identificados, hidroeletromecânicos
implantação / taludes ou considerável gerando generalizada, gerando
com com problemas
canais ou vertedouro (tipo soleira ombreiras sem necessidade de necessidade
redução de capacidade de vazão identificados e com
livre) com erosões e/ou parcialmente tratamento ou em estudos adicionais de monitoramento ou atuação
e medidas corretivas
obstruídos, com risco de fase ou monitoramento corretiva
sem medidas corretivas em implantação
comprometimento da estrutura de diagnóstico (5) (5)
(6) (2)
vertente. (5)
(7)
Estruturas civis comprometidas ou
Surgência nas áreas Existência de trincas, Depressões acentuadas nos Estruturas civis
dispositivos hidroeletromecânicos
de jusante, abatimentos ou taludes, comprometidas ou
com problemas identificados, com
taludes ou ombreiras escorregamentos escorregamentos, sulcos dispositivos
redução de capacidade de vazão e
com expressivos, com profundos hidroeletromecânicos
sem medidas corretivas/ -
carreamento de potencial de de erosão, com potencial de com problemas
canais ou vertedouro (tipo soleira
material ou com comprometimento da comprometimento da identificados e sem
livre) obstruidos ou com estrutruras
vazão crescente segurança segurança medidas corretivas
danificadas
(8) (8) (7) (4)
(10)
Fonte: ANEEL (2015)
33

Quadro 4 - Matriz referente ao Plano de Segurança de Barragem - PS


Relatórios de inspeção
Estrutura organizacional e Regra operacional dos
Existência de Procedimentos de roteiros de de
qualificação técnica dos dispositivos de descarga
documentação de inspeções de segurança e de segurança com análise
profissionais da equipe de da
Projeto monitoramento e
Segurança da Barragem barragem
(n) (p) interpretação
(o) (q)
(r)
Possui estrutura organizacional
com Possui e aplica procedimentos
Projeto executivo e Sim ou Vertedouro tipo Emite regularmente os
técnico responsável pela de
"como construído" soleira livre relatórios
segurança inspeção e monitoramento
(0) (0) (0)
da barragem (0)
(0)
Possui técnico responsável
Projeto executivo ou Possui e aplica apenas Emite os relatórios sem
pela Não
"como construído" procedimentos de inspeção periodicidade
segurança da barragem (6)
(2) (3) (3)
(4)
Não possui estrutura
organizacional e Possui e não aplica
Projeto básico responsável técnico pela procedimentos Não emite os relatórios
-
(4) segurança de inspeção e monitoramento (5)
da barragem (5)
(8)
Não possui e não aplica
Anteprojeto ou Projeto procedimentos para
conceitual - monitoramento - -
(6) e inspeções
(6)

Inexiste documentação
de projeto - - - -
(8)

Fonte: ANEEL (2015)


34

Quadro 5 - Matriz referente ao Dano Potencial Associado - DPA


Volume Total do Potencial de perdas de vidas
Impacto ambiental Impacto socioeconômico
Reservatório humanas
(c) (d)
(a) (b)
SIGNIFICATIVO
INEXISTENTE (área afetada da barragem não
INEXISTENTE
(não existem pessoas representa área de interesse
Pequeno ( não existem quaisquer instalações e
permanentes/residentes ou ambiental, áreas protegidas em
< = 5 milhões m³ serviços de navegação na área
temporárias/transitando na área legislação específica ou encontra-se
(1) afetada por acidente da barragem)
afetada a jusante da barragem) totalmente descaracterizada de suas
(0)
(0) condições naturais)
(3)
BAIXO
POUCO FREQUENTE ( existe pequena concentração de
MUITO SIGNIFICATIVO
Médio (não existem pessoas ocupando instalações residenciais e
(área afetada da barragem apresenta
5 milhões a 75 permanentemente a área afetada a comerciais, agrícolas, industriais ou
interesse ambiental relevante ou
milhões m³ jusante da barragem, mas existe de infraestrutura na área afetada da
protegida em legislação específica)
(2) estrada vicinal de uso local) barragem ou instalações portuárias
(5)
(4) ou serviços de navegação)
(4)
FREQUENTE
ALTO
(não existem pessoas ocupando
(existe grande concentração de
permanentemente a área afetada a
instalações residenciais e
Grande jusante da barragem, mas existe
comerciais, agrícolas, industriais, de
75 milhões a 200 rodovia municipal, estadual, federal
- infraestrutura e serviços de lazer e
milhões m³ ou outro local e/ou empreendimento
turismo na área afetada da barragem
(3) de permanência eventual de
ou instalações portuárias ou serviços
pessoas
de navegação)
que poderão ser atingidas)
(8)
(8)
EXISTENTE
(existem pessoas ocupando
Muito Grande
permanentemente a área afetada a
> 200 milhões m³ - -
jusante da barragem, portanto, vidas
(5)
humanas poderão ser atingidas)
(12)
Fonte: ANEEL (2015)
35

As matrizes de classificação são utilizadas para a escolha dos critérios mais


adequados à situação da barragem e, então, efetuar a soma dos pesos equivalentes
às escolhas. Conforme os valores resultantes dos somatórios, compara-se estes com
as faixas de classificação para obter o nível da Categoria de Risco e o Dano Potencial
Associado, Tabela 1 e 2.

Tabela 1 - Faixas de classificação quanto à Categoria de Risco, Resolução ANEEL


n° 696.
Categoria de Risco CRI
Alto ≥ 62 ou EC* ≥ 8
Médio 35 a 62
Baixo < 35
(*) Pontuação (maior ou igual a 8) em qualquer coluna de Estado de Conservação (EC) implica
automaticamente CATEGORIA DE RISCO ALTA e necessidade de providências imediatas pelo
responsável da barragem. Fonte: Adaptado ANEEL (2015).

Tabela 2 - Faixas de classificação quanto ao Dano Potencial Associado, Resolução


ANEEL n° 696.
Dano Potencial Associado DPA
Alto ≥ 16
Médio 10 a 16
Baixo ≤ 10
Fonte: Adaptado ANEEL (2015).

Classificação final da barragem

Definidas as faixas da categoria de risco e de dano potencial associado, o


resultado da classificação final do barramento é obtido combinando estas faixas
(Tabela 3).

Tabela 3 - Matriz para classificação final da barragem, Resolução ANEEL n° 696.


Dano Potencial Associado
Categoria de Risco
Alto Médio Baixo
Alto A B B
Médio B C C
Baixo B C C
Fonte: Adaptado ANEEL (2015).
36

Tanto a ANA, como a ANM, como a ANEEL, regulamentaram a Lei 12.334/2010,


no que tange à classificação de barragens, de modo semelhante. Para classificar as
barragens, cada uma destas autarquias modelou o seu método de acordo com as
especificidades do setor, baseando-se no método de classificação de barragens da
Resolução CNRH nº 143.
Para efeito de comparação, a seguir, são apresentadas as Tabelas 4 e 5 que
mostram a matriz de classificação final da ANA e ANM, respectivamente.

Tabela 4 - Matriz para classificação final das barragens sob fiscalização da ANA,
Resolução n° 236/2017.
Dano Potencial Associado
Categoria de Risco
Alto Médio Baixo
Alto A B C
Médio A C D
Baixo A D D
Fonte: Adaptado ANA (2017).

Tabela 5 - Matriz para classificação final das barragens sob fiscalização da ANM,
Resolução ANM n° 70.389/2017.
Dano Potencial Associado
Categoria de Risco
Alto Médio Baixo
Alto A B C
Médio B C D
Baixo B C E
Fonte: Adaptado ANM (2017).

Com relação as barragens do setor elétrico, a classe da barragem (A, B ou C)


sinalizará a necessidade da elaboração do estudo de rompimento e de propagação
da cheia associada ou, como já mencionado, servirá de referência para definir a
periodicidade da Inspeção de Segurança Regular e da Revisão Periódica de
Segurança (RPS), assim como indicará se o Plano de Ação Emergencial (PAE)
constituirá peça obrigatória para a barragem (Parágrafo 1º, Artigo 13, RN ANEEL
696/2015). O PAE poderá ser exigido, pela ANEEL, independente da classificação da
barragem.
A seguir, é possível conferir algumas observações sobre as classes das
barragens do setor elétrico, conforme a Resolução nº 696/2015.
37

• Quanto ao Plano de Segurança

Classe A – Art. 7º, Parágrafo 2º: diz que barragens classificadas como “A”
devem ter seus Planos de Segurança elaborados em até um ano.

• Quanto ao estudo de rompimento e de propagação da cheia associada

Classes A ou B – Art. 6º, Parágrafo 2º: diz que para barragens classificadas
como A ou B, deverá ser elaborado estudo de rompimento e de propagação da cheia
associada.

• Quanto a periodicidade da Inspeção de Segurança Regular

No Art. 10, é estabelecido que as inspeções de segurança regular deverão


ser realizadas sempre que houver alteração do nível de segurança da barragem,
observada a periodicidade limite disposta abaixo.

Classe A: 6 meses
Classe B: 1 ano
Classe C: 2 anos

• Quanto a periodicidade da Revisão Periódica de Segurança – RPS

No Art. 17, está estabelecido que para usinas existentes, a periodicidade de


realização do RPS será definida de acordo com a classe da barragem, observado o
interstício máximo disposto abaixo.

Classe A: 5 anos
Classe B: 7 anos
Classe C: 10 anos

Para obter informações detalhadas, é recomendável acessar a Resolução nº


696/2015.
38

A Figura 6 representa, de modo sucinto, o organograma do Formulário de


Segurança de Barragens – FSB, da ANEEL, o qual foi utilizado para desenvolver parte
do aplicativo deste trabalho. O FSB pode ser consultado na íntegra no Anexo C.

Figura 6 - Organograma do Formulário de Segurança de Barragens – FSB.

Fonte: Autor (2019).


39

CAPÍTULO 3

3 DESENVOLVIMENTO DO APLICATIVO FSBARRAGEM

3.1 INTRODUÇÃO

Para consecução dos objetivos propostos, este projeto foi estruturado num
conjunto de atividades, divididos em 4 fases: Fase A – Preparação; Fase B –
Desenvolvimento; Fase C – Emulação; Fase D – Pré-teste. Apresentadas em forma
de fluxograma na Figura 7.
40

Figura 7 - Fluxograma de atividades do projeto.

Fonte: Autor (2019).


41

3.2 FASE A – PREPARAÇÃO

A Figura 8 apresenta um recorte do fluxograma de atividades do projeto,


referente a Fase A.

Figura 8 - Recorte do fluxograma de atividades do projeto, referente a Fase A.

Fonte: Autor (2019).

Inicialmente, foram analisadas a Lei de Segurança de Barragens do Brasil, Lei


nº 12.334 de 2010, e a Resolução nº 696 de 2015 da ANEEL. Em paralelo, analisou-
se o Formulário de Segurança de Barragens (FSB) e seu manual de preenchimento e
envio, ambos desenvolvidos pela ANEEL. Isto foi levado a efeito para entender como
é realizada a classificação dos barramentos sob fiscalização da ANEEL. O FSB e seu
manual podem ser acessados no site da ANEEL.
42

Para desenvolver o aplicativo, fez-se necessário definir quais as


funcionalidades constituiriam o App, ou seja, definir os recursos a serem oferecidos
ao usuário através do aplicativo. Assim, foram ponderadas as seguintes
funcionalidades:

1)
2)
3)
4)
5)
6) Preencher o
7) Realizar a classificação do barramento conforme os dados

8)
9)

A etapa seguinte consistiu em desenhar a interface do aplicativo. Para isso,


foi concebido um desenho básico ilustrando apenas o essencial sobre a interface,
exibindo os elementos que viriam a fazer parte na composição do projeto. Ressaltando
que isto pôs-se a fazer antes mesmo de escrever a primeira linha de código do
aplicativo.
Com o desenho em mãos e com auxílio da turma da disciplina de Interface
Homem/Máquina (IHM), do Curso de Bacharelado em Ciência da Computação, do
semestre 2018.1, sob orientação do prof. Dr. Luciano Ferreira Silva, foram
desenvolvidos dois protótipos de telas (Wireframe) para o aplicativo, apresentados no
Anexo D, utilizando as ferramentas livres Marvel¹ e Adobe Experience Design². A
Figura 9 é um exemplo de Wireframe, o qual apresenta de forma compreensível as
funcionalidades, os componentes e o fluxo de navegação do aplicativo.

_____________________
¹ Site para desenvolvimento de Design.
² Ferramenta baseada em vetores para projetar e criar protótipos para aplicativos da Web e móveis.
43

Figura 9 - Esquema ilustrativo de um Wireframe.

Fonte: VectorStock (2019).

Para desenvolver esta atividade, a turma da disciplina de IHM foi dividida em


dois grupos e cada grupo criou uma empresa fictícia. Neste ponto, o autor desse
projeto ocupou a posição de cliente, levando a proposta do aplicativo até as duas
empresas fictícias. Apresentou-se, também, o formulário de segurança de barragem
da ANEEL, assim como, foram apontadas quais as principais funcionalidades que o
aplicativo deveria conter.
Anterior ao desenvolvimento dos protótipos, a turma de IHM, elaborou uma
pesquisa de campo com a finalidade de conhecer o perfil dos futuros usuários. Esta
pesquisa foi realizada através de um formulário online (Anexo E), o qual foi enviado a
profissionais da área de segurança de barragens.
Ainda durante a Fase A, foi realizada a escolha da plataforma de
desenvolvimento e da linguagem de programação.
Para tanto, adotou-se o ambiente de desenvolvimento integrado (IDE) Android
Studio, uma vez que este é um dos softwares mais empregados para desenvolver
aplicações em Android. Em se tratando da linguagem de programação, para esse
projeto adotou-se a linguagem Java.
Dessa forma, o aplicativo foi desenvolvido para Android, escrevendo os
códigos na linguagem Java, utilizando o Android Studio. Os estudos da linguagem
Java e do ambiente de desenvolvimento Android Studio, foram realizados através de
44

vídeo aulas e fóruns disponíveis na internet, além de compêndios sobre


desenvolvimento mobile, Java e algoritmos. Vale ressaltar que para auxiliar os
estudos da linguagem Java, foi utilizado o software NetBeans IDE 8.2, desenvolvido
pela Apache Software Foundation.

3.3 FASE B – DESENVOLVIMENTO

A Figura 10 apresenta as atividades do projeto referente a Fase B, a qual


ilustra o funcionamento da engrenagem principal do desenvolvimento do aplicativo
que consiste em: Pesquisar, Testar e Implementar.
.
Figura 10 - Recorte do fluxograma de atividades do projeto, referente a Fase B.

Fonte: Autor (2019).

Nesta fase foi realizada inicialmente, uma pesquisa a respeito de tecnologias


que possibilitassem o desenvolvimento das funcionalidades, as quais estão presentes
no aplicativo, como por exemplo: cadastro do usuário, inserir empresa, inserir usina
etc. Após a pesquisa, colocava-se em prática os estudos sobre o recurso que seria
utilizado para desenvolver determinada funcionalidade, submetendo-o a testes
prévios, a fim de verificar o seu funcionamento.
45

A implementação foi o processo no qual adicionava-se ao projeto um novo


recurso já testado, diminuindo assim, a quantidade de erros durante o
desenvolvimento, quando comparado a implementações sem testes prévios.

3.4 FASE C – EMULAÇÃO

A Figura 11 destaca a fase de emulação, mostrando que após emular a


implementação, prosseguia-se com o desenvolvimento de outra funcionalidade do
aplicativo, retornando assim, à Fase B.

Figura 11 - Recorte do fluxograma de atividades do projeto, referente a Fase C.

Fonte: Autor (2019).

A fase de emulação é iniciada logo após o desenvolvimento do código de


alguma das funcionalidades. Sua finalidade é testar e verificar possíveis erros no
código. Quando a emulação apresentava problemas, utilizava-se o Logcat do Android
Studio para averiguar os erros de sintaxe, semântica ou de lógica, por exemplo.
O Logcat, ilustrado na Figura 12, é uma ferramenta de linha de comando que
gera um registro de mensagens do sistema, inclusive rastros de pilha quando o
dispositivo apresenta um erro e mensagens escritas pelo aplicativo, com a classe Log
(Android Developers, 2019).
46

Figura 12 - Exemplo de erro ocorrido ao rodar o aplicativo na fase de emulação.

Fonte: Autor (2019).

3.5 FASE D – PRÉ-TESTE

A Figura 13 destaca a fase de pré-teste, mostrando que após preencher o


formulário para realizar a classificação do barramento, era verificado o seu correto
funcionamento para, então, emitir o relatório de classificação do barramento. Caso
ocorresse algum erro, o mesmo era depurado utilizando o Logcat para encontrar o
problema e corrigi-lo.
47

Figura 13 - Recorte do fluxograma de atividades do projeto, referente a Fase D.

Fonte: Autor (2019).

Esta fase consistiu em um pré-teste no qual preencheu-se o formulário de


classificação de barragem com a finalidade de perceber o seu correto funcionamento
quando este vier a ser utilizado pelo usuário. Feito isso, logo após preenche-lo, é
possível emitir o relatório do formulário em questão.

3.6 DEMAIS ELEMENTOS DO PROJETO

3.6.1 Tecnologias utilizadas

Adiante, estão listadas todas as tecnologias adotadas e utilizadas para


desenvolver o aplicativo móvel FSBarragem.
48

marcado ou desmarcado.
Edit Text: elemento da interface do usuário para inserir e modificar o texto.
Floating Action Menu: botão de ação flutuante diferenciado por um ícone
circular que dá acesso a um menu de botões que flutuam acima da interface
do usuário. Utilizado para promover ações especiais.
Fragments: é uma parte da interface de usuário ou comportamento de um
aplicativo que pode ser colocado em um Activity.
Image Button: exibe um botão com uma imagem que pode ser pressionada
ou clicada pelo usuário.
Image View: exibe recursos de imagem, por exemplo, Bitmap ou Drawable.
Menu (Action overflow): Interface para gerenciar os itens em um menu.
Navigation Drawer: visualização interativa de “gaveta” que fica localizada em
uma ou ambas as bordas verticais da tela.
Radio Button: é um botão de dois estados que pode ser marcado ou
desmarcado.
Slider: realiza transição rastreia movendo as telas para dentro ou para fora de
uma das bordas da tela do dispositivo móvel.
Snack Bar: fornece um feedback sobre uma operação mostrando uma breve
mensagem na parte inferior da tela do celular.
Spinner: exibe uma lista de itens permitindo que o usuário escolha um.
Splash Screen: tela de abertura do aplicativo.
Text Input Layout: Layout que envolve um EditText para mostrar um rótulo
flutuante.
Text View: elemento da interface que exibe texto para o usuário.
Toast: é uma exibição que contém uma pequena mensagem rápida para o
usuário.
Tool Bar (Action Bar): barra de ferramentas padrão para uso no conteúdo do
aplicativo.

Todas as definições das tecnologias acima explicitadas, foram retiradas do


site Android Developers (2019).
49

3.6.2 Bibliotecas utilizadas

A seguir, são listadas as bibliotecas adotadas e utilizadas neste projeto.

• About Page
(Disponível em https://github.com/medyo/android-about-page)

• Floating Action Menu


(Disponível em https://github.com/Clans/FloatingActionButton)

• Sliders
(Disponível em https://github.com/heinrichreimer/material-intro)

• Spinners
(Disponível em https://github.com/sadra/AwesomeSpinner)

• iText
(Disponível em https://github.com/itext)

3.7 PROGRAMAÇÃO DO APLICATIVO

Para exemplificar a programação do App, será descrito, a seguir, parte do


processo de desenvolvimento de uma das funcionalidades principais do aplicativo.

Funcionalidade:

“Realizar a classificação do barramento conforme os dados inseridos/selecionados


pelo usuário”

O desenvolvimento desta funcionalidade possui, aproximadamente, 1600


linhas de códigos, porém, será apresentado, apenas os principais blocos de códigos,
para efeito de ilustração.
50

Para consecução desta funcionalidade, entender sobre a classificação do


barramento é fundamental. Como mostrado no Capítulo 2, os Quadros 2, 3, 4 e 5 são
as matrizes de classificação com seus respectivos critérios, e a cada um destes
critérios são atribuídos pesos, que são valores constantes.
Para utilizar os critérios e realizar a classificação do barramento através do
aplicativo, adotou-se como solução, utilizar o banco de dados Cloud Firestore, do
Firebase, para armazená-los. A Figura 14 ilustra o console do banco de dados do
Firebase, onde foram armazenados os critérios das matrizes de classificação.

Figura 14 - Console do Firebase.

Fonte: Autor (2019).

Tendo armazenado as informações dos critérios no banco de dados, para


recuperá-las e utilizá-las dentro do aplicativo, criou-se um método chamado
“CarregarDadosMatriz”, que foi programado conforme está apresentado no bloco de
códigos descrito a seguir:

1474. private void CarregarDadosMatriz(String tipoMatriz, String conjuntoItens, final List<String> l


istaDados, final AwesomeSpinner spinner) {
1475.
1476. mFirestore.collection("Matriz_de_Classificacao")
1477. .document(tipoMatriz)
1478. .collection(conjuntoItens)
1479. .get()
51

1480. .addOnCompleteListener(new OnCompleteListener<QuerySnapshot>() {


1481. @Override
1482. public void onComplete(@NonNull Task<QuerySnapshot> task) {
1483.
1484. if (task.isSuccessful()) {
1485.
1486. for (QueryDocumentSnapshot document : task.getResult()) {
1487. Log.d(TAG, document.getId() + " => " + document.getData());
1488.
1489. ModoValorDesc modoValorDesc = document.toObject(ModoValorDesc.clas
s);
1490. Log.d(TAG, modoValorDesc.getDesc() + " | " + modoValorDesc.getValor());
1491.
1492. listaDados.add(modoValorDesc.getDesc());
1493.
1494. }
1495.
1496. ArrayAdapter<String> categoriesAdapter = new ArrayAdapter<String>(getAppli
cationContext(),
1497. android.R.layout.simple_spinner_item, listaDados);
1498. spinner.setAdapter(categoriesAdapter);
1499.
1500. } else {
1501. Log.w(TAG, "Error getting documents.", task.getException());
1502. }
1503.
1504. }
1505. });
1506. }

Cada informação recuperada do banco de dados é apresentada ao usuário


através de controles giratórios (Spinner). O spinner foi a tecnologia adotada para que
o usuário possa escolher e inserir as informações referentes aos quesitos das
matrizes de classificação, lembrando que estas informações ficam guardadas no
Firestore, como citado anteriormente.
O spinner (Figura 15) oferece uma forma rápida de selecionar um valor de um
conjunto. Por padrão, um spinner mostra o valor selecionado naquele momento. Um
52

toque no spinner mostra um menu suspenso com todos os outros valores disponíveis,
dos quais o usuário pode selecionar um novo valor (Android Developers, 2019).

Figura 15 - Exemplo de spinner.

Fonte: Android Developers (2019).

Antes de implementar os spinners no aplicativo, foi criado um projeto à parte


para estudar e testar o uso da tecnologia de spinner, utilizando para isso, uma
biblioteca de controles giratórios. Uma biblioteca é um recurso que apresenta uma
solução para determinada funcionalidade a qual deseja-se implementar, e, geralmente,
fica disponível em plataformas de hospedagem de código-fonte como, por exemplo, o
GitHub.
Para trabalhar com os spinners, adotou-se uma biblioteca chamada,
“AwesomeSpinner”, disponível no repositório público do GitHub. No próprio repositório,
existem todas as informações necessárias para configurar e utilizar a biblioteca dentro
do projeto.
Após estudar o funcionamento do spinner no projeto teste, este foi
implementado no projeto principal. A seguir, é possível conferir os blocos de códigos
referente a configuração do spinner para o critério “Altura”, que faz parte das
Características Técnicas da classe de Risco, conforme mostrado na Quadro 2, no
Capítulo 2.
Declaração do atributo spinner para o critério altura:

69. ...
70. private AwesomeSpinner AwesomeSpinnerAltura;
71. ...
53

Declaração para a lista de itens referentes ao critério altura a ser carregada


dentro do spinner altura:

95. ...
96. private List<String> listaAltura = new ArrayList<String>();
97. ...

Declaração da variável que irá receber o valor do peso do item escolhido


referente ao critério altura, através do spinner altura:

121. ...
122. String recordA = "";
123. ...

Trecho de código referente ao método onCreate, utilizado para configurar a


interface do usuário:

149. ...
150. @Override
151. protected void onCreate(Bundle savedInstanceState) {
152. super.onCreate(savedInstanceState);
153.
154. setContentView(R.layout.activity_matriz_classificacao);
155. Toolbar toolbar = findViewById(R.id.toolbar);
156. setSupportActionBar(toolbar);
157.
158. ...

Acessando o spinner através do ID:

173. ...
174. AwesomeSpinnerAltura = findViewById(R.id.AwesomeSpinnerAltura);
175. ...
54

Carregando os itens do quesito altura, na lista de altura (“listaAltura”), que


serão mostrados no spinner de altura (“AwesomeSpinnerAltura”):

215. ...
216. CarregarDadosMatriz("1_Caracteristicas_Tecnicas_CT", "a_Altura", listaAltura,
AwesomeSpinnerAltura);
217. ...

Configurando os pesos para cada um dos itens do critério altura de acordo


com a posição do item na lista carregada:

243. ...
244. AwesomeSpinnerAltura.setOnSpinnerItemClickListener(new AwesomeSpinner.o
nSpinnerItemClickListener<String>() {
245. @Override
246. public void onItemSelected(int position, String itemAtPosition) {
247.
248. switch (position) {
249.
250. case 0:
251.
252. recordA = "0";
253.
254. break;
255.
256. case 1:
257.
258. recordA = "1";
259.
260. break;
261.
262. case 2:
263.
264. recordA = "2";
265.
266. break;
267.
268. case 3:
269.
55

270. recordA = "3";


271.
272. break;
273.
274. }
275. });
276. ...

Recapitulando, o critério altura da matriz “Características Técnicas – CT”,


referente à Categoria de Risco, possui 4 itens. Cada item representa um peso e
conforme a escolha do usuário, o item selecionado definirá um valor constante para o
critério altura.
Neste ponto, tem-se disponível os spinners contendo as informações que
serão escolhidas pelo usuário para realizar a classificação. A Figura 16 ilustra a
utilização dos spinners dentro do aplicativo desenvolvido.

Figura 16 - (a) Tela com o spinner altura aberto; (b) Tela com os critérios
selecionados através dos demais spinners.

(a) (b)
Fonte: Autor (2019).
56

Apenas uma das funcionalidades foi descrita nesse trabalho pois explicitar o
desenvolvimento de todas elas, tornaria este escrito demasiadamente extenso já que,
até o momento em que este texto está sendo redigido, o projeto possui
aproximadamente 4.000 linhas de código em linguagem XML e cerca de 8.000 linhas
de código em Java, algo em torno de mais ou menos 12.000 linhas de código
indentados.
57

CAPÍTULO 4

4 APRESENTAÇÃO DO APLICATIVO FSBARRAGEM

4.1 INTRODUÇÃO

Nesta seção, fala-se sobre os resultados da pesquisa a qual constitui o


desenvolvimento do projeto, as funcionalidades desenvolvidas para o aplicativo
FSBarragem (Formulário de Segurança de Barragem), apresentando as suas
respectivas telas, assim como da criação do logotipo e do processo de instalação do
App em dispositivos móveis.

4.2 LOGOTIPO DO APP

Este tópico trata sobre a simbologia do logotipo confeccionado para


representar graficamente o aplicativo de classificação de barragens proposto neste
projeto. O mesmo foi desenvolvido em prancheta eletrônica, via ferramenta CAD, e
após concluído foi convertido em imagem vetorial.
O logotipo ilustrado na Figura 17 é constituído de itens simples, cujos
significados simbólicos são descritos mais adiante.

Figura 17 - Logotipo do aplicativo FSBarragem.

Fonte: Autor (2019).



58

• Água:
• Linha freática: simbolizando os vários parâmetros que devem ser

• Check: simbolizando o uso do Formulário de Segurança de Barragens – FSB.

O logotipo aparece em vários momentos como: no ícone do aplicativo, na tela


de carregamento, nos Sliders, no cabeçalho do Navigation Drawer, em “Informações
do App” e também no relatório emitido após preenchimento do formulário.

4.3 INSTALAÇÃO

A instalação do App pode ser realizada de duas formas. A primeira delas é


acessar a Play Store, buscar pelo aplicativo “FSBarragem” e confirmar a instalação. A
segunda, não é necessário acesso à internet. No seu aparelho, acesse Configurações
→ Segurança → Fontes desconhecidas, para permitir a instalação de Apps de fontes
desconhecidas.
Na pasta FSBarragem, salva em mídia anexa a este trabalho, transfira o
arquivo fsbarragem.apk para o seu dispositivo móvel dentro de uma pasta de sua
escolha, via USB. Em seguida, localize o arquivo pelo aparelho e o execute.

4.4 TELA DE ABERTURA (SPLASH SCREEN)

A tela de abertura ou Splash Screen, mostrada na Figura 18, surge logo após
clicar no ícone do App (Figura 18a) para inicializar o aplicativo e precede o
carregamento dos Sliders, que são apresentados mais adiante.
A Splash Screen, porta em seu conteúdo a logo, o nome do aplicativo e sua
versão.
59

Figura 18 - (a) Tela com o ícone do App; (b) Tela apresentando a Splash Screen.

(a) (b)

Fonte: Autor (2019).

4.5 TELAS DESLIZANTES DE APRESENTAÇÃO (SLIDERS)

Os Sliders são telas deslizantes que introduzem o usuário ao aplicativo de


forma rápida e dinâmica. Na Figura 19, é possível conferir os três Sliders existentes.
Vejamos:
60

Figura 19 - Telas deslizantes de apresentação.

(a) (b) (c)

Fonte: Autor (2019).

Da esquerda para a direita, tem-se o primeiro slide (a) com a logo do App; no
segundo slide (b) é apresentado o ícone do botão de classificação expedita; e no
terceiro slide (c) é mostrado ao usuário a opção de cadastro e de login.
Estas telas surgem logo após a Splash Screen, apresentando as 3 telas que
deslizam lateralmente, uma por vez, em paralelo.

4.6 CADASTRO E LOGIN

Para utilizar o aplicativo, o usuário precisa cadastrar-se e efetuar o login. Caso


não possua cadastro, o usuário poderá efetuar seu cadastro utilizando um e-mail e
uma senha de 6 dígitos (Figura 20a). Ao finalizar o cadastro com sucesso, o usuário
é autenticado e direcionado imediatamente para a tela inicial do App. Caso já esteja
cadastrado, o usuário poderá escolher a opção “Já tenho conta” e efetuar o login
(Figura 20b). Este procedimento é necessário apenas uma vez, no primeiro acesso.
Porém, caso o usuário efetue logoff do aplicativo, precisará efetuar login novamente
para utilizá-lo.
61

Figura 20 - (a) Tela de cadastro; (b) Tela de login.

(a) (b)

Fonte: Autor (2019).

4.7 TELA INICIAL

Após efetuar o login, o usuário é direcionado à tela inicial do aplicativo (Figura


21), na qual poderá iniciar o preenchimento do formulário de segurança de barragens
conforme a seleção prévia da entidade fiscalizadora. Lembrando que, nesse trabalho,
foi delimitado o desenvolvimento para o formulário de segurança de barragem da
ANEEL, sendo assim, os demais formulários ainda não estão disponíveis.
62

Figura 21 - Tela inicial do aplicativo.

Fonte: Autor (2019).

Reiterando, a tela inicial traz 4 opções de formulários e conforme a seleção


da autarquia de regulação (ANA, ANM, ANEEL ou IBAMA), é iniciado um formulário
de segurança de barragem sendo que, dos 4 formulários, um está disponível, o da
ANEEL.
No canto superior esquerdo da tela apresentada na Figura 21, existe o ícone
com três barrinhas dispostas paralelamente uma sobre a outra, o qual aciona uma
gaveta de navegação (Navigation Drawer) que abre lateralmente, visualizada na
Figura 22a, tela à esquerda do leitor. Dentro deste recurso estão disponíveis
informações sobre o aplicativo, como as opções: “Sobre” e “Créditos”.
No canto superior direto da tela apresentada na Figura 21, há um ícone com
três pontos sobrepostos verticalmente, que aciona o menu onde o usuário poderá
escolher a opção “Sair” e fazer o logoff do sistema, visualizada na Figura 22b, tela à
direita do leitor.
63

Figura 22 - (a) Tela que mostra o Navigation Drawer; (b) Tela que ilustra o Menu
com a opção “Sair”.

(a) (b)

Fonte: Autor (2019).

Na tela inicial é possível observar também, um botão com o símbolo de uma


calculadora (Figura 21), utilizado para realizar a classificação expedita do barramento.

4.8 CLASSIFICAÇÃO EXPEDITA

Uma das funcionalidades mais interessantes do aplicativo FSBarragem é a


opção de classificação expedita. A Figura 23 mostra o menu apresentado ao acionar
o botão de classificação expedita. Utilizando esta funcionalidade, é possível classificar
um barramento rapidamente, sem a necessidade de cadastrar empresas, usinas ou
barramentos previamente.
64

Figura 23 - Botão de ação flutuante (Floating Action Button) utilizado para acionar a
classificação expedita.

Fonte: Autor (2019).

É uma forma rápida de classificar o barramento e, assim como para os


formulários, também foi desenvolvido apenas para os barramentos do setor elétrico,
estando as demais opções desativadas, pois não foram elaboradas.
Na tela de classificação expedita (Figura 24) existem as matrizes utilizadas na
classificação do barramento, assim como a entrada para os valores de altura do
maciço e capacidade total do reservatório. O usuário deverá preencher todos os
campos corretamente para então acionar o botão “Classificar”, caso contrário serão
apresentadas mensagens lembrando ao usuário que preencha todos os campos ou
que existem dados contraditórios com relação à altura do barramento e/ou volume do
reservatório.
65

Figura 24 - Tela com parte do conteúdo para classificação expedita.

Fonte: Autor (2019).

4.9 FORMULÁRIO DE SEGURANÇA DE BARRAGENS - FSB

Para acessar o formulário é preciso selecionar a entidade fiscalizadora na tela


inicial. Após selecionar, aparecerá uma caixa de diálogo (Alert Dialog), ilustrada na
Figura 25, com instruções sobre os passos necessários para preencher
completamente o FSB.
66

Figura 25 - Aviso apresentado ao usuário ao iniciar o formulário.

Fonte: Autor (2019).

Após iniciar o formulário, o usuário percorrerá as seguintes telas,


respectivamente, até concluir o preenchimento e emitir o relatório:

1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.

O formulário inicia pela tela Inserir Empresa, mostrada na tela à esquerda na


Figura 26a, onde são preenchidos todos os dados relativos à empresa outorgada
como, por exemplo, a denominação da empresa, o seu endereço, o representante
legal e o responsável técnico.
A segunda tela do formulário é a tela Inserir Usina, apresentada na tela à
direita na Figura 26b, e vem após a tela Inserir Empresa. É através dela que o
67

aplicativo recebe os dados referentes à usina: nome da usina, endereço, potência da


usina, capacidade total do reservatório, etc., que são os mesmos dados utilizados no
FSB – ANEEL.

Figura 26 - (a) Tela Inserir Empresa; (b) Tela Inserir Usina.

(a) (b)

Fonte: Autor (2019).

A tela Inserir Barramento (Figura 27a) é a tela seguinte à tela Inserir Usina e
é através dela que são adicionados os dados relativos ao barramento inspecionado.
O tipo do barramento, a altura do maciço e o comprimento do barramento estão entre
os dados de preenchimento obrigatório desta tela. Em seguida, vem a tela
Informações Gerais (Figura 27b) onde são inseridos os dados das obrigações
normativas referentes ao barramento.
68

Figura 27 - (a) Tela Inserir Barramento; (b) Tela Informações Gerais.

(a) (b)

Fonte: Autor (2019).

Na sequência, o usuário é direcionado à tela Matriz de Classificação (Figura


28a), onde são escolhidos os critérios mais adequados à atual situação do barramento,
através de Spinners. São quatro as matrizes de classificação apresentadas ao usuário:
1.1 – Características Técnicas, com 7 Spinners; 1.2 – Estado de Conservação, com 6
Spinners; 1.3 – Plano de Segurança, com 5 Spinners; 2 – Dano Potencial Associado,
com 4 Spinners. Totalizando 22 Spinners, que representam os 22 critérios de
classificação utilizados pela ANEEL para classificação de barragens.
O sexto passo do FSB é preencher a tela Declarações (Figura 28b), onde o
usuário declara a existência da Anotação de Responsabilidade Técnica, assim como
insere os dados do Responsável Técnico pela segurança da barragem e do
Representante Legal da Empresa.
69

Figura 28 - (a) Tela da Matriz de Classificação; (b) Tela Declarações.

(a) (b)

Fonte: Autor (2019).

Após o completo preenchimento do Formulário de Segurança de Barragem,


uma tela de visualização do FSB é apresentada ao usuário com todos os dados
preenchidos e com o resultado da classificação do barramento. Nesta tela, além de
conferir as informações do formulário, é possível gerar um documento em PDF e
chamar um aplicativo externo para visualização do mesmo, apertando no botão “PDF”
(Figura 29).
70

Figura 29 - (a) Tela de Visualização do FSB; (b) Tela mostrando a opção para
escolher o visualizador de PDF; (c) Relatório em formato PDF; (d) Opção para
compartilhar o arquivo PDF.

(a) (b)

(c) (d)

Fonte: Autor (2019).


71

A Figura 30 ilustra a tela de “Créditos” que pode ser executada acessando


as “Informações do App”.

Figura 30 - Tela de Créditos do aplicativo FSBarragem.

Fonte: Autor (2019).


72

CAPÍTULO 5

5 VALIDAÇÃO DO APLICATIVO

5.1 APLICAÇÃO PRÁTICA

Após o desenvolvimento do App, foi realizada uma aplicação prática a qual


consistiu em classificar, de forma expedita, duas barragens da região norte do Brasil
quanto à Categoria de Risco e quanto ao Dano Potencial Associado, utilizando para
isso o aplicativo FSBarragem.
Os empreendimentos escolhidos foram a PCH de Jatapú, que está localizada
no alto rio Jatapú a sudoeste do estado de Roraima e a UHE de Balbina, localizada
na região nordeste do estado do Amazonas. Estes dois empreendimentos estão
relativamente próximos, já que a parte superior do reservatório de Balbina está
localizada a apenas 250 Km ao sul de Jatapú (Fearnside, 2015).
Para executar este ensaio, foram coletadas as informações necessárias à
classificação dos dois empreendimentos. Informações estas que estão acessíveis no
painel de Formulários de Segurança de Barragens, disponibilizados pela ANEEL, em
seu site. O ano base dos dados mais recentes da Usina de Jatapú (Anexo F) e da
Usina de Balbina (Anexo G) é 2017 e 2018, respectivamente.
A Figura 31a, mostra a tela com parte do preenchimento dos critérios das
matrizes e a Figura 31b apresenta a tela com o resultado da classificação expedita
para a PCH Jatapú, realizada pelo aplicativo FSBarragem.
73

Figura 31 - Classificação expedita da PCH Jatapú.

(a) (b)

Fonte: Autor (2019).

A figura a seguir, mostra a tela com parte do preenchimento dos critérios das
matrizes (Figura 32a) e o resultado da classificação expedita (Figura 32b) para a UHE
Balbina, realizada pelo aplicativo FSBarragem.
74

Figura 32 - Classificação expedita da UHE Balbina.

(a) (b)

Fonte: Autor (2019).

Todos os dois testes realizados indicaram uma boa resposta do aplicativo,


tanto em termos de entrada de dados, quanto do retorno de resultados através do App.
Os resultados das classificações destas estruturas apresentados através do
aplicativo, foram confrontados com os resultados disponíveis no painel de Formulários
de Segurança de Barragens da ANEEL e constatou-se a obtenção de resultados
semelhantes.
Ressalva-se apenas algumas informações sobre as usinas de Jatapú e de
Balbina que estão no painel da ANEEL as quais, ao equiparar com a resolução
normativa ANEEL nº 696/2015, nota-se incongruência.
Sobre a PCH Jatapú, são três informações contraditórias. A primeira delas é
quanto à altura do barramento onde em “Caracterização da Barragem” (Anexo F) é
informado que a altura do maciço não é maior que 15 metros, e em “Categoria de
Risco”, na matriz referente as “Características Técnicas”, também no quesito altura, é
mostrado o peso com o valor 01 (um), referente a escolha da faixa de altura que indica
altura entre 15 e 30 metros. A segunda informação diz respeito ao volume do
75

reservatório onde em “Caracterização da Barragem” (Anexo F) é informado que o


volume não é maior que 3.000.000 m³, e em “Dano Potencial Associado”, nos
“Critérios de Danos”, o quesito volume mostra o peso com o valor 03 (três), referente
a escolha da faixa de volume entre 75 e 200 milhões de metros cúbicos. A terceira
informação contraditória é quanto ao Dano Potencial, onde em “Caracterização da
Barragem” (Anexo F) é informado que o Dano Potencial é médio ou alto e logo ao lado,
no mesmo quadro, é apresentada a informação Dano Potencial Associado Baixo.
Contudo, o barramento é classe C e se enquadra na Resolução 696/2015 da ANEEL,
conforme apresentado na Tabela 6.

Tabela 6 - Resultados da classificação da PCH Jatapú.


PCH Jatapú
Informações utilizadas na classificação do barramento da Usina de Jatapú

Faixa de altura utilizada: entre 15 e 30 metros


Faixa de volume utilizada: entre 75 e 200 milhões m³

Informações Resultado obtido


Parâmetros da
apresentadas no painel utilizando o App
classificação
da ANEEL FSBarragem

CRI Baixo Baixo


DPA Baixo Baixo
Classe C C
Altura do maciço maior ou
Não Sim
igual a 15m?
Capacidade total do
reservatório maior ou igual Não Sim
a 3.000.000 m³?
Dano potencial médio ou
Sim Não
alto?
Enquadra na Resolução
Sim Sim
696?
Fonte: Autor (2019)

Sobre a UHE Balbina, percebeu-se apenas uma informação contraditória.


Esta diz respeito à altura do barramento onde em “Caracterização da Barragem”
(Anexo G) é informado que a altura do maciço não é maior que 15 metros, e em
“Categoria de Risco”, na matriz referente as “Características Técnicas”, também no
quesito altura, é mostrado o peso com o valor 02 (dois), referente a escolha da faixa
76

de altura que indica altura entre 30 e 60 metros. Contudo, o barramento é classe B e


se enquadra na Resolução 696/2015 da ANEEL conforme apresentado na Tabela 7.

Tabela 7 - Resultados da classificação da UHE Balbina.


UHE Balbina
Informações utilizadas na classificação do barramento da Usina de Balbina

Faixa de altura utilizada: entre 30 e 60 metros


Faixa de volume utilizada: maior que 200 milhões m³

Informações Resultado obtido


Parâmetros da
apresentadas no painel utilizando o App
classificação
da ANEEL FSBarragem

CRI Baixo Baixo


DPA Alto Alto
Classe B B
Altura do maciço maior ou
Não Sim
igual a 15m?
Capacidade total do
reservatório maior ou igual Sim Sim
a 3.000.000 m³?
Dano potencial médio ou
Sim Sim
alto?
Enquadra na Resolução
Sim Sim
696?
Fonte: Autor (2019)
77

CAPÍTULO 6

6 CONSIDERAÇÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

6.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O aplicativo FSBarragem, objeto desse trabalho, foi desenvolvido para auxiliar


na classificação de barragens, utilizando dispositivos móveis. Através das
funcionalidades desenvolvidas no App, o usuário poderá agilizar o processo de
classificação das barragens ou preencher o FSB.
Conforme os testes realizados, concluiu-se que o objetivo proposto foi
alcançado satisfatoriamente, uma vez que o aplicativo apresentou desempenho
satisfatório durante as simulações executadas. De modo geral, as principais
conclusões do trabalho podem ser resumidas conforme a seguir:

• O aplicativo proporciona maior mobilidade aos usuários, podendo ser utilizado


em fiscalizações in loco
• O App facilita o preenchimento do FSB pois pode ser realizado de modo ágil,
inclusive, evitando falhas no preenchimento como, por exemplo, deixar campos
em branco, o que implicaria na atribuição de pontuação máxima à critérios
como os contidos nas matrizes de classificação (Parágrafo 3º, Artigo 5º, RN
ANEEL nº 696/2015)
• O aplicativo desenvolvido oferece a possibilidade de realizar classificações
rápidas em barramentos através da opção “Classificação Expedita”.

6.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Estudos preliminares a partir dos resultados deste trabalho, poderão despertar


e/ou estimular a criação de um software completo para fiscalização de barragens, que
atenda à necessidade de todas autarquias de regulação, sejam elas da esfera federal,
estadual ou municipal, de modo a unificar e/ou padronizar os formulários utilizados
atualmente. Ou ainda, inspirar o desenvolvimento de novos aplicativos de Segurança
de Barragens.
78

No que diz respeito a sugestões de melhoria para o aplicativo FSBarragem,


sugere-se:

• Desenvolver os demais formulários de segurança de barragem para a ANA, a


ANM e para o


• Adicionar recurso para realizar a classificação global da usina, quando esta
possuir mais de uma estrutura de barramento no mesmo empreendimento,
atendendo o que diz a Resolução Normativa nº 696/2015, em seu Artigo 3º,
parágrafo 2º.

Para efeito de testes e aperfeiçoamento, o aplicativo ficará disponível


gratuitamente a todos os interessados, na loja oficial de aplicativos Android, a Google
Play.
79

REFERÊNCIAS

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS – ANA. Relatório de segurança de barragens –


RSB 2011. Brasília, 2013.

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS – ANA. Resolução nº 236 de 2017. Estabelece a


periodicidade de execução ou atualização, a qualificação dos responsáveis técnicos,
o conteúdo mínimo e o nível de detalhamento do Plano de Segurança da Barragem,
das Inspeções de Segurança Regular e Especial, da Revisão Periódica de Segurança
de Barragem e do Plano de Ação de Emergência, conforme art. 8°, 9°, 10, 11 e 12 da
Lei n° 12.334 de 20 de setembro de 2010, que estabelece a Política Nacional de
Segurança de Barragens - PNSB.

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA - ANEEL. Resolução Normativa nº


696 de 2015. Estabelece critérios para classificação, formulação do Plano de
Segurança e realização da Revisão Periódica de Segurança em barragens
fiscalizadas pela ANEEL de acordo com o que determina a Lei nº 12.334, de 20 de
setembro de 2010. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 22 dez. 2015.

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Formulário de segurança de


barragens. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br>. Acesso em: 14 jun. 2019.

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Instruções de preenchimento do


formulário de segurança de barragens (FSB): matriz para classificação das
barragens e informações gerais. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br>. Acesso
em: 14 jun. 2019.

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Painel de controle: Classificação


das barragens. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br>. Acesso em: 28 jun. 2019.
AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Painel de controle: Formulários de
segurança de barragens. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br>. Acesso em: 28
jun. 2019.

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Relatório de resultado de


classificação de barragens. Brasília, 2018.

AGÊNCIA NACIONAL DE MINERAÇÃO – ANM. Resolução n° 70.389 de 2017. Cria


o Cadastro Nacional de Barragens de Mineração, o Sistema Integrado de Gestão em
Segurança de Barragens de Mineração e estabelece a periodicidade de execução ou
atualização, a qualificação dos responsáveis técnicos, o conteúdo mínimo e o nível de
detalhamento do Plano de Segurança da Barragem, das Inspeções de Segurança
Regular e Especial, da Revisão Periódica de Segurança de Barragem e do Plano de
Ação de Emergência para Barragens de Mineração, conforme art. 8°, 9°, 10, 11 e 12
da Lei n° 12.334 de 20 de setembro de 2010, que estabelece a Política Nacional de
Segurança de Barragens – PNSB.

ANDROID DEVELOPERS. User guide. Disponível em:


<https://developer.android.com>. Acesso em: 13 jun. 2019.
80

BAIMA, S. K. O. Uma metodologia multicritério construtivista para a avaliação da


vulnerabilidade de barragens e regiões a jusante. 2015. 158 f. Tese (Doutorado
em Recursos Hídricos) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da
Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2015.

BRASIL. Agência Nacional de Águas. Manual de políticas e práticas de segurança


de barragens para entidades fiscalizadoras – Brasília: ANA, 2016. 119 p.

BRASIL. Lei nº 12.334, de 20 de setembro de 2010. Estabelece a Política Nacional de


Segurança de Barragens destinadas à acumulação de água para quaisquer usos, à
disposição final ou temporária de rejeitos e à acumulação de resíduos industriais, cria
o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens e altera a redação
do art. 35 da Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, e do art. 4º da Lei nº 9.984, de 17
de julho de 2000. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF,
20 set. 2010.

BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Manual de segurança e inspeção de


barragens – Brasília: Ministério da Integração Nacional, 2002. 148 p.

BRASIL. Projeto de Lei nº 1.452 de 2019. Altera a Lei nº 12.334, de 20 de setembro


de 2010, que estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens destinadas
à acumulação de água para quaisquer usos, à disposição final ou temporária de
rejeitos e à acumulação de resíduos industriais, para prever o reaproveitamento e a
redução de rejeitos.

CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS – CNRH. Resolução nº 143 de


2012. Estabelece critérios gerais de classificação de barragens por categoria de risco,
dano potencial associado e pelo seu volume, em atendimento ao art. 7º da Lei nº
12.334, de 20 de setembro de 2010. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 04 set.
2012.

EM. Portal de notícias do estado de Minas Gerais. Disponível em: <


https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2015/11/05/interna_gerais,705019/barragens-de-
rejeito-ja-causaram-diversas-tragedias-em-minas-gerais-r.shtml>. Acesso em: 26 jun. 2019.

FEARNSIDE, P. M. Hidrelétricas na Amazônia: impactos ambientais e sociais na


tomada de decisões sobre grandes obras. Volume 2. Manaus: Editora do INPA,
2015. 297 p.

G1. Portal de notícias da Globo. Disponível em: < https://g1.globo.com/>. Acesso em: 26
jun. 2019.

ICOLD. Dams Safety: Most frequent causes of dam failures. Disponível em:
<https://www.icold-cigb.org>. Acesso em: 07 jun. 2019.

MAURO, C. A. D. Panorama de segurança de segurança de barragens no Brasil.


Adaptado de Rogério Menescal, [21--]. 21 slides, color.

PEDROSA, L. Reavaliação do sistema de classificação de barragens realizado


pelo DNPM. Dissertação (Mestrado em Engenharia Geotécnica) - Universidade
Federal de Ouro Preto. Ouro Preto. 2017.
81

SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE SEGURANÇA DE BARRAGENS


– SNISB. Gráficos e relatório de barragens cadastradas no sistema. Disponível
em: <http://www.snisb.gov.br/portal/snisb/graficos/datazen>. Acesso em: 16 jun. 2019.

VECTORSTOCK. Mobile wireframe doodle vectors. Disponível em:


<https://www.vectorstock.com/royalty-free-vectors/mobile-wireframe-doodle-vectors>.
Acesso em: 05 jun. 2019.

Wise Uranium Project. Tailings Dam Safety: Chronology of major tailings dam
failures. Disponível em: <https://www.wise-uranium.org>. Acesso em: 07 jun. 2019.

ZUFFO, M. S. R. Metodologia para avaliação da segurança de barragens.


Dissertação (Mestrado em Recursos Hídricos) – Faculdade de Engenharia Civil,
Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2005.
82

ANEXOS
ANEXO A – Lei nº 12.334 de 2010.
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 12.334, DE 20 DE SETEMBRO DE 2010.

Estabelece a Política Nacional de Segurança de


Barragens destinadas à acumulação de água para
quaisquer usos, à disposição final ou temporária de
rejeitos e à acumulação de resíduos industriais, cria o
Sistema Nacional de Informações sobre Segurança
de Barragens e altera a redação do art. 35 da Lei no
9.433, de 8 de janeiro de 1997, e do art. 4o da Lei no
9.984, de 17 de julho de 2000.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1o Esta Lei estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB) e cria o
Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB).

Parágrafo único. Esta Lei aplica-se a barragens destinadas à acumulação de água para
quaisquer usos, à disposição final ou temporária de rejeitos e à acumulação de resíduos industriais
que apresentem pelo menos uma das seguintes características:

I - altura do maciço, contada do ponto mais baixo da fundação à crista, maior ou igual a 15m
(quinze metros);

II - capacidade total do reservatório maior ou igual a 3.000.000m³ (três milhões de metros


cúbicos);

III - reservatório que contenha resíduos perigosos conforme normas técnicas aplicáveis;

IV - categoria de dano potencial associado, médio ou alto, em termos econômicos, sociais,


ambientais ou de perda de vidas humanas, conforme definido no art. 6o.

Art. 2o Para os efeitos desta Lei, são estabelecidas as seguintes definições:

I - barragem: qualquer estrutura em um curso permanente ou temporário de água para fins de


contenção ou acumulação de substâncias líquidas ou de misturas de líquidos e sólidos,
compreendendo o barramento e as estruturas associadas;

II - reservatório: acumulação não natural de água, de substâncias líquidas ou de mistura de


líquidos e sólidos;

III - segurança de barragem: condição que vise a manter a sua integridade estrutural e
operacional e a preservação da vida, da saúde, da propriedade e do meio ambiente;
IV - empreendedor: agente privado ou governamental com direito real sobre as terras onde se
localizam a barragem e o reservatório ou que explore a barragem para benefício próprio ou da
coletividade;

V - órgão fiscalizador: autoridade do poder público responsável pelas ações de fiscalização da


segurança da barragem de sua competência;

VI - gestão de risco: ações de caráter normativo, bem como aplicação de medidas para
prevenção, controle e mitigação de riscos;

VII - dano potencial associado à barragem: dano que pode ocorrer devido a rompimento,
vazamento, infiltração no solo ou mau funcionamento de uma barragem.

CAPÍTULO II

DOS OBJETIVOS

Art. 3o São objetivos da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB):

I - garantir a observância de padrões de segurança de barragens de maneira a reduzir a


possibilidade de acidente e suas consequências;

II - regulamentar as ações de segurança a serem adotadas nas fases de planejamento,


projeto, construção, primeiro enchimento e primeiro vertimento, operação, desativação e de usos
futuros de barragens em todo o território nacional;

III - promover o monitoramento e o acompanhamento das ações de segurança empregadas


pelos responsáveis por barragens;

IV - criar condições para que se amplie o universo de controle de barragens pelo poder
público, com base na fiscalização, orientação e correção das ações de segurança;

V - coligir informações que subsidiem o gerenciamento da segurança de barragens pelos


governos;

VI - estabelecer conformidades de natureza técnica que permitam a avaliação da adequação


aos parâmetros estabelecidos pelo poder público;

VII - fomentar a cultura de segurança de barragens e gestão de riscos.

CAPÍTULO III

DOS FUNDAMENTOS E DA FISCALIZAÇÃO

Art. 4o São fundamentos da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB):

I - a segurança de uma barragem deve ser considerada nas suas fases de planejamento,
projeto, construção, primeiro enchimento e primeiro vertimento, operação, desativação e de usos
futuros;

II - a população deve ser informada e estimulada a participar, direta ou indiretamente, das


ações preventivas e emergenciais;

III - o empreendedor é o responsável legal pela segurança da barragem, cabendo-lhe o


desenvolvimento de ações para garanti-la;
IV - a promoção de mecanismos de participação e controle social;

V - a segurança de uma barragem influi diretamente na sua sustentabilidade e no alcance de


seus potenciais efeitos sociais e ambientais.

Art. 5o A fiscalização da segurança de barragens caberá, sem prejuízo das ações


fiscalizatórias dos órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama):

I - à entidade que outorgou o direito de uso dos recursos hídricos, observado o domínio do
corpo hídrico, quando o objeto for de acumulação de água, exceto para fins de aproveitamento
hidrelétrico;

II - à entidade que concedeu ou autorizou o uso do potencial hidráulico, quando se tratar de


uso preponderante para fins de geração hidrelétrica;

III - à entidade outorgante de direitos minerários para fins de disposição final ou temporária de
rejeitos;

IV - à entidade que forneceu a licença ambiental de instalação e operação para fins de


disposição de resíduos industriais.

CAPÍTULO IV

DOS INSTRUMENTOS

Art. 6o São instrumentos da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB):

I - o sistema de classificação de barragens por categoria de risco e por dano potencial


associado;

II - o Plano de Segurança de Barragem;

III - o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB);

IV - o Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente (Sinima);

V - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental;

VI - o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de


Recursos Ambientais;

VII - o Relatório de Segurança de Barragens.

Seção I

Da Classificação

Art. 7o As barragens serão classificadas pelos agentes fiscalizadores, por categoria de risco,
por dano potencial associado e pelo seu volume, com base em critérios gerais estabelecidos pelo
Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH).

§ 1o A classificação por categoria de risco em alto, médio ou baixo será feita em função das
características técnicas, do estado de conservação do empreendimento e do atendimento ao Plano
de Segurança da Barragem.
§ 2o A classificação por categoria de dano potencial associado à barragem em alto, médio ou
baixo será feita em função do potencial de perdas de vidas humanas e dos impactos econômicos,
sociais e ambientais decorrentes da ruptura da barragem.

Seção II

Do Plano de Segurança da Barragem

Art. 8o O Plano de Segurança da Barragem deve compreender, no mínimo, as seguintes


informações:

I - identificação do empreendedor;

II - dados técnicos referentes à implantação do empreendimento, inclusive, no caso de


empreendimentos construídos após a promulgação desta Lei, do projeto como construído, bem como
aqueles necessários para a operação e manutenção da barragem;

III - estrutura organizacional e qualificação técnica dos profissionais da equipe de segurança


da barragem;

IV - manuais de procedimentos dos roteiros de inspeções de segurança e de monitoramento e


relatórios de segurança da barragem;

V - regra operacional dos dispositivos de descarga da barragem;

VI - indicação da área do entorno das instalações e seus respectivos acessos, a serem


resguardados de quaisquer usos ou ocupações permanentes, exceto aqueles indispensáveis à
manutenção e à operação da barragem;

VII - Plano de Ação de Emergência (PAE), quando exigido;

VIII - relatórios das inspeções de segurança;

IX - revisões periódicas de segurança.

§ 1o A periodicidade de atualização, a qualificação do responsável técnico, o conteúdo


mínimo e o nível de detalhamento dos planos de segurança deverão ser estabelecidos pelo órgão
fiscalizador.

§ 2o As exigências indicadas nas inspeções periódicas de segurança da barragem deverão


ser contempladas nas atualizações do Plano de Segurança.

Art. 9o As inspeções de segurança regular e especial terão a sua periodicidade, a qualificação


da equipe responsável, o conteúdo mínimo e o nível de detalhamento definidos pelo órgão
fiscalizador em função da categoria de risco e do dano potencial associado à barragem.

§ 1o A inspeção de segurança regular será efetuada pela própria equipe de segurança da


barragem, devendo o relatório resultante estar disponível ao órgão fiscalizador e à sociedade civil.

§ 2o A inspeção de segurança especial será elaborada, conforme orientação do órgão


fiscalizador, por equipe multidisciplinar de especialistas, em função da categoria de risco e do dano
potencial associado à barragem, nas fases de construção, operação e desativação, devendo
considerar as alterações das condições a montante e a jusante da barragem.
§ 3o Os relatórios resultantes das inspeções de segurança devem indicar as ações a serem
adotadas pelo empreendedor para a manutenção da segurança da barragem.

Art. 10. Deverá ser realizada Revisão Periódica de Segurança de Barragem com o objetivo de
verificar o estado geral de segurança da barragem, considerando o atual estado da arte para os
critérios de projeto, a atualização dos dados hidrológicos e as alterações das condições a montante e
a jusante da barragem.

§ 1o A periodicidade, a qualificação técnica da equipe responsável, o conteúdo mínimo e o


nível de detalhamento da revisão periódica de segurança serão estabelecidos pelo órgão fiscalizador
em função da categoria de risco e do dano potencial associado à barragem.

§ 2o A Revisão Periódica de Segurança de Barragem deve indicar as ações a serem


adotadas pelo empreendedor para a manutenção da segurança da barragem, compreendendo, para
tanto:

I - o exame de toda a documentação da barragem, em particular dos relatórios de inspeção;

II - o exame dos procedimentos de manutenção e operação adotados pelo empreendedor;

III - a análise comparativa do desempenho da barragem em relação às revisões efetuadas


anteriormente.

Art. 11. O órgão fiscalizador poderá determinar a elaboração de PAE em função da categoria
de risco e do dano potencial associado à barragem, devendo exigi-lo sempre para a barragem
classificada como de dano potencial associado alto.

Art. 12. O PAE estabelecerá as ações a serem executadas pelo empreendedor da barragem
em caso de situação de emergência, bem como identificará os agentes a serem notificados dessa
ocorrência, devendo contemplar, pelo menos:

I - identificação e análise das possíveis situações de emergência;

II - procedimentos para identificação e notificação de mau funcionamento ou de condições


potenciais de ruptura da barragem;

III - procedimentos preventivos e corretivos a serem adotados em situações de emergência,


com indicação do responsável pela ação;

IV - estratégia e meio de divulgação e alerta para as comunidades potencialmente afetadas


em situação de emergência.

Parágrafo único. O PAE deve estar disponível no empreendimento e nas prefeituras


envolvidas, bem como ser encaminhado às autoridades competentes e aos organismos de defesa
civil.

Seção III

Do Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB)

Art. 13. É instituído o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens


(SNISB), para registro informatizado das condições de segurança de barragens em todo o território
nacional.

Parágrafo único. O SNISB compreenderá um sistema de coleta, tratamento, armazenamento


e recuperação de suas informações, devendo contemplar barragens em construção, em operação e
desativadas.

Art. 14. São princípios básicos para o funcionamento do SNISB:

I - descentralização da obtenção e produção de dados e informações;

II - coordenação unificada do sistema;

III - acesso a dados e informações garantido a toda a sociedade.

Seção IV

Da Educação e da Comunicação

Art. 15. A PNSB deverá estabelecer programa de educação e de comunicação sobre


segurança de barragem, com o objetivo de conscientizar a sociedade da importância da segurança
de barragens, o qual contemplará as seguintes medidas:

I - apoio e promoção de ações descentralizadas para conscientização e desenvolvimento de


conhecimento sobre segurança de barragens;

II - elaboração de material didático;

III - manutenção de sistema de divulgação sobre a segurança das barragens sob sua
jurisdição;

IV - promoção de parcerias com instituições de ensino, pesquisa e associações técnicas


relacionadas à engenharia de barragens e áreas afins;

V - disponibilização anual do Relatório de Segurança de Barragens.

CAPÍTULO V

DAS COMPETÊNCIAS

Art. 16. O órgão fiscalizador, no âmbito de suas atribuições legais, é obrigado a:

I - manter cadastro das barragens sob sua jurisdição, com identificação dos empreendedores,
para fins de incorporação ao SNISB;

II - exigir do empreendedor a anotação de responsabilidade técnica, por profissional habilitado


pelo Sistema Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) / Conselho
Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea), dos estudos, planos, projetos, construção,
fiscalização e demais relatórios citados nesta Lei;

III - exigir do empreendedor o cumprimento das recomendações contidas nos relatórios de


inspeção e revisão periódica de segurança;

IV - articular-se com outros órgãos envolvidos com a implantação e a operação de barragens


no âmbito da bacia hidrográfica;

V - exigir do empreendedor o cadastramento e a atualização das informações relativas à


barragem no SNISB.
§ 1o O órgão fiscalizador deverá informar imediatamente à Agência Nacional de Águas (ANA)
e ao Sistema Nacional de Defesa Civil (Sindec) qualquer não conformidade que implique risco
imediato à segurança ou qualquer acidente ocorrido nas barragens sob sua jurisdição.

§ 2o O órgão fiscalizador deverá implantar o cadastro das barragens a que alude o inciso I no
prazo máximo de 2 (dois) anos, a partir da data de publicação desta Lei.

Art. 17. O empreendedor da barragem obriga-se a:

I - prover os recursos necessários à garantia da segurança da barragem;

II - providenciar, para novos empreendimentos, a elaboração do projeto final como construído;

III - organizar e manter em bom estado de conservação as informações e a documentação


referentes ao projeto, à construção, à operação, à manutenção, à segurança e, quando couber, à
desativação da barragem;

IV - informar ao respectivo órgão fiscalizador qualquer alteração que possa acarretar redução
da capacidade de descarga da barragem ou que possa comprometer a sua segurança;

V - manter serviço especializado em segurança de barragem, conforme estabelecido no Plano


de Segurança da Barragem;

VI - permitir o acesso irrestrito do órgão fiscalizador e dos órgãos integrantes do Sindec ao


local da barragem e à sua documentação de segurança;

VII - providenciar a elaboração e a atualização do Plano de Segurança da Barragem,


observadas as recomendações das inspeções e as revisões periódicas de segurança;

VIII - realizar as inspeções de segurança previstas no art. 9o desta Lei;

IX - elaborar as revisões periódicas de segurança;

X - elaborar o PAE, quando exigido;

XI - manter registros dos níveis dos reservatórios, com a respectiva correspondência em


volume armazenado, bem como das características químicas e físicas do fluido armazenado,
conforme estabelecido pelo órgão fiscalizador;

XII - manter registros dos níveis de contaminação do solo e do lençol freático na área de
influência do reservatório, conforme estabelecido pelo órgão fiscalizador;

XIII - cadastrar e manter atualizadas as informações relativas à barragem no SNISB.

Parágrafo único. Para reservatórios de aproveitamento hidrelétrico, a alteração de que trata o


inciso IV também deverá ser informada ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

CAPÍTULO VI

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 18. A barragem que não atender aos requisitos de segurança nos termos da legislação
pertinente deverá ser recuperada ou desativada pelo seu empreendedor, que deverá comunicar ao
órgão fiscalizador as providências adotadas.
§ 1o A recuperação ou a desativação da barragem deverá ser objeto de projeto específico.

§ 2o Na eventualidade de omissão ou inação do empreendedor, o órgão fiscalizador poderá


tomar medidas com vistas à minimização de riscos e de danos potenciais associados à segurança da
barragem, devendo os custos dessa ação ser ressarcidos pelo empreendedor.

Art. 19. Os empreendedores de barragens enquadradas no parágrafo único do art. 1o terão


prazo de 2 (dois) anos, contado a partir da publicação desta Lei, para submeter à aprovação dos
órgãos fiscalizadores o relatório especificando as ações e o cronograma para a implantação do Plano
de Segurança da Barragem.

Parágrafo único. Após o recebimento do relatório de que trata o caput, os órgãos


fiscalizadores terão prazo de até 1 (um) ano para se pronunciarem.

Art. 20. O art. 35 da Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997, passa a vigorar acrescido dos
seguintes incisos XI, XII e XIII:

“Art. 35. .......................................................................

.............................................................................................

XI - zelar pela implementação da Política Nacional de Segurança


de Barragens (PNSB);

XII - estabelecer diretrizes para implementação da PNSB,


aplicação de seus instrumentos e atuação do Sistema Nacional de
Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB);

XIII - apreciar o Relatório de Segurança de Barragens, fazendo, se


necessário, recomendações para melhoria da segurança das obras, bem
como encaminhá-lo ao Congresso Nacional.” (NR)

Art. 21. O caput do art. 4o da Lei no 9.984, de 17 de julho de 2000, passa a vigorar acrescido
dos seguintes incisos XX, XXI e XXII:

“Art. 4o .........................................................................

.............................................................................................

XX - organizar, implantar e gerir o Sistema Nacional de


Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB);

XXI - promover a articulação entre os órgãos fiscalizadores de


barragens;

XXII - coordenar a elaboração do Relatório de Segurança de


Barragens e encaminhá-lo, anualmente, ao Conselho Nacional de
Recursos Hídricos (CNRH), de forma consolidada.

...................................................................................” (NR)

Art. 22. O descumprimento dos dispositivos desta Lei sujeita os infratores às penalidades
estabelecidas na legislação pertinente.

Art. 23. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.


Brasília, 20 de setembro de 2010; 189o da Independência e 122o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Mauro Barbosa da Silva
Márcio Pereira Zimmermann
José Machado
João Reis Santana Filho

Este texto não substitui o publicado no DOU de 21.9.2010


ANEXO B – Resolução Normativa nº 696 de 2015.
AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL

RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 696, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2015

Estabelece critérios para classificação, formulação


do Plano de Segurança e realização da Revisão
Periódica de Segurança em barragens fiscalizadas
pela ANEEL de acordo com o que determina a Lei
nº 12.334, de 20 de setembro de 2010.

Voto

Anexos

O DIRETOR-GERAL DA AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL,


no uso de suas atribuições regimentais, de acordo com a deliberação da Diretoria, tendo em vista o
disposto nos Art. 7º, 8º, 9º, 10 e 12 da Lei nº. 12.334, de 20 de setembro de 2010, e o que consta do
Processo nº 48500.002920/2015-42, resolve:

CAPÍTULO I
DO OBJETIVO E DAS DEFINIÇÕES

Art. 1º Estabelecer critérios para classificação, formulação do Plano de Segurança e


realização da Revisão Periódica de Segurança em barragens fiscalizadas pela ANEEL, de acordo com o
que determina a Lei nº. 12.334, de 20 de setembro de 2010.

Parágrafo único. Esta Resolução aplica-se a barragens fiscalizadas pela ANEEL que
apresentem qualquer uma destas características:

I – altura do maciço, contada do ponto mais baixo da fundação à crista, maior ou igual a 15
metros;

II – capacidade total do reservatório maior ou igual a 3.000.000m³; e

III – categoria de dano potencial médio ou alto, conforme definição do art. 3º.

Art. 2º Para os fins desta Resolução, definem-se:

I – barragem: obstrução artificial de curso d’água que vise à exploração de potencial de


energia hidráulica, compreendendo-se do barramento e demais estruturas associadas;

II – barragens fiscalizadas pela ANEEL: barragens objeto de outorga para exploração de


potencial de energia hidráulica;

III – usinas novas: usinas hidrelétricas cuja operação comercial da primeira unidade geradora
ocorrer após a publicação desta Resolução;
IV – usinas existentes: usinas hidrelétricas cuja operação comercial da primeira unidade
geradora ocorrer em data anterior a de publicação desta Resolução;

V – reservatório: acúmulo artificial de água decorrente da construção da barragem;

VI – anomalia: deficiência, irregularidade, anormalidade ou deformação que possa a vir a


afetar a segurança da barragem;

VII – empreendedor: concessionário ou autorizado de uso de bem público responsável pela


implantação e exploração das instalações de geração de energia hidráulica de que trata o respectivo ato de
outorga.
VIII – responsável técnico: engenheiro ou equipe multidisciplinar com registro no Conselho
Regional de Engenharia e Agronomia – CREA e atribuições profissionais compatíveis com as de projeto,
construção, operação ou manutenção de barragens, segundo critérios definidos pelo Conselho Federal de
Engenharia e Agronomia – CONFEA.

CAPÍTULO II
DA CLASSIFICAÇÃO DAS BARRAGENS

Art. 3º As barragens fiscalizadas pela ANEEL serão classificadas em classes, segundo


categoria de risco, dano potencial associado e volume do correspondente reservatório, em acordo com a
matriz de classificação disposta no Anexo I.

§ 1º Os critérios que subsidiarão a classificação da barragem na respectiva classe são os


dispostos no Anexo II.

§ 2º Quando houver mais de uma estrutura de barramento em um mesmo empreendimento, os


critérios considerados para a barragem de maior pontuação deverão ser estendidos às demais estruturas.

§ 3º A área de abrangência para avaliação do Dano Potencial Associado (Anexo II.2) deverá
compreender as barragens de jusante que disponham de capacidade para amortecimento da cheia
associada ao rompimento.

Art. 4º Para usinas existentes, o empreendedor deve encaminhar classificação das barragens
sob sua responsabilidade em até seis meses contados a partir da publicação desta Resolução.

Parágrafo único. Para usinas novas, a classificação a que se refere o caput deve ser
encaminhada até o início da operação comercial da primeira unidade geradora.

Art. 5º A ANEEL publicará relatório de classificação das barragens fiscalizadas em até seis
meses contados a partir do término de cada ciclo de classificação.

§ 1º O ciclo de classificação tem periodicidade anual e iniciar-se-á no primeiro dia útil do mês
de novembro.

§ 2º O empreendedor poderá solicitar revisão da classificação a que se refere o caput,


devendo, para tanto, apresentar estudo comprobatório.
§ 3º Caso o empreendedor não apresente informações sobre determinado critério especificado
no Anexo II, a ANEEL aplicar-lhe-á a pontuação máxima.

CAPÍTULO III
DO PLANO DE SEGURANÇA

SEÇÃO I
DA ESTRUTURA E DOS PRAZOS

Art. 6º A elaboração do Plano de Segurança compete ao empreendedor, devendo ser


conduzida pelo responsável técnico e conter minimamente as informações dispostas no art. 8º da Lei
nº 12.334, de 20 de setembro de 2010.

§ 1º A extensão e detalhamento do Plano de Segurança deverão ser proporcionais à


complexidade da barragem e suficientes para garantir as condições adequadas de segurança.

§ 2º Para barragens classificadas como A ou B, deverá ser elaborado estudo de rompimento e


de propagação da cheia associada.

§ 3º A área de abrangência dos estudos de que trata o §2º deverá compreender as barragens de
jusante que disponham de capacidade para amortecimento da cheia associada.

§ 3º Para atendimento ao disposto nos §§ 2º e 3º, os empreendedores poderão articular-se


visando à elaboração de estudo comum.

Art. 7º Para usinas existentes, a elaboração do Plano de Segurança deve observar os limites
final e intermediário dispostos na tabela a seguir, contados da data de publicação desta Resolução:

Número de usinas por Prazos para elaboração do Plano de Segurança de barragens


empreendedor
Prazos intermediários Prazo limite
Até 5 até 2 anos
De 6 a 15 7 barragens em até 2 anos até 3 anos
Mais do que 15 10 barragens em até 3 anos até 4 anos

§ 1º A ordem de elaboração de que trata o caput deve observar os critérios de classificação de


barragens constante da matriz do Anexo I, segundo sequencia decrescente de dano potencial associado e
categoria de risco.

§ 2º Barragens classificadas como “A” devem ter seus Planos de Segurança elaborados em até
um ano, independentemente do número de usinas por empreendedor.

§ 3º Para usinas novas, a elaboração do Plano de Segurança deverá ser realizada até o início
da operação comercial da primeira unidade geradora.

SEÇÃO II
DAS INSPEÇÕES DE SEGURANÇA
Art. 8º As inspeções de segurança serão classificadas em regular e especial, sendo que o Plano
de Segurança deverá ser atualizado em decorrência de suas exigências e recomendações.

Parágrafo único. O empreendedor deverá cumprir as recomendações contidas nos relatórios


de inspeção e revisão periódica de segurança.

SUBSEÇÃO I
DA INSPEÇÃO DE SEGURANÇA REGULAR

Art. 9º A inspeção de segurança regular será realizada por equipe de Segurança de Barragem,
composta de profissionais treinados e capacitados e deverá abranger todas as estruturas de barramento do
empreendimento e retratar suas condições de segurança, conservação e operação.

§ 1º É de responsabilidade do empreendedor adotar os procedimentos que julgar convenientes


para a inspeção de segurança regular, observadas as particularidades, complexidade e características
técnicas do empreendimento.

§ 2º Os relatórios de inspeção de segurança regular deverão conter minimamente estas


informações:

I – identificação do representante legal do empreendedor;

II – identificação do responsável técnico;

III – avaliação da instrumentação disponível na barragem, indicando necessidade de


manutenção, reparo ou aquisição de equipamentos;

IV – avaliação de anomalias que acarretem em mau funcionamento, em indícios de


deterioração ou em defeitos construtivos da barragem;

V – comparativo com inspeção de segurança regular anterior;

VI – diagnóstico do nível de segurança da barragem, de acordo com estas categorias:

a) normal: quando não houver anomalias ou as que existirem não comprometerem a


segurança da barragem, mas que devem ser controladas e monitoradas ao longo do tempo;

b) atenção: quando as anomalias não comprometerem a segurança da barragem no curto


prazo, mas exigirem monitoramento, controle ou reparo ao decurso do tempo;

c) alerta: quando as anomalias representem risco à segurança da barragem, exigindo


providências para manutenção das condições de segurança; e

d) emergência: quando as anomalias representem risco de ruptura iminente, exigindo


providências para prevenção e mitigação de danos humanos e materiais.

VII – indicação de medidas necessárias à garantia da segurança da barragem.


§ 3º Caso a barragem não atenda aos requisitos de segurança deverá ser recuperada ou
desativada pelo seu empreendedor, que deverá comunicar à ANEEL as providências a serem adotadas.

Art. 10. As inspeções de segurança regular deverão ser realizadas sempre que houver
alteração do nível de segurança da barragem, observada a periodicidade limite disposta abaixo.

Classe da Barragem
A B C
Periodicidade 6 meses 1 ano 2 anos

§ 1º A disposição contida no caput não exime o empreendedor de exercer monitoramento


contínuo e sistemático da barragem.

§ 2º Para usinas existentes, a primeira inspeção de segurança regular deverá ser realizada
segundo os limites final e intermediário dispostos no art. 7º.

§ 3º Para usinas novas, a primeira inspeção de segurança regular deverá ser realizada até o
início da operação comercial da primeira unidade geradora.

SUBSEÇÃO II
DA INSPEÇÃO DE SEGURANÇA ESPECIAL

Art. 11. A inspeção de segurança especial visa a manter ou restabelecer o nível de segurança
da barragem à categoria normal e deverá ser realizada mediante constituição de equipe multidisciplinar de
especialistas, substitutivamente à Inspeção de Segurança Regular, sempre que o nível de segurança do
barramento estiver nas categorias definidas nas alíneas c ou d do inciso VI do art. 9º.

§ 1º A inspeção especial também deve ser realizada após ocorrência de evento excepcional
(abalo sísmico, galgamento, cheia ou operação hidráulica do reservatório em condições excepcionais).

§ 2º A ANEEL poderá demandar realização de inspeção de segurança especial a partir de


denúncia fundamentada, de resultado de fiscalização desempenhada em campo ou de recebimento de
comunicado de ocorrência feito pelo próprio empreendedor.

Art. 12. O conteúdo mínimo da inspeção de segurança especial é o mesmo disposto no § 2º do


art. 9º, tendo como referência o evento motivador.

SEÇÃO III
DO PLANO DE AÇÃO DE EMERGÊNCIA

Art. 13. O Plano de Ação de Emergência – PAE é parte integrante do Plano de Segurança e
estabelecerá as ações a serem executadas pelo empreendedor, na hipótese do nível de segurança da
barragem enquadrar-se na categoria prevista na alínea d do inciso VI do art. 9º.

§ 1º O PAE constitui peça obrigatória para barragens classificadas como A ou B segundo a


matriz do Anexo I.
§ 2º A ANEEL poderá exigir do empreendedor elaboração do PAE sempre que considerá-lo
necessário, independentemente da classificação da barragem, mediante fundamentação.

§ 3º A elaboração do PAE compete ao empreendedor, devendo ser conduzida pelo


responsável técnico e contemplar, minimamente, os dispositivos previstos no art. 12 da Lei nº. 12.334, de
20 de setembro de 2010.

§ 4º Os prazos e critérios para a elaboração do PAE são os mesmos do art. 7º.

§ 5º O PAE deve estar disponível no empreendimento e nas prefeituras envolvidas, bem como
ser encaminhado aos organismos de defesa civil.

SEÇÃO IV
DA REVISÃO PERIÓDICA DE SEGURANÇA

Art. 14. A Revisão Periódica de Segurança – RPS tem o objetivo de diagnosticar o estado
geral de segurança da barragem, levando-se em conta o avanço tecnológico, a atualização de informações
hidrológicas na respectiva bacia hidrográfica, de critérios de projeto e de condições de uso e ocupação do
solo a montante e a jusante do empreendimento.

Art. 15. A RPS deve indicar as medidas a serem adotadas pelo empreendedor para a
manutenção da segurança da barragem, compreendendo, além do conteúdo mínimo disposto no art. 8º da
Lei nº 12.334, de 20 de setembro de 2010, os itens elencados no § 2º do art. 10 dessa mesma Lei.

Art. 16. A elaboração da RPS compete ao empreendedor e deverá ser conduzida pelo
responsável técnico.

Art. 17. Para usinas existentes, a periodicidade de realização da RPS será definida de acordo
com a classe da barragem, observado o interstício máximo disposto abaixo, contado a partir da publicação
desta Resolução.

Classe da Barragem
A B C
Periodicidade 5 anos 7 anos 10 anos

Parágrafo único. Para usinas novas, a RPS deverá ocorrer até o quinto ano desde o primeiro
enchimento do reservatório, independentemente de sua classificação.

CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 18. O empreendedor é o responsável legal pela segurança da barragem, cabendo-lhe o


desenvolvimento de ações para garanti-la.

§1º O empreendedor obriga-se a prover os recursos necessários à garantia da segurança da


barragem.
§2º As ações conduzidas pelo responsável técnico deverão ter recolhimento de anotação de
responsabilidade técnica – ART específica ou de cargo e função.

Art. 19. O Plano de Segurança deverá ser atualizado em função dos resultados das inspeções
regulares e especiais, da RPS, de alterações de características técnicas da barragem ou de observações
decorrentes das atividades de operação, monitoramento e manutenção.

Art. 20. O empreendedor deve atualizar as informações relativas à barragem a cada ciclo de
classificação promovido pela ANEEL.

Paragrafo único. Os documentos de que trata esta resolução devem estar disponíveis para
fiscalização da ANEEL a qualquer tempo.

Art. 21. A ANEEL informará à Agência Nacional de Águas – ANA e ao Sistema Nacional de
Defesa Civil – Sindec qualquer acidente ocorrido ou não conformidade que implique risco imediato à
segurança de barragem.

Art. 22. Para usinas novas cujo prazo de entrada em operação da primeira unidade geradora
seja inferior aos prazos constantes dos caputs dos artigos 4º, 7º e 10º, contados a partir da publicação
desta Resolução, os empreendedores deverão atender aos prazos estabelecidos nos respectivos caputs.

Art. 23. A íntegra desta Resolução e seus Anexos constam dos autos e estarão disponíveis
em www.aneel.gov.br/biblioteca.

Art. 24. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

ROMEU DONIZETE RUFINO

Este texto não substitui o publicado no D.O. de 22.12.2015, seção 1, p. 228, v. 152, n. 244 e o retificado
no D.O. de 25.02.2016, 31.05.2017.
ANEXO I
MATRIZ DE CLASSIFICAÇÃO DE BARRAGENS

Dano potencial associado


Categoria de Risco Alto Médio Baixo
Alto A B B
Médio B C C
Baixo B C C
ANEXO II
CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE BARRAGENS

MATRIZ PARA CLASSIFICAÇÃO DAS BARRAGENS DE ACUMULAÇÃO DE ÁGUA

NOME DA BARRAGEM

NOME DO EMPREENDEDOR

DATA:

II.1 - CATEGORIA DE RISCO Pontos

1 Características Técnicas (CT)

2 Estado de Conservação (EC)

3 Plano de Segurança de Barragens (PS)

PONTUAÇÃO TOTAL (CRI) = CT + EC + PS


CLASSIFICAÇÃO

CATEGORIA DE RISCO CRI


FAIXAS DE

ALTO > = 62 ou EC* > =8 (*)

MÉDIO 35 a 62

BAIXO < = 35

(*) Pontuação (maior ou igual a 8 ) em qualquer coluna de Estado de Conservação (EC) implica
automaticamente CATEGORIA DE RISCO ALTA e necessidade de providencias imediatas pelo
responsável da barragem.

II.2 - DANO POTENCIAL ASSOCIADO Pontos

DANO POTENCIAL ASSOCIADO (DPA)


CLASSIFICAÇÃO

DANO POTENCIAL ASSOCIADO DPA


FAIXAS DE

ALTO > = 16

MÉDIO 10 < DPA < 16

BAIXO < = 10

RESULTADO FINAL DA AVALIAÇÃO:

CATEGORIA DE RISCO Alto / Médio / Baixo

DANO POTENCIAL ASSOCIADO Alto / Médio / Baixo


ANEXO C – Formulário de Segurança de Barragens da ANEEL.
Versão 3.7/2018

Ano de referêncda 2018

Preenchdmento concluído #N/D

Formulárdo de Segurança de Barragens(FSB): Matrdz para Classdfdcação das Barragens e Informações Gerads

Parte I: Informações Gerads


Instruções gerads:
1) USAR SOMENTE a versão Excel 2010 ou superior.

2) Este Formulário FSB deverá ser preenchido para cada barramento da usina, seja barragem ou dique (Ex: um empreendedor que possua uma usina com 10 barramentos deverá preencher e encaminhar 10 Formulários FSB).
3) Antes do preenchimento do Formulário FSB, realizar a leitura do Manual de Instruções de Preenchimento, disponível na página da SFG/ANEEL:http://www.aneel.gov.br/?SFG

4) Nos termos do Art. 5º da REN nº 696/2015, a ANEEL publicará relatório de classificação das barragens. Assim, as informações aqui prestradas estão sujeitas a avaliação da fiscalização.

I - Identdfdcação do empreendedor
Nome da usdna (selecdonar da ldsta) Identdfdcador ANEEL da usdna -

Denomdnação da empresa outorgada - Identdfdcador ANEEL do Agente -

Nome Representante legal da empresa E-madl Telefone

Nome do Responsável técndco pela segurança


E-madl Telefone
da barragem (com regdstro no CREA)

Endereço para correspondêncda da empresa


Mundcípdo UF
outorgada

Códdgo de Endereço Postal (CEP)

II - Dados técndcos referentes ao empreenddmento


Potêncda outorgada da usdna (MW) #VALOR! Capacddade total do reservatórdo (m³)

Nome do rdo - Data do 1º enchdmento do reservatórdo

Mundcípdo - Nº total de barramentos da usdna

UF

III - Dados técndcos referentes ao barramento


Selecdone o tdpo de barramento Nome do barramento: Data de conclusão do barramento
Latdtude: Grau (°)
Mdnuto (´)
Coordenadas geográfdcas do barramento Segundo (´´)

Longdtude: Grau (°)


Mdnuto (´)
Segundo (´´)

Altura do macdço (m) Comprdmento do barramento (m)

IV - Obrdgações Normatdvas referentes ao barramento


Plano de Segurança da Barragem - PSB
#N/D Data de conclusão PSB
elaborado?

Plano de Ação de Emergêncda - PAE elaborado? #N/D Data de conclusão PAE

Plano de Ação de Emergêncda - PAE


#N/D Data de protocolo PAE
protocolado na Defesa Cdvdl/Prefedtura?

Inspeção de Segurança Regular - ISR realdzada? #N/D Data de conclusão ISR

Inspeção de Segurança Especdal - ISE realdzada? Data de conclusão ISE

Ndvel de Segurança da Barragem

Parte II: Matrdz de Classdfdcação


Instruções gerads: A Matriz de Classificação abaixo refere-se ao Anexo II da Resolução Normativa n° 696, de 15 de dezembro de 2015. Para cada um dos itens a seguir, selecionar a opção conforme a realidade do barramento em análise.

1. CATEGORIA DE RISCO:
1.1 - CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS - CT
Altura (a) Dados contraddtórdos!
Comprimento (b) Dados contraddtórdos!
Tipo de Barragem quanto ao material de
#N/D
construção (c)
Tipo de fundação (d) #N/D
Idade da Barragem (e) Dados contraddtórdos!
Vazão de Projeto (f) #N/D
Casa de Força (g) #N/D
Σ CT #N/D

1.2 - ESTADO DE CONSERVAÇÃO - EC

Confiabilidade das Estruturas Extravasoras (h) #N/D


Confiabilidade das Estruturas de Adução (i) #N/D

Percolação (j) #N/D

Deformações e Recalques (k) #N/D

Deterioração dos Taludes / Paramentos (l) #N/D

Eclusa (m) #N/D

Σ EC #N/D

1.3 - PLANO DE SEGURANÇA DA BARRAGEM - PS


Existência de documentação de projeto (n) #N/D

Estrutura organizacional e qualificação técnica dos profissionais da equipe de Segurança da Barragem (o) #N/D

Procedimentos de roteiros de inspeções de segurança e de monitoramento (p) #N/D

Regra operacional dos dispositivos de descarga da barragem (q) #N/D


Relatórios de inspeção de segurança com análise e interpretação (r) #N/D
Σ PS #N/D
Σ CT+Σ EC+Σ PS #N/D
CATEGORIA DE RISCO #N/D

2-DANO POTENCIAL ASSOCIADO - DPA

Volume Total do Reservatório (a) Dados contraddtórdos!

Potencial de perdas de vidas humanas (b) #N/D

Impacto ambiental (c) #N/D


CLASSE DA BARRAGEM #N/D

ENQUADRAMENTO À RESOLUÇÃO NORMATIVA N° 696/2015

Altura do maciço maior ou igual a 15 metros? Sim

Capacidade total do reservatório maior ou igual Enquadrada na Resolução Normativa ANEEL n°


Sim #N/D
a 3.000.000 m³? 696/2015?
Observação: Avaliação preliminar e sujeita a revisão da fiscalização.
Categoria de dano potencial médio ou alto? #N/D

Parte III : Declarações


Instrução geral: Marcar os campos abaixo ao concordar com a declarações apresentadas.

Anotação de Responsabilidade Técnica - ART


Declaro que as ações conduzidas pelo responsável técnico para a classificação da categoria de risco e dano potencial da(s) barragem(s) e/ou do(s)
dique(s)e demais informações prestadas neste documento tiveram o devido recolhimento de anotação de responsabilidade técnica – ART específica ou de
cargo e função, em atendimento ao parágrafo 2°, do Art. 18 da Resolução Normativa n° 696, de 15 de dezembro de 2015.

Declaração do Representante Legal:


Declaro, para fins de direito, sob as penas da lei e em atendimento à Resolução Normativa n° 696, de 15 de dezembro de 2015, que as informações
prestadas neste documento são verdadeiras, autênticas e condizentes com a realidade da(s) barragem(s) e/ou do(s) dique(s) da central geradora em
referência.
Nada mais a declarar, e ciente das responsabilidades pelas declarações prestadas, firmo a presente declaração.
Fico ciente através desse documento que a falsidade dessa declaração configura crime previsto no Código Penal Brasileiro, e passível de apuração na
forma da Lei.

Local Data

Nome do Responsável Técnico pela segurança da


Nome do Representante Legal da Empresa
barragem, com registro do CREA

Nº CREA do Responsável Técnico pela segurança da


CPF do Representante Legal da Empresa
barragem

Cargo/Função do Representante Legal da Empresa CPF do Responsavel Técnico pela segurança da barragem

Cargo/Função do Responsável Técnico pela segurança da


barragem
ANEXO D – Propostas de interface para o aplicativo FSBarragem.

Proposta 01

Fonte: Turma da disciplina de IHM da UFRR (2018.1)


ANEXO D – Continuação.

Proposta 02

Fonte: Turma da disciplina de IHM da UFRR (2018.1)


ANEXO E – Formulário online elaborado pela turma de IHM com as perguntas e
suas respectivas respostas logo na sequência.
QUESTIONÁRIO DE REQUISITOS
As informações do seguinte questionário serão utilizadas para o design de um
aplicativo mobile que auxilie e cientemente o preenchimento do formulário de
segurança de barragens.

1. Qual é o seu nível de escolaridade?


Escolher

Qual é a sua pro ssão?

Engenheiro civil

Outro:

2. Qual é a sua idade?

Sua resposta

3. Qual é sua experiência com o uso de dispositivos e


aplicativos móveis?
Escolher
4. Quais aplicativos, você usa no seu dia a dia?
WhatsApp

Facebook

Instagram

YouTube

Outro:

5. Qual aplicativo, você considera como mais fácil e


agradável de usar?

Sua resposta

6. Alguma vez utilizou algum aplicativo para o seu


trabalho?

Sim

Não

7. Se a sua resposta anterior foi sim, então nomeie


os aplicativos.
Sua resposta
8. Qual navegador de internet você utiliza?

Mozilla Firefox

Google Chrome

Internet Explorer
Safari

Outro:

9. Qual é a velocidade de sua Internet?

3G/4G

Wi-Fi

Não tenho conexão

Outro:

9. Quais sites você costuma acessar com


frequência?

Sua resposta
10. Que tipo de dispositivo será executado o
aplicativo?
Smartphone

Tablet

Notebook

11. Qual é resolução da tela do seu celular?

De 4" a 5"

De 5.1" a 6"

Outro:

12. Qual o sistema operacional para celular que você


usa com facilidade?
Android

iOS (Apple)

Windows

13. Em que ambiente geralmente preenche o


formulario?

Um lugar com muita luz.

Um lugar escuro.
14. Você é daltônico?

Sim

Não

Outro:

Página 1 de 1 ENVIAR

Nunca envie senhas pelo Formulários Google.

Este formulário foi criado em Universidad de Boyacá. Denunciar abuso - Termos de Serviço

 Formulários
QUESTIONÁRIO DE REQUISITOS
14 respostas

1. Qual é o seu nível de escolaridade?


14 respostas

Nível Fundamental
Nível Médio
Nível Superior

100%

Qual é a sua pro ssão?


9 respostas

Engenheiro civil

100%
2. Qual é a sua idade?
14 respostas

2
2 (14,3%)
2 (14,3%)

1 (7,1%)1
(7,1%)1 (7,1%)1 (7,1%)1 (7,1%)1
(7,1%)1 (7,1%)1 (7,1%)1 (7,1%)1
(7,1%)1 (7,1%)1 (7,1%)1 (7,
1

0
31 37 39 41 42 44 53 59 65 68 72 7

3. Qual é sua experiência com o uso de dispositivos e


aplicativos móveis?
14 respostas

Principiante
50%
Médio
Experiente

7,1%

42,9%
4. Quais aplicativos, você usa no seu dia a dia?
14 respostas

WhatsApp 14 (100%

Facebook 8 (57,1%)

Instagram 5 (35,7%)

YouTube 11 (78,6%)

BB, Música, Messager,


1 (7,1%)
Booking,Uber, Bol
ANY.DO; TRELLO;
1 (7,1%)
EVERNOTE
0 5 10 15

5. Qual aplicativo, você considera como mais fácil e


agradável de usar?
11 respostas

4
4 (36,4%)

2 (18,2%
2

1
1 1 1 1 1
(9,1%) (9,1%) (9,1%) (9,1%) (9,1%)
0
BB Facebook Whatsapp whatsap
EVERNOTE WhatsApp whatsaap
6. Alguma vez utilizou algum aplicativo para o seu trabalho?
14 respostas

Sim
Não
35,7%

64,3%

7. Se a sua resposta anterior foi sim, então nomeie os


aplicativos.
8 respostas

Autocad, whatsapp, bancos, maps, etc.

whatsaap

WhatsApp e Youtube

gps Essentials (android)

OUTLOOK

Whatsapp

Sistema Segurança de Barragens-SSB; SICESP

WhatsApp, You Tube, Autocad 360


8. Qual navegador de internet você utiliza?
14 respostas

Mozilla Firefox
Google Chrome
28,6% Internet Explorer
Safari

71,4%

9. Qual é a velocidade de sua Internet?


14 respostas

3G/4G
50% Wi-Fi
Não tenho conexão
Wifi e 4G
7,1%

42,9%

9. Quais sites você costuma acessar com frequência?


12 respostas

msn, google, bb
google

Bol, UFRR

Uol

Portal de peridicos Capes, site da Ana, Scielo.br

CBDB

em.com.br

Boston Globe Big Picture;

Google earth e Google maps

Sites de notícias, bancos...

ASDSO; CBDB; ASCE;

Sites de Engenharia e Notícias

10. Que tipo de dispositivo será executado o aplicativo?


14 respostas

Smartphone 11 (78,6%)

Tablet 0 (0%)

Notebook 5 (35,7%)

0 5 10 15
11. Qual é resolução da tela do seu celular?
14 respostas

De 4" a 5"
50%
De 5.1" a 6"

50%

12. Qual o sistema operacional para celular que você usa


com facilidade?
14 respostas

Android 12 (85,7%)

iOS (Apple) 2 (14,3%)

Windows 2 (14,3%)

0 5 10 15

13. Em que ambiente geralmente preenche o formulario?


14 respostas

Um lugar com muita luz.


Um lugar escuro.

100%

14. Você é daltônico?


14 respostas

Sim
Não

100%

Este conteúdo não foi criado nem aprovado pelo Google. Denunciar abuso - Termos de Serviço

 Formulários
ANEXO E – Continuação.

Adiante estão sintetizadas algumas das interpretações feitas pelos criadores


do formulário.

Perguntas nº 1 e 1.1 – As respostas das perguntas mencionadas, mostram


que 100% dos entrevistados possuem ensino superior e que 64% desses, são
engenheiros civis, o que torna viável o uso de linguagem técnica no aplicativo.

Pergunta nº 2 – Saber a faixa etária dos futuros usuários é um fator


importante no desenvolvimento da interface do aplicativo, norteando a equipe na
escolha das cores a serem utilizadas. Pelas respostas à esta pergunta, é possível
saber que os usuários finais são adultos. Logo, é indicado que se utilizem cores frias
e suaves que são mais agradáveis para este público alvo.

Perguntas nº 3, 4 e 5 – Verificam a experiência do usuário com aplicativos


móveis, sendo possível obter uma ideia do nível de intuição que estas pessoas tem
ao utilizar novos aplicativos e reconhecer o uso de determinados elementos na tela.

Pergunta nº 12 – As respostas indicam que o sistema operacional mais


utilizado pelos futuros usuários é o sistema Android. Isto também contribuiu na
decisão em desenvolver o aplicativo para Android.

Pergunta nº 13 – Revela que, geralmente, o formulário de segurança de


barragens é preenchido em ambientes com muita luz. Isso ajuda a definir o grau de
contraste que o aplicativo deve ter.
ANEXO F – Dados coletados para classificação da PCH Jatapú.
Formulário de Segurança de Barragens
Superintendência de Fiscalização dos Serviços de Geração - SFG

Ano Unidade Federativa Nome da Usina Nome da Barragem

2017  RORAIMA  Alto Jatapu (76)  BARRAGEM PRINCIPAL 

CARACTERIZAÇÃO DA BARRAGEM

USINA ALTURA DO MACIÇO MAIOR DO QUE 15 m? CATEGORIA DE RISCO - CRI


Alto Jatapu Não
Baixo
EMPREENDEDOR DANO POTENCIAL MÉDIO OU ALTO?
Companhia Energética de Roraima Sim DANO POTENCIAL ASSOCIADO - DPA

BARRAMENTO VOLUME MAIOR DO QUE 3.000.000 m³? Baixo


BARRAGEM PRINCIPAL Não
TIPO BARRAMENTO
COD EMPREENDIMENTO ENQUADRA NA RESOLUÇÃO?
76 Sim C

CATEGORIA DE RISCO DANO POTENCIAL ASSOCIADO

Resultados por Categoria Categoria de Risco DPA


40 10
Categoria Descrição Total

8
Caracterís cas técnicas CT 16
6
Estado de Conservação EC 5 20
10
31 4
Plano de segurança de Barragens PS 10
16
10 2
Total CRI 31 5
0
PS EC CT CRI 0

Características Técnicas Estado de Conservação Plano de Segurança de Barragens Critérios de Danos


10 10 10 4

5 5 5 2 4
3 3

4 4
3 3 3 3 3 3
2
1 1 1
0 0 0 0
a b c d e f g h i j k l m n o p q r a b c d

Legenda - Características Técnicas Legenda - Estado de Conservação Legenda - Plano de Seguranca de Barragens Legenda - Critérios de Danos
   
a - Altura h - Confiabilidade das estruturas extravasoras n - Documentação de projeto a - Volume total do reservatório
b - Comprimento i - Confiabilidade das estruturas de adução o - Estrutura organizacional e qualificação técnicas dos b - Potencial de perdas de vidas humanas
c - Tipo de barragem quanto ao material de construção j - Percolação profissionais de segurança de barragem c - Impacto ambiental
d - Tipo de fundação k - Deformações e recalques p - Procedimentos de monitoramento e inspeções d - Impacto sócio-econômico
e - Idade da barragem l - Deterioração dos taludes / paramentos q - Regra operacional dos dispositivos de descarga
f - Vazão de projeto m - Eclusa r - Relatórios de inspeção
g - Casa da força

PONTUAÇÃO POR CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO

Para maiores informações consultar anexo II da resolução normativa ANEEL Nº 696/2015

Microsoft Power BI  
ANEXO F – Dados coletados para classificação da UEH Balbina.
Formulário de Segurança de Barragens
Superintendência de Fiscalização dos Serviços de Geração - SFG

Ano Unidade Federativa Nome da Usina Nome da Barragem

2018  AMAZONAS  Balbina (190)  Barragem de Balbina 

CARACTERIZAÇÃO DA BARRAGEM

USINA ALTURA DO MACIÇO MAIOR DO QUE 15 m? CATEGORIA DE RISCO - CRI


Balbina Não
Baixo
EMPREENDEDOR DANO POTENCIAL MÉDIO OU ALTO?
Amazonas Geração e Transmissão de Energia S.A Sim DANO POTENCIAL ASSOCIADO - DPA

BARRAMENTO VOLUME MAIOR DO QUE 3.000.000 m³? Alto


Barragem de Balbina Sim
TIPO BARRAMENTO
COD EMPREENDIMENTO ENQUADRA NA RESOLUÇÃO?
190 Sim B

CATEGORIA DE RISCO DANO POTENCIAL ASSOCIADO

Resultados por Categoria Categoria de Risco DPA


40 30
Categoria Descrição Total

Caracterís cas técnicas CT 23 20

Estado de Conservação EC 5 20
34
26
Plano de segurança de Barragens PS 6 23 10

Total CRI 34 6 5
0
PS EC CT CRI 0

Características Técnicas Estado de Conservação Plano de Segurança de Barragens Critérios de Danos


10 10 10

10
5 5 5
12
5 5
4 5 5
3 3 3 3 4
2 2 2
0 1 1
0 0 0
a b c d e f g h i j k l m n o p q r a b c d

Legenda - Características Técnicas Legenda - Estado de Conservação Legenda - Plano de Seguranca de Barragens Legenda - Critérios de Danos
   
a - Altura h - Confiabilidade das estruturas extravasoras n - Documentação de projeto a - Volume total do reservatório
b - Comprimento i - Confiabilidade das estruturas de adução o - Estrutura organizacional e qualificação técnicas dos b - Potencial de perdas de vidas humanas
c - Tipo de barragem quanto ao material de construção j - Percolação profissionais de segurança de barragem c - Impacto ambiental
d - Tipo de fundação k - Deformações e recalques p - Procedimentos de monitoramento e inspeções d - Impacto sócio-econômico
e - Idade da barragem l - Deterioração dos taludes / paramentos q - Regra operacional dos dispositivos de descarga
f - Vazão de projeto m - Eclusa r - Relatórios de inspeção
g - Casa da força

PONTUAÇÃO POR CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO

Para maiores informações consultar anexo II da resolução normativa ANEEL Nº 696/2015

Microsoft Power BI  

Você também pode gostar