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O grande dia do festival de caça

Ainda era tenra era a carne no javali, quando foi posta por Malubak sobre a “pedra do ritual”,
uma pedra com seu ápice trabalhado em formato de mesa, era ali, sobre aquela pedra, que o
campeão da caçada era aclamado, ali, bem ali, sobre os aplausos e gritos da multidão, enquanto
o sangue fresco ainda escorria pela rocha, contribuindo ano a ano para a manutenção da cor de
carmesim enegrecido da pedra ritual. Também era ali que o Alto Sacerdote Kalmer-Gal retirava
o couro do javali e cortava sua carne com a “adaga sagrada”, para depois queimar a carne do
sacrifício na grande pira em honra a Lathander.
E teria ocorrido tudo bem para Malubak se ele não tivesse sido alvo de um maldoso ardil,
arquitetado por aqueles a quem o meio-orc deveria admirar...; de fato não fora fácil para ele ter
que correr incessantemente pela planície baixa, circundando as pedras, com suas botas gastas
quase que numa maratona cujo objetivo principal era chegar primeiro à floresta de Ralvergal,
tirando todo fôlego de seus pulmões, torcendo para não tropeçar em nada ou ninguém, e claro,
aquele que o fizesse mais rápido certamente obteria vantagem em surpreender algum dos javalis
nortenhos da região. “FFFFFfffffshut.....”, foi assim, cortando o vento e os galhos da vegetação
que os participantes adentraram um a um à floresta, uns saltando e outros correndo a frente
freneticamente, sem mensurar que obstáculo haveria por trás de cada moita, cada árvore, cada
pedra...
O Rio Gondoll nascia nas montanhas de ferro e cruzava as planícies serpenteando o relevo
alimentando a grande capital, ele fluía por dentro de ralvergal por uma grande extensão até
desembocar no poderoso Daern e Malubak sabia muito bem que os javalis nortenhos cruzavam
a floresta pela margem do rio atrás de água e comida, já que ao pé do mesmo, gigantescas e
antigas arvores enfeitavam a paisagem em meio às campinas abertas e pedregulhosas da região,
com tantas pedras de todos tamanhos e o solo úmido, tornando cada passo tão difícil quanto
perigoso, num paradisíaco cenário feito pelos deuses, pois ali o rio gondoll se abria, levando
fertilidade para um solo arenoso e pobre; assim Malubak espreitava, sabia como caçar, era
paciente, o tinha sido sua vida toda, freqüentemente alvo de afrontas as quais não tinha
nenhuma culpa, sabia que não seria correndo atrás do javali que o abateria, afinal, o animal
conhecia bem melhor aquelas terras do que qualquer caçador aventureiro...
Seus olhos de orc o ajudavam, estava acostumado a andar em meio à bruma, pois o sol a pino
levantava o vapor da água formando um véu denso, perigoso e multicolorido, afinal a própria
luz se combinava as partículas de água formatando cores que enganariam qualquer humano
desavisado, o ambiente perfeito para um javali nortenho, parrudo, intrépido e estável se
esconder, recuperar seu fôlego e arranjar alguma comida das grandes árvores...; portanto ali
estava o meio-orc, escondido atrás de uma rocha que formava um conjunto com uma raiz de
árvore centenária, agachado, silencioso, com o arco retesado, foi quando viu... calmo cruzando
o brejo pedregoso à margem da água aquele animal corpulento, farejando o chão.
Era sua chance, o arco estava retesado, puxou calmamente, olhou e .....FFFFFFpá!!!!! Soltou a
flecha. Ela retumbou numa pedra baixa, assustando o animal, havia errado a primeira, mas não
erraria a segunda, num salto malubak correu de encontro com a fera, que mais que rápido
guinchou alto! Com suas patas a toda força se pôs a correr em direção ao rio usando as raízes e
o relevo ao seu favor desviando dos obstáculos da sua altura, o meio-orc corria no encalço por
sobre as pedras, saltando e desviando dos embustes do inimigo tentando achar o ângulo certo
para o tiro preciso, e estava quase lá levantando o arco à altura do ombro quando outra flecha
sai da bruma e retumba cortando o ar se perdendo na água espantando a fera, que freia, por um
segundo, tentando adivinhar algo, e pronto, era momento: FFFFFFFFFpá!!!!!!! – Certeira
como a garra de uma águia tinha sido a flecha do mestiço que havia atingido em cheio o
pescoço do intrépido, ferido e sangrando se esgueirava à margem, malubak correu largando
mais que rápido seu arco das mãos tirando a faca de caça da bainha da cintura e saltando sobre o
animal que ferido pouco resistira ao corte que selaria sua alma de volta ao mundo dos animais
mortos...
Malubak podia ouvir o som do bater de palmas vindo de suas costas... – Parabéns.. Malubak..,
parece que você pegou um.. deveria correr agora...com toda a sua força... só o primeiro é
aclamado!, tsc..hahaha – Era Csin Jeong do clã da serpente do sul, não deixaria de reconhecer
aquela voz puxada e odiosa que fazia jus a seu nome e clã de forma alguma, tinha sofrido
repudio e chacotas daquela voz macia e puxada desde a infância, malubak sabia da maldade de
Csin, e perguntou: - Eu ou você?, Quem de nós acertou o javali Jeong? – A resposta veio
rápida: - Você malubak, por um acaso tem dúvida? Ou vai deixar seu prêmio para mim? –
“NUNCA” pensou o meio-orc que tinha a certeza do sucesso de seu tiro, mas não seria a
primeira vez que jeong reivindicaria algo que não conquistou para si.
Malubak estava eufórico não cabia dentro de si, não tinha noção do tempo, mas para seu
espanto quando adentrou a cidade e ainda não havia nenhuma carne fresca sobre a pedra foi que
se deu conta, sobre os olhares atônitos e desconfiados do povo, que percebeu que finalmente
havia chegado há sua hora, seu momento de glória, finalmente! tinha vencido!!!, foi quando pôs
a tenra carne sobre pedra frente aos olhares de todos, com as pernas trêmulas e as mãos
sangrando, que Grande Kalmer-Gal se aproximou com a adaga e começou a esfolar a Fera.
Pobre Meio Orc não fazia ideia do que estava prestes a acontecer, aliás quem imaginou que
algo assim poderia acontecer ?, algo que mancharia o festival.
Pois bem antes do Kalmer cortar a carne da fera e oferecer a Lantander, ouviu-se uma voz
dizendo: espere, espere eu acredito que o verdadeiro campeão deveria estar presente durante a
cerimonia não é mesmo ?, Logo passando entre as pessoas surge Jeong com um sorriso de canto
de boca, e segue falando em tom e deboche primeiro deve-se checar se realmente foi a flecha de
Malubak que acertou e tirou a vida da Fera não é mesmo ?.
A multidão começa a ficar eufórica com a situação, Jeong rodeia o pobre meio orc e retira a
flecha que estava na cintura do Meio Orc.
Bom vejamos a marca em sua ponta, hum como todos podem bem ver a marca na ponta dessa
flecha tem um símbolo da serpente ? Correto senhores ?.
Enquanto Jeong segue com seu discurso, a multidão começa a rir outros falam que seria
impossível para o Meio orc Ganhar mesmo, e que tudo fazia sentido agora.
Enquanto alguns clãs festejavam e muitas pessoas falavam entre si, Jeong Começa a falar que
como sempre o meio orc só traz vergonha em tudo que tenta fazer.
O meio orc apenas ficou parado, paralisado parecia não acreditar que aquilo estava acontecendo
novamente com ele, dizem que viram uma lagrima escorrendo no rosto do meio orc.
Em um momento de extrema festividade para muitos o pior aconteceu, o meio orc que estava
parado, começou a respirar mais forte, perdido em seus pensamentos, se lamentando
amargamente por dentro.
Seus olhos começam a ficar vermelho, havia diversas pessoas fazendo o que sempre faziam era
um costume caçoar do meio orc e dessa vez não foi diferente.
Um Jovem que estava próximo do meio orc, começou a caçoar dele dizendo : Vergonha!
Vergonha!, pobre jovem ou criança.
Enquanto todos se distraiam, o Meio Orc tomado pela fúria investe contra o Jovem agarrando
pelo pescoço e desferindo alguns golpes falava: Eu ajudo vocês!!!! Eu sou um de vocês!!!! Eu
Ganhei de forma Limpa!!!! Toda vez isso acontece sempre a mesma situação!!!!.
Os primeiros socos tirou diversos dentes do jovem, se o meio orc tivesse parado só com na parte
do socos, mais ele continuou dizendo algumas palavras sem sentido, o jovem já estava
desacordado e estava estirado no chão, mais o meio orc se agachou e pegando pelos longos
cabelo do jovem começou a bater o crânio dele no chão até que o crânio se partiu tamanha
brutalidade.
Mesmo com o jovem praticamente morto o meio orc pegou a adaga que estava na sua cintura, e
começou a desferir diversos golpes contra o jovem morto.
Quando as pessoas perceberam o que estava acontecendo o meio orc já estava com a cabeça do
Jovem em suas mãos em pé parado.
O festival que era para ter um final feliz teve um fim trágico, as pessoas corriam, outros
tentavam se esconder, alguns tentavam enfrentar o meio orc mais seus olhos avermelhados
faziam alguns ficar com medo, diziam : é um Demônio!!!!!.
Até que o chefe do exército se aproximou do meio orc com sua espada reluzente e se preparava
para desferir um golpe fatal no meio orc.
Mais do meio da multidão uma Mulher se jogou na frente e dizia: Deixe meu filho em paz!!!!,
Alguns guerreiros arrastaram a mulher e diziam: Senhora ele já não pode ser seu filho deve ser
uma maldição.
No meio desse tumulto uma voz do alto das escadas ecoa por toda a praça, O Grande Khan
disse: Já Basta!!!! Detenham o Meio Orc mais não o matem, o chefe do exército com a espada
tremula olha para o grande Khan de uma forma talvez reprovando a sua decisão, Mais o Grande
Khan completa: Desafiaria você as ordens do seu Khan ? O guerreiro diz jamais, e logo em
seguida ele desfere um golpe com o cabo de sua espada na nuca do Meio Orc, fazendo com que
ele desacorde.
O pobre meio orc foi levado para dentro do salão, e passando alguns minutos ele acordou ainda
tremulo sem entender a o certo o que tinha acontecido.
Ele recebe a noticia da selvageria que ele havia feito, ainda sem entender muito bem, o Khan o
faz uma proposta: Viva para servir a min e meus exército ou seja executado logo pela manhã.
O meio orc foi liberado e levado para sua casa, Junto de sua mãe e namora Nas, ele começa a
pensar no que ele deveria escolher.
O que antes parecia uma fera furiosa, agora totalmente abatido sem espirito de luta algum ele
decide que é melhor que ele morra já que ele tirou a vida de uma criança inocente.
Ainda começava a escurecer e o meio orc continuava com o mesmo pensamento, preciso morrer
só assim talvez eu tenha paz.
Mais influenciado pela sua mãe e namorada Nas ele decidi entrar para os exército, parece que
sua escolha foi mais baseado no medo de sua mãe sofrer uma retaliação das pessoas da cidade
do que por vontade de viver.
Se tornando assim o festival mais sangrento e violento já visto até hoje aqui no norte!!!!
Diz Rick Com uma caneca de Rum na mão dentro da taberna Meses após o ocorrido.

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