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II II
I I
II I CAMINHO DO VENENO DA SERPENTE
UM DIÁRIO DE TRABALHO DO SACERTODE
II II
DEDICATÓRIA
Aboru Aboye o!

Este livro pertence a David Ruv Alves da Silva, nascido na cidade do Rio de Janeiro em
23/02/1983. Filho de Ionice Alves da Silva e Raimundo Ponciano da Silva Neto. Morto e
Ranascido sob os ritos iniciados de Isefa (primeira iniciação de Ifá) no dia 06 de junho de 2008 da
E.V. (Era Vulga), tendo como sacerdote oficiante do Sr. Mário de Sá (Ifakoya Oyekanmi Aworeni-
Família Tradicional de Ifá a qual pertencia até então) e a sua esposa Fabíola Roma (Iya
Ifaponmile), na cidade de Piracicaba-SP/Brasil.

Atualmente David Ruv Alves da Silva está a frente da AYELALA FAMILY HERITAGE BRASIL
sobre o Oruko OSOSEGUN AYE’LA, também respondendo pelos nomes iniciáticos seguintes:

Babarinde Ayoka Ifasowunmi


Ayindé Olusoji Oyekale
Egbe’Doyin
Osayin’Sowunmi

Este livro é dedicado a Ifajomiloju Ayelala


Osvaldo Botino Filho
(Primogénito da Ayelala Family Heritage)
-Asawo fun Ouroboros Awo Circle-
.’.Ayelala Family Heritage.’.
PREFÁCIO

O SANGUE E OS OSSOS DA BRUXARIA TRADICIONAL


NA AYELALA FAMILY HERITAGE
Com a primeira faísca da forja sagrada – a primeira gnose, palavra da mesma raiz que
gnoscere, ou “conhecer”, o homo sapiens tornou-se capaz de maravilhar-se com toda a criação ao
seu redor, assim como se tornou capaz de questionar as razões de tudo o que acontecia com ele.
Podemos dizer que esta “faísca” caiu em um corpo que sentia medo, fome, frio, sono e o desejo
de procriar, como qualquer outro animal. O homem muito provavelmente ainda nos tempos de
“bicho” percebeu que um grupo era mais forte que um indivíduo solitário, assim como os lobos e
os macacos, e portanto, é muito provável que ele já tivesse uma idéia do que era uma família, um
clã ou tribo. A idéia de lar foi desenvolvida pelas mulheres, que também foram as inventoras da
agricultura e muito provavelmente da pecuária, o que possibilitou os assentamentos humanos em
regiões específicas.

Com o lar, toda a idéia das conexões entre a terra com o mundo invisível chegou à
estrutura de culto – que interessantemente possui a mesma raiz etimológica que a palavra
“cultivar”. Os primeiros cultos, de acordo com os resquícios mais antigos deixados pelas lendas do
continente africano, foram os das divindades responsáveis em favorecer a vida na região em que se
vivia e o culto aos ancestrais. Todos podiam remontar sua ancestralidade a uma divindade, o que
lhes dava um ideal mítico como modelo para suas vidas. Cada ser humano era uma divindade na
terra, em uma jornada humana, e este ainda é o sentido da iniciação em um culto ancestral.

Nos velhos tempos, os mortos eram enterrados em locais no mínimo significativos,


naqueles considerados sagrados, e não raro, próximos ou dentro da própria moradia dos vivos, em
porões ou sob o fogo que processava os alimentos. Tomando por base as culturas africanas e
bascas, onde os mortos eram e muitos ainda são guardados sob o piso dos vivos, o culto aos mortos
teria sido criado também pelas mulheres, que ficavam responsáveis em “ cultivar ” o fogo dos
vivos (processando os alimentos) e o fogo dos mortos (mantendo suas memórias vivas). Algumas
tradições de Bruxaria (isto é, Bruxaria Tradicional), mantêm este reconhecimento à mulher como
um ser que já nasce com seus poderes completos, enquanto o homem nasceria somente com o
poder do fogo, necessitando da mulher como a pedra fundamental de um clã, como aquela que
doma o fogo. Nos mitos ancestrais da Nigéria, este período de poder matriarcal é relatado, e é
possível observar como este período foi marcado pela tirania. O poder espiritual absoluto das
mulheres foi tomado pelos homens quando eles astutamente tomaram os ossos dos mortos e
dominaram o culto dos ancestrais, trazendo uma era de equilíbrio entre os gêneros, mas não sem
algum conflito.

O mito nos relata que os homens, ao tomarem os ossos e as vestimentas sagradas irritaram
as mulheres profundamente, ao ponto do caos, e a única forma de resolver o conflito foi a de
apaziguá-las com presentes, comidas, confortos e canções, gerando uma coexistência pacífica. A
sociedade de Iyami, por exemplo, é sem dúvida a mais temida e poderosa, pois convence estas
“mulheres-pássaros”de uma decisão comunitária sempre dependerá do senso de justiça feminina e
muito apaziguamento.
Quando a Igreja tomou o poder de enterrar os mortos, ela “tomou os ossos” dos nossos
ancestrais, e da mesma forma, tomou para si o culto aos mortos. Nossos mortos não mais eram
enterrados em seus locais favoritos ou sagrados para serem lembrados por qualquer um que ali
passasse, e assim fomos convencidos que nem suas presenças eram bem vindas perto de nós.
Fomos roubados de nossos ancestrais, e a memória foi roubada deles. Nossos cemitérios são meros
depósitos de ossos esquecidos, e nossos mortos são enterrados em um piscar de olhos. Já não são
mais velados, enaltecidos e relembrados, e eles já não encontram mais seus lugares em nossas
vidas e memórias. Roubaram-nos a nossa memória, e se não conhecemos de onde viemos como
saberíamos para onde vamos?

Neste sentido à Ayelala Family Heritage vai buscar suas Raízes mais profundas na África e
encontra no culto a Orunmila Ifá grande parte da base histórica verdadeira, ao que julga ser
necessário fazer renascer ou ainda reviver nos seus cultos atuais, como uma maneira de preservar
este legado de poder e força não criando nenhuma espécie de fissura ou ruptura, mas reconhecendo
que Ifá e sua mensagem continuam sendo uma forma; senão à forma, que mais se perpetuou e se
preservou como uma manifestação da bruxaria tradicional ativa e ininterrupta até os dias de hoje.
Isto poderá ser observado como o explicado e evidenciado pelo simples fato de que; sendo Ifá uma
religião universal e viva, com contínua relevância para toda a humanidade; não haveria
necessidade de relacioná-la especificamente ao homem negro ou ainda tão somente a África.

A história da aparição do homem no planeta terra mostra o lugar onde primeiro homem
apareceu e viveu na África como homem negro e estabelecido como Naiwu Osahon, si Deus fez o
homem a sua imagem e semelhança, logo Deus é Negro! Como a bíblia estabelece: “No princípio
foi a palavra e a palavra estava com Deus e a palavra é Deus”. Todo mundo sabe que a palavra é
uma mensagem que emana do Ser Supremo, Ifá não é nem humano, nem espírito. É a palavra, essa
mensagem divina de Deus (Olodunmare).

Os registros mais antigos da preservação desta mensagem divina datam do Egito pela
civilização negra entre o tempo de 6000 e o tempo de 5000 antes de cristo. Foram engenhosamente
codificados em um sistema misterioso ao qual só os mais velhos, treinados e iniciados (filhos
homens) podiam ser expostos. O Egito na África chegou a ser a fonte primordial e o centro de
documentação de todo o conhecimento revelado que foi então espalhado ao redor do mundo. O
conhecimento tratava de Olodunmare ( O Ser Supremo), sobre a ciência, matemática, astronomia,
filosofia, ética, etc... Um artigo grego citado por Plínio cita:

“ ex África semper alliquid novi ” – (fora da África vem sempre algo novo
“ inventado ” ). Um artigo árabe cita: “ Ele que tem bebido das águas (da
sabedoria) da África beberá outra vez”.

Aristóteles (nascido em 324 antes de cristo) citava em seu livro (Physiognomy) que os
antigos egípcios eram negros e de cabelos negros com rastas. Herodotus (História), descrevendo a
uma raça avançada chamada de Colchi disse: “ Eu creio que o Colchi deve ser uma colônia dos
egípcios porque, como eles, tem a pele negra e cabelo com rastas ” . Nos antigos documentos, a
África era referida como o “Mundo dos Deuses”.
Por volta de 4000 antes de cristo, inclusive antes de Abraham nascer, os africanos
haviam, pela primeira vez na história do homem, nomeado e anotado as posições de todos
os antigos planetas e estrelas mais brilhantes no Céu. O Dr. Livica C. Stechini (Teoria
Astronômica e Dados Históricos) nos conta:

“ Eu fui o suficientemente afortunado de encontrar-me com uma coleção de


documentos egípcios, bem conhecidos porém totalmente abandonados, que provam que na
época da primeira dinastia (5000 antes de cristo) os egípcios, todos negros, haviam medido
até o ultimo detalhe, a latitude e a longitude de todos os principais pontos do curso do Nilo,
desde o Equador até o mar mediterrâneo”.

“Seguindo estes primeiros resultados, e recorrendo à uma coleção de textos, (todos


mais antigos que o principio da ciência grega) os quais, escritos e codificados a partir de
territórios da raça negra, poderemos buscar as provas da maioria dos dados de posição que
cobrem a maior parte do mundo antigo desde o rio Congo e Zambezi até a costa da
Noruega, desde o Golfo da Guinea (o atual território Yoruba) até a Indonésia, incluindo
sítios tão desconhecidos como o que cobria a Suíça e incluindo cruzes e empalhe da
Rússia Central. Os dados são tão precisos que são uma fonte de inquietude para a
civilização moderna”.

Entre 5000 antes de cristo e 3000 antes de cristo, os africanos haviam descoberto o
cobre, começando desta maneira o desenvolvimento da metalurgia. O começo da ciência
da medicina data de 2500 anos antes do que erroneamente é denominado “ o pai da
medicina ” , Hipócrates, nascer. O grande Africano foi Imhotep, o primeiro gênio
polivalente, que viveu durante o reinado de Zoser. Foi educado em astronomia, astrologia,
arquitetura e literatura e ele desenhou e construiu a primeira pirâmide da história. Entre
5000 e 4000 AC os negros haviam começado a documentar o Mistério Divino – uma
doutrina cujo essência era a teoria da salvação.

O sistema de mistério era uma Ordem Secreta e seus membros eram aceitos através
de iniciação e de uma promessa de não revelar segredos. O ensinamento era gradual e se
realizava oralmente ao neófito.

De baixo dessas condições de segredo absoluto, os negros desenvolveram sistemas


de escritura (código) e ate proibiram seus iniciados escrever o que eles aprendiam. O
sistema de mistério, como uma universidade moderno, era o centro da cultura organizada e
os candidatos guardavam seus templos os quais eram considerados os centros lideres da
educação antiga. O currículo de matérias se repartiria nos seguintes blocos:

1- AS SETE ARTES LIBERAIS: Gramática, aritmética, retórica, dialética,


geometria, astronomia e musica.
2- AS CIÊNCIAS DOS 42 LIVROS DE HERMES.

3- AS CIÊNCIAS DOS MONUMENTOS: Pirâmides, templos, livrarias, obelisco,


esfinges, arquitetura, carpintaria masona, engenharia, escultura, metalurgia, agricultura,
mineração, forestação e arte.

4- AS CIÊNCIAS SECRETAS: Simbolismo numérico, simbolismo geométrico, o


livro da morte, mitos e parábolas.

5- A ORDEM SOCIAL E A PROTEÇÃO: Os Sacerdotes Negros eram também


advogados, juízes, oficiais do governo, homens de negócio, capitães e navegantes.
Herodotus nos conta que “Os Sacerdotes Negros possuíam poderes sobrenaturais, e que
eles haviam sido treinados na filosofia esotérica dos Grandes Mistérios e eram expertos em
Magia. Eles tinham o poder de controlar a mente dos homens (hipnosis), o poder de prever
o futuro (profecia) e o poder sobre a natureza (por exemplo o poder dos Deuses) dando
orem em nome da Divindade e levando a cabo grandes feitos”.

As doutrinas do Sistema de Mistérios estão contidas no Livro dos Mortos e na


Teologia Memphite. Estes dois livros foram o núcleo do conhecimento disponível para o
mundo atual. A Teologia de Memphite, cujo registros se conservam gora no Museu
Britânico, contem os pontos de vistas teológicos, cosmológicos e filosóficos do mundo dos
Africanos Antigos. Data de 700 AC com o nome do faraó que dizia que o havia copiado de
seus ancestrais, ao que se pode encontrar pela época da primeira dinastia de Memphis
entre 4000 e 3500 AC. Outras doutrinas do Sistema de Mistério incluem:

1- A Doutrina do Átom (átomo): A história da Criação da Teologia Memphite.

2- A Doutrina do Movimento Parado: O Deus Fogo, Atom, conta que estava


sentado sem mover-se sobre a colina primitiva, e projetou 8 deuses a partir de várias partes
de seu corpo.

3- A Doutrina do Fogo: A história dos Deuses criados.

4- A Doutrina dos Contrários: Na qual Deus era representado como homem e


como mulher no sistema de mistério.

5- A Doutrina da Mente: Na qual Deus (Osíris) era representado por um olho


aberto, significando Onipotência e Oniciência. Todas as lojas Maçônicas(incluindo Amorc
e Ogboni) utilizam símbolos com o mesmo significado até hoje.

6- A Doutrina do Armonía: Que é a união dos contrários misturados uns com os


outros.
7- A Doutrina da Salvação: Levada a cabo através de métodos de purificação para
elevar o homem do nível de mortal ao imortal, chamado “O Deus Mais Grande”.

8- A Doutrina da Verdade e da Sabedoria: Na qual 10 Virtudes são requeridas para


a felicidade eterna através do auto controle das “10 tentações físicas” principais (bom
temperamento, prudência, fortaleza, justiça, valentia, felicidade, bom propósito, boa
vontade, auto controle e o sentido de uma missão de vida).

9- A Doutrina da Alma: Claramente explicada no Livro dos Mortos.

Todos estes conhecimentos do Sistema Divina do Mistério foram roubados e


seqüestrados, primeiro pelos gregos, depois pelos judeus e romanos e por último pelos
árabes. Mas tarde foram re-embalados, revestidos e apresentados como idéias originais e
“revelações” e assim incorporados como parte da “religião moderna”.

Os Gregos inicialmente chegaram a África como estudantes e voltaram como


famosos “criadores” de idéias e filosofias originalmente formuladas pelos Africanos que
haviam estado em circulação milhares de anos antes destes nascerem.

Aristóteles passou 20 anos aprendendo no Egito, até que Alexandre o Grande foi
saquear as bibliotecas Africanas, levando todos os livros que queria. É sabido que
Aristóteles disse expressamente que só havia escrito alguns poucos livros em toda sua vida,
os Gregos proclamaram em 200AC que Aristóteles havia escrito 400 livros; e depois por
volta de 100DC, a lista havia ido para os 1000 livros! Aparentemente os Gregos haviam
posto Aristóteles como autor de todos os livros Egípcios roubados! As doutrinas roubadas
atribuídas a Aristóteles incluem:

1- A doutrina do Ser no Reino Metafísico

2- A prova da existência de Deus-Teologia Memphite

3- A doutrina da Origem do Mundo: A História da Criação na teologia Memphite-


desde o Caos ate a Ordem, desde o oceano primitivo até a Colônia Primordial.

4- A doutrina do Movimento e o Descanso: A evolução desde o imperfeito até o


perfeito; a lei da evolução.

5- A doutrina da Alma: Um princípio radical da vida.


Todas estas doutrinas descansam na Teologia Memphite e no Livro dos Mortos.
Thales (filosofo grego) nasceu em 585 AC. Foi estudar no Egito. Foi iniciado por
sacerdotes egípcios no sistema divino de mistério. Estudou astronomia, investigação,
engenharia e teologia. As duas idéias adicionadas a ele porém que recebeu no sistema do
mistério são:

1- Que a Água é a fonte de todas as coisas vivas (de toda a vida).

2- Que todas as coisas estão cheias de Deus ( Deus está em tudo).

Pythagoras (Pitágoras, filosofo grego), um nativo de Samos, viajava


freqüentemente para estudar no Egito. Antes de sair em viagem, escreveu para
assegurar-se da permissão dos Sacerdotes Egípcios. Trouxe depois carta de apresentação
desde Polycrates de Samos a Amsis, o rei do Egito. Foi desta maneira apresentado aos
Sacerdotes de Helipolis e Memphis. Se submeteu a iniciação e a circuncisão e lhe foi
permitido o acesso ao sistema de mistério. Foi doutrinado na ciência da Metafísica.
Pythagoras voltou a Grécia para organizar a ciência da matemática entre os gregos. Todas
as suas doutrinas foram adquiridas no sistema do mistério.

Nada deveria dar o homem maior prazer que conhecer e ser capaz de repartir
conhecimento. Não somente se assegura a amplificação dos horizontes conceituais dos que
receberam senão que também serve para preservar o conhecimento da extinção e também
para perpetuar a cultura humana.

Toda esta informação que busco trazer novamente chamando sua atenção como

Chief da Ayelala Family Heritage, foi conhecida à milhares de anos e está ao alcance de
todo aquele confrade e consóror que deve valer-se deste conhecimento e dele beber como
uma fonte de sabedoria. De qualquer maneira, minha contribuição serve para atrair
atenção sobre este grupo de objetivos, esperando que possa abrir os olhos dos confrades e
consóror sobre a realidade da sua existência e sua missão na terra.

Pessoalmente, eu concordaria com uma “ bruxaria ” ligada ao paganismo se as


correntes ancestrais – que dão contexto mitológico às bruxas – não estivessem
rompidas. E é por esta mesma razão que a iniciação nos cultos pagãos ainda se perpetua e
se faz necessária: quando entramos em um culto ancestral, recebemos não só os
ensinamentos acumulados do culto, mas o vínculo espiritual com os ancestrais deste culto,
que é sem dúvida o ponto central de onde toda a sabedoria parte. E é aqui que reside a
diferença entre conhecimento e sabedoria, pois esta última só pode ser obtida com
experiência e memória.
O neopaganismo, por exemplo, tem uma enorme desvantagem neste quesito, desde
que tenta reconstituir o vínculo espiritual muito freqüentemente sem terem a noção precisa
de quem foram estes ancestrais, e muitas vezes tateando através da história e antropologia
para reconstituir fatos, e assim, limitando-se ao “conhecimento” enquanto desbrava-se o
caminho rumo à “ sabedoria ” . Eu diria que isto é uma desvantagem, e não uma
diminuição de valor, desde que a meta é a mesma.

Em especial por conta das ocorrências da Idade Média – no período que foi
nomeado como a “Era das Fogueiras” – muitas pessoas ganharam o direito de clamar
para si a herança “ bruxa ” . Pagãos, judeus, pervertidos, criminosos, alcoviteiras e
feiticeiras foram os indiscutíveis bodes expiatórios que queimaram como “bruxos ”. No
Brasil, especificamente, ondas de novos convertidos ou degradados (ou seja, expulsos de
seus países pela Santa Inquisição), mesclaram suas crenças – unidas por uma espantosa
similaridade – às dos indígenas e negros escravos, dando origem a híbridos singulares e
interessantes. As benzedeiras não devem em nada daquelas que foram julgadas nos
tribunais inquisitórios, e apesar do freqüente rigor cristão da maioria delas, elas continuam
marginalizadas pelo cristianismo moderno. Para elas, nada mudou. É bom ainda ressaltar
que a Inquisição foi um processo de limpeza interna da igreja para livrá-la das heresias.
Este processo que saiu fora do controle, e acabou perseguindo muitos que se consideravam
“ bons cristãos” , mesmo que mantivessem certos costumes remanescentes do paganismo
através do velho catolicismo em uma Europa protestante. O próprio termo “auld faith”,
ou como se traduziu “ Antiga Religião ” era uma alusão ao catolicismo anterior ao
protestantismo, que considerava o culto aos santos – uma derivação pagã – uma grande
heresia. Lutero, por exemplo, apontou a Igreja Católica como a “Sinagoga de Satã” por
este motivo entre outros muitos. E isto, aliás, é um dos motivos pelos quais não é absurda
a cristandade para uma bruxa, apesar da histeria que isto causa entre os bruxos modernos.

É lógico que a própria Igreja Católica possui todo um capítulo negro em sua
história, mas nem por isso deve ser descartada, desde que manteve uma herança viva dos
antigos cultos – disfarçados e distorcidos ou nem tanto.

A diferença que se faz de um “ bruxo” para um “ bruxo tradicional ” é que o


primeiro pode não estar necessariamente ligado a uma ancestralidade mítica conhecida, e
assim, alguns buscam o híbrido “pagão-bruxo” da Wicca exatamente para recompor uma
ancestralidade mítica perdida.
Outros permanecem manifestando seus dons ancorados nas religiões exotéricas,
como o catolicismo, ou dentro do misticismo new age, buscando fortalecer os laços com
seus espíritos guias solitariamente. Um “bruxo tradicional” é um ser já consciente de sua
ancestralidade mítica (ou ainda, de suas plurais ancestralidades míticas), que podem ser
passadas através da família (blood in) ou da adoção como novo parente (blood out).

Não podemos deixar de discutir um outro subgrupo que deve ser apresentado
dentro do contexto tradicional da bruxaria, que remonta de sociedades similares à
Maçonaria, e que operam como “guildas de ofício”. Uma guilda de ofício é basicamente
um grupo que possui uma determinada especialidade.

Antigamente, todas as guildas de ofício possuíam não só um caráter social – mas


um espiritual, já que possuíam suas próprias mitologias ligadas à profissão. Aqueles cuja
profissão era a de ferreiro, por exemplo, prestavam cultos a deidades “ferreiras”, como
Hefestos, Tubelo, Ogum, etc. Com o surgimento destas confrarias, grupos que giravam em
torno de deuses ctônicos, obscuros e marginalizados pela religião oficial também surgiram.
O fato é que estas guildas se formaram através de pessoas que possuíam uma linhagem
ancestral em um determinado culto, e que possibilitavam a adoção de novos “parentes”
ligados ao ofício.

E finalmente para terminar este prefácio não poderia deixar de falar do caráter
“ofício” da bruxaria, temos necessariamente que trazer à memória o arquétipo primordial
do que é uma Bruxa. Aliás, se esta figura sobreviveu aos tempos, é graças à sua imagem
arquetípica.

Particularmente, gosto sempre de relembrar as figuras de Circe e Medeia, mas


outros “personagens” imortalizados nos contos de fadas, no folclore e nas tradições da
terra contam um pouco sobre esta figura assombrosa, magnífica e incompreendida quando
colocada dentro esta sociedade destituída da Tradição Perene. Ela reina absoluta no papel
da resistência necessária que o herói deve enfrentar para que floresça e se torne
imortalizado. Ela é a sábia que perscruta o destino dos homens, que alimenta o fogo dos
vivos com seus remédios fervendo no caldeirão, assim como alimenta o fogo dos mortos
ao jamais esquecê-los. Como podemos observar nas inquebradas tradições ancestrais da

terra, estas mulheres são as nigromantes, curandeiras, feiticeiras e conselheiras… megeras


que são donas de seus narizes e que jamais tiveram ou terão rédeas. A única forma de
domá-las é através da rendição completa, é o dar-se para ter. Sem esta doação, pode-se até
brincar de ser bruxo(a), e manter a esperança de coerência, mas em última instância, é
bom torcer que esta força indomada da natureza, representada por deusas cujos mistérios
são relegados a poucos, nunca preste atenção em você.
 IXEXE LAGBA 

UMA INTRODUÇÃO AO TRADICIONALISMO PRÁTICO

Aboru Aboye o!

Vamos denominar esta seção “Tradicionalismo Prático”, simplesmente para dar


nome a uma prática litúrgica que na África não possui um nome específico, senão pelo
fato de ser uma norma de comportamento habitual, comum e corrente, entre os seguidores
iorubas das Tradições Religiosas deste povo. Essas práticas diferem-se em muito ou pouco,
segundo as zonas, as etnias, a cultura local, as influências externas e à outros fatores
internos e externos que podem alterar os costumes e tradições. Disto resulta uma prática
ritual ou litúrgica muito diversificada e escassamente uniforme, motivo pelo qual estamos
muito longe de afirmar que podemos contar com normas e procedimentos uniformes e
similares em todo o território yorùbá.

Cada família espiritual estendida ou ainda linhagem religiosa, emprega seus


próprios métodos e conceitos litúrgicos e disto provém uma enorme diversificação, as
vezes exagerada na ritualística e no corpo conceitual dos iorubas. É por isto que, para
alguém vindo da cultura ocidental, onde se tem conhecido algumas das modalidades de
sincretismo da religião yorùbá, haverá uma extrema dificuldade em compreender e aceitar
as normas litúrgicas de conduta do tradicionalismo yorùbá.
Entenda-se, pelo conceito “ tradicionalismo ” , a forma pela qual os próprios
iorubas da África têm praticado em suas terras nativas a sua religião, ou seja, seus
conceitos metafísicos e sua maneira cotidiana de atuar liturgicamente falando.

O tradicionalismo cultua certos orisas em certas regiões iorubas, enquanto em


outras não. Ele reconhece certos orisa em algumas aldeias ou cidades iorubas, enquanto
em outras não. Reconhece como orisa algumas divindades em certas cidades, enquanto em
outras simplesmente as reconhece como heróis lendários locais ou vice-versa. Atributos
e/ou certos atributos para um Orisa em determinados lugares, enquanto em outros não os
reconhece ou apenas atribui outras qualidades a eles. Eles usam liturgias em certas áreas
ou regiões, enquanto que para os mesmos fins, usa liturgias diferentes em outras. Emprega
Orin e Orikis diversos e diferentes, pronunciados em diferentes dialetos, para propósitos
similares e dedicados a divindades e orisas semelhantes. São detentores e receptáculos até
hoje de um profundo e completo conhecimento do Corpus Ifá ou Odu Ifá, dependendo da
área, cidade, família e/ou linhagem religiosa, sem expressar esse conhecimento em livros,
cadernos ou tratados por escrito. A transmissão de tal conhecimento continua sendo a
herança oral ancestral.

Você não pode encontrar uma uniformidade em terra Yorùbá na prática das
tradições religiosas, relacionadas à Orisa. Porque eles próprios afirmam que na diversidade
de sua prática religiosa reside a verdadeira liberdade do ser humano para chegar até
Olorun ou Orisa, bem como seus ancestrais solicitam a manifestação de agradecimento de
seus filhos através do uso de seu livre arbítrio. Não há atavismos ou regras estabelecidas
pelos homens para a elevação de suas orações. Os iorubas geralmente não estabelecem
regras rígidas de comportamento litúrgico-ritual, porque para eles isto é guiado,
principalmente, por suas percepções que não são pré-estabelecidas por nada nem por
ninguém. O tradicionalismo é caracterizado por normas elementares básicas, seguidas por
procedimentos litúrgicos mais ou menos complexos, nascidos da percepção espontânea e
da interpretação metafísica da realidade, presente no momento de iniciar as ações rituais.
É por isso que, para atingir um certo objetivo, os iorubas podem agir de diferentes
maneiras dentro do mesmo contexto ritual.

À primeira vista, pode-se dizer que o tradicionalismo é um caos e uma anarquia


litúrgico-ideológica, no entanto, é apenas uma amostra de uma das maiores expressões de
liberdade do espírito que pode encontrar em qualquer religião existente. No
tradicionalismo, o ser humano não é obrigado a regras e procedimentos uniformes, como
se ele fosse parte de um grande exército.
O tradicionalismo não chega à vida do ser humano para levá-lo embora, enchê-lo
de proibições e fazê-lo obedecer à tabus caprichosos e injustificados que limitam suas
liberdades. Pelo contrário, o tradicionalismo vem para a vida do homem para trazer-lhe
liberdade, alegria, bênçãos e Asé; não se limitando apenas as liberdades humanas. A
maioria dos atos rituais tradicionalistas geralmente não seguem rígidos e complicados
padrões litúrgicos preestabelecidos. Não estabelecem obrigações alheias à transmissão
acadêmica e formal da América para tudo o que é feito, ao contrario disto, esta Tradição
Libertária é estabelecida de acordo com a inspiração originada no ato perceptivo que cada
indivíduo ou célula do culto é capaz de assimilar e processar para atingir o princípio
filosofal de Iwa Pele.

Na liturgia de suas ações iniciadoras, muitas famílias e linhagens tradicionalistas


evitam as roupas coloridas em respeito aos seus ancestrais Egunguns. Evitam também a
música profana que atrapalha a paz dos mortos, preservando e enfatizando canções
sagradas e a palavra ante a presença da morte (Iku). Quando fazem seus sacrifícios, evitam
fazer sofrer os animais destinados a estes rituais, cantam para as carnes ou vísceras dos
animais abatidos, preservando a simplicidade e humildade em vez do luxo nos recintos e
salas sagradas de Orisa. Usam como parte de suas fundações/alicerces de Orisa, elementos
como pedras, caracóis e sementes que compõem a maioria de suas fundações para as suas
Deidades. Eles rejeitam em seus atos iniciáticos qualquer manifestação de vida mundana
que possa contaminar a presença sagrada dos Orisas.

Aqui se pode concluir seguramente que o tradicionalismo não é a complexa estrutura


filosófico-litúrgica que muitos querem fazer ser vista e ,principalmente, o que muitos por
aí expressam em suas teorias e hipóteses de todo tipo. O tradicionalismo verdadeiro está
muito além de possuir uma estrutura ideológica e metafísica complexa, que seja somente
acessível aos intelectuais ou aqueles que possuem determinadas atitudes intelectuais
superiores. Tudo isso é INCORRETO! Quem pretende dar a entender que o
tradicionalismo yorùbá está fora do alcance da interpretação de qualquer ser humano
mediano, simplesmente está MENTINDO! O tradicionalismo é um sistema acima de tudo
espontâneo e muito primitivo de crença em energias majoritariamente ligadas as forças da
Natureza e seus eventos. É acessível até para as mentes mais simples que existem neste
mundo, porque suas liturgias, ritualística e teologia, são muito primitivas e elementares.
Não é absolutamente nada complexa, como alguns asseguram por aí. Esta liturgia é tão
simples e elementar que como ela praticamente não existe outra tal...
Por tudo o que aqui foi exposto espero sinceramente que não os venham enganar
aqueles que pretendem fazer do tradicionalismo um complexo sistema litúrgico-ideológico
para o lucro e a comercialização religiosa. Praticar o tradicionalismo é estar cercado de um
passado longínquo, é liberdade plena, é não ter homens líderes nem chefes religiosos, é
responder diretamente aos Irunmoles associados ao seu destino na terra, é ser livre para
adorar nossos Orisas de maneira espontânea, é interpretar livremente nossas percepções e
mensagens subliminares, é estar cercado e acolhido pelos nossos ancestrais e antepassados,
é andar com os Orisas obedecendo os ditames de nosso coração e não cumprindo regras
vazias e estereotipadas, de uma liturgia pré estabelecida pela memória de um “ homem
sagrado ” . É, portanto, queimar, retirar toda a contaminação de natureza humana,
retomando o que é correto pela via ancestral, primitiva, espontânea. Com isso,
vivificando dentro de si mesmo as maravilhas desta fé; portanto isto em seu fim, implicará
na busca da real origem de nós mesmos, naquele lugar onde certamente estaremos mais
perto da fonte original de toda verdade de nosso sublime Criador.

Um praticante de quaisquer dos sincretismos derivados de terras iorubas ou


católicos/afros e etc.; não poderá esperar, portanto que um tradicionalista atue
religiosamente como ele. Geralmente, o tradicionalista saúda os Orisa seguindo os ditames
de seu coração. Ele não pronuncia rezas estereotipadas aprendidas e memorizadas como
um modelo de fabricação para as massas. Na maioria das vezes o seu respeito pelos seus
antepassados mortos é tamanho, que prefere se calar na presença dos mortos, quando estão
ocorrendo sacrifícios e rituais.

O tradicionalista condena a maldade e não a bruxaria e a feitiçaria. Pois, entendem


que a alquimia e a Arte Real que ambas representam na busca de transformação seja pelo
seu sacrifício (oferenda), medicina, dentre muitos outros aspectos. Entretanto, cabe
salientar que o tradicionalista não vive envolto em guerras mágicas infindáveis na qual
venha a fazer uso da bruxaria e feitiçaria de forma inadequada. Quanto a isto Ifá é bastante
claro em sua palavra condenatória. Estes que desafiam Ifá em nome de inimigos ocultos,
rusgas, traições com irresponsabilidade ante seus irmãos de fé, sobrepujam (não escutando
seus mais velhos), tanto físicos quanto religiosos e serão por isto responsabilizados diante
de Olodumare, Ifá e Èsù.

O tradicionalista busca uma plenitude de vida para si e para os seus, de forma


amorosa em seu círculo familiar, respeitando as atribuições de cada filho ou pai dentro de
sua comunidade de Ifá. Coloca-se por muitas vezes acima dos laços de família comum,
fazendo com que sua família espiritual seja estendida para além dos laços sanguíneos e
biológicos. O tradicionalista só reconhece uma força do mal, Ajogun, seu empenho e
movimento são contínuos para que essa força (Ajogun), não se acumule sobre si mesmo.
Dito isto veremos abaixo algumas diretrizes normativas básicas/elementar para nossa
família e seu circulo interno o Ouroboros Awo circle:

Estatuto Interno
NORMAS E DIRETRIZES BÁSICAS/ELEMENTARES
 Todo membro do Ouroboros Awo Circle (O.’.A.’.C.’.), deverá passar pela cerimônia de Isefa e
receber para si o seu colar (ileke Ifá) assim como sua pulseira (ide Ifá) como determinado por
Orunmila em consulta prévia.

 Deverá reconhecer Ifá como Eleri Ipin, a testemunha da Criação, segundo de Olodumare,
porém para todos os efeitos reconhecerá Orunmila como o intérprete por excelência junto a todos
os Orisas, aquele que conhece o destino de todos os seres humanos, por tanto o grande estruturador
de toda a religião e guardião máximo da Tradição. Aqui fica claro então que Orunmila ocupa um
cargo acima dos demais Orisas.

 Reconhecerá a Orí como a deidade ou Orisa mais importante de todas, e cujo mandato está
acima de todos os demais Orisas.

 Se submeterá ao interrogatório de seu Orí para conhecer se tem caminho religioso dentro do
tradicionalismo.

 Deverá receber o fundamento de Orí (Ile Orí), e deverá presidir o mesmo diante de seu
santuário de Orisa como a deidade mais importante em seu Ile Orisa.
 Acima dos ditames e prescrições dos demais Orisas, incluindo à Orunmila, haverá de prevalecer
a hierarquia de seu Ori.

 Praticará oração diária de louvor ao seu Ori, ao seu Orisa, assim como a Orunmila e Olodumare,
sempre lembrando de saudar seus antepassados com os devidos Ibas.

 Cada passo iniciático deverá ser previamente consultado e aprovado por Ori.

 Todo ser humano, sem exceção nem discriminação por crença, gênero ou quaisquer outras
circunstâncias, natural ou não, terá o direito a passar pelas iniciações até aqui mencionadas.

 Todo iniciado junto ao Ouroboros Awo Circle deverá receber seu Ifá contendo 40 Ikins
conforme determinado por Orunmila na fundação da Ayelala Family Heritage. O motivo para isto,
não é outro senão conforme estabelecido por Ifá que, em caso de falecimento de um membro do
Ouroboros Awo Circle, os ritos fúnebres apropriados deverão ser feitos de forma que o Awo tenha
seus olhos tapados com um ikin cada, assim como suas orelhas e também sua boca. Sua cabeça
então receberá os 5 ikins determinados e em suas mãos serão colocados outros 16 ikins. Os outros
19 ikins serão oferecidos aos familiares para a continuidade do culto a ifá e na negativa desta
( família/familiares), serão dadas ao mais velho membro da família Ayelala para os ritos
apropriados de Egungun.

 Todo iniciado no Ouroboros Awo Circle receberá seu Èsù Ifá conforme o pré-estabelecido pelo
nosso rito para movimentação de sua vida e de seu Ase junto à Orunmila Ifá.

 Todo o iniciado de qualquer nível deverá praticar a oração espontânea, o sacrifício e as


oferendas adequadas ao seu Orisa e seus Ancestrais de maneira constante e permanente. Estas sem
motivos de petições ou mudanças a isto relacionado, salva as questões puramente espirituais e
destinadas ao crescimento pessoal e a obtenção de Iwa Pele.

 O Ouroboros Awo Circle se reserva o direito de convocar todos os seus membros a qualquer
momento, que julgar oportuno afim de:

- Reuniões periódicas com os membros do Ilé para transmitir os ensinamentos de Ifá/ Orisas, assim
como os ensinamentos morais e as normas de convivência de acordo com a maneira do caráter
(Iwa), que perseguimos para cada um de nós.

 Todo fundamento de Orisa deverá nascer de outro que por sua vez tenha nascido de outro, e
assim consecutivamente. O fundamento que dará nascimento ao novo, deverá estar presente no
momento do nascimento da nova energia, afim de captar e receber a energia do Ase vinculado,
bem como evitar a perda ou dispersão da energia fluídica procedente de Orisa.

 Não será requisito obrigatório para Isefa uma quantidade determinada mínima de Babalawos,
para levar a cabo o rito. A quantidade não garantirá obrigatoriamente a qualidade nem o Ase do ato
em si.
 Ao início de cada cerimônia do Ouroboros Awo Circle relacionada a Ifá ou Orisa, se dará parte
da oferenda a Èsù e a Ogun.

 As ordens para o estabelecimento de rituais ou as liturgias não respondem a esquemas rígidos


previamente estabelecidos ou modelados, os conteúdos de tais atos tão pouco, porque se considera
que ambas as atividades respondem a criação do ser humano e não a criações divinas. Portanto,
todos os atos litúrgicos e cerimoniais responderão a experiência e ao nível de percepção do
Oficiante, sobretudo, a autenticidade de sua autoridade perante as Deidades para transmitir o Ase a
quem recebe tais consagrações.

 Tanto para os iniciados de Ifá quanto para os de Orisa, não serão fixadas proibições arbitrárias,
nem tão pouco limitações a liberdade do iniciado, salvo aquelas situações muito especiais, que se
mostrem num alto grau de importância para este iniciado. Nestes casos os tabus serão observados e
complementados de forma privativa por cada iniciado. Lembramos aqui que Ifá é um culto à
plenitude de vida, portanto agregador e não aquele que tira algo de alguém.
 IXEXE LAGBA 
HIERARQUIA NO CULTO A ÒRÚNMÍLÀ IFÁ

Muito se tem falado sobre a hierarquia no culto de Òrìsà, isso contribui para o
enriquecimento das informações sobre a religião Afro-Brasileira, mas infelizmente sobre a
hierarquia do culto de Ifá é muito raro encontrar informações confiáveis, sendo assim na
tentativa de contribuir com as informações disponíveis em nosso país estamos divulgando
aqui as orientações hierárquicas conforme estipuladas originalmente em território Yoruba.
PRIMEIRO ESCALÃO-GRUPO CONHECIDO COMO IWAREFA

ARABA- OLUAWO, OLUWO NLA


O titulo de ARABA é o mais importante dentro do culto de ifá, normalmente em
terras yorubas um Araba é escolhido com base em três critérios:

-Conhecimento inquestionável

- Conduta ilibada

- Apoio unânime.

O Araba representa o grupo de Babalawos de uma cidade ou de um país, o que nos


leva a seguinte conclusão, as cidades com maior população de Babalawos tem um critério
de escolha mais exigente do que as cidades de pequenas populações. Em uma cidade
grande para que um Babalawo se torne um Araba ele será questionado por um grupo maior
de sacerdotes. Esses questionamentos podem durar dias, e somente quando todos
Babalawos estiverem satisfeitos com as respostas, a data da cerimônia será marcada.

OBSERVAÇÃO: em uma cidade muito pequena com um grupo muito pequeno de


Babalawos a escolha de um Araba pode ser imediata desde que exista o apoio do grupo.
Existe também uma forma carinhosa de intitular o Babalawo mais velho em um Ile Ifá que
muitas vezes é confundido com o acima mencionado, já que carinhosamente o mais velho
dos sacerdotes dentro da família pode ser chamado de Araba, importante não confundir
esse título familiar restrito há casa da família com o Araba de uma cidade ou de um país.

AKODA

Babalawo Agbalagba preparado para substituir o Araba em caso de morte ocupa


imediatamente o cargo do Araba mantendo os rituais mesmo no período de luto.

ASEDA

Babalawo Agbalagba, o terceiro na hierarquia, preparado para substituir o Akódá.


AGBONGBON

Babalawo especialista em Oriki, considerado a memória da família, capaz de


recitar o conhecimento contido nos versos de ifá durante dias e noites.

ERINMI AWO LODE OWO

Babalawo com conhecimento inquestionável sobre os rituais secretos no Ile Ifá.

AGIRI

Babalawo experiente com profundo conhecimento sobre odu.

AWISE

No Brasil o título de Awise foi divulgado de forma errada, um Awise fala em


nome da família autorizado pelo seu Oluwo ou Araba, sendo assim deve ser um Babalawo
bastante experiente.

SEGUNDO ESCALÃO NO EGBE IFÁ

ALAKEJI

Esse título só pode ser usado por um Babalawo muito experiente. Ele substitui o Oluwo
dentro do Ile Ifá em todas as situações com exceção das iniciações.

ALARA

Babalawo experiente especialista na relação com os iniciados, e iniciações em


geral.

OKUNMERI

Babalawo especialista nas cerimônias internas.

AGUNSIN

Babalawo experiente que acompanha o primeiro escalão em rituais ou festejos


externos, responsável pelo deslocamento dos membros do Egbe Ifá.
ARANISAN


 Babalawo experiente que orienta cerimônia diante de Osun, no ritual de itefa.

AMUKINRO


 Babalawo experiente que orienta os iniciados dentro do Ile Ifá em cerimônias que é
consultado ikin.

KAWOLEHIN


 Babalawo experiente que orienta os iniciados em rituais e festejos internos e externos.

OLUWO


 Existem dois títulos diferentes descritos pela palavra Oluwo, um dentro do ifá e outro
dentro da Sociedade Ogboni, imediatamente superior ao título de Apena na hierarquia.
Nessa abordagem vamos analisar o título restrito ao culto de Ifá. O Oluwo pode ser
escolhido ou não entre os cargos acima citados. O Oluwo é um Babalawo que tem
autorização para iniciar outros Babalawos, não devemos confundir com Olodu, (Babalawo
que possui o assentamento de Iya Odu), o fato isolado de possuir Iya Odu, não o torna um
Oluwo. O Oluwo é o sacerdote que tem a responsabilidade sobre as cerimônias de itefa e
Ìtélodú, sendo assim todas as situações que passo a descrever devem ter a autorização do
Oluwo:

- Consultar ifá com opele ou ikin.

- Submeter se a fazer ebó ou etutu.

- Participar de iniciações ou festejos referentes ao culto de Orunmila e Orisa.

- Fazer iniciações e consultas.

OJUGBONA

O Ojugbona é o Babalawo que participou da iniciação que tem a função de treinar,


mas não tem o poder de autorizar o novo awo para que faça iniciações ou consultas.
BALOGUN

Balogun é um titulo muito importante. O Babalawo escolhido para essa função


deve ser muito experiente para lidar com as questões que envolvem os rituais e as relações
internas e externas da família, no tocante a proteção do Ile Ifá, e seus membros.

SOKINLOJU


 Esse título deve ser dado a um Babalawo antigo dentro do Egbe. É uma espécie de
observador com autoridade para corrigir erros e procedimentos no dia-a-dia do Ile Ifá.

AKOGUN


 Esse título só pode ser dado para um Babalawo experiente, normalmente o Akogun
auxilia ou substitui o Balogun.

SUREPAWO


 Esse título pode ser ocupado por um Babalawo jovem. O Surepawo é encarregado de
pagamentos, compras e afazeres fora do Ile Ifa.

ASAWO


 Babalawo jovem ou Awo kekere que auxilia o Surepawo.

IYANIFA

Iyanifa (aquela que possui ifá, sacerdotisa), também conhecida como Iyaonifa.

IYA APETEBI

Iya apetebi na religião tradicional yoruba é a esposa do Babalawo.

IYANIFA IYA APETEBI

No caso da Iyanifa Iya Apetebi, esposa do Oluwo, do Egbe Ifá, as exigências são
maiores em razão da alteração da hierarquia considerando que o titulo é superior aos
demais remetendo imediatamente a Iya Apetebi e Iyanifa ao segundo cargo dentro do Egbe
ifá.
IYALODE AWO


 Iyanifa líder das mulheres no Egbe Ifá

AJIGBEDA AWO


 Iyanifa experiente auxiliar da Iyalode. E assim por diante...

Penso ter aqui descrito ainda que superficialmente a estrutura básica de uma
comunidade EGBE IFÁ a qual futuramente Orunmila Ifá nos permitirá estruturar dentro de
nossa humilde família.

Para todos os cargos acima descritos vale ainda salientar as normas de diretrizes
universais do culto de Orunmila Ifá na Terra:

Ifá não tem dogma!

A sabedoria dos antepassados é um corpo físico, e espiritualmente conscientemente


crescente em sabedoria baseada na observação e experiência.

Ifá ensina o desenvolvimento do bom caráter como uma forma de interagir


eficazmente com o Eu e o mundo.
Na cultura yorùbá tradicional se inicia o mistério ou awo de Ợ bàtálá que têm a
sagrada responsabilidade de preservar os códigos de conduta que os antepassados usaram
para facilitar a jornada do iniciado nos mistérios.

Ifá é a voz de Deus revelada por Òrúnmìlá através do oráculo, ela está guardada em
256 compartimentos chamados Odù, estes Odù podem ser maiores ou menores, o jogo de
búzios utiliza apenas os Odù méjì (os maiores que chamamos Olódù), somente um
Bàbáláwo pode revelar o que os outros 240 estão trazendo como mensagem através do
Òpèlè Ifá (corrente divinatória) ou dos Ikin (sementes de dendê).

Dentre os Odù maiores estão os méjì, ou seja, Éjì Ogbè (Éjì Onilé), Ìwòrì méjì
(Éjìlàseborá), Òbàrà méjì, Òsá méjì e entre os Odù menores (podemos chama-los de Omó
Odù) está Ìká’fún (Ìká Òfún), guardião de uma parte dos ensinamentos das Leis Sagradas
de nossa religião. Neste compartimento encontraremos as Leis Sagradas do
comportamento humano dentro da religiosidade e vida social.

Quando os Maiores (os Irunmolé) chegaram a Terra, fizeram todos os tipos de coisas
erradas que foram avisados que não fizessem. Então, começaram a morrer um atrás do
outro e, desesperados, puseram-se a gritar e a acusar Òrúnmìlá de está-los assassinando.
Òrúnmìlá então se defendeu dizendo que não era ele que os estava matando. Òrúnmìlá
disse que os maiores estavam morrendo porque não cumpriam os mandamentos de Ifá.

Então Ifá disse:

A habilidade de comportar-se com honra é obedecer aos mandamentos de Ifá, o que é


de sua inteira responsabilidade. A habilidade de comportar-se com honra e obedecer aos
mandamentos de Ifá são minhas responsabilidades também.

Chefe Fama em seu livro Fundamentos do Culto yorùbá Religião de Òrìşà descreve
esses códigos de conduta e como eles aparecem no Odu Ifá Ika funfun.

Estes códigos são configurados como tabus.

Aqueles que honram esses tabus receberão uma bênção de vida longa.

Na cultura yorùbá tradicional na bênção de vida longa, a pessoa cumpriu o seu


destino.

Eles tomaram a jornada do iniciado que escolhem para si esta jornada no tempo entre
encarnações.
Os tabus são como se segue:

1º Mandamento:

Eles, os 16 Maiores, caminhavam em busca da Terra Prometida, Ilè Ifé, a Terra do


Amor, para pedirem Ire Aiku (o bem da longevidade) ao Deus Supremo, Olódùmarè.

Então perguntaram a Òrúnmìlá:

“ Viveremos vida longa como foi prometido por Olódùmarè quando foi feita a
consulta através do oráculo de Ifá?”

E eles (os adivinhos), responderam:

“Aquele que pretende vida longa, que não chame esúrú”. (Tipo de inhame parecido
com pequenas batatas. Chamar esúrú significa falar do que não se sabe).

Significado do 1º mandamento:

O sacerdote não deve enganar ao seu semelhante acenando com conhecimentos que
não possui.

Interpretação:

O sacerdote não deve dizer o que não sabe, ou seja, passar ensinamentos incorretos ou
que não tenham sido transmitidos pelos seus mestres e mais velhos. É necessário o
conhecimento verdadeiro para a prática da verdadeira religião.

Mensagem:

Existe uma epidemia em nossa comunidade na qual os mais velhos fazem de tudo
ou qualquer coisa, a ter que admitir que não tem a resposta para uma pergunta.

Ninguém deve saber tudo o que existe, por isso que construímos uma comunidade.

Se você não sabe a resposta a uma pergunta, Ifá diz que diz que não saber a resposta
não é vergonha, apenas faça um esforço para pedir a alguém que tem a informação
necessária.
Quem abusa da confiança do próximo, enganando-o e manipulando-o através da
ignorância religiosa, sofrerá graves consequências pelos seus atos. A natureza se
incumbirá de cobrar os erros cometidos e isto se refletirá em sua descendência
consanguínea e espiritual.

2º Mandamento:

Eles avisaram aos Maiores que não chamassem a todos de esúrú. (Chamar a todos de
“esúrú” é considerar todas as coisas como contas sagradas).

Significado do 2º Mandamento:

O sacerdote deve saber distinguir entre o ser profano e o ser sagrado, o ato profano e
o ato sagrado, o objeto profano e o objeto sagrado.

Interpretação:

Não se pode proceder a ritual sem que se tenha investidura e conhecimento básico
para realizá-los. Chamar a todos de esúrú, é considerar a todos, indiscriminadamente,
como seres talhados para a missão sacerdotal, o que é uma inverdade ou, o que é pior, uma
manipulação de interesses. Da mesma forma que nem todas as contas servem para
formar-se o eleké (colar) de um Òrìsà (como as contas sagradas), nem todos os seres
humanos nasceram fadados para a prática sacerdotal.

Mensagem:

Em Ifá nossos idosos tomaram a decisão de que quando alguém está pronto para fazer
alguma coisa eles nos darão a permissão.

Muitas vezes aqueles que são recém-iniciados decidem em seu ímpeto que estão
prontos para se tornar independente, cortam toda a comunicação com seus professores e
não trabalham de forma totalmente qualificado para executar as tarefas inerentes ao cargo.

Em última análise, essa abordagem mina a credibilidade dos “autos proclamados”


mais velho, e resulta em grande prejuízo para aqueles que inocentemente irão para
orientação.
Para ser um sacerdote de Ifá, são necessários inúmeros atributos morais, intelectuais,
procedimentais e vocacionais. A simples iniciação de um ser profano, desprovido destes
atributos básicos e essenciais, não o habilita como um sacerdote legítimo e legitimado. Da
má interpretação e inobservância deste mandamento resulta a grande quantidade de maus
sacerdotes que proliferam hoje em dia dentro do Culto de Òrúnmìlá. Ai observa-se a
diferença entre “ser bàbáláwo” e “estar bàbáláwo”.

Aquele que se submete à iniciação visando tão somente o status de bàbáláwo, jamais
será um verdadeiro sacerdote de Òrúnmìlá. “ Estará ” bàbáláwo, cargo adquirido pela
iniciação, mas jamais “será” bàbáláwo, condição imposta por sua vocação, dedicação e
desprendimento. Cabe ao sacerdote que procede a iniciação escolher, com muito critério,
aqueles que são realmente dignos do sacerdócio.

3º Mandamento:

Eles avisaram que não chamassem forças, da forma errada “ódidé”. (Uma referência
às aves noturnas e misteriosas, que se nutrem de sangue. Dar maus conselhos e orientações
erradas é expor as pessoas aos perigos de energias maléficas e sem controle).

Significado do 3º mandamento:

O sacerdote nunca deve desencaminhar as pessoas dando-lhes maus conselhos e


orientações erradas.

Interpretação:

É inadmissível que um sacerdote se utilize do seu poder e do seu conhecimento


religioso para, em proveito próprio, induzir ao erro aqueles que o seguem. Ao agirem desta
forma, assumem a postura das aves noturnas que, nas trevas, saciam suas necessidades
com o sacrifício e o sangue dos outros.

Mensagem:

"Ódidé". (Uma referência às aves noturnas e misteriosas que se nutrem de sangue.


Dar maus conselhos e orientações erradas é expor as pessoas aos perigos de energias
maléficas e sem controle). A violação mais comum desse tabu é a discussão interminável
sobre que maneira é o melhor caminho.
Esta é uma variação sobre a noção de que meu Deus é melhor do que o seu Deus.

Levam a disputas maléficas e desnecessárias sobre a questão de saber se, Lucumi,


Santeria, Candomblé ou Ifá Tradicional são corretos e qual o melhor caminho; tudo isso é
inútil.

Uma das mais importantes funções do sacerdote é orientar seu discípulo,


conduzindo-o ao caminho correto, ao encontro do “ire” (boa sorte), de acordo com os
ditames estabelecidos por seu Odù pessoal e seus Òrìsà de cabeça. Quem chega aos pés de
Òrúnmìlá para consultar seu oráculo em busca de soluções, deve ser orientado pelo
sacerdote corretamente, independente do interesse deste como olhador. A pessoa que
chega com um problema deve ter seu problema solucionado e não vê-lo acrescentado de
outros criados artificialmente com o fito de proporcionar a quem a consulta, vantagens
financeiras ou possibilidade de conquistas e abusos.

4º Mandamento:

Eles avisaram que não dissessem que as folhas sagradas do Àràbà (Ceiba Pethandra),
são folhas da árvore “oriro”.
(Tudo deve ser feito de acordo com os ditames e os preceitos religiosos. A simples
troca de uma simples folha pode ocasionar consequências maléficas ou tornar sem efeito
um grande ebó da mesma forma que as folhas do Àràbà não são iguais às folhas de oriro).

Significado do 4º Mandamento:

O sacerdote não pode, em nenhuma condição, utilizar-se de falsos recursos,


fornecendo coisas sem validade religiosa como elementos de segurança ou de culto.

Interpretação:

Os procedimentos litúrgicos devem ser observados integralmente e a ninguém cabe o


direito de fazer “isto” por “aquilo” quando em “aquilo” é que está a solução.

Mensagem:

Tudo deve ser feito de acordo com os ditames e os preceitos religiosos. A simples
troca de uma simples folha pode ocasionar consequências maléficas ou tornar sem efeito
um grande ẹ bợ da mesma forma que as folhas do Àràbà não são iguais às folhas de
Oriro.
Esse tabu é contra a síndrome do tigre de papel, a tendência em algumas comunidades
para compensar/criar problemas não existentes e vender soluções inúteis, rituais que
parecem ser eficazes, porque o problema central era uma ilusão.

Aquele que utiliza de meios escusos e enganosos contra seus semelhantes será
culpado do crime de abuso de confiança. Usando de artifícios e mentiras contra as pessoas
inocentes e de bom coração, o sacerdote provoca o descontentamento de Òrúnmìlá e a
consequente ira de Elégbará, e isto não é bom. Cada entidade espiritual possui um nome
individual, de acordo com a determinação de Olódùmarè (Deus).

Da mesma forma, Èsù possui nome e identidade própria, assim como atributos
específicos. É inadmissível, portanto, que esta Entidade tão sagrada e importante dentro do
culto, seja assentada e entregue de maneira irresponsável, e que aqueles que a recebem
permaneçam ignorantes do seu nome, qualidade, forma de tratamento e especificidade de
função.
Sentença:
Òrúnmìlá é aquele que nos olha com amor, não façamos com que ele nos olhe com
desprezo.

5.

Eles avisaram que, não deveriam mergulhar fundo, aqueles que ainda não soubessem
nadar.

(O "saber" é fundamental para quem quer "fazer". Para tanto, é necessário o "poder",
que só a iniciação pode outorgar).

Comentário: essa admoestação estabelece a diferença entre esses idosos que


acreditam que a comunidade deve servi-los e os anciãos que entendem que a sua
responsabilidade é servir a comunidade.

6.

Eles avisaram que fossem humildes e nunca, jamais, agissem com egoísmo.

(Humildade e desprendimento são atributos indispensáveis de um verdadeiro


sacerdote).
Comentário: O babalawo não deve ser vaidoso de seus poderes, mas consciente deles.

Não deve agir somente visando o próprio benefício, ele existe para servir e não para ser
servido.

7.

Eles não devem entrar na casa do Akàlá dolosamente, isto é, não devem ser
traiçoeiros.

Comentário: entrar em uma casa yorùbá tradicional, sem permissão criando a


impressão de más intenções. Ifá diz que, mesmo o simples gesto de causar má impressão
de traição é um tabu.

8.

Eles avisaram que não deveriam usar as penas "ikodidé" para limparem os seus
traseiros.

(A pena do ikodidé é um dos símbolos mais sagrados dentro do culto e, por este
motivo, jamais deverá ser profanada).

Comentário: cada iniciado tem tabus pessoais com base na adivinhação feita durante a
sua iniciação. Tabu não foi concebido para inibir o comportamento; tabu é projetado para
criar limites positivos, em que o comportamento adequado se torna automático. Por
exemplo, um tabu contra a bebida é um tabu contra o comportamento potencialmente
autodestrutivo.

9.

Eles avisaram que não deveriam defecar no epo.

(A sujeira e a falta de higiene são incompatíveis com o rito).

Comentário: além de tabu pessoal há tabus gerais de uma sociedade Egbe ou de um


espírito particular. Honrando os tabus de uma Egbe(família), cria confiança e confiança é
a base que faz o ritual se tornar eficaz.
10.

Eles avisaram que não deveriam urinar dentro do àfò.

(O àfò é o local onde se fabrica o azeite de dendê em terra yorùbá).

Comentário: esta é uma referência para honrar os tabus gerais que regulam a
comunidade e a cultura.

Por exemplo, deferência aos mais velhos é uma obrigação tácita de que raramente
aparece em adivinhação porque ela é fundamental para toda a família estendida e ensinada
como parte do treinamento de uma casa em geral.

11.

Eles avisaram que não se deve retirar a bengala de um cego.

(A bengala de um cego substitui seus olhos e indica os obstáculos que se interpõem


em seu caminho).

Comentário: esta é uma manifestação da ideia de Ifá que com você a minha vida fica
melhor e que, se você sofrer eu sofro.

Proteger o infeliz também faz parte da disciplina de aprender a humildade. É uma


maneira de contar as nossas bênçãos e também de proteção à nossa vida sem cometer o
tabu de arrogância.

12.

Eles não devem tirar a bengala de uma pessoa idosa, isto é, deve-se respeitar e ser
bom para os idosos.

Comentário: na cultura yorùbá tradicional o velho e o jovem são considerados


fundamentais para os Imortais.

Os jovens, porque eles são recém-chegado na Terra, a terra dos ancestrais e os velhos,
porque eles estão fazendo preparativos para o regresso ao reino dos ancestrais.

Ambos os jovens e os velhos são considerados mensageiros do Espírito.

Tratá-los amavelmente é manter-se aberto a orientação espiritual.


13.

Eles não devem tomar a mulher de Ogboni, isto é, deve-se respeitar as leis morais.

Comentário: no comportamento tradicional cultura yorùbá promiscuidade é


considerado algo perturbador.

14.

Eles não devem tomar a esposa de um amigo, ou seja, para não trair um amigo.

Comentário: a confiança é o elemento mais difícil em uma relação de se corrigir uma


vez ele está quebrado.

A maneira de manter a confiança é ser honesto e manter sua palavra.

15.

Eles não devem procurar saber e nem discutir segredos, ou seja, não trair a confiança.

Comentário: esta é uma expressão clara do tabu contra a fofoca.

16.

Eles não devem desrespeitar ou fazer amor com a esposa de um Babalawo.

Comentário: isto significa honrar a santidade da família de outra pessoa.

Se um awo é responsável pela saúde, felicidade e bem-estar da família como um todo,


ataca sua família imediatamente obterá para si e sua comunidade consequências negativas.

No Mito da Criação de Ifá Ợ bàtálá desce de uma corrente vindo do reino dos
Imortais para o reino da vida na Terra.

Esta corrente é um símbolo em forma de uma dupla hélice usada como estrutura do
DNA.

A viagem para a Terra é uma referência para o surgimento do potencial escondido ou


latente do reino da realidade física.
Quando você está no útero você carrega potencial por cumprir, e depois que você
nasce esse potencial começa a se manifestar.

Ifá é muito claro em sua descrição do ventre como a passagem entre o reino dos
Imortais e da Terra, é a passagem que permite a reencarnação ou atunwa. Esta passagem é
chamada de Rio Azul como uma referência para a cor do sangue no interior do corpo
humano.

Na língua sagrada de Ifá a manifestação de qualquer potencial oculto, ou latente é


descrita simbolicamente como a viagem desde o Ìkợlé Ợrùn para Ìkợlé Aye.

Ìkợlé Ợrùn significa, cumprimentando a Casa do reino imortal.

Ìkợlé Aye significa, cumprimentando a Casa da Terra.

Quando os Yorùbá falam de Aye eles estão falando da crosta ao redor da superfície da
Terra, e não toda a Terra.

A palavra para toda a Terra é Onilè.

Aye é descrito em Ifá como o ponto de encontro entre o visível e as dimensões


invisíveis.

O conceito de Ifá Ìk ợ lé Ợ rùn está muito mais próximo ao que a física chama a
quinta dimensão.

Ìkợlé Ợrùn existe ao nosso redor. É parte do espectro de luz invisível.

Os seres humanos veem apenas uma pequena banda de luz no meio da gama total de
frequências. Se você fosse capaz de fazer algo que permita que você veja todo o espectro
de luz você iria ver a dimensão invisível (Isso acontece quando estamos no reino invisível,
levados pelo awo do omi Ợrùn).

Abrir nossos olhos para o Ìkợlé Ợrùn é o propósito da iniciação no awo do Òrìsà.

A referência de Ifá para o ala na palavra Ợ bàtálá é uma referência para todo o
espectro de luz. À medida que progredimos ao longo da jornada do iniciado, nossa visão
de luz é aumentada.
Aqueles que são capazes de ver a dimensão invisível dizem que é uma realidade que é
coexiste com a gente. Quando você vê, você pode interagir com ela de uma forma muito
direta.

Você pode ver conflito em sua origem e resolver problemas antes que eles se
manifestem no mundo físico ou no Ìkợlé Aye.

Se você for a África e os anciãos começarem a falar sobre entrar no Ợrùn e voltar
para o Aye, você terá uma ideia de que eles estão falando de algo muito real e muito
tangível.

Em alguns lugares da África, há gateways ou portais para a quinta dimensão, onde as


pessoas caminham através do portal e desaparecem de vista, em seguida, reaparecem
através da mesma abertura.

Estas aberturas são chamadas de Odu, quando eles ocorrem naturalmente na Natureza,
eles são chamados Igbodù que significa ventre da floresta.

Ợbàtálá veio do Ìkợlé Ợrùn para o Ìkợlé Aye ao descer de uma corrente com uma
concha, uma galinha-d'angola, areia e um Ikin.

Ele derramou a areia nas águas, e então ele largou a galinha na Terra. A galinha
começou a ciscar na areia e fez a massa de terra em primeiro lugar.

Esta terra é chamada Ile Ife.

As palavras Ile Ifè significam Casa do Amor.

É uma referência para a massa de terra primordial do primeiro lugar, e é o nome da


cidade sagrada de Ifá que está atualmente no Estado de Òşun na Nigéria.

Segundo Ifá a Terra foi criada para ser a Casa do Amor.

Isto significa que o amor é o fundamento de toda a realidade visual.

O trabalho de criação de Ile Ife foi o esforço conjunto entre Ợ bàtálá e sua esposa
Yemòwó.

As Forças de contração e expansão nos uniram com o Espírito Masculino e Feminino


para criar a Casa do amor.
É a mesma conjunção do Espírito e para onde voltamos o nosso esforço com a
intenção de manter de forma original,o nosso lugar de origem dentro da Ayelala Family
Heritage.

Nos sagrados laços da Fraternidade Universal de Amor e Paz;

Chief Ososegun Aye’la


Babarinde Ayoka Ifasowunmi
Ayindé Olusoji Oyekale
Egbe’Doyin
Osayin’Sowunmi
Capítulo 1 - LIBAÇÃO
Libação é o ato de derramar água, bebida, sangue ou outros líquidos com finalidade
religiosa ou ritual em honra a um deus ou divindade. Podemos observar essa prática de
libação na Roma ou na antiga Grécia, quando descendentes ofereciam aos seus deuses,
que eram familiares mortos, a libação do vinho, do leite e do mel para que estes pudessem
sorver o alimento de que precisavam, ainda que debaixo da terra. Assim também o é
dentro da Tradição do Culto Ancestral Yoruba. A Seguir veremos de a forma prática com
que isto se efetiva dentro da nossa Tradição.

1.0
Todo ato litúrgico deve ser bem organizado para ser eficaz. Ele precisa ser bem
organizado para ter a formação adequada partindo da fonte através do canal (rio) para
então encontrar o destino (mar). A cabaça pequena deve ser colocada na maior e não o
contrário, para evitar que ela se quebre. Isso também é aplicável para as etapas do
processo litúrgico.
O processo deve seguir passo a passo como é visto abaixo:

*Mastigar 7 sementes de ataare (mulher) ou 9 (homem) e rezar o encantamento acima.

 VFV PARA TUDO QUE SAIR DA SUA


Tradução
BOA TENHA ÀXC (PODER).

Vjv ti ejo sv ni O dia em que a cobra pica


alguém
Vjv na ni oro rc ngoke
É naquele mesmo dia em que seu veneno
sobe a pessoa Qualquer coisa que eu...,
Ohun ti emi...(Seu nome)...ba wi loni falar hoje
Dandan ni ko xc
Que tenha Ase!
Olu gbongaga
Olu gbongaga
Vjv ti o ba fi oju kan aiye
No dia em que ele chega na terra É o
mesmo dia em que ele volta para dormir
Vjv na ni tun lv sun ode Vrun Bi
no Céu
Akerejupon ba fi ori la ilc
Se akerejupon bate a cabeça no chão
Vjv na ni kan ilc pa
Este é o mesmo dia em que ele mata a
Tori pe atare ki di tirc labv terra de tanta chifrada Porque a
pimenta da costa (ataare) nunca
nasce sobrando.

Como é usual na tradição iorubá, Omi tutu (água fresca e potável) é uma das
primeiras coisas que um anfitrião oferece a um convidado quando ele visita sua casa.
No aspecto religioso, na prática de Ifá e Orisá, quando um sacerdote anfitrião oferece
Omi tutu a um sacerdote convidado significa amor e paz. Em resposta a este bom gosto,
o convidado pegará o tutu Omi do anfitrião, oferecerá libação e rezará pelo bem-estar
geral de todos. Geralmente, o Omi tutu que é oferecido desta forma é preservado em
um igba ìmumi (recipiente tipo cabaça).

*Proferi o seguinte oforé para ativação do elemento água.


Alólòro (3X3)

Atirc vrun akalamagbo oju a rowvn toki (3X3)

Awvn ni wvn lo dafa fun olomi tutú |hin tinxe aya agbvnmiregun!
(3X3)

Eke Eku, Eriwo ifc, Orunmila gba gbe erigi alv baba ojc olomi
tutu rc fun iku pa o (3X3)

Ki c mama fun Iku pa o, cniti ofun ni lobi (3X3)

Ki c mama fun Arun xe o, cniti ofun ni lobi (3X3)

Ki c mama fun Oxo pa o, cniti ofun ni lobi (3X3)

Ki c ma fi fun Oxo pa o, cniti ofun ni lobi (3X3)

Ki c mama fun Ajc jc o, cniti ofun ni lobi (3X3)

Ki c ma fi fun Ajc jc o, cniti ofun ni lobi (3X3)

Ki c mama fun Èxù xe o, cniti ofun ni lobi (3X3)

Ki c ma fí silé fun Èxù xe o, cniti ofun ni lobi (3X3)

Ki c mama fun Oran xe o, cniti ofun ni lobi (3X3)

Ki c ma fi fun Oran xe o, cniti ofun ni lobi (3X3)

Ki c mama fun Ijá, cniti ofun ni lobi (3X3)

Ki c ma fi sile fun Ijá o, cniti ofun ni lobi (3X3)

Ki c mama fun Cjo xe, cniti ofun ni lobi (3X3)

Ki c mama fun Oxí xe, cniti ofun ni lobi (3X3)

Ki c mama fun Vta pa o, cniti ofun ni lobi (3X3)

Ki c ma fi fun Vta pa o, cniti ofun ni lobi (3X3)

Ki c ma fi sile fun Vta pa o, cniti ofun ni lobi (3X3)

Ki c mama fun Ija xe o, cniti ofun ni lobi (3X3)

Ki c mama fun Ofo xe o, cniti ofun ni lobi (3X3)

Ki c ma fi sile fun Ofo xe o, cniti ofun ni lobi (3X3)


Crin da pa tìí c orun (3X3)

Cfon da pa tìí c orun (3X3)

Omi ni kan xoxo c lo da pa tìí ko orun lae-lae (3X3)

Ipa omi tutu ni ki gbona ile tutu, vna tutu

Awvn ni wvn lo dafa fun oluwcri

Ajc ti aye ipa omi tutu ni kii gbona

Cjc ko ti odundun

Cjc ko ti orinrin

Invn oni jo oni pa odo, kò mama odo laxc fun Axc tawa

Ká ta síl| (derramar três pingos no chão)

Ká tá s}nu (beber três goles)

Ká tá j} til| pz ju tenu


A díá fún Omi


Tí xègb<n wúre


Kín la ń ta síl| ká tó wúre?

Omi la ń ta síl| ká tó wúre

Ilé tútù,

Znà tútù,

Tútù tútù làá bálé Olúwcri,

Ilée wa mó gbòóná o, Znà ó m< gbòóná m< wa. Axc!

Tradução referencial:

Devemos derramar no solo,

Devemos derramar na boca

A do solo não poderá ultrapassar a da boca,

Esta foi a declaração de Ifá para a água,


Que normalmente vem antes de quaisquer súplicas,

O que é que devemos derramar antes de rezar?

É água, é água que devemos derramar antes de rezar...

Permita que nossas casas estejam frescas e em paz.

Permita que nós fiquemos frescos e em paz

É fresco e em paz que encontramos a casa de Oluweri,

Não permita que nossas casas estejam quentes e inconfortáveis,

Não permita que nossos caminhos estejam quentes e inconfortá


veis.

Assim será.

Provérbio Yorubá:

Àgbàrà nlá ní yabè sí poro

A díá fún ìbà tó n svmv Olódùmarè

Gbogbo ìwòrò ìszp|

Cj} á máa júbà á tó xawo.

...É uma grande Torrente (Tempestade) que

destrói os montes na fazenda.

Foi quem realizou adivinhação para Ìbà


(Reverência).

Que é descendente de Olódùmarè

Seguidores de Òpè (Orunmila)

Devemos fazer reverência (Ìbà) antes de fazer


as coisas...
O primeiro passo a seguir na oração é a reverência. Devemos prestar homenagem a

quem deve ser feito. O primeiro conjunto para dar reverência, é para as forças invisíveis.

Deve começar a partir do Imolè (ambos Irúnmolès, Igbamolè ojùkòtún àti Igbamolè

òjùkòsì) e os Òrìsàs, até os antepassados. A importância disso é que eles nos ajudem a

corrigir as anomalias caso haja um erro, como ser humano falível. Uma vez que chamamos;

nós lhe demos a respectiva reverência, a devida honra, dando-lhe a entender que eles

sabem muito mais do que nós e lhes pedir para corrigir qualquer anomalia que possamos

ter cometido, e assim eles certamente irão fazê-lo. Um exemplo disso pode ser encontrado

no Odù Òtúrúpòn Méjì. E durante a nossa oração enquanto prestamos as devidas

reverências e rendemos homenagem, podemos citar o seguinte versículo, que diz:

 ÒTÙRÚPÒN MÉJÌ PARA


Tradução
APOIO DOS ANCESTRAIS

O choro tornou-se um grito de misericórdia


Ckún dckún àánú

Ìyèrè tornou-se Ìyèrè por lamento
Ìy|r| dìy|r| arò

A odisseia em si tornou-se em alguém que se
chama o Orí
Zrz dunnidunni dohun àtibórí cni sv
II II Devemos nos ajoelhar para cumprimentar
nossos anciãos.
Ká kúnl| ká kárá iwájú

II II
Devemos nos ajoelhar para cumprimentar
nossos filhos.
I I Ká kúnl| ká kérò |yìn

Nossos anciãos são os Eégún
II II Ará iwájú ni Eégún

Nossos filhos são Òrìsàs

Èrò |yìn ni Òrìxà
 Veja como a vida de alguém é legal

Um caracol não pode fazer vários sons


C wo yíyc tí ycni
 dentro do prato
Uma perna só não pode andar
Owó kan ò ró sckcsckc láwo

Como se recusar a levar uma mensagem
Cs| kan ò xe gìrìgìrì tznà
 para uma pessoa eminente?

Os olhos, sendo dois, vêem claramente


Ztztò ènìyàn xe é bcni l<ràn tá è é
j}? As pernas, sendo duas, movem-se no caminho
convenientemente

Ojú xe méjì ó wóran
 As nádegas, sendo duas, sentem-se


confortavelmente
Cs| xe méjì ó tznà

Pèpé é o padre da casa

Bèbèdì xe méjì ó jòkó l}rí
 Òtìtà gègèrè é o visitante Awo

A vagem do melão, queimada pelo fogo não


Pèpé lawo ilé
 dá nenhum som de lamentação

O pardal quando ele faz o seu ninho


Òtìtà gègèrè lawo òde

Este não faz na superfície horizontal ou
vertical
Ògúnná ò dun bàrà kó fvhùn alákeji
Nem toca a água (não o faz ao lado do rio)
Alápàánd|d| ló k<lé tán

Nem toca o teto

Ó k<jú r| sódòòdoo
 Não o expõe ao céu

Este não tem fundamento no chão


Kò mú un kanmi

Este olha Olódùmarè no rosto
Kò mú un kànkè

Este vê os seres terrestres na boca

Kò yaruru rè s’>l<run Altamente se recusa a se jogar no chão

Kò fìpìlè r| til| níl|
 Foram aqueles que profetizaram Ifá para


Oyèpolú

Ó w’Olódùmarè lójúlójú
 O filho de um chefe sacerdote de Ifè

Seu pai morreu quando ele era apenas uma


Ó womo aráyé l|nul|nu
 criança

Oyèpolú não sabia como profetizar Ifa


Ààtàn gègèrè

Eu não sabia como fazer impressões de Ifa
A díá fún Oyèpolú

Ele também não sabia como realizar os
rituais
Vmv ìxòrò níf|

Ele nunca acompanhou seu pai para
participar de um festival em Ifè
Baba rè fi sílè kú lé lé je
Nem quando fazia os rituais
Oyèpolú kò mo dídá vw<

Eles colocaram os artigos do ritual no chão
Kò mo òtìt| al|
 diante dele

Ele começou a lamentar


Kò mo zkara cbv ní híha

Eles disseram que o espírito de seu pai o
ajudará
Kò bá won dÓtù If| xvdún rí
Ele disse: "Se a água é o que deve ser
Ató tórí p}l}bo xcbo
 derramado no chão primeiro, eu não sei"

Sacerdote do além!
W<n wá kó ohun orò síl|

Venha e corrija este ritual para mim,
Ó bú púrú s}kún

! Sacerdote do além!

Wón ní orí baba rc ó máa ràn o xe

Ó ní bómi ni w<n k<k< ta síl|

Òun kò mò


Ìxòrò òrun!


No verso de Ifa anterior, Oyèpolú foi apresentado como ignorante e como alguém que
não é competente. Portanto, não era de admirar as pessoas, o fato de que ele poderia
cometer um erro. Ele já havia dado ao sacerdote invisível ou ao grande sacerdote do além,
incluindo o pai dele, a tarefa, de alterar, neste caso, qualquer erro ou anomalia.

Em muitas ocasiões, o tempo não era suficiente para que alguém pudesse citar os versos
de Ifa referentes ao que estava sendo feito. Como tal em uma situação, especialmente
durante uma oração improvisada, pode-se fazer uma espécie de alusão (breve referência)
apenas para indicar o que Ifa está dizendo em essência. Nesse versículo, por exemplo, se
alguém deseja reverenciar ou prestar homenagem, pode-se dizer:
Venero o IMOLÉ, os ÒRÌSÁS, os meus antepassados, bem como todos os pais falecidos.
Eu chamo você para me ajudar a fazer esse sacrifício e / ou oração aceitável. Imploro-lhe
que me ajude a corrigir qualquer anomalia que possa ocorrer durante o processo de
realização do sacrifício ou da oração. De acordo com Ifá, quando Oyèpolú, filho de um
sacerdote principal de Ifè deseja fazer seus rituais e orar, invocou os pais falecidos para
ajudá-lo em caso de erro e modificação.

Seu sacrifício foi aceito e suas orações responderam. Portanto, invoco os sacerdotes
falecidos para me dar a mesma ajuda que Oyèpolú obteve.

Fazer a alusão ou referência ao acima citado, é mais ou menos a mesma coisa que
recitar os versos Ifa. Mas quando há tempo suficiente, especialmente enquanto se reza no
Ilé do Òrìsà, antes de qualquer Òrìsà, ao fazer ebo ou durante uma oração anual, o correto
é citar os versos diretamente como está no Odù de Ifá.

Além disso, depois de ter feito referência aos sacerdotes falecidos, também deve-se dar
reverência aos Awo vivos (sacerdotes) que podem ser maiores do que você. A reverência
também será dada a contemporâneos e menores que você. A relevância da reverência para
a eficácia das orações não pode ser medida. Um verso do Odù de Ifá Òwónrín Méjì diz:

“Vl<bznhùnbvnhùn ló wvnú ìkòkò òdù

Ó fvw< méjèèjì dá gb|du ìdi


Ó dún gbàmùraja gbàmùraja


A díá fún Ojúkórómìfó vmv Vl<fin

Ó xcbo rè ní ìkòkò

Ó n xcbo r| ní ìbábá
Kò júbà Bàbá


Kò júbà Yèyé

Kò júbà Olúwo


Kò júbà Ojùgbznà

Kò júbà Ìyánifá...”

“Um besouro voou para um vaso grande

Usando suas duas asas atingiu suas nádegas como um tambor

E cantarolando incessantemente

Profetizaram Ifa para Ojúkórómìfó, o descendente de Olófin.

Quando eles estavam fazendo suas ofertas em segredo

Enquanto mantinham em segredo seus sacrifícios

Ele não reverenciou seu pai

Ele não reverenciou sua mãe

Ele não reverenciou seu Oluwo

Ele não reverenciou sua Ojùgbònà

E ele também não se referiu a sua Ìyánífá...”


Ifá aqui nos mostra que tudo o que Ojúkórómìfó estava fazendo, não foi frutuoso: seu
sacrifício não foi aceito e suas orações não foram respondidas para não encontrarem
Olódùmarè. A razão para isso foi que ele não reverenciava aqueles que deveriam ser
reverenciados ou dar homenagem a quem deveria ser honrado. Mas depois, ele virou a
página e curvou-se para aqueles que mereciam isso. Todas as suas orações foram então
tomadas por Olódùmarè e favoravelmente concedidas. Quando Ele queria fazer qualquer
coisa, ele diria O GRANDE ÌBÀ como segue:

Ìbà o!!!

Ati yo ojo,

Ati wo oorun,

Iba kùtùkútú awo owuro,

Ganrín ganrìn Awo osan gaangan,

Winríín winrìn Awo oru,

Ati òkùkù-sú-wì, Awo oganjo.

Ìbà Elewu ide,

Ìbà Elewu ala,

Ìbà Irawo sasa n be lehin f’supa.

Afefelegelege Awo isalu aye,

Efuufulegelege Awo isalu orun,

Ìbà Àjàgùnmòlè oluwo ode Orun,

Ìbà Àròmògànyìn onibode aye oun orun,

Ìbà Àwònàmàjà babalawo tii n kọmọ nIfá oju orun.

Ìbà Èsù láàlú-òkiri-òkò, Kiri-ògo,


Ìbà Eyin Ìyàmi,

Afínjú y tii n je loju oloko,

Afínjú y tii n fìy sapa tii n fiko sehin,

Afínjú y tii n fìy sapa tii n f’eekun sehin’

Afínjú y tii n fìy sapa tii n fehin sehin,

Afínjú y tii n fegungun sapa tii n fegungun sehin,

Afínjú y tii n firin n sapa tii n firin sehin

Afínjú y tii n fina sapa tii n fina sehin.

Ìbà Ilè,òtèt , langbua,

Aterere kari aye,

A gbohun maa fo, abiyamo tooto.

Ìbà Ifá ohun OLÓDÙMARÈ,

Ìbà rúnmìlà , eleri ipin,

Atori eni tio sunwon se,

Ìbà aboru, Aboye, Abosise.

Ìbà Ogun,yankan bi ogbe,

Ìbà Otarigidi-tii n se yeye Ogun,

Ìbà mọbowu oun Ewiri-maje,

Ìbà Ìja, Ìbà Osoosi,

Ìbà Olútasín tokoko bo Ogun,

Ìbà Òpè ti a n tidi n be tii n tori gbe ni,


Ìbà Òpè to fidi sekan to fori se pupo.

Ìbà Egb oga-Ogo

Ìbà Ogba,

Ìbà Kórìkóto-Oriṣa ewe.

Ìbà Sàngó, Oluorojo,bambi-arigba ota segun,

Ìbà Haawa, Iba Gambe-olu,

Ìbà sere legelege tii n se gbaju fun Ṣango,

Ìbà Oya Oriri,obinrin gbongbonran tii n yoko re loko ebu.

Ìbà oke ganga, oke ganga,

Ìbà Aganju, Iba Mojelewu, Iba Okeere,

Ìbà Yemoja, Iba odo Ògùn,

Ìbà Òsààrà, Ìbà Tòòròsí,

Ìbà Iyalode lode Òró,

Ìbà Moremi lode Òfà.

Ìbà Oba.

Ìbà o, Obatala, Oba taasa,

Oba patapata lode Iranje,

Ìbà Iranje’le Iba Iranje oko,

Ìbà Ifon-Osun,

Ìbà Igbin, Iba Igbin-Oosa,

Ìbà Alágemo-t rekang ,


Je a gbo Je a to;

Ìbà Abamoda ọmọ Oosa-Agbowujin,

Mo daba ire aje, ire aya/oko, ire ọmọ, ire gbogbo,

Aba ti Alagemo bada lOosa-Oke n gba.

Ìbà Gunyan gunyan ile Ido,

Ìbà rokaroka obinrin Ibadan,

Ìbà Aje tii n sọmọ Olu-Ibini,

Ìbà Okun tii n sọmọ Ode-Irada,

Ìbà Orò, òròpòtò pómùpómù,

Tobi ‘mo l wel we ti kan kan o sofun,

Ìbà Osanyin –mògbòráyè, To gba opa lowo olókùnrùn sanu.

Ìbà Olokun Iba Olosa,

Ìbà Odù loogbo-oje,

Ìbà Osun awura-Olu,

Olóóyà-Iyun, Awede koto wemo,

Ìbà Iyami-Osoroniga lode-Ipokia,

Ìbà Orí-eni,

Ìbà Ikin-eni,

Ìbà Baba,

Ìbà Yeye,

Ìbà Oluwo,
Ìbà Ojùgbònà,

Ìbà Ipárípá adáso-mámùró

Ìbà èyin ìsòrò-Òrun

Ìbà ará Ilè.


Tradução:

Eu reverencio o nascer do sol,

o pôr do sol,

Kutukutu, Sacerdote do crepúsculo,

Ganrin ganrin, Sacerdote do meio-dia,

Winrin winrin, Sacerdote da noite,

Okuku-su-wi, Sacerdote da meia-noite.

Eu reverencio a Elewu-ide, Orixá do Sol,

Eu reverencio a Elewu-Ala, Orixá da Lua,

Eu reverencio a Irawo-Sasa, Orixá das estrelas.

Afefelegelege, Sacerdote da terra,

Efuufulegelege, Sacerdote do universo.

Eu reverencio a Ajagunmole, Sacerdote do grande além,

Eu reverencio a Arọmọganyin, porteiro do grande além,

Eu reverencio a Awonamaja, Sacerdote que ensina Ifá em sonhos.

Eu reverencio a Exú Laalu okiri-oko, kiri-ogo, o policial de todo o universo.

Eu reverencio a Eyin Iyami, a ave virtuosa que se alimenta na presença do proprietário,o


pássaro virtuoso com penas e bico,o pássaro virtuoso com penas e dentes, o pássaro virtuoso
com ossos como penas e ossos como dentes,o pássaro virtuoso com penas de ferro e dentes de
ferro, o pássaro virtuoso com penas de fogo e dentes de fogo.
Eu reverencio a Ile, otete, langbua, a mãe terra,o tapete especial do universo, o ouvinte mudo,
Mãe de todos.

Eu reverencio a Ifá a voz de Deus todo-poderoso,

Eu reverencio a Orunmilá, o testemunho do destino,

Aquele que transforma a infelicidade em fortuna.

Eu reverencio a Aboru, Aboye e Aboxixé.

Eu reverencio a Ogum, o sangue que escorre pelo corte,

Eu reverencio a Otarigidi, madrinha de Ogum,

Eu reverencio a Ọmọbowu e Ewiri-maje, esposas de Ogum,

Eu reverencio a Oxóssi,

Eu reverencio a Olutasin, o primeiro para apaziguar Ogum,

Eu reverencio ao Dendezeiro, quando sua base é cuidada, ela produzirá frutos bons no topo,

Eu reverencio ao Dendezeiro com um tronco, mas muitos ramos.

Eu reverencio a Egbe,

os companheiros astrais,

Eu reverencio a Ogba, os amigos astrais,

Eu reverencio a Olunkori,

o Orixá das almas gêmeas.

Eu reverencio a Xangô, luorojoBambi, O Orixá do trovão com muitos raios,

Eu reverencio a Haawa, Gambe-olu, esposas de Xangô

Eu reverencio a Oya Oriri, a mulher poderosa que resgatou seu marido do ridículo,

Eu reverencio a Aganju

Eu reverencio a Mojelewu

Eu reverencio a Okeere,
Eu reverencio a Iemanjá e seu rio Ogum

Eu reverencio a Osaara, Toorosi, mães Deus de Xangô

Eu reverencio a Iyálodê, a guardiã da cidade de Oro

Eu reverencio a Moremi, a guardiã da cidade de Ofa,

Eu reverencio a Obá,

esposa fiel, linda e comprometida de Xangô

Eu reverencio a Obatalá, Oba taasa, rei dos

Orixás, o guardião da cidade de Iranje

Eu reverencio a Iranje-ilê, Iranje-okô

Eu reverencio a Ifon-osun (todas as cidades)

Eu reverencio a Igbin, o caracol,

Eu reverencio a Igbin Oosa, o tambor de Obatalá,

Eu reverencio a Alagemo-teerekange, o camaleão,

Nós o reverenciamos para termos longevidade

Eu reverencio a Abamoda, o filho de Oosa-Agbowujin (planta

bryophllum pinnatum)

Nós estamos desejando para todas as fortunas,

É a boa vontade do camaleão que Orixá aceita.

Eu reverencio a Gunyan gunyan, mulheres da terra de Ido

Eu reverencio a Rokaroka, as mulheres de Ibadan

Eu reverencio a Aje a princesa da cidade de Ibini

Eu reverencio a Okun a princesa da cidade de Irada


Eu reverencio a Oro, Oropoto pomupomu,

o orixá com muitos filhos sobreviventes,

Eu reverencio a Ossãe -mogboraye, o curador do doente.

Eu reverencio a Olokum, Orixá do oceano,

Eu reverencio a Olosa, Orixá da lagoa,

Eu reverencio a Odu loogbo-oje,

Eu reverencio a Oxun awura-olu,

A proprietária do pente de dentes,

Ela limpou o seu latão e depois banhou seus filhos,

Eu reverencio a IyamiOxoronga, o Orixá virtuoso e guardião da cidade de Ipokia,

Eu reverencio ao verdadeiro destino,

Eu reverencio ao destino visto no meu Ikin,

Eu reverencio a todos Orixás masculinos,

Todos orixás femininos,

Eu reverencio a Oluô,

Eu reverencio a Ojugbonã,

Eu reverencio a Iparipa Adaso-mamuro (comunidade dos insetos),

Eu reverencio a Isoro-Sorun (Orixá Ancestral Astral),

Eu reverencio Ilê (casas).

Sinceramente eu os reverencio,

Aceitem nossa reverencia com compreensão,

Sabedoria e bondade,

Axé!
Ìwure Ifá Tradução

Mo mZ > dá, É como lançar,

Mo mZ > rú, É como apaziguar,

Zrúnmìlà bábá mi ni ó nkú ìy} l´}mi Meu Pai Orunmila joga o pó de ìyè em
l´<rí gburu gburu, cada direção de minha cabeça,

D´Ífá fún Zrúnmìlà, Foi divinado para Orunmila

Baba “Orunmila” deverá casar-se


Bàbá má a f} obìnrin Zr},
com a esposa de um amigo
Bàbá má a f} ti ìmùl},
Baba Orunmila deve se casar com a
esposa de alguém com o qual tenha
Ó má a f} ti alábáàrìn gbogbo vmv feito uma aliança,
eríwo,
Ele deverá se casar com a esposa de
W<n ní tí Bábà bá xe é, á hun ún, um de seus colegas de espiritualidade

Zrúnmìlà ní kZ ní hun òun, Eles disseram que Orunmila sofrerá


consequências se fizer isto,
W<n ní nítorí kínní,
Orunmila disse que ele não sofreria
Ó ní nítorí igbá epo kì í hun epo, nenhuma consequência,

Ahun, |là má mà j} < hun mí ò, Eles enntão perguntaram para ele


ahun, porque ele estava seguro de que não
sofreria as consequências
Igbá Zrí kì í hun Zrí,
Orunmila disse, porque o azeite de
Ahun, |là má mà j} < hun mí ò, dênde não sofre ao seu colocado na
ahun, cabaça,

Itó cnu kì í hun cnu, As consequências, Èla (Orunmila),


não me deixa sofrer nenhuma
Ahun, |là má mà j} < hun mí ò, consequência,
ahun,
A banha de Orí nunca sofre de seu uso
Itó ìdí kì í hun ìdí, quando colocada em uma cabaça,

As consequências,Ela não me deixa


Ìkara´hun kì í hun ahun,
sofrer as consequências,
Ahun, |là má mà j} < hun mí ò,
A saliva nunca sofre por estar na
ahun, boca,
Ìkara ìgbín kì í hun ìgbín, As consequências, Ela não permitirá
que eu sofra as consequências,
Ahun, |là má mà j} < hun mí ò,
ahun.
A urina nunca sofre na ureta,

As consequências, Ela não permitirá


que eu sofra as consequências,

A tartaruga nunca sofre em seu casco,

As consequências, Ela não permitirá


que eu sofra as consequências,

O caracol nunca sofre em sua casca,

As consequências, Ela não permitirá


que eu sofra as consequências,

Ìwure Ifá (Súplica Inicial) Tradução

Ifá awa vmv rè dé Ifá somos teus filhos, que vem a ti


A dée lati wà gbá iré ti wà para suas bênçãos
Estamos rogando-te em nome dos
A nbè ó lvniko zdú 16
merendunlogun Odu
Kí ó xó wà xó bàbá wa Que aceite por favor as nossas
Kí ó xó wà xó vmv wa orações hoje
Kí ó xó wà xó alabáágbclc wà Se você nos escuta por favor, acena
Ati orí wà de
maneira positiva
Páà páà àwon mz lé bi wà
Guia-nos e guia a nossos pais
Titi ti ó fi mz ibi ti a níní dí Guia-nos e guia nossas mães
A fi olvj< oni bè ó Guia-nos e guia nossos filhos
Kí ó fiyé dé gbogbo ara Guia-nos e guia nossos amigos e
Bàbá awa vmv rè la nbè ó vizinhos
Elaboru! Elaboye! Elabo xixe! Também inclua a nossos familiares
os
nossos bons desejos
Te rogamos em nome deste dia de
orações
Por favor veja o que dizemos
E reaja positivamente e
gloriosamente
Pai, somos teus filhos, aqueles que
te
rogam em súplica
Elaboru! Elaboye! Elabo sise!
O uso adequado desta liturgia irá propiciar a sacralização do espaço físico no qual o
Awo, Omo-Awo esteja, seja pelo uso da palavra nos ofos e nas reverências (Iba), bem
como com o uso da libação que removerá quaisquer impurezas do local, tornando omesmo
agradável ao culto de Ifá e Orisa. Á agua deve ser em um recipiente (copo) grande pois
será usada a todo momento durante a liturgia; seja na ativação de um ojugbo
(assentamento) ou na ativação de elementos do culto como Obí abata, Orogbo dentre
outros que serão abordados nos capítulos seguintes.

Chief Ososegun Aye’la


Babarinde Ayoka Ifasowunmi
Ayindé Olusoji Oyekale
Egbe’Doyin
Osayin’Sowunmi

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