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1.

Introdução
Esta pesquisa procura fazer uma abordagem filosófica sobre a dialéctica Iluminista de Theodor
Adorno e Adorno Horkheimer. Este é um tema que se enquadra no âmbito da ética.

A dialéctica Iluminista nasce num contexto da idade contemporânea que o seu início é marcado
pela Revolução francesa, o evento que de igual forma marca o fim do período pós-moderno. É
um período de muitos avanços a nível económico sobretudo na sua globalização, a nível político,
e a nível tecnológico.

Foi nessa época em que se localiza no tempo a Escola de Frankfurt que surge do Instituto de
pesquisa Social em Frankfurt nos inícios da década de 1920, uma das mais influentes da época
que se firma pelas teorias críticas à Sociedade, a qual os autores faziam parte. (REALE –
ANTISERI, 2006: 69)

Este trabalho irá consistir na fundamentação da componente ética a partir da dialéctica Iluminista
tendo em vista a realidade quotidiana hodierna e a pertinência do tratado sobre esta no campo
filosófico e ético.

1.1. Delimitação do Tema


O presente Trabalho de investigação sobre a dialéctica Iluminista de Theodor Adorno e Adorno
Horkheimer. Visa fazer análise e compreender o contributo da dialéctica iluminista de Adorno e
Horkheimer no quotidiano do ser humano.

1.2. Problematização
O tratado sobre a Ética, sempre teve um impacto directo no nosso diário e para perceber isso
basta apenas olharmos a realidade que nos circunda e as diversas maneiras de ser e estar de cada
indivíduo que faz parte desta magna sociedade e vendo isso nota-se que há uma necessidade de
se criarem mecanismos que possam responder eficazmente aos princípios éticos e que possam
originar uma boa convivência entre os cidadãos, sobretudo nesta época em que os valores éticos
vão se perdendo, alguns traços substituídos pelas novas tecnologias que com uma velocidade
incalculável evoluem e desafia o ser do homem. Daí que surgem perguntas que não se podem
evitar como: O que pode estar a perigar os valores éticos? Qual vai ser o papel da dialéctica
iluminista nos valores éticos? E com as novas tecnologias como manter os valores éticos?
1.3.Hipóteses
Depois da investigação científica em torno deste tema espera-se saber:
1. Se a media não impusesse valores nem modelos de comportamento os valores éticos não
estariam em perigo.
2. Se a razão instrumental pregada pela media, não estivesse interessada em satisfazer o
sistema não teríamos imagens, espelhos desviantes da realidade dos valores éticos.
3. Se se perdem os valores éticos abre se espaço de entrada de outros valores.

4. 1.5. Objectivos
5. 1.5.1. Geral
Compreender o impacto da dialéctica iluminista de Adorno e Horkheimer no quotidiano.
1.5.2. Específicos
1.Contextualizar a dialéctica Iluminista de Adorno e Horkheimer na perspectiva
hodierna.
2.Reflectir sobre a situação actual dos valores éticos.
3.Analisar os valores éticos á luz da dialéctica iluminista de Adorno e Horkheimer

1.6. Justificativa

Olhando o paradigma e o ritmo que o mundo leva, sobretudo com as novas tecnologias urge
debruçar-se sobre os alores éticos á luz da dialéctica iluminista de Adorno e Horkheimer. A
escolha do tema é pelo facto da sociedade hodierna clamar ou pelos valores éticos que vão se
perdendo ou melhor com globalização seguem um novo rumo, passa por severas anomalias
devido aos problemas do mundo em que ela se encontra submersa. A dialéctica iluminista de
Theodor Adorno por se interpretar é uma visão da urgente necessidade de que se deveria colocar
uma iluminação no que concerne a actual situação ético e social da sociedade. É relevante este
tema para a sociedade porque pelo ponto de vista académico pode ajudar a fazer interpretações
filosóficas e éticos. Portanto, esta interpretação pode se alcançar com a dialéctica iluminista de
Theodor Adorno que se alicia na luta pela conservação dos valores éticos. A presente pesquisa
pode melhorar a consciencialização do consenso dos valores éticos e das suas exigências ou
desafios.
CAPÍTULO II
2.Fundamentação Teórica
2.1. Contextualização Histórico-filosófica de Dialéctica Iluminista

A dialéctica iluminista é o fruto da teoria crítica da sociedade que Horkheimer trata com mais
profundidade pois a teoria crítica estava em vista ao bem comum de toda a sociedade sem
exploração em oposição à sociedade industrial que de alguma forma invés de promover o homem
o oprimia perdendo assim os seus valores essenciais como o diálogo, a liberdade, a solidariedade
e suas criatividades. Portanto a teoria crítica da escola de Frankfurt estava em oposição da
Sociologia empírica americana.

Adorno é tenaz e duro crítico da cultura contemporânea, urna vez que ela serve ao poder ao invés
de dar voz a realidade arruinada da sociedade capitalista.
Com o seu livro Dialéctica do iluminismo (1949) combate a razão instrumental que pretendia
racionalizar o mundo para torna-lo manipulável e subjugável por parte do homem; cega em
relação aos fins prepara instrumentos para atingir fins desejados e controlados pelo sistema.
Assim como acontece com a indústria cultural, ou seja, com o aparato poderoso, constituído
essencialmente pelos mass media (cinema, televisão, rádio, discos, publicidade, material
ilustrado etc.), por meio do qua1 o poder impõe valores e modelos de comportamento, cria
necessidades e estabelece a linguagem. O homem desejado pela indústria cultural e um ser
funcional, "e o absolutamente substituível, o puro nada". E é exactamente pelo motivo do facto
de que esta e a situação, que aquilo que então e preciso conservar, estender, ampliar a liberdade,
em vez de acelerar a corrida para o mundo da organização.

2.2. Interpretação Filosófica da dialéctica Iluminista em Adorno e Horkheimer


A palavra dialéctica é do latim dialectica e do grego διαλεκτική e que significa discussão. Na
actualidade este termo é usado para se dar uma aparência racional a algumas formas de explicar e
demonstrar confusas e aproximativas.
Neste âmbito veremos a dialéctica no sentido mais tradicional da sua definição etimológica
(discussão).
Antes de entrar a fundo do conteúdo importa salientar sobre a origem e evolução do termo
dialéctica.
O termo dialéctica não é actual pois foi descoberto pelos antigos na escola eleática por Zenon,
foi evoluindo que chega a alcançar o seu ponto mais alto com o filósofo da antiguidade Platão.
Como o conhecimento está sujeito a evolução não parou por aí foi tomado pelo filósofo moderno
Kant em sua Crítica da razão pura, portanto esse termo passa por vários estágios de acordo com
as épocas e evolução do conhecimento.
Antes de Platão elevar esse termo ao seu ápice, foi tomado por Sócrates, este tratou da dialéctica
na medida em que introduziu um método ligado à dialéctica quando descobre a essência do
homem como psyche. O método dialéctico socrático era de uma natureza ética e educativa
porque o dialogar com Sócrates levava a um exame moral. (REALE – ANTISERI, 1990: 94)
Platão emprega o verbo dialeghestai em seu sentido etimológico de “dialogar”. Falando duma
“distinção progressiva das ideias particulares contidas gerais, consegue estabelecer a posição
que uma ideia ocupa na estrutura hierárquica do mundo das ideias […] é amplamente ilustrado
nos diálogos da última fase”. (Ibidem, 1990: 150)

Portanto, a dialéctica em Platão consiste neste processo de captar, com base na intuição
intelectual, do mundo das ideias, desde a sua estrutura até ao lugar que cada ideia ocupa em
relação as outras ideias nessa estrutura, é donde se extrai a verdade, isto é, a dialéctica é um
instrumento que serve para buscar a verdade através de diálogo.

Aristóteles por sua vez concebe a dialéctica num âmbito da lógica. A dialéctica é a dedução feita
a partir de premissas apenas prováveis. (JAPIASSÚ - MARCONDES, 2001:54) Abre uma nova
visão na maneira lógica de ver colocando-se em oposição a lógica científica que se limita nas
premissas consideradas verdadeiras mas, o silogismo dialéctico vai mais além por admitir a
possibilidade da terceira opção além do verdade e falso ainda resta uma possibilidade de se ter
uma conclusão provável
.
Hegel não vê a dialéctica como método, mas um movimento racional que nos permite superar
uma contradição. Este tratando da dialéctica procura relacionar com a dialéctica clássica, por isso
em princípio reconhece o esforço e os passos dados pelos antigos no caminho da cientificidade,
para tal Hegel resgatou os diálogos dialécticos de Platão, Parménides o Sofista, o filebo que já
haviam sido deixados de lado e passaram a ser reconhecidos. Hegel em seu turno propõe uma
dialéctica que consiste num movimento circular ou espiral com ritmo triádico (tese, antítese e
síntese) onde cada momento o chama pelo seu nome, a tese como o lado abstracto, a antítese
como o lado dialéctico e a síntese como o lado especulativo.

Na idade contemporânea Adorno e Horkheimer tratam da dialéctica, chamando-a de Dialéctica


Iluminista que é o termo usado para referir-se às análises que fazem á sociedade tecnológica
contemporânea. É o ataque que fazem contra a Cultura Contemporânea caracterizada por
imagens, que tem como função desviar a massa da realidade e seguir os interesses da elite, aos
que detêm o poder, o que faz rejuvenescer uma sociedade capitalista e comunista.

2.3. Possíveis Consequências da modernidade


Ao falar da modernidade é necessário que se contextualize o termo modernidade sob risco de se
confundir com o modernismo, para melhor compreensão no desenrolar deste subcapítulo.
Modernidade é o acesso do homem à maioridade, ao livre uso da razão e à consequente
autonomia em relação aos entraves que o impede de escolher e de seguir por si próprio o seu
destino.1

Modernismo chama-se ao conjunto de movimentos culturais, escolas e estilos que permearam as


artes e o design da primeira metade do século XX.2

A riqueza do modernismo jaze nas variedades de movimentos com diversos ideais. Tratando-se
de modernismo merece a nossa atenção o movimento modernista o qual defende que as formas
tradicionais das artes plásticas, literatura, design, organização social e a vida do dia-a-dia
tornaram-se ultrapassadas, e que se fazia fundamental deixá-las para trás e criar-se uma nova
cultura. É esse aspecto que por consequência caracteriza a cultura dinâmica, reconhecendo os
riscos que isto leva tomando em conta a definição recente do modernismo que é deixar os valores
tradicionais e criar novos através da razão e pela experimentação.

1
Cf. https://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/modernidade/ acesso 10.04.2022 as 15h11min
2
Cf. https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Modernismo acesso 10.04.2022 as 15h16min
A modernidade como um momento histórico duma forma global é vista como uma fase da anti-
tradição na história da humanidade, pois nota-se em grande escala a derruba dos valores, dos
traços culturais, dos costumes e crenças, das convenções que consequentemente culmina com a
saída do particularismo ao universalismo em nome do uso da razão. Essas mudanças estruturais
materializam-se nos cenários sociais.
Para Ngoenha a modernidade é a perda daquilo que podemos chamar garantias meta-sociais, que
tinham como função legitimar a sociedade. Assim a sociedade liberta das suas relações seculares
- quer sejam Deus, os antepassados ou mesmo a tradição, é submetida às exigências da razão,
que se manifesta numa dupla via, a racionalidade instrumental e a racionalidade humanista.
(NGOENHA,1993 :116)

Portanto, a modernidade é sinónimo de sociedade moderna ou civilização industrial, esta associa-


se a algumas atitudes diante do mundo, tendo em conta que o mundo é manipulável e passivo
com a intervenção humana em nome de inovação e uso da razão o que gera uma complexidade
de instituições económicas centrada na produção industrial em vista à economia do mercado.
Como consequência perde-se o sentido do grupo como sujeito de direitos e de decisões; o
primado da subjectividade, o pluralismo e a ideologia, a concepção linear de história, a
realimentação mútua entre ciência e tecnológica, nessa situação começa a democracia de massa,
a primazia e a centralidade do indivíduo. Portanto, a razão manipula o mundo como uma forma
transformadora, inovadora, criadora
CAPÍTULO III
3.Metologia da pesquisa

A metodologia pode ser vista como o meio em que serão buscados os subsídios e/ou argumentos
da pesquisa. Segundo Galliano (1986:12), todas as acepções da palavra “método” registadas nos
dicionários estão ligadas à origem grega methodos- que significa “caminho para chegar a um
fim”. O método pode ser definido como sendo o caminho a seguir para alcançar um certo fim
pois não é o veículo da estrada” (Piletti, 2002).
Sob o ponto de vista metodológico a presente investigação servir-se-á da seguinte:

1. Hermenêuticas textuais, pois será necessário que sejam interpretadas, através de fontes
disponíveis;

2. Comparativo, em confrontação de várias concepções filosóficas sobre A dialéctica Iluminista


de Theodor Adorno ao longo da mesma;

3. Dedutivo, pois será necessário que, juntando as diversas concepções, se chegue a um ideal;

4. Metafísico, na medida em que se trata de uma investigação filosófica que não termina naquilo
que é empírico e múltiplo.

3.1.Natureza da Pesquisa
3.1.1.Pesquisa Bibliográfica
De acordo com Nascimento (2016:01), uma pesquisa aplicada é aquela que está destinada a dar
origem de certos conhecimentos de forma a solucionar um problema específico. Esta pesquisa é
dirigida à busca de uma certa verdade com vista a aplicar-se em um caso específico. Nesta
pesquisa, procura-se desenvolver uma certa teoria.
3.2.Objectivo da Pesquisa
3.2.1.Pesquisa Exploratória
De acordo com Gil (1991:45), citado por Nascimento (2016:04), uma pesquisa exploratória tem
como objectivo principal, facilitar familiaridade do pesquisador com o problema objecto da
pesquisa. Ou seja, para além de se fazer uma pesquisa bibliográfica, procura-se identificar
através de uma sondagem sobre algum facto ou algum fenómeno.

3.3. Abordagem da Pesquisa


Quanto á abordagem será uma pesquisa qualitativa.

3.4. Procedimentos da pesquisa


3.4.1. Pesquisa Bibliográfica
Segundo Gil (1996:48), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a parir do material á elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos.
3.5. Quanto ao Método
Quanto ao método, esta pesquisa é de carácter indutivo, pois analisar um certo caso específico e
a partir daí tirar conclusões que, por sua vez são tidas como gerais.

3.4. Cronograma das actividades de investigação

Actividades 2022-2023                        
 Identificação do tema, colecta e
leitura do material bibliográfico.                        
 Elaboração do projecto de pesquisa                        
 Entrega do projecto para apreciação                        
 Eventual aprovação                        
 Pesquisa bibliográfica e compilação
de dados                        
 Análise e interpretação de dados                        
 Submissão do trabalho ao tutor
para apreciação                        
 Possíveis correções                        
 Entrega do trabalho final                        
 Defesa                        
3.5. Orçamento
Ord. Descrição do Quantidades Custo por Subtotal
produto unidade
01 Um Pendrive 1 1570,00Mt 1570,00Mt
02 Internet 1 500,00Mt 500,00Mt
03 Modem 1 1000,00Mt 1000,00Mt
04 Máquina 1 16000,00Mt 16000,00Mt
fotográfica
05 Lanches/Productos ------------ 7910,00Mt 7910,00Mt
Alimentares e
Água
06 Meios e Material ------------- 1495,00Mt 1495,00Mt
Didáctico
07 Cópias/Imprensão ----------- 4000,00Mt 4000,00Mt
e Encadernação
Total 32475,00Mt

Recursos
Além da deslocação a várias bibliotecas, serão necessários os seguintes itens: livros, papéis do
tipo A4, computador, esferográficas, lápis, impressora, fotocopiadora, projetor, Internet, tutor,
revisor do trabalho. Para obter os dados essenciais deste trabalho vai se usar a pesquisa
exploratória, descritiva e explicativa.
Bibliografia

GALLIANO Alfredo Guilherme, O método Científico: Teoria e Prática, São Paulo, Harbra,
1986.

NASCIMENTO Francisco Paulo, Classificação da Pesquisa, 2ª edição, Brasília, Thesaurus


2016.

REALE, Giovanni e ANTISERI, Dario, História da filosofia: Antiguidade e Idade Media, Trad.
Álvaro Cunha, vol I, 3ª ed., Paulus, São Paulo, 1990.

JAPIASSÚ, H., MARCONDES, D., Dicionário básico de Filosofia, Jorge Zahar Editor, Rio de
Janeiro, 2001.

NGOENHA, S. E., Filosofia Africana: Das Independências às Liberdades. Maputo. Ed. Paulinas,
1993.

Sites

https://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/modernidade/

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Modernismo

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