Você está na página 1de 87

Álgebra Linear

Cap 1. Matrizes
Maria Antónia Forjaz

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 1 / 41


1. Matrizes
Alice:Where shall I begin please your Majesty?
King:Begin at the beginning;
and go on till you come to the end: then stop.

álgebra - a palavra talvez tenha surgido pela 1a vez no tratado Al-Jabr


wa-al-Muqabilah (o livro sumário sobre cálculos por transposição), escrito por
Al-Khwarizmi, matemático de origem árabe, nascido na Pérsia, por volta de 800
D.C.
Al-jabr - a palavra da qual deriva álgebra, significa reunião, conexão (a reunião de
partes quebradas).

A história da álgebra linear tem talvez origem no século XVIII com o estudo
detalhado de sistemas de equações lineares e dos determinantes por Leibniz
(alemão, 1646-1716) e Cramer (suı́ço, 1704-1752).

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 2 / 41


Álgebra é o ramo da matemática que estuda as generalizações dos
conceitos e operações de aritmética. Hoje em dia o termo é bastante
abrangente podendo referir-se a várias áreas da matemática.

Álgebra linear é um ramo da matemática, que surgiu do estudo detalhado


de sistemas de equações lineares, sejam elas algébricas ou diferenciais.
A álgebra linear utiliza conceitos e estruturas fundamentais da matemática
como matrizes, sistemas de equações lineares, vectores, espaços vectoriais,
aplicações lineares.
Origem:Wikipédia

expressão algébrica, estruturas algébricas, notação algébrica, sistema


algébrico computacional, . . .

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 3 / 41


Exemplo: Suponhamos que em 3 grandes superfı́cies se podem adquirir 4
tipos de computadores. Uma forma simples de representar os preços de
tipo de computador em cada estabelecimento seria através de uma tabela
de dupla entrada.

C1 C2 C3 C4
S1 350 445 1399 1132
S2 323 515 1645 295
S3 315 395 1240 875

Na posição (2,3) da tabela (2a linha, 3a coluna) encontra-se o preço no


estabelecimento S2 do computador tipo C3 .

Quanto custam 2 computadores C1 , 3 de C2 , 1 de C3 , e 4 de C4 , no


supermercado S1 ? E no S2 ? E no S3 ?

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 4 / 41


Quanto custam 2 computadores C1 , 3 de C2 , 1 de C3 , e 4 de C4 , no
supermercado S1 ?

C1 C2 C4 C3
 
350 445 1399 1132
S1 350 4451132 1399
 323 515 1645 295 
S2 323 515 295 1645
315 395 1240 875
S3 315 395 875 1240
 
  2
350 445 1399 1132  
 323 515 1645 295   3  =
 1 
315 395 1240 875
4
   
350 × 2 + 445 × 3 + 1399 × 1 + 1132 × 4 7962
 . . .   ... 
= = 
 ...   ... 
... ...

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 5 / 41


Definição
Uma matriz é um quadro de números dispostos em m linhas e n
colunas.
Os m × n elementos contidos na matriz são chamados elementos da
matriz e representam-se entre parênteses curvos ou retos.

Exemplo    
1 2 3 1 2 3
,
4 5 6 4 5 6

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 6 / 41


Definição
Uma matriz com m linhas e n colunas diz-se de ordem m por n e
escreve m × n.
Uma matriz diz-se real (complexa) se todos os seus elementos são
números reais (complexos).
O conjunto de todas as matrizes reais (complexas) de ordem m × n
denota-se por IRm×n (Cm×n ).

Exemplo
 
12 11 10
 9 8 7 
A=  6 5 4 

3 2 1
A matriz A é uma matriz real de ordem 4 × 3, i.e. A ∈ IR4×3 .

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 7 / 41


Genericamente, uma matriz A de ordem m × n pode escrever-se como
 
a11 a12 . . . a1n
 a21 a22 . . . a2n 
A= .
 
.. .. .. 
 .. . . . 
am1 am2 . . . amn

ou abreviadamente A = (aij )m×n ou ainda (dependendo do contexto)


A = (aij ).
O elemento aij está na posição (linha i, coluna j) da matriz A.

Exemplo
 
9 8 7
A= 6 5 4 
3 2 1
com a12 = 8 e a33 = 1.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 8 / 41


Exemplos
   
1 0 −2   1
 3 1 0  1 0  0 
A=
 5 −1 4  , B = 0 1
 , C =
 −1


−6 5 4 0
 
cos π/4 − sin π/4 0 √ √ 
D =  sin π/4 cos π/4 0  , E = 2i 1+ 3i
0 0 1
 
−1 4 0 2 3 5 −1 4 0 2 3 5
F =  −1 4 0 2 3 5 −1 4 0 2 3 5 
−1 4 0 2 3 5 −1 4 0 2 3 5

Qual a matriz A = (aij )3×4 tal que aij = i + j?

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 9 / 41


Definição
Seja A uma matriz de ordem m × n.
Se m = n, A diz-se uma matriz quadrada.
Se m 6= n, A diz-se uma matriz retangular.
Se m = 1, A diz-se uma matriz linha.
Se n = 1, A diz-se uma matriz coluna.

Exemplo
Sejam
   
2 −1 1 0 1/2 −1 
A= B= x= 2/5 −2/5 0
0 1 1 4 0 4/7
A é uma matriz retangular de ordem 2 × 4, B é uma matriz quadrada de
ordem 2 × 2 (ou simplesmente de ordem 2) e x é uma matriz linha.

As matrizes linha ou coluna, são usualmente representadas por letras minúsculas e


os seus elementos são identificados usando apenas um ı́ndice.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 10 / 41


Definição
Seja A = (aij ) uma matriz de ordem n.
Os elementos a11 , a22 , . . . , ann formam a diagonal principal de A.
Os elementos a1n , a2,n−1 , . . . , an1 formam a diagonal secundária de A.

Exemplo
   
2 −1 1 5 0 2
 0 10 1   3 10 4 
4 −5 0 1 −5 6
diagonal principal diagonal secundária

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 11 / 41


Definição
Uma matriz cujos elementos são todos iguais a zero chama-se matriz nula.
A matriz nula de ordem m × n é representada por Om×n ou simplesmente
por O.

 
0 0 ... 0
 .. .. . . .. 
Om×n  . .
= . . 
..

0 0 . 0

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 12 / 41


Definição
À matriz diagonal de ordem n cujos elementos da diagonal são todos
iguais a 1 chama-se matriz identidade de ordem n, e representa-se por In
ou simplesmente por I .

 
1 0 0
I3 =  0 1 0 
0 0 1

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 13 / 41


Definição
Uma matriz quadrada A = (Aij ) diz-se:
diagonal se todos os elementos fora da diagonal principal são nulos,
i.e. i 6= j ⇒ aij = 0.
triangular superior se todos os elementos abaixo da diagonal principal
são nulos, i.e. i > j ⇒ aij = 0.
triangular inferior se todos os elementos acima da diagonal principal
são iguais nulos i < j ⇒ aij = 0
Exemplo:
 
1 0 0
A =  −2 1 0  é uma matriz triangular inferior,
0 −1 1
 √ 
2 −1/2
√ 3
B= 0 2 2 √0
 é uma matriz triangular superior.
0 0 2− 2

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 14 / 41


Definição
Uma matriz quadrada A = (Aij ) diz-se:
diagonal se todos os elementos fora da diagonal principal são nulos,
i.e. i 6= j ⇒ aij = 0.
triangular superior se todos os elementos abaixo da diagonal principal
são nulos, i.e. i > j ⇒ aij = 0.
triangular inferior se todos os elementos acima da diagonal principal
são iguais nulos i < j ⇒ aij = 0
Exemplo:
 
1 0 0
A =  −2 1 0  é uma matriz triangular inferior,
0 −1 1
 √ 
2 −1/2
√ 3
B= 0 2 2 √0
 é uma matriz triangular superior.
0 0 2− 2

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 14 / 41


Definição
Uma matriz A = (Aij ), quadrada, diz-se uma matriz banda de largura de
banda 2k + 1 se,

|i − j| > k, aij = 0

Se k = 1 a matriz diz-se matriz tridiagonal.


Exemplo:
 √ 
√ 1 − 3 √0 0
 − 3 0 − 2 0


A=  é uma matriz tridiagonal (k = 1).
 0 2 −1/2 −1/3 
0 0 −1/3 −1/2
Definição
Uma matriz diz-se densa se a maior parte dos seus elementos são não
nulos.
Definição
Uma matriz diz-se dispersa se a maior parte dos seus elementos são nulos.
Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 15 / 41
Definição
Uma matriz A = (Aij ), quadrada, diz-se uma matriz banda de largura de
banda 2k + 1 se,

|i − j| > k, aij = 0

Se k = 1 a matriz diz-se matriz tridiagonal.


Exemplo:
 √ 
√ 1 − 3 √0 0
 − 3 0 − 2 0


A=  é uma matriz tridiagonal (k = 1).
 0 2 −1/2 −1/3 
0 0 −1/3 −1/2
Definição
Uma matriz diz-se densa se a maior parte dos seus elementos são não
nulos.
Definição
Uma matriz diz-se dispersa se a maior parte dos seus elementos são nulos.
Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 15 / 41
Definição
Uma matriz A = (Aij ), quadrada, diz-se uma matriz banda de largura de
banda 2k + 1 se,

|i − j| > k, aij = 0

Se k = 1 a matriz diz-se matriz tridiagonal.


Exemplo:
 √ 
√ 1 − 3 √0 0
 − 3 0 − 2 0


A=  é uma matriz tridiagonal (k = 1).
 0 2 −1/2 −1/3 
0 0 −1/3 −1/2
Definição
Uma matriz diz-se densa se a maior parte dos seus elementos são não
nulos.
Definição
Uma matriz diz-se dispersa se a maior parte dos seus elementos são nulos.
Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 15 / 41
Definição
Uma matriz A = (Aij ), quadrada, diz-se uma matriz banda de largura de
banda 2k + 1 se,

|i − j| > k, aij = 0

Se k = 1 a matriz diz-se matriz tridiagonal.


Exemplo:
 √ 
√ 1 − 3 √0 0
 − 3 0 − 2 0


A=  é uma matriz tridiagonal (k = 1).
 0 2 −1/2 −1/3 
0 0 −1/3 −1/2
Definição
Uma matriz diz-se densa se a maior parte dos seus elementos são não
nulos.
Definição
Uma matriz diz-se dispersa se a maior parte dos seus elementos são nulos.
Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 15 / 41
Definição
Uma matriz A, de ordem m × n diz-se fraccionada em blocos se estiver
escrita na forma
 
A11 A12 . . . A1n
 A21 A22 . . . A2n 
A= .
 
.. .. ..
 ..

. . . 
Am1 Am2 . . . Amn
Pk Pl
com Aij uma matriz de ordem mi × nj , sendo i=1 mi =me i=1 ni = n.
O fraccionamento de uma matriz:
facilita a manipulação de matrizes de grandes dimensões,
simplifica operações entre matrizes,
torna clara a descrição de algumas propriedades referentes a matrizes.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 16 / 41


Definição
Uma matriz A, de ordem m × n diz-se fraccionada em blocos se estiver
escrita na forma
 
A11 A12 . . . A1n
 A21 A22 . . . A2n 
A= .
 
.. .. ..
 ..

. . . 
Am1 Am2 . . . Amn
Pk Pl
com Aij uma matriz de ordem mi × nj , sendo i=1 mi =me i=1 ni = n.
O fraccionamento de uma matriz:
facilita a manipulação de matrizes de grandes dimensões,
simplifica operações entre matrizes,
torna clara a descrição de algumas propriedades referentes a matrizes.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 16 / 41


Definição
Uma matriz A, de ordem m × n diz-se fraccionada em blocos se estiver
escrita na forma
 
A11 A12 . . . A1n
 A21 A22 . . . A2n 
A= .
 
.. .. ..
 ..

. . . 
Am1 Am2 . . . Amn
Pk Pl
com Aij uma matriz de ordem mi × nj , sendo i=1 mi =me i=1 ni = n.
O fraccionamento de uma matriz:
facilita a manipulação de matrizes de grandes dimensões,
simplifica operações entre matrizes,
torna clara a descrição de algumas propriedades referentes a matrizes.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 16 / 41


Definição
Uma matriz A, de ordem m × n diz-se fraccionada em blocos se estiver
escrita na forma
 
A11 A12 . . . A1n
 A21 A22 . . . A2n 
A= .
 
.. .. ..
 ..

. . . 
Am1 Am2 . . . Amn
Pk Pl
com Aij uma matriz de ordem mi × nj , sendo i=1 mi =me i=1 ni = n.
O fraccionamento de uma matriz:
facilita a manipulação de matrizes de grandes dimensões,
simplifica operações entre matrizes,
torna clara a descrição de algumas propriedades referentes a matrizes.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 16 / 41


Definição
Uma matriz A, de ordem m × n diz-se fraccionada em blocos se estiver
escrita na forma
 
A11 A12 . . . A1n
 A21 A22 . . . A2n 
A= .
 
.. .. ..
 ..

. . . 
Am1 Am2 . . . Amn
Pk Pl
com Aij uma matriz de ordem mi × nj , sendo i=1 mi =me i=1 ni = n.
O fraccionamento de uma matriz:
facilita a manipulação de matrizes de grandes dimensões,
simplifica operações entre matrizes,
torna clara a descrição de algumas propriedades referentes a matrizes.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 16 / 41


Exemplo:
 
−1/4 −1/4 1 0
 −1/4 −1/4 0 1 
A= 
 1 0 −1/4 −1/4 
0 1 −1/4 −1/4
pode efectuar-se o fraccionamento:
 
B I2
A=
I2 B
 
−1/4 −1/4
com B =
−1/4 −1/4

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 17 / 41


Definição
Sejam A = (aij ) e B = (bij) duas matrizes da mesma ordem.
Diz-se que A é igual a B, escreve-se A = B se e só se aij = bij .

Exemplo  √   √ 
3 π 0 3 b 0
Sejam X = eY =
0 0.8 3/2 a 0.8 c

a=?,
b=?,
c=?

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 18 / 41


Definição
Sejam A = (aij ) e B = (bij) duas matrizes da mesma ordem.
Diz-se que A é igual a B, escreve-se A = B se e só se aij = bij .

Exemplo  √   √ 
3 π 0 3 b 0
Sejam X = eY =
0 0.8 3/2 a 0.8 c

a=?,
b=?,
c=?

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 18 / 41


Operações com matrizes

A + B =? A − B =? αA =? A.B =?

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 19 / 41


Soma de matrizes
Definição
Sejam A = (aij ) e B = (bij ) duas matrizes da mesma ordem m × n.
A soma de A e B é uma matriz C = (cij ) cujos elementos são dados por:

cij = aij + bij , i = 1, . . . , m; j = 1, . . . , n


escrevendo-se C = A + B.

Exemplo   
1 2 −1 1 −1 0
Se A = eB= então
1 −2 1 0 −2 1
 
2 1 −1
A+B = .
1 −4 2

A adição de matrizes só está definida para matrizes da mesma ordem.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 20 / 41


Definição
Sejam A = (aij ) e B = (bij ) duas matrizes da mesma ordem m × n. A − B
significa A + (−B) sendo −B = (−bij ).

Exemplo    
1 2 −1 1 −1 0
Para A = eB=
1 −2 1 0 −2 1
 
0 3 −1
tem-se A − B = .
1 0 0

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 21 / 41


Propriedades da adição de matrizes
Teorema
Sejam A, B e C matrizes da mesma ordem m × n.
Então:
(i) A + B = B + A Comutatividade
(ii) (A + B) + C = A + (B + C ) Associatividade
(iii) A + O = O + A = A Elemento neutro
(iv) A + (−A) = O Elemento simétrico

Demonstração: Ao cuidado dos alunos.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 22 / 41


Multiplicação escalar
Definição
Seja A = (aij ) uma matriz de ordem m × n e α um número (escalar;
α ∈ IR).
O produto de α por A é a matriz C = (cij ) cujos elementos são dados por:

cij = αaij , i = 1, . . . , m, j = 1, . . . , n
e escreve-se
C = αA.

Exemplo
   
1 −1 0 −2 2 0
A =  −1 0 1 , −2A =  2 0 −2 
0 1 −1 0 −2 2

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 23 / 41


Propriedades da multiplicação escalar
Teorema
Sejam A e B matrizes da mesma ordem m × n e, α e β escalares. Então:
(i) (αβ)A = α(βA) Associatividade mista
(ii) (α + β)A = αA + βA Distribuição - adição escalares
(iii) α(A + B) = αA + αB Distribuição - adição matrizes
(iv) 1 A = A Elemento identidade
(v) 0 A = Om×n Elemento absorvente

Demonstração: Ao cuidado dos alunos.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 24 / 41


Multiplicação de matrizes
...um ideia engraçada!

A ideia da multiplicação de matrizes pretende dar significado à notação,


simples e abreviada de se escrever

Ax = b

para representar um sistema de m equações a n incógnitas.


Considerando o sistema e usando matrizes escrevemos
     
 2x1 + 2x2 − x3 = 3 2 2 −1 x1 3
−x1 + 4x2 = 3  −1 4 0   x2  =  3 
x1 + x2 + 5x3 = 7 1 1 5 x3 7

| {z } | {z } | {z }
A x b
sendo então o produto Ax definido por
    
2 2 −1 x1 2x1 + 2x2 − x3
 −1 4 0   x2  =  −x1 + 4x2 
1 1 5 x3 x1 + x2 + 5x3
Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 25 / 41
Multiplicação de matrizes
...um ideia engraçada!

A ideia da multiplicação de matrizes pretende dar significado à notação,


simples e abreviada de se escrever

Ax = b

para representar um sistema de m equações a n incógnitas.


Considerando o sistema e usando matrizes escrevemos
     
 2x1 + 2x2 − x3 = 3 2 2 −1 x1 3
−x1 + 4x2 = 3  −1 4 0   x2  =  3 
x1 + x2 + 5x3 = 7 1 1 5 x3 7

| {z } | {z } | {z }
A x b
sendo então o produto Ax definido por
    
2 2 −1 x1 2x1 + 2x2 − x3
 −1 4 0   x2  =  −x1 + 4x2 
1 1 5 x3 x1 + x2 + 5x3
Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 25 / 41
Multiplicação de matrizes
...um ideia engraçada!

A ideia da multiplicação de matrizes pretende dar significado à notação,


simples e abreviada de se escrever

Ax = b

para representar um sistema de m equações a n incógnitas.


Considerando o sistema e usando matrizes escrevemos
     
 2x1 + 2x2 − x3 = 3 2 2 −1 x1 3
−x1 + 4x2 = 3  −1 4 0   x2  =  3 
x1 + x2 + 5x3 = 7 1 1 5 x3 7

| {z } | {z } | {z }
A x b
sendo então o produto Ax definido por
    
2 2 −1 x1 2x1 + 2x2 − x3
 −1 4 0   x2  =  −x1 + 4x2 
1 1 5 x3 x1 + x2 + 5x3
Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 25 / 41
      outro exemplo
1 1 2 4
Sendo A = , x= e y=
−1 0 3 5
      
1 1 2 1×2+1×3 5
tem-se Ax = = =
−1 0 3 −1 × 2 + 0 × 3 −2
      
1 1 4 1×4+1×5 9
e Ay = = =
−1 0 5 −1 × 4 + 0 × 5 −4
 
2 4
Considerando B =
3 5
x y
podemos 
escrever     
1 1 2 4 1×2+1×3 1×4+1×5
AB = =
−1 0 3 5 −1 × 2 + 0 × 3 −1 × 4 + 0 × 5
| {z } | {z }  
5 9
2×2 2×2 =
−2 −4
| {z }
2×2

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 26 / 41


      outro exemplo
1 1 2 4
Sendo A = , x= e y=
−1 0 3 5
      
1 1 2 1×2+1×3 5
tem-se Ax = = =
−1 0 3 −1 × 2 + 0 × 3 −2
      
1 1 4 1×4+1×5 9
e Ay = = =
−1 0 5 −1 × 4 + 0 × 5 −4
 
2 4
Considerando B =
3 5
x y
podemos 
escrever     
1 1 2 4 1×2+1×3 1×4+1×5
AB = =
−1 0 3 5 −1 × 2 + 0 × 3 −1 × 4 + 0 × 5
| {z } | {z }  
5 9
2×2 2×2 =
−2 −4
| {z }
2×2

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 26 / 41


  ainda outro exemplo
1 2  
1 2 3
Sejam A =  −1 1  e B=
5 6 7
0 −1
 
1 2  
1 2 3
Então AB =  −1 1  =
5 6 7
0 −1 | {z }
| {z }
3×2 2×3
 
1×1+2×5 1×2+2×6 1×3+2×7
=  −1 × 1 + 1 × 5 −1 × 2 + 1 × 6 −1 × 3 + 1 × 7 
0×1−1×5 0×2−1×6 0×3−1×7
 
11 14 17
= 4 4 4 
−5 −6 −7
| {z }
3×3

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 27 / 41


e, no caso geral...
 ... b1j ...

.. .. ..

 . . ... .  ... b2j ... 
 ai1 ai2 . . . ail  .. ..

.. .. 
 . . . . 
.. .. ..
 
. . ... . . . . blj . . .
linha i coluna j
Pl
na posição ij: ai1 b1j + ai2 b2j + · · · + ail blj = k=1 aik bkj

Definição
Seja A = (aij ) uma matriz de ordem m × l e B = (bij) uma matriz de
ordem l × n. O produto de A por B é uma matriz C = (cij ) de ordem
m × n, cujos elementos são dados por
l
X
cij = aik bkj
k=1

e escreve-se C = AB.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 28 / 41


e, no caso geral...
 ... b1j ...

.. .. ..

 . . ... .  ... b2j ... 
 ai1 ai2 . . . ail  .. ..

.. .. 
 . . . . 
.. .. ..
 
. . ... . . . . blj . . .
linha i coluna j
Pl
na posição ij: ai1 b1j + ai2 b2j + · · · + ail blj = k=1 aik bkj

Definição
Seja A = (aij ) uma matriz de ordem m × l e B = (bij) uma matriz de
ordem l × n. O produto de A por B é uma matriz C = (cij ) de ordem
m × n, cujos elementos são dados por
l
X
cij = aik bkj
k=1

e escreve-se C = AB.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 28 / 41


Propriedades da multiplicação de matrizes
Teorema
Sejam A, B e C matrizes e α um número real. Então, se todas as
operações, a seguir indicadas, estiverem definidas:
(i) (AB)C = A(BC ) Associatividade
(ii) A(B + C ) = AB + AC Distribuitividade à direita
(iii) (A + B)C = AC + BC Distribuitividade à esquerda
(iv) α(AB) = (αA)B = A(αB) Associatividade mista
(v) A I = I A = A Elemento identidade
(vi) A O = O A = O Elemento absorvente

Demonstração: Ao cuidado dos alunos.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 29 / 41


Observação: a multiplicação de matrizes não goza da propriedade
comutativa.
Se A é de ordem m × l e B = (bij) é ordem l × n tem-se:
o produto AB é definido e AB uma matriz de ordem m × n,
se m = n, BA está definido, mas é uma matriz ordem l × l,
no entanto, se m = n = l, em geral AB 6= BA.

Quando se tem AB = BA diz-se que as matrizes A e B são comutáveis.

Exemplo:
     
2 −3 9 6 3 3
A= ,B = ,C = tem-se que
−2 3 6 4 2 2
   
0 0 3 3
AB = = AC e BA =
0 0 2 2
donde se conclui:
AB 6= BA,
AB = O e A 6= O e e B 6= O,
A 6= O e AB = AC , com B 6= C .
Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 30 / 41
Operação de Potenciação de matrizes
Definição
Define-se a potência de ordem n de uma matriz quadrada A como sendo o
produto de n factores todos iguais à matriz A.
Escreve-se:
A.A. . . . A
An = | {z }
n

Exemplo:  
1 0
Seja A = , A2 =?, A3 =?, . . . An =?
0 a

Exemplo:    
0 1 −1 −1
Sendo A = e B=
0 1 0 0

será que (A + B)2 = A2 + 2AB + B 2 ?

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 31 / 41


Operação de Potenciação de matrizes
Definição
Define-se a potência de ordem n de uma matriz quadrada A como sendo o
produto de n factores todos iguais à matriz A.
Escreve-se:
A.A. . . . A
An = | {z }
n

Exemplo:  
1 0
Seja A = , A2 =?, A3 =?, . . . An =?
0 a

Exemplo:    
0 1 −1 −1
Sendo A = e B=
0 1 0 0

será que (A + B)2 = A2 + 2AB + B 2 ?

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 31 / 41


Operação de Potenciação de matrizes
Definição
Define-se a potência de ordem n de uma matriz quadrada A como sendo o
produto de n factores todos iguais à matriz A.
Escreve-se:
A.A. . . . A
An = | {z }
n

Exemplo:  
1 0
Seja A = , A2 =?, A3 =?, . . . An =?
0 a

Exemplo:    
0 1 −1 −1
Sendo A = e B=
0 1 0 0

será que (A + B)2 = A2 + 2AB + B 2 ?

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 31 / 41


Operação de Potenciação de matrizes
Definição
Define-se a potência de ordem n de uma matriz quadrada A como sendo o
produto de n factores todos iguais à matriz A.
Escreve-se:
A.A. . . . A
An = | {z }
n

Exemplo:  
1 0
Seja A = , A2 =?, A3 =?, . . . An =?
0 a

Exemplo:    
0 1 −1 −1
Sendo A = e B=
0 1 0 0

será que (A + B)2 = A2 + 2AB + B 2 ?

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 31 / 41


Matrizes simétricas e matrizes ortogonais
Definição
Dada uma matriz A, de ordem m × n, a matriz cujas colunas são as linhas
de A, pela ordem correspondente, diz-se a transposta de A e representa-se
por AT .

A matriz B = AT é uma matriz de ordem n × n e os seus elementos são


dados por bij = aji , i = 1, . . . , n, j = 1, . . . , m, e escreve-se B = AT .

Exemplo:  
  1 −1
1 0 3
Se A = e AT =  0 2 
−1 2 4
3 4

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 32 / 41


Propriedades
Teorema
Sejam A e B matrizes e α um número real. Se as operações, a seguir
indicadas, estiverem definidas:
(i) (AT )T = A,
(ii) (A + B)T = AT + B T ,
(iii) (αA)T = αAT ,
(iv) (AB)T = B T AT .

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 33 / 41


Propriedades
Teorema
Sejam A e B matrizes e α um número real. Se as operações, a seguir
indicadas, estiverem definidas:
(i) (AT )T = A,
(ii) (A + B)T = AT + B T ,
(iii) (αA)T = αAT ,
(iv) (AB)T = B T AT .

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 33 / 41


Propriedades
Teorema
Sejam A e B matrizes e α um número real. Se as operações, a seguir
indicadas, estiverem definidas:
(i) (AT )T = A,
(ii) (A + B)T = AT + B T ,
(iii) (αA)T = αAT ,
(iv) (AB)T = B T AT .

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 33 / 41


Propriedades
Teorema
Sejam A e B matrizes e α um número real. Se as operações, a seguir
indicadas, estiverem definidas:
(i) (AT )T = A,
(ii) (A + B)T = AT + B T ,
(iii) (αA)T = αAT ,
(iv) (AB)T = B T AT .

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 33 / 41


Propriedades
Teorema
Sejam A e B matrizes e α um número real. Se as operações, a seguir
indicadas, estiverem definidas:
(i) (AT )T = A,
(ii) (A + B)T = AT + B T ,
(iii) (αA)T = αAT ,
(iv) (AB)T = B T AT .

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 33 / 41


Definição Seja A uma matriz quadrada.
A diz-se uma matriz simétrica se e só se AT = A, i.e., aij = aji .
A diz-se uma matriz antisimétrica se e só se AT = −A, i.e.,
aij = −aji .

Exemplo
       
1 2 3 1 2 3 1 2 3 0 2 3
 2 6 4   2 6 4   −2 6 4   −2 0 4 
3 4 8 3 5 8 −3 −4 8 −3 −4 0
simétria não simétria não antisimétria antisimétria

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 34 / 41


Definição
Seja A uma matriz quadrada. A diz-se uma matriz ortogonal se e só se
AT A = AAT = In .

Exemplo: 
cosα −sinα
Se Rα =
sinα cosα
 
T cosα sinα
uma vez que Rα =
−sinα cosα
  
T cosα −sinα cosα sinα
então RRα = =
sinα cosα −sinα cosα
cos 2 α + sin2 α
   
cosα sinα − sinα cosα 1 0
= = I2
cosαsin α − sinα cosα cos 2 α + sin2 α 0 1

Do mesmo modo se verificava que RαT R = I2 , podendo concluir-se que a


matriz R é ortogonal.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 35 / 41


Definição
Seja A uma matriz quadrada. A diz-se uma matriz ortogonal se e só se
AT A = AAT = In .

Exemplo: 
cosα −sinα
Se Rα =
sinα cosα
 
T cosα sinα
uma vez que Rα =
−sinα cosα
  
T cosα −sinα cosα sinα
então RRα = =
sinα cosα −sinα cosα
cos 2 α + sin2 α
   
cosα sinα − sinα cosα 1 0
= = I2
cosαsin α − sinα cosα cos 2 α + sin2 α 0 1

Do mesmo modo se verificava que RαT R = I2 , podendo concluir-se que a


matriz R é ortogonal.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 35 / 41


Definição
Seja A uma matriz quadrada. A diz-se uma matriz ortogonal se e só se
AT A = AAT = In .

Exemplo: 
cosα −sinα
Se Rα =
sinα cosα
 
T cosα sinα
uma vez que Rα =
−sinα cosα
  
T cosα −sinα cosα sinα
então RRα = =
sinα cosα −sinα cosα
cos 2 α + sin2 α
   
cosα sinα − sinα cosα 1 0
= = I2
cosαsin α − sinα cosα cos 2 α + sin2 α 0 1

Do mesmo modo se verificava que RαT R = I2 , podendo concluir-se que a


matriz R é ortogonal.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 35 / 41


Definição
Seja A uma matriz quadrada. A diz-se uma matriz ortogonal se e só se
AT A = AAT = In .

Exemplo: 
cosα −sinα
Se Rα =
sinα cosα
 
T cosα sinα
uma vez que Rα =
−sinα cosα
  
T cosα −sinα cosα sinα
então RRα = =
sinα cosα −sinα cosα
cos 2 α + sin2 α
   
cosα sinα − sinα cosα 1 0
= = I2
cosαsin α − sinα cosα cos 2 α + sin2 α 0 1

Do mesmo modo se verificava que RαT R = I2 , podendo concluir-se que a


matriz R é ortogonal.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 35 / 41


Inversa de uma Matriz
Definição
Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Se existir uma matriz X , de
ordem n, tal que

XA = AX = In (1)

diz-se que A é invertı́vel, regular ou não singular.


Uma matriz X que verifique (1) chama-se inversa de A e representa-se por
A−1 .

Exemplo:   
2 1 1/3 −1/3
Se A = eX = tem-se que XA = AX = I2 ,
−1 1 1/3 2/3
donde X = A−1 é a matriz inversa de A.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 36 / 41


Inversa de uma Matriz
Definição
Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Se existir uma matriz X , de
ordem n, tal que

XA = AX = In (1)

diz-se que A é invertı́vel, regular ou não singular.


Uma matriz X que verifique (1) chama-se inversa de A e representa-se por
A−1 .

Exemplo:   
2 1 1/3 −1/3
Se A = eX = tem-se que XA = AX = I2 ,
−1 1 1/3 2/3
donde X = A−1 é a matriz inversa de A.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 36 / 41


  ...nem todas as matrizes quadradas têm inversa
2 2
Seja A =
1 1
 
x11 x12
a sua matriz inversa é a matriz X = tal que XA = AX = I2 .
x21 x22
Tendo-se
 
2x11 + 2x21 2x12 + 2x22
AX =
x11 + x21 x12 + x22
para que AX = I2 deve ter-se
 
 2x11 + 2x21 = 1
 
 x11 + x21 = 1/2
x11 + x21 = 0 x11 + x21 =0
 
2x + 2x22 = 0 x + x22 =0
 12  12

 

x12 + x22 = 1 x12 + x22 =1
donde se conclui que o sistema não tem solução, não existe nenhuma
matriz tal que AX = I2 , logo A não tem inversa.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 37 / 41


  ...nem todas as matrizes quadradas têm inversa
2 2
Seja A =
1 1
 
x11 x12
a sua matriz inversa é a matriz X = tal que XA = AX = I2 .
x21 x22
Tendo-se
 
2x11 + 2x21 2x12 + 2x22
AX =
x11 + x21 x12 + x22
para que AX = I2 deve ter-se
 
 2x11 + 2x21 = 1
 
 x11 + x21 = 1/2
x11 + x21 = 0 x11 + x21 =0
 
2x + 2x22 = 0 x + x22 =0
 12  12

 

x12 + x22 = 1 x12 + x22 =1
donde se conclui que o sistema não tem solução, não existe nenhuma
matriz tal que AX = I2 , logo A não tem inversa.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 37 / 41


  ...nem todas as matrizes quadradas têm inversa
2 2
Seja A =
1 1
 
x11 x12
a sua matriz inversa é a matriz X = tal que XA = AX = I2 .
x21 x22
Tendo-se
 
2x11 + 2x21 2x12 + 2x22
AX =
x11 + x21 x12 + x22
para que AX = I2 deve ter-se
 
 2x11 + 2x21 = 1
 
 x11 + x21 = 1/2
x11 + x21 = 0 x11 + x21 =0
 
2x + 2x22 = 0 x + x22 =0
 12  12

 

x12 + x22 = 1 x12 + x22 =1
donde se conclui que o sistema não tem solução, não existe nenhuma
matriz tal que AX = I2 , logo A não tem inversa.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 37 / 41


  ...nem todas as matrizes quadradas têm inversa
2 2
Seja A =
1 1
 
x11 x12
a sua matriz inversa é a matriz X = tal que XA = AX = I2 .
x21 x22
Tendo-se
 
2x11 + 2x21 2x12 + 2x22
AX =
x11 + x21 x12 + x22
para que AX = I2 deve ter-se
 
 2x11 + 2x21 = 1
 
 x11 + x21 = 1/2
x11 + x21 = 0 x11 + x21 =0
 
2x + 2x22 = 0 x + x22 =0
 12  12

 

x12 + x22 = 1 x12 + x22 =1
donde se conclui que o sistema não tem solução, não existe nenhuma
matriz tal que AX = I2 , logo A não tem inversa.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 37 / 41


  ...nem todas as matrizes quadradas têm inversa
2 2
Seja A =
1 1
 
x11 x12
a sua matriz inversa é a matriz X = tal que XA = AX = I2 .
x21 x22
Tendo-se
 
2x11 + 2x21 2x12 + 2x22
AX =
x11 + x21 x12 + x22
para que AX = I2 deve ter-se
 
 2x11 + 2x21 = 1
 
 x11 + x21 = 1/2
x11 + x21 = 0 x11 + x21 =0
 
2x + 2x22 = 0 x + x22 =0
 12  12

 

x12 + x22 = 1 x12 + x22 =1
donde se conclui que o sistema não tem solução, não existe nenhuma
matriz tal que AX = I2 , logo A não tem inversa.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 37 / 41


Proposição
Se A é uma matiz invertı́vel, a sua inversa é única.

Demonstração:
Sejam X e Y matrizes inversas da matriz A.
Então
XA = AX = In e YA = AY = In
Mas,

YAX = Y (AX ) = YIn = Y


e do mesmo modo se verifica

YAX = (YA)X = In X = X

logo X = Y , e foi errado supor que existiam duas matrizes inversas de A.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 38 / 41


Proposição
Se A é uma matiz invertı́vel, a sua inversa é única.

Demonstração:
Sejam X e Y matrizes inversas da matriz A.
Então
XA = AX = In e YA = AY = In
Mas,

YAX = Y (AX ) = YIn = Y


e do mesmo modo se verifica

YAX = (YA)X = In X = X

logo X = Y , e foi errado supor que existiam duas matrizes inversas de A.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 38 / 41


Proposição
Se A é uma matiz invertı́vel, a sua inversa é única.

Demonstração:
Sejam X e Y matrizes inversas da matriz A.
Então
XA = AX = In e YA = AY = In
Mas,

YAX = Y (AX ) = YIn = Y


e do mesmo modo se verifica

YAX = (YA)X = In X = X

logo X = Y , e foi errado supor que existiam duas matrizes inversas de A.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 38 / 41


Proposição
Se A é uma matiz invertı́vel, a sua inversa é única.

Demonstração:
Sejam X e Y matrizes inversas da matriz A.
Então
XA = AX = In e YA = AY = In
Mas,

YAX = Y (AX ) = YIn = Y


e do mesmo modo se verifica

YAX = (YA)X = In X = X

logo X = Y , e foi errado supor que existiam duas matrizes inversas de A.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 38 / 41


Proposição
Se A é uma matiz invertı́vel, a sua inversa é única.

Demonstração:
Sejam X e Y matrizes inversas da matriz A.
Então
XA = AX = In e YA = AY = In
Mas,

YAX = Y (AX ) = YIn = Y


e do mesmo modo se verifica

YAX = (YA)X = In X = X

logo X = Y , e foi errado supor que existiam duas matrizes inversas de A.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 38 / 41


Proposição
Se A é uma matiz invertı́vel, a sua inversa é única.

Demonstração:
Sejam X e Y matrizes inversas da matriz A.
Então
XA = AX = In e YA = AY = In
Mas,

YAX = Y (AX ) = YIn = Y


e do mesmo modo se verifica

YAX = (YA)X = In X = X

logo X = Y , e foi errado supor que existiam duas matrizes inversas de A.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 38 / 41


Proposição
Se A é uma matiz invertı́vel, a sua inversa é única.

Demonstração:
Sejam X e Y matrizes inversas da matriz A.
Então
XA = AX = In e YA = AY = In
Mas,

YAX = Y (AX ) = YIn = Y


e do mesmo modo se verifica

YAX = (YA)X = In X = X

logo X = Y , e foi errado supor que existiam duas matrizes inversas de A.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 38 / 41


Proposição
Se A é uma matiz invertı́vel, a sua inversa é única.

Demonstração:
Sejam X e Y matrizes inversas da matriz A.
Então
XA = AX = In e YA = AY = In
Mas,

YAX = Y (AX ) = YIn = Y


e do mesmo modo se verifica

YAX = (YA)X = In X = X

logo X = Y , e foi errado supor que existiam duas matrizes inversas de A.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 38 / 41


Proposição
Se A é uma matiz invertı́vel, a sua inversa é única.

Demonstração:
Sejam X e Y matrizes inversas da matriz A.
Então
XA = AX = In e YA = AY = In
Mas,

YAX = Y (AX ) = YIn = Y


e do mesmo modo se verifica

YAX = (YA)X = In X = X

logo X = Y , e foi errado supor que existiam duas matrizes inversas de A.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 38 / 41


Proposição
Se A é uma matiz invertı́vel, a sua inversa é única.

Demonstração:
Sejam X e Y matrizes inversas da matriz A.
Então
XA = AX = In e YA = AY = In
Mas,

YAX = Y (AX ) = YIn = Y


e do mesmo modo se verifica

YAX = (YA)X = In X = X

logo X = Y , e foi errado supor que existiam duas matrizes inversas de A.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 38 / 41


Proposição
Se A é uma matiz invertı́vel, a sua inversa é única.

Demonstração:
Sejam X e Y matrizes inversas da matriz A.
Então
XA = AX = In e YA = AY = In
Mas,

YAX = Y (AX ) = YIn = Y


e do mesmo modo se verifica

YAX = (YA)X = In X = X

logo X = Y , e foi errado supor que existiam duas matrizes inversas de A.

Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 38 / 41


Propriedades
Teorema
Sejam A e B matrizes quadradas invertı́veis. Então
(i) (A−1 )−1 = A,
(ii) AB é invertı́vel e (AB)−1 = B −1 A−1 ,
(iii) AT é invertı́vel (AT )−1 = (A−1 )T ,
(iv) se A é ortogonal (AT A = AAT = In ) então (A)T = A−1 .
Demonstração (ii)
Se A e B são matrizes quadradas invertı́veis, existem as matrizes A−1 e
B −1 . Tendo-se
(AB)(B −1 A−1 ) = · · · = In

(B −1 A−1 )(AB) = · · · = In

pela definição de matiz invertı́vel, se conclui que AB é invertı́vel e a sua


inversa é a matriz B −1 A−1 .
Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 39 / 41
Propriedades
Teorema
Sejam A e B matrizes quadradas invertı́veis. Então
(i) (A−1 )−1 = A,
(ii) AB é invertı́vel e (AB)−1 = B −1 A−1 ,
(iii) AT é invertı́vel (AT )−1 = (A−1 )T ,
(iv) se A é ortogonal (AT A = AAT = In ) então (A)T = A−1 .
Demonstração (ii)
Se A e B são matrizes quadradas invertı́veis, existem as matrizes A−1 e
B −1 . Tendo-se
(AB)(B −1 A−1 ) = · · · = In

(B −1 A−1 )(AB) = · · · = In

pela definição de matiz invertı́vel, se conclui que AB é invertı́vel e a sua


inversa é a matriz B −1 A−1 .
Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 39 / 41
Propriedades
Teorema
Sejam A e B matrizes quadradas invertı́veis. Então
(i) (A−1 )−1 = A,
(ii) AB é invertı́vel e (AB)−1 = B −1 A−1 ,
(iii) AT é invertı́vel (AT )−1 = (A−1 )T ,
(iv) se A é ortogonal (AT A = AAT = In ) então (A)T = A−1 .
Demonstração (ii)
Se A e B são matrizes quadradas invertı́veis, existem as matrizes A−1 e
B −1 . Tendo-se
(AB)(B −1 A−1 ) = · · · = In

(B −1 A−1 )(AB) = · · · = In

pela definição de matiz invertı́vel, se conclui que AB é invertı́vel e a sua


inversa é a matriz B −1 A−1 .
Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 39 / 41
Propriedades
Teorema
Sejam A e B matrizes quadradas invertı́veis. Então
(i) (A−1 )−1 = A,
(ii) AB é invertı́vel e (AB)−1 = B −1 A−1 ,
(iii) AT é invertı́vel (AT )−1 = (A−1 )T ,
(iv) se A é ortogonal (AT A = AAT = In ) então (A)T = A−1 .
Demonstração (ii)
Se A e B são matrizes quadradas invertı́veis, existem as matrizes A−1 e
B −1 . Tendo-se
(AB)(B −1 A−1 ) = · · · = In

(B −1 A−1 )(AB) = · · · = In

pela definição de matiz invertı́vel, se conclui que AB é invertı́vel e a sua


inversa é a matriz B −1 A−1 .
Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 39 / 41
Propriedades
Teorema
Sejam A e B matrizes quadradas invertı́veis. Então
(i) (A−1 )−1 = A,
(ii) AB é invertı́vel e (AB)−1 = B −1 A−1 ,
(iii) AT é invertı́vel (AT )−1 = (A−1 )T ,
(iv) se A é ortogonal (AT A = AAT = In ) então (A)T = A−1 .
Demonstração (ii)
Se A e B são matrizes quadradas invertı́veis, existem as matrizes A−1 e
B −1 . Tendo-se
(AB)(B −1 A−1 ) = · · · = In

(B −1 A−1 )(AB) = · · · = In

pela definição de matiz invertı́vel, se conclui que AB é invertı́vel e a sua


inversa é a matriz B −1 A−1 .
Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 39 / 41
Propriedades
Teorema
Sejam A e B matrizes quadradas invertı́veis. Então
(i) (A−1 )−1 = A,
(ii) AB é invertı́vel e (AB)−1 = B −1 A−1 ,
(iii) AT é invertı́vel (AT )−1 = (A−1 )T ,
(iv) se A é ortogonal (AT A = AAT = In ) então (A)T = A−1 .
Demonstração (ii)
Se A e B são matrizes quadradas invertı́veis, existem as matrizes A−1 e
B −1 . Tendo-se
(AB)(B −1 A−1 ) = · · · = In

(B −1 A−1 )(AB) = · · · = In

pela definição de matiz invertı́vel, se conclui que AB é invertı́vel e a sua


inversa é a matriz B −1 A−1 .
Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 39 / 41
Propriedades
Teorema
Sejam A e B matrizes quadradas invertı́veis. Então
(i) (A−1 )−1 = A,
(ii) AB é invertı́vel e (AB)−1 = B −1 A−1 ,
(iii) AT é invertı́vel (AT )−1 = (A−1 )T ,
(iv) se A é ortogonal (AT A = AAT = In ) então (A)T = A−1 .
Demonstração (ii)
Se A e B são matrizes quadradas invertı́veis, existem as matrizes A−1 e
B −1 . Tendo-se
(AB)(B −1 A−1 ) = · · · = In

(B −1 A−1 )(AB) = · · · = In

pela definição de matiz invertı́vel, se conclui que AB é invertı́vel e a sua


inversa é a matriz B −1 A−1 .
Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 39 / 41
Propriedades
Teorema
Sejam A e B matrizes quadradas invertı́veis. Então
(i) (A−1 )−1 = A,
(ii) AB é invertı́vel e (AB)−1 = B −1 A−1 ,
(iii) AT é invertı́vel (AT )−1 = (A−1 )T ,
(iv) se A é ortogonal (AT A = AAT = In ) então (A)T = A−1 .
Demonstração (ii)
Se A e B são matrizes quadradas invertı́veis, existem as matrizes A−1 e
B −1 . Tendo-se
(AB)(B −1 A−1 ) = · · · = In

(B −1 A−1 )(AB) = · · · = In

pela definição de matiz invertı́vel, se conclui que AB é invertı́vel e a sua


inversa é a matriz B −1 A−1 .
Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 39 / 41
Propriedades
Teorema
Sejam A e B matrizes quadradas invertı́veis. Então
(i) (A−1 )−1 = A,
(ii) AB é invertı́vel e (AB)−1 = B −1 A−1 ,
(iii) AT é invertı́vel (AT )−1 = (A−1 )T ,
(iv) se A é ortogonal (AT A = AAT = In ) então (A)T = A−1 .
Demonstração (ii)
Se A e B são matrizes quadradas invertı́veis, existem as matrizes A−1 e
B −1 . Tendo-se
(AB)(B −1 A−1 ) = · · · = In

(B −1 A−1 )(AB) = · · · = In

pela definição de matiz invertı́vel, se conclui que AB é invertı́vel e a sua


inversa é a matriz B −1 A−1 .
Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 39 / 41
Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 40 / 41
Maria Antónia Forjaz DMAT 30 de Setembro de 2019 41 / 41

Você também pode gostar