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Excertos do Capítulo “A Gente das Naves Flamejantes”,Pag.

138/a 144 de “O 12º Planeta”

O S textos mesopotâmicos que se referem aos


recintos interiores sagrados dos templos ou às
celestiais jornadas dos deuses, ou até a
circunstâncias em que os mortais ascenderam
Que o objectivo dos pilares de pedra comemorativos
era o de evocar uma ígnea actividade espacial, pode ser
mais adiante deduzido a partir do termo pelo qual estas
pedras eram conhecidas na antiguidade. Os Sumérios
chamavam-lhes NA.RU («pedras que se erguem»). Os
aos céus, empregam o termo sumério mu ou os seus
derivativos semitas shu-mu («aquilo que é um mu»), Acádios, Babilónios e Assírios chamavam-lhes naru
sham ou shem. Devido ao facto de o termo definir («objectos que lançam luz») Os Amurru apelidam-nos
também «aquele pelo qual alguém é lembrado», a de nuras «flamejantes objectos» em hebraico, ner
palavra acabou por querer dizer «nome». Mas a significa ainda hoje um pilar que emite luz, ou seja, a
aplicação universal de «nome» a remotos textos que actual «vela»). Nas línguas indo-europeias dos Hurritas
falam de um objecto usado para voar obscureceu o e dos Hititas, as estelas receberam o nome de hu-u-ashi
verdadeiro significado dos antigos registos. («pássaro de fogo de pedra»).
foi deste modo, que G. A. Barton (The Royal Referências bíblicas indicam familiaridade com dois
Inscriptions of Summer and Akkad) [As Inscrições tipos de monumentos comemorativos, um yad e um
Reais da Suméria e da Acádia] estabeleceu como shem. O profeta Isaías comunicou ao povo sofredor da
irrefutável a tradução da inscrição do templo de Gudea Judeia a promessa do Senhor de um melhor e mais
- de «o seu MU abraçará as terras de horizonte a seguro futuro do seguinte modo:
horizonte» para «o seu nome encherá as terras». Da
mesma maneira, um hino a lshkur enaltecendo o seu “Eu Dar-lhes-ei, em Minha Casa e dentro das Minhas
«MU emissor de raios» que podia atingir as alturas do paredes, Um yad e um shem.”
céu é traduzido como segue: «Teu nome é radiante,
Literalmente traduzido e cumulando significados, isto
alcança o zénite dos Céus». Pressentido, no entanto,
quereria dizer que a promessa do Senhor falava em
que mu ou shem podem significar um objecto e não
fornecer ao seu povo uma «mão» e um «nome».
«nome», alguns eruditos trataram o termo como um
Felizmente, contudo, aprendemos, a partir de
sufixo ou fenómeno gramatical sem tradução, evitando
monumentos antigos chamados yad e que ainda se
deste modo a conclusão global.
erguem na Terra Santa, que estes se distinguem pelos
Não é difícil recuar até à etimologia do termo e traçar a
seus topos de forma piramidal. Os shem, por outro
rota através da qual a «câmara do céu» assumiu o
lado, eram memoriais de tipo oval. Ambos, parece
significado «nome». Foram encontradas esculturas que
evidente, começaram como simulações da «câmara do
mostram um deus no interior de uma câmara em forma
céu», o veículo dos deuses para ascender à Residência
de foguetão, como neste objecto de uma extrema
Eterna. No antigo Egipto, de facto, os devotos faziam
antiguidade (agora na posse do Museu Universitário de
peregrinações a um templo especial em Heliópolis para
Filadélfia) onde a natureza celestial da câmara é
ver e adorar o ben-ben - um objecto de forma piramidal
atestada pelos doze globos que a decoram. (Fig. 71.)
no qual os deuses chegaram à Terra em tempos
Similarmente muitos selos representam um deus (e às
imemoriais. Os faraós egípcios, à hora da morte, eram
vezes dois) dentro destas ovais «câmaras divinas»; em
sujeitos a uma cerimónia de «abertura da boca»,
muitas circunstâncias, estes deuses dentro das suas
supondo-se serem eles transportados por um yad ou
sagradas ovais estão descritos como objectos de
shem idêntico à divina Residência da Vida Eterna.
veneração.
Desejando adorar os seus deuses através das terras, e (Fig. 73.)
não apenas na «casa» oficial de cada divindade, os
povos antigos desenvolveram o costume de construir
imitações do deus dentro da sua divina « câmara-do-
céu». Pilares de pedra desenhados para dissimular o
veiculo oval foram erigidos em locais seleccionados e a
imagem do deus era gravada dentro da pedra para
indicar que ele estava no interior do objecto.
Foi uma mera questão de tempo até que reis e
governantes - associando estes pilares (chamados
estelas) com a capacidade de ascender à Celestial
Residência- começassem a gravar as suas próprias
imagens sobre as estelas como forma de se associarem
eles próprios à Celestial Residência. Se eles não podiam
fugir ao esquecimento físico, era importante que, pelo
menos o seu «nome», fosse para sempre celebrado. (Fig
72.)
A persistência dos tradutores da Bíblia em empregar sobre a face de toda a Terra, e eles cessaram a
«nome» sempre que deparavam com o termo shem foi construção da cidade. Por isso o seu nome foi
ignorada por um avançado estudo publicado há mais de Babel, Porque foi aí que o senhor confundiu a
um século por G. M. Redslob (in Revista da Sociedade língua da Terra.»
Oriental Alemã), no qual ele correctamente salientou
que o termo shem e o termo shamaim («Céu») derivam A tradução tradicional de shem por «nome» tornou o
da palavra de raiz shamash, significando «aquilo que conto ininteligível durante gerações. Porque é que os
está para o céu». Quando o Antigo Testamento relata antigos residentes de Babel -Babilónia- se exortaram a
que o rei David «fez um shem» para marcar a vitória si próprios para «fazer um nome», por que é que o
sobre os Aramaicos, Redslob disse, ele «não fez um «nome» teria de ser colocado no topo de uma «torre
nome», mas edificou um monumento apontado para os cujo cume tocará os céus», e como é que « a construção
céus. de um nome» poderia contrariar os efeitos da dispersão
do género humano sobre a Terra?

A compreensão de que em muitos textos Se tudo o que aqueles povos queriam era fazer (como
mesopotâmicos mu ou shem devia ser lido não como explicam os estudiosos) uma «reputação» para eles
«nome», mas como «veículo do céu» abriu caminho próprios, por que é que esta tentativa aborreceu tanto o
para a compreensão do verdadeiro significado de Senhor? Por que é que que a composição de um
muitos contos antigos, incluindo a história bíblica da «nome» era considerada pela Divindade como um feito
Torre de Babel. a seguir ao qual «tudo o que eles planearam fazer, não
O livro do Génesis, no seu capítulo XI, relata a mais lhes será impossível realizar»? As explicações
tentativa executada por humanos no sentido de fazerem tradicionais são certamente insuficientes para esclarecer
levantar um shem. O relato bíblico é feito em concisa (e porque é que o Senhor considerou necessário convocar
precisa) linguagem que revela um facto histórico. No outros deuses sem nome para descer à Terra e pôr um
entanto, gerações de estudiosos e tradutores procuraram fim a este esforço humano.
conceder ao conto apenas um significado alegórico Acreditamos que as respostas para todas estas perguntas
porque (tal como eles o entenderam) o conto dizia se tornam plausíveis -óbvias até assim que lemos
respeito à ânsia do género humano em «fazer um «veículo em direcção ao céu» em vez de «nome» para
nome» para si próprio. Uma tal aproximação esvaziou o traduzir a palavra shem, que é o termo empregue no
conto do seu significado factual. A nossa conclusão no texto original hebraico da Bíblia. A história trataria
que se refere ao verdadeiro significado de shem torna o então da preocupação da humanidade com a dispersão
conto tão rico em significado corno o deve ter sido para dos povos sobre a face da Terra que resultaria numa
os próprios povos da antiguidade. perda de contactos entre si. Por isso, eles decidiram
O conto bíblico da Torre de Babel trata dos construir um «veículo em direcção ao céu» e erigir uma
acontecimentos que se seguiram ao repovoamento da «torre de lançamento» para um tal veículo, para que
Terra depois do Dilúvio, quando alguns dos povos também eles -tal como por exemplo a deusa Ishtar -
«viajaram do este, e encontraram uma terra plana na pudessem voar num mu « sobre todas as terras
Terra de Shinar, e aí se estabeleceram». povoadas».
A Terra de Shinar é, claro, a terra da Suméria, na
planície entre os dois rios da Mesopotâmia Sul. E o Uma porção do texto babilónico conhecido com a
povo, já familiarizado com a arte da feitura de tijolo e «Epopeia da Criação» relata que o «Portal dos Deuses»
alta construção para uma civilização urbana, disse: foi construido na Babilónia pelos próprios deuses. Aos
«Construamos para nós uma cidade, e uma torre cujo Anunnaki, os deuses de inferior condição, foram dadas
topo alcance os Céus; e façamos para nós um shem, ordens para construir o Portal dos Deuses...” Deixemos
para que não sejamos espalhados sobre a face da Terra» que o seu trabalho de tijolo seja desenhado. O seu shem
Mas este esquema humano não estava conforme aos será posto no lugar designado.”
desejos de Deus. Durante dois anos, os Anunnaki afadigaram-se
“E o Senhor desceu, para ver a cidade e a torre. -«aplicaram as ferramentas ... moldaram tijolos» - até
que os filhos de Adão erigiram. E ele disse: que levantaram até ao cimo o Eshagila» («casa dos
Contempla, todos são como um povo com uma Grandes Deuses») e «construíram a torre de andares tão
língua, e isto é apenas o começo dos seus alta como as Alturas do Céu».
empreendimentos. Agora, tudo o que eles Foi, portanto, um desaforo da parte da humanidade
planearem fazer não mais lhes será impossível estabelecer a sua própria torre de lançamento, usada
realizar.» originalmente para proveito dos deuses, uma vez que o
E o Senhor disse - a alguns companheiros que o Antigo nome do local -Babili- significava literalmente «Portal
Testamento não nomeia: dos Deuses».
« Vinde, desçamos, e uma vez lá, confundamos a Haverá mais provas que corroborem o conto bíblico
sua língua; para que eles não entendam a fala e a nossa interpretação dele?
uns dos outros. E o Senhor espalhou-os dali por
O sacerdote-historiador babilónico Berossus, que no objecto cónico, no qual se focaliza também a atenção
século III a. C. compilou uma história da humanidade, do deus. Armado com um arco e uma lança, a deidade
relatou que «os primeiros habitantes da Terra ufanando- parece olhar o objecto mais em atitude de ameaça do
se da sua própria força... empreenderam erguer uma que de adoração. (Fig. 75.)
torre cujo `topo' devia alcançar o Céu». Mas a torre foi O objecto cónico está apontado na direcção de três
derrubada pelos deuses e por fortes ventos, «e os deuses corpos celestiais. Se o seu tamanho, forma e objectivo
introduziram uma diversidade de idiomas entre os indicam que se trata de um shem, então a cena retrata
homens, que até àquele dia tinham todos falado a um deus zangado e completamente armado atropelando
mesma língua». gente que celebra a ascensão de um shem.
George Smith (The Chaldean Account of Genesis) (a Tanto os textos mesopotâmicos como a versão bíblica
descrição caldaica do Génesis) encontrou nos escritos comunicam a mesma mensagem: as máquinas voadoras
do historiador grego Hestaeus um relato em que, de eram para os deuses, e não para o género humano.
acordo com as «vetustas tradições», o povo que Os homens -afirmam tanto os textos mesopotâmicos
escapara ao Dilúvio veio até Senaar na Babilónia, mas como os bíblicos - podiam ascender à Celestial
foi afastado dali por uma diversidade de idiomas. O Residência apenas sob o expresso desejo dos deuses.
historiador Alexander Polyistor (século 1 a. C.) E nesse domínio existem muitos contos de subidas
escreveu que, antigamente, todos os homens falavam a ao Céu e até de voos espaciais.
mesma lingua. Depois, alguns pensaram erigir uma
enorme e suprema torre para que pudessem «trepar ao
céu». Mas o Deus principal frustra os seus desígnios
enviando um furacão, e a cada tribo foi dada uma
língua diferente. «A cidade onde isso aconteceu foi
Babilónia.»
Hoje em dia poucas dúvidas restam de que os contos
bíblicos assim como os relatos dos historiadores gregos
de há 2000 anos atrás e do seu predecessor Berossus
derivam das mesmas antiquíssimas raizes sumérias. A.
H. Sayce (The Religion of the Babylonians) [A Figura 75 Estela de Naram-Sin, museu do Louvre
Religião dos Babilónicos] comunicou, lendo uma barra
fragmentária no Museu Britânico, a «versão babilónica
da construção da Torre de Babel». Em todas as
circunstâncias, a tentativa de alcançar os céus e a
consequente confusão de línguas são elementos básicos
desta versão. Há outros textos sumérios que registam
a deliberada confusão das línguas humanas como
resultado da ira de um deus.
Presumivelmente, o género humano não possuía
naquele tempo a tecnologia necessária para um tal
“projecto aerospacial”; a orientação e colaboração
de um deus no conhecimento dessas técnicas era, pois,
essencial. Teria um deus destes desafiado os outros para
ajudar a humanidade? Um selo sumério descreve um
confronto entre deuses armados, aparentemente devido
à disputada construção pelo homem de uma torre de
andares.
Uma estela suméria agora em exposição em Paris, no
Louvre, pode bem descrever o incidente relatado no
livro do Génesis. É colocada cerca do ano 2300 a. C.
por Naram-Sin, rei da Acádia, e os estudiosos
consideram que ela descreve o rei vitorioso sobre os
seus inimigos. Mas a grande figura central é a de uma
divindade, e não a de um rei humano, uma vez que a
pessoa usa um elmo, adornado com chifres - a marca
distintiva exclusiva dos deuses. Para além disso, esta
figura central não parece ser o chefe dos humanos (de
menor estatura), mas antes parece espezi-
nhá-los. Estes homens, por seu turno, não parecem
envolvidos em nenhuma actividade guerreira: eles
marcham em frente e estão a adorar o mesmo enorme
«Pala-Ishtar»- Estátua da Deusa Ishtar encontrada em Mari

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