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Biomassa
É todo material de origem orgânica. Pode ser
proveniente de:
Colheitas agrícolas e florestais;
Produtos animais;
Massa de células microbianas;
Resíduos em geral
A biomassa é uma das fontes que tem um grande potencial para
produção de energia, e ela é considerada uma óptima alternativa
para diversificação da matriz energética .A quantidade estimada de
biomassa existente na Terra é da ordem de 1,8 trilhões de toneladas
(ANEEL, 2009).
Entre todos os tipos de biomassa existentes, os mais utilizados no
mundo, especialmente em Moçambique para a geração de energia
calorífica são: a lenha, carvão vegetal, resíduos de madeira e lixívia
negra (biomassa de origem florestal); palha e bagaço de cana-de-
açúcar, palha e casca de arroz, capim-elefante, palha do milho,
palha da soja (biomassa derivada de cultura agrícola); lixos líquidos
e sólidos (resíduos urbanos e de pequenas industriais).
Biomassa energética agrícola
cana-de-açúcar e eucalipto.
O processo para transformar o capim-elefante em energia não é muito complicado.
Após a colheita mecanizada, o capim deve ser colocado para secar. Logo depois da
secagem, ele é enviado para uma esteira e passa por uma máquina que o picará em
pequenos pedaços para retirar o resto da humidade. Depois esses pedaços serão usados
aquecerá a água gerando vapor sob pressão que movimentará uma turbina acoplada a
geradores eléctricos.
a produtividade do capim-elefante é de
aproximadamente 45 toneladas de biomassa (15% de
humidade) por hectare, anual. O poder calorífico inferior
do capim é de 4200 kcal/kg, devido ao seu alto teor de
fibras. Na biomassa vegetal do capim elefante o teor de
carbono é de aproximadamente 42%, na base de matéria
seca. Assim, uma produção média de biomassa seca de
capim de 45 ton/ha|ano, acumularia um total de 18,9
toneladas de carbono por hectare ao ano. Pode-se
estimar que uma empresa com 100 ha de capim-elefante
sequestraria o equivalente a 1890 toneladas de CO2/ano.
Embora haja uma grande expectativa em relação à
produção de biomassa energética, em outros países como, o
Brasil, com capim-elefante, devem ser feitas ainda algumas
considerações que precisam entrar na avaliação:
alta necessidade de chuvas, pois o capim-elefante não é
tolerante a períodos prolongados de seca;
dificuldade da secagem ao ar livre, também,
o capim-elefante verde contém cerca de 80% de água e
não pode ser amontoado porque pode apodrecer;
Entretanto, mesmo com essas dificuldades, no nosso país,
já existem pequenos produtores que utilizam o capim-
elefante na queima para produção de tijolos, de carvão
vegetal.
o potencial energético do capim- elefante, em cada hectare
plantado com a gramínea gera, em média, 45 toneladas de
biomassa seca que podem ser utilizado como fonte de
energia. Com o mesmo hectare plantado de cana-de-açúcar,
obtêm-se entre 15 a 20 toneladas de biomassa. Da mesma
área plantada com eucalipto obtêm-se entre 10 a 15 toneladas
de massa seca. Esses valores são possíveis porque o capim-
elefante pode ser colhido em apenas seis meses depois do
seu plantio e ainda possibilita entre 2 a 4 colheitas por ano, o
que tornaria possível fornecimento de biomassa durante o
ano todo, já para a cana-de-açúcar seria necessário pelo
menos um ano para começar a colheita, enquanto para o
eucalipto precisaria em média de 7 anos (IPT, 2007).
Milho
O milho é uma cultura onde seus resíduos não são muito utilizados
para a geração de energia eléctrica, mesmo que seja a maior cultura
no nosso País. O milho é uma planta que pode ser cultivada em
vários tipos de clima, solos e altura no mundo. Os resíduos
derivados do milho podem ser divididos em sabugo, folha, palha
(cobertura da espiga) e colmo (caule). Estudos de KOOPMANS e
KOPPEJAN (1997) indicam que a geração de resíduos na cultura
do milho é de aproximadamente 2,3 t/t de milho colhido, com 15%
de humidade.
Em termos de poder calorífico inferior dos resíduos na forma
kcal/kg.
Embora a produção de milho seja grande, a utilização dos
resíduos para a produção de energia eléctrica ainda não é foco
no Ministério de Energias e Minas.
Algumas observações devem ser feitas, porque, embora exista
uma mínima possibilidade de se utilizar esses resíduos no
nosso País, quando se compara a outras culturas, esses
resíduos apresentam algumas desvantagens. Quando se analisa
o processo de colheita do milho, maior parte das lavouras no
território nacional é mecanizada e a colheita é feita através
tractores, para as empresas, e manual para famílias. Dessa
forma, o processo da colheita ocorre de maneira mais rápida e
eficiente, para as empresas e lenta para as famílias.
A soja
A soja é o grão de menor produção em
Moçambique, o que o faz com que não tenha
certo destaque na análise energética. A soja
requer muitas exigências, não só em relação à
temperatura, como também em relação à parte
hídrica, principalmente nas fases críticas que são
a de enchimento dos grãos e a floração, parecidos
com a do milho. Apesar disso, a soja resiste
melhor a períodos de escassez de água na fase
vegetativa, assim como tolera excesso de
humidade no estágio de maturação colheita
os resíduos agrícolas da soja que permanecem no
campo, que são denominados como palha,
apresentam uma produção de 2,5 toneladas de
biomassa (15% de humidade) por tonelada de soja
colhida. Em termos de poder calorífico inferior da
palha de soja, os mesmos estudos indicam um
valor de 3487 kcal/kg. Entretanto, semelhante ao
caso do milho, os resíduos da cultura da soja que
permanecem no campo precisam ser recuperados e
concentrados para a utilização em uma planta
geradora termoeléctrica.
Análise energética
Parao bagaço de cana foi considerado o teor de 50% de
humidade, referindo-se ao bagaço resultante do processo
de moagem da cana in natura, sem qualquer tipo de
secagem adicional. Para a palha da cana também foi
considerado o teor de 50%, correspondendo às folhas
naturalmente secas. Para obter-se um teor de humidade
abaixo de 50% é necessário utilizar equipamentos de
secagem. O arroz vem da lavoura com 25-30% de
humidade e precisa passar por um processo de secagem
para que sua casca seja retirada. O arroz com casca é
secado até atingir 15% de humidade. Portanto, para a
casca do arroz foi considerado o teor de 15%.
A palha do arroz também passou por processo
de secagem, até atingir 15% de humidade, para
obter-se o poder calorífico. As amostras de
capim-elefante, palhada do milho e palha da
soja também passaram por processo de
secagem para que fossem obtidos seus poderes
caloríficos inferiores, com 15% de humidade.
É conveniente ressaltar que estas amostras
vêm do campo com uma percentagem de
humidade mais alta, em torno de 50%.