Você está na página 1de 2

CULLEN, G. Paisagem urbana.

Tradução por: Isabel Correia e Carlos de


Macedo, Lisboa: Edições 70, 1983.

Discente: Gabriela Gasparotto / Urbanismo I

“Paisagem Urbana” de Thomas Gordon Cullen, foi escrito em 1961, e é


onde o autor ilustra e analisa o cenário urbano, mostrando a importância de
elementos para composição da poética urbana. Inicialmente, Cullen define a
cidade como conjunto cheio de contrastes que influencia na percepção das
pessoas, e evidencia que isso é algo positivo na construção de um espaço
urbano.
Buscando conceitualizar o assunto, o autor diz que paisagem urbana é a
arte de tornar coerente e organizado, visualmente, o emaranhado de edifícios,
ruas e espaços que constituem o ambiente urbano. (Cullen, 1961). O autor
ressalta três frentes estruturadoras importantes na produção de estímulos à
paisagem, a óptica, definindo a paisagem como “sucessão de surpresas ou
revelações súbitas”, local que diz respeito a posição do observador no espaço,
ou seja, a localização do indivíduo, e conteúdo, que são as próprias
características da cidade, como cor, textura, escala, entre outros.

Vários elementos são trazidos pelo autor no decorrer do livro, muitas


vezes o autor se coloca como observador da cidade para melhorar o
entendimento. Visão serial é o exemplo de óptica, o pedestro ao longo de sua
rota percebe diferentes campos visuais que são formados, caracterizando
diferentes contrastes, assim como Cullen descreve, “Caminhando pela feira
localizada ao lado da Catedral de Cuiabáo indivíduo vê uma sucessão de
barracas diferentes umas das outras, mais a frente vê a rua, depois vê a praça,
um canteiro arredondado e por fim, um poste de luz localizado ao centro do
canteiro. (Figuras 2, 3).

Como exemplos locais, território ocupado diz respeito às “marcas” no


território, tornando-o estático e equipado. Fatores que convidam quem transita
a permanecer através de recursos do pavimento. Também são citados recintos,
espaços urbanos interiores caracterizados pelo sossego e tranquilidade. São
lugares delimitados e que permitem ao pedestre uma fuga da correria. Em
relação a conteúdo, encontra-se justaposição “Contraste entre o natural e o
construído; verde da natureza e cinza do concreto.” (Cullen, 1961), e
pormenores, os detalhes que muitas vezes passam despercebidos ao
observador.
Desse modo, Gordon Cullen, traz uma leitura da paisagem urbana que
possivelmente muda a visão de quem está lendo sobre o espaço urbano.
Muitos elementos que passam despercebidos podem ser valorizados diante
das explicações do autor, mostrando que a cidade tem muita riqueza e
qualidade de matéria, basta tem um olhar mais conceitual. O leitor pode assim
refletir como o urbano está sendo valorizado, principalmente seus elementos
que possuem grande valor histórico.

Você também pode gostar