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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – UNESA

EDUARDO CARNEIRO
EDUARDO ROSA
FARLEY FURTADO
GABRIEL GENELHOUD
THALITA SARAIVA

RISCOS À SAÚDE DO USO DE MERCÚRIO NOS GARIMPOS


BRASILEIROS.
RIO DE JANEIRO
2016

EDUARDO CARNEIRO
EDUARDO ROSA
FARLEY FURTADO
GABRIEL GENELHOUD
THALITA SARAIVA

RISCOS À SAÚDE DO USO DE MERCÚRIO NOS GARIMPOS


BRASILEIROS.

Trabalho, entregue na Universidade


UNESA, como parte das exigências para
a obtenção de nota na pr1.

Rio de Janeiro, 18 de outubro de 2016.

RIO DE JANEIRO

2016
ÍNDICE: –
INTRODUÇÃO............................................................................................................1

1.1 - O elemento químico mercúrio..................................................................1

1.2 – A origem do mercúrio utilizado no Brasil ................................................1

1.3 - Histórias do uso do Mercúrio....................................................................1

1.4 - Amazônia e o mercúrio no meio ambiente ..............................................1

2 – DESENVOLVIMENTO................................................................................. 2

2.1 – Setores de maior uso de mercúrio no Brasil.....................................2

2.2- Utilizações do mercúrio nos garimpos................................................2

2.3 - Importância sócio econômica dos garimpos ..............................

2.4- Efeitos do uso do mercúrio................................................................2

2.5- Formas de contaminação..................................................................2

2.6– Principais formas de encontro......................................................3

2.7-Soluções propostas.......................................................................
2.8-Outros casos de contaminação na América do Sul.........................

2 – Considerações Finais...................................................................................4

ÍNDICE DE FIGURAS:

Figura 1:

Processo de bioacumulação trófica

Figura 2:

Principais formas de mercúrio no ambiente


1. Introdução

1.1 Elemento Mercúrio


O elemento químico mercúrio é um metal de transição localizado no grupo 12 da
tabela periódica. Possui número atômico 80, massa atômica de 200,59 u., podendo
existir nas formas metálica, inorgânica e orgânica. Em temperatura ambiente Hg 0 é
um liquido de coloração cinza de alta densidade (13,53 g cm -3 ) (LIDE, 2008), é um
metal tóxico e sua toxicidade é potencializada com o processo de organificação.

1.2 Origem do mercúrio usado no Brasil


O Brasil não produz mercúrio, importando a totalidade de seu consumo. As
importações de mercúrio foram relativamente constantes de 1972 a 1984 em torno
de 160 toneladas anuais, quando ocorreu um aumento de cerca de 150%, atingindo
340 toneladas em 1989. Até 1984, o México era o principal fornecedor de mercúrio
para o Brasil, suprindo 85% das necessidades do país. O restante era comprado no
Canadá, USA e alguns países europeus. A partir de 1985 entretanto, a maior parte
do mercúrio tem sido comprado em países europeus, em particular UK, Holanda e
Alemanha, países que paradoxalmente também não mineram mercúrio (Lacerda, L.
D.; Salomons 1990).

1.3 Histórias do uso do Mercúrio


Atualmente mais de 50 países possuem áreas de mineração artesanal de ouro, e o
mercúrio metálico, largamente utilizado nesses processos produtivos, pode resultar
em sérios perigos para a saúde, expondo não só os trabalhadores que atuam
diretamente no garimpo como populações que vivem próximas a essas áreas,
especialmente as crianças (Bose-O'Reilly S). O crescimento acentuado da produção
brasileira de ouro nos últimos quinze anos tem colaborado para uma alteração
marcante do padrão de morbidade na região amazônica em virtude da ação dos
garimpeiros ser de grande impacto para o ambiente, dessa forma, apresenta
potenciais riscos à saúde dos seres vivos, por meio de processos de bioacumulação
e de biomagnificação.
1.4 Amazônia e a contaminação
A floresta Amazônica possui aproximadamente 5,5 milhões de km², é a maior área
de floresta contínua do planeta e apresenta grande diversidade climática, edáfica,
ecológica, florística e faunística (BORGES et al., 2002). A contaminação por
mercúrio (Hg) na região Amazônica está associada ao uso deste metal em garimpos
de ouro. Entretanto, alguns estudos sugerem que parte do mercúrio encontrado na
região Amazônica seria de origem natural (WASSERMAN et al., 2003; FADINI;
JARDIM, 2001; ROULET; LUCOTTE, 1995).

2 Desenvolvimento

2.1– SETORES DE MAIOR USO DE MERCÚRIO NO BRASIL


A contaminação por mercúrio no Brasil mostra duas diferentes fontes deslocadas
temporalmente e geograficamente no país. A primeira, era originada na indústria de
cloro-soda, responsável pela principal importação de mercúrio para o país e pelas
principais emissões para o meio ambiente até a década de 80. Essas emissões
localizavam-se particularmente na região sul-sudeste. A partir da década de 80, o
garimpo de ouro, localizado principalmente na Amazônia, tornou-se o principal
comprador de mercúrio no Brasil, sendo responsável pela maior emissão deste
poluente para o meio ambiente (Lacerda, L. D 1996).

2.2 Utilização do mercúrio nos garimpos


Os fatores de emissão do garimpo, i.e. a quantidade de mercúrio liberada para o
meio ambiente para a produção de 1.0 kg de ouro, são variáveis e dependem das
condições de operação e das concentrações de ouro no minério. Os primeiros
fatores de emissão relatados para os garimpos de ouro na Amazônia, variavam de
2.0 a 4.0 kg Hg por 1.0 kg Au produzido (Mallas, J.; Benedicto 1986)..A liberação de
mercúrio pelos garimpos de ouro é muito expressiva, uma vez que este processo de
mineração é rudimentar e pouco eficiente. O mercúrio é utilizado na separação de
partículas finas de ouro através da amalgamação e posterior separação
gravimétrica. O amalgama separado é queimado, geralmente a céu aberto, liberando
grandes quantidades de mercúrio para a atmosfera. Durante o processo,
quantidades variáveis de mercúrio são perdidas na forma metálica para rios e solos,
e rejeitos contaminados são deixados a céu aberto na maioria dos sítios de garimpo,
2.3 Importância sócio econômica dos garimpos
A importância socio-econômica dos garimpos de ouro na Amazônia fica clara
quando comparada com outras atividades da região. Por exemplo em 1988, foram
produzidas 216 toneladas de ouro pelo garimpo, equivalentes a US $ 3,000
milhões, representando 18% do produto interno bruto da região, ou três vezes o
valor da produção anual de ferro de Carajás (Fernandes, F. R. C.; Portella, 1991).
Por outro lado, das 337 toneladas de mercúrio importadas em 1989, 62% (210 t)
não foram recuperadas, assume-se, portanto, que esta quantidade foi perdida
para o meio ambiente, resultando na contaminação elevada das águas da região.

2.4 Efeitos do uso do mercúrio


O mercúrio é um metal cumulativo no organismo e apresenta alta toxicidade,
culminando em taxas elevadas de morbidade e mortalidade. A queima do amálgama
ouro-mercúrio, nos garimpos, libera Hg metálico para a atmosfera, que pode
depositar-se nos solos, águas e sedimentos dos rios, e pode até atingir a biota. Essa
substância apresenta alta permanência no ambiente, como observado no caso da
intoxicação, por mercúrio, da baía de Minamata, Japão. O início do despejo de
cloreto de mercúrio ocorreu em 1932 e os efeitos somente começaram a aparecer
na década de 50, atingindo o pico epidêmico nos anos 60.

Dessa forma, o mercúrio ao entrar em contato com elementos do meio, sofre


reações químicas, por exemplo, a metilação, que alteram o seu estado inicial e o
torna mais tóxico (MIRANDA et al., 2007; HALBACH, 1995)., intensificando os
processos de biomagnificação e de bioacumulação. O metil-mercúrio é a forma mais
tóxica do metal para os seres vivos, é facilmente absorvido pelos seres aquáticos, o
que provoca uma deposição do composto químico nestes animais, e assim, se
acumulam ao longo do tempo, através da cadeia biológica. Esse composto penetra
no homem pela via digestiva, atinge de forma insidiosa e crônica especialmente o
sistema nervoso, os rins e pode, ainda, causar lesões teratogênicas.
2.5 Formas de contaminação

As principais fontes de contaminação de Hg nos ecossistemas naturais são os


antropogênicos (indústrias, mineração de ouro, queima de combustíveis fosseis,
etc.) (RENZONI; ZINO; FRANCHI,1998), além disso a bioacumulação de mercúrio
na biota ocorre preferencialmente em áreas de remanso, lagos marginais e
reservatórios artificiais ou naturais devido à formação de microambientes críticos
que funcionam como reatores (BASTOS; LACERDA, 2004).

Figura 1. Processo de bioacumulação


2.6 Pricipais formas de mercúrio em ambientes
Em águas naturais o mercúrio é encontrado nas forma de mercúrio elementar
(Hg 0 ), iônico (Hg2 2+ , Hg 2+ ), e metilado (CH3Hg + , (CH3)2Hg). De acordo
com a literatura (SPANGLER et al., 1973), a produção de metilmercúrio é maior
nos primeiros dias ou semanas após a entrada do Hg no meio. Entretanto, cada
manancial pode conter elementos que contribuem diferentemente para a
formação da espécie metilada No Brasil, estudos sobre a contaminação de
mercúrio em peixes da Amazônia mostram que o metilmercúrio corresponde a
cerca de 90% da concentração total de Hg analisado e a dieta da maioria da
população indígena e ribeirinha é constituída de peixe, aumentando assim a
exposição destas populações às fontes de contaminação de mercúrio
(MICARONI; BUENO; JARDIM, 2000).

Figura 2. Formas do Mercúrio no ambiente


2.7-Soluções propostas
Existem algumas propostas relacionadas ao controle e a remediação da poluição do
mercúrio. No entanto, a questão do mercúrio passa antes por um processo de
educação ambiental de todos os agentes envolvidos: garimpeiros, pescadores,
índios, ribeirinhos e principalmente pela ação fiscalizadora da sociedade.
Enumeramos a seguir algumas propostas para o controle e remediação da poluição
do mercúrio no Brasil: Uso de retorta e capelas nas casas de queima do amálgama¹;
Maior eficiência no processo de garimpagem: calha mais adequada; Criação de
centrais de bateia mento; Reprocessamento dos rejeitos com altas concentrações de
mercúrio; Recuperação das áreas degradadas; Educação ambiental e
recomendação de ingestão de peixes de baixo nível trófico; Monitoramento da
contaminação nos diversos compartimentos ambientais .

¹ O termo “queima do amálgama” refere-se ao processo de separação do mercúrio


metálico do amálgama mercúrio-ouro, por aquecimento usando um maçarico a gás.

2.8-Outros casos de contaminação na América do Sul

Infelizmente, a contaminação por mercúrio na Floresta Amazônica Brasileira, não é


apenas um caso isolado. Essa se estende por outros países. Como exemplo, o
Peru, que teve sua extensão da floresta contaminada. O país declarou estado de
emergência em 11 distritos da região amazônica de Madre de Dios, após ser
detectado um nível de mercúrio acima do permitido. A alteração nos níveis desse
elemento decorre da intensa atividade mineira artesanal na zona, que também
destrói rios e solos.

3 – Considerações finais
O efeito da liberação de grandes quantidades de mercúrio na região amazônica
oriundos da atividade garimpeira é muito impactante ao ambiente e aos seres vivos.
O comportamento e a toxidez deste mercúrio serão dependentes não só das
quantidades emitidas mais principalmente das complexas reações biogeoquímicas
que poderão aumentar ou diminuir a biodisponibilidade deste mercúrio. A grande
utilização de recursos pesqueiros pela população local, poderá levar a impactos
significativos sobre a saúde humana, ao contrário do verificado em regiões
industriais onde a dependência desses recursos naturais é bem menor. Por outro
lado, nessas regiões o aumento relativo das fontes difusas torna seu monitoramento
muito difícil e impossível seu controle, portanto, longe de ser um problema do
passado de tecnologia “sujas”, contaminação de mercúrio no Brasil poderá vir a ser
uma epidemia silenciosa do século 21. ]

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