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Um livro sobre bandidos e ladrões? Um tema muito estranho, admito.
Quando esse tema foi sugerido pela primeira vez, não tinha idéia de qual seria
o resultado.
• histórias de anjos;
• histórias de conversão;
Espero que você aprecie as histórias deste livro. Oro para que você e eu
estejamos preparados para nos encontrarmos com Jesus quando Ele voltar.
Que Deus o abençoe.
Helen Lee
Organizadora
Por Wayne E. Olson
O viajante olhou à sua volta, bastante preocupado. Havia chegado na parte
mais perigosa de sua viagem. Ele deveria atravessar o desfiladeiro do Riacho
da Nogueira. Dos dois lados, havia enormes e assustadoras paredes rochosas
e à sua frente estava aquela trilha estreita, cheia de curvas e coberta com
pedras. Mas era isso que lhe dava mais medo. Havia escutado muitos boatos a
respeito daquele desfiladeiro. Histórias de bandidos e de viajantes que
tiveram todos os seus pertences roubados. Algumas vezes, pessoas que
passavam por essa garganta rochosa nunca mais apareciam.
A princípio, a trilha era mais fácil do que ele esperava e seus ligeiros pés o
levavam rapidamente desfiladeiro abaixo. Michael pôde observar a cena à sua
volta e examinar o penhasco cuidadosamente. Que lugar assustador! Por toda
a parte, grandes rochas estendiam-se em direção ao céu, algumas isoladas,
outras em grupos. Michael notou que elas formavam excelentes esconderijos.
Pior que isso, algumas dessas rochas ficavam bem na beira da trilha. Um
bandido poderia esconder-se atrás de uma delas até que um viajante se
aproximasse, e então poderia pular para atacá-lo.
Não havia pressa ou exaltação na voz do bandido. Parecia que ele estava
fazendo algo que já havia feito muitas outras vezes, e certamente pretendia
fazer de novo.
Michael olhou para ele com firmeza. Ele precisava pensar rápido. Um erro
poderia custar sua vida e ele não queria morrer ali. Devo desafiar o bandido?,
ele se perguntou. Com certeza, isso seria muito arriscado. Devo tentar lutar
com ele? Um salto rápido para agarrar o braço do bandido e um soco bem
forte em seu rosto poderiam desarmá-lo e salvar a vida do vendedor de
Bíblias. A maioria das pessoas poderia pensar que essa seria a única chance
de Michael.
– Amigo, não tenho muito dinheiro, mas darei o que tenho a você – e
ofereceu sua carteira.
O bandido ficou mudo, e seu braço foi baixando aos poucos. Finalmente,
ele encontrou o que dizer:
– Onde... onde – ele gaguejou – você descobriu como morrer sem ter
medo? Já matei outros homens e todos estavam apavorados. Como você
disse, eu teria medo de morrer.
– É assim mesmo! Ouça isto: “Ainda que os vossos pecados sejam como a
escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos
como o carmesim, se tornarão como a lã” (Isaías 1:18). Ouça mais isto: “Se
confessarmos os nosso pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados
e nos purificar de toda injustiça” (I João 1:9).
– Claro que é!
– Sim, eu acredito.
– Isso serve para os meus pecados também? Será que Deus me perdoaria?
– Você pode ficar com este aqui – respondeu Michael. – Mas não quero o
seu dinheiro em troca. Quero outra coisa.
– O quê?
Então, ao fazerem a troca, o homem que até ali tinha sido um bandido
falou:
__________
Quando esta história foi publicada, Michael ainda estava vendendo livros religiosos no Líbano.
Por Lawrence Maxwell
O Sr. George Whitefield foi um dos maiores evangelistas de todos os
tempos. Um dia, enquanto viajava a cavalo com um amigo, alguém lhe
contou a história de uma viúva que estava prestes a perder toda a sua mobília
se não pagasse certa quantia em dinheiro imediatamente. O Sr. Whitefield
prontamente deu a ela 5 guinéis (antiga moeda inglesa de ouro), que nos dias
de hoje valeriam aproximadamente 30 reais, mas naquele tempo valiam
muito mais.
– Você sabe que não tem recursos suficientes e mesmo assim deu todo
aquele dinheiro à viúva! Por que fez isso?
– Agora quem você acha que foi mais sábio? – o Sr. Whitefield perguntou
ao seu amigo. – Dei meu dinheiro para uma viúva e ele vai ser bem
aproveitado. Você guardou o seu e o bandido o levou.
Até onde sabemos, o amigo não respondeu nada e logo teve com que se
preocupar, pois o som do trote do cavalo atrás deles o assustou mais uma vez.
Quando olharam para trás, viram de novo aquele bandido.
– Eu quero este casaco que você está vestindo. É bem mais bonito que o
meu.
Ele tirou seu casaco e o entregou ao ladrão que, em troca, deu ao Sr.
Whitefield o casaco rasgado que ele estava usando.
Mais uma vez o Sr. Whitefield e seu amigo prosseguiram a viagem. Eles
estavam se aproximando de uma vila quando, pela terceira vez, escutaram
aqueles trotes novamente.
– Acho que desta vez ele quer nos matar! – o amigo gritou.
Mais tarde naquela noite, o Sr. Whitefield tirou o velho casaco rasgado
que tinha trocado com o ladrão. Em um dos bolsos, bem embrulhadinho,
estava um pacote de moedas no valor de 100 guinéis, sem dúvida o resultado
de muitos assaltos, e 20 vezes a quantia de dinheiro que o Sr. Whitefield
havia dado à pobre viúva naquela manhã.
Por Ka Le Paw e Eric B. Hare
Era um dia úmido e quente no fim da temporada de chuvas. Uma grande
canoa flutuou rio abaixo e parou às margens do lamacento rio Salween,
carregando um grupo de homens armados com longas facas afiadas e armas
de fogo. Eram bandidos temidos por toda a floresta.
O pastor Chit Maung olhou pela janela e viu o grupo de bandidos armados
que cercava a escola. Ele ficou pálido e perdeu as forças nas pernas, mas
conseguiu gritar:
Ninguém conseguiu dormir naquela noite. Estavam com muito medo para
ir deitar. Então ficaram sentados em grupos no escuro ou ao redor de
pequenas fogueiras. De vez em quando, aqui e ali, podia-se ouvir uma
oração:
“1.500 rúpias é tudo o que temos! Por favor, tenham misericórdia de nós e
soltem nossos maridos e filhos.”
Mas não havia mais dinheiro. Não havia mais nada para fazer a não ser
orar. E eles começaram a orar. Enviaram pedidos de oração para os irmãos
em Moulmein, Rangoon, Calcutá e Poona. Não demorou muito e os jovens
adventistas por toda a Índia e Birmânia estavam orando pelos pobres
prisioneiros.
“Não temos mais dinheiro! Nós oramos para que vocês tenham
misericórdia e soltem nossos maridos e filhos.”
– Sou seu marido! Todos nós estamos sãos e salvos... e livres! – o homem
exclamou.
– Você também teria emagrecido se tudo o que tivesse para comer fosse
arroz puro, com sal, duas vezes ao dia – respondeu o garoto, chorando de
alegria.
– Vocês tentaram...
– “Logo eles não sentirão mais vontade de cantar, comendo só arroz com
sal duas vezes ao dia e dormindo no chão todas as noites” – disse outro.
– Mas não tinha muito que fazer. Levávamos pouco tempo para cozinhar e
preparar o arroz para o bando de ladrões, e então passávamos o tempo
cantando.
– Foi isso que Paulo e Silas fizeram na prisão, não foi? – perguntou um
dos alunos.
– Os ladrões viviam perguntando: “Por que vocês são tão diferentes dos
outros?” E nós aproveitávamos para falar-lhes a respeito de Jesus, que veio
para resgatar e salvar os perdidos.
– “Talvez seja por isso que Jesus permitiu que fôssemos capturados. Para
que pudéssemos contar que Jesus também os ama e quer que sejam bons e
possam ter a oportunidade de morar em lindas mansões no Céu” – um dos
alunos falou aos bandidos.
– “Eles são tão alegres e as músicas que eles cantam nos deixam felizes
também.”
– “Bem, rapazes, parece que não vamos conseguir mais nenhum centavo
de resgate. Além disso, não conseguimos matar estas pessoas; elas são muito
diferentes! Deixem que façam uma boa refeição, levem-nas rio abaixo e
soltem-nas.”
– “Depois de comer só arroz com sal por três semanas, vocês não querem
comer essa comida deliciosa?”
– Depois disso, eles nos levaram para o rio, conduziram-nos rio abaixo em
sua grande canoa por alguns quilômetros e nos soltaram. E aqui estamos,
graças ao bom Deus!
Depois que ele foi embora, empilhamos nossas bagagens contra a porta
que dava para o longo corredor que percorria todos os vagões-leito.
Queríamos nos certificar de que ninguém entraria em nossa cabine para
roubar nossas coisas durante a noite. Em seguida, fomos dormir.
– Onde elas estão? – ele indagou, olhando à sua volta. – Quem esteve
aqui? Será que alguém está me pregando uma peça? Não é possível que isso
tenha acontecido!
– Não tenho nenhuma outra peça de roupa deste lado do Atlântico a não
ser o pijama que estou vestindo! – exclamou o professor, inconformado.
Não importava o quanto eu quisesse ajudar o professor, ele era muito alto
para usar minhas roupas. O pastor Town era um pouco mais alto do que eu,
mas mesmo assim media um metro e oitenta! Ele emprestou uma calça para o
professor Howell, mas ela ficou uns quinze centímetros acima de seu
tornozelo. Era o melhor que podíamos fazer. Descobrimos mais tarde que os
ladrões também tinham deixado um par de sapatos, o que ajudou muito.
Nunca pensamos que um sobretudo e um par de sapatos se transformariam
em bênçãos tão preciosas.
O professor Howell não se lamentou pelas roupas que perdeu, mas ficou
chateado pelas anotações que fez a respeito das Escolas Adventistas na
Europa. Elas ficaram na pasta que foi levada pelos ladrões. Enquanto os
alfaiates trabalhavam, ele tentou reescrever tudo o que podia lembrar.
Saí pulando pela sala, enquanto mamãe e Lucile, minha irmã mais velha,
começaram a olhar o novo catálogo da estação, muito empolgadas. Papai
tinha acabado de dizer que podíamos encomendar roupas novas! Que alegria!
Estávamos no final da Grande Depressão, e nessa época coisas novas em
nossa casa eram tão raras quanto trapos velhos no palácio de um milionário.
– Mamãe, posso escolher a cor da minha saia nova? Quero azul! – eu pedi.
– Não é maravilhoso saber que as plantações estão indo tão bem que
podemos comprar roupas novas? – confidenciei a Pimenta, minha fiel amiga
collie.
Dia após dia, corria à caixa do correio. Mas sempre voltava desapontada.
Mamãe separou a roupa suja. Naquele dia não havia apenas roupas usadas
e maltrapilhas, mas muitas peças novas que seriam lavadas pela primeira vez.
– Esta é uma das poucas vezes que fico feliz em ter muita roupa para lavar
– mamãe refletiu ao colocar a água fervendo nas tinas de lavar roupa.
E foi o que mamãe fez. A roupa ficou no varal. O barulho da chuva caindo
logo nos deixou com muito sono e fomos rápido para a cama.
Mais do que depressa, papai olhou por todas as janelas e desceu as escadas
da cozinha, espiando a paisagem coberta pelas sombras. Não havia nada de
anormal.
– Querida, você deve estar sonhando! – ele disse, entrando embaixo das
cobertas.
Assim que o Sol começou a raiar pelas fendas da cocheira, Hall colocou o
último garfo de feno no cocho.
– Ei, Hall! Onde estão as roupas que a sua mãe lavou ontem? Ela ainda
não tirou do varal, tirou?
Hall correu o mais rápido que pôde pela lama do quintal até a cozinha.
Sem poder acreditar no que tinha acontecido, Hall e Lucile foram para a
escola, papai foi dar comida para as galinhas e eu fui brincar no quintal. Pude
ouvir a mamãe cantarolar ao preparar a massa para fazer biscoitos.
Enquanto isso, papai terminou de dar comida para as galinhas e foi para a
cocheira. Era hora de levar as vacas para o pasto.
– Não, a novilha está bem. Mas tem uma trilha que gostaria que você
visse. Olha aqui, tem um rastro muito estranho na lama. O que você acha que
fez isso?
– Parece que a Pimenta andou arrastando seus filhotinhos. Era isso que
você queria me mostrar?
– Muito mais do que isso! – papai exclamou. – Olhe mais perto! – Ele deu
um passo para frente, sorrindo orgulhosamente. Apontou para uma grande
pegada feita por uma bota perto do varal, e outra, e ainda outra pegada
humana.
– Vamos seguir estes rastros – papai sugeriu. – Vamos ver aonde eles nos
levarão.
– Sim, estão todas aqui, todas cheias de lama. Pode agradecer a Pimenta
por salvá-las. Ela deve ter afugentado o ladrão durante a noite. Acho que,
depois da briga, ela trouxe as roupas para cá como uma medida de segurança.
Mais uma vez, enchemos as tinas de lavar roupa. Só que dessa vez mal
conseguia ouvir o barulho da velha máquina de torcer roupa, porque mamãe
cantava o mais alto que podia em gratidão a Deus.
Por William J. Harris
Chang Po Ching sabia que se encontrava em uma situação perigosa.
Estava do lado errado da fronteira. A guerra e o tumulto tornaram as viagens
arriscadas. Embora ele estivesse fazendo o trabalho de Deus, sabia que estava
no território inimigo.
Eles ainda não tinham ido muito longe quando o carregador parou.
– Parem!
Chang Po Ching sabia que não seria sábio dizer que ele vinha do outro
lado da fronteira. Bastante preocupado, ele explicou que era “dali” e indicou
o local com sua mão. Ele não queria dizer que era de Pequim. Isso criaria
mais problemas ainda.
– Não, por favor, não faça isso. Sou um chinês leal. Eu amo meu país e
não sou um espião.
Não havia mais nada a fazer. Ele deveria ser baleado. O que ele poderia
fazer? O que poderia dizer? Inclinando-se mais uma vez em sinal de respeito
diante do líder, Chang Po Ching disse:
– Esta guerra, esta desordem e tumulto que o nosso país está enfrentando
significam que Jesus, o Filho do Céu, o Salvador do mundo, está voltando.
Ele está voltando para este planeta. Meu trabalho é pregar para o meu povo a
respeito desse maravilhoso acontecimento. Meu trabalho é ajudar os meus
conterrâneos a se prepararem para o Céu.
Chang Po Ching falou por aproximadamente meia hora. Ele falou com
todo o ardor de sua alma e pregou para aqueles bandidos sobre a volta de
Jesus.
– Estou aqui hoje – Chang disse – e não morto e enterrado em algum lugar
por causa da Palavra de Deus. Li este Livro maravilhoso para aqueles
bandidos sem coração, e eles ouviram as verdades bíblicas e me libertaram. É
muito bom conhecer a Palavra de Deus. Sou muito grato por isso.
Para ilustrar o que ele dizia, o professor contou para eles como Deus havia
livrado Daniel na hora em que ele mais precisava e como as celas da prisão se
abriram para que Paulo e Silas pudessem sair.
Aqueles dias felizes de escola haviam terminado. Agora, Comfort era uma
vendedora ambulante e oferecia pequenos objetos de vila em vila. Quando as
suas mercadorias acabavam, ela juntava todo o dinheiro em sua carteira e
voltava à cidade para comprar mais coisas para vender. Então fazia tudo de
novo.
Ele a parou.
Comfort olhou à sua volta. Será que havia alguém para ajudá–la?
– Vamos, pegue logo sua carteira. Estou com pressa, eu preciso desse
dinheiro. Afinal, quanto você tem aí?
– Não muito – ela hesitou. – Não é muito para você, mas para mim é tudo.
Se você levar esse dinheiro, eu não sei o que vou fazer.
– Vou lhe dar mais alguns minutos para me dar o seu dinheiro – ele disse.
– Mas, se você não me der logo, eu mesmo vou pegá-lo. Você entendeu?
– Sim, entendi – ela falou chorando. – Mas, como você vai mesmo pegar o
meu dinheiro, então vou lhe pedir só uma coisa. Posso orar a Jesus primeiro?
O que poderia ter acontecido? Comfort não ousava abrir os olhos. Será
que o homem estava pegando sua faca para matá-la? Será que outro ladrão
estava vindo para se juntar a ele? Com muito medo, ela abriu os olhos,
primeiro um, depois o outro. Com um salto, ela se levantou e olhou à sua
volta. O homem havia desaparecido!
Logo depois ela entendeu o porquê. Lá na frente, do meio daquele capim
alto, um homem apareceu. Era um caçador com uma arma na mão. O ladrão
pensou que o homem estivesse vindo para atirar nele e fugiu para salvar sua
vida!
– Oh-h-h-h-h!
O que será que é isso?, tentou imaginar, deitada na cama. Ainda era cedo.
O relógio marcava apenas quatro horas da manhã. Ela escutou com muita
atenção. Não tinha certeza de onde o som estava vindo. No começo, parecia
que estava vindo da rua do outro lado da igreja da Missão. Será que alguém
sofrera um acidente? Ou será que alguém estava morrendo? Sem dúvida, algo
estava errado!
– Au, au, au! Au, au, au, au! – Faísca saltou e latiu furiosamente.
– Sh-h-h-h, Faísca. Você vai acordar todo mundo assim. Fique quieto! –
sussurrou a mãe.
Mas o cachorro não obedeceu. Eles ouviram o som mais uma vez e agora
parecia estar mais perto. De onde estava vindo, afinal?
A mãe e Johnny correram para o outro lado do terraço, porque dessa vez o
som parecia vir de algum lugar perto da janela do quarto do pai. Eles
correram para o quarto. O pai correu para a janela que dava para o jardim do
vizinho.
Os vizinhos pareciam ser ricos. Eles tinham um lindo jardim com uma
fonte, muitos empregados e também um ótimo carro.
– Um ladrão de verdade?
Nos fundos do jardim tinha uma estufa, e foi para lá que o ladrão se
dirigiu. Ele esperava se livrar dos empregados escalando até o topo da estufa
e pulando para o outro lado do muro que ficava atrás dela.
Nesse momento, dois policiais correram para o jardim, gritando para que o
ladrão parasse. O ladrão continuou a fugir. Ele escalou a estufa e crash! Um
de seus pés atravessou o vidro. Crash! O outro pé também atravessou o vidro.
Os policiais começaram a atirar. Que barulhão! Vidros se quebrando, armas
disparando e a vizinha do outro lado dos prédios da Missão gritando:
– Polícia! Polícia!
O grupo foi para perto da luz. Claro que o ladrão havia sido apanhado.
Suas mãos estavam algemadas por trás de seu corpo e a polícia o escoltava
para dentro da casa.
Quando toda a agitação acabou, Johnny e seus pais voltaram para a cama.
Mas era impossível dormir. Johnny saiu da cama e chamou o vigia noturno.
– Por que ele esperou tanto para entrar na casa? – a mãe perguntou. – Ele
não sabe que as pessoas poderiam estar acordando a essa hora da madrugada?
(Naquele país, durante o verão, o dia começa a clarear entre as quatro e cinco
horas da manhã.)
Johnny e sua mãe se lembraram dos versos bíblicos que tinham estudado e
que falavam da bênção de juntar tesouros no Céu, onde ladrões não podem
entrar para roubar.
Além disso, estava carregando uma mala de mão, a qual eu confesso que
estava grande demais. Quando iniciamos a viagem, carregava uma mala que
parecia ser bem grande. Porém, no meio da viagem, comprei uma outra duas
vezes maior do que aquela. Minha nova mala de mão era grande o suficiente
para acomodar não só o que havia na outra mala, mas também muitas outras
coisas da viagem, entre elas um par de sapatos de madeira da Holanda, uma
linda estatueta de Hummel da Alemanha, um passarinho de cristal da Itália e,
o mais importante de tudo, 10 caixas contendo trezentos metros de filme
colorido. O filme em minha mala de mão representava um quarto do trabalho
de seis semanas na Europa.
Depois de achar o vestido que eu queria usar, fui até o banheiro das
mulheres, deixando meu marido com a bagagem. Ele logo terminou de
reacomodar seus pertences e, ao virar-se, percebeu que minha mala de mão
estava faltando. Ele achou que eu a havia levado comigo para o banheiro e
não se preocupou. Só quando eu voltei, dez minutos depois, é que nos demos
conta de que o pior tinha acontecido: minha mala de mão e tudo o que estava
nela se foram.
Tentamos nos consolar, dizendo que poderia ter sido pior. Felizmente,
nossos passaportes estavam no bolso da calça do meu marido. Na minha mala
de mão havia apenas vinte e dois dólares em dinheiro, os cheques de viagem
e as outras coisas não eram tão importantes assim. Mas as 10 caixas de filme
colorido para o programa Fé para Hoje... isso, sim, seria irreparável!
Você mal pode imaginar quão tristes nos sentimos quando o avião cruzou
o Atlântico em direção a Nova Iorque. Começamos a recordar as imagens que
tínhamos feito da sombria torre no sul da França, onde Marie Durant foi
levada quando tinha apenas 15 anos e deixada lá até completar 52 anos de
idade, só porque se recusara a desistir de sua fé. O filme incluía algumas
cenas feitas em Praga e Tcheco-Eslováquia (agora República Tcheca), onde o
brilhante professor John Huss pregou a mensagem da Reforma no início de
1400. John Huss pagou com sua vida o preço de manter-se leal à sua crença,
e até hoje sua coragem e fé são relembradas através de uma grande estátua
feita em sua homenagem na praça do centro antigo de Praga.
Mesmo que, com o passar dos dias a situação parecesse ainda mais
desanimadora, os funcionários continuaram a orar. Depois de mais de duas
semanas, entrei no First National City Bank, que fica perto do nosso
escritório. Uma das funcionárias se aproximou.
Por doze dias não houve nenhuma resposta, e então as coisas começaram a
acontecer. Um telegrama chegou nos instruindo a ir até a área de carga do
Aeroporto Kennedy de Nova Iorque, no box número 66, onde o nosso pacote
estaria nos esperando. Ao chegarmos lá, mal conseguíamos respirar ao
cortarmos os barbantes. Abrimos a caixa que pesava sete quilos, e dentro dela
encontramos uma grande sacola preta com zíper.
A ladra fez exatamente o que pensamos. Ela tirou aquilo que queria e
depois descartou o resto. Mas, em vez de jogar a mala no rio para ocultar seu
crime, ela a deixou na estação ferroviária, onde poderia ser achada e levada
ao setor de “Achados e Perdidos”. Mais uma vez a mão de Deus havia guiado
tudo de forma maravilhosa.
Os filmes para o programa Fé para Hoje que foram resgatados por Deus
já estão no ar, e o coração de muitos telespectadores está palpitando de
emoção ao assistir aos programas a cada semana. Você quer saber se nós
acreditamos que Deus responde às nossas orações? É claro que sim! Temos
visto, cada vez mais, inúmeras evidências de que a mão de Deus está guiando
o Ministério de Comunicação. O caso da mala de mão roubada é apenas uma
delas.
Por Sharon Titus
A entrada abrupta de dois homens pela porta giratória desviou a nossa
atenção do sermão naquele sábado de manhã. Eles estavam vestidos com
longos casacos pretos e chapéus da mesma cor, usavam máscaras de meia de
náilon e ficaram parados em silêncio na parte de trás da igreja, segurando
suas armas, prontos para atirar.
E cantar foi o que fizemos! A princípio estava um pouco fraco, mas logo
nossas vozes ficaram mais fortes ao cantar o hino “Oh! Que Amigo em Cristo
Temos”.
– Está bem, vou cortar os fios. Mas preciso que alguém vá comigo como
refém. – Seus olhos varreram a congregação, fazendo com que sentíssemos
um friozinho na barriga ao imaginarmos quem seria o escolhido.
Então, apontou o dedo para a filha de Jim, Trícia, de apenas nove anos de
idade e disse:
Bem ali, do outro lado da rua, dois homens usando tocas de esquiar e
luvas cirúrgicas saíam rapidamente do Third National Bank [Terceiro Banco
Nacional] com um grande saco de pano. O que os dois homens não sabiam é
que uma corrente elétrica na porta de saída do banco havia acionado uma
bomba de gás escondida entre as notas que somavam dez mil dólares.
Segundos depois de entrarem no carro e fugirem, a bomba explodiu. O gás
encheu o carro e uma cor vibrante cobriu todo o dinheiro.
Quando enfiou a cabeça pela janela, deu de cara com uma pistola
automática 45 milímetros. Ele teve apenas uma fração de segundos para
perceber a intenção dos homens e decidir o que fazer. Mais do que depressa,
fugiu e escondeu-se atrás do carro. Mas como alguém que mede um metro e
oitenta pode se esconder atrás de um Renault tão pequeno?
Com raiva e muito frustrados, os ladrões saíram do carro. O dia não estava
nada bom para eles. Não foram capazes de terminar nem o primeiro dos cinco
assaltos que haviam planejado realizar naquela data.
– Esta não é a arma que foi apontada para mim – ele disse ao policial.
A essa altura, uma multidão havia se juntado para ver a cena. O pastor
Holland se lembrou das bolsas das meninas que estavam em seu carro e foi
até lá para trancar a porta. Ao chegar no carro, viu que lá no chão do carro,
entre as luvas cirúrgicas e as máscaras de esquiar, estava a arma
desaparecida. No banco traseiro, misturados com os folhetos da recolta,
estavam os dez mil dólares em notas verdinhas.
Aquela noite, quando Linda voltou para a faculdade, ela teve uma
experiência emocionante para contar. Quase sem poder respirar, ela contou
para seus colegas a experiência assustadora que havia presenciado naquela
manhã.
– Claro que sim – respondeu Linda – e tudo o que pude fazer foi orar
muito.
– Aqui está a bala que poderia ter acabado com sua vida – disse o policial.
Que dia feliz aquele em que Linda ficou sem folhetos, mas não sem o
poder da oração intercessória.
Por Bárbara Westphal
– Pare! Desça do cavalo! Dê-me as rédeas! – Era um assalto à mão
armada.
Não havia o que fazer a não ser seguir o bandido até o seu esconderijo.
Ângelo montou novamente em seu cavalo, mas o bandido ficou com as
rédeas e o puxou em direção a uma trilha bem escondida entre as árvores e as
rochas. Por duas horas eles lutaram para descer com segurança o desfiladeiro.
Quando chegaram, o bandido assobiou. Vários homens, um após o outro,
saíram detrás das árvores.
– Ele diz que tem um projetor de slides. Se não for verdade, nós o
mataremos.
Tanto Ângelo como seu cavalo estavam com muita fome. Eles não tinham
comido nada o dia todo, mas o capitão disse:
Que conjunto de slides ele deveria escolher? Uma vez mais pediu a
direção de Deus. Então escolheu o “Plano da Salvação”. A cada slide, Ângelo
falava aquilo que sentia em seu coração. O roteiro poderia ser lido em 35
minutos, mas ele continuou a falar, falar e falar. Ângelo começou a ouvir
suaves exclamações vindas daqueles homens durões.
– Me perdoe!
– Você não deve ir! Você não pode ir! – eles gritaram. – Você é nosso
prisioneiro até que acabe de mostrar todos os seus slides e conte tudo o que
sabe sobre eles.
Na manhã seguinte, tentou fugir mais uma vez, mas não conseguiu. Eles
mantiveram Ângelo por três dias e quatro noites.
– Agora você pode ir, se prometer que não dirá nada às autoridades sobre
nós.
– Tenha certeza de que a semente que você plantou dará frutos ao menos
na minha vida. Vou deixar a gangue e começar uma vida nova.
Aquele ladrão segurou afetuosamente a Bíblia que Ângelo lhe havia dado.
O ladrão o deixou na estrada que levava à vila que Ângelo estava procurando
antes de sua captura. Na encruzilhada, o ladrão perguntou:
– Samuel, você fala igualzinho a minha mulher, e vou lhe dizer a mesma
coisa que sempre digo a ela. Eu tenho armas e cães de guarda. Não preciso
me preocupar com nada – e, com uma gargalhada de desprezo, Grimez
seguiu o caminho em direção à sua cabana.
Maria era cristã. Ela fielmente lia a Bíblia e orava todos os dias. Mas
Grimez era tão incrédulo quanto sua mulher era religiosa. Ele zombava de
Maria e de suas orações em favor da proteção do marido.
– Não perca o seu tempo orando por mim, Maria. Fique tranqüila. Posso
tomar conta de mim mesmo. Tudo o que eu preciso são armas e cães de
guarda, e não essas orações tolas!
Porém, Maria continuou a orar por seu marido, pedindo a Deus que o
protegesse daquele fora-da-lei.
Certa noite, Grimez não voltou para casa no horário de costume. Com o
passar das horas, Maria ficava cada vez mais ansiosa e preocupada. Ela não
podia parar de pensar na promessa do ladrão de matar o seu marido.
Finalmente, ela decidiu fazer o culto da noite com a sua mãe e a sua filha,
apesar das preocupações. Ela confiaria a segurança do seu marido ao Senhor.
Pegando a grande Bíblia, Maria leu em voz alta o Salmo 71: “Em Ti,
Senhor, me refugio... Sê Tu para mim uma rocha... Livra-me, Deus meu, das
mãos do ímpio, das garras do homem injusto e cruel.”
Assim que Maria terminou de acomodar sua filha na cama, ouviu passos
vindo do lado de fora. Alguém começou a esmurrar a porta!
– Ó, Grimez! Estou tão agradecida por você ter voltado para casa em
segurança! Estava tão preocupada! Nós oramos por você.
– Bah! – respondeu Grimez – não perca o seu tempo orando por mim. Ao
invés disso, ore para que minha arma funcione e para que os meus cães
estejam sempre alerta. Isso, sim, pode ajudar!
Até Grimez teve que admitir que não tinham sido suas armas nem os cães
de guarda que salvaram sua vida.
Durante a batalha, Grimez foi baleado. Ele sentiu uma dor intensa no seu
lado. Tudo ao redor parecia rodopiar e depois ficou escuro. Quando recobrou
a consciência, estava deitado no chão frio, e a dor estava tão forte que não
podia se mexer. A batalha não estava mais sendo travada ali. Eles tinham ido
embora.
Eles carregaram o homem ferido até o barco e remaram para o outro lado
do lago, a aproximadamente três quilômetros de distância dali. Havia muitos
chalés espalhados à beira das águas. Flores azuis e amarelas floresciam nos
jardins. Eles carregaram Grimez para dentro de um desses chalés.
– Depressa, Babetta – o pescador falou para sua esposa. – Busque faixas
limpas e ferva água. Precisamos limpar esses ferimentos.
– Tenho um tesouro que peguei de você muito tempo atrás, e agora quero
devolver. – Então virou-se para eles com uma grande Bíblia em suas mãos.
– Oh! – Maria exclamou. Ela reconheceu sua querida e antiga Bíblia, que
herdara de sua família e que havia desaparecido de forma tão estranha
naquela noite inesquecível.
Daniel engoliu duas vezes para limpar a poeira de sua garganta, antes que
pudesse responder.
– Queria que a vila Kokergill não fosse tão longe. 15 quilômetros é uma
longa distância.
– Queria poder ter água para beber. Estou com tanta sede!
Daniel acenou com a cabeça, dando uma piscadela ao sentir a brisa suave
levantar mais uma nuvem de poeira.
– Bem, eles são bons meninos – disse ele. – Sei que tomarão cuidado.
Eles não tinham ido muito longe quando um homem a cavalo apareceu
perto do dique à sua frente. Dois outros homens armados saltaram bem ali.
Daniel, que estava na frente, parou. Saraj vinha um pouco atrás e, assim
que viu o homem a cavalo aparecer, percebeu o problema. Antes que os
homens notassem a sua presença, ele entrou em uma trilha estreita e pedalou
o mais rápido que pôde de volta à vila.
Daniel estava apavorado. Sabia que aqueles homens deveriam ser dacoits
– ladrões que não davam a mínima para a vida de suas vítimas nem para a lei.
– É claro que esta bicicleta não é sua. Daqui para frente ela é minha!
– Oh, não! – disse Daniel sentindo sua coragem voltar. Ele deveria
proteger aquele objeto que pertencia a Deus e à escola. – Por favor, não leve
a bicicleta. Ela é usada para fazer trabalho missionário. Pertence a Deus.
Você não pode levá-la.
Por alguns minutos o homem hesitou. Ele acreditava em Deus, mesmo não
obedecendo às Suas leis. Então, um dos outros homens tomou a bicicleta.
Batendo na cabeça de Daniel com a parte inferior do rifle, ele o jogou ao
chão.
– Suma daqui, menino – ele gritou. – Corra para salvar a sua vida, antes
que nós o matemos.
Daniel continuou a correr. Ele não parou de correr até chegar na vila
Kokergill, onde Saraj o estava esperando.
– Não, mas eles roubaram a bicicleta. O que o diretor vai dizer? Como
posso voltar para a escola e encará-lo?
– Você fez o que pôde para salvá-la – Saraj tentou confortá-lo. – Venha, é
melhor voltarmos e contar o que aconteceu. Vou deixar a minha bicicleta
aqui, caso aqueles homens ainda estejam por perto. Um dos moradores a
escondeu para mim.
No dia seguinte, antes do amanhecer, Daniel se dirigiu mais uma vez para
a vila Kokergill. Saraj estava trabalhando, então Daniel concordou em levar a
outra bicicleta de volta para a escola.
Ele ignorou aquele sentimento. Não, é melhor não perder tempo. Mas
novamente ele sentiu que deveria parar e olhar para o barranco.
Daniel parou. Por um minuto ele ficou pensativo. Mas se ajoelhou na beira
do caminho e olhou lá embaixo para o canal. Não tinha ninguém por ali e
nada fora do normal. A água estava fluindo rapidamente entre as margens
cobertas por um bambuzal. Os pássaros estavam entretidos com seus ninhos
escondidos nos bambus.
Ao puxar a bicicleta para fora da água, Daniel notou que o longo pano
branco estava enroscado na correia.
Logo ele deverá estar de volta para pegar a bicicleta enquanto é cedo e
não há muitas pessoas por perto, pensou Daniel, tentando tirar o pedaço de
pano sem estragar a correia. Devo ir para a vila o mais rápido possível.
– Deus a salvou – disse o sábio ancião da vila, alisando sua barba. – Deus
salvou a Sua bicicleta. É um milagre recuperar algo que foi roubado pelos
dacoits. Seu Deus é realmente muito poderoso!
Por Jeannie McReynolds
Sob os raios quentes do Sol, uma charrete passava pela estrada fazendo
muito barulho. Formada por toras de madeira dispostas uma ao lado da outra,
a estrada fazia Betty se lembrar da velha tábua de esfregar que usava para
lavar roupas.
Betty ficou sentada por duas horas no sofá desbotado, lendo uma
passagem bíblica após a outra e falando sobre o que Jesus fizera em sua
própria vida. Com lágrimas de compaixão nos olhos, Betty se ajoelhou ao
lado daquela mulher desanimada e, em oração, a entregou nos braços do
amorável Salvador. Vez após vez, repetiu as promessas de Deus. Antes de ir
embora, as nuvens negras que cobriam a face triste de Mary se desfizeram e o
brilho da esperança e alegria se apoderou dela.
Ainda faltavam onze casas em sua lista. Ela teria que voltar àquela
comunidade no dia seguinte. Não tinha como evitar. Subiu na charrete e
começou a viagem de volta para casa.
Já estava escuro quando Betty entrou na rua estreita que levava para fora
da pequena vila. Ela nunca havia sentido tanto medo em toda a sua vida de
colportora.
A oração fez com que ela se sentisse melhor. Começou a cantar baixinho:
“Não ando só, pois Cristo me acompanha por toda parte, aonde quer que eu
for...” Ela podia sentir sua coragem voltar aos pouquinhos. “Não ando só,
Jesus ao lado tenho, e nEle achei Amigo sem igual. De tal Amigo apoio e
guia obtenho; não ando só, pois Ele me é real.”
Por que ela deveria sentir medo se estava acompanhada pelo Rei do
Universo? Ela não estava fazendo o serviço dEle? A paz começou a inundar
seu coração.
Por que será que esses homens estavam parados nessa estrada deserta?
Eles certamente não tinham boas intenções! Betty tinha certeza de que a
estavam esperando. Silenciosamente, ela esperou para ver o que eles fariam.
A cada respiração fazia uma oração. Eles não se moveram. Estavam olhando
para a outra direção. Nem mesmo viraram a cabeça.
Depois de algum tempo, que mais parecia horas, Helen ouviu o som dos
cascos de Tom. Correndo para fora, ela o encontrou pingando de suor e muito
cansado.
Sem dizer uma palavra, Helen abraçou Betty com uma oração de alívio e
gratidão em seu coração.
– Fiquei muito preocupada com você. Depois que você foi embora ontem,
ouvimos dizer que tinha ladrões aguardando você nas duas estradas.
– Entrei em contato com a escola e eles já mandaram outro ônibus para cá.
Deve chegar aqui em 15 minutos – disse o motorista.
Depois de algum tempo, que para mim pareceram horas, o ônibus reserva
chegou. Todos nós passamos para o novo ônibus e seguimos viagem. Eram
sete horas da noite e eu ainda tinha uns vinte e cinco minutos pela frente até
chegar ao meu ponto. Comecei a pensar se meus pais estariam esperando por
mim ou se teria que ficar em casa sozinha.
Quando o meu ponto finalmente chegou, saltei do ônibus e fui para casa o
mais rápido que pude. Ao entrar em casa, encontrei meus pais prontos para
sair. Dei uma rápida explicação do que havia acontecido e meu pai disse:
– Você pode nos levar até a escola e depois voltar para se aprontar. Não
vai perder muita coisa se você se apressar.
Levei meus pais para lá e voltei correndo para casa. Troquei de roupa,
tranquei a casa e segui novamente para a escola. Só mais tarde é que fui saber
que dois ou três homens estavam em um furgão próximo à minha casa
observando as minhas idas e vindas.
– Seu pai e eu vamos ajudar na limpeza – minha mãe falou. – Sei que você
tem lição para fazer, então pode pegar o carro e ir para casa. Quando
terminarmos aqui, ligaremos para você vir nos buscar.
Depois de estacionar o carro, saí correndo para falar com meu pai:
Deixando cair o esfregão de suas mãos, meu pai correu comigo para o
carro. Pulamos para dentro dele e fomos para casa.
– Fique aqui enquanto dou uma olhada para ver se ainda tem alguém na
casa – disse meu pai.
Fiquei no carro e o vi desaparecer pela porta da garagem em direção ao
quintal. Os invasores ainda estariam ali por perto? Orei para que não
machucassem o meu pai, caso não tivessem ido embora.
De repente, meu pai gritou. Sem pensar em outra coisa, pulei do carro e
fui imediatamente para o quintal. Cheguei a tempo de ver meu pai se
agarrando na grade, enquanto um furgão acelerava em sua direção para
depois desaparecer no final da viela.
– Você pode ligar para a polícia enquanto busco a sua mãe na escola? –
ele perguntou. – E não se esqueça de trancar as portas.
Pouquíssimos minutos depois, meu pai estava de volta com minha mãe e
ficamos esperando a polícia chegar. Decidi dar uma olhada no meu quarto.
Quando entrei, percebi que meu som e meus CDs não estavam lá. Todas as
gavetas da minha cômoda haviam sido puxadas e largadas no meio do
assoalho. O colchão e a roupa de cama estavam do outro lado do quarto. As
roupas que estavam no meu armário encontravam-se espalhadas por todo
canto.
Minutos mais tarde, a polícia chegou. Descobriram que os ladrões não
tinham levado nada a não ser o equivalente a R$ 30,00 em dinheiro. Na viela,
perto do portão, estavam amontoados os nossos pertences. Sem dúvida, os
ladrões estavam trazendo o furgão para os fundos da casa para carregá-lo com
nossas coisas quando chegamos.
Antes de deitar aquela noite, agradeci a Deus por ter estado conosco.
Lembrei-me também da passagem bíblica que diz que “o Dia do Senhor vem
como ladrão de noite” (I Tessalonicenses 5:2). Perguntei-me se estava
preparada para ir e deixar tudo o que possuo para trás ou se estava me
apegando muito às coisas materiais e terrenas.
Por Judy Shull
No tempo da minha avó, as moças não costumavam viajar
desacompanhadas – quer dizer, pelo menos a maioria delas. Mas minha avó
Ruth e sua irmã mais velha, Bernice, não eram como as outras.
Nos minutos que se seguiram, nenhuma das duas disse mais nada.
Estavam entretidas em seus pensamentos. Então Bernice deu um tapinha no
peitoril da janela e, muito empolgada, foi até o lugar onde Ruth estava
sentada.
– Sentir a brisa do mar me parece uma ótima idéia. Aonde será que
podemos ir? – Ruth secou os pés em uma toalha e se levantou, pronta para
arrumar as malas. – Para o Atlântico ou para o Golfo do México?
– Sim. Nunca fomos para o sul da Flórida, e por que não irmos agora? –
Bernice não podia esconder sua empolgação ao falar. – Olha, podemos ir por
Everglades.
Ruth chegou mais perto da irmã, que já estava estudando o mapa
rodoviário.
– Não sei – Ruth hesitou. – Há somente uma estrada que passa por
Everglades e ela é meio deserta.
– Isso é ótimo! Sem trânsito. Vai ser muito bom. Quando você acha que
devemos partir?
– Ah, Ruth, não seja tão pessimista. Vamos sair bem cedinho, a tempo de
passar por Everglades antes do anoitecer.
– Ruth, acho que não vamos conseguir passar por Everglades antes do
anoitecer. – Bernice olhou preocupada para sua irmã e depois para o Sol no
horizonte.
A brisa da noite que entrava pelas janelas era tão agradável que logo Ruth
pegou no sono. De repente, Bernice pisou tão fundo no freio que Ruth quase
bateu a cabeça no vidro.
Havia um grande pântano nos dois lados da estrada e não tinha como
desviar para a direita ou para a esquerda. Elas também não poderiam fazer a
volta e virar porque ficariam sem gasolina antes que chegassem ao posto
mais próximo.
– Aqueles homens vão parar o nosso carro. Vão nos roubar e talvez até
nos machucar, não vão? – Ruth sentia tanto medo que sua voz quase sumiu.
– Sim, acho que é isso mesmo que eles têm em mente. Não sei o que
fazer.
– Ruth! – Bernice disse agitada. – Tem um carro logo atrás de nós. Você
está vendo os faróis?
– De onde ele saiu? Não vimos nenhum carro antes, e com certeza já
teríamos visto os faróis, pois aqui é tudo tão plano – Ruth concluiu.
Bernice esperou até que o outro carro estivesse bem atrás delas. Então,
pisou fundo no acelerador e passou rápido pelos assaltantes.
– Bernice, não consigo mais ver o carro que estava atrás de nós. Os faróis
desapareceram!
Bernice virou para sua irmã com o rosto radiante de alegria e disse:
– Ruth, acho que vimos um carro guiado pelos nossos anjos da guarda!
Por Jessica Rumford
Rosa Rodriguez cantarolava baixinho enquanto passava roupa. Aquela
noite estava mais silenciosa do que o normal, porque apenas as três filhas do
casal Garcia estavam em casa. Ela deu um sorriso ao escutar as risadinhas de
Maria e suas duas irmãzinhas, Evet e Marissa, que vinham lá do quarto.
Maria, a mais velha, tinha apenas nove anos, e Rosa era a babá das três
meninas.
– Acordei meia hora atrás e fui pegar um copo de água – papai disse. –
Depois voltei para a cama.
– Como isso pode ter acontecido num espaço tão curto de tempo? –
mamãe se perguntou. – Não ouvi nada. Vocês ouviram?
– Não, pelo menos até poucos minutos atrás. Acho que peguei logo no
sono depois que voltei para a cama – papai balançou a cabeça, inconformado.
– Quem quer que tenha feito isso devia estar desmontando as janelas
enquanto eu estava acordado! Levaria tempo demais até que conseguisse tirar
todos os parafusos.
– Ainda não sei o que fazer – papai falou, serenamente. – Mas Deus
proverá.
– Vocês estão vendo a minha carteira ali? – Papai foi até a mesa perto da
janela por onde os ladrões haviam entrado. Seus olhos arregalaram-se ao
abrir a carteira e ver que estava intacta. – Recebi ontem o pagamento do mês
inteiro e todo o dinheiro está a salvo na carteira. O fato de não terem visto o
dinheiro é um milagre. E olhem! Aqui está a minha pasta. Está cheia de
documentos importantes, e está tudo aqui!
Mamãe sorriu.
– Acho que eles não voltarão agora que sabem que estamos acordados –
eu disse para o papai. – O que devemos fazer? Ainda tenho muito tempo
antes de começar a me preparar para ir para a escola, mas, depois de tudo
isso, acho que não consigo mais pegar no sono.
– Bem, vou dar mais uma olhada por aí – papai informou. – Vou ficar
vigiando. Já que não temos um telefone, assim que amanhecer vou pedir para
o vizinho ligar para a polícia. Por que vocês duas não voltam para a cama e
pelo menos tentam descansar?
Então papai foi para fora verificar se não faltava nada no quintal. Mamãe e
eu ficamos sentadas no sofá.
Agora não teríamos que nos preocupar com o fato de alguém andar por aí
com a chave do nosso carro.
– Bem, mamãe, acho que podemos ir descansar, já que papai vai ficar
acordado – eu falei, sentindo o cansaço voltar de repente.
– Mãe, a chuva parou. Você não acha que devemos aproveitar para dar
uma olhada na casa dos Stewart?
– Eu também – mamãe concordou. – Mas estou feliz por ter parado, assim
podemos ir até a casa dos Stewart e verificar se está tudo bem por lá.
A família Stewart ficaria fora da cidade por uma semana e pediu nossa
ajuda para olhar sua casa e pegar a correspondência enquanto estivessem
viajando. Ao cruzarmos a rua, mamãe e eu pulamos algumas poças d’água e
nos divertimos olhando as gotas de chuva nas pétalas das flores.
– Parece que Deus deu de beber a todas as plantas – eu falei, com uma
risada.
– Estou tão acostumada a fazer isso que Marilee sempre sabe quando
estou aqui para brincar.
Mamãe virou a chave e abriu a porta. Entrei na casa e fui direto para a sala
de estar, enquanto mamãe parou para pegar o jornal no chão.
– A casa está com cheiro de mofo – ela comentou. – Acho que é por causa
da chuva.
Quando balancei minha cabeça dizendo que não, mamãe segurou firme
em minha mão e sussurrou:
– Querida, acho que tem alguém na casa. A porta de vidro parece estar
aberta e as pegadas saem de lá em direção aos quartos.
– Mãe, temos que ligar para a polícia imediatamente! – Minha voz estava
trêmula e minha mãe estava ofegante.
– Obrigada, Senhor, por Sua proteção– disse ela em voz alta, enquanto
discava 190.
Mamãe também ligou para o papai, que prometeu que viria direto para
casa.
Fiquei aliviada quando vi papai estacionar o carro. Ele entrou pela porta
da frente e nos abraçou.
– A polícia está na casa dos Stewart – ele disse – e quer falar com vocês
duas.
Dessa vez, estava chovendo ao voltarmos à casa dos Stewart. Já não sentia
a mesma empolgação de ir até lá. Os carros da polícia estavam por toda a
parte.
Levou mais de uma hora para contarmos aos policiais a história inteira. A
casa estava uma bagunça. As pegadas de lama estavam por todo o carpete
claro. Os armários e as gavetas estavam abertos e remexidos.
– Vocês duas tiveram sorte – o oficial de polícia explicou. – Esta não foi a
única casa roubada. Outras quatro casas nesta mesma rua foram roubadas
também. A casa ao lado na qual vocês bateram na porta também estava sendo
roubada. Vocês os assustaram e fizeram com que fugissem sem levar muita
coisa.
– Ele é um dos membros da nossa igreja que viveu nas montanhas. Todos
estão contando suas experiências para nós hoje – um membro respondeu.
– Pouco tempo depois, ouvi falar a respeito dos adventistas pela primeira
vez. Minha mulher estudou a Bíblia com eles e aceitou as novas doutrinas,
mas eu não estava disposto a mudar. Não podia me esquecer da vida errada e
manchada com sangue que eu havia levado no passado. Foi então que, numa
noite, tive uma visão que me impressionou muito. Foi-me mostrado que era
tempo de deixar os meus maus hábitos (que não eram apenas incontáveis,
mas terríveis demais para serem mencionados em público). Fui batizado e
logo me deixaram responsável pelo grupo da igreja local formado por dois
membros, minha mulher e eu. Eu era o líder e a minha mulher, a secretária-
tesoureira. Agora, nosso grupo possui 20 membros batizados, 30 interessados
e duas unidades da Escola Sabatina. Algumas pessoas que moram nas
montanhas me conhecem muito bem e não têm mais medo de mim. Mas
ainda há algumas que tentam se esconder quando me vêem passar pela trilha.
Não é de admirar, pois elas tiveram razões de sobra para terem medo de mim
e dos meus soldados alguns anos atrás.
Depois disso, o grande capitão contou uma história incrível.
Os dois homens eram tão temidos que o governo decidiu oferecer uma
recompensa para quem os pegasse. Trinta mil pesos (o equivalente a cinco
mil e novecentos reais) seriam pagos a qualquer um que capturasse os dois
criminosos vivos ou mortos. Mas os dois homens conheciam as montanhas
muito bem. Até aquele momento tinham sido capazes de fugir e se esconder.
– Mas, ainda que Deus nos aceite como Seus filhos, como vamos fazer
com as autoridades? – questionou José, um dos rebeldes. – Eles ofereceram
uma recompensa por nossas cabeças, e há várias pessoas que desejam o
dinheiro.
– Deixem isso com o Senhor – encorajou Delfín. – Mas vocês têm razão
ao dizer que correm perigo. Quando saí da vila hoje, ouvi os moradores
fazendo planos para vir atrás de vocês. A quantia de trinta mil pesos é uma
boa recompensa para aqueles homens. Acho que eles os encontrarão desta
vez. Talvez hoje seja o seu último dia.
Enquanto passava despercebido pela floresta, Delfín orou para que Deus
cuidasse dos dois criminosos.
Não levou muito tempo até que José e seu amigo percebessem que
estavam realmente em perigo. Tiros vinham em sua direção e eles notaram
que haviam sido encurralados. Seus inimigos estavam atirando por detrás das
pedras e das árvores.
Seu colega conseguiu se esconder dentro da caverna, mas José foi atingido
em vários lugares do corpo. Apesar de ferido, ele correu até os homens
armados.
– Não me sinto tão mal quanto pensava. Talvez você poderia achar um
médico para vir até aqui. Venha, ajude-me a tirar esta camisa primeiro e...
– José foi baleado em seis lugares. Olhe para o seu braço, sua cabeça, seu
queixo, seu peito e seu estômago! Mas nenhuma bala entrou em seu corpo!
Nem mesmo a pele está machucada!
Ao examinar José, Delfín não encontrou o que procurava – sangue
jorrando por ferimentos abertos. Encontrou apenas seis pequenos ferimentos
causados pelas balas que atingiram o corpo de José e caíram no chão sem
machucá-lo.
Eles haviam viajado o dia todo para levar lousas, caixas de giz e outros
suprimentos para uma das escolas missionárias. Mesmo com o melhor par de
bois daquela parte da Birmânia, como Harry se orgulhava em dizer, a viagem
era lenta, com uma velocidade média de apenas dois quilômetros por hora.
Aquela viagem duraria quatro ou cinco dias.
– Sim, não agüento mais ficar neste carro. – Harry bocejou novamente. –
Por que não saímos daqui e andamos um pouco? Podemos caminhar para
esticar os ossos e esperar à beira da estrada até que Hteelun nos alcance.
– Ótima idéia – respondeu Frank.
Logo o “nhec-nhec” do carro de bois ficou para trás e, com exceção das
vozes de Harry e Frank, nenhum outro som atrapalhava o silêncio da
alvorada. Seguiram com passos firmes por mais de três quilômetros,
respirando profundamente e apreciando o ar puro, limpo e livre da poeira
levantada pelos cascos incansáveis dos bois.
Perto da curva que estava à frente, eles viram uma árvore caída ao lado da
estrada. Frank sugeriu que descansassem um pouco e esperassem o carro. Os
dois homens se sentaram no tronco e conversaram a respeito do trabalho
missionário na Birmânia.
– Está tudo bem, Hteelun – Harry acalmou o garoto assustado. – Você não
pôde fazer nada contra tantos homens. Mas nós temos que recuperar aqueles
bois. Eles vão matá-los para comer, e não podemos deixar que isso aconteça.
Harry foi direto para o lugar onde seus pertences estavam amontoados e
vasculhou a palha até achar o rifle que seu amigo guarda-florestal sempre lhe
emprestava para fazer longas viagens.
– Para que lado eles foram? – Harry olhou para Hteelun, e o garoto
apontou a espada para todos os lados possíveis.
– Frank, é melhor você ficar com o carro e vigiar nossas coisas. Hteelun,
vá na minha frente. Você corre mais rápido do que eu.
Foi fácil seguir a trilha deixada pelos bois na grama. Os dois correram sem
parar por aproximadamente uma hora, até chegar a uma grande clareira no
meio da floresta. No centro da clareira ficava uma cabana feita de bambu.
O coração de Harry parecia que ia sair pela boca, e não era só porque
estava correndo. Ele sabia de algo que ninguém mais desconfiava – a arma
estava descarregada! Ele havia se esquecido de carregá-la e de levar munição.
Hteelun correu para a cabana e se esforçou para desatar os nós que os bois
haviam apertado ainda mais ao se agitarem e pularem para lá e para cá. Harry
se aproximou da cabana. Ele estava no meio da clareira quando o chefe dos
ladrões desembainhou sua espada dah-shey e correu escada abaixo, indo ao
seu encontro.
Com uma oração nos lábios, Harry continuou a correr. De repente, o chefe
dos ladrões gritou em seu dialeto:
– Meu Senhor!
– Ó, Thakin, não sabia que eles pertenciam a você. Se soubesse, não teria
feito isso!
Ele sentiu pena do pobre homem agachado ali aos seus pés.
Harry sabia o que ele queria dizer. De acordo com o costume birmanês,
quando dois homens entram em combate, o derrotado se torna o escravo do
vencedor.
– Não, não. – Harry deixou a espada no chão, mesmo com risco de que o
ladrão a apanhasse e o atacasse novamente, e esticou a mão. – Vamos ser
amigos. Qual é o seu nome?
– Você vai ganhar a sua galinha – disse papai. – Além disso, quando
crescerem, as galinhas vão abastecer a nossa família com ovos fresquinhos.
Alguns dias depois, outras duas galinhas desapareceram. Dessa vez, papai
ficou assustado. Nesse ritmo, não demoraria muito para que o nosso bando de
galinhas fosse exterminado!
Então papai teve uma idéia. Ele colocou no papel o preço que havia
pagado pelas galinhas e o quanto gastara para alimentá-las até aquele
momento. Calculou o valor atual das galinhas, incluindo os ovos que
botavam. Depois, devolveu o dízimo baseado no aumento de valor, ou lucro,
que tínhamos obtido com as galinhas.
– Quando você trouxe as franguinhas aqui pela primeira vez, havia dois
homens espionando – ele disse. – Um deles morava na vila perto daqui.
Assim que as franguinhas cresceram o suficiente para serem comidas, os dois
homens se esconderam no mato perto do galinheiro e esperaram você trancar
tudo. Logo em seguida, quando tudo estava escuro, eles entraram, cortaram o
alambrado e roubaram duas galinhas, uma para cada um. De tempos em
tempos, voltavam para roubar mais duas galinhas. Um dia, enquanto estavam
escondidos no mato, um homem alto vestido de branco desceu a montanha na
direção deles. O homem alto passou pelo galinheiro e foi direto para onde
eles estavam escondidos. Um dos ladrões deu um salto e correu para a vila. O
outro correu pela estrada e se escondeu no matagal no topo do morro. O
homem alto vestido de branco seguiu o ladrão que correu para o morro. Ao
chegar no local onde o ladrão estava escondido, o homem alto se inclinou e o
tocou. Então o homem vestido de branco desapareceu! Os dois homens
ficaram com tanto medo que decidiram que nunca mais roubariam suas
galinhas de novo.
Naquela noite, papai fez uma oração especial: “Obrigado, Senhor, por
enviar um anjo para guardar nossas galinhas. Sabemos que, se o Senhor Se
preocupa até com a segurança de nossas galinhas, quem dirá do bem-estar
dos Seus filhos!”