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Aikido para resolução de conflitos.

Aikido, ou mais precisamente agora o Treino Orgânico que venho desenvolvendo, é um caminho.
Ele parte de um princípio. E o princípio é: não existe conflito se não existir SER , TER e ESTAR.

SER é o que todos somos, e é inalterado. Será o que apresentaremos e com que trabalharemos,
com suas influências do momento, no instante que necessitarmos de ação quando sofremos um
conflito. Para alteração do SER muitas vezes precisamos de décadas. O mínimo seria 6 meses a um
ano, para alterar realmente mesmo com terapias e práticas intensivas.

TER é uma questão de possuir algo ou alguma coisa, alguém (mesmo isso sendo uma ideia um tanto
complicada de se possuir e, mesmo sendo possível, muito complexo de se mensurar). Podemos
alterar nossa forma de ver o aspecto TER - ADQUIRIR, mas muitas vezes tampouco tão rapidamente
quanto necessitamos de AÇÃO no conflito. O tempo para se alterar o TER pode ser mais curto que o
SER em casos de desprendimento, e levar o tempo de alterar o SER para outro nível também.

ESTAR é o que nos resta trabalhar no momento presente atual, é daqui que partiremos para nossa
jornada, nosso CAMINHO. Estando num estado mais centrado, focado e tranquilo, por exemplo,
posso ESTAR num comportamento menos imediatista – mesmo eu sendo e gostando das coisas
assim - quando, por exemplo, recebo uma crítica negativa. Vale muito lembrar aqui que nossa
visão é a resolução de conflitos mais presentes em nossas vidas, que saem do plano físico e seguem
para como nos comportamos diante de um fato, afetando ou não direta ou indiretamente nós
mesmos.

Todos somos seres humanos, dotados de mente e corpo físico, e estes nos proporcionam
sensações, emoções e num nível mais elevado, sentimentos. Podemos distinguir no que pensamos,
nossos corpos também são diferentes e variamos entre emoções durante o dia, sendo que muitas
emoções baixas acabam ficando algumas vezes constantes em cada um de nós, sinalizando um
caminho, um trabalho (com muito esforço) próprio e em comunidade, para de uma melhor forma
possível manter nossas emoções nos eixos. Quanto ao lado espiritual e sentimental, existe um
trabalho enorme para efetuar pequenas mudanças, e esse trabalho deve ser sempre contínuo e,
como todas religiões mostram, de elevado nível de qualidade para gerar um ser humano pleno e
conectado com o divino.

O espaço, o meio que vivemos, altera muito isso. Visto que uma pessoa, sua ou seu chefe por
exemplo, se comporta de uma forma no ambiente de trabalho e de outra forma completamente
distinta quando num ambiente de férias/diversão (piscina, mar, montanha etc.). Muitas vezes
também, quando passamos muito tempo com uma pessoa num espaço limitado, os ânimos mudam
muito, oscilam demais. Por isso vale sempre a pena caminhar em locais fora do ambiente atual
quando os ânimos se exaltam, ainda mais se permitir um contato com a natureza para exteriorizar
os sentimentos guardados.
Calibrar, reorganizar, limpar, harmonizar (feng shui) o ambiente onde mais convivemos (com
plantas que amamos), com espaço para brincar com os nossos filhos, sobrinhos e animais de
estimação, com luz , ventilação (natural de preferência) adequada, faz total parte de um bom
caminhar no sentido de uma vida plena. Vida sem conflitos seria impossível , mesmo porque
transitamos entre nosso mundo e o mundo dos outros, além de termos sempre os próprios
conflitos internos que fazem o mundo girar e encontrar soluções bacanas, e fazem o ser humano
esse ser que maravilha a si mesmo e os outros com suas falas, obras, criações, poesias, danças, etc.

A forma AIKI de resolver conflitos é não interromper o fluxo livre de criação do divino dentro do ser
humano, que encontra em cada um, em cada ser, diferente e por diversas condições, uma gama
impossível de se mensurar de potencial criativo, de caminhos diferentes de um mesmo “plano”.

1.a PRÁTICA
Assim, quando num local sagrado para nós e por isso protegido e organizado em
todos os níveis – podendo ser seu quarto, sala ou área externa, podemos iniciar
nosso caminho da melhor forma possível:

Sentindo o nosso próprio corpo, onde existe tensão, onde estamos pouco
fortalecidos, respiramos e conectamos com todas partes do nosso corpo,
analisamos as sensações do ambiente atual e o que isso influencia no nosso
corpo. Em seguida, trazemos nosso peso para baixo, e focamos no Seika-
Tandem 3 dedos abaixo do nosso umbigo (mesmo sentados ou deitados).
Sentimos a pressão de nossas cabeças descer para a região de ombros e
garganta (onde guardamos muitas emoções fortes) e deixamos essa região
relaxar, escorrer toda essa energia para o centro do corpo. 10 minutos de
prática por 10 dias , verificar a diferença. Depois podemos fazer testes com
alguém empurrando (antes e depois) da prática.

Seguindo com a respiração, podemos ativar as pernas durante a inspiração e


relaxá-las durante a expiração por 5 vezes. Seguimos para os braços e fazemos
o mesmo movimento mais 5 vezes. Agora podemos fazer isso com os órgãos
em separado, e por fim com a cabeça. O processo todo pode levar de 5 a 10
minutos, dependendo da especificação necessária para cada um, para cada dia.
Esse processo pode e será otimizado de acordo com nosso progresso no
caminho.
1. Reconhecer o conflito
2. Abraçar, absorver o conflito
3. Resolver o conflito

1. É o mais simples, mas o mais ignorado, muitas vezes somos levados a


pular essa parte e depois “descontar” nossos pesares em outras pessoas,
resultando num embaralhado de conflitos e situações que não levarão à
cura, à paz, e justamente fazendo o contrário, perpetuando sofrimento.

2. Absorver o conflito: responder ao conflito não somente reconhecendo ele


mas fazendo ele penetrar no seu mais profundo ser. Aqui é difícil efetuar
a absorção no nível mais profundo e completo, pois tendemos a ficar na
superficialidade do conflito que é a segunda forma que “tentamos nos
livrar” o mais rápido possível do conflito.

3. Resolver o conflito. Aqui o final do processo, sendo a forma única e


primordial de trazer à total plenitude da resolução do conflito a escuta
responsiva. Uma forma fácil aqui de resolver é ou impor nossa premissa à
outra pessoa ou aceitar de qualquer maneira o proposto como resolução
da outra pessoa. Dessas formas o conflito é parcialmente resolvido e
posteriormente retornará em breve afetando a ambos. A forma aqui é se
fazer escutar, escutar muito e também mudar , sendo a resolução
resolvida com tempo e processamento lentos a resolução que agrada e
leva as duas pessoas para algo mais positivo. Agrado à alma.

Uma maneira interessante de pensarmos na resolução de conflitos é que tenho


que “matar” dentro de mim a necessidade de me sobrepor ao outro, e sim
compor algo frutífero a ambos em conjunto com o outro. Para isso devo estar
leve para me deixar levar, mas ao mesmo tempo focado em meus objetivos e
ao objetivo do projeto, seja empresarial ou de vida.

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