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Origens da cartomancia: histórias e segredos da arte de adivinhar o futuro através

das cartas.
A origem da cartomancia segundo a tradição oriental
Uma das referências documentais mais antigas a respeito da origem da cartomancia
está em um dos países mais ricos em misticismo e cultura do oriente, a China.
Um antigo livro chinês cita em uma de suas passagens, datada no ano de 1678, uma
história em que um oficial do exército do imperador Huei-Song contava a ele sobre
uma espécie de jogo de adivinhação e previsão que ele havia inventado. Este jogo era
formado por trinta e dois tabletes de marfim, com marcações que se relacionavam
aos vários temas da vida, como o Céu, a Terra, a existência do homem e a sua
própria sorte.
Outros eventos relacionados à origem da cartomancia foram encontrados na China,
como o surgimento de rústicas placas de cobre e prata que possuíam gravações de
desenhos e números correspondentes aos nossos naipes atuais. Estas placas rústicas
posteriormente teriam sido reproduzidas em papel, originando o mais antigo baralho
de cartas conhecido

A origem da cartomancia – Antigo Egito


No ocidente, a hipótese mais aceita a respeito da origem da cartomancia é que ela
surgiu no antigo Egito, nas páginas no mítico Livro de Thoth.
Rezam as lendas que o Livro de Thoth continha doutrinas sagradas para os egípcios,
ensinamentos puros e abrangentes para todos os aspectos da vida e do cotidiano.
Segundo os estudiosos, tal livro continha respostas para todos os problemas da
humanidade e foi criado pelos sacerdotes após estes consultarem-se em pessoa  com
o próprio deus da magia, Thoth.
Moisés, que era iniciado e versado na antiga sabedoria oculta dos egípcios, teria
levado consigo o Livro de Thoth quando conduziu o povo judeu na fuga para a Terra
Prometida e atravessou o mar vermelho. Tempos depois, o livro teria dado origem a
um texto denominado Tarot, no qual se encontravam os segredos da roda do tempo e
da roda da fortuna.
É por estes indícios que muitos pesquisadores do ocidente acreditam que a origem da
cartomancia se deu no antigo Egito.

A origem da cartomancia segundo a tradição europeia

Creio que a história das cartas começou por volta de 1200 d.C.. A Europa passou a
receber um número crescente de viajantes de todos os lugares. A abertura de rotas
entre os países mediterrâneos, a Ásia e o Extremo Oriente possibilitou aos
comerciantes trazerem mercadorias para o Ocidente. Tendo estes a oferecer material
exótico de países muito distantes como Índia e China, estabelecendo mais tarde
relações comerciais também com os países Islâmicos, de modo que fica praticamente
impossível saber quem, de onde, e precisar quando neste período surgiram as cartas.
A História necessita de provas e registros para montar a nossa história.
Já na Inglaterra não fizeram segredos do conhecimento das cartas, tanto que, em
1230, o Sínodo de Worcester proibia aos cavaleiros um jogo de cartas que chamava
de Rei e Rainha.
Até o século XV, as cartas foram alternadamente condenadas ou aprovadas por
chefes de Estado e pela Igreja, tanto na Inglaterra quanto em toda a Europa. Com o
passar do tempo, na França, Itália e Inglaterra as cartas se tornaram tão populares
quanto eram famosas na realeza e na corte, por isso é que se levou a crer que a sua
origem viesse da corte francesa.
Consta a história de que as cartas foram introduzidas nos círculos reais em 1390.
Carlos VI estava visivelmente com problemas mentais e para tirá-lo das terríveis
crises de depressão, Odete, sua adorável e atenciosa amante, cantava, tocava harpa
e lia para ele, além de estar sempre a procura de novos entretenimentos. Foi quando
se ouviu falar que, em Paris, havia um novo e fascinante jogo, trazido à cidade pelos
ciganos. Tratava-se de um jogo com cartas estranhas, algumas numeradas e outras
com figuras de reis e rainhas orientais, que dispostas em diversas combinações,
divertiam e intrigavam os participantes. Desejando continuar a entreter o seu rei,
Odete, mandou buscar uma série dessas cartas, mas antes de permitir que Carlos VI 
as visse, fez um artista da corte decorar um baralho especial que ela mesma
idealizara destacando suas próprias figuras. O rei se recuperou temporariamente,
mas neste ínterim ordenou que todos tomassem conhecimento dos poderes e da
magia dessas cartas. Desde então, as cartas passaram a ser conhecidas como “Cartas
da Corte”, ou “figuras”.
O demonstrativo financeiro de 1392 da corte francesa tem como registro um
pagamento de grande soma por “três baralhos de cartas feitas à mão”. Com o
dinheiro e a influência do rei somado ao talento de Odete, as cartas logo estavam a
caminho do sucesso. Em pouco tempo, em Paris toda família abastada, possuía um
baralho.
Já na Inglaterra, em 1463, Eduardo IV assinou uma lei proibindo a importação de
baralhos de procedência estrangeira em todo o país. A intenção era de proteger o
mercado interno de cartas.
Na época de Elizabeth I (1558–1603) as cartas conseguiram espaço, pois neste
período foram reconhecidas como meio de estratégia de grande vitória sobre os
adversários. John Dee, o seu conselheiro, decifrava nas cartas o futuro do Império
Britânico.
Na Escócia, David Rissio, o conselheiro da rainha Maria Stuart, previu o infortúnio
para ambos, os quais foram executados por ordem da meia irmã da rainha, Elizabeth
I da Inglaterra. Consta que este momento foi registrado por uma tapeçaria que ficou
muito famosa e que chagou aos nossos dias.
Na era vitoriana, considerou-se as cartas como um mal e se pôs fim a tudo. A Igreja
condenou as cartas abertamente descrevendo-as com uma invenção diabólica por
acreditar que elas incentivam os homens a gostar de jogar, criando vício e
dependência.
Na Europa, a maior referência relacionada com a origem da cartomancia atende pelo
nome de Marie Anne Adelaide Lenormand, ou somente Madame Lenormand, uma
famosa esotérica francesa nascida em 1772 e que tinha entre seus clientes figuras
muito conhecidas, como o carrasco Robespierre e o imperador Napoleão Bonaparte.
Madame Lenormand criou dois poderosos baralhos de cartomancia, que ficaram
conhecidos como baralhos ciganos: o Petit Lenormand, considerado um dos melhores
sistemas divinatórios existentes, com trinta e seis cartas que detalham a vida das
pessoas em todos os seus aspectos, e o Grande Lenormand, semelhante em virtudes,
porém um pouco mais complexo e difícil de interpretar.
O místico povo cigano, a partir do momento em que tomou consciência do poder
deste baralho e da sabedoria que ele carregava, passou a utilizá-lo com frequência, e
sendo um povo viajante, difundiu-o por toda a Europa e depois pelo mundo.

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