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Nossos Objetivos:

Levar o conhecimento da Cultura e Tradição Cigana.


Oferecer cursos e atendimentos que proporcione a busca do conhecimento e
autoconhecimento individual e em grupo.
Nossa meta é atender a necessidade da busca do ser para o seu
crescimento.
Sejam bem-vindos!

Facilitadora

Shuvanni - Tsara Gitana Carmem Romani Sunacai


Oraculista, escritora, numeróloga e orientadora metafísica.
"É uma honra compartilhar meus conhecimentos para que você encontre
seu caminho de destino e evolução".
TÓPICOS

INFLUÊNCIA DOS CALDEUS

INFLUÊNCIA EGÍPCIA

INFLUÊNCIA CELTA

STREGHERIA – A VECCHIA BRUXARIA

INFLUÊNCIA ETRUSCA

ESTUDO DA ALTA MAGIA


BRUXARIA CIGANA

INFLUÊNCIAS PELO MUNDO

INFLUÊNCIA DOS CALDEUS


ASTROLOGIA CIGANA

Desde os tempos antigos, que cada um dos 12 signos está ligado a


uma parte do corpo. O primeiro signo, Áries, está associado à cabeça e o
último signo, Peixes, está ligado aos pés. Os outros signos ligam-se a outras
partes do corpo. Nos tempos primitivos, a astrologia estava ligada à medicina,
principalmente aos humores, que têm semelhança com os quatro elementos:
fogo, terra, ar e água (quente, frio, seco e húmido).

A astrologia mostra de forma rápida e simples o seu temperamento, e


o seu caráter. Este temperamento determina o tipo de doenças que o homem
irá desenvolver ao longo de sua vida.

Desta forma podemos fazer uma análise e podemos identificar as pré-


disposições para as doenças.

Os ciganos, como todos os povos da Terra, amam a Deus. E através


da observação dos astros criaram sua astrologia pouco ou nada divulgada no
Ocidente. Não é uma ciência, como logicamente é a Astronomia. Como a
astrologia dos caldeus, a dos ciganos tem também doze signos. Cada um
deles tem suas características, planetas regentes, influências e lendas. Não
nasceu, no entanto, de Cláudio Ptolomeu que a criou dos restos das crenças
babilônicas enquanto trabalhava na famosa Biblioteca de Alexandria. Foi
criada pelos kakus (feiticeiros) ciganos em suas caminhadas pelas estradas
banhadas de luar e pelas lendas vindas da velha e misteriosa Índia.

Cores, metais, pedras, plantas e animais foram ligados a cada planeta


e a cada signo. A idêntica associação de ideias abrangeu as constelações do
Zodíaco, que, em um estágio mais avançado da astrologia, foram colocadas
em pé de igualdade com os planetas quanto à influência sobre os horóscopos
individuais.

Astrologia e Saúde

Os ciganos, como todos os povos místicos, levam a sério estes


conhecimentos.

A astrologia antiga acreditava também na força dos quatro elementos:


terra, água, fogo, ar. Tentando conhecer as leis dos céus ou suas regras, os
ciganos, os caldeus, os magos e pensadores antigos buscavam encontrar
respostas.

Cada povo viu as constelações a seu modo e deu nome aos signos a
seu modo. Por exemplo: a constelação do hemisfério norte, chamada a Ursa
Maior na América do Norte, é, na França, conhecida como a Caçarola. Assim
os ciganos a chamam até hoje. Na Idade Média e para os ciganos kalderach,
ela se chama a Carruagem. Os antigos gregos a chamaram Ursa Maior. Assim,
os nomes para as constelações e para os signos zodiacais podem mudar de
povo para povo.

“A ASTROLOGIA ORIENTA, O SÁBIO FAZ A SUA ESTRELA!"

Como os babilônios, os ciganos aceitam a teoria da elipse,


representando o curso do Sol durante o ano, dividida por doze constelações.
Os ciganos, como todos os povos místicos, levam a sério à astrologia, porém,
à sua maneira.

Toda astrologia antiga acreditava também na força dos quatro


elementos: fogo, ar, água e terra e para os ciganos esses elementos são as
representações máximas do Universo e as suas criações, por isso os signos
ciganos estão ligados a esses elementos. Muitos povos viram as constelações
de modo diferente e deu nomes aos signos de acordo com o que acreditavam
ou sabiam.

Para os ciganos os signos eram chamados por nomes uns tanto


diferentes: Punhal, Coroa, Candeias, Roda, Estrela, Sino, Moeda, Adaga,
Machado, Ferradura, Taça e Capelas. Esses doze signos ciganos
correspondem aos doze signos do zodíaco e carregam em si a magia de um
povo que acredita na vida com alegria. Os ciganos sempre foram ligados em
quiromancia e muitas outras formas de adivinhação e magia. Usavam esses
caminhos para se conectar com as forças superiores e receber as mensagens
espirituais.

Por ser uma cultura passada de geração em geração através da palavra


falada e não da escrita, não existe ainda até os dias de hoje registros
concretos sobre as origens e descobertas da astrologia cigana, assim como a
própria origem deste povo também.

Parte de suas lendas e histórias contadas no passado revela que na


Núbia, próximo ao deserto de Saara, observando as estrelas e os corpos
celestes, eles criaram a sua própria Astrologia.
INFLUÊNCIA EGIPCIA

Compilação de
Constantino K. Riemma

Para tratar dos chamados tarots egípcios, dividimos o material disponível em dois
grupos. Aqui, reunimos informações sumárias com a finalidade de esboçar um
cenário geral. O segundo grupo, com textos de aprofundamento, resenhas e galerias
de imagens, poderá ser facilmente acessado pelos links indicados no correr desta
apresentação.

A hipótese de Court de Gebelin (1781)

O Tarô já circulava há pelo menos 400 anos pela Europa, com sua variada
iconografia, antes que um estudioso francês, Court de Gebelin (1719-1783),
publicasse sua hipótese de uma origem egípcia para as cartas, sugestão esta que
ganhou uma expressiva acolhida e se irradiou rapidamente pelo resto do continente.

I. O Mágico, II. A Papisa, VI. Os Enamorados e XII. O Pendurado.


As ilustrações utilizadas pelo próprio Court de Gebelin reproduzem o modelo clássico.

Ao tratar da hipotética origem egípcia do Tarô, no vol. 8, de sua obra “O mundo


primitivo, analisado e comparado com o mundo moderno” (1781), Court de Gebelin
apresenta cartas exatamente dentro do padrão corrente no final do séc. 18, similar
ao do “Tarot de Marselha”. De egípcio, na verdade, apenas a imaginação da origem
remota, mas sem o menor vínculo iconográfico com os símbolos legados pela
civilização dos faraós.

Mais estudos sobre Court de Gebelin e história

• Para uma visão de conjunto da história do Tarô veja: História


• Para conhecer hipóteses e suposições de origem das cartas e paralelos com
outros jogos: Hipóteses
• Em seu Manifesto para o futuro do Tarô, Nei Naiff focaliza os principais
autores envolvidos com o Tarô, no período em que as cartas ganham novas
histórias e um novo status: Esoterismo e cartomancia
• História do movimento esotérico. Para conhecer melhor o clima cultural da
Europa nos séculos 18 e 19, bem como as razões para a aceitação da idéia de
uma origem egípcia do tarô, consulte a tese de Rui Sá Silva Barros sobre esse
período: Tomando o céu de assalto...
• Original, em francês, "Du Jeu des Tarots", p.365-410, vol.8, Monde
primitif... no qual Court de Gebelin sugere uma origem egípcia para o tarô e
discute o significado e aplicação das
cartas: http://www.tarock.info/gebelin.htm
• Tarô, símbolos egípcios ou europeus? Excertos de um trabalho em
que Nádia Greco discute a tese de o tarô ter origem egípcia: Egito-Europa

Etteilla e o seu tarô egípcio (1783)

Jean-Baptiste Alliette (1738–1791), mais conhecido por Etteilla, está entre os


primeiros escritores que publicaram livros com regras para utilização do tarô na
cartomancia. Iniciou bem jovem seus estudos sobre as cartas, a partir de 1757,
reunindo e codificando os sistemas de ler a sorte, recolhidos da tradição popular de
seu tempo.
Referido pelos comentaristas como cabeleireiro ou peruqueiro, ele se auto-intitulava
professor de álgebra. Publicou seu primeiro livro, em 1770, “Etteila ou a Maneira de
se recrear com um jogo de cartas”. Nele descreve as regras que preparou para
utilizar o jogo de “piquet”, com um baralho de 33 cartas. Em 1791, publica seu
próprio maço de baralho, intitulado “Petit Etteilla” (O Pequeno Etteilla), baseado em
seu método de interpretação.

O Ás de Copas, o Valete de Espadas e a Dama de Ouros do “Pequeno Etteilla”


O autor apresenta este jogo “como um passatempo adequado para suprir as idéias
arbitrárias que cada cartomante atribui às cartas segundo os diferentes métodos”.
[www.lepalaisdutarot.com]

As 33 cartas do “Pequeno Etteilla” constituem uma simples redução das cartas de


jogar, utilizando de cada naipe apenas o ás, as cartas numeradas de 7 a 10 e três
figuras: Valete, Dama e Rei. Ao total dessas 32 cartas é adicionada mais uma, que
representa o consulente.
A novidade desse baralho está na inscrição dos significados, de acordo com o
posicionamento das cartas nas diferentes tiragens, recurso para codificar e
popularizar a utilização do baralho para as adivinhações.
Alliette-Etteilla, que se proclamava “Mestre da Cartomancia”, tornou-se, sem dúvida,
o primeiro nome masculino famoso ligado à leitura da sorte pelas cartas. Muito
atento ao que se passava ao seu redor, menos de dois anos após Court de Gebelin
publicar o volume 8 de sua obra, em 1781, o nosso cartomante aparecia com
seu “Grande Etteilla” ou “Livro de Thoth” endossando a origem egípcia para as
cartas.

O livro O Livro de Thoth – Tarô de Etteilla com o jogo completo de 78 cartas


pode ser
adquirido na loja virtual especializada em tarô e parceira do Clube do
Tarô: www.simbolika.com.br

Cartas do baralho "Grande Etteilla ou Tarots Egípcios" (1783)


Personagens e gestual europeus, trazem às vezes algum adereço de inspiração
egípcia.
[www.trionfi.com]

As cartas do tarô de Etteilla, conhecido como o Grande Etteilla, são baseadas nos
desenhos dos tarôs comuns dessa época, que vai do número 1, “Etteilla
questionnant” (Etteilla em consulta) até o 78, “Folie” (A Loucura). Esse conjunto,
preparado para fins divinatórios, vinha acompanhado de um livro de explicações e
orientações, intitulado “Maniére de tirer le Grand Etteilla ou tarots Egyptiens”
(Maneira de tirar o Grande Etteilla ou tarôs Egípcios). As cartas repetem o
expediente adotado no "Pequeno Etteilla" e trazem inscritos alguns significados que
se tornaram usuais na cartomancia popular praticada desde então.
Em 1788, Etteilla fundou a primeira associação dedicada à leitura das cartas,
a Sociétée des Interprétes du Livre de Thoth (Sociedadade dos Intérpretes do Livro
de Thoth).
Nessa fase egípcia de sua carreira, ele pretendia revelar “a
chave dos 78 hieróglifos que estão no Livro de Thot, obra
de 17 magos, descendentes de Mercúrio-Thoth, gerada
1828 anos após a Criação ou 171 após o Dilúvio”.
Etteilla se revelou também um pioneiro no espírito
moderno de cunho promocional. Foi o primeiro cartomante
profissional de renome continental, que provou os bons
resultados comerciais na alteração dos nomes,
embalagens e de atributos do produto para estimular as
vendas.
Considerado por alguns como um simples charlatão, não
se pode negar, porém, que tinha o dom da palavra e
conhecimentos gerais de simbolismos e cabala, além de
grandes aptidões comerciais que o tornaram muito rico.
Pouco sabemos de seus dons reais. Sejam quais forem, sua
bem sucedida popularização da idéia de um "tarô www.trionfi.com
faraônico", reverteu a favor do renome de Gebelin, até
hoje intimamente associado ao tema egípcio no tarô.
Próxima a ele, e sua seguidora, encontramos Mlle. Lernomand, que adota o
baralho reduzido e simplificado. Ela é o segundo grande renome mundial no campo
da cartomancia. Reproduções, bem como as imitações, de seus baralhos continuam
com grande aceitação até hoje. Etteila e sua obra exerceram, igualmente, influência
sobre o trabalho de Papus com o Tarot.

Mais estudos sobre Etteilla, seus baralhos e técnicas

• A Regra de Ouro. Artigo de Júlio Soares sobre os desafios que enfrentou para
se inteirar do Thoth Taroth de Etteilla : O Livro de Thoth ou O Tarô de Etteilla
• O Livro de Thoth - Tarô de Etteilla. Resenha do historiador Giordano
Berti sobre o livro e o jogo com 78 cartas, agora disponíveis no Brasil: O livro
e o baralho
• Etteilla e seu método divinatório. A primeira integração conhecida
entre Tarô e Astrologia. Elizabeth Hazel e James W. Revak apresentam a
tiragem de cartas segundo a proposta de Etteilla em Manière de se récréer
avec le jeu de cartes nommées tarots (Maneira de se divertir com o jogo de
cartas denominadas tarôs) em 1785. Para os que têm familiaridade com os
símbolos astrológicos, apresenta muitos estímulos para aprofundar a tiragem
também conhecida por "Mandala astrológica": 1. Histórico, 2. O Método de
Etteilla e 3. Exemplo

Tarôs anônimos do séc. 19

Os apanhados históricos ressaltam, em sua maioria, autores que marcaram época,


sejam os sérios, sejam os polêmicos e os enganadores. Mas podemos encontrar
amostras de baralhos de confecção mais acessíveis ao consumo popular, produzidos
por anônimos, muitas vezes cópias não autorizadas de cartas mais conhecidas.
1. O consulente, 12. A Prudência e 19. O Homem benevolente (Rei de Ouros).
Tarô anônimo de 1845, uma imitação bem produzida do Grande Etteilla
[www.trionfi.com - Coleção de Alexander Sukhorukow]

O baralho reproduzido acima é um bom exemplo de cópias inspiradas em referências


egípcias sugeridas por Etteilla. Foi impresso na França, por volta de 1845, sem deixar
registros do autor ou do impressor.

Eliphas Levi (1854), um inspirador

Eliphas Levi Zahed é a tradução hebraica de Alphonse Louis Constant, um


parisiense nascido em 1810. Seminarista católico, artista plástico, aplicado ao
esoterismo, constitui um personagem multifacetado, que estimulou muitos outros
estudiosos de seu tempo.
De seu desenho do Tarô, foram apenas divulgados algumas
cartas, que elaborou com motivos da arte egípcia. Ele
estabeleceu relações de cada um dos 22 trunfos com as letras
do alfabeto hebraico e tornou-se inspirador direto das
incursões de Falconnier e Papus com o Tarô, não só através
de suas exposições, mas também com a publicação de
“Dogma e ritual da alta magia” (Dogme et rituel de la haute
magie - 1854).
Mais do que provar alguma origem egípcia do Tarô, Eliphas
Levi estava interessado em estabelecer nexos de significados
com diferentes tradições, sem recusar ou se opor à herança
do esoterismo cristão. Essa disposição de integração, de
inclusão, nem sempre era encontrada nesse período histórico
que testemunhou memoráveis embates que nos permitem
compreender melhor as disposições do pensamento
O Carro de Eliphas contemporâneo.
Levi
Mais estudos sobre Eliphas Levi

• Éliphas Lévi, sacerdote, radical, mago. Texto de James W. Revak,


traduzido por Alexsander de Abreu Lepletier: O seminarista que se voltou para
o tarô
• Biografia de Eliphas Levi. Num texto da Sociedade de Ciências
Antigas com ilustrações recolhidas pelo Clube do Tarô: Eliphas Levi
• Em seu Manifesto para o futuro do Tarô, Nei Naiff focaliza Eliphas Levi e
outros autores empenhados em dar um caráter esotérico às cartas. Firma uma
posição sobre a origem histórica do baralho. Manifesto

Papus e o Tarot dos Boêmios (1889)

Gérard Encausse (1865-1916), médico que se tornou célebre na França, é definido


comumente como ocultista. Mais conhecido por Papus, co-fundador da “Ordem
Martinista”, foi escritor, conferencista e organizou, entre outros grandes eventos,
a Conferência Maçônica e Espiritualista Internacional de 1908.

4. O Imperador no Tarot Papus-Goulinat


À esquerda, como apareceu no livro, em 1889; 2ª edição revista, em 1911;
ao centro, com os símbolos associados à carta (www.tarotpedia.com/wiki);
à direita, no baralho impresso pela US Games, em 1989.

Seu livro, O Tarô dos Boêmios (1889), bastante valorizado e traduzido, é até hoje
publicado no Brasil. Em algumas edições aparecem as cartas redesenhadas
por Jean-Gabriel Goulinat, que dão colorido às antigas gravuras de Papus.
Podem ser reconhecidas nessa proposta de baralho, as direções oferecidas
anteriormente por Eliphas Levi, no que se refere aos arcanos maiores, e por Etteilla
quanto aos arcanos menores.
Os 22 arcanos maiores do Tarô de Papus, redesenhados por Gabriel Goudinat
Para ver ampliação da imagem acima, clique sobre ela.

Em síntese, temos o antigo taro europeu adornado com imagens de inspiração


egípcia mais ou menos fiéis ao padrão artístico da antiga civilização desaparecida.

Mais estudos sobre Papus

• Papus, médico e mago. Um apanhado da vida e obra de Gérard-Anaclet-


Vincent Encausse (1868-1916) e sua influência nos estudos sobre a dimensão
simbólica do tarô. Texto de James W. Revak traduzido por Alesander
Lepletier: Sua vida: estudante de medicina e de ocultismo
• Nei Naiff tem algumas observações pontuais sobre Papus: Manifesto para o
futuro do tarô
O Tarô de Falconnier (1896) e Saint-Germain (1901)

Transcorrido um século desde as iniciativas de Gebelin e Etteilla, surge um novo tarô


com motivos egípcios. René Falconnier publica, em Paris, seu livro “As 22 lâminas
herméticas do tarot divinatório” (1896), acompanhado de 22 xilogravuras
de Maurice O. Wergener. Conforme o autor do livro, os desenhos teriam sido
reconstituídos “de acordo com os textos sagrados e segundo a tradição dos magos
do antigo Egito”.

16. Torre, 20. Julgamento, 5 de Espadas e 10 de Ouros


As cartas 16 e 20 são de Falconnier-Wergener (1896) e os dois arcanos menores
aparecem cinco anos após, num outro livro, atribuídos a Saint-Germain (1901).
A reprodução da edição original das 22 cartas dos arcanos maiores
de Falconnier-Wergener, pode ser conhecida no site do tarólogo russo
Andriy "Andrew" Kostenko: www.green-door.narod.ru/tarotfalc.htm

Influenciado por Stanislas de Guaita e com poucos conhecimentos de egiptologia,


Falconnier tenta reconstruir os 22 arcanos maiores de um tarô completamente
"egípcio". Um bom observador logo notará que dificilmente essas cartas poderiam
ser consideradas de origem egípcia.
Poucos anos após, aparecem os 56 arcanos menores associados ao trabalho de
Falconnier-Wergener, de autoria de Edgar Valcourt-Vermont, sob o pseudônimo
de Conde de Saint-Germain, em seu livro “Astrologia Prática: método simples
para calcular horóscopos” (1901). O resultado desse acréscimo, do ponto de vista
da iconografia do Egito Antigo, é ainda mais ingênuo.
Tarô Kier (1955 e 1971)

Os “Tarots Egípcios” da Editorial Kier, de Buenos Aires, são os mais conhecidos do


público brasileiro. Sua primeira publicação ocorreu em 1955 (gravuras em preto em
branco), embora a referência mais comum seja a de 1971, impressa a cores e
acompanhados do livro “La Cabala de Prediccion” de J. Iglesias Janeiro.
As 56 cartas correspondentes aos arcanos menores dos baralhos clássico seguem,
neste modelo argentino, o mesmo padrão dos arcanos maiores. Um layout básico é
mantido para as 78 cartas.

19. A Inspiração (1955), 4. O Imperador (1971) e 69. O Acaso (1984)


A primeira impressão, de 1955, é pouco conhecida. A reprodução do arcano 19 foi
cedida por
Eduardo Escalante, que também oferece Informações Históricas sobre o autor e
as datas de publicação.

As mesmas 78 cartas dos Tarots Egípcios publicadas por Editorial Kier de Buenos
Aires, em 1971, foram também editadas pela U.S.Games, em 1984 (impressas na
Suíça), com os títulos em inglês e cores mais leves, como poderá ser apreciado
na Galeria Kier.
Apesar de jamais ter sido encontrado nas tumbas dos faraós e nobres egípcios
qualquer jogo que lembrasse o Tarô, as cartas reelaboradas com motivos egípcios
exercem um forte fascínio e são bastantes procuradas por estudantes e profissionais.

Estudos e traduções dos textos do Tarô Egípcio Kier

• J. Iglesias Janeiro, autor de La Cábala de Predicción em que é apresentado


o Tarô Egípcio da Kier e os significados atribuídos às cartas. Dessa obra
foram traduzidos para o Clube do Tarô:
• Arcanos maiores do Livro de Thot • Arcanos menores
• Eduardo Escalante, estudioso do tarô, tem em sua coleção um exemplar da
segunda edição do Tarô Egípcio da Kier e o livro de Iglesias Janeiro, de
1955. Ele oferece algumas precisões históricas sobre essa obra: A Cabala de
Predição
• Nelise Carbonare Vieira, taróloga que utiliza o Tarô Egípcio da Kier e
participa de sua divulgação no Brasil, é a autora da resenha sobre esse
jogo: Apresentação do Tarot Kier
• Galeria completa do Tarô Egípcio da Kier com reprodução das cartas da
edição de 1984:
Arcanos Maiores: 1-22 | Arcanos menores: 23-36 | 37-50 | 51-64 | 65-
38
• Renato Portal, indica as cartas do Tarô Egípcio da Kier que se referem aos
assuntos da vida diária: El Tarot Egipcio y los asuntos cotidianos del
consultante
• Consultas gratuitas online com as cartas do Tarô Egípcio da Kier estão
disponíveis: Oráculo egípcio

Outros tarôs com motivos egípcios

Se procurarmos na Internet encontraremos uma boa dúzia de tarôs com desenhos


que reproduzem, de modo mais ou menos livre, as figurações egípcias. Na maior
parte dos casos tomam sua inspiração num dos exemplos que acabamos de
apresentar.

XVI. Torre e XX. Julgamento, de Silvana Alasia;


VIII. A Justiça, no Tarô Transição; II. O Portal do Santuário, no Tarô Ibis.
[www.tarotpedia.com]

Nos catálogos de vendas de tarôs, europeus e norte-americanos, são muito


difundidos os trabalhos de Silvana Alasia, artista italiana, que reproduziu os
desenhos de M. O. Wergener (do Tarot Falconnier) com diferentes formatos de
impressão.
INFLUÊNCIA CELTAS
Rituais Celtas

Druidismo

Alguns estudiosos preocupam-se em discernir duas correntes


religiosas: a céltica e a druídica. Embora muito semelhantes (levando-se em
conta que a céltica é derivada da druídica) existe uma tendência a fazer certas
considerações. Acredita-se que o celtismo era mais rudimentar e mais ligado
ao culto da Mãe Natureza, enquanto o druídismo apegava-se a diversas
divindades ligadas à natureza.

Pode-se afirmar que o druidismo se baseava em dois grandes


princípios: o Respeito à Natureza e na crença da imortalidade. Os druidas
eram os sacerdotes e presidiam as cerimônias religiosas, e exerciam outras
funções.

Acreditavam na figura suprema da Deusa-Mãe e em


divindades“elementais” (do ar, da água, do fogo e da terra). Alguns
estudiosos atestam o politeísmo do povo celta, outros já o consideram
monoteísta e todas as divindades nada mais eram que extensão de uma
Deusa-Mãe. Outros os descrevem como monoteístas, que cultuavam o deus-
fogo Beal, ligado ao sol (a exemplo de Ra para os egípcios).

Algumas árvores tinham importante significância na religião celta,


como era o caso do carvalho (ligada à sabedoria e ao druida), o freixo (ligado
à proteção), o salgueiro (ligado às divindades da água), e etc. Alguns animais
também tinham sua simbologia - o touro, por exemplo, estava representava
a fertilidade e a serpente ligada à sabedoria.

A crença na alma e na vida após a morte está presente no druidismo.


Os celtas acreditavam na existência do “Outro Mundo”, aonde residem os
antepassados e demais espíritos. Acreditavam também que determinadas
pessoas eram dotadas do poder de comunicação com este mundo. Acredita-
se que o fato de os guerreiros celtas serem bravos e destemidos venha da
certeza que eles tinham de que a morte nada mais é que uma passagem.

Como eram os rituais celtas para honrar seus deuses isto é difícil
precisar. Sabe-se que as cerimônias eram realizadas em lugares abertos, em
campos e florestas. As florestas de carvalho eram de predileção dos druidas,
pelo fato do carvalho ser considerado uma árvore sagrada. Nestes locais
construíam-se círculos de pedras, onde eram realizadas as cerimônias
religiosas - o mais famoso deles é Stonehenge.

No entanto, estudos recentes defendem que estes círculos de pedra,


na verdade, eram usados como observatórios astronômicos e não como
construções religiosas. Com isto, abre-se espaço para discussão dos
elementos de culto dos celtas e dos druidas, o que faria do druidismo uma
religião fortemente influenciada pelas estrelas e pela observação dos astros
(como a religião egípcia).
Druidas

No druidismo – como o próprio nome sugere – os líderes religiosos


eram o Druidas, que constituíam uma classe privilegiada dentro da sociedade
celta. Eram eles que presidiam as cerimônias religiosas, realizavam os
sacrifícios humanos e conduziam oráculos. Além das funções religiosas,
desempenhavam as funções de educadores, juízes e eram os responsáveis
pela conservação da história e da tradição celta. Eram sábios e tinham
conhecimentos de medicina, agricultura e astronomia. É importante lembrar
que os druidas, temerosos aos registros escritos, passaram todo seu
conhecimento oralmente de geração para geração. As mulheres também
integravam a classe druídica. Eram, em sua maioria, profetizas.

Os druidas eram a única classe que transcendia as divisões tribais.


Foram os grandes responsáveis pela unidade do mundo celta. Onde hoje está
localizada Orleánais (França), estes sacerdotes organizaram uma grande
assembléia geral, cuja sede situava-se nas proximidades de onde hoje é a
cidade francesa de Sully-sur-Loire.

Roma logo condenou o druidismo, percebendo que os druidas eram a


grande força política do mundo celta. Mesmo assim eles perduraram até a
Idade Média, na Irlanda, e até o século V na Gália.

Pouco se sabe sobre os druidas, exatamente pelo fato de não fazerem


uso da escrita (embora, crê-se que eles tiveram conhecimento de um sistema
de escrita rúnico). Contudo, pode-se afirmar que eles existiram, exerciam
grande influência na vida céltica e eram extremamente privilegiados nos
conhecimentos. Relatos registram a coragem dos druidas na defesa de sua
crença, sendo que muitos morreram durante a repressão romana.
STREGHERIA – A VECCHIA BRUXARIA

Stregheria é um termo usado para a antiga Bruxaria italiana, como


também para se referir a um movimento moderno neopagão surgido
na Itália e nos Estados Unidos a fim de resgatá-la. A Stregheria é algumas
vezes referida como La Vecchia Religione ("a Antiga Religião"). A
palavra stregheria é uma palavra italiana arcaica para "bruxaria", sendo a
palavra italiana moderna e comumente usada, stregoneria.
A Stregheria é um culto pagão italiano com origens no período pré-
cristão. De acordo com Raven Grimassi, seria um ramo da religião etrusca,
mais tarde misturado com outros cultos.

Stregueria Revelada

A Stregheria passou a ser conhecida graças ao folclorista Charles G.


Leland, que no final do século XIX escreveu obras sobre o tema, entre as
quais se incluem Aradia, Il Vangelo delle Streghe Italiane e Etruscan and
Roman Remains in Popular Tradition. Leland conseguiu este material
na Florença, onde mantinha contato com mulheres que se intitulavam Strege
(Bruxas em Italiano).
A maioria dos Clãs de Stregoneria são Politeístas, tendo
um Panteão cheio de Deuses, Semi-Deuses e Raças de Espíritos, todos eles
criados das deidades supremas que são Diana. Alguns praticantes, no
entanto, mantém seu culto firmado em algumas deidades, criando com elas
uma espécie de aliança, não necessariamente sendo Diana, embora,
indubitavelmente ela seja a mais cultuada.
As bases dos mistérios Stregonesci vieram principalmente de
influências Etruscas. É importante lembrar, porém, que os romanos e assim,
os ítalos tiveram muito contato com outros povos, dado à posição comercial
e geográfica que os privilegiou em muitos momentos da história. Desta
forma, desde os celtas que viveram no norte da Itália aos cultos e tradições
trazidos pelos gregos que se instalaram na Magna Grécia, na Sicilia,
influenciaram muito os modos, tradições e crenças das streghe, das fazedoras
de magia, de curas.
Hoje, muitos praticantes de Bruxaria Italiana têm seus cultos e crenças
enraizados também no Cristianismo e na cultura judaico-cristã, pois com a
conversão dos romanos, muitos deuses e seus templos e cultos ganharam
esse caráter, embora não tenham perdido sua essência e importância entre
os praticantes recém-convertidos. Estes são atualmente aqueles que fazem
suas curas em nome de Santa Luzia, São Miguel ou São Pedro, mas com
magias e rezas, além do uso de ervas, plantas e especiarias.
Animulare, Tanara, Janare, Strie, Strighe, Borde, Magare, Majare,
Cogas, Masche, Basure são palavras sinônimas para "strege" em diversos
dialetos italianos. Foram erroneamentes tidas como 'Tradições de Bruxaria',
mas na verdade são apenas palavras de diversos dialetos.
Clãs e Tradições de Stregueria

A Stregheria contém em si várias ramificações que são chamadas de


Clãs ou Tradições. Um Clã é formado por um conjunto de
regras, liturgias, mitos e práticas em comum, onde os Stregoni e Strege
estão ligados entre si pela linhagem.
Outros grupos ainda, não tem um nome específico porque se
desenvolvem em regiões, como resultado das vilas daqueles locais, ou em
famílias. Nem sempre as famílias abrem ou mesmo assumem suas práticas
mágicas, religiosas ou espirituais, por isso são muito pouco conhecidas.

Bibliografia

 Leland, Charles G., Aradia o evangelho das Bruxas


 Ginzburg, Carlo, Os Andarilhos do Bem
 Grimassi, Raven, Italian WItchcraft
 STREGA, Mandrágora, Grimório de Štrigova. Gornji Tkalec Village -
Croátia.
INFLUÊNCIA ETRUSCA

Introdução - quem eram os etruscos e região que habitaram

Os etruscos eram um povo que habitava a antiga Etrúria, região a oeste


dos Montes Apeninos e do rio Tibre. Este povo dominou a região central da
Itália durante os séculos VI e VII a.C. Era formado por doze cidades
independentes, sendo as mais importantes Volterra, Cortona, Fiesole e
Chiusi.
Em 283, os etruscos foram dominados e submetidos ao controle dos
romanos, perdendo várias características culturais.

Cultura etrusca: resumo das principais características

Muitas informações sobre a civilização etrusca foram obtidas por


historiadores e arqueólogos que descobriram diversos túmulos ao norte de
Roma. A partir da análise dos artefatos e túmulos, chegou-se a várias
revelações importantes:

- Os etruscos possuíam uma sociedade aristocrática;

- As mulheres etruscas desfrutavam de uma vida emancipada;

- Faziam objetos (vasos, esculturas e enfeites) em terracota com grande


habilidade;

- Dominavam as técnicas de fazer objetos em bronze e metal;

- Eram habilidosos na arte da ourivesaria (fabricação de joias);

- Na arquitetura, destaca-se a construções de templos, necrópoles e pontes.


Usavam a pedra e o barro como base das construções.

Economia

Os etruscos basearam sua economia em atividades ligadas à


agricultura e ao comércio, principalmente, de joias, artesanato e diversos
produtos de metal.

Religião

Existem certas analogias com religiões orientais (especialmente com a


de Suméria e Caldeia e mesmo a egípcia). O tipo de religião
é politeísta de revelação, e estava plasmada numa série de livros sagrados
conhecidos em seu conjunto como Etrusca Disciplina, que os romanos
conheceram e comentaram, mas depois foram perdidos. Partes sobrevivem
em tradução grega. O primeiro, intitulado Livro dos Arúspices, aborda a arte
da divinação; o segundo, Livro dos Raios, ensina como interpretá-los como
augúrios, e o terceiro, Livro dos Rituais, tem um escopo mais largo,
abordando desde as práticas rituais do culto, o destino, a duração da vida do
homem e do Estado, até os padrões de vida que o indivíduo deveria alcançar
e praticar. Havia ainda um Livro de Aqueronte, descrevendo o submundo, a
vida no além e as formas de enterramento, e dois livros sobre os profetas
Tages e Vegoia. Escritores gregos e romanos referem os etruscos como o
povo mais religioso que conheciam. Sua vida era regida em grande parte por
leis e regras de origem religiosa. Os sacerdotes denominavam-se arúspices,
e sempre tiveram uma posição de privilégio na sociedade. Os arúspices
especializavam-se em interpretar o que consideravam signos proféticos
encontrados em entranhas de animais sacrificados, em fenômenos
atmosféricos e no voo das aves, por exemplo, buscando desvendar a vontade
divina.
A religião etrusca tem sido tradicionalmente entendida como uma
adaptação da religião grega, mas sabe-se pouco sobre ela, apesar de ser uma
das áreas mais estudadas de sua cultura e a que deixou mais material
arqueológico. As pesquisas mais recentes indicam que houve mesmo vários
pontos de contato entre ambas, mas em muitos aspectos a etrusca foi uma
religião original, com características próprias. São conhecidos os nomes de
várias divindades, geralmente associadas a divindades greco-romanas por
escritores da Antiguidade, como Tínia (Zeus), Uni (Hera) e Menrfa (Atena),
mas a correlação não é exata e suas funções precisas são obscuras. Alguns
deuses parecem ser autóctones, como Tarchies. Segundo o testemunho
romano, o deus mais poderoso era Voltumna, que parece ser o mesmo que
Tínia. Ele, assim como a maioria dos outros, tinha uma sexualidade ambígua
e variável. Acreditavam em poderes abrangentes e anônimos acima dos
deuses, que personificavam o Destino. Cultuavam em templos urbanos e
santuários rurais, que não costumavam ser grandes ou luxuosos, mas alguns
foram ricamente decorados. Estátuas e imagens não eram uma necessidade
para o culto, mas um altar estava sempre presente e o ato de dedicar
oferendas materiais como presentes e comida aos deuses era central na
ritualística, inclusive a funerária. Sacrifícios de animais eram comuns.
Parecem ter praticado também uma forma de culto aos ancestrais. Existia a
crença na existência de demônios maléficos e no retorno periódico de
uma Idade Dourada. Um cerimonial complexo estava vinculado à morte e ao
enterramento, refletido na importante arte e arquitetura fúnebre que
sobrevive. A prática da cremação dos corpos competia com a da inumação,
ocorrendo variações na popularidade de cada uma ao longo dos tempos e
entre as várias regiões. As pequenas urnas cinerárias construídas em formato
de mini-templo ou decoradas com relevos e uma figura reclinada do morto
na tampa, são uma das tipologias artísticas mais típicas de sua cultura.
ESTUDO DA ALTA MAGIA
ESCOLAS INICIATICAS

Escolas de Mistérios

Tão antigo quanto o Homem é a busca por respostas para as questões que ele
próprio desconhece, as coisas ocultas ou superiores. Afortunadamente, sempre
existiram, na história da humanidade, lugares onde eram estudados os princípios
mais sagrados ou transcendentais do conhecimento, frequentados por Professores
ou Veneráveis Mestres, estudantes e múltiplos buscadores.

As Escolas Iniciáticas ou Escolas de Mistérios são esses lugares onde ocorre a


transmissão da sabedoria dos séculos. Fundadas e sustentadas por homens e
mulheres que percorreram o Caminho Iniciático, são lugares onde se estudam e
praticam os princípios da sabedoria universal ou ciência superior. Toda autêntica
Escola de Mistérios possui Ciência e Filosofia, também possui conhecimentos
Artísticos e Religiosos ou Místicos. Normalmente seus estudos são orientados a
buscar compreender os mistérios da existência, o porquê dos principais eventos da
vida, os segredos e leis do universo e da natureza e principalmente do Ser Humano,
buscando levar este último a verdadeira realização interior.

Os diversos conhecimentos estudados nas Escolas de Mistérios são normalmente


transmitidos em dois níveis: um nível externo ou público e outro nível secreto ou
iniciático.

No nível público, mais básico, ocorre a adequação dos mistérios, ou conhecimentos


superiores, aos costumes ou meio cultural vigente, pois é sabido que o ser humano
somente consegue expandir para novos conhecimentos se estes estiverem
próximos do seu campo de percepção, similar ao passo de uma perna, que não
pode ir muito distante da posição em que se encontra a perna de apoio. Porém a
finalidade deste nível público é preparar, àqueles que queiram, para ascender a um
nível mais objetivo e claro, saindo do campo das superstições e crenças, onde a
compreensão mais ampla e a prática do conhecimento são os principais focos, os
quais permitem ir formando o que se chama Iniciado nos Mistérios.

A separação em dois níveis de ensinamentos aparece em todas as sociedades


esotéricas da antiguidade. Entre os pitagóricos, por exemplo, sabe-se que os
recém-ingressos, enquanto estudavam diversas matérias como matemática,
filosofia e símbolos sagrados, também eram orientados a permanecer por anos
mantendo silêncio, como prova inicial de humildade e aspiração a receber os
mistérios mais elevados, desta maneira os ensinamentos de Pitágoras saíam pouco
ao nível público. Já no orfismo grego, o círculo público se expressava mais

Já no orfismo grego, o círculo público se expressava mais através das formas


artísticas, como o teatro, a música e a dança, onde se instruía a consciência das
multidões com os princípios eternos mais elementares e de forma simbólica.
Enquanto que, no Cristianismo primitivo, Jesus falava às multidões em parábolas e
concluía dizendo que “aquele que tiver ouvidos, que ouça”; quando os apóstolos o
interrogaram sobre o porquê da diferença de ensinamentos dados às multidões e
aos discípulos, ele respondeu:

“Porque a vós é dado conhecer os mistérios, mas a eles não lhes é dado; porque
aquele que tiver (ou seja, o que tiver o interesse e a ciência para decifrar os
mistérios) se dará mais e terá em abundância; porém o que não tiver (esse
entendimento) até o pouco que tem lhe será tirado. Porque eles, vendo, não vêem;
e, ouvindo, não ouvem nem compreendem”. Mat. 11-13

No oriente, especialmente no Tibet, os candidatos passavam também por provas


até finalmente serem aceitos como alunos e depois disso ainda se passavam alguns
anos nas matérias básicas até poderem acessar os níveis mais profundos, também
pouco difundidos ao público geral.

Neste sentido podemos ver que as formas religiosas, ou seja, as grandes religiões
antigas, geralmente são o aspecto mais público ou externo de tais escolas de
mistérios. Seus grandes iniciados ao trazerem ao mundo vários ensinamentos,
fazem-no por uma necessidade de formar novos sábios, o que por uma
consequência faz surgir um novo movimento ou escola iniciática, a qual,
posteriormente, difunde-se nas multidões.
“A Natureza revela seus mais íntimos segredos e partilha a verdadeira sabedoria
somente àquele que busca a verdade por amor à própria verdade, e que aspira ao
conhecimento para conferir benefícios aos outros, não à sua insignificante
personalidade.” H.P. Blavatsky

As escolas de mistérios também têm um ciclo vital e, como qualquer organismo


que se desenvolve na natureza, nascem, crescem, reproduzem-se (multiplicam-se
em várias vertentes) e por fim definham e morrem. Diz-se então que são formas
mortas, porque já não conduzem aos mistérios, apenas servem como um sistema
de regulação da conduta social, ou sistema religioso, muitas vezes dogmático.

Krishna fala com Arjuna

É assim como Krishna explica a Arjuna no Bhagavad Gita:

“Ò Arjuna, sempre que há declínio da virtude e predominância do vício, encarno-


me. Para a proteção do bom e destruição dos malfeitores e para o restabelecimento
do Dharma sou nascido de era em era.” Krishna

Ou seja cada vez que os princípios religiosos de um povo decaem e viram meros
costumes sociais e dogmas religiosos, surge então um novo mensageiro, um novo
Avatar, para restaurar os princípios da religião cósmica, os princípios eternos, ou
seja, a ciência iniciática original. Esse novo mensageiro ou profeta traz a mesma
mensagem, porém revestida de um novo formato, para que seja vista pelas
multidões como uma renovação, do contrário não produziria o efeito psicológico
que tem que produzir, pois não estremeceria a consciência nem produziria a
motivação para realizar uma revolução interior. Assim, os princípios eternos se
mantém, porém agora são tratados com outra aparência e com isso vão surgindo
os diferentes movimentos espirituais que marcaram a história da humanidade.

E de acordo com as necessidades de cada período vão surgindo as Escolas de


Mistérios, cada uma trazendo os princípios eternos em uma forma que possa ser
compreendida e praticada em seu tempo. Assim, as grandes Escolas Iniciáticas são
vertentes da sabedoria universal que possuem os seus tesouros sagrados mais
além do plano tridimensional, nas dimensões sutis da natureza e segundo a lei de
afinidades, cristalizam-se em determinada época e região para cumprir com sua
finalidade de expandir o nível de consciência da humanidade.
Realizando uma verificação na antiguidade para buscar as características gnósticas
nos diferentes povos do mundo, as encontraremos claramente presentes nos
elementos helenísticos orientais, incluindo as Escolas de Mistérios da Pérsia,
Mesopotâmia, Fenícia, Índia, Egito,etc., e na América e suas culturas serpentinas
dos Nahuas, Toltecas, Astecas, Zapotecas, Maias, Chibchas, Incas, Quéchuas, etc.

Como referência da Gnosis antiga podemos citar alguns exemplos:

Pitágoras de Samos

− Tales de Mileto (séc VII a.C.) – autor da máxima “nosce te ipsum” (conhece-te
a ti mesmo), inscrita na Escola do Templo de Delfos, Grécia.

− Sólon (séc VII a.C.) – quem teve acesso às tradições iniciáticas por meio de
Escolas do Antigo Egito.

− Pitágoras (séc VI a.C.) – e sua Escola Pitagórica, como citamos, considerado uma
figura legendária, um Mestre de Mistérios Maiores que segundo contam as
tradições só foi conhecido pelos altos iniciados. Ensinou sobre a imortalidade da
alma e as reencarnações (metempsicose). Pitágoras fundou a Escola Pitagórica que
possuía iniciação secreta. Eles floresceram em uma colônia grega na Itália. Foi
Pitágoras que inventou a palavra filosofia (amizade ao saber) e revelou segredos
sobre as dimensões da natureza e as músicas superiores.

− Sócrates (séc V a.C.) – o maior referencial filosófico acadêmico de todos os


tempos. Um marco gigante na história da humanidade capaz de ter produzido o
que os historiadores chamam de “Pré-socráticos” e “Pós-socráticos”, um
equivalente ao “antes de Cristo” e “depois de Cristo”. Sua filosofia era desenvolvida
mediante diálogos críticos com seus interlocutores (dialética). Esses diálogos
podem ser divididos em dois momentos básicos: interrogação e a maiêutica
(concepção de ideias). Os principais representantes gnósticos do período pós-
socrático são: Platão e Aristóteles.

Podemos citar também as correntes gnósticas que influenciaram o


surgimento do Cristianismo, sendo contemporâneos a ele, como são: os essênios,
os batistas (do qual participava João) e os nazarenos.
A partir daí vamos encontrar os gnósticos históricos, assim denominados
pela cultura geral na atualidade, que viveram em sua maior parte durante os quatro
primeiros séculos da Era Cristã.

Desses podemos destacar os seguintes:

− Basílides de Alexandria (Egito) – século II.

− Valentin (Itália) – século II. Fundador da Escola dos Valentinianos.

− Aparecem as escolas dos Setianos e dos Ofitas.

Alquimista

Após esse período, diz o Dr. Samael Aun Weor, que a Gnosis permaneceu
mais oculta até os dias de hoje, porém ele mesmo nos demonstra que a sabedoria
dos mestres se deixou perceber algumas vezes durante a Idade Média, como, por
exemplo, através de:

− Os Templários (França) – século XII.

− Os Cátaros (França) – século XII.

− Os célebres Alquimistas imortalizados nas pessoas de Aureolo Paracelso,


Alberto Magno, Nicolas Flamel, Raimundo Lulio, Saint German, Cagliostro,
Fulcanelli, entre outros.

Convém destacar que muitas destas correntes até aqui citadas possuem na
atualidade pretensos representantes que em nada se assemelham, já que
perderam seus princípios originais e servem a fins meramente caprichosos, às
vezes políticos, outras vezes comerciais.

Continuando nossa investigação, ainda encontraremos personalidades


ilustres que documentaram a Gnosis para o mundo como podemos citar:
O Homem Vitruviano nos traços de Da Vinci: Alusão ao conhecimento de si
mesmo

William Shakespeare; Goethe, com seu Fausto; Leonardo da Vinci com sua
genial ciência oculta unida à arte e à religião; Richard Wagner, com suas obras
clássicas “Walkírias”, “Tristão e Isolda” e “Parsifal”; e Carl Gustav Jung, com seus
textos gnósticos de psicologia.

Assim, podemos ver que a sabedoria superior esteve presente em muitas


épocas e culturas, expressando-se também, isoladamente, em alguns grandes
cientistas e artistas. De maneira que o conhecimento dos mistérios esteve, quase
sempre, ao alcance daquelas pessoas sinceras que anelavam um tipo mais objetivo
de conhecimento, que pudesse esclarecer as dúvidas mais elementares da
existência humana e também elucidar os mistérios mais elevados da natureza e do
Cosmos, buscando assim liberar-se de alguns sofrimentos inúteis do diário viver e
ter uma vida mais edificante conquistando a felicidade real. Portanto, o objetivo
principal de todas as autênticas escolas de mistérios é liberar o homem comum de
seus próprios problemas, através do autoconhecimento, levando-o a
autorrealização íntima.

O maior ocultista do século XIX, como muitos o consideram, era filho


de um modesto sapateiro. Tinha uma irmã, Paulina-Louise, quatro anos mais
velha que ele. Desde sua infância demonstrava um grande caráter de seu
talento para o desenho; seus pais introduziram-no ao ensinamento religioso.

Depois disso, aos dez anos de idade ingressou na comunidade


do presbitério da Igreja de Saint-Louis em Lille, onde aprendeu
o catecismo com o seu primeiro mestre, o abade Hubault, que fazia seleções
dos garotos mais inteligentes. Eliphas Levi foi encaminhado por Hubault
ao seminário de Saint-Nicolas Du Chardonnet, para concluir seus estudos
preparatórios. A vida familiar para ele havia acabado neste momento. No
seminário, teve a oportunidade de aprofundar-se nos estudos da filologia, e
quando completara seus dezoito anos já era apto para ler a Bíblia no seu
contexto original.

No ano de 1830, foi transferido para o seminário de Issy para


estudar filosofia. Dois anos depois, ingressou em Saint-Sulpice para
estudar teologia. Foi nesse tempo que esteve em Issy que escreveu seu
primeiro drama bíblico, Nemrod. No seminário de Saint-Sulpice criou seus
primeiros poemas religiosos, considerados de demasiada beleza.

Eliphas Levi foi ordenado diácono em 19 de dezembro de 1835. Em


maio de 1836, teria sido ordenado sacerdote, se não tivesse confessado ao
seu superior o amor por Adelle Allenbach, cuja primeira comunhão com ele
havia realizado. Suas convicções receberam um choque tão grande, que Levi
sentiu-se jogado fora da carreira eclesiástica.

Por resultado de uma publicação de uns escritos de sua Bíblia da


liberdade foi posto preso durante oito meses, incluindo 300 francos de multa,
acusado de profanar o santuário da religião, de atentar contras as bases que
sustentam a sociedade, de espalhar ódio e a insubordinação.

Depois de tanto constrangimento e de tantos parênteses na sua vida,


enquanto esteve preso, teve contato com os estudos de Swedenborg.
Segundo Eliphas mesmo afirmava, que, tais escritos não contêm toda a
verdade, mas conduzem os neófitos com segurança em uma suposta senda
esotérica.

Obras
•A Bíblia da Liberdade (La Bible de la liberte) - 1841
•Doutrinas religiosas e sociais (Doctrines religieuses et sociales - 1841
•A Suposição da Mulher (L'assomption de la femme) - 1841
•A Mãe de Deus (La mère de Dieu) - 1844
•O Livro das Lágrimas ou Cristo Consolador (Le Livre des Larmes ou le Christ
Consolateur) - 1845
•Dogma e Ritual da Alta Magia (Dogme et Rituel de la Haute Magie) - 1854
•História da Magia (Histoire de la Magie) - 1859
•A Chave dos Grandes Mistérios (La Clef des Grands Mystères) - 1859
•Os Mistérios da Cabala (Les Mystères de la Kabbale) - 1861
•Curso de Filosofia Oculta (Cours de Philosophie Occulte) - 1861
•Fábulas e Símbolos (Fables et Symboles) - 1863
•A Ciência dos Espíritos (La Science des Esprits) - 1865
•O Grande Arcano (Le Grand Arcane) - 1868
•As Origens da Cabala (Les Origines de la Kabbale) - 1869/70
•O Livro dos Sábios (Le Livre des Sages) - 1869/70
•Os Paradoxos da Sabedoria Oculta [Alta Ciência] (Les Paradoxes de la
Sagesse Occulte [Haute Science]) - 1873

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