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BOVINOCULTURALEITEIRA

1. TRANSMISSÃO DA IMUNIDADE PASSIVA COLOSTRAL

A qualidade da transmissão da imunidade passiva colostral depende de vários


fatores que podem ser agrupados em três categorias:
fatores ligados à vaca (qualidade do colostro);
fatores ligados à bezerra (atitude de mamar, capacidade de absorção
intestinal das imunoglobulinas);
fatores ligados ao criador (modalidade de administração do colostro).

1.1. FATORES LIGADOS À VACA

O colostro bovino consiste em uma mistura de secreções lácteas e constituintes


do soro sanguíneo, principalmente imunoglobulinase outras proteínas séricasque
se acumulam na glândula mamária durante o período final de gestação.A primeira
ordenha após o parto é verdadeiramente denominada de colostro, do ponto de vista
da qualidade de anticorpos. O produto obtido nas demais ordenhas subsequentes
é denominado de leite de transição.Só a partir da 7 ou 8a ordenha que se obtém
o leite inteiro (Tabela1).

Tabela 1- Composlção do colostro de anlmals da raça Holandesa


Colostro (ordenha pós-parto) Leite Comercial
Constituinte
3a.

23,9 17,9 14,1 13,9 12,9


Sólidos totals (%)
6,7 3,9 4,4 4,0
Gordura (%)

Proteínas (%) 14,0 8,4 5,1 4,2

4,8 3,8 3,2 2,5


Caseínas (%)
3,9 4,6 5,0
Lactose (%) 2,7

0,82 0,74
Cinzas (%) 1 11 0,95 0,87

Fonte: Adaptado de Foley & Otterby (1978).

da
Observa-se, na Tabela 1 que os sólidos totais diminuem rapidamente
totais
sólidos
primeira para a segunda ordenha. Já na quarta ordenha após o parto os
CRIAÇÃO E MANEIO DE BEZERRAS LEITEIRAS

se aproximam do leite comercial. Dentre todos os constituintes o que nos chama


mais atenção são as proteínas. Na primeira ordenha encontramos 14%e no leite
comercial apenas 3,1%. A maior parte deste aumento deve-se as imunoglobulinas
que se fazem presentes no colostro da primeira ordenha.
Dados obtidos pelos autores mostram que de 111 vacas da raça Holandesa a
média de produção de colostro, na primeira ordenha pós-parto, foi de 5,8 Kg com
extremos variando de 1 a 17 kg. As vacas de primíparas produziram menos do que
as multíparas ou mais crias.
As vacas primíparas e de segunda cria produzem colostro com níveis de IgG
mais baixo do que vacas mais velhas. Ao contrário, segundo alguns pesquisadores,
os níveis de IgM e IgA não são afetados com a idade. A ordem de lactação aliada
a outros fatores, como raça, tempo decorrido entre o parto e a obtenção do
colostro, duração da gestação, influenciam marcadamente na variabilidade de
imunoglobulinasno colostro.
Nossas pesquisas mostram que na primeira ordenha após o parto, as
concentraçõesde IgG do soro do colostro de vacas da raça Holandesa variaram
entre 15 e 116 g/L, com média de 61 g/L. Todavia, existe forte diminuição na
concentração de IgG, conforme as ordenhas após o parto: na primeira ordenha os
níveis encontrados foram de 73,4 g/L, na segunda ordenha, 41 g/L e na 3a. ordenha
17 g/L. Quando a primeira ordenha, de vacas de 3 a. e 4 a. lactação, é realizada dentro
das 05 h do parto resultou na concentração de IgG mais elevada quando comparado
às ordenhas que tiveram mais atraso. Para as primíparas e vacas de 2a. cria só houve
diferençasignificativaquando a primeira ordenha após o parto foi realizada com
mais de 9 h de atraso.

/ Existe uma variabilidade muito grande da concentração de anticorpos


(imunoglobulinas) no colostro das vacas. As principais imunoglobulinas são as
IgG (80 a 85% do total das Imunoglobulinas) que tem a função de combater os
microrganismos que estão no sangue, IgA (8 a 10% das Imunoblobulinas) que
exerce a função protetora das membranas que cobrem a superfície dos órgãos,
especialmenteo intestino, contra infecção e bloqueio da passagem de antígenos
Para0 sangue, e IgM (5 a 12% das imunoglobulinas) que tem a função idêntica a
IgG.

Outros constituintes do colostro, não menos importante do que as


imUnog10bulinas são poucos conhecidos. Até bem pouco tempo, toda a atenção se
COnccntrava nas imunoglobulinas presentes no colostro. As pesquisas mais recentes

BC
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colostro no metabolismo,
mostram a importânciade outros componentes do
desenvolvimento gástrico-
desenvolvimento do sistema imune e na modulação do
três a quatro vezes mais
intestinal do recém-nascido. O colostro de vaca contém de
antibacteriana
célulassomáticas(leucócitospolimorfonucleados)e uma atividade
lisozima,
superior a do leite./ Podem-se encontrar certas proteínas como
componentes do complemento, lactoferrina, fosfatase alcalina, gamaglutamil-
transferase,peptídeos como o fator de crescimento epidérmico (EGF), fatores
de desenvolvimentosemelhantesà insulina I e II (IGFI e IGFII) e a presença de
um fator antitripsínico.A lactoferrina,por exemplo, tem uma elevada afinidade
pelo ferro e deste modo, juntamente com o sistema lactoperoxidase do colostro,
contribui acentuadamente como preventivo nas infecções orais e digesto-
intestinaisdos bezerros.Os componentesdo Complemento (Cl, C2, C3 e C4)
agem em sinergia com os anticorpos para a destruição das bactérias. Os leucócitos
polimorfonucleadose, em particular os grânulos neutrófilos, transportam e,
sintetizam cerca de 30 enzimas diferentes. Estas enzimas são potencialmente capazes
de quebrar praticamente todas as ligaçõesquímicas conhecidas na natureza. Um
dos constituintesdo colostro que tem um papel importantíssimopara os recém-
nascidos é o fator antitripsínico presente no colostro de vaca. A cinética da secreção
do fator inibidor da tripsina do colostro bovino, durante as oito primeiras
ordenhas
pós-parto, foi similar às concentraçõesde imunoglobulinas colostrais observadas
nesta mesma cinética (Tabela2).

Tabela2. Níveis de Imunoglobulinase de fator Inibidor


da tripsina no colostro bovino
(FITC)

Ordenha após o
parto Imunoglobulinas FITC no soro do
colostro
Ordem IgG1 ugG2 IgM
(pg/mL)
6,4±1,70 6,5±1,36 4,1±1,10 798±124
2•.
3,6±0,89 3,2±1,20 1,8±0,52 454±85
a•.
2,3±1,00 1,6±0,59 0,9±0,27 255±38
1,3±0,43 0,8±0,26 0,4±0,15 126±15
0,7±0,41 0,3±0,15 0,2±0,10 74±21
0,5±0,26 0,2±0,15 0,2±0,10 47±16
0,2±0,15 0,2±0,09 34±9
0,2±0,08 27±4
0,998 0,997
Fonte: Pifielro ot ai. 0,997 0,990
(1978).

50.
CRIAÇÃO E MANEJODE BEZERRAS LEITEIRAS

Como podemos ver na Tabela 2, a concentração de cada imunoglobulina


presente no colostro diminui de forma correlacionada com a concentração do fator
inibidorda tripsina também presente no mesmo.
Alguns fatores que levam a variabilidadede anticorpos são bem conhecidos
dos pesquisadores, como, por exemplo: raça (Tabela3), individualidade, ordem de
parto (Tabela4), tempo decorrido do parto até a primeira ordenha, mastite e outras
enfermidades.

Tabela 3 - Efeito da raça Ieltelra sobre a concentração de antlcorpos no colostro

Raça Leltelra Ayrshlre Pardo Suíça Guernsey Holandesa Jerpey

Antlcorpos (%)* 8,1 8,6 6,3 9,0


*g/100g de colostro fresco.
Fonte: Wattiaux (1997).

As vacas da raçaJersey produzem colostro mais rico em imunoglobulinas que


as vacas da raça Holandesa. Em seguida, aparecem as vacas das raças Pardo Suíça e
Ayrshire, conforme demonstrado na Tabela 3.

Tabela 4 - Efelto da ordem de parto sobre a produção de colostro e a concentração de


IgG

Ordem do parto 1 2 3 4 5
Produção 1'. ordenha (kg) 4,75±0,75* 6,51±1,28 6,51±1,28
IgG (%)** 5,7 4,8 6,2 6,5 7,5
*Desvio padrão da média.
*tg/100g de
colostro fresco.
Fonte: Santos (1987).

Observa-se na Tabela 4 que a maior produção de colostro foi obtida das


vacas com três lactações. Isto representa 28,7% a mais do que as vacas de primeira
cri a. A concentração de IgG no colostro é mais alta nas vacas de 4a. e 5a. lactação.
COmparativamente as vacas de 4a. e 5a. lactação apresentam concentração de
IgG 25% mais elevada do que a média das vacas de 1a. e 2a. lactação.
51.
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1.2. FATORES LIGADOS A BEZERRA - MANEJO DA RECÉM-NASCIDA

—AA
primeira semana após o parto constitui a fase mais crítica na vida da
bezerra
Etn torno de 50% das perdas do primeiro ano de vida ocorrem neste período
que sua saúde é fortemente influenciada pela higiene ambiental. Os cuidados se
justificam para evitar os acidentes de parto, tais como: asfixia, compressãoetc.
Os rebanhos com baixa incidência de mortalidade utilizam, geralmente,
piquete ou local apropriado para o parto e fazem o acompanhamento dos bezerros
nas primeiras horas de vida.
Para se reduzir parte desta mortalidade neonatal, faz-se necessário conhecerum
pouco da fisiologia da recém-nascida e do modo de transmissão da imunidade passiva.

A placenta sindesmocorial dos bovinos protege a bezerra da maioria dasagressões


bacterianas ou virais, mas impede, igualmente, a passagem de proteínasséricas
e, principalmente, as imunoglobulinas. A recém-nascida é, portanto, desprovida
de anticorpos e, por isso, particularmente sensível às infecções, adquirindouma
verdadeira proteção imunológica somente após a ingestão do colostro.•Destaforma,
estes animais são classificados no Grupo III (Figura 1), juntamente comsuínos,
equinos, caprinos e ovinos. Já outras espécies, como os coelhos e os primatas,
de
em razão do contato mais direto entre a mãe e o feto, permitem a passagem
anticorpos antes mesmo do nascimento, constituindo, assim, o Grupo I, conforme
ilustrado na Figura 1. Há, ainda, outro grupo intermediário, denominado de
Grupo

grupose
II, em que estão enquadrados os roedores e os caninos. Os animais deste
beneficiam tanto da transmissão passiva de anticorpos colostrais como
recebem

estes durante o final da gestação.


Como a região umbilical do recém-nascido constitui uma porta de entrada
x
de infecção, a utiliqção de uma solução antisséptica para o tratamenw
privilegiada
higiene pode, porsi
do umbigo é uma necessidade. Esta simples medida de
outros cuidados, tais como a retirada
evitar muitas complicações. Quanto a piso
do
muco da boca e das narinas, secagem da bezerra com pano, lavagem
antes da primeira mamada, são tão
glândula mamária e dos tetos da vaca
que nos parecem desnecessários insistir. • barreiri

anticorPOS'
O colostro dc uma vaca fornece à bezerra seus primeiros 'nas e
nlincral$

contra infccçõcs, além dc energia e reservas importantes de vitami


o
a eliminar
Scrn contar seu efeito laxativo que ajuda o jovem animal
(pri:nciras fezes).
CRIAÇÃO E MANEJO DE BEZERRAS LEITEIRAS

transferincio seletivos de Ig G
Sangue maternal

glandú
feto

Ig colostral
19A 19 A

absorção intestinal
Flgura 1 - Modalidades de transmlssão da Imunldade passiva maternal conforme as
espécles
Fonte: Levieux (1984).

Entre 24h e 36h após o nascimento, a bezerra adquire, por meio do colostro,
uma imunidade para fazer face às doenças, por meio da absorção de imunoglobulinas
em nível do intestino delgado. Todavia,esta permeabilidade intestinal, permitindo
a absorçãode proteínas, diminui rapidamente após o nascimento (Figura 2). As
imunoglobulinas absorvidas durante uma mesma alimentação de colostro são
em torno de 50% a menos às 20 h comparativamenteàs 2 h após o nascimento.
Paralelamente, a concentração de imunoglobulinas conFidasno colostro diminui
rapidamente com as mamadas ou ordenhas sucessivas. Também, a taxa de
imunoglobulina sanguínea está em estreita relação com a quantidade de colostro
Ingerido durante uma mesma refeição. A bezerra recém-nascida tem forte
Capacidadede absorção e pode ingerir volumes importantes de colostro até o limite
de 5% do seu peso vivo de uma só vez.

BC UFRPE
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n = 45 bezerros recém-nascidos
100•
80

60

20

O 4 8 12 16 20 24 28

Tempo após o nascimento (h)

Figura 2 - Efelto do tempo após o nasclmentona eflclêncla de absorção de IgGL no


plasma
Fonte: Levieux (1984).

Por razões de imunidade passiva, o tempo e a quantidade de ingestão de


colostro são muito importantes (Tabela5). É, pois, recomendado às bezerras, filhas
de raçasde grande porte (Holandesae Parda Suíça) uma ingestão de 8 a IO kg
de colostro nas 12 h que segue o nascimento, enquanto que para as bezerras de
raças de menor porte (Jersey,Girolanda) um consumo de, no mínimo, 7 a 8 L. A
primeira ingestão do colostro segue à administração dos primeiros cuidados. D eve
ser imediata após o nascimento e abundante. Como sua influência é consideráv el, é
necessário assegurar à recém-nascida a ingestão de colostro o mais rápido possível'
ajudando se necessário. Após este período inicial, deve-se continuar fornecend0
colostro, pelo menos até o terceiro dia do nascimento. Embora a absorção intestinal
dc i:nunoglobulinascesse em torno de 24 h, a administraçãodo colostro até 0
terceiro dia tern como objctivo a protcção do trato gastrintestinal, conferida pelas
ItnunoglobulinasA (IgA).
Urn born hábito consistc em se fazer um banco de colostro armazenad0 no
congeladorà -2(PC,.I)cvc-se optar pelo uso de frascos de 1/2 a I litro de colostrO
51.
CRIAÇÃO E MANEJODE BEZERRAS LEITEIRAS
obtido da primeira ordenha após o parto. O colostro de vacas com três
ou mais
lactações é mais rico em anticorpos. O uso deste colostro pode ser feito sempre
que
a vaca não produzir colostro nas primeiras horas após o parto ou quando morre
dando a luz a bezerra, ou ainda vacas com mastite ao parto.
A ingestão do colostro é, sem dúvida, primordial, pois não existe nenhum
outro substituto.
A vacinação da vaca no oitavo mês de gestação,contra a Pneumoenterite,
Leptospirosee outras doenças de maior incidência na propriedade, tem como
vantagem aumentar os anticorpos no colostro que, transferidos passivamente às
bezerras recém-nascidas, vai protegê-las nos primeiros dias de vida.
As bezerras filhas de vacas que receberamvermífugo durante o período seco
são mais vigorosas e sadias, comparadas com as de outras vacas que não
receberam
este tratamento.

Tabela 5 - Efeito da quantidade de colostro Ingerldo nas prlmelras 12 h


após o nasclmento
sobre a taxa de mortalldade de bezerras
Ingestão (kg)
Mortalidade*
2a4
15,3
5a8
9,9
8 a 10
Mortalidademédia entre 1a. e 6a. semana de vida.
Fonte: Wattiaux (1997).

O período que se estende do nascimento até três dias é quando a alimentação


colostral desempenha um papel de defesa e de apoio. Além disso, a necessidade de
ingestão precoce de colostro permitirá a sobrevida de um maior
número possível
de novilhas.

1.3. FATORES LIGADOS AO CRIADOR - MODALIDADE DE ADMINISTRAÇÃO DO


COLOSTRO

O responsável pelo atendimento das bezerras recém-nascidas tem papel


importante para assegurar boa transmissão da imunidade passiva colostral. Há
que se considerar três possibilidades de manejo das bezerras recém-nascidas:
55.
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• Permanência da bezerra junto ao "pé da vaca" durante toda


a fase de
aleitamento. Este método é o mais natural e, neste caso, o
acesso à glândula
mamária deve ocorrer o mais cedo possível. Caso não ocorra
nas primeiras 6
h do nascimento, deve-se intervir ajudando a
bezerra a mamar. A utilização
de uma sonda esofágica,para administrar o colostro da
primeira ordenha
pós-parto até o estômago, é a melhor opção em casos extremos
da não-
ingestão voluntária.
e Permanência da bezerra junto ao "pé da vaca"
somente nas primeiras 24
h. Alguns produtores preferem deixar as bezerras mamarem
à vontade
o colostro diretamente em suas mães, pois, como tem sido
observado,
a bezerra mama, em média, de oito a dez vezes no primeiro dia
de
vida. Todavia, quanto mais especializada for a vaca para produção de
leite, menor é a habilidade materna, levando muitas bezerras a não
ingerirem colostro nas primeiras horas de vida, o que contribui para
maior incidência de bezerras com baixos níveis de imunoglobulinas
sanguíneas. Um número excessivo de vacas num mesmo piquete
contribui, também, para confundir a recém-nascida. Para evitar que a
recém-nascida passe algumas horas sem executar a primeira mamada,
aconselha-se destinar os piquetes mais próximos da sede da propriedade
para as vacas secas que ali adentrarão, aproximadamente, 30 dias antes
do parto.
Uma terceira opção no manejo das recém-nascidas é separá-las das mães
logo após o nascimento, recebendo o colostro da primeira ordenha, em
balde ou mamadeira. Neste caso, o fornecimento de colostro da primeira
ordenha deve ser fornecido, no mínimo, três vezes no primeiro dia, de
forma a propiciar à bezerra um volume de, aproximadamente, 10 L de
colostro nas primeiras 12 h de vida.

Um exemplo típico da importância do criador no manejo de bezerras


recém-nascidas é relatado em experimentos realizados na França. O simples
fato de se distribuir às bezerras um "pool" de colostro obtido na primeira
ordenha, logo após o nascimento, reduziu de 57,5% para 2,8% a quantidade
de animais com baixos níveis de imunoglobulinas (hipogamaglobulinêmicos)•
Todavia, no ano subsequente, o fato de fornecer uma mistura de colostro da
primeira com o da segunda ordenha elevou para 18% a taxa de animais com
hipogamaglobulinemia.
56.

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