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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
INTOLERÂNCIA A LACTOSE E ALERGIA AO LEITE
Barra do Bugres
2018
JULYANNE KAROLINY METELLO DIAS DE SOUZA
THAMIRYS AMÂNCIO XAVIER
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
INTOLERÂNCIA A LACTOSE E ALERGIA AO LEITE
Barra do Bugres
2018
INTRODUÇÃO
O alimento mais completo descrito por Pereira et al., (2012) é o leite, uma vez que o
mesmo é composto por proteínas, gorduras, açúcares, vitaminas, minerais sendo eles então
essenciais para manter de forma adequada a saúde do organismo. O principal carboidrato
existente no leite é a lactose, sendo ele em uma presença maior no soro com 70% e menor no
leite integral com 5%.
Segundo Laurindo et al., (1992) os mamíferos produzem leites sendo que cada um
deles possui uma composição bioquímica e especificidade, tendo em vista suas identidades
cada organismo se adapta a ele de forma a suprir sua necessidade, ou seja o leite humano tem
uma composição diferenciada do leite de vaca.
Desta forma, o leite de vaca tem por sua vez em sua composição a proteína do soro
de nome beta-lactoglobulina, não sendo possível encontra-la no leite humano, no entanto a
alfa-lactalbumina e a lactoferrina pode ser encontrada em grande quantidade no leite humano,
uma vez que a alfa-lactalbumina se faz necessária para a síntese de lactose na glândula
mamária, com o auxílio da enzima denominada como lactose sintetase (LAURINDO et al.,
1992).
Sendo assim além de ser considerado o alimento mais completo destinado as
necessidades do bebe, o leite materno humano é também um agente imunizador visto que o
mesmo contribui para o melhor desenvolvimento do lactente e por fim é de baixo custo
quando comparado aos demais leites (ICHISATO E SHIMO, 2002).
LACTOSE
INTOLERÂNCIA A LACTOSE
ALERGIA AO LEITE
O termo alergia vem do grego allan (outro) e ergon (trabalho). Alergia é definida
como uma elevação na eficiência dos linfócitos B ao realizarem a síntese da imunoglobulina
do isotipo Imunoglobulina E em combate aos antígenos que entram no organismo por
intermédio da ingestão, inalação ou contato. Tem-se notado o crescimento de problemas
relacionados a alergia ocasionados por alimentos em crianças, gerando assim em todo o
mundo um problema de saúde (PEREIRA, MOURA E CONSTANT, 2008).
Laurindo et al., (1992) citam que a beta-lactoglobulina que está presente em grande
quantidade no leite de vaca, são as grandes responsáveis pelas alergias ao leite de vaca, tendo
em vista que para que ocorra a síntese da lactose é necessário as alfa-lactobulinas e não as
betas
Segundo Ferreira e Seidman (2007), o aumento das doenças alergênicas nos países
industrializados se deu pela não exposição as infecções microbianas durante o início da vida,
no Brasil tem crescido o número de doenças alérgicas e asma.
As doenças alérgicas vêm sendo descritas como uma herança genética dos pais, e
está presente em 50 a 80% das crianças que possuem esse histórico na família, e outros 20%
naqueles que não tem parentes com o mesmo problema (GASPARIN, CARVALHO E DE
ARAUJO, 2010).
O leite materno proporciona ao bebe uma maior imunidade a possíveis infecções,
dando ao mesmo diversos benefícios futuramente. O aleitamento materno exclusivo em
relação a alimentação a base de leite de vaca apresentou redução no aparecimento de eczema.
No entanto, casos de lactentes que são amamentados exclusivamente com o leite materno
também desenvolveram alterações alérgicas para com as proteínas do leite e outras proteínas.
Um análise feita recentemente diz que teores de Imunoglobulina A-(Iga) total baixo e
especifica ao leite de vaca no leite da mãe impulsionam os lactentes a desenvolver alergia ao
leite de vaca. Com isso pode se ver que o leite materno não faz com que o bebe desenvolva
alergia e sim a proteína do leite de vaca possivelmente presente nele (FERREIRA E
SEIDMAN, 2007).
Atualmente, segundo Cortez (2007), estima-se que de 2 a 3% das crianças possuem
alergia às proteínas do leite de vaca, os primeiros locais onde os sinais aparecem após a
ingestão do leite são o trato gastrointestinal, respiratório e a pele sendo seguida de vômitos,
urticárias, diarreias, dores abdominais, náuseas e demais sintomas.
De acordo com Gasparin, Carvalho e De Araújo (2010), o sistema imunológico
afetado pela alergia alimentar, atingindo diretamente o antígeno responsável, surgindo assim
os sintomas logo após a ingestão do alimento. No caso de pessoas alérgicas ao leite e seus
derivados, os agentes alergênicos são às proteínas do leite como por exemplo a caseína,
imunoglobulina, lactoalbumina, lactoglobulina e soroalbumina. Porém o corpo humano é
capaz de fazer a digestão dessas proteínas, o que ocorre é uma disfunção em algum dado
momento onde essa proteínas não são mais digeridas, ocasionando alergia a proteína do leite
de vaca.
O diagnóstico de alergia não sai de imediato sendo necessário realização de vários
testes até que se chegue a decisão de retirada total do leite de vaca que é um nutriente rico em
cálcio, sendo ele de extrema importância ao corpo humano (CORTEZ, 2007).
Tendo em vista que o cálcio é importante para o corpo humano a retirada de leite de
vaca da dieta de um criança por exemplo deve ser controlado e de preferência que esse
nutriente presente no leite seja substituído de outra forma, os produtos que estarão
substituindo o leite devem ter que apresentar nutrientes corretos para a dieta e não pode conter
qualquer resquício de alergênicos em sua formulação (CORTEZ, 2007).
Devido a dieta extremamente restritiva de uma pessoa alérgica a proteína do leite e
seus derivados, as mesmas devem ficar de olho nos rótulos alimentícios (CUNHA et al.,
2008).
Conforme De Lima Binsfeld et al., (2009), considera-se que nos dias de hoje em
média 70% dos brasileiros fazem a leitura de rótulos durante a sua compra, no entanto grande
parte não compreende de forma correta todas as descrições da embalagem, pois alguns
ingredientes não são apresentados e outros são abreviados. A Agência Nacional de Vigilância
Sanitária estabeleceu no Brasil que todo e qualquer um dos caseinatos presentes na
formulação do produto esteja descrito no rótulo, o que de certa forma facilita o entendimento
para o consumidor.
O bem-estar da população, segundo Da Silva et al. (2008), está sendo ameaçado dia
após dia pelos alimentos que são consumidos, tendo em vista que cada vez mais são inseridos
no mercado produtos processados e com rótulos incorretos.
Sendo assim, a alergia ao leite de vaca é descrita como uma doença que somente
lactentes e infantes possuem, dificilmente será visto durante o período da adolescência. Em
sua grande maioria é descoberta entre os três primeiros meses de vida e geralmente tende a
sumir posteriormente ao quarto ano, estando isso diretamente ligado a históricos familiares ou
exposição precoce ao leite de vaca (Castro et al., 2005).
Estudos ligados a uma dieta totalmente restritiva ao leite durante a gravidez e ao
amamentar mostrou efeitos benéficos, no entanto esse estudo ainda não está claro colocando
em dúvida assim se o benefício se deu a restrição do leite. Sendo assim não a uma base teórica
de que esse procedimento seja eficiente ou não no decorrer da gravidez (FERREIRA E
SEIDMAN, 2007).
Deste modo Strassburger et al., (2010) dizem que quanto mais tardiamente ocorrer a
introdução de leite bovino, ou seja quanto maior e de forma exclusiva de aleitamento materno,
menor será a ocorrência de alérgicos a proteína do leite de vaca, em especial a crianças que já
possuem um histórico familiar da doença.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CUNHA, M.E.; SUGUIMOTO, H. H.; OLIVEIRA, A. N.; SIVIERI, K.; COSTA, M.R.
Intolerância à lactose e Alternativas tecnológicas. Revista Unopar Científica Ciências
Biológicas e da saúde. Londrina, v. 10, n.2, p. 83-88, 2008.