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A ESCOLA BÍBLICA COMO FERRAMENTA FUNDAMENTAL PARA O EVANGELISMO

E DISCIPULADO

Introdução:

Vimos na lição anterior o papel de extrema importância, embora às vezes


negligenciado, do professor da Escola Bíblica. E no labor diário do Estudo e
compreensão das verdades bíblicas que construímos e solidificamos tudo o que
sustenta a nossa caminhada cristã. É da dedicação ao ensino/aprendizado que
despertaremos o amor pela evangelização, bem como a nossa capacitação para
sermos bem sucedidos, conforme 1Pe 3:15: “[...] Estejam sempre preparados
para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há
em vocês” (NVI); e ainda “[...] Estai sempre dispostos a justificar vossa
esperança perante aqueles que dela vos pedem conta” (TEB). É do esmero no
ensino/aprendizado que despertaremos e aceitaremos o chamado para a nossa
vocação pessoal e eclesiástica; é nessa relação ensino/aprendizado que
reforçaremos nossa comunhão e nossa compreensão das verdades do
Evangelho.

1. O Ensino/Aprendizado Bíblico como ferramenta evangelística

Aprendemos logo no início de nossa caminhada cristã que “a fé vem pelo


ouvir”, ou ainda “Logo, a fé vem pela pregação, pela palavra de Cristo” (Rm
10:17 tradução da CNBB). Cumprir a ordem de Jesus da Grande Comissão (Mc
16:15) é parte essencial da natureza da igreja, a vocação de uma igreja é e
sempre será missionária; Igreja é a tradução de ‘ekklesia’, cuja significado literal
é ‘chamar para fora’, mas nós nos contentamos em permanecer ‘dentro’ dos
nossos templos; porém, a transmissão da mensagem evangelística precisa ser,
em primeiro lugar entendida por aqueles encarregados de transmiti-la, para não
corremos o risco de termos a oportunidade e não sabermos o que falar ou falar
como convém: “ Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será
salvo. Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão
naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E
como pregarão, se não forem em enviados?[...]” (Rm 10:13-15).

A igreja existe para Evangelizar, isso não é opção. Não é o plano ‘B’ de
Deus, mas é o ‘único’ plano de salvação, que alcançou a mim e a você. Uma
igreja sadia cresce naturalmente por meio do evangelismo: (Cl 1:1- 2:19)
reforçando suas crenças básicas e criando raízes profundas na fé cristã,
conforme a instrução devidamente recebida.

2. O Ensino/Aprendizado Bíblico como ferramenta para o Discipulado

Quando estudamos acerca do papel do professor vimos a importância da


envolvimento das crianças no processo ensino/aprendizado, indo mais adiante,
podemos destacar a importância desse processo no discipulado. A apreensão
dos valores cristãos pelo novo crente, é a parte inicial do processo, quando
aceitamos a Cristo como nosso salvador pessoal, damos o primeiro passo, e nos
perguntamos: E agora? Esse acompanhamento diário, de perto, até que seja
possível aos recém convertidos, na linguagem popular ‘caminhar com as
próprias pernas’, é algo que é visto em todos os seguimentos da sociedade: nas
escolas, começamos pela familiarização das crianças com a partilha, com o
trabalho em grupos, o desenvolvimento de tarefas que exigem cooperação,
depois se segue a alfabetização, e paralelamente à isso, em tempos oportunos
uma avaliação daquilo que foi incutido nos alunos é realizada; nos empregos
seculares, após a entrevista de emprego, somos submetidos ao treinamento
específico para o cargo que iremos ocupar, a função que iremos desempenhar,
ou às normas da área em que prestaremos serviço; etc... etc... apenas fazendo
uma colocação: o significado da palavra ‘incutir’ é: ‘Fazer penetrar no espírito’,
ter a convicção de que aquilo que foi ensinado jamais será perdido ou
esquecido, lembro-me do conselho de Provérbios 22:6: “ensine a criança no
caminho em que deve andar, e ainda quando for velho, não se desviará dele”.

Não podemos abandonar os nossos irmãos mais novos ainda que já


sejam crescidos, adolescentes, jovens, adultos; lembre-se do diálogo entre
Nicodemos e Jesus: “Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não
nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Perguntou-lhe Nicodemos:
Como pode um homem nascer sendo velho? [...]” (Jo 3:3-4); maturidade
espiritual não tem uma relação necessária com o número de anos de vida de
uma pessoa, mas com sua disposição em conhecer a Deus por meio de sua
Palavra e com a ajuda de um irmão mais maduro na ‘fé’.

3. Evangelismo e Discipulado como fatores essenciais do Crescimento da


Igreja

Já consideramos a importância da preparação dos professores e também


como a Escola Bíblica vai resultar na preparação de evangelistas mais convictos
daquilo que creem, e discípulos mais engajados na obra de Deus. É na Escola
bíblica que podemos conhecer mais daquilo que Deus nos revelou por meio de
sua Palavra:

Eu anseio por entender em algum grau a tua verdade, a qual meu


coração aceita e ama. Pois não busco entender para crer, mas creio a
fim de que possa entender (Santo Anselmo da Cantuária, Séc. XII)

É no Evangelismo que colocamos o conhecimento teórico à prova, e no


discipulado nos tornamos responsáveis pelos frutos colhidos na árdua tarefa da
evangelização, árdua, porém, gratificante. Conhecer a Deus por meio do estudo
de sua Palavra é uma demonstração de amor e devoção a Deus; cumprir os
seus mandamentos é uma prova do nosso amor por aqueles que Deus ama,
cuidar daqueles que foram alcançados pelo amor imensurável de Deus é
contribuir para que essa manifestação de amor mútuo jamais se enfraqueça ou
acabe: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho
unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”
(Jo3:16); ainda:

Porque a mensagem que ouvistes desde o princípio é esta: que amemos


uns aos outros [...] Filhinhos, não amemos de palavra Nem de língua,
mas de fato e de verdade. E nisto conheceremos que somos da verdade
[...] Ora, o seu mandamento é este; que creiamos em o nome de seu
Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o
mandamento que nos ordenou. E aquele que guarda os seus
mandamentos permanece em Deus, e Deus, dele. E nisto conhecemos
que ele permanece em nós, pelo Espírito que nos deu [...] Amados,
amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede Deus; todo aquele
que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não
conhece a Deus, pois Deus é amor [...] Nós amamos porque ele nos
amou primeiro. Se alguém disser: Amo a deus, e odiar a seu irmão, é
mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão a quem vê, não pode
amar a Deus a quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este
mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão
(1Jo 3:11, 18, 23-24; 4:7-8,19-21).

CONCLUSÃO

Às vezes pode parecer que conhecemos a Jesus o suficiente para


‘pularmos’ o estudo de certas verdades espirituais, queremos os ‘dons’ do
Espírito (1Co 12 e Rm 12), mas não nos esforçamos para aperfeiçoar os ‘frutos’
do Espírito (Gl 5), queremos falar em nome Deus, mas não queremos investir o
tempo necessário para o nosso conhecimento na sua Palavra, não seguimos o
preceito do profeta Oséias: “Conheçamos e prossigamos em conhecer o
Senhor[...]” (Os 6:3), e corremos um risco semelhante aos filhos de Ceva sumo
sacerdote, nos tempos de Paulo, ‘exorcistas profissionais’: “E alguns judeus,
exorcistas ambulantes, tentaram invocar o nome do Senhor Jesus sobre
possessos de espírito malignos, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus, a quem
Paulo prega [...] mas o espírito maligno lhes respondeu: Conheço a Jesus e sei
quem é Paulo; mas vós, quem sois?” (At 19:13-17); a história termina de forma
trágica ainda que, aparentemente, bem intencionada, a pessoa que o escritor
de Atos descreve como possuída pelo espírito maligno salta sobre os filhos do
Sumo sacerdote, que eram sete, e bate em todos eles e ele fogem pelados e
feridos; não podemos falar de um Deus que não conhecemos, não podemos
conhecê-lo se não lemos sua Palavra, não podemos falar de amor se não
amamos, e não poderemos de fato amar se não nos preocupamos com aqueles
que precisam conhecer a Deus por meio de nós pelo anúncio da mensagem de
salvação.

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