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REFUTANTO A TESE DE QUE O ARCANJO MIGUEL SERIA CRISTO ?

(Raffa Junior de Campinas)

Dentro do contexto da Bíblia Sagrada, que, sem sombra de dúvida, é a fonte de informações mais segura
e confiável sobre angelologia, encontramos uma série de declarações que, comparadas e confrontadas,
nos levam a pensar que o Arcanjo Miguel é o próprio Cristo.

Comentário Imediato: Isto absolutamente não é verdade, comparando e confrontado as passagens com
a Hermenêutica correta e sem desprezar o contexto fica evidente que são personagens distintos com
proposito distintos e destinos distintos dentro da narrativa bíblica.

Argumento: Apocalipse 12:7 declara que “houve guerra no Céu” e que “Miguel e Seus anjos lutaram
contra o dragão”.

Resposta Apologética: Esta passagem esta dentro de um contexto (a subida da besta do mar e a
expulsão de Satanás) e narra um conflito no qual Satanás e seus Anjos foram debelados por Miguel e
seus Anjos. Note que a passagem já não se presta a identificar Miguel como o Cristo, lendo na
continuidade inclusive ficamos sabendo que uma voz brada dizendo “Agora veio a salvação, o poder, o
reino do nosso Deus e Autoridade do seu Cristo. No verso 11 fica claro que esta vitória só foi possível
pelo “Sangue do Cordeiro). Se Miguel fosse Jesus porque no verso 11 estaria dito que só venceram pelo
sangue do Cordeiro? É evidente que os crentes sempre têm a vitória pelo sangue de Jesus (Lc10; 19 At1;
8,3; seis e Ef1, sete; 20-22).

Argumento: Daniel 8:25 diz que “por sua astúcia nos seus empreendimentos fará prosperar o engano…;
levantar-se-á contra o Príncipe dos príncipes…”. Na versão parafraseada da Bíblia na Linguagem de Hoje,
diz que “ele desafiará a Deus, o Rei dos reis…” E segundo Apocalipse 19:16, Jesus Cristo é o Rei dos reis.

Resposta Apologética: Para começo de conversa Miguel não aparece neste capitulo. Nele o anjo Gabriel
(v15-27) explica a visão a Daniel. Tanto o titulo de Príncipe que ocorre no verso 11 quando ao de
Príncipe dos príncipes que ocorre no verso 25 são alegorias ao Messias.

Nota Adicional: As principais bíblias de Estudo (MacArthur, Mattew Henry, Genebra) trazem como nota
adicional o episodio de Josué 5 (uma Cristofania) para reafirmar que neste capitulo os títulos são alusão
a Cristo.

Argumento: Daniel 12:1 enfatiza que “nesse tempo se levantará Miguel, o grande Príncipe…”.

Resposta Apologética: O Contexto do capitulo segue o anterior, ou seja, a ascensão do Anti Cristo
durante o período final da Grande Tribulação, durante este tempo o Arcanjo Miguel ministrará com
especial atenção para proteger Israel durante o tempo de dominação dos gentios (Is26;20-21,Jr30;7 e
Mt24;21) cabe ainda notar que “Teu povo” é o povo israelita (não se refere a igreja, que inclusive neste
tempo não estará na terra). Os judeus deste tempo podem ter esperanças mesmo diante da aflição sem
precedentes da Grande Tribulação.

*Note que aqui não menciona Cristo, pois ele estará com a Igreja nas bodas do Cordeiro.
Argumento: Daniel 9:25 refere-se ao Ungido como sendo o Príncipe, nestas palavras:

“… desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe…”. E no
versículo 26, fala que o Ungido, ou o Príncipe do versículo 25, será morto.

“Depois das sessenta e duas semanas, será morto o Ungido e já não estará…” (Daniel 9:26)

Comentário: Novamente aqui a mensagem não esta relacionada a Miguel em nenhum momento, a
profecia das setenta semanas (de anos) foca especialmente a relação com o sacrifício do Messias,
inclusive se cumpriu. Nenhuma relação com Miguel.

Argumento: Quem é este Ungido? A resposta está em Lucas 4:17 e 18, onde Jesus, referindo-Se à
profecia de Isaías 61:1 e 2, fala de Si mesmo nestas palavras: “O Espírito Santo está em Mim, pelo que
Me ungiu…”

Comentário: Em nenhum momento há duvidas de quem seja o Ungido, esta claro no texto que é Jesus.
E em nenhum momento diz que o Ungido é Miguel. Isto é obvio.

Comentário: O Espírito do Senhor Jeová está sobre Mim, porque o Senhor Me ungiu para pregar boas-
novas aos mansos; enviou-Me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos e a
abertura de prisão aos presos; a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus;
a consolar todos os tristes. (Isaías 61:1 e 2)

E foi-Lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito:

O Espírito do Senhor é sobre Mim, pois que Me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-Me a curar os
quebrantados do coração. (Lucas 4:17 e 18)

Atos 10:38 e 39 declara, de maneira mais direta, quem é este Ungido, com as seguintes palavras:

Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem e
curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com Ele. E nós somos testemunhas de todas as
coisas que fez, tanto na terra da Judéia como em Jerusalém; ao qual mataram, pendurando-O num
madeiro.

Resposta Apologética: De novo não há duvidas de que o Ungido seja Jesus, como clara também é a
mensagem de que o Ungido não é Miguel. Aqui cabe uma correção em Lucas 4;17-18 há uma citação ipsi
literi de Isaias 61;1-2 ou seja, Jesus LÊ o livro de Isaias e logo após ler ele diz: “Hoje se cumpriu a
escritura que acabas de ouvir...”
Em Isaias 61;1-2 o profeta anuncia o ano aceitável do Senhor, aqui o profeta anuncia o grande Reino.
Jesus cumpre esta profecia e ao ler exatamente esta passagem no templo (Lucas 4) anuncia a sua
chegada. Nenhuma associação é possível com Miguel, a Redenção e a Salvação das Nações é obra
Messiânica (Zc 12;10-13,Romanos 11;25-27).

*Note não há nenhuma alusão a Miguel neste contexto.

Argumento: Atos 4:26 diz que “levantaram-se os reis da Terra e as autoridades ajuntaram-se à uma
contra o Senhor e contra o Seu Ungido…” – Aqui não se trata de qualquer ungido, mas do Ungido, o
Messias.

Comentário: Correto, o Ungido é o Messias. Note que não a alusão a Miguel.

Argumento: Atos 5:30 e 31 acrescenta que “o Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, a quem vós
matastes… Deus, porém, com a Sua destra o exaltou a Príncipe e Salvador…”

Comentário: Assunto Cristo. Nenhuma relação com Miguel.

Argumento: Quem poderia ser, pois, Miguel de Apocalipse 12:7; Miguel, vosso Príncipe, de Daniel 12:11;
Miguel, o grande Príncipe, de Daniel 9:25?

Resposta Apologética: Vamos examinar a hermenêutica montada para apoiar a tese.

Base Declarada para a tese:

Miguel Apo 12;7

Função: Pelejar contra o Dragão

Resultado: A Antiga serpente foi atirada para a terra com seus anjos.

Nota: Venceram pelo sangue do Cordeiro (vide verso 11)

Miguel 12;11

***Nota neste verso não cita Miguel

Correção: Miguel 12;1

Função: Defensor dos filhos do teu povo (Judeus na Grande Tribulação)


Resultado: Todos os inscritos no livro estarão a salvo (verso1)

Nota: A função de Miguel é guardar os inscritos durante a ultima semana.

Miguel 9;25

**Neste verso não a alusão a Miguel, o assunto é as semanas de anos e trata sobre o Ungido que é o
Messias.

Argumento:

Porventura a resposta não estaria em Apocalipse 1:5, onde está escrito:

“E de Jesus Cristo, que é a Testemunha fiel, o primogênito dentre os mortos, e o Príncipe dos reis da
Terra…?”

Resposta Apologética: Utilizando-se de uma Hermenêutica empobrecida (baseada no fato de que só há


um Príncipe, quando na verdade esta premissa é falha). Aqui novamente a tese tenta criar um vinculo
entre Jesus e Miguel com muita ginastica, chega a ser sofrível. Primeiro o contexto em que João
enumera as características de Jesus esta inserido na revelação a luz dos fatos que Jesus dirá ao próprio
Joao... A Testemunha Fiel, O Primogênito dentre os mortos.....são atributos exclusivos de Jesus, não
deveria haver duvidas sobre isto.

Argumento: Nas Escrituras, Miguel, cujo nome significa “Quem é como Deus?”, é descrito como:

“Arcanjo” (Judas 9)

Resposta: Correto! Note que não há vinculo com Jesus.

Argumento: O líder das hostes angélicas no conflito com Satanás e os seus anjos maus (Apocalipse 12:7)

Comentário: O conflito citado esta dentro de um contexto.

Argumento: “um dos primeiros príncipes” (Daniel 10:13)

Comentário: Um dos primeiros... note que não é o único.

Argumento: “vosso Príncipe” (Daniel 10:21)

Comentário: Miguel é príncipe dos judeus da ultima semana com papel especifico nos últimos dias da
semana (proteger)...
“Argumento: “o grande Príncipe”, o defensor dos filhos do teu povo” (Daniel 12:1).

Uma análise detida dessas expressões, dentro do contexto bíblico, deixa claro que Miguel é apresentado
no texto sagrado como um Ser divino, cujas características refletem a glória messiânica do Antigo
Testamento.

Resposta Apologética: O Autor mistura Cristofania, com a aparição e missão de Miguel. Sem separar os
assuntos com clareza é impossível compreender o texto.

Argumento: Miguel é apresentado em Judas 9 como o “Arcanjo” que, na disputa “a respeito do corpo
de Moisés” (Deuteronômio 34:5 e 6), enfrentou o diabo com as palavras: “O Senhor te repreenda!” Essa
alusão identifica Miguel como o “Arcanjo do Senhor” que, na contenda sobre o “sumo sacerdote Josué”,
disse igualmente ao diabo:

E me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do Anjo do Senhor, e Satanás estava à sua
mão direita, para se lhe opor.

Mas o Senhor disse a Satanás: O Senhor te repreende, ó Satanás, sim, o Senhor, que escolheu
Jerusalém, te repreende; não é este um tição tirado do fogo?

Ora, Josué, vestido de vestes sujas, estava diante do Anjo. (Zacarias 3:1 a 3)

Resposta Apologética: Aqui ocorre o maior dos enganos! Em Judas 9 Miguel não ousou produzir juízo
inflamatório (o texto diz que ele não se atreveu) pois isto nunca esteve no seu alcance, esta reservado a
Deus, ao atropelar o fatos o autor esquece os detalhes que não passam desapercebidos nem no
hebraico nem no português. Em Judas 9 Miguel na sua condição não ousa produzir juízo inflamatório e
diz “O SENHOR TE REPREENDA...” note o tempo verbal.

Em Zacarias 3 temos uma Cristofania (O Anjo do Senhor é o próprio Cristo) e não ele não disse como em
Judas 9, note aqui em Zacarias o tempo verbal é IMPERATIVO e diz: “O SENHOR TE REPREENDE...”

Nota: dizer que Judas 9 e Zacarias 3 são a mesma personagem é ignorar doutrinas consagradas da igreja.
É ignorar por completo a ocorrência de Cristofania no velho testamento.

Argumento: É interessante notarmos que, tanto em Zacarias 3 como em Gênesis 22:11 a 18, Juízes 6:11
a 24, Juízes 13; e Atos 7:30 a 40, o Anjo do Senhor é identificado como sendo o próprio Senhor!

Resposta Apologética: Aqui os eventos são de Cristofania todos eles inclusive a citação de Atos apesar
de estar no novo testamento esta narrando a aparição de Cristo a Moises no VT.
Argumento: Em Apocalipse 12:7, Miguel e Satanás são apresentados em direto antagonismo, num
conflito cósmico que se originou no Céu, e que se estende ao longo da história humana (Apocalipse 12;
Apocalipse 20). O Novo Testamento esclarece que esse conflito polarizou-se entre Cristo e Seus
seguidores e Satanás e seus adeptos. Ver:

Comentário: Chega a ser ridículo o paralelo. Miguel ocorre 5 vezes na bíblia...e ele não é Antagonista de
Satanás, ele recebeu a missão de confrontá-lo e expulsa-lo.

Mateus 4:1 a 11

Nota: Diabo, tentador.

João 12:31 e 32

Nota: Príncipe deste mundo - Satanás

Colossenses 1:9 e 16

Nota: Cristo

Efésios 6:10 a 20

João 14:30

Já em Daniel 10:13 e 21; Daniel 12:1, Miguel é chamado de “Príncipe” e “o grande Príncipe”. Em todo o
restante das Escrituras, quando não aplicado a seres humanos, o título “príncipe” é usado
exclusivamente para Cristo ou para Satanás, mas nunca para qualquer outro ser angelical.

Josué 5:14 e 15

Isaías 9:6

Daniel 8:11 e 25

Daniel 9:25

Atos 5:31

João 12:31

João 14:30; 16:11

Efésios 2:12
Argumento: Em Josué 5:14 e 15, o Senhor Se apresentou a Josué como “Príncipe do exército do
Senhor”, aceitando adoração, o que seria uma blasfêmia se esse Príncipe fosse apenas um anjo (ver
Mateus 4:10; Apocalipse 22:8 e 9), e ordenando que Josué tirasse as suas sandálias porque o lugar se
tornara santo (comparar com Êxodo 3:4 a 6; Atos 7:30 a 33). No próprio livro de Daniel, Cristo é
chamado também de “Príncipe do exército” (Daniel 8:11) e “Príncipe dos príncipes” (Daniel 8:25).

Resposta: Basta entender o que é Teofania, Epifania e Cristofania para entender as aparições de Cristo
no VT.

Argumento: Uma das características básicas do conteúdo profético do livro de Daniel é a “repetição
para ampliação”. Cada uma das quatro grandes seções proféticas do livro emprega símbolos diferentes
para descrever a mesma sequência profética, culminando sempre com a manifestação gloriosa de Cristo
para a implantação do Seu reino eterno. Essa manifestação de Cristo é simbolizada em Daniel 2, pela
pedra cortada sem auxílio de mãos (versos 34 e 35; 44 e 45; comparar com Atos 4:11; Efésios 2:20; I
Pedro 2:4 e 8); em Daniel 7:13, pelo aparecimento do Filho do homem (comparar com Apocalipse 19:11
a 21).

E, finalmente, em Daniel 12:1, pela vinda de “Miguel, o grande Príncipe, defensor dos filhos do teu
povo” (comparar com Salmo 91). Alegar que Miguel seja um simples anjo significa quebrar o paralelismo
estrutural do livro.

Resposta Apologética: O proposito não é refutar o papel do Messias, sua aparição e sua missão. O
problema esta na associação de Jesus com Miguel, isto a bíblia como vimos não apoia.

Argumento: HINO 357 Hinário 5 CCB

2. Jesus, o amado Redentor,

Com voz de Arcanjo irá surgir;

ARRAZOAMENTO DESTE VERSO:

Se eles veem com voz de Arcanjo, Ele seria próprio Arcanjo? , pois se

Estivesse usando apenas a voz como forma de autoridade como

Alguns entendem, essa voz seria de mais poder que a sua própria voz!

Resposta Apologética: Pegar um versículo fora do contexto quase sempre é sinal de problema. Neste
caso em particular esta passagem esta descrita em 1Tes4;16 e lá diz que Cristo ira aparecer com voz de
Arcanjo e trombeta de Deus. Não há nada de errado com a passagem muito menos com o verso do
hino.
CONCLUSÃO

A teste encapada pelos Adventistas do Sétimo Dia e pelos Testemunhas de Jeová esbarra numa analise
mais detalhada das passagens. Ao misturar personagens bíblicos com passagens fora do contexto o
resultado é uma salada terrível. Ignorar a ocorrência de Cristofania ou equipara-las as demais aparições
de Miguel usando adjetivos comuns é medonho.

Razoes para dissociarmos as Figuras de Jesus e Miguel

1. Jesus jamais foi criado (Jo1.3) ele foi Gerado

2. Miguel é criatura (Cl 1.16)

3. Jesus é adorado por Miguel (Hb 1.6)

4. Miguel não pode ser Adorado (Apo 22.8-9)

5. Jesus é Senhor dos Senhores (Apo 17.14)

6. Miguel é príncipe dos judeus remanescentes (Dn10.13)

7. Jesus é Reis dos Reis

8. Miguel é príncipe dos judeus (Dn 12.1)

9. Jesus é Filho de Deus (Jo1)

10. Miguel é Anjo (Hb 1.5-6)

Se formos entrar na doutrina da Trindade levaremos a cabo esta discussão: Jesus é DEUS, Miguel é Anjo.

A raiz do equivoco esta em partir da premissa que só existe um Arcanjo nos Céus, quando a bíblia em
oposição a esta afirmação diz que ele é um dos primeiros...

Segundo em vincular por adjetivos comuns aos dois personagens (aparições angélicas, titulo de príncipe)
que se trata da mesma pessoa.

Ledo engano.

Esta foi uma tentativa resumida de afastar esta heresia do corpo da igreja. Ela pelos argumentos que
enumeramos não resiste a um olhar mais atento. Insistir em afirmar o contrario compromete
frontalmente a Doutrina da Trindade e a Doutrina da Angelologia.

Deus abençoe

Evg. Raffa Dicena Filho

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