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As Bruxas de Salem
As Bruxas de Salem
SALÉM
Arthur Miller
2011
Ficha Técnica
Reverendo Parris – Luiz Fernando Colombelli Albuquerque
Betty – Helena Vasconcellos
Tituba – Thais Helena Iervolino Friedmann
Abigail Williams – Soreh Meyer
Ann Putnam – Fatima
Thomas Putman – Siva Nunes
Mary Warren – Ligia Fogaça
John Proctor – Pedro Dix
Rebeca Nurse – Anete
Giles Corey – Luciano
Reverendo Hale – Henrique Lot
Elizabeth Proctor – Helena Nunes
Juiz Hathorme – Tony Germano
Danforth – Gustavo Fló
Sarah Good – Nair
Martha Corey – Marcia Vasconcellos
Direção e adaptação – Roberto Gotts
PRIMEIRO ATO
Um pequeno quarto no andar superior da casa do reverendo
Samuel Parris, em Salém, Massachusetts, na primavera do ano
1692. Há uma pequena janela à esquerda. Através da vidraça de
caixilho metálico verte a luz do sol matinal. Uma vela ainda
queima junto a cama, que fica a direita. Uma arca, uma cadeira
e uma pequena mesa são os outros moveis. No fundo, uma
porta se abre para o patamar da escada que vai ao andar
térreo. O quarto tem um ar de parcimônia e limpeza. As vigas do
teto são visíveis, e a cor da madeira e crua e não tratada.
Quando sobe o pano, o reverendo Parris é visto ajoelhado junta
à cama, evidentemente em oração. Sua filha, Betty Parris, de
dez anos de idade, esta deitada na cama, inerte. O Reverendo
Parris esta rezando agora e embora não ouçamos suas palavras
ele esta envolto na aura de sua confusão. Ele resmunga, depois
parece prestes a chorar; depois chora, e reza de novo; mas sua
filha não se mexe na cama. A porta se abre e entra sua escrava
negra. Tituba tem seus quarenta anos. Parris a trouxe com ele
de Barbados, onde passou alguns anos como comerciante antes
de se tornar ministro. Ela entra como alguém que não agüenta
mais ser impedida de ver sua amada, mas esta também muito
aterrorizada porque sua percepção de escrava alertou–a para o
fato de que, como sempre, os problemas dessa casa acabarão
caindo em suas costas.
ABIGAIL – Tio, estão falando de bruxaria por
todo lado; acho melhor o senhor sair e
desmentir. Eu fico com ela.
PARRIS – Não...não.
Ann Putnam sai com Thomas. Logo depois Parris também sai.
Os outros se chocam.
PARRIS – Sangue!
HALE – Quem?
PARRIS – Me matar!
Cai o pano.
SEGUNDO ATO
* Cena Tribunal – Adaptação *
ELIZABETH – E de mim.
Como para compensar, Mary Warren vai até Elizabeth com uma
bonequinha de pano.
Pausa.
HALE – E o senhor?
PROCTOR – Os Mandamentos.
HALE – É.
HALE – Certo.
Pausa
HALE – Abigail!
PROCTOR – É.
HALE – E a senhora?
GILES – John!
PROCTOR – Giles! O que foi?
PROCTOR – Bonecas?
ELIZABETH – Ah! (vai até ela) Ora, isto é da Mary.
HALE – Isso.
ELIZABETH – (sem ar) Essa moça é que é uma
criminosa! Tinha de ser eliminada deste
mundo!
E ela continua chorando sem parar, “não posso, não posso, não
posso”, enquanto cai o pano.
TERCEIRO ATO
O vestíbulo da casa de reunião de Salém, que agora serve de
antessala para o Tribunal Geral. Quando sobe o pano, a sala
está vazia, a não ser pelo sol que se despeja pelas duas grandes
janelas da parede dos fundos. É uma sala solene, até opressiva.
Grossas vigas se projetam das paredes, formadas por tábuas de
diversas larguras. À direita, há duas portas que dão para a sala
de reuniões propriamente dita, onde o tribunal está se reunindo.
À esquerda, uma outra porta dá para fora. Há um banco simples
à esquerda e outro à direita. No centro, uma mesa de reuniões
bastante longa, com banquinhos e uma considerável cadeira de
braços acomodada junto a ela. Pela parede divisória da direita,
ouvimos a voz do promotor, o juiz Hathorne, fazendo uma
pergunta. Depois uma voz de mulher, Martha Corey, responde.
PUTNAM – É mentira.
DANFORTH – (volta–se para Giles) O senhor
Putnam declara que sua acusação é mentirosa.
O que o senhor diz?
PROCTOR – Agora?
DANFORTH – Quieto!
DANFORTH – Quieto!
MENINAS – Parem!
HALE – Excelência...
Cai o pano.
QUARTO ATO
DANFORTH – Desapareceu!
Pausa.
PROCTOR – E a criança?
ELIZABETH – Eu sei.
Pausa.
PROCTOR – Rebecca?
PROCTOR – E Giles?
PROCTOR – Esmagado?
Pausa.
Pausa.
Pausa.
ELIZABETH – O que?
PROCTOR – Vi.
PROCTOR – Não.
DANFORTH – Delegado!
Fim
2011