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CARTA DE APELO Nº
01/2022

O Comitê das Associações da Bacia do Rio Sagrado, com base na representação dos
produtores e moradores das comunidades da cidade de Morretes-Pr, manifesta-se à
Plenária da 19ª Jornada Agroecológica, pedindo que as entidades presentes e que
compõem esta jornada em 2022, em especial o MST, pela importância de suas
representatividades na Agroecologia, para que façam seu apoio ao movimento
comunitário que pede a mudança no traçado no trecho 5 da Nova Ferroeste, que
afeta os produtores da região.

Considerando que:

1) A “Soberania Alimentar: resistência e organização dos camponeses, povos


indígenas e comunidades tradicionais” se vê ameaçada diante deste
empreendimento de interesse do agronegócio, devido a devastação prevista
em estudos apresentados pela FIPE-Fundaçao Instituto de Pesquisa Econômico
à comunidade, onde a autonomia sobre a definição do que comer, como
comer, seu fornecimento e cultivo será comprometida, se esse projeto for
aprovado irá contaminar todas as áreas de agricultores agroecológicos da
região com transgênicos, conforme afirmação desta fundação no Ofício nº
21.12.2021-009/Fipe/5477 (em anexo), da contaminação prevista pelas cargas
que serão transportadas, com combustíveis e metais pesados, soja transgênicas
e cargas nocivas, sito trecho de resposta:

“No que se refere à contaminação dos cursos hídricos e dos solos, em decorrência das
atividades construtivas e operação do empreendimento, constam informações no
Tomo VI - Capítulo 6 (pág. 28 a 31). Em resumo, durante a implantação, destaca-se a
execução de atividades que utilizam materiais potencialmente poluentes, como como
graxas, óleos, solventes, tintas, resíduos sanitários e resíduos sólidos da construção
civil e das atividades de apoio. Se esses materiais não forem tratados ou destinados
adequadamente, podem acidentalmente ocasionar danos à qualidade ambiental. Além
disso, durante a fase de operação é possível a ocorrência de acidentes com cargas
perigosas, o que deve ser tratado no âmbito das análises e gerenciamento de riscos.
No caso de acidentes com produtos perigosos, como combustíveis, o dano ambiental
pode ser de alta significância, podendo resultar em contaminação do solo e de águas
superficiais e subterrâneas, com consequente restrição de uso, quando se der em
áreas ambientalmente sensíveis ou vulneráveis.”
2) A degradação ambiental prevista pela construção da ferrovia , onde o traçado
prevê a passagem na bacia do Rio Sagrado, por nascentes e rios, ocorrendo
aterros de cachoeiras, desvios de cursos de água, assoreamento do solo,
desmatamento que causa a quebra do ciclo de água, a compactação do solo
pela passagem de maquinas pesadas e trepidação do empreendimento,
comprometem o fornecimento de água a toda a população local e da região,
pois esta bacia abastece as bacias também das cidades vizinhas Antonina e
Paranaguá.

Diante deste cenário, este movimento popular, organizado, reforça o apelo de apoio, a
luta pela soberania alimentar, da defesa da Serra do Mar sua Flora e sua Fauna, de
salvar as riquezas hídricas muito puras, aqui representado pelo Comitê das Associações
de Moradores da Bacia do Rio Sagrado formado pela APRUMUS – Associação de
produtores do Mundo Novo do Saquarema, Associação dos Produtores do Candonga,
AMAFLOR- Associação dos Moradores do Floresta e Comunidade do Morro Alto e
região.

Curitiba, 23 de junho de 2022.

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Adriana Sezoski Dubiella

Coordenadora do Comitê das Associaçoes da Bacia do Rio Sagrado

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