FICHAMENTO: FURTADO A. T. Indústria do Petróleo e Gás Natural: uma vocação desperdiçada. Cadernos do desenvolvimento, Rio de Janeiro, vol. 14, n. 24, p. 155-175, jan.-jun. 2019.
FICHAMENTO: FURTADO A. T. Indústria do Petróleo e Gás Natural: uma vocação desperdiçada. Cadernos do desenvolvimento, Rio de Janeiro, vol. 14, n. 24, p. 155-175, jan.-jun. 2019.
FICHAMENTO: FURTADO A. T. Indústria do Petróleo e Gás Natural: uma vocação desperdiçada. Cadernos do desenvolvimento, Rio de Janeiro, vol. 14, n. 24, p. 155-175, jan.-jun. 2019.
FURTADO A. T. Indústria do Petróleo e Gás Natural: uma vocação desperdiçada.
Cadernos do desenvolvimento, Rio de Janeiro, vol. 14, n. 24, p. 155-175, jan.-jun. 2019.
Esta resenha elucida as principais contribuições de André Tosi Furtado (2019), ao
debate sobre a indústria do Petróleo e Gás Natural. No texto, o autor denuncia o Brasil de ter caído no que ele chama de “armadilha da petrodependencia” devido o sucesso tecnológico e produtivo da petrobras em desenvolver a produção em águas profundas e ultraprofundas, fazendo do petróleo a principal fonte de energia responsável por mover a economia brasileira. Contudo, Furtado em seu texto pondera como essa vocação foi desperdiçada nos últimos anos. Logo a princípio, o autor mostra a alta importância que a produção de hidrocarbonetos assumiu para o abastecimento energético do país a partir da década de 50 e explica que a economia brasileira adotou um modelo de desenvolvimento aprisionado ao petróleo e ao transporte rodoviário pois “o desenvolvimento do transporte ferroviário esteve associado à economia primário-exportadora, que demandava fluxos de transporte do interior para o litoral […] a associação entre petróleo e transporte rodoviário constituiu-se no alicerce da industrialização brasileira e em um sistema tecnológico dominante” (p.156). Então após 1973, com o primeiro choque do petróleo, a dependência por petróleo importado acabou virando a principal causa da vulnerabilidade externa do Brasil, que se viu obrigado a procurar alternativas para substituir o petróleo por outras fontes energéticas e focar no desenvolvimento do petróleo nacional e de gás natural offshore. O texto aponta que ocorreu um recuo da produção nacional de petróleo porque aconteceu segundo o Furtado “um completo descolamento entre a ampliação do montante dos investimentos da estatal brasileira e o seu nível de produção de petróleo e gás natural” (p. 164) a produção de hidrocarbonetos não conseguiu acompanhar os altos investimentos devido a expansão da sua capacidade de refino. Com a queda da produção interna de petróleo e o aumento da demanda, a Petrobras começou a importar derivados a preços superiores aos do mercado interno, acelerado processo de endividamento da empresa. Para sair da crise, a Petrobras diminuiu significativamente seus investimentos e os concentrou no up-stream. De acordo com tais indicadores, os autores concluem e enfatizam que “As consequências da crise da Petrobras para o conjunto da economia brasileira são mais difíceis de serem medidas” (p.170). Contudo, “nesse contexto, o setor do petróleo e gás natural foi responsável por 54,1% da queda do investimento industrial e por 42,9% do investimento total do país no período 2013-2017” (p.172) afirma Furtado segundo os dados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Dessa forma se torna notável como a Petrobras, que “despontava como uma emergente multinacional, com forte vocação tecnológica, perdeu muito de sua capacidade de investimento e de atuação, tanto para a economia brasileira como no exterior” (p.173), caracterizando uma vocação desperdiçada.
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