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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA REGIÃO TOCANTINA DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS SOCIAIS E LETRAS-CCHSL

HISTÓRIA DA IDADE MÉDIA ORIENTAL

PROFESSOR: JESSÉ GONÇALVES CUTRIM

ALUNA: WESLANNY SILVA SALES

O PERÍODO DOS TRÊS REINOS NA CHINA

INTRODUÇÃO:

Esse é um período em que a China se divide após a queda da dinastia Han, por conta
das lutas que se espalharam por todo país. Este período é caracterizado por um momento de
desunião da chamada três dinastias. É um período muito relevante na história da China,
porque foi um período de muitos conflitos políticos, militares, esses conflitos militares deixou
um saldo imenso de mortos, a estimativa é de mais de 30 milhões de pessoas, que morreram
durante todo o período de conflitos militares que aconteceram.

DESENVOLVIMENTO:

A era dos três reinos dentro da história chinesa, tem um grande impacto cultural. Essa
é uma história que já ganhou adaptação para seriados de TV, também foram feitas obras,
filmes e jogos de vídeo game. Há um livro sobre esse período que é considero um marco da
literatura chinesa “O romance dos três reinos” escrita no século XIII, o romance que abrange
e narra o período que se sucede à queda da dinastia Han e dá sequência à era dos Três Reinos.
Ou seja, toda essa influência só mostra como o período foi relevante dentro da história
chinesa.

Esse conflito se deu durante o ano 220-280, a monarquia chinesa caiu e a China foi
dividida em três reinos, o reino de Wei, o reino de Wu e o reino de Shu. Porém, antes dessa
divisão entre esses três reinos há um longo preâmbulo, que foi muito marcado por conflitos
políticos e militares, que levou a China a essa fragmentação.
Todo esse problema político que culminou a essa fragmentação da China começa por
volta do ano de 180. O contexto que envolve essa época é o período em que a China se
encontra na dinastia Han, isto é, uma dinastia imperial que já durava quatro século no poder.

Por volta deste ano de 180, estourou a rebelião dos turbantes amarelos devido ao fato
de seus membros usarem turbantes dessa cor para se identificar. A revolta que inicialmente foi
promovida como um protesto de agricultores contra o desemprego, falta de terras, opressão
dos senhores e altos impostos, ganhou novas proporções.

Nessa época a China vivenciava o que poderia ser equiparado a um "sistema feudal
próprio", em que muitos agricultores e pessoas pobres, os quais devido as secas, inundações,
pestes e surtos de fome, causados no Norte do país, entre as décadas de 160 e 170, levou
milhares de famílias a migrarem para o sul, e acabaram indo trabalhar para diferentes
"senhores feudais", no que resultou na exploração dessa população. Por conta desse levante
popular, foram mobilizados generais e militares chineses para acabar com a rebelião.

Então temos aqui o primeiro problema político que aconteceu, pois em decorrência
desse levante popular, dos turbantes amarelos, o poder central delegou as lideranças locais um
poder militar, para que fossem colocadas a baixo essas rebeliões. Sendo assim, tem-se o
primeiro marco de uma decisão política.

No ano de 189 o imperador Liang veio á falecer, no entanto seus filhos ainda eram
menores, então ocorreu um período de regência, no qual, se tornou um período extremamente
instável.

Essa instabilidade provocou na década de 180 uma briga entre duas facções, a dos
eunucos que a autoridade e influência deles cresceu consideravelmente e os burocratas, seriam
as pessoas que cuidavam da administração monárquica. Essa também foi um conflito por via
militar. Os militares exterminam a facção dos eunucos, tentando garantir uma estabilidade
diante desse problema, que era a regência. Nesse combate o vitorioso foi o general Dõng
Zhauo ele conquistou muito poder nessa época, tirou o filho mais velho do imperador Liang
da linha sucessória garantindo o filho mais novo fosse imperador Shiang.

Porém, essas habilidades políticas permaneceram e os conflitos locais começaram a


crescer, enquanto o poder central se enfraquecia cada vez mais, consequentemente,
ocasionando no fim da monarquia, ou seja, o poder central chinês acabou e as facções locais
foram ficando mais poderosas.
Nessa época de instabilidade surgi uma das figuras mais poderosas de toda a história
chinesa, o general Cáo Cao, ele é pertencente a linhagem da família Cáo, que dominava a
região de Wei. Cáo Cao dentre os conflitos que já participou um deles foi com Liú Bèi o líder
de Shu. Liú Bèi se considerava o líder direto da dinastia Han, tanto que a região de Shu era
conhecida como Shu Han. Ademais, essa época de conflitos entre Cáo Cao e Liú Bèi é um
dos maiores momentos da história que marcou esse preambulo da Era dos três reinos.

Esse momento de conflito entre Liú Bèi e Cáo Cao é tão significativo que no romance
dos três reinos, o maior momento de toda a história é justamente esse embate conflituoso
entre esses dois militares, que por sua vez, são figuras muito relevante dentro da cultura
chinesa, pois foi um momento em que grandes líderes militares foram mobilizados. Ou seja,
esta é uma época de conflito militar muito notório dentro da história chinesa, que permeia
toda cultura popular que se construiu.

Dentro de todo esse conflito que se estendeu até o ano de 220, o ano em que Cáo Cao
faleceu e seu filho Cáo Wei veio à sucede-lo na linhagem da região. Cáo Wei se declarou
como verdadeiro imperador da China, assim como os líderes da região de Shu e Wu, cada
líder dessas regiões se declararam como herdeiro direto da monarquia chinesa.
Consequentemente com várias pessoas se auto proclamando imperador, os conflitos militares
eram inevitáveis.

Com tudo Isso é importante se ater ao fato de apesar desse momento emblemático se
chamar era dos três reinos, não significa que realmente existia três reis, o que se tinha na
verdade eram três facções em que cada líder se auto proclamava imperador da China.

Todo esse período durou seis décadas de muito conflito, ocasionando a essas três
regiões, Wei, Shu e Wu uma falência populacional, militar e econômica. Essas três regiões
entraram em ruína, justamente por conta desse longo conflito militar.

CONCLUSÃO:

Depois desse longo período de conflito militar, uma nova dinastia consegui unificar
novamente esses três reinos, que foi a dinastia de Jin, essa dinastia conseguiu conquistar todas
essas regiões e unificaram novamente a China. No entanto, a dinastia de Jin foi muito curta
ela um pouco mais de três décadas, pois foi uma dinastia de política fraca, apesar de se ter um
novo imperador, não significou o fim dos conflitos políticos e militares, ocorrendo logo a sua
queda. Com o fim da dinastia de Jin a China se fragmentou por completo, veio a existir em
torno de dezesseis reinos diferentes brigando pela coroa monárquica. Esse período durou mais
de três séculos de instabilidade política, até que um novo imperador conseguisse chegar ao
poder e reunificar de fato a China e começar a molda-la no formado em que ela está hoje em
dia.

O romance dos três reinos é um dos quatro romances clássicos fundamentais da


literatura chinesa. Abarcando quase 100 anos da história chinesa (184-280), essa saga épica
dos últimos dias da dinastia Han é uma compilação de histórias e lendas baseada nas antigas
tradições orais. É atribuída ao sábio do século XIV Luó Guànzhong, que combinou as várias
fontes e histórias existentes num épico contínuo e cativante.

A história começa com a irrupção de uma rebelião contra o imperador Ling liderada
por um feiticeiro taoista, Zhang Jiao, e termina com a fundação da dinastia Jin. Grande parte
da ação transcorre nos reinos rivais de Wei, Shu e Wu, habitados por magos, monstros, chefes
guerreiros poderosos e heróis imortais lendários lutando pelo controle da China. Com sua
trama fascinante, heróis e vilões clássicos, intrigas intricadas e batalhas espetaculares, o
romance é uma obra-prima literária e pode ser considerado o equivalente chinês à Ilíada. O
livro foi traduzido para vários idiomas, entre os quais francês, inglês, espanhol e russo.
Permanece sendo um dos livros mais populares no Extremo Oriente, apreciado por sua
sabedoria tradicional, os contos de fadas fantásticos, os detalhes históricos e os
conhecimentos de estratégia militar. Como reza um provérbio coreano popular: “Pode-se
discutir a vida após ler O romance dos três reinos.”

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