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RIO DE JANEIRO
2022
INTRODUÇÃO
DINASTIA ZHOU
De acordo com o Shujing e com o Shiji, a Dinastia Zhou começa com a queda da
Dinastia Shang, em torno dos séculos -12 e -11, com a invasão dos Zhou ao território
Shang, comandada pelo rei Wen.
A época Zhou ficou marcada pelo sistema Fengjian, que comentamos no início
da aula. Ele pressupunha uma espécie de feudalismo, distribuindo o território
entre senhores que possuíam títulos semelhantes aos de conde, duques,
marqueses etc. Responsáveis pela administração das terras, eles estavam
ligados a estados maiores, em geral governados por reis (Wang) ou grandes
senhores mandatários (Ba). O papel do imperador era manter a aliança entre
esses estados e feudos por meio da instituição dos ritos e do arbítrio no conflito
entre seus servos. Por conta disso, a dinastia Zhou constituiu, praticamente,
uma federação de estados que não raro brigavam entre si, possuíam leis
Partindo dos séculos -11 e -10, o tempo dos Zhou é dividido em períodos
distintos: o primeiro, que iria de -1027 a -700 seria o dos Zhou anteriores,
também chamados de ocidentais ou antigos. Esta divisão é marcada pela
transferência da capital para a cidade de Chengzhou e pela modificação de
alguns parâmetros culturais e artísticos. A data aproximada de -770 marcaria o
auge desta dinastia, que depois iria declinar em função da desestruturação
interna e dos conflitos com os bárbaros. (BUENO, 2012, p.120)
Assim, o sistema feudal chinês terminou por implodir na disputa pelo poder
político e pelos territórios. O período que vai até próximo do século -6 seria
conhecido como Primaveras e Outonos, contidos nos anais do mesmo nome
(Primaveras e Outonos ou Chunqiu, escritos por Confúcio, como vimos na
seção “Documentação chinesa”). Neste momento, diversos conflitos e
violações das fronteiras entre os reinos e os pequenos Estados que formavam o
“império” Zhou forçaram os chineses a rever suas posições diante do mundo e
da sociedade.
O período Zhou foi marcado por grandes eram grandes contribuições para a arte
e a cultura chinesa. Neste período, a música, a literatura e as belas-artes foram refinadas,
desenvolvidas e ampliadas. Há, também, o início da produção de vidros, algo que, em
um estudo de cultura material, é digno de nota. No livro de Hall, podemos enxergar
sobre o início da produção de vidro:
DINASTIA QIN
Só que Qin foi além: transformou a vida burocrática e militar numa carreira de
sucesso, cheia de possibilidades para aqueles que fossem destemidos e audazes
(dentro da lei, claro). Os soldados, por exemplo, ganhavam prêmios pelo
número de cabeças cortadas, e um assassino profissional podia chegar a oficial
facilmente. As tropas de Qin caracterizaram-se pela disciplina incrível e pela
ferocidade em combate.
Com isso, Qin conseguiu em pouco tempo montar um Estado novo, bem
organizado e forte, com uma força militar incrivelmente determinada. A
supremacia de Wei foi gradualmente abalada e as forças de Qin foram
conquistando reino a reino, num movimento irresistível. Suas campanhas
foram avassaladoras e seu exército chegou a ter 500 mil soldados. Em 221 a.C.,
Qin finalmente completou seu projeto de impor uma nova ordem ao país,
unindo-o novamente sobre o poder de uma nova dinastia – Qin, comandada por
um soberano que se autodenominou Qinshi Huangdi –, ou o primeiro soberano
de Qin. (BUENO, 2019, p. 54-55)
Entretanto, o reinado de Qinshi Huangdi, assim como o período Qin, foi curto.
Em -210, o fundador da Dinastia Qin morre sem deixar nenhum substituto que pudesse
garantir a manutenção da dinastia e dos ideais legistas. Revoltas e guerras civis foram
fundamentais para a queda dos Qin e ascensão dos Han.
Antes de finalizar esta dinastia, é importante ressaltar sua cultura material.
Durante o reinado do Imperador Qinshi Huangdi, sua tumba foi sendo construída. Os
famosos guerreiros de terracota foram criados para proteger o imperador no pós vida. É
possível enxergar, também, que túmulos deste período e, posteriormente da era Han,
deixaram de dar importância a artefatos cerimoniais e passaram a tentar recriar o
cotidiano do falecido. No livro de Hall, podemos deslumbrar as mudanças entre Zhou e
Qin no que diz respeito a cultura material em seus túmulos:
Com o fim da era Qin, passamos para outro importante período da história
chinesa, A Dinastia Han.
DINASTIA HAN
Os Han surgiram graças ao caos político que assolou a China após a morte do
Imperador Qin Shihuangdi. Fundada por Liu Bang, a dinastia Han foi tão longínqua
que, até hoje, os chineses se autointitulam como etnia Han.
Outro avanço técnico que pode ser observável pela cultura material do período
Han, é a utilização da laca. Muitos objetos foram fabricados utilizando a laca, um
material altamente tóxico se não tratado e muito complicado de se dominar, porém, não
era nenhum desafio para os chineses Han. Abaixo, podemos ter um vislumbre de como
eram as técnicas Han em relação a laca:
Foi durante o reinado de Wudi (século -2 a -1), que o império chinês estabeleceu
contato com Roma, Partia e Índia. Este contato com reinos e impérios mais ao ocidente
foram essenciais para abrir a Rota da Seda e difundir os produtos chineses por todo o
Velho Mundo. No livro de Bueno, podemos ler sobre os contatos chineses com regiões
mais ao oeste durante a era Han:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em relação aos Qin, podemos apontar o oposto do que é visto na Dinastia Zhou.
O poder passa a ficar centralizado e não existe mais estado autônomo no território Qin.
Todos devem se curvar ao imperador e as leis Qin, leis estas, que eram extremamente
rígidas, já que a ideologia oficial do império era o legismo. O legismo foi responsável
pela organização e ascensão do Império Qin, mas, novamente, foi o mesmo que criou
revoltas que desestruturaram o império Qin após a morte de seu primeiro imperador. A
perseguição a intelectuais contrários ao legismo também é um importante episódio do
período Qin. Uma importante característica Qin esta relacionada aos projetos
megalomaníacos do imperador Qin Shihuangdi, como a Grande Muralha e a sua tumba
com os guerreiros de terracota.
BIBLIOGRAFIA
HALL, Jessica Harrison-. China – Uma História em objetos. Trad de Érico Assis, São
Paulo, Edições Sesc, 2018.
QUESTÕES:
3- De acordo com o texto, por que os sistemas políticos Zhou-Qin ajudaram a ascender
estas duas dinastias ao mesmo tempo que as destruiu?