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RESENHA CRÍTICA
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Conforme http://thescriptroad.org/pt-pt/guest/yu-hua/ consultado em 30/11/2023.
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LICENCIATURA EM ESTUDOS ASIÁTICOS
Na revolução cultural, o líder da política chinesa foi Mao Zedong, líder do único
partido existente: o partido comunista chinês.
Neste período histórico, as únicas leituras permitidas eram apenas os livros de
propaganda política do líder (poemas de Mao Zedong) e os contos de Lu Xun. Os
restantes livros eram proibidos e considerados ervas venenosas.
Os dazibao, cartazes colados nas paredes das ruas onde eram criticados
dirigentes políticos, entre outros assuntos, eram os escritos do povo semelhantes
aos blogues da atualidade.
Esta época fica marcada pela pobreza e opressão e pela luta de classes. A
política dominava tudo, o socialismo era defendido e o capitalismo condenado.
A perspetiva do autor, contudo, é pouco crítica relativamente a esta fase da
história da China, ignorando aspetos importantes. Por exemplo, Linda Jaivin, não
hesita em descrever, “Em agosto e setembro de 1966, apenas em Pequim, os
Guardas Vermelhos mataram ou levaram ao suicídio 1800 pessoas” 2, ou o cenário
de “centenas de vítimas” em que “os cadáveres apodreceram nos campus
universitários”3. Faltará ao autor uma visão mais gráfica do terror associado à
revolução cultural.
A seguir a este período, com a morte de Mao, quando Deng Xiaping toma o poder,
a economia torna-se o foco. No entanto, o desenvolvimento económico chinês foi
bastante desequilibrado porque a riqueza não estava igualmente distribuída. Uma
pequena fatia da população consegue adquirir certos bens enquanto muitos
chineses passam fome e são pobres.
Atualmente, o escritor considera que, para além da perspetiva histórica e política
da luta de classes, a própria existência de classes sociais faz com que a
sobrevivência da maioria dos chineses seja mais complexa e dura.
A sociedade chinesa sofreu uma transformação ao nível dos valores e da ética.
Durante a revolução cultural era mais fácil sobreviver, enquanto recentemente
aumentou o fosso ou as desigualdades entre as diferentes classes sociais. O autor
2
Linda Jaivin, A mais breve história da China (Alfragide: Publicações D. Quixote, 2021), p. 214.
3
Ibid., p. 217.
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LICENCIATURA EM ESTUDOS ASIÁTICOS
4
Yu Hua, China em dez palavras (Lisboa: Relógio D’Água Editores, 2018), p.196
5
Michael Wood, A história da China (Lisboa: Bertrand Editora, 2021), p. 549.
6
Thierry Sanjuan, Compreender a China contemporânea: um dicionário (Lisboa: Edições 70,
2009), p.123.
3
LICENCIATURA EM ESTUDOS ASIÁTICOS
7
Yu H., China em dez palavras, p.15
8
Marsha Wagner, The Subversive Fiction of Yu Hua in CHINOPER Journal of Chinese Oral and
Performing Literature vol.20 p.219
9
Yu H., China em dez palavras, p.135
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LICENCIATURA EM ESTUDOS ASIÁTICOS
Bibliografia
Hua, Yu. China em dez palavras. Lisboa: Relógio D’Água Editores, 2018.
Jaivin, Linda. A mais breve história da China. Alfragide: Publicações D. Quixote,
2021.
Sanjuan, Thierry. Compreender a China contemporânea: um dicionário. Lisboa:
Edições 70, 2009.
Wagner, Marsha L. The Subversive Fiction of Yu Hua, CHINOPERL Journal of
Chinese Oral and Performing Literature, 20:1, 219-243, 1997, DOI:
10.1179/chi.1997.20.1.219
Wood, Michael. A história da China. Lisboa: Bertrand Editora, 2021.
Wu, Yenna. China Through Yu Hua’s Prism. American Journal of Chinese Studies,
19(1), 55–62, 2012. http://www.jstor.org/stable/44288977.
10
Yenna Wu. China Through Yu Hua’s Prism. American Journal of Chinese Studies, 19(1), 2012, p.
60. http://www.jstor.org/stable/44288977
11
Yu H., China em dez palavras, p.126
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LICENCIATURA EM ESTUDOS ASIÁTICOS