Curso: Sociologia Disciplina: Introdução ao pensamento Social Brasileiro Docente: Aline Marinho Lopes Aluno (a): Rayssa Guedes de Oliveira
Análise de comparação entre os autores Joaquim Nabuco e Euclides da Cunha
Em primeiro lugar, os autores possuem um tipo de pensamento concordante, pois estão
embebidos do caráter positivista. E retém de uma só crítica, a mudança social e a formação do Estado Brasileiro, uma vez que, o Brasil é visto como retrógrado e não civilizado. Os autores também assentam na ideia abolicionista, a qual seria o alicerce para um país com olhar bem visto e como um tipo de espelho, que provavelmente poderia refletir-se na Europa. Para começar, temos Joaquim Nabuco, o qual via-se em posição de crítica e apontamentos de como se constituir um Estado Nação? Isto porque o Brasil da época era desordenado e não havia sociedade civil. A população não recebia os acessos básicos para o entendimento do que se estava passando naquele momento. Por sua vez, ele defendia uma monarquia constitucional, da qual teve a experiência de obter contato em suas viagens para Europa, visto que, era uma inspiração nos jacobinos franceses que defendiam o abolicionismo e as revoltas radicais. Assim, ele almejava a nação aos antigos ideais e corrigir novos líderes republicanos. Desta forma, a escravidão para ele, era para se entender a sociedade, uma maneira de chamar atenção de Dom Pedro II, para tais reformas e mostrar, como a Inglaterra, o principal país que ele se identificou, seria um exemplo nato de andamento da vida urbana, civilização e política constitucional. Isto produz uma série de conjuntos das impressões das viagens feitas pelo autor, retornando ao Brasil com discursos que só há um país livre, o qual ele tanto se inspirou, a Inglaterra, mas por sua vez acaba se frustrando, pois tudo o que defendia não foi levado adiante. Em segundo plano temos Euclides da Cunha, o qual era fruto da escola de militares e formado no exterior, em Portugal, que por sua vez também era encoberto de caráter positivista, que denominava a ciência e o progresso da época vivida. Também empenhado para abolição da escravidão, ele viria participar da guerra de canudos, como um reporter, descrevendo cada detalhe visto e ocorrido nas expedições militares enviadas para o local. Como um autor que revogava a teoria evolucionista, ele coloca a questão da mestiçagem como ponto crucial para o seu conjunto de reportagens. Seria um nó conceitual no qual os conceitos se debatiam, a tal da mistura de raças, que por consequência para ele e toda corrente positivista evolucionista, seria prejudicial a toda população em voga na época. Mas observando a conduta do sertanejo ele contraria a degeneração do mestiço, isso porque ele propõe que o sertanejo é o produto da mestiçagem e do isolamento moderno, que por sua vez, na visão de Euclides da Cunha, eles eram atrasados no tempo. Atrasados no tempo porque não receberam influência de migrações europeias, como havia acontecido no litoral, o qual estava exposto ao domínio político. Assim, ele reflete sobre a dualidade que estava em ocorrência, a imagem ambígua que ele retrata o sertanejo, desde a fragilidade ao caráter heróico, pois as três primeiras expedições enviadas fracassaram. O autor narra a enorme resistência dos sertanejos, os quais são produto da relação entre bandeirantes e indígenas. Desta forma, ele vê os destinos do país sob uma lente de retrato que se adequa ao sertanejo. Euclides, demonstra a condição de denúncia, mas ainda estava embebido de ideias positivistas. Porém, após a quarta expedição, onde deu-se o massacre, ele recorta a república como uma imbecilidade e condena essas cruzadas civilizatórias. O autor deseja que as elites olhem para o interior e deixem de reivindicar políticas europeias no litoral, ele afirma que o sertão é a natureza e autenticidade da nação e complementa que há dois Brasis, o cosmopolitano de fachada, que não se voltava ao sertanejo e o sertão, retrógrado sem modernidade. Para ele, o Brasil tinha que catalizar o núcleo reformista, pois havia o Estado Republicano e a cultura singular do sertão, o que seria necessário entre essas duas lógicas era integração e construção de um Estado nação, assim como Nabuco propôs, quando exigia um Estado monárquico de disposição constitucional. Ou seja, os dois autores, tentam fornecer mudanças, apresentando ideias contra as oligarquias da época, mudanças para um país mais civilizado, moderno, onde a população recebesse seus direitos e tivessem seus valores concretizados, das quais eles só haviam visto na Europa, o tal chamado espelho para a colônia brasileira.