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Resenha

APPADURAI, Arjun. Dimensões Culturais da Globalização – A modernidade sem peias.


Livro de 1996, edição de 2004 (Lisboa: Editorial Teorema).

Palavras-chaves: comunidades imaginadas; mundos imaginados.


Rayssa Guedes de Oliveira

Arjun Appadurai levanta em seu texto uma série de ideias que discute questões relacionadas à
globalização, cultura, imaginação social e dinâmicas contemporâneas da sociedade. O autor
argumenta que, embora o mundo sempre tenha sido global, as interações em nossa era
contemporânea atingiram uma nova ordem e intensidade. Observando que fatores
geográficos, ecológicos e de resistência cultural costumam limitar interações mais amplas
entre diferentes partes do mundo. Dessa forma, ele destaca as forças históricas de integração
cultural, como viagens de mercadores, guerras e religião, que moldaram o mundo e
desenvolveram para a formação de comunidades imaginadas, conforme descrito por Benedict
Anderson. Também apresenta a ideia de um "capitalismo impresso" em referência à
revolução da imprensa e como as tecnologias recentes, incluindo transportes e informação,
transformaram as interações culturais globais.
Appadurai explica a mudança na percepção do mundo como uma "aldeia global" e a ascensão
de comunidades "sem sentido de lugar". O argumento que vivemos em um mundo
rizomático, onde a imaginação desempenha um papel fundamental nas práticas sociais e na
negociação entre indivíduos e campos de possibilidade globalmente definidos. Assim, ele
discute a ideia de uma cultura global do hiper-realismo, onde a americanização não é a única
explicação, e as pessoas em todo o mundo desenvolvem camadas culturais por meio de
representações midiáticas. Ao explorar a "nostalgia do presente", um conceito em que as
pessoas se apegam a um passado que nunca vivenciaram, ele enfatiza que a imaginação se
tornou uma prática social fundamental e o componente-chave da nova ordem global,
influenciando todos os aspectos da vida e da ação.
Para terminar, o texto mostra como o papel das mídias e ideopaisagens na disseminação de
informações e na construção de identidades culturais, bem como na politização de arenas
íntimas da sociedade, como a família, refletem a complexidade do sistema global e na
necessidade de entender suas dinâmicas, questionando como as complexas interações entre
fluxos de pessoas, tecnologias, finanças, informação e ideologia podem ser compreendidas
em nossa época.

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